SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 8
PRESSUPOSTOS DE ACÇÃO EM INTERVENÇÃO PRECOCE


Joaquim Colôa
Ano de 2010
(Texto feito a partir da tese de Mestrado)


       A intervenção precoce deve constituir-se, enquanto acção, o mais precoce possível
uma vez que ao longo do desenvolvimento da criança existem períodos mais favoráveis
para que ocorram determinadas interacções. Uma acção assente na cooperação entre
profissionais e família, em relação à qual são identificadas as necessidades e os recursos.
Um processo que se baseia nos recursos de uma comunidade concreta com as suas forças e
fraquezas mas assumindo-se enquanto rede formal e, ou informal de apoio e resolução de
determinados problemas. A intervenção precoce enquanto acção humana, resulta da
interacção entre indivíduos e entre estes e os contextos que os rodeiam (Thurman, 1997).
Uma perspectiva ecosistémica que defende que a acção humana decorre, de entre outros,
dos pressupostos de que é complexa e multidimensional. Assim, as práticas de intervenção
precoce devem ser encaradas como uma intervenção, advinda de um conjunto de sinergias,
construídas num “espaço social” composto por vários componentes ou “áreas sociais” que
se interrelacionam denotando-se interdependentes. Nesta perspectiva, a intervenção dos
profissionais centrada, essencialmente, na criança apresenta inúmeras fragilidades. Alguns
autores defendem que este tipo de práticas são muito reducionista e que embora
apresentem ganhos quanto às competências das crianças também estão mais sujeitas a que
estas se diluam com o tempo, uma vez que os contextos em que as crianças interagem
estão em continua alteração (Dunst, 1998). Assim, intervenção precoce é actualmente
entendida como um serviço que se destina às famílias de crianças em risco ou em situação
de deficiência. Um apoio que, normalmente, contempla crianças dos zero aos três anos e
que pressupõe tenha um impacto directo e indirecto não só na criança como em todos os
sujeitos que com ela interagem (Ruivo & Almeida, 2002).
       Thurman (1997) referindo Macdonnell & Hardman (1988) sugere alguns
parâmetros que, actualmente, devem estar subjacentes a qualquer programa de intervenção
precoce: i) integração – contemplando crianças com e sem deficiência; ii) abrangência –
oferta de diversidade de serviços integrados e abrangentes; iii) normalização – oferta de
intervenção em diversos contextos; iv) adaptação – adopção de procedimentos flexíveis;

                                                                                         1
v) centrado na família enquanto sistema activo – construção de um currículo directamente
relacionado com a criança, família e comunidade e vi) centrado nos resultados – enfoque
em skills de desenvolvimento funcionais.
       Deste modo a intervenção precoce deve ser encarada, actualmente, como um
conjunto de práticas em rede que equacionam respostas para determinada criança enquanto
entidade social. Este paradigma de acção implica que a intervenção precoce seja, cada vez
mais, equacionada tendo em conta a seguinte triangulação: uma intervenção centrada na
família, baseada nos recursos da comunidade e desenvolvida por equipas
interdisciplinares.




Uma intervenção centrada na família


       Uma intervenção centrada na família reconhece que é essencial o desempenho, por
parte desta, de um papel activo em todo o processo devendo a sua cooperação ser
reconhecida e respeitada. Segundo Dunst & Deal (1994) este pressuposto implica
determinados procedimentos como: i) identificação das necessidades da família; ii)
localização de suportes e recursos informais e formais, no sentido de responder a essas
necessidades e iii) apoiar as famílias de modo a que (re)conheçam e utilizem as suas forças
e competências, para poderem ser elas próprias a acederem, de modo autónomo, aos
recursos de que necessitam para que “fortaleçam” o seu funcionamento. Estes autores
defendem, ainda, que a conceptualização deste tipo de práticas deve ter em conta as
seguintes características:
   •   Abrangência e flexibilidade – a intervenção deve ser baseada num processo fluido,
       de forma a reunir, trocar e utilizar informação com o propósito de identificar as
       necessidades, as forças e os recursos das famílias e assim se obterem respostas que
       estejam em consonância com as suas necessidades;
   •   Individualidade – a intervenção deve ser um processo individualizado de forma a
       respeitar os desejos e prioridades das famílias, relativamente aos seus filhos e à
       família no seu conjunto;
   •   Respeito pelas diferenças – a intervenção deve ser um processo que aceite os
       valores da família e as suas convicções culturais. Esta constrói-se no sentido de



                                                                                         2
respeitar a vontade das famílias em partilhar informação e o desejo das mesmas em
       participar ou não no processo de intervenção.
       Só a partir da compreensão dos comportamentos específicos de cada elemento da
família bem como dos pressupostos de identidade desta, poderemos entender e respeitar o
seu funcionamento e intervir de modo a facilitar processos de corresponsabilização e
estabelecer entre os vários parceiros implicados uma base de compromissos (Shultz-Krohn,
1997). Esta base de compromisso só é possível se acreditarmos que todas as famílias: i)
possuem factores positivos e que estes são o ponto de partida da intervenção; ii) possuem
sistemas que lhe permitem (re)transformar as práticas e os recursos em competências e que
iii) através do seu envolvimento activo adquirem e transmitem aos profissionais novos
conhecimentos e capacidades no sentido de reforçarem competências, responsabilidades e
o próprio sentido de confiança.
       Numa perspectiva de sistemas complexos e multidimencionais, em contínua
interacção, não podemos ignorar a comunidade em que a família se insere enquanto quadro
de referência mais vasto (Gallagher & Tramill, 1998). Uma vez que a família interage com
outros agentes da comunidade, será de toda a conveniência que olhemos para essa
comunidade como a maior base de suporte e fonte de recursos para qualquer tipo de
intervenção.




Uma intervenção baseada nos recursos da comunidade


   A comunidade no seu todo mas, sobretudo, as `”áreas sociais” mais imediatas ao
sistema família e em interacção directa com esta, promovem variadas experiências que
constituem a história de vida de cada uma das famílias, sempre vistas como integradas em
grupos sociais diferenciados e concretos. No fundo, é a comunidade envolvente que
permite a partilha de valores e a integração de determinada identidade cultural que
objectiva causas comuns. Nesta perspectiva, a especificidade dos recursos que são
alencados para cada criança e família concretas, só serão efectivos se tivermos em conta os
ambientes, mais ou menos alargados, que envolvem a criança. Assim, uma intervenção
centrada na família fará sentido se esta for baseada nos recursos da comunidade. Uma
perspectiva que encara um variado leque de pessoas e organizações da comunidade como
fonte de apoio, de modo a satisfazer determinadas necessidades da família e

                                                                                         3
essencialmente da criança. Recursos que são encarados como um potencial ilimitado e
amplamente disponível, de modo a serem utilizados sempre que necessário. Uma
intervenção baseada nos recursos da comunidade é caracterizada, segundo Trivette; Dunst
& Deal (1997) por:
   •   Um enfoque na comunidade – as respostas são definidas tendo em conta o
       “mapeamento” dos recursos existentes na comunidade, numa perspectiva
       abrangente dos serviços;
   •   Um paradigma sinergético – os recursos devem ser flexíveis, diversificados,
       individualizados e adequados às necessidades das famílias;
   •   Uma teia de suportes formais e informais – os esforços para (re)conhecer as
       necessidades das famílias e intervir implicam a mobilização de suportes formais e
       informais, de modo a constituir-se na comunidade uma “teia” de suporte e apoio;
   •   Um reconhecimento das “forças” – a intervenção baseia-se nas “forças”
       individuais e colectivas da família;
   •   Um esforço no sentido das soluções serem equacionadas no interior – Os
       recursos são organizados e facilitados de modo a responderem ás necessidades e
       desejos específicos de cada família.
       Ainda segundo os autores anteriormente referidos as práticas de intervenção
precoce baseadas nos recursos da comunidade envolvem: i) identificar as forças da
comunidade, grupos e subgrupos; ii) identificar quais dessas forças constituem respostas às
necessidades da criança e da família e iii) eliminar barreiras á utilização dos recursos mais
próximos da família bem como de outros, numa perspectiva de contextos cada vez mais
alargados. Estas práticas encorajam, para além da família e dos profissionais, outros
elementos e grupos da comunidade, a interrogarem-se sobre realidades que os envolvem e
sobre a natureza dos próprios serviços que são disponibilizados. Este tipo de intervenção
promove a mobilização de vários profissionais e a confluência de vários saberes
disciplinares. Por este motivo defende-se a criação de estruturas abrangentes,
operacionalizadas em equipas interdisciplinares, de forma a responderem de forma mais
eficaz e eficiente à diversidade das necessidades das crianças e respectivas famílias
(Gallagher & Tramill, 1998), ou seja, à dimensão complexa e multidimensional que
caracteriza a intervenção precoce enquanto acção humana.




                                                                                           4
Uma intervenção desenvolvida por equipas interdisciplinares


       No âmbito da intervenção precoce quando não existe comunicação efectiva e um
trabalho cooperativo entre os diversos profissionais assiste-se, muitas vezes, a um sucesso
dependente de um sistema de suporte que se desenvolve e organiza (profissionais, serviços
e responsabilidades administrativas) baseado numa aproximação à estrutura categorial.
Sem um compromisso entre cada um dos profissionais e entre estes e a família os serviços
tendem, muitas vezes, a agir de modo fragmentado e inconsistente (Bailey; McWilliam;
Winton & Simeonsson, 1992). Assim, pretende-se que o sucesso tenda a depender da
capacidade de trabalhar e fomentar a intervenção em conjunto (Gallagher; LaMontagne &
Johnson, 1998). A actividade na área da intervenção precoce deve ser assegurada por
equipas que envolvam profissionais diferenciados e promovam serviços abrangentes.
Como refere Hartford (1983) se para resolvermos determinado problema necessitamos da
incorporação do conhecimento, informação e julgamentos que superam o que um único
indivíduo pode possuir, então o produto de uma equipa pode ser superior.
       A equipa interdisciplinar é o modelo, actualmente, defendido. Neste tipo de equipa
a comunicação entre os vários profissionais e entre estes e a família é salvaguardado. É
fundamental que todos os profissionais trabalhem em conjunto e de modo colaborativo.
Weston; Ivins; Heffron & Sweet (1997) referem-se a este enfoque nas relações entre os
diversos profissionais, serviços e famílias, numa perspectiva colaborativa, como um novo
construto organizacional no âmbito da intervenção precoce. Um construto que denominam
de abordagem “centrada nas relações”. Uma colaboração que implica a partilha de
objectivos, comunicação aberta e efectiva e a vontade crescente de discutir e resolver
problemas como uma verdadeira equipa (Sandall; McLean; Santos & Smith, 2002). A
intervenção desenvolvida por equipas interdisciplinares e com cariz interserviços
possibilita que: i) sejam rentabilizados recursos; ii) evitem-se sobreposições de respostas,
iii) aproximem-se os serviços das famílias e iv) sejam encontradas respostas não
fragmentadas. Um modelo organizacional que se centre nas interacções humanas e enfatize
a importância da equipa e da interacção dos seus elementos para, entre si, construírem
relações e estratégias de trabalho. Esta opção de intervenção revela-se mais complexa, do
que à priori pode parecer. O pressuposto de que o simples facto dos profissionais agirem

                                                                                          5
em equipa transforma cada uma das suas acções, em modos bem diferentes aos que se
verificariam se cada um desses profissionais pensasse, decidisse e agisse isoladamente,
nem sempre é verdadeiro.
          Ao formarem-se equipas de pendor colaborativo importa equacionar a tarefa a que
estas se destinam mas, sobretudo, é importante ter-se em conta: i) os critérios com que são
formadas as equipas; ii) o número e tipo de elementos que as compõem; iii) o seu grau de
homogeneidade; iv) a motivação e nível de interesse de cada um dos profissionais em
desenvolver a tarefa; v) a estrutura das próprias equipas e o tipo e meio de partilha de
informação que é desenvolvido intra e interequipas. Estes factores, de entre outros, vão
condicionar directa ou indirectamente a qualidade das relações interpessoais. Uma
dimensão que condicionará toda a realização da tarefa que é acometida a determinada
equipa.


Algumas implicações


          Em qualquer área do conhecimento humano a configuração de novas
conceptualizações implica a construção de novas formas de intervenção e, estes dois
pressupostos, constituem uma primeira condição para o necessário reajustamento das
atitudes e práticas dos profissionais e dos serviços que materializam essa intervenção. Para
que na prática existam ganhos é essencial que: i) as políticas preconizadas objectivem
claramente as actuais conceptualizações; ii) os normativos legais além de espelharem essas
políticas contenham indicadores que operacionalizem, de modo geral, as práticas
consonantes; iii) os serviços implicados assumam construtos organizativos ajustados às
práticas preconizadas; iv) os serviços tenham condições objectivas de alencar recursos
humanos e materiais considerados essenciais; v) os serviços facilitem entre técnicos e entre
equipas a circulação da informação tanto na horizontal como na vertical; vi) seja facilitado
aos técnicos formação complementar para que, sem desvirtuar o principio da diferenciação
de papeis, estes possam adquirir novas competências e assumam comportamentos em
consonância com o trabalho cooperativo; vii) a formação facilite aos técnicos a adequação
de papeis e o seu ajustamento a novas funções; viii) a composição das equipas tenha em
conta, não só o factor diferenciação de técnicos mas também a sua motivação e formação
específica.



                                                                                          6
Assumindo estes aspectos, estamos convictos que as equipas interdisciplinares são
a forma que garante maior qualidade e eficácia no âmbito da intervenção precoce.
Essencialmente, se a perspectiva dessa intervenção tiver subjacente um apoio centrado na
família enquanto entidade concreta e multidimensional que interage em contextos físicos,
sócio culturais e económicos específicos.


Bibliografia de referência


Bailey, D. B. McWilliam, P. J. ; Winton, P. J. & Simeonsson, R. J. (1992). Implementing
Family-Centered Services in Early Intervention: A Team-Based Model for Change. North
Carolina: Brokline Books
Dunst, C. J. (1998). Apoiar e Capacitar as Famílias em Intervenção Precoce: O que
Aprendemos?. In L. M. correia & A . Serrano (Orgs.), Envolvimento Parental em
Intervenção Precoce - das Práticas na Criança às Práticas Centradas na Família (pp.79-92).
Porto: Porto Editora;
Dusnt, C. J. & Deal, A. G. (1994). A Family-Centered Approach to Developing
Individualized Family Support Plans. In C. Dunst; C. Triviette & A. Deal (Eds.),
Supporting and Strengthening Families-Methods, Strategies and Practices (pp.73-88).
Cambridge: Brookline Books;
Gallagher, R. J. & Tramill, J. L. (1998). Para além da parte H: Implicações da Legislação
de Intervenção Precoce na Organização de Parcerias de colaboração Escola/comunidade.
In L. M. correia & A . Serrano (Orgs.), Envolvimento Parental em Intervenção Precoce -
das Práticas na Criança às Práticas Centradas na Família (pp.33-64). Porto: Porto Editora;
Gallagher, R. J.; LaMontagne, M. J. & Johnson L. J. (1998). Intervenção Precoce : Um
Desafio à colaboração. In L. M. correia & A . Serrano (Orgs.), Envolvimento Parental em
Intervenção Precoce - das Práticas na Criança às Práticas Centradas na Família (pp.65-76).
Porto: Porto Editora;
Hartford, M. E. (1983). Grupos em Serviço Social. São Paulo: Agir Editora;
Ruivo, J. B. & Almeida, I. C. De (2002). Contributos para o Estudo das Práticas de
Intervenção Precoce em Portugal. Lisboa: ME-DEB-NOEEE;
Sandall, S.; McLean, M. E.; Santos R. M. & Smith, B. J. (2002). DEC’s New
Recommended Practices: The Context for change. In



                                                                                             7
Schultz-Krohn, W. (1997). Early Intervention: Meeting the Unique Needs of Parent-child
Interaction.InfYoung children, 10 (1), 47-60;
Thurman, A. K. (1997). Systems, Ecologies, and Context of Early Intervention. In S. K.
Thurman; J. R. Cornwell & S. R. Gottald (Eds.), DEC Recommended Practices in Early
Intervention/Early Childhood Special Education (pp. 39-46). Longmont, Denver: Sopris
West & DEC;
Trivette, C. M.; Dusnt, C. J. & Deal, A. G. (1997). Resource-Based Approach to Early
Intervention-Systems and Settings (pp.73-92). New York: Paul H. Brookes Publishing Co.
Inc.;
Wenston, D. R.; Ivins, B.; Heffron, M. C. & Sweet, N. (1997). Formulating the Centrality
of Relationships in Early Intervention: an Organizational Perspective. InfYoung Children,
9 (3), 1-12.




                                                                                       8

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Coordenador pedagógico processos e interações
Coordenador pedagógico processos e interaçõesCoordenador pedagógico processos e interações
Coordenador pedagógico processos e interações
Roberto Costa
 
Projecto curricular de sala 3 anos (leandra vital)
Projecto curricular de sala   3 anos (leandra vital)Projecto curricular de sala   3 anos (leandra vital)
Projecto curricular de sala 3 anos (leandra vital)
leandravital
 
Projeto de Intervenção
Projeto de Intervenção Projeto de Intervenção
Projeto de Intervenção
Superestagio
 
1º encontro dos serviços de apoio cre santa maria (ed. inantil - cee01) (06...
1º encontro dos serviços de apoio   cre santa maria (ed. inantil - cee01) (06...1º encontro dos serviços de apoio   cre santa maria (ed. inantil - cee01) (06...
1º encontro dos serviços de apoio cre santa maria (ed. inantil - cee01) (06...
Tatiana Barros
 
Eixo2 marcelo de_souza_pôster_resumo (1)
Eixo2 marcelo de_souza_pôster_resumo (1)Eixo2 marcelo de_souza_pôster_resumo (1)
Eixo2 marcelo de_souza_pôster_resumo (1)
Josiane Jäger
 

Was ist angesagt? (20)

Coordenação pedagógica
Coordenação pedagógicaCoordenação pedagógica
Coordenação pedagógica
 
Coordenador pedagógico processos e interações
Coordenador pedagógico processos e interaçõesCoordenador pedagógico processos e interações
Coordenador pedagógico processos e interações
 
Cartilha
Cartilha Cartilha
Cartilha
 
Projecto curricular de sala 3 anos (leandra vital)
Projecto curricular de sala   3 anos (leandra vital)Projecto curricular de sala   3 anos (leandra vital)
Projecto curricular de sala 3 anos (leandra vital)
 
Projeto de Intervenção
Projeto de Intervenção Projeto de Intervenção
Projeto de Intervenção
 
COOPERAÇÃO E INCLUSÃO COMO ALIADAS DE CRIANÇAS E JOVENS NA EDUCAÇÃO FÍSICA: P...
COOPERAÇÃO E INCLUSÃO COMO ALIADAS DE CRIANÇAS E JOVENS NA EDUCAÇÃO FÍSICA: P...COOPERAÇÃO E INCLUSÃO COMO ALIADAS DE CRIANÇAS E JOVENS NA EDUCAÇÃO FÍSICA: P...
COOPERAÇÃO E INCLUSÃO COMO ALIADAS DE CRIANÇAS E JOVENS NA EDUCAÇÃO FÍSICA: P...
 
A ATUAÇÃO DO COORDENADOR PEDAGÓGICO NA GARANTIA DO DIREITO À EDUCAÇÃO COM QUA...
A ATUAÇÃO DO COORDENADOR PEDAGÓGICO NA GARANTIA DO DIREITO À EDUCAÇÃO COM QUA...A ATUAÇÃO DO COORDENADOR PEDAGÓGICO NA GARANTIA DO DIREITO À EDUCAÇÃO COM QUA...
A ATUAÇÃO DO COORDENADOR PEDAGÓGICO NA GARANTIA DO DIREITO À EDUCAÇÃO COM QUA...
 
1º encontro dos serviços de apoio cre santa maria (ed. inantil - cee01) (06...
1º encontro dos serviços de apoio   cre santa maria (ed. inantil - cee01) (06...1º encontro dos serviços de apoio   cre santa maria (ed. inantil - cee01) (06...
1º encontro dos serviços de apoio cre santa maria (ed. inantil - cee01) (06...
 
R.dc.07 projeto pedagógico de sala
R.dc.07 projeto pedagógico de salaR.dc.07 projeto pedagógico de sala
R.dc.07 projeto pedagógico de sala
 
Artigo - Gestão do trabalho coletivo
Artigo - Gestão do trabalho coletivoArtigo - Gestão do trabalho coletivo
Artigo - Gestão do trabalho coletivo
 
Eixo2 marcelo de_souza_pôster_resumo (1)
Eixo2 marcelo de_souza_pôster_resumo (1)Eixo2 marcelo de_souza_pôster_resumo (1)
Eixo2 marcelo de_souza_pôster_resumo (1)
 
Guia web-final
Guia web-finalGuia web-final
Guia web-final
 
Manual de processos chave - creche
Manual de processos chave - crecheManual de processos chave - creche
Manual de processos chave - creche
 
Artigo - Progestão
Artigo - ProgestãoArtigo - Progestão
Artigo - Progestão
 
projecto curricular de grupo sala 3
projecto curricular de grupo sala 3projecto curricular de grupo sala 3
projecto curricular de grupo sala 3
 
Cooperação
CooperaçãoCooperação
Cooperação
 
Apresentacao Plano Pedagogico JOVEM APRENDIZ AESCON slide share
Apresentacao Plano Pedagogico JOVEM APRENDIZ AESCON slide shareApresentacao Plano Pedagogico JOVEM APRENDIZ AESCON slide share
Apresentacao Plano Pedagogico JOVEM APRENDIZ AESCON slide share
 
Slide
SlideSlide
Slide
 
Projeto 2015
Projeto 2015Projeto 2015
Projeto 2015
 
coordenador pedagógico caminhos desafios aprendizagens
coordenador pedagógico caminhos desafios aprendizagenscoordenador pedagógico caminhos desafios aprendizagens
coordenador pedagógico caminhos desafios aprendizagens
 

Andere mochten auch

Promoção de saúde e educação infantil
Promoção de saúde e educação infantilPromoção de saúde e educação infantil
Promoção de saúde e educação infantil
Dirlene Moreira
 
Em Intervenção Precoce a equipa em colaboração não é um serviço... mas a próp...
Em Intervenção Precoce a equipa em colaboração não é um serviço... mas a próp...Em Intervenção Precoce a equipa em colaboração não é um serviço... mas a próp...
Em Intervenção Precoce a equipa em colaboração não é um serviço... mas a próp...
Joaquim Colôa
 
Brochura Fundação Herdade da Comporta
Brochura Fundação Herdade da ComportaBrochura Fundação Herdade da Comporta
Brochura Fundação Herdade da Comporta
ramosim13
 
Trabalho de Equipa em Intervenção Precoce
Trabalho de Equipa em Intervenção PrecoceTrabalho de Equipa em Intervenção Precoce
Trabalho de Equipa em Intervenção Precoce
Joaquim Colôa
 
Trabalho em Equipa em Intervenção Precoce
Trabalho em Equipa em Intervenção PrecoceTrabalho em Equipa em Intervenção Precoce
Trabalho em Equipa em Intervenção Precoce
Joaquim Colôa
 
Trabalho em Equipa na Intervenção Precoce: Reflexões sobre o Projecto de Ip d...
Trabalho em Equipa na Intervenção Precoce: Reflexões sobre o Projecto de Ip d...Trabalho em Equipa na Intervenção Precoce: Reflexões sobre o Projecto de Ip d...
Trabalho em Equipa na Intervenção Precoce: Reflexões sobre o Projecto de Ip d...
Joaquim Colôa
 
Conceitos e Práticas em Intervenção Precoce
Conceitos e Práticas em Intervenção PrecoceConceitos e Práticas em Intervenção Precoce
Conceitos e Práticas em Intervenção Precoce
Joaquim Colôa
 
Intervenção precoce na infância
Intervenção precoce na infânciaIntervenção precoce na infância
Intervenção precoce na infância
Bertilia Madeira
 

Andere mochten auch (13)

Intervenção precoce na infância em portugal
Intervenção precoce na infância em portugal Intervenção precoce na infância em portugal
Intervenção precoce na infância em portugal
 
INTERVENÇÃO PRECOCE EM PORTUGAL E NO BRASIL: CLARIFICAÇÃO NACIONAL E INTERNAC...
INTERVENÇÃO PRECOCE EM PORTUGAL E NO BRASIL: CLARIFICAÇÃO NACIONAL E INTERNAC...INTERVENÇÃO PRECOCE EM PORTUGAL E NO BRASIL: CLARIFICAÇÃO NACIONAL E INTERNAC...
INTERVENÇÃO PRECOCE EM PORTUGAL E NO BRASIL: CLARIFICAÇÃO NACIONAL E INTERNAC...
 
Promoção de saúde e educação infantil
Promoção de saúde e educação infantilPromoção de saúde e educação infantil
Promoção de saúde e educação infantil
 
Em Intervenção Precoce a equipa em colaboração não é um serviço... mas a próp...
Em Intervenção Precoce a equipa em colaboração não é um serviço... mas a próp...Em Intervenção Precoce a equipa em colaboração não é um serviço... mas a próp...
Em Intervenção Precoce a equipa em colaboração não é um serviço... mas a próp...
 
Brochura Fundação Herdade da Comporta
Brochura Fundação Herdade da ComportaBrochura Fundação Herdade da Comporta
Brochura Fundação Herdade da Comporta
 
Trabalho de Equipa em Intervenção Precoce
Trabalho de Equipa em Intervenção PrecoceTrabalho de Equipa em Intervenção Precoce
Trabalho de Equipa em Intervenção Precoce
 
Trabalho em Equipa em Intervenção Precoce
Trabalho em Equipa em Intervenção PrecoceTrabalho em Equipa em Intervenção Precoce
Trabalho em Equipa em Intervenção Precoce
 
Trabalho em Equipa na Intervenção Precoce: Reflexões sobre o Projecto de Ip d...
Trabalho em Equipa na Intervenção Precoce: Reflexões sobre o Projecto de Ip d...Trabalho em Equipa na Intervenção Precoce: Reflexões sobre o Projecto de Ip d...
Trabalho em Equipa na Intervenção Precoce: Reflexões sobre o Projecto de Ip d...
 
Conceitos e Práticas em Intervenção Precoce
Conceitos e Práticas em Intervenção PrecoceConceitos e Práticas em Intervenção Precoce
Conceitos e Práticas em Intervenção Precoce
 
Gêneros textuais
Gêneros textuaisGêneros textuais
Gêneros textuais
 
A estimulação precoce e sua importância na educação infantil – detecção de si...
A estimulação precoce e sua importância na educação infantil – detecção de si...A estimulação precoce e sua importância na educação infantil – detecção de si...
A estimulação precoce e sua importância na educação infantil – detecção de si...
 
Estimulação Precoce
Estimulação PrecoceEstimulação Precoce
Estimulação Precoce
 
Intervenção precoce na infância
Intervenção precoce na infânciaIntervenção precoce na infância
Intervenção precoce na infância
 

Ähnlich wie Pressupostos de acção em intervenção precoce

Notas sobre educação especial
Notas sobre educação especialNotas sobre educação especial
Notas sobre educação especial
Joaquim Colôa
 
Manual de processos chave - 2ºedição
Manual de processos chave - 2ºediçãoManual de processos chave - 2ºedição
Manual de processos chave - 2ºedição
laruzinha
 
Manual 2ª versao creche
Manual 2ª versao crecheManual 2ª versao creche
Manual 2ª versao creche
Bela Catarina
 
Manual 2ª versao creche
Manual 2ª versao crecheManual 2ª versao creche
Manual 2ª versao creche
Bela Catarina
 
Módulo 1 - Aula 2
Módulo 1 - Aula 2Módulo 1 - Aula 2
Módulo 1 - Aula 2
agemais
 
Alargamento da rede de equipamentos sociais (as creches)
Alargamento da rede de equipamentos sociais (as creches)Alargamento da rede de equipamentos sociais (as creches)
Alargamento da rede de equipamentos sociais (as creches)
Joaquim Colôa
 
Intervencoes do trabalho social
Intervencoes do trabalho socialIntervencoes do trabalho social
Intervencoes do trabalho social
isaias tafulane
 
Unidade 1 a construção histórica do conceito de transversalidade
Unidade 1   a construção histórica do conceito de transversalidadeUnidade 1   a construção histórica do conceito de transversalidade
Unidade 1 a construção histórica do conceito de transversalidade
SimoneHelenDrumond
 
Resumo da proposta de tempo integral
Resumo da proposta de tempo integralResumo da proposta de tempo integral
Resumo da proposta de tempo integral
escolabeatriz
 
Razões para a Inclusão
Razões para a InclusãoRazões para a Inclusão
Razões para a Inclusão
Joaquim Colôa
 
Etapa2 1 situando_uso_midias_beth
Etapa2 1 situando_uso_midias_bethEtapa2 1 situando_uso_midias_beth
Etapa2 1 situando_uso_midias_beth
Maria Flores
 

Ähnlich wie Pressupostos de acção em intervenção precoce (20)

Notas sobre educação especial
Notas sobre educação especialNotas sobre educação especial
Notas sobre educação especial
 
Manual de processos chave - 2ºedição
Manual de processos chave - 2ºediçãoManual de processos chave - 2ºedição
Manual de processos chave - 2ºedição
 
Manual 2ª versao creche
Manual 2ª versao crecheManual 2ª versao creche
Manual 2ª versao creche
 
Manual processos chave creche
Manual processos chave crecheManual processos chave creche
Manual processos chave creche
 
livro processo chave
livro processo chavelivro processo chave
livro processo chave
 
Manual 2ª versao creche
Manual 2ª versao crecheManual 2ª versao creche
Manual 2ª versao creche
 
Módulo 1 - Aula 2
Módulo 1 - Aula 2Módulo 1 - Aula 2
Módulo 1 - Aula 2
 
Revista Refletir EdInf nº04
Revista Refletir EdInf nº04Revista Refletir EdInf nº04
Revista Refletir EdInf nº04
 
Alargamento da rede de equipamentos sociais (as creches)
Alargamento da rede de equipamentos sociais (as creches)Alargamento da rede de equipamentos sociais (as creches)
Alargamento da rede de equipamentos sociais (as creches)
 
A escola e seu entorno social
A escola e seu entorno socialA escola e seu entorno social
A escola e seu entorno social
 
Intervencoes do trabalho social
Intervencoes do trabalho socialIntervencoes do trabalho social
Intervencoes do trabalho social
 
A INTEGRALIDADE DO CUIDADO
A INTEGRALIDADE DO CUIDADOA INTEGRALIDADE DO CUIDADO
A INTEGRALIDADE DO CUIDADO
 
Unidade 1 a construção histórica do conceito de transversalidade
Unidade 1   a construção histórica do conceito de transversalidadeUnidade 1   a construção histórica do conceito de transversalidade
Unidade 1 a construção histórica do conceito de transversalidade
 
Comunicaçao educativa eficaz
Comunicaçao educativa eficazComunicaçao educativa eficaz
Comunicaçao educativa eficaz
 
Resumo da proposta de tempo integral
Resumo da proposta de tempo integralResumo da proposta de tempo integral
Resumo da proposta de tempo integral
 
eq_multidpdf.pdf
eq_multidpdf.pdfeq_multidpdf.pdf
eq_multidpdf.pdf
 
aprendizagem emocional nas redes sociais
aprendizagem emocional nas redes sociaisaprendizagem emocional nas redes sociais
aprendizagem emocional nas redes sociais
 
Projeto Campinho
Projeto CampinhoProjeto Campinho
Projeto Campinho
 
Razões para a Inclusão
Razões para a InclusãoRazões para a Inclusão
Razões para a Inclusão
 
Etapa2 1 situando_uso_midias_beth
Etapa2 1 situando_uso_midias_bethEtapa2 1 situando_uso_midias_beth
Etapa2 1 situando_uso_midias_beth
 

Mehr von Joaquim Colôa

INCLUSÃO ESCOLAR EM TEMPOS DE PÓS-PANDEMIA.pdf
INCLUSÃO ESCOLAR EM TEMPOS DE PÓS-PANDEMIA.pdfINCLUSÃO ESCOLAR EM TEMPOS DE PÓS-PANDEMIA.pdf
INCLUSÃO ESCOLAR EM TEMPOS DE PÓS-PANDEMIA.pdf
Joaquim Colôa
 

Mehr von Joaquim Colôa (20)

CAMINHOS PARA A PROMOÇÃO DA INLUSÃO E VIDA INDEPENDENTE
CAMINHOS PARA  A PROMOÇÃO DA INLUSÃO E VIDA INDEPENDENTECAMINHOS PARA  A PROMOÇÃO DA INLUSÃO E VIDA INDEPENDENTE
CAMINHOS PARA A PROMOÇÃO DA INLUSÃO E VIDA INDEPENDENTE
 
APRESENTAÇÃO AULA ABERTA INSTITUTO JEAN PIAGET DE ALMADA.pdf
APRESENTAÇÃO AULA ABERTA INSTITUTO JEAN PIAGET DE ALMADA.pdfAPRESENTAÇÃO AULA ABERTA INSTITUTO JEAN PIAGET DE ALMADA.pdf
APRESENTAÇÃO AULA ABERTA INSTITUTO JEAN PIAGET DE ALMADA.pdf
 
DA VIOLÊNCIA DA EXCLUSÃO À INCLUSÃO QUE (ÀS VEZES) É VIOLENTA
DA VIOLÊNCIA DA EXCLUSÃO À INCLUSÃO QUE (ÀS VEZES) É VIOLENTADA VIOLÊNCIA DA EXCLUSÃO À INCLUSÃO QUE (ÀS VEZES) É VIOLENTA
DA VIOLÊNCIA DA EXCLUSÃO À INCLUSÃO QUE (ÀS VEZES) É VIOLENTA
 
APRESENTAÇÃO CENTRO DE FORMAÇÃO ANTÓNIO SÉRGIO.pdf
APRESENTAÇÃO CENTRO DE FORMAÇÃO ANTÓNIO SÉRGIO.pdfAPRESENTAÇÃO CENTRO DE FORMAÇÃO ANTÓNIO SÉRGIO.pdf
APRESENTAÇÃO CENTRO DE FORMAÇÃO ANTÓNIO SÉRGIO.pdf
 
APRESENTAÇÃO CONGRESSO UNIVERSIDADE LUSÓFONA .pdf
APRESENTAÇÃO CONGRESSO UNIVERSIDADE LUSÓFONA .pdfAPRESENTAÇÃO CONGRESSO UNIVERSIDADE LUSÓFONA .pdf
APRESENTAÇÃO CONGRESSO UNIVERSIDADE LUSÓFONA .pdf
 
INCLUSÃO ESCOLAR EM TEMPOS DE PÓS-PANDEMIA.pdf
INCLUSÃO ESCOLAR EM TEMPOS DE PÓS-PANDEMIA.pdfINCLUSÃO ESCOLAR EM TEMPOS DE PÓS-PANDEMIA.pdf
INCLUSÃO ESCOLAR EM TEMPOS DE PÓS-PANDEMIA.pdf
 
Problemas Emocinais e Comportamentais - Teoria e Prática.pdf
Problemas Emocinais e Comportamentais - Teoria e Prática.pdfProblemas Emocinais e Comportamentais - Teoria e Prática.pdf
Problemas Emocinais e Comportamentais - Teoria e Prática.pdf
 
Tempos de Pandemia: quando os frágeis sintomas de inclusão se transformam em ...
Tempos de Pandemia: quando os frágeis sintomas de inclusão se transformam em ...Tempos de Pandemia: quando os frágeis sintomas de inclusão se transformam em ...
Tempos de Pandemia: quando os frágeis sintomas de inclusão se transformam em ...
 
Políticas e Culturas de Avaliação de Alunos com Necessidades Educativas Espec...
Políticas e Culturas de Avaliação de Alunos com Necessidades Educativas Espec...Políticas e Culturas de Avaliação de Alunos com Necessidades Educativas Espec...
Políticas e Culturas de Avaliação de Alunos com Necessidades Educativas Espec...
 
Texto elaborado para: Audição conjunta sobre o acompanhamento e avaliação da ...
Texto elaborado para: Audição conjunta sobre o acompanhamento e avaliação da ...Texto elaborado para: Audição conjunta sobre o acompanhamento e avaliação da ...
Texto elaborado para: Audição conjunta sobre o acompanhamento e avaliação da ...
 
DES|CONFINAR 2.º MARÇO.ABRIL 2021
DES|CONFINAR 2.º MARÇO.ABRIL 2021DES|CONFINAR 2.º MARÇO.ABRIL 2021
DES|CONFINAR 2.º MARÇO.ABRIL 2021
 
Cabe a Diferenciação pedagógica numa Medida Prescritiva?
Cabe a Diferenciação pedagógica numa Medida Prescritiva?Cabe a Diferenciação pedagógica numa Medida Prescritiva?
Cabe a Diferenciação pedagógica numa Medida Prescritiva?
 
Da Exclusão à Inclusão - A escola completa do século XXI
Da Exclusão à Inclusão - A escola completa do século XXIDa Exclusão à Inclusão - A escola completa do século XXI
Da Exclusão à Inclusão - A escola completa do século XXI
 
Reflexão sobre o conceito de Necessidades Educativas Especiais
Reflexão sobre o conceito de Necessidades Educativas EspeciaisReflexão sobre o conceito de Necessidades Educativas Especiais
Reflexão sobre o conceito de Necessidades Educativas Especiais
 
DES|CONFINAR - Joaquim Colôa
DES|CONFINAR - Joaquim ColôaDES|CONFINAR - Joaquim Colôa
DES|CONFINAR - Joaquim Colôa
 
Joaquim Colôa - AS OPORTUNIDADES DA NOVA LEI EM PORTUGAL – DITA QUE É PARA A ...
Joaquim Colôa - AS OPORTUNIDADES DA NOVA LEI EM PORTUGAL – DITA QUE É PARA A ...Joaquim Colôa - AS OPORTUNIDADES DA NOVA LEI EM PORTUGAL – DITA QUE É PARA A ...
Joaquim Colôa - AS OPORTUNIDADES DA NOVA LEI EM PORTUGAL – DITA QUE É PARA A ...
 
Educação Inclusiva: Uma narrativa de 25 anos no aroma dos dias
Educação Inclusiva: Uma narrativa de 25 anos no aroma dos diasEducação Inclusiva: Uma narrativa de 25 anos no aroma dos dias
Educação Inclusiva: Uma narrativa de 25 anos no aroma dos dias
 
Autodeterminação ou o Poder e a Liberdade em dar Sentido à Singularidade*
Autodeterminação ou o Poder e a Liberdade em dar Sentido à Singularidade*Autodeterminação ou o Poder e a Liberdade em dar Sentido à Singularidade*
Autodeterminação ou o Poder e a Liberdade em dar Sentido à Singularidade*
 
Educação Inclusiva: Um Olhar Organizado em 5 Pontos de Vista
Educação Inclusiva: Um Olhar Organizado em 5 Pontos de VistaEducação Inclusiva: Um Olhar Organizado em 5 Pontos de Vista
Educação Inclusiva: Um Olhar Organizado em 5 Pontos de Vista
 
Defender inclusao sem comecar pelo fim
Defender inclusao sem comecar pelo fim Defender inclusao sem comecar pelo fim
Defender inclusao sem comecar pelo fim
 

Kürzlich hochgeladen

O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
azulassessoria9
 
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemáticaSlide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
sh5kpmr7w7
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
PatriciaCaetano18
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
marlene54545
 

Kürzlich hochgeladen (20)

Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
 
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptxM0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
 
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
 
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
 
INTERTEXTUALIDADE atividade muito boa para
INTERTEXTUALIDADE   atividade muito boa paraINTERTEXTUALIDADE   atividade muito boa para
INTERTEXTUALIDADE atividade muito boa para
 
Apresentação | Símbolos e Valores da União Europeia
Apresentação | Símbolos e Valores da União EuropeiaApresentação | Símbolos e Valores da União Europeia
Apresentação | Símbolos e Valores da União Europeia
 
Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024
Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024
Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024
 
Falando de Física Quântica apresentação introd
Falando de Física Quântica apresentação introdFalando de Física Quântica apresentação introd
Falando de Física Quântica apresentação introd
 
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
 
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptxCartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
 
apostila filosofia 1 ano 1s (1).pdf 1 ANO DO ENSINO MEDIO . CONCEITOSE CARAC...
apostila filosofia 1 ano  1s (1).pdf 1 ANO DO ENSINO MEDIO . CONCEITOSE CARAC...apostila filosofia 1 ano  1s (1).pdf 1 ANO DO ENSINO MEDIO . CONCEITOSE CARAC...
apostila filosofia 1 ano 1s (1).pdf 1 ANO DO ENSINO MEDIO . CONCEITOSE CARAC...
 
Caderno de exercícios Revisão para o ENEM (1).pdf
Caderno de exercícios Revisão para o ENEM (1).pdfCaderno de exercícios Revisão para o ENEM (1).pdf
Caderno de exercícios Revisão para o ENEM (1).pdf
 
3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx
3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx
3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx
 
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemáticaSlide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
 
Quiz | Dia da Europa 2024 (comemoração)
Quiz | Dia da Europa 2024  (comemoração)Quiz | Dia da Europa 2024  (comemoração)
Quiz | Dia da Europa 2024 (comemoração)
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
 
O desenvolvimento é um conceito mais amplo, pode ter um contexto biológico ou...
O desenvolvimento é um conceito mais amplo, pode ter um contexto biológico ou...O desenvolvimento é um conceito mais amplo, pode ter um contexto biológico ou...
O desenvolvimento é um conceito mais amplo, pode ter um contexto biológico ou...
 

Pressupostos de acção em intervenção precoce

  • 1. PRESSUPOSTOS DE ACÇÃO EM INTERVENÇÃO PRECOCE Joaquim Colôa Ano de 2010 (Texto feito a partir da tese de Mestrado) A intervenção precoce deve constituir-se, enquanto acção, o mais precoce possível uma vez que ao longo do desenvolvimento da criança existem períodos mais favoráveis para que ocorram determinadas interacções. Uma acção assente na cooperação entre profissionais e família, em relação à qual são identificadas as necessidades e os recursos. Um processo que se baseia nos recursos de uma comunidade concreta com as suas forças e fraquezas mas assumindo-se enquanto rede formal e, ou informal de apoio e resolução de determinados problemas. A intervenção precoce enquanto acção humana, resulta da interacção entre indivíduos e entre estes e os contextos que os rodeiam (Thurman, 1997). Uma perspectiva ecosistémica que defende que a acção humana decorre, de entre outros, dos pressupostos de que é complexa e multidimensional. Assim, as práticas de intervenção precoce devem ser encaradas como uma intervenção, advinda de um conjunto de sinergias, construídas num “espaço social” composto por vários componentes ou “áreas sociais” que se interrelacionam denotando-se interdependentes. Nesta perspectiva, a intervenção dos profissionais centrada, essencialmente, na criança apresenta inúmeras fragilidades. Alguns autores defendem que este tipo de práticas são muito reducionista e que embora apresentem ganhos quanto às competências das crianças também estão mais sujeitas a que estas se diluam com o tempo, uma vez que os contextos em que as crianças interagem estão em continua alteração (Dunst, 1998). Assim, intervenção precoce é actualmente entendida como um serviço que se destina às famílias de crianças em risco ou em situação de deficiência. Um apoio que, normalmente, contempla crianças dos zero aos três anos e que pressupõe tenha um impacto directo e indirecto não só na criança como em todos os sujeitos que com ela interagem (Ruivo & Almeida, 2002). Thurman (1997) referindo Macdonnell & Hardman (1988) sugere alguns parâmetros que, actualmente, devem estar subjacentes a qualquer programa de intervenção precoce: i) integração – contemplando crianças com e sem deficiência; ii) abrangência – oferta de diversidade de serviços integrados e abrangentes; iii) normalização – oferta de intervenção em diversos contextos; iv) adaptação – adopção de procedimentos flexíveis; 1
  • 2. v) centrado na família enquanto sistema activo – construção de um currículo directamente relacionado com a criança, família e comunidade e vi) centrado nos resultados – enfoque em skills de desenvolvimento funcionais. Deste modo a intervenção precoce deve ser encarada, actualmente, como um conjunto de práticas em rede que equacionam respostas para determinada criança enquanto entidade social. Este paradigma de acção implica que a intervenção precoce seja, cada vez mais, equacionada tendo em conta a seguinte triangulação: uma intervenção centrada na família, baseada nos recursos da comunidade e desenvolvida por equipas interdisciplinares. Uma intervenção centrada na família Uma intervenção centrada na família reconhece que é essencial o desempenho, por parte desta, de um papel activo em todo o processo devendo a sua cooperação ser reconhecida e respeitada. Segundo Dunst & Deal (1994) este pressuposto implica determinados procedimentos como: i) identificação das necessidades da família; ii) localização de suportes e recursos informais e formais, no sentido de responder a essas necessidades e iii) apoiar as famílias de modo a que (re)conheçam e utilizem as suas forças e competências, para poderem ser elas próprias a acederem, de modo autónomo, aos recursos de que necessitam para que “fortaleçam” o seu funcionamento. Estes autores defendem, ainda, que a conceptualização deste tipo de práticas deve ter em conta as seguintes características: • Abrangência e flexibilidade – a intervenção deve ser baseada num processo fluido, de forma a reunir, trocar e utilizar informação com o propósito de identificar as necessidades, as forças e os recursos das famílias e assim se obterem respostas que estejam em consonância com as suas necessidades; • Individualidade – a intervenção deve ser um processo individualizado de forma a respeitar os desejos e prioridades das famílias, relativamente aos seus filhos e à família no seu conjunto; • Respeito pelas diferenças – a intervenção deve ser um processo que aceite os valores da família e as suas convicções culturais. Esta constrói-se no sentido de 2
  • 3. respeitar a vontade das famílias em partilhar informação e o desejo das mesmas em participar ou não no processo de intervenção. Só a partir da compreensão dos comportamentos específicos de cada elemento da família bem como dos pressupostos de identidade desta, poderemos entender e respeitar o seu funcionamento e intervir de modo a facilitar processos de corresponsabilização e estabelecer entre os vários parceiros implicados uma base de compromissos (Shultz-Krohn, 1997). Esta base de compromisso só é possível se acreditarmos que todas as famílias: i) possuem factores positivos e que estes são o ponto de partida da intervenção; ii) possuem sistemas que lhe permitem (re)transformar as práticas e os recursos em competências e que iii) através do seu envolvimento activo adquirem e transmitem aos profissionais novos conhecimentos e capacidades no sentido de reforçarem competências, responsabilidades e o próprio sentido de confiança. Numa perspectiva de sistemas complexos e multidimencionais, em contínua interacção, não podemos ignorar a comunidade em que a família se insere enquanto quadro de referência mais vasto (Gallagher & Tramill, 1998). Uma vez que a família interage com outros agentes da comunidade, será de toda a conveniência que olhemos para essa comunidade como a maior base de suporte e fonte de recursos para qualquer tipo de intervenção. Uma intervenção baseada nos recursos da comunidade A comunidade no seu todo mas, sobretudo, as `”áreas sociais” mais imediatas ao sistema família e em interacção directa com esta, promovem variadas experiências que constituem a história de vida de cada uma das famílias, sempre vistas como integradas em grupos sociais diferenciados e concretos. No fundo, é a comunidade envolvente que permite a partilha de valores e a integração de determinada identidade cultural que objectiva causas comuns. Nesta perspectiva, a especificidade dos recursos que são alencados para cada criança e família concretas, só serão efectivos se tivermos em conta os ambientes, mais ou menos alargados, que envolvem a criança. Assim, uma intervenção centrada na família fará sentido se esta for baseada nos recursos da comunidade. Uma perspectiva que encara um variado leque de pessoas e organizações da comunidade como fonte de apoio, de modo a satisfazer determinadas necessidades da família e 3
  • 4. essencialmente da criança. Recursos que são encarados como um potencial ilimitado e amplamente disponível, de modo a serem utilizados sempre que necessário. Uma intervenção baseada nos recursos da comunidade é caracterizada, segundo Trivette; Dunst & Deal (1997) por: • Um enfoque na comunidade – as respostas são definidas tendo em conta o “mapeamento” dos recursos existentes na comunidade, numa perspectiva abrangente dos serviços; • Um paradigma sinergético – os recursos devem ser flexíveis, diversificados, individualizados e adequados às necessidades das famílias; • Uma teia de suportes formais e informais – os esforços para (re)conhecer as necessidades das famílias e intervir implicam a mobilização de suportes formais e informais, de modo a constituir-se na comunidade uma “teia” de suporte e apoio; • Um reconhecimento das “forças” – a intervenção baseia-se nas “forças” individuais e colectivas da família; • Um esforço no sentido das soluções serem equacionadas no interior – Os recursos são organizados e facilitados de modo a responderem ás necessidades e desejos específicos de cada família. Ainda segundo os autores anteriormente referidos as práticas de intervenção precoce baseadas nos recursos da comunidade envolvem: i) identificar as forças da comunidade, grupos e subgrupos; ii) identificar quais dessas forças constituem respostas às necessidades da criança e da família e iii) eliminar barreiras á utilização dos recursos mais próximos da família bem como de outros, numa perspectiva de contextos cada vez mais alargados. Estas práticas encorajam, para além da família e dos profissionais, outros elementos e grupos da comunidade, a interrogarem-se sobre realidades que os envolvem e sobre a natureza dos próprios serviços que são disponibilizados. Este tipo de intervenção promove a mobilização de vários profissionais e a confluência de vários saberes disciplinares. Por este motivo defende-se a criação de estruturas abrangentes, operacionalizadas em equipas interdisciplinares, de forma a responderem de forma mais eficaz e eficiente à diversidade das necessidades das crianças e respectivas famílias (Gallagher & Tramill, 1998), ou seja, à dimensão complexa e multidimensional que caracteriza a intervenção precoce enquanto acção humana. 4
  • 5. Uma intervenção desenvolvida por equipas interdisciplinares No âmbito da intervenção precoce quando não existe comunicação efectiva e um trabalho cooperativo entre os diversos profissionais assiste-se, muitas vezes, a um sucesso dependente de um sistema de suporte que se desenvolve e organiza (profissionais, serviços e responsabilidades administrativas) baseado numa aproximação à estrutura categorial. Sem um compromisso entre cada um dos profissionais e entre estes e a família os serviços tendem, muitas vezes, a agir de modo fragmentado e inconsistente (Bailey; McWilliam; Winton & Simeonsson, 1992). Assim, pretende-se que o sucesso tenda a depender da capacidade de trabalhar e fomentar a intervenção em conjunto (Gallagher; LaMontagne & Johnson, 1998). A actividade na área da intervenção precoce deve ser assegurada por equipas que envolvam profissionais diferenciados e promovam serviços abrangentes. Como refere Hartford (1983) se para resolvermos determinado problema necessitamos da incorporação do conhecimento, informação e julgamentos que superam o que um único indivíduo pode possuir, então o produto de uma equipa pode ser superior. A equipa interdisciplinar é o modelo, actualmente, defendido. Neste tipo de equipa a comunicação entre os vários profissionais e entre estes e a família é salvaguardado. É fundamental que todos os profissionais trabalhem em conjunto e de modo colaborativo. Weston; Ivins; Heffron & Sweet (1997) referem-se a este enfoque nas relações entre os diversos profissionais, serviços e famílias, numa perspectiva colaborativa, como um novo construto organizacional no âmbito da intervenção precoce. Um construto que denominam de abordagem “centrada nas relações”. Uma colaboração que implica a partilha de objectivos, comunicação aberta e efectiva e a vontade crescente de discutir e resolver problemas como uma verdadeira equipa (Sandall; McLean; Santos & Smith, 2002). A intervenção desenvolvida por equipas interdisciplinares e com cariz interserviços possibilita que: i) sejam rentabilizados recursos; ii) evitem-se sobreposições de respostas, iii) aproximem-se os serviços das famílias e iv) sejam encontradas respostas não fragmentadas. Um modelo organizacional que se centre nas interacções humanas e enfatize a importância da equipa e da interacção dos seus elementos para, entre si, construírem relações e estratégias de trabalho. Esta opção de intervenção revela-se mais complexa, do que à priori pode parecer. O pressuposto de que o simples facto dos profissionais agirem 5
  • 6. em equipa transforma cada uma das suas acções, em modos bem diferentes aos que se verificariam se cada um desses profissionais pensasse, decidisse e agisse isoladamente, nem sempre é verdadeiro. Ao formarem-se equipas de pendor colaborativo importa equacionar a tarefa a que estas se destinam mas, sobretudo, é importante ter-se em conta: i) os critérios com que são formadas as equipas; ii) o número e tipo de elementos que as compõem; iii) o seu grau de homogeneidade; iv) a motivação e nível de interesse de cada um dos profissionais em desenvolver a tarefa; v) a estrutura das próprias equipas e o tipo e meio de partilha de informação que é desenvolvido intra e interequipas. Estes factores, de entre outros, vão condicionar directa ou indirectamente a qualidade das relações interpessoais. Uma dimensão que condicionará toda a realização da tarefa que é acometida a determinada equipa. Algumas implicações Em qualquer área do conhecimento humano a configuração de novas conceptualizações implica a construção de novas formas de intervenção e, estes dois pressupostos, constituem uma primeira condição para o necessário reajustamento das atitudes e práticas dos profissionais e dos serviços que materializam essa intervenção. Para que na prática existam ganhos é essencial que: i) as políticas preconizadas objectivem claramente as actuais conceptualizações; ii) os normativos legais além de espelharem essas políticas contenham indicadores que operacionalizem, de modo geral, as práticas consonantes; iii) os serviços implicados assumam construtos organizativos ajustados às práticas preconizadas; iv) os serviços tenham condições objectivas de alencar recursos humanos e materiais considerados essenciais; v) os serviços facilitem entre técnicos e entre equipas a circulação da informação tanto na horizontal como na vertical; vi) seja facilitado aos técnicos formação complementar para que, sem desvirtuar o principio da diferenciação de papeis, estes possam adquirir novas competências e assumam comportamentos em consonância com o trabalho cooperativo; vii) a formação facilite aos técnicos a adequação de papeis e o seu ajustamento a novas funções; viii) a composição das equipas tenha em conta, não só o factor diferenciação de técnicos mas também a sua motivação e formação específica. 6
  • 7. Assumindo estes aspectos, estamos convictos que as equipas interdisciplinares são a forma que garante maior qualidade e eficácia no âmbito da intervenção precoce. Essencialmente, se a perspectiva dessa intervenção tiver subjacente um apoio centrado na família enquanto entidade concreta e multidimensional que interage em contextos físicos, sócio culturais e económicos específicos. Bibliografia de referência Bailey, D. B. McWilliam, P. J. ; Winton, P. J. & Simeonsson, R. J. (1992). Implementing Family-Centered Services in Early Intervention: A Team-Based Model for Change. North Carolina: Brokline Books Dunst, C. J. (1998). Apoiar e Capacitar as Famílias em Intervenção Precoce: O que Aprendemos?. In L. M. correia & A . Serrano (Orgs.), Envolvimento Parental em Intervenção Precoce - das Práticas na Criança às Práticas Centradas na Família (pp.79-92). Porto: Porto Editora; Dusnt, C. J. & Deal, A. G. (1994). A Family-Centered Approach to Developing Individualized Family Support Plans. In C. Dunst; C. Triviette & A. Deal (Eds.), Supporting and Strengthening Families-Methods, Strategies and Practices (pp.73-88). Cambridge: Brookline Books; Gallagher, R. J. & Tramill, J. L. (1998). Para além da parte H: Implicações da Legislação de Intervenção Precoce na Organização de Parcerias de colaboração Escola/comunidade. In L. M. correia & A . Serrano (Orgs.), Envolvimento Parental em Intervenção Precoce - das Práticas na Criança às Práticas Centradas na Família (pp.33-64). Porto: Porto Editora; Gallagher, R. J.; LaMontagne, M. J. & Johnson L. J. (1998). Intervenção Precoce : Um Desafio à colaboração. In L. M. correia & A . Serrano (Orgs.), Envolvimento Parental em Intervenção Precoce - das Práticas na Criança às Práticas Centradas na Família (pp.65-76). Porto: Porto Editora; Hartford, M. E. (1983). Grupos em Serviço Social. São Paulo: Agir Editora; Ruivo, J. B. & Almeida, I. C. De (2002). Contributos para o Estudo das Práticas de Intervenção Precoce em Portugal. Lisboa: ME-DEB-NOEEE; Sandall, S.; McLean, M. E.; Santos R. M. & Smith, B. J. (2002). DEC’s New Recommended Practices: The Context for change. In 7
  • 8. Schultz-Krohn, W. (1997). Early Intervention: Meeting the Unique Needs of Parent-child Interaction.InfYoung children, 10 (1), 47-60; Thurman, A. K. (1997). Systems, Ecologies, and Context of Early Intervention. In S. K. Thurman; J. R. Cornwell & S. R. Gottald (Eds.), DEC Recommended Practices in Early Intervention/Early Childhood Special Education (pp. 39-46). Longmont, Denver: Sopris West & DEC; Trivette, C. M.; Dusnt, C. J. & Deal, A. G. (1997). Resource-Based Approach to Early Intervention-Systems and Settings (pp.73-92). New York: Paul H. Brookes Publishing Co. Inc.; Wenston, D. R.; Ivins, B.; Heffron, M. C. & Sweet, N. (1997). Formulating the Centrality of Relationships in Early Intervention: an Organizational Perspective. InfYoung Children, 9 (3), 1-12. 8