Este documento apresenta os resultados de um diagnóstico social realizado nas 3 freguesias do Centro Histórico de Évora (Santo Antão, São Mamede e Sé/São Pedro), com o objetivo de conhecer as características sociais, económicas e culturais da comunidade local e identificar problemas e necessidades. Foram utilizados questionários aplicados a amostras representativas de agregados familiares e instituições locais, análise documental e conversas com informadores-chave. Os resultados incluem dados demográf
1. Diagnóstico Social das Freguesias do Centro Histórico – Évora 2007
ÍNDICE
NOTA INTRODUTÓRIA....................................................................... 2
METODOLOGIA ................................................................................ 5
BREVE CARACTERIZAÇÃO DO CONCELHO DE ÉVORA ................................. 8
PROTECÇÃO SOCIAL ....................................................................... 13
SANTO ANTÃO .............................................................................. 14
Resultados dos Questionários:.......................................................................................... 15
Principais conclusões:...................................................................................................... 43
Análise S.W.O.T. de Santo Antão: ................................................................................... 45
Instituições: ........................................................................................................... ….46
Análise Social da Freguesia de Santo Antão:.................................................................... 47
Propostas: ................................................................................................................... 49
SÃO MAMEDE ............................................................................... 50
Resultados dos Questionários:.......................................................................................... 52
Principais conclusões:................................................................................................. 75
Análise S.W.O.T. de S. Mamede:..................................................................................... 77
Instituições: ................................................................................................................ 78
Análise Social da Freguesia de São Mamede:................................................................... 79
Propostas: ................................................................................................................... 80
SÉ/SÃO PEDRO ............................................................................ 81
Resultados dos Questionários:.......................................................................................... 83
Principais conclusões:............................................................................................... 106
Análise S.W.O.T. de Sé/São Pedro:................................................................................ 108
Instituições: .............................................................................................................. 109
Análise Social da Freguesia da Sé/São Pedro: ................................................................ 110
Propostas: ................................................................................................................. 111
REFLEXÃO FINAL SOBRE O CENTRO HISTÓRICO .................................. 112
Análise S.W.O.T. do Centro Histórico: .......................................................................... 119
BIBLIOGRAFIA ............................................................................ 120
ADENDA: ................................................................................... 123
1
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O PAPEL DAS AUTARQUIAS NO ....................................................... 123
DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMUNITÁRIO ..................................... 123
2. Diagnóstico Social das Freguesias do Centro Histórico – Évora 2007
NOTA INTRODUTÓRIA
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3. Diagnóstico Social das Freguesias do Centro Histórico – Évora 2007
O diagnóstico apresentado surge da necessidade sentida pelos actores locais, presidentes
das Juntas de Freguesia de Santo Antão, São Mamede e Sé/São Pedro quanto ao
levantamento e reconhecimento das necessidades da população destas freguesias,
também denominada por população intramuros eborense, uma vez que estas freguesias
fazem parte do Centro Histórico de Évora.
Face a esta necessidade e às novas exigências das políticas sociais actuais, cada vez
mais territorializadas e activas, responsabilizando as organizações locais (Autarquias
locais, Instituições Particulares de Solidariedade Social, Organizações não governamentais
e outras) tornava-se imperativo que houvesse um documento de referência, que não
permitisse apenas a leitura das necessidades/potencialidades mas que apontasse medidas
de combate aos problemas sociais, nestas freguesias.
Compreendendo a necessidade deste estudo, importa defini-lo enquanto conceito: “O
Diagnóstico Social pode ser definido como um processo concertado, permanente e
reiterado, de identificação e de análise, entre os actores implicados, do conjunto das
causas e características das situações de exclusão social. Confere além disso, os
elementos que orientam a acção, ajuda a definir as necessidades, a conhecer os recursos
e os obstáculos existentes e a iniciar o estabelecimento das prioridades, a concretizar e a
adaptar na função de planificação. O Diagnóstico corresponde à análise da realidade
social num determinado contexto social, espacial e temporal, respeitante a uma ou várias
situações problemáticas” (Câmara Municipal de Tondela: 2005, 5).
Este trabalho assenta, sobretudo, numa perspectiva de Desenvolvimento Social e
Comunitário visto aqui como uma “técnica social de promoção humana e de mobilização
de recursos humanos, integrada nos programas nacionais de desenvolvimento; e que
atende, basicamente, ao processo educativo” e à promoção de solidariedades nos
pequenos grupos (Ware cit. in Mascarenas, 1996: 44).
Enquadra-se no âmbito da Rede Social, mais concretamente na Comissão Social Inter
freguesias do Centro Histórico de Évora, que resulta da conjugação de sinergias de
entidades públicas, privadas e de cidadãos, presentes na localidade e que em parceria
procuram combater a pobreza e exclusão social. A Rede Social poderá contribuir
decisivamente para a efectivação de uma consciência pessoal e colectiva dos problemas
sociais, para activação dos meios e agentes de resposta, para as inovações nos modos de
agir e ainda, para promover o desenvolvimento social local. Em suma, trata-se de criar um
modelo de co-responsabilidade e de gestão participada, no combate à pobreza e à
exclusão social, com base territorial.
Para que a análise dos problemas e das suas causas fosse o mais participada possível,
procurando enriquecer-se através da perspectiva de vários profissionais de diferentes
áreas, foi constituída uma equipa em que participaram elementos do Departamento do
Centro Histórico, Património e Cultura da Câmara Municipal de Évora e a Assistente Social
da Comissão Social Interfreguesias do Centro Histórico de Évora, formando um núcleo
restrito de trabalho.
Este grupo conta também com a colaboração pontual de um grupo de alunos de Sociologia
da Universidade de Évora, pois só puderam participar por questões de tempo e interesse
na freguesia de São Mamede e com um grupo de seis voluntários do Programa de
Ocupação de Tempos Livres do Instituto Português da Juventude.
Embora todos os elementos da equipa estivessem presentes apenas no momento da
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recolha de dados, poder-se-á afirmar que todos contribuíram em maior ou menor grau para
Página
as reflexões apresentadas neste estudo, pelo que se deve um agradecimento aos
4. Diagnóstico Social das Freguesias do Centro Histórico – Évora 2007
mesmos, principalmente ao Departamento do Centro Histórico, Património e Cultura da
Câmara Municipal de Évora.
Neste contexto, e sentindo as Juntas de Freguesia do Centro Histórico de Évora – St.
Antão, S. Mamede e Sé/S.Pedro necessidade de um maior conhecimento das principais
características da comunidade intramuros, nos seus aspectos socio-económicos, e
procurando abrir novos caminhos na sua forma de apoiar a comunidade, foi realizado no
ano 2007 um Diagnóstico Social na comunidade intramuros. E este documento que daí
resultou, pretende ser mais do que um instrumento de leitura, um instrumento de
intervenção com finalidade de promoção humana e comunitária.
A metodologia seleccionada para a realização deste diagnóstico foi a metodologia
quantitativa e qualitativa. Quantitativa pois foi utilizado o inquérito por questionário
aplicado, quer a uma amostra representativa dos agregados familiares intramuros, quer às
instituições que fazem parte da Comissão Social de Freguesias do Centro Histórico,
efectuando-se a análise de dados e estatística. Qualitativa quando as técnicas utilizadas
basearam-se na observação directa, sistemática, na análise documental e recolha de
informação através de informadores privilegiados, que em muito contribuíram para as
reflexões apontadas.
Os capítulos seguintes serão apresentados na seguinte ordem: a metodologia que explica
como se fez a estudo aqui presente, uma breve caracterização do concelho de Évora que
inclui dados relativos ao Centro Histórico; depois entramos na análise de cada freguesia
intramuros. O capítulo de cada freguesia é composto pelos resultados dos questionários,
principais conclusões desta análise, análise S.W.O.T., referência às instituições presentes
na comunidade e análise social da freguesia. Terminando no capítulo da reflexão final
sobre o Centro Histórico. Este diagnóstico inclui também uma adenda onde se apresenta
uma pequena reflexão sobre o papel das autarquias locais no desenvolvimento social e
comunitário.
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6. Diagnóstico Social das Freguesias do Centro Histórico – Évora 2007
Para a concretização do Diagnóstico Social das Freguesias Intramuros, “o Diagnóstico
Social pode ser definido como um processo concertado, permanente e reiterado, de
identificação e de análise, entre os actores implicados, do conjunto das causas e
características das situações de exclusão social. Confere além disso, os elementos que
orientam a acção, ajuda a definir as necessidades, a conhecer os recursos e os obstáculos
existentes e a iniciar o estabelecimento das prioridades, a concretizar e a adaptar na
função de planificação. O Diagnóstico corresponde à análise da realidade social num
determinado contexto social, espacial e temporal, respeitante a uma ou várias situações
problemáticas” (Câmara Municipal de Tondela: 2005, 5). O estudo diagnóstico está
intrinsecamente associada a ideia de intervir, é um momento em que se deve gerar um
conhecimento dos problemas sobre os quais se vai intervir, este conhecimento permite ir
atingindo as restantes fases de intervenção com maior eficácia.
Aqui o objecto de análise é a comunidade, ancorada na necessidade de ter um bom
conhecimento da dinâmica de conjunto da comunidade, desde o seu espaço territorial ao
seu espaço social. Privilegiaram-se as metodologias quantitativas, embora estas não
limitassem o estudo somente à análise numérica, uma vez que os investigadores
participaram em todos os momentos do diagnóstico e que foram eles mesmos a aplicar os
questionários. Situação que permitiu uma observação directa e muitas vezes participante,
o que contribuiu para uma abordagem qualitativa. Houve um contacto privilegiado com a
população que permitiu não só a recolha da informação, mas também a agilização de
respostas a problemas apontados, quase findando numa metodologia de investigação-
acção.
No que diz respeito aos procedimentos de recolha empírica, o presente estudo apresenta-
se com contributos bastante diversificados. Recorreu-se, deste modo, aos seguintes
instrumentos, para caracterizar cada espaço físico e social:
a) Consulta de fontes documentais, tendo em vista obtenção de elementos de
caracterização local, que permitissem contextualizar e melhor compreender as
dinâmicas existentes, problemas detectados e o contexto sócio-económico-
político-histórico, tais como: Diagnóstico Social da Rede Social de Évora de 2003,
o Plano de Desenvolvimento Social de Évora de 2004, Plano Nacional de Acção
para a Inclusão, entre outros;
b) Consulta de dados estatísticos existentes disponíveis no Instituto Nacional de
Estatística;
c) Recolha e compilação de vários documentos escritos (relatórios, dados,
levantamentos ou análises sócio-demográficas e urbanísticas) cedidas,
principalmente pelo Departamento do Centro Histórico, Património e Cultura –
Câmara Municipal de Évora;
d) Conversas informais com informadores privilegiados da comunidade; tais como
os presidentes das Juntas de Freguesia e técnicos que intervinham na área em
análise.
Depois de uma primeira fase de contextualização, passou-se para um segundo momento
a construção de questionários a serem aplicados quer à população, quer às intuições
sociais que providenciam apoios socais à comunidade intramuros e que fazem parte da
Comissão Social Interfreguesias do Centro Histórico de Évora. Face ao número de famílias
residentes no Centro Histórico cerca de 2647 (INE, 2001), e ao número dos recursos
humanos disponíveis recorreram-se a amostras aleatórias simples em cada freguesia,
sendo que os meios de recolha foi o chamado “questionário porta-a-porta”, e apenas era
inquirida uma pessoa por agregado familiar. O que contribuiu para uma melhor percepção
territorial, dos espaços habitacionais e comerciais existentes.
6
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O Instituto Nacional de Estatística define como família clássica residente o conjunto de
pessoas que residem no mesmo alojamento e que têm relações de parentesco; qualquer
7. Diagnóstico Social das Freguesias do Centro Histórico – Évora 2007
pessoa independente que ocupa uma parte ou a totalidade de uma unidade de alojamento
e as empregadas domésticas residentes no alojamento onde prestavam serviço.
Freguesia Famílias Amostra Amostra
Residentes Valores Absolutos Percentagem
Santo Antão 685 205 30%
São Mamede 1018 211 20%
Sé/São Pedro 944 112 12%
Total Centro Histórico 2647 528 17%
Em Ciências Sociais define-se que uma amostra representativa de um universo de valor
considerável deve fica situada no mínimo entre os 15% e os 30%, sendo preferencial a
aproximação dos 30% do universo (Duarte, 2005). Atendendo-se a estes valores, na
freguesia da Se/São Pedro não se conseguiu concretizar uma amostra representativa,
devido às limitações temporais.
Estes questionários tiveram por objectivos:
- Conhecer a comunidade intramuros, analisando o seu contexto social, económico,
cultural e ambiental;
- Conhecer a qualidade de vidas dos habitantes locais,
- Identificar problemas existentes e as necessidades percepcionadas pela comunidade;
- Clarificar os recursos e forças existentes na comunidade intramuros
- Apontar para possíveis prioridades de intervenção;
- Proporcionar um quadro referencial.
E atenderam aos seguintes vectores de análise:
- Análise sócio-histórica e demográfica do meio;
- Análise dos recursos do meio;
- Análise condições habitacionais;
- Análise das redes de solidariedade locais;
- Análise dos valores culturais;
- Análise dos problemas sociais na comunidade.
Pode-se afirmar que, os questionários utilizados foram sendo aperfeiçoados ao longo do
contacto com a população, procurando ser um instrumento aberto e dinâmico ao longo da
análise, para que permitissem uma maior compreensão da realidade e da comunidade que
se encontrava a ser analisada.
Limitações do Diagnóstico Social
Este estudo apresenta limitações que não permitiram o aprofundamento de algumas
questões que serão apresentadas. Entre as limitações identifica-se: o facto de ser um
estudo que se debruça nas características generalistas dos agregados residentes no
Centro Histórico, não houve a análise da vertente mais pública deste território como a
convergência dos serviços, comércio e parque habitacional, portanto privada; o facto de
este diagnóstico ter sido construído num espaço de nove meses e a equipa que tratou da
recolha de dados só esteve disponível em horário laboral, das 9h às 20h; no que concerne
7
aos questionários às instituições presentes na comunidade foram poucos os que
Página
devolvidos. O que não tornou possível a auscultação das entidades presentes sobre esta
comunidade, no presente estudo.
8. Diagnóstico Social das Freguesias do Centro Histórico – Évora 2007
8
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BREVE CARACTERIZAÇÃO DO CONCELHO DE ÉVORA
9. Diagnóstico Social das Freguesias do Centro Histórico – Évora 2007
“A cidade de Évora é testemunha de um passado irrequieto, marcado pela presença de povos
e culturas distintas. Évora é uma cidade notável destes períodos remotos da Península Ibérica”.
(Silva et all: 1998)
No estudo aqui apresentado, e apesar de se pretender somente reflectir sobre o Centro
Histórico de Évora, julgou-se ser importante fazer uma breve caracterização da cidade de
Évora, para que se contextualize a realidade envolvente da qual o Centro Histórico
constitui vital parte.
No coração do Alentejo, o concelho de Évora tem a área de 1 308,25 km² (Ficha de
Caracterização Concelhia 1999:207), sendo a sede de um dos maiores municípios de
Portugal, com a configuração mais ou menos circular, com um raio aproximado de 20
quilómetros. Évora situa-se no meio da planície alentejana, a uma altitude média 240
metros.
O município é limitado a norte pelo município de Arraiolos, a nordeste por Estremoz, a
leste pelo Redondo, a sueste por Reguengos de Monsaraz, a sul por Portel, a sudoeste
por Viana do Alentejo e a oeste por Montemor-o-Novo. Situando-se junto do eixo Lisboa -
Madrid. Localizada no ponto de encontro de três grandes bacias hidrográficas – Tejo,
Sado, Guadiana.
Évora é descrita como sendo uma planície docemente ondulada, com uma paisagem
aberta, clima mediterrâneo, suavizado pela influência atlântica. “Évora cidade – museu,
assim classificada por artistas, arqueólogos e escritores, não desmereceu do cognome,
que só aparentemente consagra uma imobilidade estética, de certo modo presa a sombras
tradicionais e tutelares das suas características e origens monumentais, mas que a
dinâmica cultural em vivência, actualidade e cosmopolitismo relegou para a magia
contemplativa da Antiguidade. Évora é uma cidade viva, relativamente pequena (…), mas
de um humanismo e pitoresco inimitáveis, sobretudo no Centro histórico, medalhado em
1982 pela Fundação F.V.S., de Hamburgo, e de valor artístico europeu reconhecido pela
UNESCO” (Roteiro: 2000/2001, 13).
A história de Évora está intrinsecamente ligada à história de Portugal e é uma das grandes
embaixadoras da identidade do povo alentejano e de Portugal, através do turismo dá a
conhecer os costumes, as artes, a gastronomia, etc., projectando uma ideia de romantismo
e de pacatez.
A cidade Évora é o principal pólo regional de comércio e serviços, evidenciando-se nos
últimos anos o turismo como um sector em franco crescimento. Sendo o maior centro
urbano do Alentejo com total de 55 619 habitantes (Anuário Estatístico da Região do
Alentejo, 2004:71), encontra-se subdividido em 19 freguesias. E apesar de ter passado por
períodos de diminuição de população, Évora entre 1991 e 2001 apresentou um
crescimento efectivo de população como se poderá verificar no Quadro A.
Quadro A
Ano 1911 1940 1960 1970 1981 1991 2001
População 14 108 22 174 28 652 28 190 14 851 38 094 58 564
Fonte: INE, Censos 2001
Para Silva et all (1998:267) dois factores que contribuíram para modificar o panorama
socioeconómico de Évora: a dinâmica ganha pela Universidade local e a projecção
9
decorrente da classificação da cidade como Património da Humanidade pela UNESCO.
Página
Segundo estes autores, a presença da Universidade permitiu inverter o processo de
envelhecimento da população eborense. É um rejuvenescimento parcial, na medida em
10. Diagnóstico Social das Freguesias do Centro Histórico – Évora 2007
que os jovens não se irão, em geral, fixar na cidade ou no concelho, uma vez diplomados.
Contudo, quando partirem serão substituídos por outros, e graças a esta população
flutuante Évora ganhou uma outra animação. É o aluguer de quartos e casas, é um maior
movimento nos cafés, restaurantes e estabelecimentos similares, e sobretudo, uma vida
cultural e também nocturna com características muito diferentes das tradicionais.
Apesar deste cenário em que se aponta para um crescimento efectivo da população Évora
vive uma dicotomia, se por um lado tem vindo manifestar um crescimento populacional
efectivo, por outro lado o Centro Histórico desta cidade tem perdido população a um ritmo
acentuado. Tal, como demonstrado no seguinte Quadro B e Gráfico 1.
Quadro B
Evolução da População Residente
1911 1940 1960 1970 1980 1990 2000
CHE 14074 18559 15696 12696 10783 7842 5661
CEM 34 3615 12956 15494 4068 30252 41970
Fonte: Mourão, Susana – C.M.E. (2001:s/p)
Gráfico 1
Evolução da População Residente
60000
50000
40000
CEM
30000
CHE
20000
10000
0
1911 1940 1960 1970 1980 1990 2000
Fonte: Mourão, Susana – C.M.E. (2001:s/p)
Efectivamente, os dados apontam para uma perda de população no Centro Histórico de
Évora (CHE) em benefício da Cidade Extra Muros (CEM), segundo um estudo realizado
pelo Departamento do Centro Histórico e Património da Câmara Municipal de Évora
(Oliveira et all: 2003:3), as causas deste fenómeno demográfico devem-se sobretudo ao
aparecimento de núcleos urbanos fora das muralhas e um centro histórico superpovoado
levou os moradores do Centro Histórico à procura de habitações nestes novos espaços. O
que se traduziu num primeiro momento num equilíbrio entre espaço residencial/população,
mas que depois originou um profundo desequilíbrio, perdendo o centro da cidade
vitalidade. O que segundo os autores deste mesmo estudo “levou a uma rotura
demográfica, dos 20 000 habitantes em 1940, restam pouco mais de ¼” (Ibidem).
Comparativamente à densidade populacional verifica-se que embora afastado da média
10
nacional, o distrito de Évora se encontra ligeiramente abaixo dos valores apresentados
pela região do Alentejo, tal como demonstra Gráfico 2.
Página
11. Diagnóstico Social das Freguesias do Centro Histórico – Évora 2007
Gráfico 2
Densidade Populacional
150 113,92
100
Hab/Km2
50 24,38 23,11
0
Portugal 1
Alentejo Distrito Évora
Fonte: INE, O País em Números, 2004
No que concerne à distribuição etária, Gráfico 3, verifica-se que a Évora apresenta os
seguintes valores: 15% da população apresenta idades compreendidas entre os 0-14
anos, 12% da população encontra-se entre os 15-24 anos e grande maioria 73% da
população tem idades superiores aos 24 anos. O que demonstra uma população
maioritariamente com idade adulta.
Gráfico 3
Distribuição Etária
50000
40000
30000
20000
10000
0
0-14 Anos 15-24 Anos <24 Anos
Fonte: Anuário Estatístico da Região Alentejo, 2004
Quanto aos indicadores sociais, o concelho, no ano lectivo 2004/2005, encontravam-se
cerca de 67 instituições de ensino, Gráfico 4, sendo que ao nível do ensino pré-escolar 19
estabelecimentos pertencem ao ensino privado e 13 ao ensino público, ao nível do ensino
básico 1 estabelecimento pertence ao ensino privado e 26 ao ensino público, pertencendo
todos os outros níveis ao ensino público.
11
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12. Diagnóstico Social das Freguesias do Centro Histórico – Évora 2007
Gráfico 4
Estabelecimentos de Ensino
3 3 2
32
27
Educação Pré-escolar Ensino Básico Ensino Secundário
Escolas Profissionais Ensino Superior
Fonte: Anuário Estatístico da Região Alentejo, 2004
Nos indicadores de saúde, Évora em 2004 apresentava valores acima da média nacional,
no que respeita a enfermeiros, médicos e farmácias por habitante. Tal como demonstrado
no Gráfico 5.
Gráfico 5
Indicadores de Saúde
9,9
10
8
6 4,4
4,2
4 3,4 3,3
2 1,7
0,3 0,4 0,4
0
Enfermeiros por Médicos por Farmácias e
1000 Habit. 1000 Habit. postos de med.
1000 Habt.
Portugal Alentejo Évora
Fonte: Anuário Estatístico da Região Alentejo, 2004
Ao nível da protecção social, e no que toca mais exactamente ao número de pensionistas
e subsidiários no final do ano de 2004, esta cidade apresentava os valores apresentados
no Quadro C.
12
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13. Diagnóstico Social das Freguesias do Centro Histórico – Évora 2007
Quadro C
Protecção Social
Pensionista Invalidez 2091
Pensionista Velhice 9692
Pensionista Sobrevivência 3418
Pensionista 15201
Beneficiário da prestação de desemprego 1727
Abono de família a crianças e jovens 2561
Subsídio por assistência à terceira pessoa 26
Subsídio Mensal vitalício 9
Subsídio funeral 11
Subsídio por doença 2314
Subsídio Maternidade 348
Subsídio de Paternidade 148
Fonte: Anuário Estatístico da Região Alentejo, 2004
Tendo o Distrito de Évora em 2003, uma totalidade 36 equipamentos sociais, segundo a
Carta de Equipamentos e Serviços de Apoio à População – 2002, sendo estes 8 Creches,
12 Centros de Dia e 16 Lares.
No que se refere à educação, mais propriamente ao analfabetismo, Évora apresenta uma
taxa elevada quando comparada com o Alentejo e Portugal, tal como demonstrado no
seguinte gráfico.
Gráfico 6
Taxa de Analfabetismo - 2001
20 15,9
14,8
15
9 Portugal
10 Alentejo
Évora
5
0
Analfabetos
Fonte: INE, O País em Números
Quanto às freguesias do Centro Histórico, em análise – Sé/São Pedro, St. Antão e São
Mamede, três das dezanove freguesias do concelho de Évora, caracteristicamente
urbanas, cingem em si importantes serviços para toda a população eborense, podendo
intitular-se as artérias principais do concelho. Representando no seu conjunto cerca de 9%
da população eborense.
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14. Diagnóstico Social das Freguesias do Centro Histórico – Évora 2007
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SANTO ANTÃO
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15. Diagnóstico Social das Freguesias do Centro Histórico – Évora 2007
A Freguesia de Santo Antão é uma das freguesias urbanas de Évora, sendo a mais
pequena deste Concelho, e consequentemente do Centro Histórico, ocupa uma área
geográfica de cerca de 0,27 Km2 e os limites do seu território entre a Rua dos Mercadores
e a Rua José Elias Garcia. Tem como património a Igreja de Santo Antão, a Fonte
Henriquina, o Convento de Santa Clara, o Teatro Garcia de Resende e o Convento do
Calvário. É, também, nesta freguesia que se situa a famosa Praça do Giraldo, que ainda
hoje serve de ponto da sociedade eborense.
Freguesia de Santo Antão
A Freguesia de Santo Antão corresponde à área sombreada da imagem.
Fonte: Departamento do Centro Histórico Património e Cultura – C.M.E.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística em 2001, St. Antão apresentava cerca de 1473
habitantes residentes, sendo que 58% são mulheres e 42% são homens, uma densidade
populacional de 5462,8 hab/km2. No que respeita ao edificado apresentava 1020
alojamentos e 697 edifícios, como se poderá verificar pelos dados do Quadro E.
Quadro E
Proporção
N.º Pessoas Famílias de
Residente H M ResidentesAlojamentos Edifícios Reformados
1473 614 859 685 1020 697 38,8%
Fonte: INE 2001
Face ao universo apresentado e às limitações temporais e dos recursos humanos, foi
decidido construir uma amostra da população para a realização de questionários,
efectuando-os “porta-a porta”. Deste modo, os investigadores tiveram a possibilidade de
conhecer melhor a comunidade local e a população.
Resultados dos Questionários:
Quanto à amostra, de um universo de 685 famílias residentes, foram efectuados 205
questionários à população desta freguesia, abrangendo 30% das famílias residentes na
freguesia como comprova o gráfico 1. A recolha de dados foi realizada entre as 9h e as
20h e foram percorridas todas as ruas desta freguesia e inquiridas o máximo de pessoas
possível.
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16. Diagnóstico Social das Freguesias do Centro Histórico – Évora 2007
Gráfico 1
Amostra
Famílias
Residentes
Inquiridas ;
205; 30%
Famílias
Residentes
Não Inquiridas
; 480; 70%
Quanto ao sexo dos inquiridos, maioritariamente foram mulheres, cerca de 147 mulheres e
58 homens, com as percentagens representadas no Gráfico 2.
Gráfico 2
Se xo dos Inquiridos
Masculino
28%
Feminino
72%
A apresentação dos dados será dividida através das várias temáticas abordadas no
questionário: caracterização dos agregados familiares, rendimentos, saúde, mobilidade,
habitação, bens de conforto, a relação face ao Centro Histórico, 3º Idade e, e por fim,
factores de interesse.
Caracterização dos Agregados Familiares:
No que respeita às idades verifica-se, que maioritariamente os agregados familiares são
compostos por adultos, com particular incidência para pessoas nas faixas etárias entre os
31-65 anos e pessoas com idades superiores aos 76 anos de idade, Gráfico 3.
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17. Diagnóstico Social das Freguesias do Centro Histórico – Évora 2007
Gráfico 3
Idades Elementos Agregados Familiares
120 119
100 96
80 79
N Ps o s
73
º es a
60
40
20 15
10
0
0-14 15-18 19-30 31-65 66-75 >76
idade s
O que nos revela uma população particularmente envelhecida, atendendo a que se
juntarmos as pessoas com idades iguais e superiores aos 66 anos, estas tem mais
representatividade que qualquer outro grupo.
Quanto à composição do agregado familiar verificou-se que os núcleos familiares são
superiores ao grupo de indivíduos que vivem sozinhos, ficando em último lugar a
população flutuante composta pelos jovens estudantes universitários que se encontravam
a residir nesta freguesia, Gráfico 4.
Gráfico 4
Distribuição População
Pop. Flutuante
5%
Pessoas
Núcleos
Isoladas
Familiares
40%
55%
Núcleos Familiares Pessoas Isoladas Pop. Flutuante
Os núcleos familiares eram compostos sobretudo por dois elementos, na sua maioria
casais, Gráfico 5.
17
Página
18. Diagnóstico Social das Freguesias do Centro Histórico – Évora 2007
Gráfico 5
Composição do Agregado Familiar
12; 6% 6; 3% 1; 0%
2; 1%
21; 10%
82; 40%
81; 40%
1 2 3 4 5 6 7
Sendo que são as famílias nucleares e os agregados isolados os mais representados,
com cerca de 80% da composição dos agregados familiares nesta freguesia.
No que respeita à escolaridade 36% dos indivíduos que componham o agregado familiar
tinham o 1º ciclo do ensino básico (4º ano), 14% tinha o 3º ensino básico (9º ano) e 12%
não sabiam ler nem escrever, havendo depois distribuição por todos os escalões de
escolaridade, tal como presente no Quadro F.
Quadro F
Escolaridade
Nível de Ensino V.A. %
Não sabe ler/escrever 46 12
Sabe ler e escrever sem possuir qualquer grau 4 1
Ensino Básico 1º 141 36
Ensino Básico 2º 18 5
Ensino Básico 3º 55 14
Ensino Secundário 37 0,9
Ensino Médio 7 2
Bacharelato 4 1
Licenciatura 21 5
Mestrado 3 1
Doutoramento 1 0, 1
Frequentam Universidade 40 10
Frequentam Escola 15 4
Podemos concluir que a amostra caracteriza-se pelas baixas qualificações escolares,
consequência directa desta ser uma população envelhecida com vivências de uma
época em que a escolaridade não era obrigatória nem tinha importância maior.
Contudo, salienta-se a elevada percentagem de analfabetos.
18
Relativamente às categorias profissionais com maior representatividade são: os
trabalhadores não qualificados com 49%, os estudantes com 17% e pessoal dos serviços
Página
ou vendedores com 13%, as restantes categorias também se encontram presentes nesta
freguesia embora em número bastante inferior, Quadro G. Neste item também foram
19. Diagnóstico Social das Freguesias do Centro Histórico – Évora 2007
válidas as profissões dos pensionistas, uma vez que nos permitiam confirmar indicadores
com rendimentos, idades e escolaridade.
Quadro G
Categoria Profissional V.A. %
Membros Forças Armadas 7 2
Quadros Superiores da Administração Pública 1 0
Especialistas das profissões intelectuais e científicas 30 8
Técnicos e profissionais de nível intermédio 3 1
Pessoal administrativo e similares 33 8
Pessoal dos serviços e vendedores 49 13
Agricultores e trabalhadores qualificados da agricultura e 1
pescas 2
Operários, artífices e trabalhadores similares 5 1
Operadores de instalações e máquinas e trabalhadores da 1
montagem 4
Trabalhadores não qualificados 193 48
Estudantes 65 17
A baixa qualidade de mão-de-obra, encontra-se igualmente relacionada com o facto
de esta ser uma população envelhecida com baixas qualificações escolares, e o
mercado de trabalho não se encontrava tão desenvolvido ao nível da especialização.
Quanto à situação profissional em que se encontravam os membros do agregado familiar
verificou-se que 52%; 27% mantinham-se activos, 16% inactivos e aqui incluíram-se
principalmente donas de casa restando 5% da população que se encontrava
desempregada, Gráfico 6.
Gráfico 6
Situação Profissional
Activos
27%
Des empregad Reformados
os 52%
5% Inactivos
16%
Mais de metade dos elementos do agregado familiar encontrava-se na reforma, o
19
que não é surpresa com as idades médias apresentadas nesta amostra.
Página
20. Diagnóstico Social das Freguesias do Centro Histórico – Évora 2007
No que concerne à naturalidade dos elementos dos agregados, 322 pessoas, nasceram no
Distrito de Évora, representando 81% da amostra, os restantes encontram-se divididos
entre o Baixo Alentejo com 34 pessoas, Alto Alentejo com 5 pessoas, Centro com 3
indivíduos, Sul com 2 pessoas, Norte 5 pessoas, das Ilhas 2 pessoas e do estrangeiro que
surpreendentemente tem representatividade com cerca de 19 pessoas, Gráfico 7. Este
grupo de estrangeiros são sobretudo adultos, vivem em pequenos núcleos familiares com
laços de consanguinidade ou não, activos, exercendo funções em serviços, ou enquanto
operários ou trabalhadores não qualificados.
Gráfico 7
Naturalidade
1% 1% 5%
1%
1%
1%
9%
81%
Évora Baixo Alentejo Alto Alentejo Centro
Sul Norte Ilhas Estrangeiro
Rendimentos
Quando inquiridos sobre as fontes de rendimento a maioria afirmou que vivia das suas
pensões/reformas (56%). A segunda fonte de rendimento com maior representatividade é
o salário (26%), logo seguido pelo auxílio de terceiros (13%) e aqui encontram-se
representados fundamentalmente os estudantes que subsistem devido ao apoio dos seus
pais. O subsídio de desemprego ficou em quarto lugar (2%), seguido com igual
representatividade (1%) de negócios próprios, Rendimento Social de Inserção e outras
formas de rendimento, Gráfico 8.
Gráfico 8
Fontes de Rendimento
13% 1%
1%
2% 26%
1%
56%
Salário Negócio Próprio Pensão/Reforma
Subsídio Desemprego Auxílio de 3ºs RSI
Outro
20
Página
Sem surpresas face às idades dos agregados familiares inquiridos, a fonte de
rendimentos advém principalmente das pensões/reformas.
21. Diagnóstico Social das Freguesias do Centro Histórico – Évora 2007
No que respeita aos rendimentos médios do agregado familiar 80 pessoas (20%)
atestaram receber valores inferiores a 250 € e as restantes 102 pessoas (27%) indicaram
usufruir de valores entre os 251€ e 400€. O segundo grupo com maior representatividade
(20%) apresenta valores superiores a 1200€. No terceiro grupo encontram-se pessoas
com rendimentos entre os 601€ e os 800€ (13%). Sendo seguidos de perto pelo grupo de
pessoas que apontam possuir entre os 401€ e 600€ (11%), havendo ainda outros escalões
intermédios destes valores, tal como demonstrado no Gráfico 9.
Gráfico 9
Rendimento Médio Agregado Familiar
20% 20%
6%
3%
27%
13%
11%
<250 250-400 401-600 601-800 801-1000 1001-1200 >1200
Maior área de gastos é a saúde, dado que não é surpreendente articulando-se as idades
dos inquiridos e a necessidade de maiores cuidados médicos.
Relativamente aos gastos do orçamento familiar a maioria, 55%, dos inquiridos indicaram
ser a saúde a área com maior peso para as suas famílias, seguido da alimentação 33%, a
renda/empréstimos com 9% e finalmente a educação com 3%, Gráfico 10.
Gráfico 10
Área Maiores Gastos Agregados Familiares
67; 33%
113; 55%
7; 3%
18; 9%
Alimentação Educação Renda/Empréstimo Saúde
Podendo-se concluir que cerca de 50% recebe da amostra recebe menos de um
salário mínimo nacional o que revela agregados familiares de baixos recursos.
21
Página
No que respeita a prestações sociais, entendendo-se por estes apoios os complementares
à pensão sob forma pecuniárias de prestações. Dos inquiridos 92% das pessoas
22. Diagnóstico Social das Freguesias do Centro Histórico – Évora 2007
afirmaram não ter qualquer tipo de apoios, 7% atestaram usufruir do Cartão do Munícipe
Idoso, 1% asseveraram receber o Complemento Solidário para Idosos e 1 pessoa recebia
apoio da antiga entidade patronal, não tendo representatividade percentual. Através do
Gráfico 11 consegue-se verificar os valores absolutos.
Gráfico 11
Prestações Sociais
200 187
150
Nº 100
50
15
2 1
0
Cartão Idoso C.S.I. Entidade Não tem
Patronal
Na amostra constituída o apoio da Câmara Municipal de Évora, através do Cartão do
Munícipe Idoso, é superior aos apoios complementares concedidos pela Segurança
Social, por exemplo o Complemento Solidário para Idosos.
Relativamente a apoios institucionais, e entendem-se por estes respostas sociais como
apoio domiciliário, apoio alimentar e apoio da acção social directo das diversas entidades
existentes. Dos inquiridos 91% afirmaram não tem qualquer tipo de apoio, sendo que os
restantes 9% afirmaram receber apoios de diversas entidades, encontrando-se repartidos
pelas seguintes entidades: Cáritas 5%, Santa Casa da Misericórdia 2%, Fundação Alentejo
Terra Mãe/ Associação Pão e Paz (F.A.T.M.) 1% e Câmara Municipal de Évora/Junta de
Freguesia 1%. Tal como se verifica no Gráfico 12.
Gráfico 12
Apoios Institucionais
200 187
150
100
50
10 4 2 2
0
M. . ta s
rita
s
sa .M un oi o
.T ./J ap
Cá . Ca F.A .E em
St M
C. ot
Nã
22
Página
23. Diagnóstico Social das Freguesias do Centro Histórico – Évora 2007
Somente nesta freguesia a Fundação Alentejo Terra Mãe/Associação Pão e Paz
apareceu como entidade que presta apoio alimentar aos inquiridos, apoio
completamente gratuito. O que para pessoas que vivem de parcos rendimentos é um
enorme auxílio.
Saúde
Quanto à saúde 88% dos inquiridos asseveraram ter médico de família e 12% afirmaram
não ter, este último grupo associado à população universitária e a novos residentes que
não regularizaram a sua situação nos serviços de saúde, Gráfico 13.
Gráfico 13
Médico Família
180
200
150
Nº Pessoas 100
25
50
0
Sim Não
Não foi detectado qualquer problema no que se refere ao acesso dos serviços de
saúde, nesta freguesia.
No que concerne a gastos com medicamentos dos inquiridos 49 pessoas responderam
não ter (25%), 27 não sabem quanto gastam (13%), contudo, 110 pessoas afirmam ter
gastos até 150€ mensais (54%), como se poderá verificar Gráfico 14.
Gráfico 14
Gastos em Medicamentos
50 49
46 46
40
30 27
Nº
20 18
11
10
3 3 2
0
<50 51-100 101- 151- 201- 251- >300 Não Não
150 200 250 300 Sabe tem
23
gastos
Página
24. Diagnóstico Social das Freguesias do Centro Histórico – Évora 2007
Mesmo com baixos recursos económicos, mais de metade dos inquiridos tem gastos
até 150€ mensais, o que representa uma enorme despesa para esta população.
No que se refere a doenças crónicas, e aqui ressalva-se o facto de se ter questionado aos
inquiridos se tinham ou não alguma doença crónica, cerca de 137 pessoas responderam
não padecer de alguma doença crónica. No entanto, 68 pessoas atestaram sofrer de
várias doenças, sobretudo diabetes, Gráfico 15.
Gráfico15
Doenças Crónicas
Diabetes Bronquite Cardíaca Asma Artroses
Depressões Parkinson Alzhameir Outras
26%
48%
3%
4%
1% 9% 4%
1%
4%
No que respeita a incapacidades gerais, 117 (57%) pessoas afirmaram não sentir qualquer
dificuldade ou incapacidade, todavia 88 (43%) asseguraram: ter dificuldade em transpor
lanços de escadas (56 pessoas), dificuldade de locomoção (16 pessoas), necessidade de
dispositivos de compensação (12 pessoas), e (4 pessoas) sofrem de outras incapacidades,
tais como auditivas e visuais. Como demonstrado no Gráfico 16.
Gráfico 16
Incapacidades Gerais
5% 18%
14%
63%
Incapacidade Locomoção Dificuldades Transpor lanços Escadas
Dispositivos de compensação Outras Incapacidades
24
Página
25. Diagnóstico Social das Freguesias do Centro Histórico – Évora 2007
Dos inquiridos 43% apresentavam algumas incapacidades, principalmente, dificuldade
de transpor lanços de escadas e incapacidades locomoção. Estas incapacidades estão
relacionadas com as idades dos inquiridos e o consequente aumento do grau de
dependência.
Mobilidade urbana
Quanto à mobilidade a maioria dos inquiridos (53%) responderam não ter automóvel, em
oposição a 47% que afirmaram ter automóveis, como se poderá verificar no Gráfico 17.
Gráfico 17
Número Automóveis
57; 28%
109; 53%
39; 19%
1 Automóvel 2 Automóvel Não tem
Relativamente ao meio de transporte utilizado na cidade intramuros, Gráfico 18, 60%
declararam andar a pé, 25% utilizam os transportes públicos e 15% utilizam os próprios
automóveis ou algumas das vezes são os filhos que transportam os pais, situações que se
encontra relacionada com problemas de saúde e dificuldade de deslocação mesmo a pé.
Gráfico 18
Meio Transporte Utilizado
31; 15%
51; 25%
123; 60%
Automóvel Autocarros Pé
Podemos afirmar que os inquiridos apresentaram hábitos saudáveis e positivos para o
ambiente, pois as formas de locomoção privilegiadas são as deslocações a pé e os
transportes públicos.
25
Página
Habitação
26. Diagnóstico Social das Freguesias do Centro Histórico – Évora 2007
Quanto à função da habitação encontra-se distribuída entre habitação permanente e
segunda habitação, esta última profundamente relacionada com as deslocações de
estudantes que arrendam casas perto da universidade, uma vez que o endereço oficial
destes jovens continua a ser a casa dos seus pais. Maioritariamente, as casas tinham por
função serem permanentes, Gráfico 19.
Gráfico 19
Função Habitação
16; 8%
189; 92%
Segunda Habitação Habitação Permanente
Quanto ao vínculo contratual da habitação, em larga escala as casas são arrendadas 69%,
seguindo a situação de casa própria 30%, e a habitação cedida cerca de 1%.Esta última
associada a questões familiares em que um membro da família disponibiliza sua habitação
para usufruto de um outro familiar, Gráfico 20.
Gráfico 20
Tipo de Vínculo à Habitação
2; 1%
61; 30%
142; 69%
Própria Arrendada Cedida
A maioria dos inquiridos era arrendatária.
Entre os indivíduos em situação de arrendatários verificou-se que quanto ao contrato
propriamente dito, Gráfico 21, 71% dos casos afirmavam ter contratos ilimitados, seguido
pelos indivíduos que afirmavam não ter contrato mas terem recibos e por aqueles que
asseveravam não ter, nem contrato nem recibos, ambos com 13%. Verificou-se que 3%
dos inquiridos, não sabia qual tipo de contrato que tinham estabelecido. A situação de não
26
existência de contrato ou recibos tinha particular incidência na população universitária.
Página
27. Diagnóstico Social das Freguesias do Centro Histórico – Évora 2007
Gráfico 21
Tipo de Contrato
4; 3% 18; 13%
18; 13%
102; 71%
Sem Contrato/Sem Recibo Sem Contrato/Com Recibo
Contrato Ilimitado Não sabe
Quanto aos anos de celebração de contrato verificou-se que 63% dos casos eram
contratos com mais de vinte anos, havendo ainda um valor considerável, 21%, de
contratos com menos de cinco anos. Tal como demonstrado Gráfico 22.
Gráfico 22
Anos de Contrato
3; 1%
44; 21%
58; 28%
33; 16%
67; 34%
<5 6-20 21-40 41-60 >60
No que toca ao valor da renda verificou-se que, 53% da população paga menos de 100€,
associado a contratos mais antigos. Por sua vez no outro extremo, mas também com
alguma representatividade, 29% têm rendas entre os 301€ e 350€. Encontrando-se entre
estes extremos valores intermédios como se poderá verificar através do Gráfico 23.
27
Página
28. Diagnóstico Social das Freguesias do Centro Histórico – Évora 2007
Gráfico 23
Valor Renda
<50 51-100 101-150 151-200 201-250 251-300 301-350
41; 29%
50; 35%
4; 3%
7; 5% 26; 18%
3; 2%
11; 8%
Concluindo-se que, as rendas baixo valor estão associadas a vínculos contratuais
antigos, sob a forma de contratos ilimitados e as rendas de elevado valor estão
associadas a vínculos contratuais mais recentes sob a forma de vínculos sem
contrato e sem recibos, maioritariamente.
Bens de Conforto
No que se refere a bens de conforto, todos os inquiridos afirmaram ter fogão, frigorífico e
televisor. No que toca a esquentador 7 afirmaram não ter, 10 asseveraram não ter
máquina de lavar roupa e 6 declararam não ter telefone fixo ou móvel. Quanto ao
computador cerca de 50 pessoas afirmaram não ter, Gráfico 24.
Gráfico 24
Bens de Conforto
250
200
150
Nº Pessoas
100
50
0
r r r
ão do va fone Tv frico ado
Fog nta . La le ri ut
e
aq Te go mp
qu Fi
Es M Co
Bens
Relativamente a condições de conforto e salubridade constatou-se que todos os inquiridos
afirmaram ter água canalizada, saneamento básico e electricidade. Contudo, 13 pessoas
afirmaram não ter casa de banho completa, apontando para a falta de uma banheira ou
duche, e 9 pessoas afirmaram não ter cozinha completa, nem as mínimas condições para
28
cozinhar, Gráfico 25.
Página
29. Diagnóstico Social das Freguesias do Centro Histórico – Évora 2007
Gráfico 25
Condições de Conforto e Salubridade
205
200
Nº Pessoas 195
190
185
a
al
o
de
co
ad
nh
on
da
si
iz
Ba
ci
Bá
al
ci
ra
t ri
an
de
to
pe
ec
C
en
a
O
El
as
ua
am
ha
C
Ág
in
ne
oz
Sa
C
Quanto às patologias no edifício, e aqui foi questionado se os inquiridos identificavam
problemas ao nível da água canalizada, saneamento básico, electricidade, estrutura ou
outros. Dos inquiridos 78%, afirmaram ter a casa não identificar qualquer problema de
relevante importância, todavia 22% apontaram ter problemas de conservação, entre os
quais problemas de salitre, degradação da casa, caixilharia, etc., Gráfico 26.
Gráfico 26
Patologias no Edifício
46; 22%
159; 78%
Sim Não
Relação com Centro Histórico
No que se refere à relação dos inquiridos com Centro Histórico, foram aplicadas uma série
de questões que permitiram ver a identificação dos residentes com este território, as redes
de solidariedades locais e as necessidades, potencialidades deste, de acordo com a
opinião da própria população, a identificação dos problemas sociais e possíveis respostas.
Assim, relativamente ao prazer de viver no Centro Histórico de Évora 89% dos inquiridos
afirmou ter gosto em viver neste local e, apenas, 11% atestou que não gostava, Gráfico 27.
29
Página
30. Diagnóstico Social das Freguesias do Centro Histórico – Évora 2007
Gráfico 27
Prazer em Viver no Centro Histórico
23; 11%
182; 89%
Sim Não
Pela forma como os inquiridos respondiam a esta questão de gostarem ou não de morar
no Centro Histórico de Évora muito reactiva e defensiva, podemos aferir que há um
sentimento de orgulho e de pertença associado a este espaço.
Dos 23 inquiridos que asseveraram não gostar de viver no Centro Histórico, 13%
gostariam apenas de mudar de residência, mas não deixariam o Centro Histórico e 87%
prefeririam ir viver para fora dos muros, Gráfico 28. Não se conseguindo aferir as causas
desta possível mudança.
Gráfico 28
Local da Mudança
3; 13%
20; 87%
Fora Muros Cidade
Relativamente aos principais problemas sociais apontados da população da freguesia, os
inquiridos responderam principalmente pobreza (31%), depois degradação habitacional
(18%) e o isolamento/abandono particularmente face aos idosos (14%), entre outras
problemáticas como se poderá verificar no Quadro H.
30
Página
31. Diagnóstico Social das Freguesias do Centro Histórico – Évora 2007
Quadro H
Problemáticas Apontadas Nº %
Pobreza 93 31
Isolamento/Abandono 42 14
Doença 32 11
Degradação Habitacional 53 18
Desemprego 32 11
Especulação Imobiliária 1 0,001
Toxicodependência 9 0,3
Violência Doméstica 5 0,2
Envelhecimento População 6 0,2
Maltrato 1 0,001
Alcoolismo 8 0,3
Famílias Disfuncionais 3 0,1
Desertificação 3 0,1
Exclusão Social 4 0,1
Baixa Qualificação Escolar 3 0,1
Mendicidade 1 0,001
Foram identificados como principais problemas da população de Santo Antão, por
ordem decrescente: a pobreza, a degradação habitacional, isolamento/abandono dos
idosos, doença e o desemprego.
Quanto aos equipamentos sociais 69% dos inquiridos acharam que eram insuficientes face
as necessidades da população, 14% admitiram ser suficientes aqueles que já existem, em
igual percentagem ficaram aqueles que não sabiam responder e 3% acharam que aqueles
que existem eram demasiados face às necessidades, Gráfico 29.
Gráfico 29
Equipamentos Sociais
28; 14% 7; 3% 28; 14%
142; 69%
Demais Suficientes Insuficientes Não Sabe
Daqueles que responderem ser insuficientes os equipamentos existentes, 80% apontaram
para a necessidade de haver mais apoio à população envelhecida, particularmente, mais
lares, apoio domiciliário, centros de convívio; 13% aludiram não saber o que fazia
exactamente falta; 5% indicaram a falta de equipamentos na área de infância e de apoio à
população envelhecida e 2% apontaram apenas para a infância, Gráfico 30.
31
Página
32. Diagnóstico Social das Freguesias do Centro Histórico – Évora 2007
Gráfico 30
Áreas Necessidade Equipamentos Sociais
10; 5% 27; 13%
5; 2%
163; 80%
3º Idade Infância Infância e 3º Idade Não Sabe
Quanto aos equipamentos sociais houve uma clara manifestação de maior
necessidade destes, sendo os equipamentos de apoio à população envelhecida os
mais indicados como necessários.
No que toca às redes de apoio em situações de emergência ou necessidade, Gráfico 31,
64% dos inquiridos afirmaram procurar a família, 16% socorrem-se dos vizinhos, 16%
procuram instituições e 4% pedem apoio a amigos.
Gráfico 31
Rede Apoio
9; 4%
32; 16%
32; 16%
132; 64%
Amigos Vizinhos Instituições Famílias
Nesta freguesia verificou-se que é a que mais se socorre das instituições em casos de
emergência, o que é indicador de isolamento social.
Quanto à participação em eventos, 66% das pessoas responderam não participar em
qualquer evento, 29% participam em cultos religiosos, 3% participam nos eventos que a
32
Junta de Freguesia organiza, principalmente nos passeios que promove e 3% participa em
festas da freguesia, Gráfico 32.
Página
33. Diagnóstico Social das Freguesias do Centro Histórico – Évora 2007
Gráfico 32
Participação em Eventos
60; 29%
6; 3%
135; 66%
4; 2%
Cultos Religiosos Eventos Junta de Freguesia
Festas das Freguesias Não Participa em nenhum evento
Mesmo, quando questionados se tem alguma participação enquanto sócios de
associações, colectividades ou outros, 85% afirma não pertencer a qualquer colectividade
ou associação, e apenas 15% afirma ser sócio de alguma entidade, Gráfico 33.
Gráfico 33
Participação enquanto Sócios
31; 15%
174; 85%
Sócio Não Sócio
A maioria dos inquiridos não participa em qualquer evento, o que revela que há
muito pouca dinâmica social, cultural ou associativa nesta população.
Relativamente ao local onde normalmente efectuam compras, Gráfico 34, 50% afirmou ir
apenas às grandes superfícies, 33% declarou comprar quer no comércio tradicional, quer
nas grandes superfícies, alguns destes casos mesmo quando as pessoas não se
conseguem deslocar aos grandes supermercados é a família que lhe faz as compras. E
17% apenas efectuam compras no comércio tradicional, questão também associada à
dificuldade mobilidade que a pessoa tem e eventualmente, ao não apoio da família.
33
Página
34. Diagnóstico Social das Freguesias do Centro Histórico – Évora 2007
Gráfico 34
Local de Compras
68; 33%
102; 50%
35; 17%
Comércio Tradicional e Grandes Superfícies
Comércio Tradicional
Grandes Superfícies
Quanto à ocupação dos tempos livres, 32% afirmou que aproveita estes tempos para
realizar tarefas domésticas, 19% opta por passear, 15% vê televisão e 10% dedica-se à
realização de trabalhos manuais, Gráfico 35.
Gráfico 35
Ocupação Tempos Livres
4%4% 4%
2% 19%
15%
5%
32%
5% 10%
Passear Cuida Casa Trabalhos Manuais
Apoio Família/Cuida netos Voluntariado Ver Tv
Teatro Ler Internet/Computador
Descansar
Mesmo a ocupação de tempos livres é vivida de forma muito isolada, remetendo quase
na sua totalidade para a esfera privada, indicador de falta de dinâmica social.
No que respeita aos aspectos positivos de morar no Centro Histórico de Évora foram
apontados as seguintes aspectos registados no Quadro I, entre estes destacam-se: a
proximidade dos serviços/comércio, a segurança, vizinhança e a beleza/monumentos.
34
Página
35. Diagnóstico Social das Freguesias do Centro Histórico – Évora 2007
Quadro I
Aspectos Positivos V.A. %
Proximidade Comércio/Serviços 117 39
Vizinhança 23 8
Segurança 57 20
Sossegado 21 7
Beleza/Monumentos 23 8
Deslocações a Pé 10 3
Linha Azul 5 2
Limpeza 11 4
Proximidade Família 3 1
Diversão Nocturna 3 1
Gosta de Tudo 8 3
Não gosta de nada 5 2
Não Sabe 5 2
O factor positivo, mais apontado, de morar no Centro Histórico foi a proximidade do
comércio e serviços, o que deve ser considerado em qualquer exercício de intervenção
e reabilitação deste espaço.
Nos aspectos negativos apontados de relevância verifica-se que, 20% dos inquiridos não
encontraram aspectos negativos, 14% apontaram o estacionamento, 9% a falta de civismo
devido aos dejectos caninos entre outras situações apontadas como se poderá verificar no
Quadro J.
Quadro J
Aspectos Negativos V.A. %
Vizinhança 1 1
Barulho Bares 16 8
Falta de Espaços verdes/Desportivos 8 4
Abandono/Degradação Casas 14 7
Desertificação/Isolamento pessoas e comércio 15 8
Falta de lugares de Estacionamento 26 14
Preços das casas/Especulação Imobiliária 7 4
Más condições Habitacionais 3 2
Falta de civismo/dejectos caninos 18 9
Vandalismo 2 1
Insegurança 11 5
Trânsito 10 5
Calçada 15 8
Falta de Hipermercados 7 4
Não tem aspectos negativos 38 20
35
Página
36. Diagnóstico Social das Freguesias do Centro Histórico – Évora 2007
Embora grande parte dos inquiridos não encontrassem nenhum aspecto negativo de
morar no Centro Histórico, o que demonstra que gostavam de viver neste espaço, de
entre os aspectos apontados encontramos a falta de lugares de estacionamento,
que deve ser um elemento importante na reabilitação deste espaço e falta civismo
dos donos dos cães, que gera sujidade a ponto de incomodar os habitantes desta
freguesia.
Quanto às sugestões de actividades para a Junta de Freguesia, 51% afirmou não ter
nenhuma sugestão, e entre as mais apontadas encontram-se as actividades desportivas e
as actividades para idosos, como se poderá ver Gráfico 36.
Gráfico 36
Sugestões Actividades
34; 17% 41; 20%
5; 2%
20; 10%
105; 51%
Actividades Idosos Associação Moradores Actividades Desportivas
Não Sabe Não sente necessidade
Entre os pedidos endereçados à Junta de Freguesia, que os inquiridos julgavam ser
importantes para melhorarem a sua vida, embora 49% dos inquiridos não lhe ocorresse
nada, entre os que efectivamente tinham pedidos, encontramos pedido de apoio
económico e social 17%, pedido de apoio da conservação das casas 7% e mais
actividades 5%, entre outras que constam no Quadro K.
Quadro K
Pedidos à Junta de Freguesia V.A. %
Não sabe 100 49
Cuidar casas 14 7
Regular bares 4 2
Actividades 10 5
Apoio Social e Económico 34 17
Arranjar calçada 4 2
Segurança 3 1
Regular Trânsito 4 1
Promover Associativismo/Voluntariado 3 1
36
Gosta Atendimento Junta 4 1
Limitações Orçamentais 7 3
Página
Criar Espaços verdes 3 1
Nada 15 7
37. Diagnóstico Social das Freguesias do Centro Histórico – Évora 2007
Embora cerca de metade dos inquiridos não soubessem em que medida é que a
Junta de Freguesia poderia melhorar a sua vida, novo indicador de falta de
participação cívica; o pedido mais frequente é o apoio económico e social, o que
indica vulnerabilidades nestas áreas.
3.ª Idade
Quanto à 3.ª Idade e verificado que grande parte dos inquiridos tinha idades iguais ou
superiores a 65 anos, julgou-se ser importante perceber as dinâmicas desta população em
particular. No que respeita à frequência de equipamentos para a 3.ª Idade, apenas três do
total dos inquiridos se encontravam a frequentar estes equipamentos, Gráfico 37.
Gráfico 37
Frequência Equipamentos 3º Idade
3; 1%
202; 99%
Frequenta Não Frequenta
Quanto a inscrições nestes equipamentos, no total da amostra verificaram-se 12 pessoas
inscritas, Gráfico 38.
Gráfico 38
Inscrições Equipamento 3º Idade
12; 6%
193; 94%
37
Inscrito Não Inscrito
Página
38. Diagnóstico Social das Freguesias do Centro Histórico – Évora 2007
A todas as pessoas que participaram no questionário também lhes foi perguntado se
tinham algum familiar a residir na freguesia, e 31% responderam afirmativamente, Gráfico
39.
Gráfico 39
Família Residente na Freguesia
64; 31%
141; 69%
Residente Não Residente
E quando inquiridos sobre se mantinham contacto com familiares, que poderiam ir para
além dos residentes na freguesia, 10% afirmou não ter qualquer contacto com familiares,
mesmo telefónicos, Gráfico 40.
Gráfico 40
Contactos com Familiares
21; 10%
184; 90%
Não tem Contacto Mantém Contacto
Mais metade dos inquiridos não frequentam e não se encontram inscritos em qualquer
equipamento para a população mais envelhecida e não tem familiares a viver no Centro
Histórico. Sendo que 10% da amostra não têm qualquer contacto com familiares,
mesmo telefónicos.
38
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39. Diagnóstico Social das Freguesias do Centro Histórico – Évora 2007
Factores de Relevante Interesse
Durante o tratamento dos questionários sobressaíram aspectos que mereceram especial
atenção, um destes aspectos foi número de pessoas que viviam sozinhas cerca de 40% da
amostra, 82 indivíduos. Face a este facto decidiu-se aprofundar a análise neste grupo
particular.
Quanto às idades neste grupo de 82 indivíduos, verificamos que a maioria (44%) encontra-
se entre os 71 e os 80 anos, e o segundo maior grupo tem idades compreendidas entre os
81 e 90 anos de idade (28%), Gráfico 41.
Gráfico 41
Idades Pessoas Vivem Sozinhas
40 36
35
30
25 23
Nº 20
15
10 8 8
6
5 1
0
<30 31-60 61-70 71-80 81-90 >90
Idade
Quanto ao sexo maioritariamente são indivíduos do sexo feminino 78%, Gráfico 42.
Gráfico 42
Sexo
18; 22%
64; 78%
Feminino Masculino
39
Página
40. Diagnóstico Social das Freguesias do Centro Histórico – Évora 2007
O envelhecimento vive-se sobretudo no feminino, como podemos comprovar pela
amostra.
No que se refere às profissões, 76% destes indivíduos foram trabalhadores não
qualificados, ficando os restantes distribuídos pelas profissões apresentadas no Quadro L.
Quadro L
Categorias Profissionais V.A. %
Membros Forças Armadas 1 1
Quadros Superiores da Administração Pública 2 2
Especialistas das profissões intelectuais e científicas 2 2
Técnicos e profissionais de nível intermédio 1 1
Pessoal administrativo e similares 3 4
Pessoal dos serviços e vendedores 6 7
Trabalhadores não qualificados 62 76
Estudantes 5 7
Quanto à situação profissional, 87% encontram-se já reformados, 7% são inactivos e neste
grupo encontramos representados os estudantes e donas de casa e 6% encontram-se no
activo, Gráfico 43.
Gráfico 43
Situação Profissional
5; 6% 6; 7%
71; 87%
Inactivo Activo Reformado
40
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41. Diagnóstico Social das Freguesias do Centro Histórico – Évora 2007
Os rendimentos são em 73% dos inquiridos inferiores a 250€ por mês, obtendo o segundo
maior grupo rendimentos entre os 250 e os 400€, encontrando-se os seguintes repartidos
em outros escalões, Gráfico 44.
Gráfico 44
Rendimentos
70 65
60
50
40
30
20
8
10 3 3
1 2
0
<250 250-400 400-600 600-800 800-1000 >1200
Cerca de 80% vive de baixos rendimentos, com menos de um salário mínimo nacional, não
atingindo 73% os 250€ mensais.
A área de maiores gastos continua a ser a saúde 72%, logo seguida pela alimentação
24%, e depois a renda e a educação com 2%, Gráfico 45.
Gráfico 45
Maiores Gastos
2; 2%
2; 2% 20; 24%
58; 72%
Alimentação Saúde Renda Educação
Deste grupo 46% indicaram ter alguma doença crónica, 36% afirmaram não saber qual é o
gasto mensal em medicamentos, assim como 5% atestaram não ter qualquer gasto em
41
medicamentos, aqueles que indicaram gastos encontram-se representados no Gráfico 46.
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42. Diagnóstico Social das Freguesias do Centro Histórico – Évora 2007
Gráfico 46
Gastos em Medicamentos
14
14 13
12
12 11
10
8
6
4
2
2
0
<50 50-100 100-150 150-200 200-250
Neste grupo, apenas, 1 pessoa frequenta um equipamento social e 5 encontram-se
inscritos em lares; 56 (58%) inquiridos têm família residente na freguesia e dos 82
indivíduos apenas 69 (84%) mantêm contacto com familiares, e 13 (16%) afirmaram não
ter qualquer contacto com família. O que revela fragilidade nos laços sociais, e aponta para
questões de isolamento.
42
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