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06
        Nov.
        2005
quadrimestral




          AS RESPONSABILIDADES DO TREINADOR DE JOVENS

          A
                  s crianças e jovens encontram-se, à face da lei,   - proporcione às crianças e jovens a vivência de expe-
                  integrados na escolaridade obrigatória pressu-       riências agradáveis e entusiasmantes que, desenvol-
                  pondo-se, portanto, que seja esta a sua activi-      vendo o gosto pela prática, influenciem a sua adesão
          dade social dominante. Por isso, a sua participação na       e futura permanência no desporto;
          prática desportiva não pode deixar de regular-se por       - utilize, no desporto infantil e juvenil, modelos de pre-
          objectivos de ordem educativa e formativa que                paração que valorizem a preparação geral e multila-
          contribuam para o seu desenvolvimento físico, motor,         teral, orientada para a aquisição de um vocabulário
          social e emocional e em que se promova, também, a            motor alargado, para a formação das capacidades
          aquisição dos valores e comportamentos caracteriza-          motoras e para o ensino das técnicas básicas de uma
          dores do "saber ser" (auto-disciplina, auto-controlo,        ou várias modalidades.
          perseverança, humildade) e do "saber estar" (civismo,      - compreenda que a continuidade dos jovens prati-
          companheirismo, respeito mútuo, lealdade).                   cantes no Sistema Desportivo depende, em grande
          Por outro lado a Especialização e o Alto Rendimento          parte, da natureza e tipo da exercitação selecciona-
          carecem de alicerces consistentes cuja construção, a         da, da organização e direcção do processo de ensino
          longo prazo, começa na etapa da Iniciação Desportiva         e do estilo de intervenção e relacionamento desen-
          sendo, neste sentido, essencial que o Treinador:             volvidos no treino e na competição.
2


            O Treinador de jovens desempenha assim um
    papel central na promoção de uma maior adesão e de
    um menor abandono dos praticantes, assumindo a
    responsabilidade de, desde o início, desenvolver
    nestes o gosto pela aprendizagem e pelo aperfeiçoa-
    mento, factores determinantes, a longo prazo, do
    progresso qualitativo. Ao mesmo tempo cabe-lhe a
    obrigação de assumir e pôr em prática uma ideia fun-
    damental: que o Desporto, enquanto instrumento de
    valorização das crianças e jovens que nele participam,
    deve harmonizar-se com as outras actividades do seu
    quotidiano, nomeadamente a actividade escolar e os
    compromissos familiares. E recai, ainda, sobre o Trei-
    nador de jovens a responsabilidade, pela forma como
    organiza e supervisiona as actividades e interage com
    os praticantes, de concretizar o elevado potencial for-
    mativo e educativo que, reconhecidamente, a prática
    desportiva encerra.
    O Treinador, pela sua conduta e exemplo, exerce             nar as condições de formação e progresso dos prati-
    sobre as crianças e jovens uma forte influência, quer       cantes:
    do ponto de vista do seu desenvolvimento pessoal
    quer da formação desportiva propriamente dita, sen-          - contribuindo para promover o desenvolvimento e
    do que muitas das atitudes e comportamentos que no             formação geral das crianças e jovens em todas as
    futuro irão manifestar quer como praticantes, técni-           suas dimensões, com particular destaque para o
    cos ou dirigentes, quer ainda como simples cidadãos,           desenvolvimento físico e corporal equilibrado e
    resultam do tipo de vivências e aprendizagens que ex-          harmonioso;
    perimentaram nas etapas de Iniciação e Orientação            - despertando o gosto e entusiasmo pela actividade
    desportivas.                                                   física, pelo desporto em geral e por uma modalida-
    Neste contexto, o Treinador não pode deixar de ser             de em particular, que não só potencie uma even-
    um agente promotor de valores e atitudes dignifica-            tual carreira desportiva, mas que também promo-
    doras do praticante e da prática desportiva fomentan-          va, nas crianças e jovens que não venham a ser
    do neles as normas essenciais do espírito desportivo:          atletas, o hábito do exercício e dos estilos de vida
                                                                   activos e saudáveis;
     - respeitar e cumprir os regulamentos e as decisões         - promovendo a aprendizagem e o aperfeiçoamen-
       dos juízes;                                                 to das técnicas básicas de uma ou várias modali-
     - reconhecer com naturalidade a superioridade dos             dades.
       opositores e aceitar os resultados das competições;
     - ser comedido nas suas manifestações, no caso de          A assunção destas responsabilidades objectivam-se
       vitória, evitando humilhar ou diminuir os adversá-       principalmente nas opções metodológicas e no estilo
       rios. Estes, essenciais à realização da competição,      de intervenção e relacionamento estabelecidos pelo
       em caso algum podem ser vistos como "inimigos";          treinador. No que respeita às opções metodológicas
     - cultivar a honestidade e lealdade nos treinos e          estas, para serem adequadas ao desporto infantil e ju-
       competições.                                             venil, devem garantir que o treino e a competição se
                                                                integram numa perspectiva de preparação a longo
    Enquanto exemplo e modelo o Treinador deve ainda            prazo e que a preparação geral e multilateral e a indis-
    transmitir, porque as pratica, as atitudes e comporta-      pensável ênfase no ensino e aperfeiçoamento das téc-
    mentos essenciais à aprendizagem e ao progresso:            nicas fundamentais são devidamente consideradas,
                                                                desviando-se, deste modo, da tendência para a espe-
     -   assiduidade e pontualidade;                            cialização precoce. Quanto ao estilo de intervenção e
     -   gosto de aprender, saber fazer e fazer bem;            relacionamento, o Treinador de jovens deve exibir
     -   participação disciplinada nos treinos e competições;   uma atitude serena e paciente face aos erros e dificul-
     -   empenho e persistência.                                dades de aprendizagem dos praticantes. Estes proce-
                                                                dimentos dependem, obviamente, do conhecimento
    Ao Treinador de jovens cabe, num sentido amplo,             dos argumentos que os justificam, mas a sua aplicação
    desde as primeiras sessões de preparação, proporcio-        depende, em elevado grau, das convicções do treina-
3


dor, a que pais e dirigentes não devem ser persona-                            em geral, justificação nas características do pro-
gens alheias. Neste sentido, uma atitude correcta do                           cesso de desenvolvimento biológico.
Treinador de Jovens deve construir-se em torno de
três vertentes:                                                           Em resumo ser Treinador de jovens não se reduz ape-
                                                                          nas a intervir no ensino e aperfeiçoamento dos aspec-
 - evitar que a participação nas competições se                           tos técnicos, tácticos, físicos e regulamentares de uma
   transforme numa questão de afirmação pessoal,                          modalidade desportiva, mas envolve também, obriga-
   colocando os seus interesses à frente dos inte-                        toriamente, a transmissão de atitudes, hábitos de tra-
   resses e necessidades dos praticantes;                                 balho e regras de comportamento e convivência que
                                                                          valorizem o jovem não só como praticante mas, si-
 - valorizar, em convergência com os grandes objec-                       multâneamente, como indivíduo e cidadão. E importa
   tivos do Desporto Juvenil, a aprendizagem e o de-                      destacar que as responsabilidades do Treinador de jo-
   senvolvimento dos praticantes, relativizando a im-                     vens não se esgotam nas suas intervenções junto dos
   portância do resultado das competições;                                praticantes, no treino e na competição, mas também
                                                                          é indispensável que se projectem para os pais, os diri-
 - ter presente que as dificuldades de aprendizagem                       gentes e demais intervenientes no Desporto infanto-
   e os percursos diferenciados dos praticantes têm,                      juvenil.




 DEIXEMOS OS JOVENS DIVERTIREM-SE
 (texto publicado em Coaching Austrália (2003, vol. 6, n.º 2), da autoria de Gene Schembri, que já participou como prelector no
 Seminário Internacional de Treino de Jovens)


 Vou lançar-vos um desafio! Sempre que estiverem a                           lho, uma brincadeira, uma forma especial de comu-
 treinar crianças e jovens, não se esqueçam de levar                         nicar. Não há fórmulas para isso. Intervenham com
 para o treino, convosco, a lista de preocupações a se-                      calor e de uma forma pessoal;
 guir referidas. No seu conjunto, elas não são mais do                       Amizade - mesmo numa sessão de treino intensa,
 que elementos da escala de medida de um “diversó-                           repleta de actividades, há sempre tempo e oportu-
 metro” ou alegriómetro” (para medir a diversão ou                           nidades para que os jovens convivam uns com os
 alegria da actividade), servindo para avaliar se os in-                     outros. Para alguns deles este aspecto poderá ser a
 teresses e os valores da prática desportiva juvenil                         parte mais valiosa da sua experiência desportiva.
 estão a ser alcançados.                                                     Os bons treinadores de jovens estão atentos e
 Quais são essas preocupações?                                               apoiam este tipo de relação, tornando assim o des-
                                                                             porto numa actividade ainda mais valiosa para as
   Muita actividade - encontrem estratégias que                              crianças e jovens em formação.
   evitem as “filas de espera”, ou as “colunas” dos
   exercícios, através da realização de circuitos, pe-                    Se um treino atingir valores elevados na escala deste
   quenos jogos, trabalho com parceiros;                                  “diversómetro”, então o treinador merece um pré-
   Temas alegres - procurem quebrar a rotina. Ten-                        mio, por conseguir que, ao mesmo tempo, o seu trei-
   tem encontrar ideias novas, partindo das próprias                      no seja divertido, favoreça a condição física, desen-
   crianças. Recorram à vossa imaginação, sempre                          volva os fundamentos da modalidade e crie oportuni-
   que isso for possível. Apelem às imagens que as                        dades para que se estabeleçam laços de amizade
   crianças e jovens observam na televisão e àquilo                       entre os praticantes.
   que falam na escola;
   Apelo à participação dos jovens - façam pergun-
   tas e permitam que eles ajudem a resolver os pro-
   blemas, sem esquecer, no entanto, que nestas eta-
   pas os jovens necessitam sempre de algum enqua-
   dramento para os treinos;
   Falem, cumprimentem e comuniquem - façam-
   -no com cada um dos jovens, mesmo que se trate
   de um desporto de equipa. Para cada um deles de-
   ve existir uma pergunta, um comentário, um conse-
4


                                                                              ASSIM NÃO VALE!
                                                                                Encarar as crianças e os jovens como adultos mais pequenos
                                                                                e fazer com eles o mesmo que se faz com atletas seniores;
                                                                                Não ensinar correctamente as técnicas e privilegiar os fac-
                                                                                tores específicos da condição física, sem dar o devido rele-
                                                                                vo à condição física geral;
                                                                                Procurar desenvolver os pontos fortes e desprezar os as-
                                                                                pectos que necessitam de desenvolvimento ou de aperfei-
                                                                                çoamento;
                                                                                Criticar mais do que elogiar;
                                                                                Desprezar a componente lúdica da prática desportiva em
                                                                                prol da preparação individual e individualista;
                                                                                Usar apenas a recompensa externa (medalhas, taças, di-
                                                                                nheiro) como motivação;
                                                                                Desprezar os jovens que não ganham, elogiando apenas
                                                                                aqueles que obtêm vitórias;
                                                                                Transformar o desporto na única preocupação da vida do
                                                                                jovem;
                                                                                Desenvolver no jovem a ideia de “ganhar a qualquer pre-
                                                                                ço” como garante de uma boa atitude
                                                                                Definir objectivos para o treino de jovens esquecendo os
                                                                                jovens e as suas necessidades e interesses.

                                                                              Quem proceder deste modo, está a transformar o desporto
                                                                              num instrumento perverso, que pode mesmo chegar a “fazer
                                                                              mal” aos jovens que a ele aderem.



                                                                           REVISTA TREINO DESPORTIVO
    Reconhecer o mérito                                                    Número especial sobre
    d e Tr e i n a d o r e s e C l u b e s                                 treino de jovens
    Terminou no final de Setembro o prazo para que as Federações                                                Na linha do que vem
    Desportivas, seguindo os critérios estabelecidos pelo IDP, no âm-                                           acontecendo desde
    bito do seu programa JOVENS NO DESPORTO - UM PÓDIO                                                          1998, irá ser publicado
    PARA TODOS, nomeassem os seus treinadores e os seus clubes                                                  mais um número espe-
    que realizam um trabalho de maior qualidade no âmbito do des-                                               cial da revista Treino
    porto juvenil, vendo assim reconhecida publicamente essa sua par-                                           Desportivo exclusiva-
    ticipação e recebendo do Estado, uma prova simbólica do seu em-                                             mente construída com
    penho e da qualidade do trabalho que realizaram.                                                            textos de autores portu-
                                                                                                                gueses sobre a prepara-
    No sítio do IDP na Internet está disponível a lista com todos os                                            ção desportiva juvenil.
    nomeados, aguardando-se apenas a definição dos locais, das datas                                            Pedro Almeida, Raul
    e da metodologia para a entrega daqueles galardões.                                                         Dias, Fernando Malheiro.
                                                                                                                Alberto Carvalho, Antó-
    O Instituto do Desporto de Portugal, através deste boletim, felicita                                        nio Manuel Fonseca,
    todos os nomeados.                                                                                          Pedro Pezarat, Fernando
                                                                                                                Tavares, Pedro Sarmen-
       Boletim do Programa Jovens no Desporto • Um Pódio para Todos                                             to, José Pedro Ferreira e
                  Edição do Instituto do Desporto de Portugal                                                   Duarte Araújo, foram os
           Av. Infante Santo, 76 1399-032 Lisboa Tel. 213 95 32 71
                                                                           autores convidados, que aceitaram transmitir aos treinadores
       Design: Raimundo Santos • Paginação: Albuquerque & Bate, Lda.
                                                                           portugueses de jovens o seu conhecimento, a sua experiência
       Depósito Legal nº 210187/04 • 12 000 exs. • Distribuição Gratuita
                                                                           e o seu estudo, proporcionando assim mais alguns momentos
                                                                           importantes de reflexão para aqueles que se dedicam a esta
     No caso de pretender ser informado da publicação de cada novo         actividade.
     número do boletim, acedendo ao seu conteúdo na Internet, queira
     enviar uma mensagem para podio@idesporto.pt, com a indicação
     do endereço electrónico onde pretende receber essa informação.

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Treinador de jovens

  • 1. 06 Nov. 2005 quadrimestral AS RESPONSABILIDADES DO TREINADOR DE JOVENS A s crianças e jovens encontram-se, à face da lei, - proporcione às crianças e jovens a vivência de expe- integrados na escolaridade obrigatória pressu- riências agradáveis e entusiasmantes que, desenvol- pondo-se, portanto, que seja esta a sua activi- vendo o gosto pela prática, influenciem a sua adesão dade social dominante. Por isso, a sua participação na e futura permanência no desporto; prática desportiva não pode deixar de regular-se por - utilize, no desporto infantil e juvenil, modelos de pre- objectivos de ordem educativa e formativa que paração que valorizem a preparação geral e multila- contribuam para o seu desenvolvimento físico, motor, teral, orientada para a aquisição de um vocabulário social e emocional e em que se promova, também, a motor alargado, para a formação das capacidades aquisição dos valores e comportamentos caracteriza- motoras e para o ensino das técnicas básicas de uma dores do "saber ser" (auto-disciplina, auto-controlo, ou várias modalidades. perseverança, humildade) e do "saber estar" (civismo, - compreenda que a continuidade dos jovens prati- companheirismo, respeito mútuo, lealdade). cantes no Sistema Desportivo depende, em grande Por outro lado a Especialização e o Alto Rendimento parte, da natureza e tipo da exercitação selecciona- carecem de alicerces consistentes cuja construção, a da, da organização e direcção do processo de ensino longo prazo, começa na etapa da Iniciação Desportiva e do estilo de intervenção e relacionamento desen- sendo, neste sentido, essencial que o Treinador: volvidos no treino e na competição.
  • 2. 2 O Treinador de jovens desempenha assim um papel central na promoção de uma maior adesão e de um menor abandono dos praticantes, assumindo a responsabilidade de, desde o início, desenvolver nestes o gosto pela aprendizagem e pelo aperfeiçoa- mento, factores determinantes, a longo prazo, do progresso qualitativo. Ao mesmo tempo cabe-lhe a obrigação de assumir e pôr em prática uma ideia fun- damental: que o Desporto, enquanto instrumento de valorização das crianças e jovens que nele participam, deve harmonizar-se com as outras actividades do seu quotidiano, nomeadamente a actividade escolar e os compromissos familiares. E recai, ainda, sobre o Trei- nador de jovens a responsabilidade, pela forma como organiza e supervisiona as actividades e interage com os praticantes, de concretizar o elevado potencial for- mativo e educativo que, reconhecidamente, a prática desportiva encerra. O Treinador, pela sua conduta e exemplo, exerce nar as condições de formação e progresso dos prati- sobre as crianças e jovens uma forte influência, quer cantes: do ponto de vista do seu desenvolvimento pessoal quer da formação desportiva propriamente dita, sen- - contribuindo para promover o desenvolvimento e do que muitas das atitudes e comportamentos que no formação geral das crianças e jovens em todas as futuro irão manifestar quer como praticantes, técni- suas dimensões, com particular destaque para o cos ou dirigentes, quer ainda como simples cidadãos, desenvolvimento físico e corporal equilibrado e resultam do tipo de vivências e aprendizagens que ex- harmonioso; perimentaram nas etapas de Iniciação e Orientação - despertando o gosto e entusiasmo pela actividade desportivas. física, pelo desporto em geral e por uma modalida- Neste contexto, o Treinador não pode deixar de ser de em particular, que não só potencie uma even- um agente promotor de valores e atitudes dignifica- tual carreira desportiva, mas que também promo- doras do praticante e da prática desportiva fomentan- va, nas crianças e jovens que não venham a ser do neles as normas essenciais do espírito desportivo: atletas, o hábito do exercício e dos estilos de vida activos e saudáveis; - respeitar e cumprir os regulamentos e as decisões - promovendo a aprendizagem e o aperfeiçoamen- dos juízes; to das técnicas básicas de uma ou várias modali- - reconhecer com naturalidade a superioridade dos dades. opositores e aceitar os resultados das competições; - ser comedido nas suas manifestações, no caso de A assunção destas responsabilidades objectivam-se vitória, evitando humilhar ou diminuir os adversá- principalmente nas opções metodológicas e no estilo rios. Estes, essenciais à realização da competição, de intervenção e relacionamento estabelecidos pelo em caso algum podem ser vistos como "inimigos"; treinador. No que respeita às opções metodológicas - cultivar a honestidade e lealdade nos treinos e estas, para serem adequadas ao desporto infantil e ju- competições. venil, devem garantir que o treino e a competição se integram numa perspectiva de preparação a longo Enquanto exemplo e modelo o Treinador deve ainda prazo e que a preparação geral e multilateral e a indis- transmitir, porque as pratica, as atitudes e comporta- pensável ênfase no ensino e aperfeiçoamento das téc- mentos essenciais à aprendizagem e ao progresso: nicas fundamentais são devidamente consideradas, desviando-se, deste modo, da tendência para a espe- - assiduidade e pontualidade; cialização precoce. Quanto ao estilo de intervenção e - gosto de aprender, saber fazer e fazer bem; relacionamento, o Treinador de jovens deve exibir - participação disciplinada nos treinos e competições; uma atitude serena e paciente face aos erros e dificul- - empenho e persistência. dades de aprendizagem dos praticantes. Estes proce- dimentos dependem, obviamente, do conhecimento Ao Treinador de jovens cabe, num sentido amplo, dos argumentos que os justificam, mas a sua aplicação desde as primeiras sessões de preparação, proporcio- depende, em elevado grau, das convicções do treina-
  • 3. 3 dor, a que pais e dirigentes não devem ser persona- em geral, justificação nas características do pro- gens alheias. Neste sentido, uma atitude correcta do cesso de desenvolvimento biológico. Treinador de Jovens deve construir-se em torno de três vertentes: Em resumo ser Treinador de jovens não se reduz ape- nas a intervir no ensino e aperfeiçoamento dos aspec- - evitar que a participação nas competições se tos técnicos, tácticos, físicos e regulamentares de uma transforme numa questão de afirmação pessoal, modalidade desportiva, mas envolve também, obriga- colocando os seus interesses à frente dos inte- toriamente, a transmissão de atitudes, hábitos de tra- resses e necessidades dos praticantes; balho e regras de comportamento e convivência que valorizem o jovem não só como praticante mas, si- - valorizar, em convergência com os grandes objec- multâneamente, como indivíduo e cidadão. E importa tivos do Desporto Juvenil, a aprendizagem e o de- destacar que as responsabilidades do Treinador de jo- senvolvimento dos praticantes, relativizando a im- vens não se esgotam nas suas intervenções junto dos portância do resultado das competições; praticantes, no treino e na competição, mas também é indispensável que se projectem para os pais, os diri- - ter presente que as dificuldades de aprendizagem gentes e demais intervenientes no Desporto infanto- e os percursos diferenciados dos praticantes têm, juvenil. DEIXEMOS OS JOVENS DIVERTIREM-SE (texto publicado em Coaching Austrália (2003, vol. 6, n.º 2), da autoria de Gene Schembri, que já participou como prelector no Seminário Internacional de Treino de Jovens) Vou lançar-vos um desafio! Sempre que estiverem a lho, uma brincadeira, uma forma especial de comu- treinar crianças e jovens, não se esqueçam de levar nicar. Não há fórmulas para isso. Intervenham com para o treino, convosco, a lista de preocupações a se- calor e de uma forma pessoal; guir referidas. No seu conjunto, elas não são mais do Amizade - mesmo numa sessão de treino intensa, que elementos da escala de medida de um “diversó- repleta de actividades, há sempre tempo e oportu- metro” ou alegriómetro” (para medir a diversão ou nidades para que os jovens convivam uns com os alegria da actividade), servindo para avaliar se os in- outros. Para alguns deles este aspecto poderá ser a teresses e os valores da prática desportiva juvenil parte mais valiosa da sua experiência desportiva. estão a ser alcançados. Os bons treinadores de jovens estão atentos e Quais são essas preocupações? apoiam este tipo de relação, tornando assim o des- porto numa actividade ainda mais valiosa para as Muita actividade - encontrem estratégias que crianças e jovens em formação. evitem as “filas de espera”, ou as “colunas” dos exercícios, através da realização de circuitos, pe- Se um treino atingir valores elevados na escala deste quenos jogos, trabalho com parceiros; “diversómetro”, então o treinador merece um pré- Temas alegres - procurem quebrar a rotina. Ten- mio, por conseguir que, ao mesmo tempo, o seu trei- tem encontrar ideias novas, partindo das próprias no seja divertido, favoreça a condição física, desen- crianças. Recorram à vossa imaginação, sempre volva os fundamentos da modalidade e crie oportuni- que isso for possível. Apelem às imagens que as dades para que se estabeleçam laços de amizade crianças e jovens observam na televisão e àquilo entre os praticantes. que falam na escola; Apelo à participação dos jovens - façam pergun- tas e permitam que eles ajudem a resolver os pro- blemas, sem esquecer, no entanto, que nestas eta- pas os jovens necessitam sempre de algum enqua- dramento para os treinos; Falem, cumprimentem e comuniquem - façam- -no com cada um dos jovens, mesmo que se trate de um desporto de equipa. Para cada um deles de- ve existir uma pergunta, um comentário, um conse-
  • 4. 4 ASSIM NÃO VALE! Encarar as crianças e os jovens como adultos mais pequenos e fazer com eles o mesmo que se faz com atletas seniores; Não ensinar correctamente as técnicas e privilegiar os fac- tores específicos da condição física, sem dar o devido rele- vo à condição física geral; Procurar desenvolver os pontos fortes e desprezar os as- pectos que necessitam de desenvolvimento ou de aperfei- çoamento; Criticar mais do que elogiar; Desprezar a componente lúdica da prática desportiva em prol da preparação individual e individualista; Usar apenas a recompensa externa (medalhas, taças, di- nheiro) como motivação; Desprezar os jovens que não ganham, elogiando apenas aqueles que obtêm vitórias; Transformar o desporto na única preocupação da vida do jovem; Desenvolver no jovem a ideia de “ganhar a qualquer pre- ço” como garante de uma boa atitude Definir objectivos para o treino de jovens esquecendo os jovens e as suas necessidades e interesses. Quem proceder deste modo, está a transformar o desporto num instrumento perverso, que pode mesmo chegar a “fazer mal” aos jovens que a ele aderem. REVISTA TREINO DESPORTIVO Reconhecer o mérito Número especial sobre d e Tr e i n a d o r e s e C l u b e s treino de jovens Terminou no final de Setembro o prazo para que as Federações Na linha do que vem Desportivas, seguindo os critérios estabelecidos pelo IDP, no âm- acontecendo desde bito do seu programa JOVENS NO DESPORTO - UM PÓDIO 1998, irá ser publicado PARA TODOS, nomeassem os seus treinadores e os seus clubes mais um número espe- que realizam um trabalho de maior qualidade no âmbito do des- cial da revista Treino porto juvenil, vendo assim reconhecida publicamente essa sua par- Desportivo exclusiva- ticipação e recebendo do Estado, uma prova simbólica do seu em- mente construída com penho e da qualidade do trabalho que realizaram. textos de autores portu- gueses sobre a prepara- No sítio do IDP na Internet está disponível a lista com todos os ção desportiva juvenil. nomeados, aguardando-se apenas a definição dos locais, das datas Pedro Almeida, Raul e da metodologia para a entrega daqueles galardões. Dias, Fernando Malheiro. Alberto Carvalho, Antó- O Instituto do Desporto de Portugal, através deste boletim, felicita nio Manuel Fonseca, todos os nomeados. Pedro Pezarat, Fernando Tavares, Pedro Sarmen- Boletim do Programa Jovens no Desporto • Um Pódio para Todos to, José Pedro Ferreira e Edição do Instituto do Desporto de Portugal Duarte Araújo, foram os Av. Infante Santo, 76 1399-032 Lisboa Tel. 213 95 32 71 autores convidados, que aceitaram transmitir aos treinadores Design: Raimundo Santos • Paginação: Albuquerque & Bate, Lda. portugueses de jovens o seu conhecimento, a sua experiência Depósito Legal nº 210187/04 • 12 000 exs. • Distribuição Gratuita e o seu estudo, proporcionando assim mais alguns momentos importantes de reflexão para aqueles que se dedicam a esta No caso de pretender ser informado da publicação de cada novo actividade. número do boletim, acedendo ao seu conteúdo na Internet, queira enviar uma mensagem para podio@idesporto.pt, com a indicação do endereço electrónico onde pretende receber essa informação.