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O encontro da
Agricultura Familiar com a
      Alimentação Escolar
                          liz o
                                a
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                      at Ed




                             1
2
3
30%, no mínimo, de todo recurso para a alimentação escolar
    tem que ser comprado em alimentos da Agricultura Familiar.

    Por meio da Lei nº 11.947/2009, a Agricultura Familiar passa também
    a fornecer gêneros alimentícios a serem servidos nas escolas da
    Rede Pública de Ensino.
    Do total dos recursos repassados pelo FNDE para o Programa
    Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), no mínimo 30% deve ser
    comprado em gêneros alimentícios da agricultura familiar, sem
    intermediários e dispensando o processo licitatório.
    Para quem produz alimentos, a iniciativa contribui para que a
    agricultura familiar se organize cada vez mais e qualifique suas
    ações comerciais.
    Para quem adquire esses produtos, o resultado desse avanço é mais
    qualidade da alimentação a ser servida, manutenção e apropriação
    de hábitos alimentares saudáveis e mais desenvolvimento local de
    forma sustentável.
    Muitos municípios já estão fazendo a compra da agricultura
    familiar. Aprenda aqui como implementar a Lei nº 11.947/2009.
      Lei nº 11.947/2009 – Dispõe sobre o atendimento da alimentação escolar e
      do Programa Dinheiro Direto na Escola aos alunos da educação básica.
      Art. 14 – “Do total dos recursos financeiros repassados pelo FNDE, no âmbito
      do PNAE, no mínimo 30% deverão ser utilizados na aquisição de gêneros
      alimentícios diretamente da agricultura familiar e do empreendedor
      familiar rural ou de suas organizações, priorizando-se os assentamentos
      da reforma agrária, as comunidades tradicionais indígenas e comunidades
      quilombolas.”
      Parágrafo 1º. “A aquisição de que trata este artigo poderá ser realizada
      dispensando-se o procedimento licitatório desde que os preços sejam
      compatíveis com os vigentes no mercado local (...)”.
4
Resolução nº38 do FNDE/2009 – Dispõe sobre o atendimento da
alimentação escolar aos alunos da educação básica no Programa Nacional
de Alimentação Escolar – PNAE
VI – da aquisição de gêneros alimentícios da agricultura familiar e do
empreendedor familiar rural.
Art. 18, parágrafo 4º, na análise das propostas e na aquisição, deverão ser
priorizadas as propostas de grupos do município. Em não se obtendo as
quantidadesnecessárias,estaspoderãosercomplementadascompropostas
de grupos da região, do território rural, do estado e do país, nesta ordem
de prioridade.
Art 20. Os produtos da agricultura familiar e dos empreendedores
familiares rurais a serem fornecidos para alimentação escolar serão gêneros
alimentícios, priorizando, sempre que possível, os alimentos orgânicos e/
ou agroecológicos.
Deverá ser respeitado o limite de R$ 9.000,00 DAP/ano.

Para promover a conexão entre a agricultura familiar e a alimentação
escolar, é preciso observar os princípios e as diretrizes estabelecidos
pelo PNAE – gestor dessa política:
•	 alimentação saudável e adequada;
•	 respeito à cultura, às tradições e aos hábitos alimentares
   saudáveis;
•	 controle social;
•	 segurança alimentar e nutricional;
•	 desenvolvimento sustentável, que significa adquirir gêneros
   alimentícios diversificados, produzidos localmente.

Do ponto de vista da produção, essa conexão é mais uma
alternativa:
•	 no combate à pobreza rural;
•	 na garantia da segurança alimentar;
•	 na geração de renda e agregação de valor;
•	 na sustentabilidade do modelo de desenvolvimento.

Mais qualidade para quem compra alimentos:
Com a nova Lei, o PNAE, que é quem vai adquirir os alimentos, poderá
contar com um mercado crescente de produtos diversificados e
saudáveis.

                                                                              5
O mínimo é 30%, mas pode ser comprado da agricultura familiar até
    100% do recurso repassado para a alimentação escolar pelo FNDE.
    Esses 30%, em 2010, correspondem a cerca de 1 bilhão de reais.

    Para isso o PNAE poderá contar com a mesma rede de fornecedores
    da agricultura familiar que acessam o Programa de Aquisição de
    Alimentos (PAA), uma ação estratégica do Fome Zero, que permite
    a compra de alimentos com dispensa de licitação, a distribuição
    entre a rede socioassistencial e a formação de estoques públicos e da
    agricultura familiar.

    Mesmo que não se trate de uma modalidade do PAA, todo o acúmulo
    de experiências adquirido com o Programa faz com que essas entidades
    estejam mais preparadas para atender à demanda da alimentação escolar,
    uma vez que já possuem capacidade de fornecimento e boa articulação
    no mercado (seja o convencional, seja o institucional).

    E mais!
    A agricultura familiar é responsável pela produção de quase 70% dos
    alimentos consumidos pelos brasileiros diariamente.


     70% do feijão • 84% da mandioca • 58% da produção de
     suínos • 54% da bovinocultura de leite • 49% do milho
               40% de aves e ovos • 31% do arroz.




6
Mais oportunidades para quem produz e fornece alimentos
Do ponto de vista de quem produz, a nova Lei abre mais um mercado,
o da Alimentação Escolar, no qual a agricultura familiar pode atuar
como fornecedor. Ao todo, hoje, são 47 milhões de alunos, distribuídos
em 190 mil escolas da Rede Pública de Ensino em todo Brasil. O
resultado de todo esse potencial de mercado poderá ser:

•	 Mais desenvolvimento local;
•	 Aumento do dinamismo na economia local e desconcentração
   da renda regional;
•	 Estímulo ao consumo de produtos orgânicos/agroecológicos
   na alimentação escolar, disseminando sistemas de produção de
   menor impacto am biental.
•	 Segurança e garantia de comercialização para o mercado
   institucional.

   Quem pode vender: grupo formal (cooperativa ou associação
    da agricultura familiar com DAP jurídica) e grupo informal
     (agricultores e agricultoras familiares com DAP física não
                     organizados formalmente).




                                                                         7
Passo a passo para quem COMPRA e quem VENDE

    1º passo – Construção do cardápio
    Os cardápios da alimentação escolar deverão ser elaborados
    pelo nutricionista responsável, utilizando alimentos básicos,
    respeitando as referências nutricionais, a cultura alimentar local,
    levando sempre em conta a diversificação agrícola da região, uma
    alimentação saudável e adequada, além da sustentabilidade.
    Os cardápios deverão oferecer, no mínimo, três porções de frutas e
    hortaliças por semana.

    Responsáveis por essa etapa: nutricionistas.

    O que devem fazer:
    •	 mapear os produtos da agricultura familiar local na Secretaria
       Municipal de Agricultura, no escritório da Empresa Estadual de
       Assistência Técnica e Extensão Rural local ou nas organizações
       da agricultura familiar;
    •	 elaborar cardápios respeitando a cultura alimentar local, a
       diversidade e sazonalidade da produção da agricultura familiar
       da região; e
    •	 informar à entidade executora a demanda, especificando quais
       os produtos e a quantidade de cada um.


    2º passo – Chamada Pública
    As entidades executoras (Secretarias Estaduais de Educação,
    prefeituras ou escolas) deverão publicar, por meio de Chamada
    Pública (que é modalidade de edital relativo à agricultura familiar),
    em jornal de circulação local, regional, estadual ou nacional, em
    página na internet e na forma de mural em local público de ampla
    circulação, quais os alimentos e a quantidade de cada um deles que
    desejam adquirir da agricultura familiar para alimentação escolar.
    Além disso, pode-se usar outros meios de divulgação como, por
    exemplo, as rádios comunitárias.

    Responsáveis por essa etapa: Entidades executoras


8
O que devem fazer:
•	 respeitar todos os princípios do art. 37 da Constituição Federal,
   como a legalidade, impessoalidade, a moralidade, a publicidade
   e a eficiência;
•	 fornecer informações suficientes para que os fornecedores
   apresentem corretamente os projetos de venda: tipos de
   produtos, cronograma das entregas (periodicidade, início e fim do
   fornecimento, entre outros), locais das entregas e quantidades;
•	 ter uma Chamada Pública que deve, sempre, visar o interesse
   público. Todos os critérios para garantir a lisura do processo devem
   ser garantidos como, por exemplo, manter os envelopes lacrados
   até o momento da abertura pública.

3º passo – Preços de referência
Os preços de referência servirão de parâmetro para os valores dos
produtos a serem adquiridos, demonstrando que o gestor pagou
preços justos. Devem ser atualizados semestralmente.

Responsável por essa etapa: Entidade executora.

O que deve fazer:
Informar-se nas Superintendências Estaduais da CONAB ou nos
outros executores do PAA, sobre os preços de referência praticados
pelo programa. Nas localidades em que não houver PAA ou onde
estes preços estiverem desatualizados, os preços de referência
deverão ser calculados com base em critérios definidos a partir
do valor gasto no ano para compra da agricultura familiar. Vale
salientar que vale como preço de referência os projetos do PAA do
próprio município.
                                                                          9
Compras de até R$ 100 mil por ano, calcular:
     A média dos preços pagos aos agricultores familiares por três mercados
     varejistas, priorizando a feira do produtor da agricultura familiar;
     ou os preços vigentes de venda para o varejo, apurado junto aos
     produtores, cooperativas, associações ou agroindústrias familiares,
     em pesquisa no mercado local ou regional.

     Compras iguais ou superiores a R$ 100 mil por ano, calcular:
     A média dos preços praticados no mercado atacadista nos últimos 12
     meses; ou os preços apurados nas licitações de compras de alimentos
     realizadas no âmbito da Entidade Executora, desde que estejam em
     vigor; ou os preços vigentes, apurados em orçamento, de no mínimo
     três mercados atacadistas locais ou regionais.

     Atenção! Os produtos da agricultura familiar para alimentação
     escolar não poderão ter preços inferiores aos pagos pelo Programa
     de Garantia de Preços para Agricultura Familiar (PGPAF). Confira
     esses valores acessando o Site do Ministério do Desenvolvimento
     Agrário na Internet: http://www.mda.gov.br/alimentacaoescolar

     4º passo – Elaboração de projeto de venda
     É o documento que formaliza o interesse dos agricultores familiares
     em vender para a Alimentação Escolar.

     O projeto de venda de gêneros alimentícios da agricultura familiar
     para a alimentação escolar deverá ser elaborado pelo: grupo formal
     ou pelo grupo informal (assessorado pela entidade articuladora),
     sempre de acordo com a Chamada Pública. Devem assinar o
     documento o representante do grupo formal e os agricultores
     fornecedores do grupo informal.

     Responsáveis por essa etapa: Agricultores familiares organizados
     em grupo formal e/ou grupo informal.

     5º passo – Recebimento de projeto de venda
     A entrega do projeto de venda deve ser acompanhada da seguinte
     documentação de habilitação dos fornecedores:


10
- grupos informais: Extrato da Declaração de Aptidão ao Pronaf
(DAP) de cada agricultor participante, CPF e Projeto de Venda.
- grupos formais: Extrato da Declaração de Aptidão ao Pronaf
(DAP) jurídica, CNPJ, cópias das certidões negativas junto ao
INSS, FGTS, Receita Federal e Dívidas Ativas da União, cópia do
estatuto e Projeto de Venda.
Quem recebe os projetos de venda: Entidade executora.

6º passo – seleção dos projetos de venda
A seleção dos projetos de venda será realizada pela entidade
executora e terão prioridade, nesta ordem, os projetos do
município, da região, do território rural, do estado e do país.

O limite individual de venda por agricultor familiar é de
R$ 9 mil por DAP/ano.

Os produtos da agricultura familiar devem atender o que
determina a legislação sanitária, que normatiza o registro dos
produtos e empreendimentos no Serviço de Inspeção Federal –
SIF; no Serviço de Inspeção Estadual – SIE; no Serviço de Inspeção
Municipal – SIM; no Serviço de Inspeção Vegetal/MAPA; e na
Vigilância Sanitária.




                                                                     11
7º passo – Assinatura do contrato
     O contrato estabelece o cronograma de entrega dos produtos, a
     data de pagamento dos agricultores familiares e todas as cláusulas
     de compra e venda. O contrato de aquisição de gêneros alimentícios
     da agricultura familiar sem licitação para a alimentação escolar
     deverá ser assinado pela entidade executora, pela cooperativa
     ou associação (grupo formal) e/ou agricultores familiares (grupo
     informal).

     8º passo – Entrega dos produtos
     O início da entrega dos produtos será de acordo com o cronograma
     previsto no contrato. Quando isso ocorre, o representante da
     entidade executora e do grupo fornecedor deverá assinar o
     Termo de Recebimento da Agricultura Familiar, além da ciência da
     entidade articuladora, no caso dos grupos informais.
     Esse termo atesta que os produtos entregues estão de acordo com
     o contrato e com os padrões de qualidade exigidos.
     Documento fiscal exigido:
     •	 nota do produtor rural (bloco do produtor) ou;
     •	 nota avulsa ou;
     •	 nota fiscal.


     Serviço de inspeção sanitária dos alimentos
     Existem, no Brasil, vários serviços de inspeção e de fiscalização da
     qualidade sanitária dos alimentos. A responsabilidade de atuação
     de cada um desses serviços de inspeção está definida de acordo
     com o tipo de matéria prima principal que originam os produtos.

     Para o caso dos empreendimentos de produtos de origem vegetal
     - exceto de bebidas, de vinagre e de embalagem de produtos
     de padronizados (feijão, arroz, amendoim, canjica, farinha,
     polvilho, sagu, alho e soja) - a responsabilidade pelo controle da
     qualidade sanitária é da Vigilância Sanitária, ligada aos órgãos
     de saúde. Sendo que neste caso a maioria dos produtos de ori-
     gem vegetal é dispensada de registro, mas não de fiscalização,
     de acordo com a Resolução do Ministério da Saúde nº. 23, de


12
15/03/2000. Assim, os estabelecimentos de produtos de origem
vegetal devem fazer o cadastro antes do início da produção,
junto ao órgão de saúde do seu respectivo município, através
do preenchimento de um formulário específico.

Os empreendimentos de bebidas, de vinagre e de embalagem
de produtos padronizados (feijão, arroz, amendoim, canjica,
farinha, polvilho, sagu, alho e soja), devem ser registrados
no Serviço de Inspeção Vegetal do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento – MAPA. Com esse registro podem
ser comercializadas em todo o território nacional.

Para o caso dos produtos de origem animal tem-se o Serviço
de Inspeção Federal – SIF; o Serviço de Inspeção Estadual – SIE;
e o Serviço de Inspeção Municipal – SIM, ligados aos Órgãos
de Agricultura dos governos federal, estadual e municipal,
respectivamente.

No entanto, os empreendimentos de produtos de origem ani-
mal registrados no SIM podem comercializar seus produtos
apenas no território de seu respectivo município. Os empreen-
dimentos de produtos de origem animal inspecionados pelo
SIE podem comercializar seus produtos dentro de seu respec-
tivo Estado. Já os empreendimentos de produtos de origem
animal inspecionados pelo SIF podem vender seus produtos
em todo o território Nacional.

Atualmente, está sendo implementado um novo sistema de
organização dos serviços de inspeção dos produtos de ori-
gem animal: o Sistema Unificado de Atenção a Sanidade
Agropecuária – SUASA. A partir disso, todos os serviços de
inspeção estaduais e municipais (SIE e SIM) poderão solicitar
a adesão ao SUASA. Com essa adesão, todos os empreen-
dimentos registrados no SIE ou SIM, poderão comercializar
seus produtos em todo o país.



                                                                   13
Quem é quem nesse processo?

     Agricultor e agricultora familiar
     De acordo com a Lei nº 11.326/2006, é considerado agricultor
     familiar e empreendedor familiar rural, aquele que pratica
     atividades no meio rural, possui área menor a 4 módulos fiscais,
     mão-de-obra da própria família, renda familiar vinculada ao
     próprio estabelecimento e gerenciamento do estabelecimento ou
     empreendimento pela própria família. Também são considerados
     agricultores familiares: silvicultores, aquicultores, extrativistas,
     pescadores, indígenas, quilombolas e assentados.

     Fornecedor da agricultura familiar
     Para que seja fornecedor, a família deve estar identificada pela
     DAP (Declaração de Aptidão ao Pronaf):
     •	 Em caso de grupos formais (organizações da agricultura
        familiar), é necessária a DAP Jurídica da organização;
     •	 Em caso de grupos informais (grupo de agricultores familiares e
        empreendedores familiares rurais), é necessária a DAP Física de
        cada família fornecedora.

     Agentes credenciados para emitir DAP
     A emissão de DAP é delegada aos seguintes órgãos e entidades:
     •	 Instituições Estaduais Oficiais de Assistência Técnica e Extensão
        Rural;
     •	 CEPLAC – Comissão Executiva de Plano da Lavoura Cacaueira;
     •	 CONTAG – Confederação Nacional dos Trabalhadores na
        Agricultura;
     •	 STR – Sindicato de Trabalhadores Rurais, formalmente filiados à
        CONTAG;
     •	 FETRAF – Federação dos Trabalhadores na Agricultura
        Familiar;
     •	 STRAF – Sindicato de Trabalhadores na Agricultura Familiar,
        formalmente filiados à FETRAF;
     •	 ANPA – Associação Nacional dos Pequenos Agricultores;
     •	 CAPB – Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil;
     •	 ITESP – Fundação Instituto Estadual de Terras do Estado de São
        Paulo “José Gomes da Silva”;
14
•	   FUNAI – Fundação Nacional do Índio;
•	   MPA – Ministério da Pesca e Aquicultura;
•	   Federação de Pescadores;
•	   Fundação Cultural Palmares;
•	   INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária;
•	   SRA – Secretaria de Reordenamento Agrário/MDA.

Educação básica pública (Redes estadual, municipal e distrital)
•	 educação infantil (inclui creches);
•	 ensino fundamental;
•	 ensino médio;
•	 EJA (Educação de Jovens e Adultos);
•	 escolas comunitárias;
•	 entidades filantrópicas (inclusive as de educação especial);
•	 escolas localizadas em áreas indígenas e remanescentes de
   quilombos.

Conselho de Alimentação Escolar – CAE
Trata-se de um colegiado deliberativo e autônomo composto por
representantes do Poder Executivo e da sociedade, professores,
pais de alunos, alunos maiores de 18 anos e dois representantes
indicados por entidades civis organizadas (os agricultores familiares
podem ocupar esses assentos). Possui mandato de quatro anos e
tem como objetivo fiscalizar a aplicação dos recursos transferidos
e zelar pela qualidade dos produtos fornecidos. É instituído no
âmbito dos estados, do DF e dos municípios.

Entidade Executora
Secretarias de Educação dos estados e do Distrito Federal,
prefeituras municipais e escolas federais, que são responsáveis
pelo recebimento, execução e prestação de contas dos recursos
financeiros transferidos pelo FNDE.

Unidades Executoras
Entidades representativas da comunidade escolar (caixa escolar,
associação de pais e mestres, conselho escolar e similares)
responsáveis pela execução do Programa Dinheiro Direto na Escola
(PDDE) e, quando delegado, pelo uso dos recursos do PNAE.
                                                                        15
Entidade articuladora
     Entidade cadastrada no Sistema Brasileiro de Assistência Técnica
     e Extensão Rural (SIBRATER) ou entidade credenciada pelo
     Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) para emissão da
     DAP, ou Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR), ou Sindicato
     dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (SINTRAF). Deve ser
     apresentado o grupo informal aos Conselhos Municipais (CAE,
     CMDRS e COMSEA, quando houver).

     Atenção! A entidade articuladora não poderá receber remuneração,
     efetuar a venda, assinar como proponente e ter responsabilidade
     jurídica.

     Grupos formais
     Agricultores familiares e empreendedores familiares rurais
     organizados em cooperativas e associações que possuem DAP
     jurídica.

     Grupos informais
     Grupo de agricultores familiares que possuem DAP física organizados
     com o propósito de vender para a alimentação escolar. Deverão
     ser apresentados junto à entidade executora por uma entidade
     articuladora.

     É preciso se organizar para aproveitar as oportunidades!
     Com o novo espaço que se abre no mercado de produtos para a
     alimentação escolar, a agricultura familiar tem mais uma oportunidade
     importante de comercialização de forma segura e rentável. Porém,
     é preciso se organizar, pois as políticas públicas para o setor priorizam
     os agricultores e agricultoras familiares organizados em associações e
     cooperativas. Juntos têm mais força nos fóruns de discussão para organizar
     a produção, além de facilitar o acesso aos mercados consumidores.
     Apenas os agricultores familiares organizados podem ser indicados para
     fazer parte do Conselho de Alimentação Escolar (CAE), um instrumento
     de controle social, co-gestor do PNAE. Essa também é uma forma de
     mostrar para a sociedade que a agricultura familiar é produtora de
     alimentos diversificados e de qualidade.


16
Mobilize-se!
É importante a articulação dos atores envolvidos em cada esfera:
federal, estadual e municipal.
Para promover a compra da agricultura familiar para a alimentação
escolar, o MDA tem participado de articulações entre os atores de
nível federal: Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
(FNDE), Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
(MDS), Ministério de Pesca e Aquicultura (MPA) Companhia
Nacional de Abastecimento (CONAB), Conselho Nacional de
Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA), Conselho Nacional
de Educação (CONSED), Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA ), União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação
(UNDIME) e, claro, organizações da Agricultura Familiar.

Porém, há uma articulação mais local, na qual todos podem
se envolver:

Nos estados são: Delegacias Federais do Desenvolvimento Agrária,
articuladores e conselheiros dos Territórios Rurais, Superintendências
Estaduais do INCRA, EMATERs, articuladores estaduais da Rede de
Comercialização, Universidades, Centro Colaborador em alimentação e
nutrição do escolar (CECANE) e organizações da agricultura familiar.

As articulações municipais devem ocorrer com as Secretarias
Municipais de Educação e de Agricultura, Conselhos Municipais (CAE,
COMSEA, CMDRS), nutricionistas, merendeiros, escritórios locais das
Empresas Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATERs),
representações das organizações da agricultura familiar.

O encontro da alimentação escolar com a agricultura familiar tem promovido
uma verdadeira transformação nas escolas de nosso país ao permitir
que alimentos saudáveis e com forte apelo regional, todos produzidos
diretamente pela agricultura familiar, possam ser consumidos diariamente
pelos alunos de todo o Brasil.
Isso se concretiza, por exemplo, com o estudante roraimense comendo
matrinxã na alimentação de sua escola; ou o aluno gaúcho, comendo
pinhão; o goiano, com o pequi; o estudante baiano, com a tapioca; ou o
acreano, castanha-do- brasil.
                                                                             17
18
PERGUNTA
    Como deve ser realizada a compra de alimentos da agricultura
    familiar para a Alimentação Escolar?

RESPOSTA
    A aquisição de alimentos da agricultura familiar poderá ser
    realizada dispensando-se o processo licitatório, desde que
    os preços sejam compatíveis com os vigentes no mercado
    local, observando-se os princípios inscritos no art. 37 da
    Constituição Federal, e os alimentos atendam às exigências
    do controle de qualidade estabelecidas pelas normas que
    regulamentam a matéria (de acordo com o art. 14, § 1º da Lei
    nº 11.947/2009).

            Artigo 37 da Constituição Federal:
            “A administração pública direta e indireta de qualquer dos
            Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
            obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
            publicidade e eficiência”.

PERGUNTA
    Pode-se vender para o PAA e para a alimentação escolar?

RESPOSTA
    Sim, pois são dois mercados distintos.
    Pode-se vender para o PAA R$4.500,00 nas modalidades de
    doação,mais R$ 8.000,00 na modalidade de Apoio à Formação
    de Estoque, mais R$9.000,00 pelo PNAE (Lei nº 11.947/2009)

        CPR – Estoque        CPR-Doação –
          liquidação          R$ 4.500,00        Alimentação
          financeira
         R$ 8.000,00
                        +         ou
                                CDL –
                                            +     Escolar -
                                                 R$ 9.000,00
                                                               =     Total –
                                                                   R$ 21.500,00
                              R$ 4.500,00

                                            o
                                            u
        CPR – Estoque
                                                 Alimentação
          liquidação
          financeira    +   Compra direta
                             R$ 8.000,00    +     Escolar -
                                                 R$ 9.000,00
                                                               =      Total –
                                                                   R$ 25.000,00
         R$ 8.000,00



                                                                                  19
SOBRE DAP JURÍDICA

     A Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) jurídica é o instrumento
     que identifica as formas associativas dos agricultores familiares or-
     ganizadas em pessoas jurídicas devidamente formalizadas. Também
     é denominada DAP especial e deve, obrigatoriamente, conter a rela-
     ção completa de cada associado da cooperativa ou associação vincu-
     lados a ela com seus respectivos números de DAP Física.

     A DAP Jurídica somente poderá ser efetuada pela internet por meio
     de uma entidade emissora de DAP. As entidades emissoras de DAP
     são devidamente cadastrados na Secretaria da Agricultura Familiar
     do Ministério do Desenvolvimento Agrário (SAF/MDA).

     Pode-se acessar as DAPs Jurídicas por município no seguinte en-
     dereço eletrônico: http://smap.mda.gov.br/dap/dap.asp.

     PERGUNTA

          E os produtos orgânicos?

     RESPOSTA

          Art. 20. Os produtos da agricultura familiar e dos em-
          preendedores familiares rurais a serem fornecidos para
          Alimentação Escolar serão gêneros alimentícios, priorizan-
          do, sempre que possível, os alimentos orgânicos e/ou agro-
          ecológicos (de acordo com a Resolução nº 38/2009).




20
Comunidade Alimentação Escolar
Espaço de diálogo e articulação entre os atores envolvidos no
processo de compra e venda dos 30%, no mínimo, de alimentos
da agricultura familiar para a Alimentação Escolar por meio da
Lei nº 11.947/2009.
Para participar, entre no Endereço:
http://www.mda.gov.br/alimentaçãoescolar e clique no link da
Comunidade Alimentação Escolar.
- Neste endereço você também encontra informações normati-
vas atualizadas.

Nesse espaço há os seguintes instrumentos para troca de infor-
mações e construção coletiva:
•	 Mais de 900 membros de todo o Brasil;
•	 Fóruns de discussão;
•	 Mural das Chamadas Públicas;
•	 Sala de bate-papo/chat e Web Conferências;
•	 Categorias (arquivos com documentos interessantes para a
   discussão);
•	 Respostas para as dúvidas freqüentes sobre os 30%;
•	 Notícias.

A Comunidade Alimentação Escolar é para você! Entre e participe!
                                                                   21
22
Para outras informações sobre:
Cadastramento das organizações da agricultura
familiar;
Dados dos municípios;
Troca de experiências.
Acesse: http://www.mda.gov.br/alimentacaoescolar

Fale conosco:
alimentacaoescolar@mda.gov.br
Fones: (61) 2020.0949 / 2020.0788




                                                   23
www.mda.gov.br/alimentacaoescolar




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Agricultura Familiar e Alimentação Escolar

  • 1. O encontro da Agricultura Familiar com a Alimentação Escolar liz o a ua içã ad at Ed 1
  • 2. 2
  • 3. 3
  • 4. 30%, no mínimo, de todo recurso para a alimentação escolar tem que ser comprado em alimentos da Agricultura Familiar. Por meio da Lei nº 11.947/2009, a Agricultura Familiar passa também a fornecer gêneros alimentícios a serem servidos nas escolas da Rede Pública de Ensino. Do total dos recursos repassados pelo FNDE para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), no mínimo 30% deve ser comprado em gêneros alimentícios da agricultura familiar, sem intermediários e dispensando o processo licitatório. Para quem produz alimentos, a iniciativa contribui para que a agricultura familiar se organize cada vez mais e qualifique suas ações comerciais. Para quem adquire esses produtos, o resultado desse avanço é mais qualidade da alimentação a ser servida, manutenção e apropriação de hábitos alimentares saudáveis e mais desenvolvimento local de forma sustentável. Muitos municípios já estão fazendo a compra da agricultura familiar. Aprenda aqui como implementar a Lei nº 11.947/2009. Lei nº 11.947/2009 – Dispõe sobre o atendimento da alimentação escolar e do Programa Dinheiro Direto na Escola aos alunos da educação básica. Art. 14 – “Do total dos recursos financeiros repassados pelo FNDE, no âmbito do PNAE, no mínimo 30% deverão ser utilizados na aquisição de gêneros alimentícios diretamente da agricultura familiar e do empreendedor familiar rural ou de suas organizações, priorizando-se os assentamentos da reforma agrária, as comunidades tradicionais indígenas e comunidades quilombolas.” Parágrafo 1º. “A aquisição de que trata este artigo poderá ser realizada dispensando-se o procedimento licitatório desde que os preços sejam compatíveis com os vigentes no mercado local (...)”. 4
  • 5. Resolução nº38 do FNDE/2009 – Dispõe sobre o atendimento da alimentação escolar aos alunos da educação básica no Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE VI – da aquisição de gêneros alimentícios da agricultura familiar e do empreendedor familiar rural. Art. 18, parágrafo 4º, na análise das propostas e na aquisição, deverão ser priorizadas as propostas de grupos do município. Em não se obtendo as quantidadesnecessárias,estaspoderãosercomplementadascompropostas de grupos da região, do território rural, do estado e do país, nesta ordem de prioridade. Art 20. Os produtos da agricultura familiar e dos empreendedores familiares rurais a serem fornecidos para alimentação escolar serão gêneros alimentícios, priorizando, sempre que possível, os alimentos orgânicos e/ ou agroecológicos. Deverá ser respeitado o limite de R$ 9.000,00 DAP/ano. Para promover a conexão entre a agricultura familiar e a alimentação escolar, é preciso observar os princípios e as diretrizes estabelecidos pelo PNAE – gestor dessa política: • alimentação saudável e adequada; • respeito à cultura, às tradições e aos hábitos alimentares saudáveis; • controle social; • segurança alimentar e nutricional; • desenvolvimento sustentável, que significa adquirir gêneros alimentícios diversificados, produzidos localmente. Do ponto de vista da produção, essa conexão é mais uma alternativa: • no combate à pobreza rural; • na garantia da segurança alimentar; • na geração de renda e agregação de valor; • na sustentabilidade do modelo de desenvolvimento. Mais qualidade para quem compra alimentos: Com a nova Lei, o PNAE, que é quem vai adquirir os alimentos, poderá contar com um mercado crescente de produtos diversificados e saudáveis. 5
  • 6. O mínimo é 30%, mas pode ser comprado da agricultura familiar até 100% do recurso repassado para a alimentação escolar pelo FNDE. Esses 30%, em 2010, correspondem a cerca de 1 bilhão de reais. Para isso o PNAE poderá contar com a mesma rede de fornecedores da agricultura familiar que acessam o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), uma ação estratégica do Fome Zero, que permite a compra de alimentos com dispensa de licitação, a distribuição entre a rede socioassistencial e a formação de estoques públicos e da agricultura familiar. Mesmo que não se trate de uma modalidade do PAA, todo o acúmulo de experiências adquirido com o Programa faz com que essas entidades estejam mais preparadas para atender à demanda da alimentação escolar, uma vez que já possuem capacidade de fornecimento e boa articulação no mercado (seja o convencional, seja o institucional). E mais! A agricultura familiar é responsável pela produção de quase 70% dos alimentos consumidos pelos brasileiros diariamente. 70% do feijão • 84% da mandioca • 58% da produção de suínos • 54% da bovinocultura de leite • 49% do milho 40% de aves e ovos • 31% do arroz. 6
  • 7. Mais oportunidades para quem produz e fornece alimentos Do ponto de vista de quem produz, a nova Lei abre mais um mercado, o da Alimentação Escolar, no qual a agricultura familiar pode atuar como fornecedor. Ao todo, hoje, são 47 milhões de alunos, distribuídos em 190 mil escolas da Rede Pública de Ensino em todo Brasil. O resultado de todo esse potencial de mercado poderá ser: • Mais desenvolvimento local; • Aumento do dinamismo na economia local e desconcentração da renda regional; • Estímulo ao consumo de produtos orgânicos/agroecológicos na alimentação escolar, disseminando sistemas de produção de menor impacto am biental. • Segurança e garantia de comercialização para o mercado institucional. Quem pode vender: grupo formal (cooperativa ou associação da agricultura familiar com DAP jurídica) e grupo informal (agricultores e agricultoras familiares com DAP física não organizados formalmente). 7
  • 8. Passo a passo para quem COMPRA e quem VENDE 1º passo – Construção do cardápio Os cardápios da alimentação escolar deverão ser elaborados pelo nutricionista responsável, utilizando alimentos básicos, respeitando as referências nutricionais, a cultura alimentar local, levando sempre em conta a diversificação agrícola da região, uma alimentação saudável e adequada, além da sustentabilidade. Os cardápios deverão oferecer, no mínimo, três porções de frutas e hortaliças por semana. Responsáveis por essa etapa: nutricionistas. O que devem fazer: • mapear os produtos da agricultura familiar local na Secretaria Municipal de Agricultura, no escritório da Empresa Estadual de Assistência Técnica e Extensão Rural local ou nas organizações da agricultura familiar; • elaborar cardápios respeitando a cultura alimentar local, a diversidade e sazonalidade da produção da agricultura familiar da região; e • informar à entidade executora a demanda, especificando quais os produtos e a quantidade de cada um. 2º passo – Chamada Pública As entidades executoras (Secretarias Estaduais de Educação, prefeituras ou escolas) deverão publicar, por meio de Chamada Pública (que é modalidade de edital relativo à agricultura familiar), em jornal de circulação local, regional, estadual ou nacional, em página na internet e na forma de mural em local público de ampla circulação, quais os alimentos e a quantidade de cada um deles que desejam adquirir da agricultura familiar para alimentação escolar. Além disso, pode-se usar outros meios de divulgação como, por exemplo, as rádios comunitárias. Responsáveis por essa etapa: Entidades executoras 8
  • 9. O que devem fazer: • respeitar todos os princípios do art. 37 da Constituição Federal, como a legalidade, impessoalidade, a moralidade, a publicidade e a eficiência; • fornecer informações suficientes para que os fornecedores apresentem corretamente os projetos de venda: tipos de produtos, cronograma das entregas (periodicidade, início e fim do fornecimento, entre outros), locais das entregas e quantidades; • ter uma Chamada Pública que deve, sempre, visar o interesse público. Todos os critérios para garantir a lisura do processo devem ser garantidos como, por exemplo, manter os envelopes lacrados até o momento da abertura pública. 3º passo – Preços de referência Os preços de referência servirão de parâmetro para os valores dos produtos a serem adquiridos, demonstrando que o gestor pagou preços justos. Devem ser atualizados semestralmente. Responsável por essa etapa: Entidade executora. O que deve fazer: Informar-se nas Superintendências Estaduais da CONAB ou nos outros executores do PAA, sobre os preços de referência praticados pelo programa. Nas localidades em que não houver PAA ou onde estes preços estiverem desatualizados, os preços de referência deverão ser calculados com base em critérios definidos a partir do valor gasto no ano para compra da agricultura familiar. Vale salientar que vale como preço de referência os projetos do PAA do próprio município. 9
  • 10. Compras de até R$ 100 mil por ano, calcular: A média dos preços pagos aos agricultores familiares por três mercados varejistas, priorizando a feira do produtor da agricultura familiar; ou os preços vigentes de venda para o varejo, apurado junto aos produtores, cooperativas, associações ou agroindústrias familiares, em pesquisa no mercado local ou regional. Compras iguais ou superiores a R$ 100 mil por ano, calcular: A média dos preços praticados no mercado atacadista nos últimos 12 meses; ou os preços apurados nas licitações de compras de alimentos realizadas no âmbito da Entidade Executora, desde que estejam em vigor; ou os preços vigentes, apurados em orçamento, de no mínimo três mercados atacadistas locais ou regionais. Atenção! Os produtos da agricultura familiar para alimentação escolar não poderão ter preços inferiores aos pagos pelo Programa de Garantia de Preços para Agricultura Familiar (PGPAF). Confira esses valores acessando o Site do Ministério do Desenvolvimento Agrário na Internet: http://www.mda.gov.br/alimentacaoescolar 4º passo – Elaboração de projeto de venda É o documento que formaliza o interesse dos agricultores familiares em vender para a Alimentação Escolar. O projeto de venda de gêneros alimentícios da agricultura familiar para a alimentação escolar deverá ser elaborado pelo: grupo formal ou pelo grupo informal (assessorado pela entidade articuladora), sempre de acordo com a Chamada Pública. Devem assinar o documento o representante do grupo formal e os agricultores fornecedores do grupo informal. Responsáveis por essa etapa: Agricultores familiares organizados em grupo formal e/ou grupo informal. 5º passo – Recebimento de projeto de venda A entrega do projeto de venda deve ser acompanhada da seguinte documentação de habilitação dos fornecedores: 10
  • 11. - grupos informais: Extrato da Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) de cada agricultor participante, CPF e Projeto de Venda. - grupos formais: Extrato da Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) jurídica, CNPJ, cópias das certidões negativas junto ao INSS, FGTS, Receita Federal e Dívidas Ativas da União, cópia do estatuto e Projeto de Venda. Quem recebe os projetos de venda: Entidade executora. 6º passo – seleção dos projetos de venda A seleção dos projetos de venda será realizada pela entidade executora e terão prioridade, nesta ordem, os projetos do município, da região, do território rural, do estado e do país. O limite individual de venda por agricultor familiar é de R$ 9 mil por DAP/ano. Os produtos da agricultura familiar devem atender o que determina a legislação sanitária, que normatiza o registro dos produtos e empreendimentos no Serviço de Inspeção Federal – SIF; no Serviço de Inspeção Estadual – SIE; no Serviço de Inspeção Municipal – SIM; no Serviço de Inspeção Vegetal/MAPA; e na Vigilância Sanitária. 11
  • 12. 7º passo – Assinatura do contrato O contrato estabelece o cronograma de entrega dos produtos, a data de pagamento dos agricultores familiares e todas as cláusulas de compra e venda. O contrato de aquisição de gêneros alimentícios da agricultura familiar sem licitação para a alimentação escolar deverá ser assinado pela entidade executora, pela cooperativa ou associação (grupo formal) e/ou agricultores familiares (grupo informal). 8º passo – Entrega dos produtos O início da entrega dos produtos será de acordo com o cronograma previsto no contrato. Quando isso ocorre, o representante da entidade executora e do grupo fornecedor deverá assinar o Termo de Recebimento da Agricultura Familiar, além da ciência da entidade articuladora, no caso dos grupos informais. Esse termo atesta que os produtos entregues estão de acordo com o contrato e com os padrões de qualidade exigidos. Documento fiscal exigido: • nota do produtor rural (bloco do produtor) ou; • nota avulsa ou; • nota fiscal. Serviço de inspeção sanitária dos alimentos Existem, no Brasil, vários serviços de inspeção e de fiscalização da qualidade sanitária dos alimentos. A responsabilidade de atuação de cada um desses serviços de inspeção está definida de acordo com o tipo de matéria prima principal que originam os produtos. Para o caso dos empreendimentos de produtos de origem vegetal - exceto de bebidas, de vinagre e de embalagem de produtos de padronizados (feijão, arroz, amendoim, canjica, farinha, polvilho, sagu, alho e soja) - a responsabilidade pelo controle da qualidade sanitária é da Vigilância Sanitária, ligada aos órgãos de saúde. Sendo que neste caso a maioria dos produtos de ori- gem vegetal é dispensada de registro, mas não de fiscalização, de acordo com a Resolução do Ministério da Saúde nº. 23, de 12
  • 13. 15/03/2000. Assim, os estabelecimentos de produtos de origem vegetal devem fazer o cadastro antes do início da produção, junto ao órgão de saúde do seu respectivo município, através do preenchimento de um formulário específico. Os empreendimentos de bebidas, de vinagre e de embalagem de produtos padronizados (feijão, arroz, amendoim, canjica, farinha, polvilho, sagu, alho e soja), devem ser registrados no Serviço de Inspeção Vegetal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA. Com esse registro podem ser comercializadas em todo o território nacional. Para o caso dos produtos de origem animal tem-se o Serviço de Inspeção Federal – SIF; o Serviço de Inspeção Estadual – SIE; e o Serviço de Inspeção Municipal – SIM, ligados aos Órgãos de Agricultura dos governos federal, estadual e municipal, respectivamente. No entanto, os empreendimentos de produtos de origem ani- mal registrados no SIM podem comercializar seus produtos apenas no território de seu respectivo município. Os empreen- dimentos de produtos de origem animal inspecionados pelo SIE podem comercializar seus produtos dentro de seu respec- tivo Estado. Já os empreendimentos de produtos de origem animal inspecionados pelo SIF podem vender seus produtos em todo o território Nacional. Atualmente, está sendo implementado um novo sistema de organização dos serviços de inspeção dos produtos de ori- gem animal: o Sistema Unificado de Atenção a Sanidade Agropecuária – SUASA. A partir disso, todos os serviços de inspeção estaduais e municipais (SIE e SIM) poderão solicitar a adesão ao SUASA. Com essa adesão, todos os empreen- dimentos registrados no SIE ou SIM, poderão comercializar seus produtos em todo o país. 13
  • 14. Quem é quem nesse processo? Agricultor e agricultora familiar De acordo com a Lei nº 11.326/2006, é considerado agricultor familiar e empreendedor familiar rural, aquele que pratica atividades no meio rural, possui área menor a 4 módulos fiscais, mão-de-obra da própria família, renda familiar vinculada ao próprio estabelecimento e gerenciamento do estabelecimento ou empreendimento pela própria família. Também são considerados agricultores familiares: silvicultores, aquicultores, extrativistas, pescadores, indígenas, quilombolas e assentados. Fornecedor da agricultura familiar Para que seja fornecedor, a família deve estar identificada pela DAP (Declaração de Aptidão ao Pronaf): • Em caso de grupos formais (organizações da agricultura familiar), é necessária a DAP Jurídica da organização; • Em caso de grupos informais (grupo de agricultores familiares e empreendedores familiares rurais), é necessária a DAP Física de cada família fornecedora. Agentes credenciados para emitir DAP A emissão de DAP é delegada aos seguintes órgãos e entidades: • Instituições Estaduais Oficiais de Assistência Técnica e Extensão Rural; • CEPLAC – Comissão Executiva de Plano da Lavoura Cacaueira; • CONTAG – Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura; • STR – Sindicato de Trabalhadores Rurais, formalmente filiados à CONTAG; • FETRAF – Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar; • STRAF – Sindicato de Trabalhadores na Agricultura Familiar, formalmente filiados à FETRAF; • ANPA – Associação Nacional dos Pequenos Agricultores; • CAPB – Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil; • ITESP – Fundação Instituto Estadual de Terras do Estado de São Paulo “José Gomes da Silva”; 14
  • 15. FUNAI – Fundação Nacional do Índio; • MPA – Ministério da Pesca e Aquicultura; • Federação de Pescadores; • Fundação Cultural Palmares; • INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária; • SRA – Secretaria de Reordenamento Agrário/MDA. Educação básica pública (Redes estadual, municipal e distrital) • educação infantil (inclui creches); • ensino fundamental; • ensino médio; • EJA (Educação de Jovens e Adultos); • escolas comunitárias; • entidades filantrópicas (inclusive as de educação especial); • escolas localizadas em áreas indígenas e remanescentes de quilombos. Conselho de Alimentação Escolar – CAE Trata-se de um colegiado deliberativo e autônomo composto por representantes do Poder Executivo e da sociedade, professores, pais de alunos, alunos maiores de 18 anos e dois representantes indicados por entidades civis organizadas (os agricultores familiares podem ocupar esses assentos). Possui mandato de quatro anos e tem como objetivo fiscalizar a aplicação dos recursos transferidos e zelar pela qualidade dos produtos fornecidos. É instituído no âmbito dos estados, do DF e dos municípios. Entidade Executora Secretarias de Educação dos estados e do Distrito Federal, prefeituras municipais e escolas federais, que são responsáveis pelo recebimento, execução e prestação de contas dos recursos financeiros transferidos pelo FNDE. Unidades Executoras Entidades representativas da comunidade escolar (caixa escolar, associação de pais e mestres, conselho escolar e similares) responsáveis pela execução do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) e, quando delegado, pelo uso dos recursos do PNAE. 15
  • 16. Entidade articuladora Entidade cadastrada no Sistema Brasileiro de Assistência Técnica e Extensão Rural (SIBRATER) ou entidade credenciada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) para emissão da DAP, ou Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR), ou Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (SINTRAF). Deve ser apresentado o grupo informal aos Conselhos Municipais (CAE, CMDRS e COMSEA, quando houver). Atenção! A entidade articuladora não poderá receber remuneração, efetuar a venda, assinar como proponente e ter responsabilidade jurídica. Grupos formais Agricultores familiares e empreendedores familiares rurais organizados em cooperativas e associações que possuem DAP jurídica. Grupos informais Grupo de agricultores familiares que possuem DAP física organizados com o propósito de vender para a alimentação escolar. Deverão ser apresentados junto à entidade executora por uma entidade articuladora. É preciso se organizar para aproveitar as oportunidades! Com o novo espaço que se abre no mercado de produtos para a alimentação escolar, a agricultura familiar tem mais uma oportunidade importante de comercialização de forma segura e rentável. Porém, é preciso se organizar, pois as políticas públicas para o setor priorizam os agricultores e agricultoras familiares organizados em associações e cooperativas. Juntos têm mais força nos fóruns de discussão para organizar a produção, além de facilitar o acesso aos mercados consumidores. Apenas os agricultores familiares organizados podem ser indicados para fazer parte do Conselho de Alimentação Escolar (CAE), um instrumento de controle social, co-gestor do PNAE. Essa também é uma forma de mostrar para a sociedade que a agricultura familiar é produtora de alimentos diversificados e de qualidade. 16
  • 17. Mobilize-se! É importante a articulação dos atores envolvidos em cada esfera: federal, estadual e municipal. Para promover a compra da agricultura familiar para a alimentação escolar, o MDA tem participado de articulações entre os atores de nível federal: Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Ministério de Pesca e Aquicultura (MPA) Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA), Conselho Nacional de Educação (CONSED), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA ), União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME) e, claro, organizações da Agricultura Familiar. Porém, há uma articulação mais local, na qual todos podem se envolver: Nos estados são: Delegacias Federais do Desenvolvimento Agrária, articuladores e conselheiros dos Territórios Rurais, Superintendências Estaduais do INCRA, EMATERs, articuladores estaduais da Rede de Comercialização, Universidades, Centro Colaborador em alimentação e nutrição do escolar (CECANE) e organizações da agricultura familiar. As articulações municipais devem ocorrer com as Secretarias Municipais de Educação e de Agricultura, Conselhos Municipais (CAE, COMSEA, CMDRS), nutricionistas, merendeiros, escritórios locais das Empresas Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATERs), representações das organizações da agricultura familiar. O encontro da alimentação escolar com a agricultura familiar tem promovido uma verdadeira transformação nas escolas de nosso país ao permitir que alimentos saudáveis e com forte apelo regional, todos produzidos diretamente pela agricultura familiar, possam ser consumidos diariamente pelos alunos de todo o Brasil. Isso se concretiza, por exemplo, com o estudante roraimense comendo matrinxã na alimentação de sua escola; ou o aluno gaúcho, comendo pinhão; o goiano, com o pequi; o estudante baiano, com a tapioca; ou o acreano, castanha-do- brasil. 17
  • 18. 18
  • 19. PERGUNTA Como deve ser realizada a compra de alimentos da agricultura familiar para a Alimentação Escolar? RESPOSTA A aquisição de alimentos da agricultura familiar poderá ser realizada dispensando-se o processo licitatório, desde que os preços sejam compatíveis com os vigentes no mercado local, observando-se os princípios inscritos no art. 37 da Constituição Federal, e os alimentos atendam às exigências do controle de qualidade estabelecidas pelas normas que regulamentam a matéria (de acordo com o art. 14, § 1º da Lei nº 11.947/2009). Artigo 37 da Constituição Federal: “A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”. PERGUNTA Pode-se vender para o PAA e para a alimentação escolar? RESPOSTA Sim, pois são dois mercados distintos. Pode-se vender para o PAA R$4.500,00 nas modalidades de doação,mais R$ 8.000,00 na modalidade de Apoio à Formação de Estoque, mais R$9.000,00 pelo PNAE (Lei nº 11.947/2009) CPR – Estoque CPR-Doação – liquidação R$ 4.500,00 Alimentação financeira R$ 8.000,00 + ou CDL – + Escolar - R$ 9.000,00 = Total – R$ 21.500,00 R$ 4.500,00 o u CPR – Estoque Alimentação liquidação financeira + Compra direta R$ 8.000,00 + Escolar - R$ 9.000,00 = Total – R$ 25.000,00 R$ 8.000,00 19
  • 20. SOBRE DAP JURÍDICA A Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) jurídica é o instrumento que identifica as formas associativas dos agricultores familiares or- ganizadas em pessoas jurídicas devidamente formalizadas. Também é denominada DAP especial e deve, obrigatoriamente, conter a rela- ção completa de cada associado da cooperativa ou associação vincu- lados a ela com seus respectivos números de DAP Física. A DAP Jurídica somente poderá ser efetuada pela internet por meio de uma entidade emissora de DAP. As entidades emissoras de DAP são devidamente cadastrados na Secretaria da Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (SAF/MDA). Pode-se acessar as DAPs Jurídicas por município no seguinte en- dereço eletrônico: http://smap.mda.gov.br/dap/dap.asp. PERGUNTA E os produtos orgânicos? RESPOSTA Art. 20. Os produtos da agricultura familiar e dos em- preendedores familiares rurais a serem fornecidos para Alimentação Escolar serão gêneros alimentícios, priorizan- do, sempre que possível, os alimentos orgânicos e/ou agro- ecológicos (de acordo com a Resolução nº 38/2009). 20
  • 21. Comunidade Alimentação Escolar Espaço de diálogo e articulação entre os atores envolvidos no processo de compra e venda dos 30%, no mínimo, de alimentos da agricultura familiar para a Alimentação Escolar por meio da Lei nº 11.947/2009. Para participar, entre no Endereço: http://www.mda.gov.br/alimentaçãoescolar e clique no link da Comunidade Alimentação Escolar. - Neste endereço você também encontra informações normati- vas atualizadas. Nesse espaço há os seguintes instrumentos para troca de infor- mações e construção coletiva: • Mais de 900 membros de todo o Brasil; • Fóruns de discussão; • Mural das Chamadas Públicas; • Sala de bate-papo/chat e Web Conferências; • Categorias (arquivos com documentos interessantes para a discussão); • Respostas para as dúvidas freqüentes sobre os 30%; • Notícias. A Comunidade Alimentação Escolar é para você! Entre e participe! 21
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  • 23. Para outras informações sobre: Cadastramento das organizações da agricultura familiar; Dados dos municípios; Troca de experiências. Acesse: http://www.mda.gov.br/alimentacaoescolar Fale conosco: alimentacaoescolar@mda.gov.br Fones: (61) 2020.0949 / 2020.0788 23