SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 54
ÁFRICA –
SÍNTESE
HISTÓRICA
Por que estudar a África?Por que estudar a África?
Além de identificar e reconhecer as
influências das culturas africanas
(sobretudo da chamada África
Atlântica) sobre a formação do
Brasil, é necessário olhar outros
povos, histórias e tradições, indo
além do habitual costume que
privilegia o estudo do mundo
eurocêntrico (que tem a cultura de
origem europeia como base ou
referência).Imagem: ESEOHE CECILIA EJODAME / Creative
Commons Attribution-Share Alike 3.0 Unported
A África Atlântica
O “Berço” da humanidadeO “Berço” da humanidade
O continente é reconhecidamente associado ao surgimento do
homem, pois em terras africanas foram identificadas várias e
antigas espécies que fizeram parte da evolução humana.
MigraçõesMigrações
 Desde os tempos mais remotos, as populações africanas
passaram por processos migratórios ou pela formação de
grupos isolados pouco numerosos
 Formação de vários grupos étnicos e de uma grande
diversidade de estruturas sociais, tribos, comunidades e
variadas formas de organização política – que, embora
utilizemos termos ocidentais como “impérios” ou “reinos”,
funcionavam de formas próprias e diferenciadas.
A África Atlântica
Desertos
Estepes
Savanas
Florestas
Oásis
Vegetação mediterrânea
Diversidade natural
que influenciou o
desenvolvimento
humano.
Imagem: SEE-PE, redesenhado a partir de imagem de Autor Desconhecido.
A África Atlântica
Civilizações marcantesCivilizações marcantes
 O Antigo Egito é, certamente, a mais
conhecida e grandiosa civilização africana,
tendo sido cenário de importantes
acontecimentos e tendo construído uma
formidável cultura.
 O Antigo Egito é, certamente, a mais
conhecida e grandiosa civilização africana,
tendo sido cenário de importantes
acontecimentos e tendo construído uma
formidável cultura.
 Durante mais de 2 mil anos, os egípcios
dominaram extensas regiões e promoveram
obras fantásticas para honrar seus vários
deuses e para produzir através do
aproveitamento do Rio Nilo.
Imagem: Jeff Dahl / GNU Free Documentation License
A África Atlântica
Civilizações marcantesCivilizações marcantes
 Abaixo da região egípcia, onde hoje está o Sudão,
civilizações deixaram suas marcas:
 O Reino de Kush chegou a
ser conhecido como a
civilização dos “faraós
negros”, tendo como capital
a cidade de Meroé. Os
kushitas também
construíram pirâmides e
tiveram relações tensas com
os poderosos egípcios. O
reino só foi extinto no
século IV da Era Cristã.
 O Reino de Kush chegou a
ser conhecido como a
civilização dos “faraós
negros”, tendo como capital
a cidade de Meroé. Os
kushitas também
construíram pirâmides e
tiveram relações tensas com
os poderosos egípcios. O
reino só foi extinto no
século IV da Era Cristã.
Imagem: Ruinas de Meroé / B N Chagny / Creative
Commons Attribution-Share Alike 1.0 Generic
A África Atlântica
Civilizações marcantesCivilizações marcantes
 Na região da atual
Etiópia, desenvolveu-se o
antigo reino Axum, que
teve importantes relações
comerciais com Israel e a
Mesopotâmia. Axum foi
também a porta de
entrada para o
Cristianismo na África.
 Na região da atual
Etiópia, desenvolveu-se o
antigo reino Axum, que
teve importantes relações
comerciais com Israel e a
Mesopotâmia. Axum foi
também a porta de
entrada para o
Cristianismo na África.
Imagem: Parque das estelas de Axum / Pzbinden7 /
GNU Free Documentation License
A África Atlântica
Civilizações marcantesCivilizações marcantes
 Os reinos núbios surgiram após os
conflitos entre Kush e Axum
 No século VI dC, os núbios estavam
reunidos através dos reinos da Nobácia,
de Macúria e de Aloa.
 Os três reinos possuíam grande força
militar, desenvolveram intensas
atividades de agricultura, mineração e
comércio (que incluía negociação de
escravos).
 O cristianismo também foi difundidos
nestes reinos, mas o avanço islâmico
acabou modificando definitivamente a
situação. Os reinos existiram até o
século XVI.
 Os reinos núbios surgiram após os
conflitos entre Kush e Axum
 No século VI dC, os núbios estavam
reunidos através dos reinos da Nobácia,
de Macúria e de Aloa.
 Os três reinos possuíam grande força
militar, desenvolveram intensas
atividades de agricultura, mineração e
comércio (que incluía negociação de
escravos).
 O cristianismo também foi difundidos
nestes reinos, mas o avanço islâmico
acabou modificando definitivamente a
situação. Os reinos existiram até o
século XVI.
Imagem: Faraós Núbios / Wufei07 / public domain
A África Atlântica
Civilizações marcantesCivilizações marcantes
 Na África do Norte (Mediterrânea) formou-se o importante e
poderoso império Cartaginês, que teve a cidade de Cartago (na
atual Tunísia) como centro. Os cartagineses desenvolveram
intenso comércio pelo Mediterrâneo e rivalizaram com gregos e
romanos. Durante as Guerras Púnicas (264-146 aC), contra
Roma, os cartagineses chegaram a invadir a Europa, mas
acabaram sendo derrotados.
 Na África do Norte (Mediterrânea) formou-se o importante e
poderoso império Cartaginês, que teve a cidade de Cartago (na
atual Tunísia) como centro. Os cartagineses desenvolveram
intenso comércio pelo Mediterrâneo e rivalizaram com gregos e
romanos. Durante as Guerras Púnicas (264-146 aC), contra
Roma, os cartagineses chegaram a invadir a Europa, mas
acabaram sendo derrotados.
Imagem: Ruínas de Cártago / Autor desconhecido / Public Domain
A África Atlântica
Vários povos e várias etniasVários povos e várias etnias
A diversidade cultural dos povos africanos era tamanha que os
especialistas estimam que tenham existido mais de 1.200 línguas
diferentes, muitas delas sem qualquer relação ou influência entre
elas. As principais famílias linguísticas são:
A diversidade cultural dos povos africanos era tamanha que os
especialistas estimam que tenham existido mais de 1.200 línguas
diferentes, muitas delas sem qualquer relação ou influência entre
elas. As principais famílias linguísticas são:
 Afro-Asiáticas (norte e leste): berbere, egípcio antigo, semítico,
cushita e chádico;
 Afro-Asiáticas (norte e leste): berbere, egípcio antigo, semítico,
cushita e chádico;
 Niger-Cordofaniana: Cordofaniano e Níger-Congo (ashanti,
suaíli, banto, xosa, zulu, iorubá, ibo, etc.);
 Niger-Cordofaniana: Cordofaniano e Níger-Congo (ashanti,
suaíli, banto, xosa, zulu, iorubá, ibo, etc.);
 Nilo-Saariana (norte do Nilo, no Saara e no Sudão): Songai,
saariano, mabã, furiã, comã e nilótico;
 Nilo-Saariana (norte do Nilo, no Saara e no Sudão): Songai,
saariano, mabã, furiã, comã e nilótico;
 Coissã (sul): Hadza, sandane e coissã. Coissã (sul): Hadza, sandane e coissã.
A África Atlântica
Geralmente os membros das
comunidades eram
poliglotas, pois dominavam e
utilizavam várias línguas, a
exemplo daquelas que eram
faladas por seus familiares e
por línguas dos grupos e
comunidades vizinhas.
Geralmente os membros das
comunidades eram
poliglotas, pois dominavam e
utilizavam várias línguas, a
exemplo daquelas que eram
faladas por seus familiares e
por línguas dos grupos e
comunidades vizinhas.
Línguas Afro-Asiáticas
Línguas Niger-Cordofanianas
Línguas Nilo-Saarianas
Línguas Coissã
Imagem: SEE-PE, redesenhado a partir de imagem de Autor Desconhecido.
A África Atlântica
A África teve e ainda tem
inúmeros grupos étnicos
característicos. Confira
alguns:
Sudaneses
Bantos
Bosquinianos
Pigmeus
Hotentotes
Nilóticos
A área em destaque é
reconhecida como
África Negra
Imagem: SEE-PE, redesenhado a partir de imagem de Autor Desconhecido.
A África Atlântica
Como estudar a África?Como estudar a África?
Há pelo menos quatro formas de abordar o espaço africano
conforme fatores ambientais, sociais e culturais:
Há pelo menos quatro formas de abordar o espaço africano
conforme fatores ambientais, sociais e culturais:
1. África do Norte, África Ocidental, África Oriental, África do Sul
e África Central; (*)
2. África do Norte, África Subsaariana e África do Sul;2. África do Norte, África Subsaariana e África do Sul;
3. África Branca (norte) e África Negra (sul);3. África Branca (norte) e África Negra (sul);
4. África Mediterrânea, África Oriental e África AtlânticaÁfrica Atlântica.4. África Mediterrânea, África Oriental e África AtlânticaÁfrica Atlântica.
(*) É a divisão mais utilizada e presente na cartografia estudada
didaticamente, apresentando as sub-regiões africanas. Também é
oficialmente empregada pela ONU (Organização das Nações Unidas),
obedecendo a atual divisão política do continente.
A África Atlântica
Oceano
Atlântico
África do Norte
África Ocidental
África Central
África Oriental
África do Sul
Imagem: SEE-PE, redesenhado a partir de imagem de Autor Desconhecido.
A África Atlântica
A África AtlânticaA África Atlântica
Esta região ocidental do
continente, banhada
pelo Oceano Atlântico e
que teve fortes
influências sobre a
formação colonial das
Américas, foi a origem
dos escravos que
partiram para o Novo
Mundo.
Esta região ocidental do
continente, banhada
pelo Oceano Atlântico e
que teve fortes
influências sobre a
formação colonial das
Américas, foi a origem
dos escravos que
partiram para o Novo
Mundo.
Oceano
Atlântico
Imagem: SEE-PE, redesenhado a partir de imagem de Autor Desconhecido.
A África Atlântica
A África AtlânticaA África Atlântica
Oceano
Atlântico
Para os estudiosos da
História da África, a região
é formada pelos seguintes
países atuais: Mauritânia,
Senegal, Gâmbia, Guiné
Bissau, Guiné, Serra Leoa,
Libéria, Costa do Marfim,
Gana, Togo, Benin,
Nigéria, Camarões, Guiné
Equatorial, São Tomé e
Príncipe, Gabão, Congo,
República Democrática do
Congo e Angola.
Imagem: SEE-PE, redesenhado a partir de imagem de Autor Desconhecido.
A África Atlântica
A África AtlânticaA África Atlântica
A região sediou um dos mais importantes reinos históricos da
África, o poderoso Império de Gana, que desenvolveu intensa
atividade mineradora e comercial que negociava vários produtos e
também impulsionou o tráfico de escravos.
Situado numa movimentada rota entre as regiões atlânticas e
subsaarianas, o império manteve contatos com vários povos, o
que facilitou os negócios envolvendo escravos.
Gana manteve sob seu controle vários reinos na região e entrou
em decadência após o domínio de invasores islâmicos, no século
XIII.
A região sediou um dos mais importantes reinos históricos da
África, o poderoso Império de Gana, que desenvolveu intensa
atividade mineradora e comercial que negociava vários produtos e
também impulsionou o tráfico de escravos.
Situado numa movimentada rota entre as regiões atlânticas e
subsaarianas, o império manteve contatos com vários povos, o
que facilitou os negócios envolvendo escravos.
Gana manteve sob seu controle vários reinos na região e entrou
em decadência após o domínio de invasores islâmicos, no século
XIII.
A África Atlântica
A África AtlânticaA África Atlântica
O reino de Mali estava nas proximidades da África Atlântica, por
isso era bastante ligado à região. Mali adotou o islamismo e
também deveu seu desenvolvimento ao comércio, além de intensa
vida urbana, o que ocorria em grandes cidades como Tombuctu.
Imagem: EhavEliyahu / Public Domain
A África Atlântica
A África AtlânticaA África Atlântica
A situação geográfica da África Atlântica favoreceu bastante as
atividades comerciais, pois são abundantes os rios e os canais
naturais navegáveis, facilitando o fluxo de pessoas e mercadorias
de várias partes.
Imagem:Jialiang Gao www.peace-on-earth.org / GNU Free Documentation License
A África Atlântica
A escravidão é uma característica marcante na vida da África
Atlântica, sendo o tráfico humano uma atividade que teve muita
importância na região. O escravismo era uma prática muito
comum na África e remonta os tempos das civilizações mais
antigas do continente.
EscravidãoEscravidão
Imagem: Autor desconhecido / United States Public Domain
A África Atlântica
Cenas da escravidão interna na África Atlântica.
Imagem: Autor desconhecido / United States Public Domain
A África Atlântica
EscravidãoEscravidão
Cenas da escravidão interna na África Atlântica.
Imagem: Autor desconhecido / Public Domain
A África Atlântica
EscravidãoEscravidão
Mulheres e crianças
escravas.
Imagem: Autor desconhecido / United States Public Domain
A África Atlântica
EscravidãoEscravidão
Com a expansão marítima europeia, a partir do século XV, os
contatos entre a Europa e a África tornaram-se intensos e, com
eles, a escravidão ganhou mais mercados através do tráfico
atlântico, que passou a ter o Novo Mundo como destino.
Os portugueses estabeleceram privilegiadas condições de
negociação, estabelecendo grande volume de atividades e
possibilitando o aumento das influências externas sobre a África
Atlântica.
Os portugueses estabeleceram privilegiadas condições de
negociação, estabelecendo grande volume de atividades e
possibilitando o aumento das influências externas sobre a África
Atlântica.
Tráfico atlântico:Tráfico atlântico:
 Fluxo externo para as Américas;
 Preferência por escravos homens, por crianças e
adolescentes.
 Preferência por escravos homens, por crianças e
adolescentes.
A África Atlântica
EscravidãoEscravidão
As intensas intromissões externas contribuíram para
desestabilizar os reinos africanos, cada vez mais dependentes das
potências europeias.
O tráfico atlântico acentuou também os problemas internos na
África, pois aumentou as tensões entre os povos e sociedades
numa luta entre aqueles que buscavam escravos e aqueles que
buscavam resistir à submissão.
O tráfico atlântico acentuou também os problemas internos na
África, pois aumentou as tensões entre os povos e sociedades
numa luta entre aqueles que buscavam escravos e aqueles que
buscavam resistir à submissão.
A África Atlântica
 Cerca de 90% dos escravos transferidos para as Américas
partiram da África Atlântica;
 No caso do fornecimento de escravos para o Brasil, os
interesses pelo controle do comércio escravista gerou atritos
entre lideranças e grupos africanos, comerciantes portugueses
e também brasileiros;
 No caso do fornecimento de escravos para o Brasil, os
interesses pelo controle do comércio escravista gerou atritos
entre lideranças e grupos africanos, comerciantes portugueses
e também brasileiros;
EscravidãoEscravidão
Esquemas e representações de navios
negreiros que faziam as rotas entre a
África Atlântica e as Américas.
Esquemas e representações de navios
negreiros que faziam as rotas entre a
África Atlântica e as Américas.
Imagem: Autor desconhecido / United States Public Domain
A África Atlântica
EscravidãoEscravidão
 O fluxo escravista a partir da África Atlântica acabou também
disseminando, através do êxodo escravo, vários elementos da
cultura nativa africana para as Américas, então significativa parte
da base sociocultural das sociedades formadas nas Américas
receberam influências diretas dos povos da África Atlântica;
 O fluxo escravista a partir da África Atlântica acabou também
disseminando, através do êxodo escravo, vários elementos da
cultura nativa africana para as Américas, então significativa parte
da base sociocultural das sociedades formadas nas Américas
receberam influências diretas dos povos da África Atlântica;
 As populações escravas passaram a constituir a população
americana, agindo no processo de produção colonial, mas a
devida integração à sociedade ainda não foi concluída mesmo
após o fim do trabalho escravo;
 A continuidade do tráfico escravo foi trágica para vários reinos,
aldeias e povoados africanos, que passaram a ser atacados para
obtenção de pessoas que seriam submetidas ao escravismo no
Mundo Atlântico.
 A continuidade do tráfico escravo foi trágica para vários reinos,
aldeias e povoados africanos, que passaram a ser atacados para
obtenção de pessoas que seriam submetidas ao escravismo no
Mundo Atlântico.
A África Atlântica
A África pré-
colonial
• A África possuiu uma História
anterior a sua exploração
colonial iniciada nos séculos XV
e XVI;
• Era um local onde existiam
grandes e importantes
civilizações;
O Darwinismo
• Inspirados pelo Darwinismo
os europeus passaram a ver
o continente como um lugar
de pessoas inferiores;
• A África e seus moradores
não deveriam ser levados,
mesmo que a força, a um
estágio mais elevado de
“cultura”.
• A África foi habitada
por comerciantes,
ferreiros, ourives,
guerreiros, reis e
rainhas;
• Algumas civilizações
são conhecidas desde
o século IV, como a
primeira dinastia de
Gana;
Os bérberes eram nômades e viviam em caravanas
que cortavam o deserto do Saara.
Dentre os primeiros
povos da África
podemos destacar os
bérberes e os bantos.
• Os bantos habitavam o noroeste da África, (atuais Estados da Nigéria,
Mali, Mauritânia e Camarões);
• Eram agricultores e faziam da pesca e da caça atividades suplementares,
dominavam a metalurgia, fato que possibilitou conquistarem povos vizinhos e
assim formarem um grande reino, que abrangia grande parte do noroeste do
continente, o reino do Congo.
• Durante os séculos V a XV, na África ocidental, os impérios de Gana e
de Mali, e reinos da África central e oriental, como os Luba e Lunda,
se chocaram entre os séculos XVI e XIX, sendo considerados
semelhantes aos Estados de modelo monárquico ou imperial;
• Um dos motivos deste choque era o tráfico de africanos para serem
escravizados na América.
Áfricas
• O continente africano era habita por povos
distintos em “estágios evolutivos” distintos;
• Por isso não é correto pensar na África como
um continente habitado por pessoas todas
iguais;
• Cada tribo, ou civilização africana tinha sua
própria língua, costumes, leis e deuses.
Grupos Étnico-linguísticos:
• Em amarelo:
semítico;
• Em verde: bantu;
• Em rosa: mande,
mandinga
• Em marron-escuro:
nilótico;
Os produtos do comércio africano: o
vidro.
O marfim:
Os bronzes:
Bronzes do Benin, século XV
O ouro:
A África no Brasil
• Os africanos no Brasil,
durante o período da
escravidão, eram tratados
como mercadoria;
• Eram explorados e sua
cultura tida como inferior;
• Mas mesmo assim
conseguiram manter um
pouco de seus costumes
vivos.
Religião
• Através da religiosidade os africanos
preservaram parte de sua cultura;
• O catolicismo no Brasil é totalmente atípico;
• Só aqui existe o católico não praticante;
• O candomblé é a maior prova deste sincretismo;
• Nesta religião, criada no Brasil, mistura-se o
cristianismo e as crenças africanas;
• Apesar de não parecer o candomblé é uma
religião monoteísta.
Relações
Nossa Senhora da
Conceição Iemanjá
Outras influências
• O português falado no Brasil é prova viva da
contribuição africana: Abadá, Babá,
Banguela, Cachimbo, Dengoso, Farofa,
Garapa, Hum-hum, Inhaca, Lambada, etc.
• Na música o samba;
• Na culinária a feijoada e o arroz doce
• Nas festas a congada, o maracatu e o
carnaval.
ÁFRICA
ASPECTOS SOCIAIS
ÁFRICA, O ESPAÇO DAS
“FRONTEIRAS ARTIFICIAIS”
CONFERÊNCIA DE BERLIM: Os europeus na partilha
mudaram as fronteiras nativas incitando a rivalidades
étnicas, pois quando as fronteiras foram estabelecidas, devido
à diversidade cultural, muitos grupos rivais ficaram juntos e
outros se separaram; houve uma mudança produtiva, pois
deixaram o cultivo de subsistência para atender aos
interesses europeus, que introduziram a monocultura e a
extração mineral. Em todo esse processo os europeus não
tiveram respeito com os africanos, pois não levaram em
conta a identidade cultural do povo.
CONFERÊNCIA DE BERLIM: Os europeus na partilha
mudaram as fronteiras nativas incitando a rivalidades
étnicas, pois quando as fronteiras foram estabelecidas, devido
à diversidade cultural, muitos grupos rivais ficaram juntos e
outros se separaram; houve uma mudança produtiva, pois
deixaram o cultivo de subsistência para atender aos
interesses europeus, que introduziram a monocultura e a
extração mineral. Em todo esse processo os europeus não
tiveram respeito com os africanos, pois não levaram em
conta a identidade cultural do povo.
ÁFRICA, O ESPAÇO DAS
“FRONTEIRAS ARTIFICIAIS”
•A colonização africana fortaleceu-
se em conseqüência do Racismo.
•O racismo nasceu da exploração
capitalista: a escravatura, as relações
senhor-servo, mão-de-obra barata –
Estratégias para manter a
superioridade branca sobre as
demais raças.
•A colonização africana fortaleceu-
se em conseqüência do Racismo.
•O racismo nasceu da exploração
capitalista: a escravatura, as relações
senhor-servo, mão-de-obra barata –
Estratégias para manter a
superioridade branca sobre as
demais raças.
O PROCESSO DE DESCOLONIZAÇÃO
• A descolonização africana aconteceu num processo
iniciado após a II GM.
• A estratégia de alguns países, para não perder de vez o
domínio, negociou a transferência de poder para elites
locais, criadas artificialmente, em troca da manutenção
de laços econômicos. Essa estratégia é chamada de
neocolonialismo, o que resulta em conflitos até os dias
de hoje. Dessa forma, muitos países africanos obtiveram
apenas uma independência formal.
AtividadeAtividade
 Texto 1
“Se definirmos o escravo como alguém que é propriedade de
outro – que pode ser pessoa, grupo social, instituição ou cargo
político –, e cuja propriedade é reconhecida por leis e
costumes, temos que concluir que a ‘prisão social’ do cativo
doméstico constituía uma forma de escravidão. Essa definição
de escravo vale tanto para a escravidão ‘de linhagem’ como
para a utilização comercial em larga escala de escravos, esta
também encontrada na África em lugares e períodos
específicos”.
João José Reis, “Notas sobre a escravidão na África pré-colonial”
A África Atlântica
AtividadeAtividade
 Texto 2
“Dado fundamental do sistema escravista, a dessocialização,
processo em que o indivíduo é capturado e apartado de sua
comunidade nativa, se completa com a despersonalização, na
qual o cativo é convertido em mercadoria na sequencia da
reificação, da coisificação, levada a efeito na sociedade
escravista”.
Luiz Felipe Alencastro, “O trato dos viventes: formação do Brasil
no Atlântico Sul”
Vamos debater!Vamos debater!
Como podemos identificar as definições de escravidão nos
textos lidos? É possível comparar as formas de escravidão
existentes na antiguidade e aquela que existia na África?
A África Atlântica
AtividadeAtividade
Por que podemos falar na existência de “várias Áfricas”?
Costumamos empregar nossos conceitos sobre as instituições
sociais para entender a sociedade africana, mas o
funcionamento dos “reinos”, “impérios” e o “Estado” na África
não ocorre exatamente como indicam nossos conceitos.
Discuta como ocorrem estas variações.
A África Atlântica

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

História Cultural dos Povos Africanos
História Cultural dos Povos AfricanosHistória Cultural dos Povos Africanos
História Cultural dos Povos AfricanosIsaquel Silva
 
1° ano EM - Hebreus, fenícios e Persas
1° ano EM - Hebreus, fenícios e Persas1° ano EM - Hebreus, fenícios e Persas
1° ano EM - Hebreus, fenícios e PersasDaniel Alves Bronstrup
 
As origens do ser humano - 6º Ano (2017)
As origens do ser humano - 6º Ano (2017)As origens do ser humano - 6º Ano (2017)
As origens do ser humano - 6º Ano (2017)Nefer19
 
REINOS AFRICANOS
REINOS AFRICANOSREINOS AFRICANOS
REINOS AFRICANOSElvisJohnR
 
Civilizações da África Antiga
Civilizações da África AntigaCivilizações da África Antiga
Civilizações da África AntigaFábio Paiva
 
Escravidão / Resistência
Escravidão / ResistênciaEscravidão / Resistência
Escravidão / ResistênciaJoemille Leal
 
Os povos africanos e a origem do mundo
Os povos africanos e a origem do mundoOs povos africanos e a origem do mundo
Os povos africanos e a origem do mundoPROFºWILTONREIS
 
Independência da América Espanhola
Independência da América EspanholaIndependência da América Espanhola
Independência da América EspanholaAulas de História
 
Imperialismo - Neocolonialismo - Partilha da África e da Ásia
Imperialismo - Neocolonialismo - Partilha da África e da ÁsiaImperialismo - Neocolonialismo - Partilha da África e da Ásia
Imperialismo - Neocolonialismo - Partilha da África e da ÁsiaPortal do Vestibulando
 
Povoamento da américa
Povoamento da américaPovoamento da américa
Povoamento da américaZé Knust
 

Was ist angesagt? (20)

1° ano - Mesopotâmia
1° ano - Mesopotâmia1° ano - Mesopotâmia
1° ano - Mesopotâmia
 
História Cultural dos Povos Africanos
História Cultural dos Povos AfricanosHistória Cultural dos Povos Africanos
História Cultural dos Povos Africanos
 
AFRICANOS NO BRASIL
AFRICANOS NO BRASILAFRICANOS NO BRASIL
AFRICANOS NO BRASIL
 
1° ano EM - Hebreus, fenícios e Persas
1° ano EM - Hebreus, fenícios e Persas1° ano EM - Hebreus, fenícios e Persas
1° ano EM - Hebreus, fenícios e Persas
 
As origens do ser humano - 6º Ano (2017)
As origens do ser humano - 6º Ano (2017)As origens do ser humano - 6º Ano (2017)
As origens do ser humano - 6º Ano (2017)
 
Povos pré colombianos
Povos pré colombianosPovos pré colombianos
Povos pré colombianos
 
REINOS AFRICANOS
REINOS AFRICANOSREINOS AFRICANOS
REINOS AFRICANOS
 
Índios brasileiros
Índios brasileirosÍndios brasileiros
Índios brasileiros
 
Diaspora Africana
Diaspora AfricanaDiaspora Africana
Diaspora Africana
 
Colonizacao inglesa
Colonizacao inglesaColonizacao inglesa
Colonizacao inglesa
 
A África antiga
A África antigaA África antiga
A África antiga
 
Astecas maias e incas
Astecas maias e incasAstecas maias e incas
Astecas maias e incas
 
A origem do homem
A origem do homemA origem do homem
A origem do homem
 
Civilizações da África Antiga
Civilizações da África AntigaCivilizações da África Antiga
Civilizações da África Antiga
 
ÁFRICA
ÁFRICAÁFRICA
ÁFRICA
 
Escravidão / Resistência
Escravidão / ResistênciaEscravidão / Resistência
Escravidão / Resistência
 
Os povos africanos e a origem do mundo
Os povos africanos e a origem do mundoOs povos africanos e a origem do mundo
Os povos africanos e a origem do mundo
 
Independência da América Espanhola
Independência da América EspanholaIndependência da América Espanhola
Independência da América Espanhola
 
Imperialismo - Neocolonialismo - Partilha da África e da Ásia
Imperialismo - Neocolonialismo - Partilha da África e da ÁsiaImperialismo - Neocolonialismo - Partilha da África e da Ásia
Imperialismo - Neocolonialismo - Partilha da África e da Ásia
 
Povoamento da américa
Povoamento da américaPovoamento da américa
Povoamento da américa
 

Andere mochten auch

Caps. 7 e 8 - ÁFrica: aspectos naturais, econômicos e sociais
Caps. 7 e 8 - ÁFrica: aspectos naturais, econômicos e sociaisCaps. 7 e 8 - ÁFrica: aspectos naturais, econômicos e sociais
Caps. 7 e 8 - ÁFrica: aspectos naturais, econômicos e sociaisprofacacio
 
Introdução à história da áfrica
Introdução à história da áfricaIntrodução à história da áfrica
Introdução à história da áfricagindri
 
áFrica Aspectos FíSicos
áFrica Aspectos FíSicosáFrica Aspectos FíSicos
áFrica Aspectos FíSicosceama
 
Africa Contemporanea
Africa ContemporaneaAfrica Contemporanea
Africa Contemporaneaculturaafro
 
6º ano cap 7 o homem e o meio ambiente
6º ano cap 7  o homem e o meio ambiente6º ano cap 7  o homem e o meio ambiente
6º ano cap 7 o homem e o meio ambienteISJ
 
Aula geo energia_trasnporte_telecomunicacao
Aula geo energia_trasnporte_telecomunicacaoAula geo energia_trasnporte_telecomunicacao
Aula geo energia_trasnporte_telecomunicacaoAlmir
 
HISTÓRIA DA AFRICA
HISTÓRIA DA AFRICAHISTÓRIA DA AFRICA
HISTÓRIA DA AFRICAculturaafro
 
Lindas imagens do continente africano!
Lindas imagens do continente africano!Lindas imagens do continente africano!
Lindas imagens do continente africano!Neusa Fiesta
 

Andere mochten auch (20)

Geografia continente africano
Geografia   continente africanoGeografia   continente africano
Geografia continente africano
 
África
ÁfricaÁfrica
África
 
Caps. 7 e 8 - ÁFrica: aspectos naturais, econômicos e sociais
Caps. 7 e 8 - ÁFrica: aspectos naturais, econômicos e sociaisCaps. 7 e 8 - ÁFrica: aspectos naturais, econômicos e sociais
Caps. 7 e 8 - ÁFrica: aspectos naturais, econômicos e sociais
 
História da África
História da ÁfricaHistória da África
História da África
 
ApresentaçãO Africa
ApresentaçãO AfricaApresentaçãO Africa
ApresentaçãO Africa
 
Introdução à história da áfrica
Introdução à história da áfricaIntrodução à história da áfrica
Introdução à história da áfrica
 
áFrica Aspectos FíSicos
áFrica Aspectos FíSicosáFrica Aspectos FíSicos
áFrica Aspectos FíSicos
 
As primeiras sociedades africanas
As primeiras sociedades africanasAs primeiras sociedades africanas
As primeiras sociedades africanas
 
História em quadrinhos escravidao
História em quadrinhos escravidaoHistória em quadrinhos escravidao
História em quadrinhos escravidao
 
História contemporânea
História contemporâneaHistória contemporânea
História contemporânea
 
Africa Contemporanea
Africa ContemporaneaAfrica Contemporanea
Africa Contemporanea
 
Fotos de negros
Fotos de negrosFotos de negros
Fotos de negros
 
África
ÁfricaÁfrica
África
 
6º ano cap 7 o homem e o meio ambiente
6º ano cap 7  o homem e o meio ambiente6º ano cap 7  o homem e o meio ambiente
6º ano cap 7 o homem e o meio ambiente
 
Ação do homem no meio ambiente
Ação do homem no meio ambienteAção do homem no meio ambiente
Ação do homem no meio ambiente
 
Aula geo energia_trasnporte_telecomunicacao
Aula geo energia_trasnporte_telecomunicacaoAula geo energia_trasnporte_telecomunicacao
Aula geo energia_trasnporte_telecomunicacao
 
HISTÓRIA DA AFRICA
HISTÓRIA DA AFRICAHISTÓRIA DA AFRICA
HISTÓRIA DA AFRICA
 
Lindas imagens do continente africano!
Lindas imagens do continente africano!Lindas imagens do continente africano!
Lindas imagens do continente africano!
 
Homem natureza
Homem naturezaHomem natureza
Homem natureza
 
Africa
AfricaAfrica
Africa
 

Ähnlich wie História da África Atlântica

áFrica – síntese histórica, étnica, social e cultural
áFrica – síntese histórica, étnica, social  e culturaláFrica – síntese histórica, étnica, social  e cultural
áFrica – síntese histórica, étnica, social e culturalServidor Público Estadual
 
História da África - Prof.Altair Aguilar.
História da África - Prof.Altair Aguilar.História da África - Prof.Altair Aguilar.
História da África - Prof.Altair Aguilar.Altair Moisés Aguilar
 
África Atlântica - Prof. Altair Aguilar
África Atlântica - Prof. Altair AguilarÁfrica Atlântica - Prof. Altair Aguilar
África Atlântica - Prof. Altair AguilarAltair Moisés Aguilar
 
A África atlântica.ppt
A África atlântica.pptA África atlântica.ppt
A África atlântica.pptPriscylaLeal1
 
A África atlântica.ppt
A África atlântica.pptA África atlântica.ppt
A África atlântica.pptMaiharaMarques1
 
A áfrica atlântica
A áfrica atlânticaA áfrica atlântica
A áfrica atlânticaVictor Melo
 
História e Cultura Africana - Aula 1 - O mundo muçulmano em África
História e Cultura Africana - Aula 1 - O mundo muçulmano em ÁfricaHistória e Cultura Africana - Aula 1 - O mundo muçulmano em África
História e Cultura Africana - Aula 1 - O mundo muçulmano em ÁfricaMario Filho
 
África - Divisão - Conteúdo do ENEM 2024
África - Divisão - Conteúdo do ENEM 2024África - Divisão - Conteúdo do ENEM 2024
África - Divisão - Conteúdo do ENEM 2024Igor da Silva
 
A chegada dos europeus na africaprofrodrigo
A chegada dos europeus na africaprofrodrigoA chegada dos europeus na africaprofrodrigo
A chegada dos europeus na africaprofrodrigoNelia Salles Nantes
 
áFrica contexto histórico-social e aspectos gerais da atualidade
áFrica   contexto histórico-social e aspectos gerais da atualidadeáFrica   contexto histórico-social e aspectos gerais da atualidade
áFrica contexto histórico-social e aspectos gerais da atualidadeUiles Martins
 
A chegada dos europeus na áfrica
A chegada dos europeus  na áfricaA chegada dos europeus  na áfrica
A chegada dos europeus na áfricaNelia Salles Nantes
 
A chegada dos europeus na áfrica
A chegada dos europeus  na áfricaA chegada dos europeus  na áfrica
A chegada dos europeus na áfricaNelia Salles Nantes
 
áFrica [ trabalho de geografia ]
áFrica [ trabalho de geografia ]áFrica [ trabalho de geografia ]
áFrica [ trabalho de geografia ]Alex Faria
 
Primeiras civilizações sociedades africanas da antiguidade
Primeiras civilizações   sociedades africanas da antiguidadePrimeiras civilizações   sociedades africanas da antiguidade
Primeiras civilizações sociedades africanas da antiguidadeseixasmarianas
 

Ähnlich wie História da África Atlântica (20)

áFrica – síntese histórica, étnica, social e cultural
áFrica – síntese histórica, étnica, social  e culturaláFrica – síntese histórica, étnica, social  e cultural
áFrica – síntese histórica, étnica, social e cultural
 
História da África - Prof.Altair Aguilar.
História da África - Prof.Altair Aguilar.História da África - Prof.Altair Aguilar.
História da África - Prof.Altair Aguilar.
 
África Atlântica - Prof. Altair Aguilar
África Atlântica - Prof. Altair AguilarÁfrica Atlântica - Prof. Altair Aguilar
África Atlântica - Prof. Altair Aguilar
 
A África atlântica.ppt
A África atlântica.pptA África atlântica.ppt
A África atlântica.ppt
 
A África atlântica.ppt
A África atlântica.pptA África atlântica.ppt
A África atlântica.ppt
 
A África atlântica.ppt
A África atlântica.pptA África atlântica.ppt
A África atlântica.ppt
 
A áfrica atlântica
A áfrica atlânticaA áfrica atlântica
A áfrica atlântica
 
Um Continente e Diversas Culturas
Um Continente e Diversas CulturasUm Continente e Diversas Culturas
Um Continente e Diversas Culturas
 
História e Cultura Africana - Aula 1 - O mundo muçulmano em África
História e Cultura Africana - Aula 1 - O mundo muçulmano em ÁfricaHistória e Cultura Africana - Aula 1 - O mundo muçulmano em África
História e Cultura Africana - Aula 1 - O mundo muçulmano em África
 
África - Divisão - Conteúdo do ENEM 2024
África - Divisão - Conteúdo do ENEM 2024África - Divisão - Conteúdo do ENEM 2024
África - Divisão - Conteúdo do ENEM 2024
 
A chegada dos europeus na africaprofrodrigo
A chegada dos europeus na africaprofrodrigoA chegada dos europeus na africaprofrodrigo
A chegada dos europeus na africaprofrodrigo
 
áFrica
áFricaáFrica
áFrica
 
Africa
AfricaAfrica
Africa
 
áFrica contexto histórico-social e aspectos gerais da atualidade
áFrica   contexto histórico-social e aspectos gerais da atualidadeáFrica   contexto histórico-social e aspectos gerais da atualidade
áFrica contexto histórico-social e aspectos gerais da atualidade
 
A chegada dos europeus na áfrica
A chegada dos europeus  na áfricaA chegada dos europeus  na áfrica
A chegada dos europeus na áfrica
 
A chegada dos europeus na áfrica
A chegada dos europeus  na áfricaA chegada dos europeus  na áfrica
A chegada dos europeus na áfrica
 
Brasilidade e áfrica
Brasilidade e áfricaBrasilidade e áfrica
Brasilidade e áfrica
 
áFrica [ trabalho de geografia ]
áFrica [ trabalho de geografia ]áFrica [ trabalho de geografia ]
áFrica [ trabalho de geografia ]
 
Primeiras civilizações sociedades africanas da antiguidade
Primeiras civilizações   sociedades africanas da antiguidadePrimeiras civilizações   sociedades africanas da antiguidade
Primeiras civilizações sociedades africanas da antiguidade
 
Povos mesopotamico
Povos mesopotamicoPovos mesopotamico
Povos mesopotamico
 

Mehr von Portal do Vestibulando

Idade Média - Feudalismo - Reino Franco
Idade Média - Feudalismo - Reino FrancoIdade Média - Feudalismo - Reino Franco
Idade Média - Feudalismo - Reino FrancoPortal do Vestibulando
 
Sociedades Pré-colombianas: Toltecas, Olmecas, Incas, Nazca, Maias, Astecas
Sociedades Pré-colombianas: Toltecas, Olmecas, Incas, Nazca, Maias, AstecasSociedades Pré-colombianas: Toltecas, Olmecas, Incas, Nazca, Maias, Astecas
Sociedades Pré-colombianas: Toltecas, Olmecas, Incas, Nazca, Maias, AstecasPortal do Vestibulando
 
Ditadura militar anos de chumbo (1964-1985)
Ditadura militar   anos de chumbo (1964-1985)Ditadura militar   anos de chumbo (1964-1985)
Ditadura militar anos de chumbo (1964-1985)Portal do Vestibulando
 
Período entre guerras - crise de 1929 - nazifascismo
Período entre guerras - crise de 1929 - nazifascismoPeríodo entre guerras - crise de 1929 - nazifascismo
Período entre guerras - crise de 1929 - nazifascismoPortal do Vestibulando
 
Brasil Pré-colonial - contexto histórico
Brasil Pré-colonial - contexto históricoBrasil Pré-colonial - contexto histórico
Brasil Pré-colonial - contexto históricoPortal do Vestibulando
 
África nos tempos de tráfico atlântico
África nos tempos de tráfico atlânticoÁfrica nos tempos de tráfico atlântico
África nos tempos de tráfico atlânticoPortal do Vestibulando
 
Brasil Pré-colonial - contexto histórico
Brasil Pré-colonial - contexto históricoBrasil Pré-colonial - contexto histórico
Brasil Pré-colonial - contexto históricoPortal do Vestibulando
 
Brasil Colônia: revoltas nativistas e separatistas
Brasil Colônia: revoltas nativistas e separatistasBrasil Colônia: revoltas nativistas e separatistas
Brasil Colônia: revoltas nativistas e separatistasPortal do Vestibulando
 
Brasil Pré-colonial - contexto histórico
Brasil Pré-colonial - contexto históricoBrasil Pré-colonial - contexto histórico
Brasil Pré-colonial - contexto históricoPortal do Vestibulando
 
Cuca Vestibulares - Maratona PSC 1 - Manaus
Cuca Vestibulares - Maratona PSC 1 - ManausCuca Vestibulares - Maratona PSC 1 - Manaus
Cuca Vestibulares - Maratona PSC 1 - ManausPortal do Vestibulando
 

Mehr von Portal do Vestibulando (20)

Idade Média - Feudalismo - Reino Franco
Idade Média - Feudalismo - Reino FrancoIdade Média - Feudalismo - Reino Franco
Idade Média - Feudalismo - Reino Franco
 
Sociedades Pré-colombianas: Toltecas, Olmecas, Incas, Nazca, Maias, Astecas
Sociedades Pré-colombianas: Toltecas, Olmecas, Incas, Nazca, Maias, AstecasSociedades Pré-colombianas: Toltecas, Olmecas, Incas, Nazca, Maias, Astecas
Sociedades Pré-colombianas: Toltecas, Olmecas, Incas, Nazca, Maias, Astecas
 
Independência dos EUA
Independência dos EUAIndependência dos EUA
Independência dos EUA
 
Ditadura militar anos de chumbo (1964-1985)
Ditadura militar   anos de chumbo (1964-1985)Ditadura militar   anos de chumbo (1964-1985)
Ditadura militar anos de chumbo (1964-1985)
 
07 revolução mexicana
07   revolução mexicana07   revolução mexicana
07 revolução mexicana
 
Período entre guerras - crise de 1929 - nazifascismo
Período entre guerras - crise de 1929 - nazifascismoPeríodo entre guerras - crise de 1929 - nazifascismo
Período entre guerras - crise de 1929 - nazifascismo
 
Guerra Fria - Atualizada
Guerra Fria - AtualizadaGuerra Fria - Atualizada
Guerra Fria - Atualizada
 
Nova República
Nova RepúblicaNova República
Nova República
 
Senhora
SenhoraSenhora
Senhora
 
Brasil Pré-colonial - contexto histórico
Brasil Pré-colonial - contexto históricoBrasil Pré-colonial - contexto histórico
Brasil Pré-colonial - contexto histórico
 
Absolutismo
AbsolutismoAbsolutismo
Absolutismo
 
Questão Palestina
Questão PalestinaQuestão Palestina
Questão Palestina
 
Descolonização afro-asiática
Descolonização afro-asiáticaDescolonização afro-asiática
Descolonização afro-asiática
 
África nos tempos de tráfico atlântico
África nos tempos de tráfico atlânticoÁfrica nos tempos de tráfico atlântico
África nos tempos de tráfico atlântico
 
Brasil Pré-colonial - contexto histórico
Brasil Pré-colonial - contexto históricoBrasil Pré-colonial - contexto histórico
Brasil Pré-colonial - contexto histórico
 
Brasil Colônia: revoltas nativistas e separatistas
Brasil Colônia: revoltas nativistas e separatistasBrasil Colônia: revoltas nativistas e separatistas
Brasil Colônia: revoltas nativistas e separatistas
 
Brasil: Economia Colonial
Brasil: Economia ColonialBrasil: Economia Colonial
Brasil: Economia Colonial
 
Brasil Pré-colonial - contexto histórico
Brasil Pré-colonial - contexto históricoBrasil Pré-colonial - contexto histórico
Brasil Pré-colonial - contexto histórico
 
Cuca Vestibulares - Maratona PSC 1 - Manaus
Cuca Vestibulares - Maratona PSC 1 - ManausCuca Vestibulares - Maratona PSC 1 - Manaus
Cuca Vestibulares - Maratona PSC 1 - Manaus
 
Religiões de matriz africana
Religiões de matriz africanaReligiões de matriz africana
Religiões de matriz africana
 

História da África Atlântica

  • 2. Por que estudar a África?Por que estudar a África? Além de identificar e reconhecer as influências das culturas africanas (sobretudo da chamada África Atlântica) sobre a formação do Brasil, é necessário olhar outros povos, histórias e tradições, indo além do habitual costume que privilegia o estudo do mundo eurocêntrico (que tem a cultura de origem europeia como base ou referência).Imagem: ESEOHE CECILIA EJODAME / Creative Commons Attribution-Share Alike 3.0 Unported A África Atlântica
  • 3. O “Berço” da humanidadeO “Berço” da humanidade O continente é reconhecidamente associado ao surgimento do homem, pois em terras africanas foram identificadas várias e antigas espécies que fizeram parte da evolução humana. MigraçõesMigrações  Desde os tempos mais remotos, as populações africanas passaram por processos migratórios ou pela formação de grupos isolados pouco numerosos  Formação de vários grupos étnicos e de uma grande diversidade de estruturas sociais, tribos, comunidades e variadas formas de organização política – que, embora utilizemos termos ocidentais como “impérios” ou “reinos”, funcionavam de formas próprias e diferenciadas. A África Atlântica
  • 4.
  • 5. Desertos Estepes Savanas Florestas Oásis Vegetação mediterrânea Diversidade natural que influenciou o desenvolvimento humano. Imagem: SEE-PE, redesenhado a partir de imagem de Autor Desconhecido. A África Atlântica
  • 6. Civilizações marcantesCivilizações marcantes  O Antigo Egito é, certamente, a mais conhecida e grandiosa civilização africana, tendo sido cenário de importantes acontecimentos e tendo construído uma formidável cultura.  O Antigo Egito é, certamente, a mais conhecida e grandiosa civilização africana, tendo sido cenário de importantes acontecimentos e tendo construído uma formidável cultura.  Durante mais de 2 mil anos, os egípcios dominaram extensas regiões e promoveram obras fantásticas para honrar seus vários deuses e para produzir através do aproveitamento do Rio Nilo. Imagem: Jeff Dahl / GNU Free Documentation License A África Atlântica
  • 7. Civilizações marcantesCivilizações marcantes  Abaixo da região egípcia, onde hoje está o Sudão, civilizações deixaram suas marcas:  O Reino de Kush chegou a ser conhecido como a civilização dos “faraós negros”, tendo como capital a cidade de Meroé. Os kushitas também construíram pirâmides e tiveram relações tensas com os poderosos egípcios. O reino só foi extinto no século IV da Era Cristã.  O Reino de Kush chegou a ser conhecido como a civilização dos “faraós negros”, tendo como capital a cidade de Meroé. Os kushitas também construíram pirâmides e tiveram relações tensas com os poderosos egípcios. O reino só foi extinto no século IV da Era Cristã. Imagem: Ruinas de Meroé / B N Chagny / Creative Commons Attribution-Share Alike 1.0 Generic A África Atlântica
  • 8. Civilizações marcantesCivilizações marcantes  Na região da atual Etiópia, desenvolveu-se o antigo reino Axum, que teve importantes relações comerciais com Israel e a Mesopotâmia. Axum foi também a porta de entrada para o Cristianismo na África.  Na região da atual Etiópia, desenvolveu-se o antigo reino Axum, que teve importantes relações comerciais com Israel e a Mesopotâmia. Axum foi também a porta de entrada para o Cristianismo na África. Imagem: Parque das estelas de Axum / Pzbinden7 / GNU Free Documentation License A África Atlântica
  • 9. Civilizações marcantesCivilizações marcantes  Os reinos núbios surgiram após os conflitos entre Kush e Axum  No século VI dC, os núbios estavam reunidos através dos reinos da Nobácia, de Macúria e de Aloa.  Os três reinos possuíam grande força militar, desenvolveram intensas atividades de agricultura, mineração e comércio (que incluía negociação de escravos).  O cristianismo também foi difundidos nestes reinos, mas o avanço islâmico acabou modificando definitivamente a situação. Os reinos existiram até o século XVI.  Os reinos núbios surgiram após os conflitos entre Kush e Axum  No século VI dC, os núbios estavam reunidos através dos reinos da Nobácia, de Macúria e de Aloa.  Os três reinos possuíam grande força militar, desenvolveram intensas atividades de agricultura, mineração e comércio (que incluía negociação de escravos).  O cristianismo também foi difundidos nestes reinos, mas o avanço islâmico acabou modificando definitivamente a situação. Os reinos existiram até o século XVI. Imagem: Faraós Núbios / Wufei07 / public domain A África Atlântica
  • 10. Civilizações marcantesCivilizações marcantes  Na África do Norte (Mediterrânea) formou-se o importante e poderoso império Cartaginês, que teve a cidade de Cartago (na atual Tunísia) como centro. Os cartagineses desenvolveram intenso comércio pelo Mediterrâneo e rivalizaram com gregos e romanos. Durante as Guerras Púnicas (264-146 aC), contra Roma, os cartagineses chegaram a invadir a Europa, mas acabaram sendo derrotados.  Na África do Norte (Mediterrânea) formou-se o importante e poderoso império Cartaginês, que teve a cidade de Cartago (na atual Tunísia) como centro. Os cartagineses desenvolveram intenso comércio pelo Mediterrâneo e rivalizaram com gregos e romanos. Durante as Guerras Púnicas (264-146 aC), contra Roma, os cartagineses chegaram a invadir a Europa, mas acabaram sendo derrotados. Imagem: Ruínas de Cártago / Autor desconhecido / Public Domain A África Atlântica
  • 11. Vários povos e várias etniasVários povos e várias etnias A diversidade cultural dos povos africanos era tamanha que os especialistas estimam que tenham existido mais de 1.200 línguas diferentes, muitas delas sem qualquer relação ou influência entre elas. As principais famílias linguísticas são: A diversidade cultural dos povos africanos era tamanha que os especialistas estimam que tenham existido mais de 1.200 línguas diferentes, muitas delas sem qualquer relação ou influência entre elas. As principais famílias linguísticas são:  Afro-Asiáticas (norte e leste): berbere, egípcio antigo, semítico, cushita e chádico;  Afro-Asiáticas (norte e leste): berbere, egípcio antigo, semítico, cushita e chádico;  Niger-Cordofaniana: Cordofaniano e Níger-Congo (ashanti, suaíli, banto, xosa, zulu, iorubá, ibo, etc.);  Niger-Cordofaniana: Cordofaniano e Níger-Congo (ashanti, suaíli, banto, xosa, zulu, iorubá, ibo, etc.);  Nilo-Saariana (norte do Nilo, no Saara e no Sudão): Songai, saariano, mabã, furiã, comã e nilótico;  Nilo-Saariana (norte do Nilo, no Saara e no Sudão): Songai, saariano, mabã, furiã, comã e nilótico;  Coissã (sul): Hadza, sandane e coissã. Coissã (sul): Hadza, sandane e coissã. A África Atlântica
  • 12. Geralmente os membros das comunidades eram poliglotas, pois dominavam e utilizavam várias línguas, a exemplo daquelas que eram faladas por seus familiares e por línguas dos grupos e comunidades vizinhas. Geralmente os membros das comunidades eram poliglotas, pois dominavam e utilizavam várias línguas, a exemplo daquelas que eram faladas por seus familiares e por línguas dos grupos e comunidades vizinhas. Línguas Afro-Asiáticas Línguas Niger-Cordofanianas Línguas Nilo-Saarianas Línguas Coissã Imagem: SEE-PE, redesenhado a partir de imagem de Autor Desconhecido. A África Atlântica
  • 13. A África teve e ainda tem inúmeros grupos étnicos característicos. Confira alguns: Sudaneses Bantos Bosquinianos Pigmeus Hotentotes Nilóticos A área em destaque é reconhecida como África Negra Imagem: SEE-PE, redesenhado a partir de imagem de Autor Desconhecido. A África Atlântica
  • 14. Como estudar a África?Como estudar a África? Há pelo menos quatro formas de abordar o espaço africano conforme fatores ambientais, sociais e culturais: Há pelo menos quatro formas de abordar o espaço africano conforme fatores ambientais, sociais e culturais: 1. África do Norte, África Ocidental, África Oriental, África do Sul e África Central; (*) 2. África do Norte, África Subsaariana e África do Sul;2. África do Norte, África Subsaariana e África do Sul; 3. África Branca (norte) e África Negra (sul);3. África Branca (norte) e África Negra (sul); 4. África Mediterrânea, África Oriental e África AtlânticaÁfrica Atlântica.4. África Mediterrânea, África Oriental e África AtlânticaÁfrica Atlântica. (*) É a divisão mais utilizada e presente na cartografia estudada didaticamente, apresentando as sub-regiões africanas. Também é oficialmente empregada pela ONU (Organização das Nações Unidas), obedecendo a atual divisão política do continente. A África Atlântica
  • 15. Oceano Atlântico África do Norte África Ocidental África Central África Oriental África do Sul Imagem: SEE-PE, redesenhado a partir de imagem de Autor Desconhecido. A África Atlântica
  • 16. A África AtlânticaA África Atlântica Esta região ocidental do continente, banhada pelo Oceano Atlântico e que teve fortes influências sobre a formação colonial das Américas, foi a origem dos escravos que partiram para o Novo Mundo. Esta região ocidental do continente, banhada pelo Oceano Atlântico e que teve fortes influências sobre a formação colonial das Américas, foi a origem dos escravos que partiram para o Novo Mundo. Oceano Atlântico Imagem: SEE-PE, redesenhado a partir de imagem de Autor Desconhecido. A África Atlântica
  • 17. A África AtlânticaA África Atlântica Oceano Atlântico Para os estudiosos da História da África, a região é formada pelos seguintes países atuais: Mauritânia, Senegal, Gâmbia, Guiné Bissau, Guiné, Serra Leoa, Libéria, Costa do Marfim, Gana, Togo, Benin, Nigéria, Camarões, Guiné Equatorial, São Tomé e Príncipe, Gabão, Congo, República Democrática do Congo e Angola. Imagem: SEE-PE, redesenhado a partir de imagem de Autor Desconhecido. A África Atlântica
  • 18. A África AtlânticaA África Atlântica A região sediou um dos mais importantes reinos históricos da África, o poderoso Império de Gana, que desenvolveu intensa atividade mineradora e comercial que negociava vários produtos e também impulsionou o tráfico de escravos. Situado numa movimentada rota entre as regiões atlânticas e subsaarianas, o império manteve contatos com vários povos, o que facilitou os negócios envolvendo escravos. Gana manteve sob seu controle vários reinos na região e entrou em decadência após o domínio de invasores islâmicos, no século XIII. A região sediou um dos mais importantes reinos históricos da África, o poderoso Império de Gana, que desenvolveu intensa atividade mineradora e comercial que negociava vários produtos e também impulsionou o tráfico de escravos. Situado numa movimentada rota entre as regiões atlânticas e subsaarianas, o império manteve contatos com vários povos, o que facilitou os negócios envolvendo escravos. Gana manteve sob seu controle vários reinos na região e entrou em decadência após o domínio de invasores islâmicos, no século XIII. A África Atlântica
  • 19. A África AtlânticaA África Atlântica O reino de Mali estava nas proximidades da África Atlântica, por isso era bastante ligado à região. Mali adotou o islamismo e também deveu seu desenvolvimento ao comércio, além de intensa vida urbana, o que ocorria em grandes cidades como Tombuctu. Imagem: EhavEliyahu / Public Domain A África Atlântica
  • 20. A África AtlânticaA África Atlântica A situação geográfica da África Atlântica favoreceu bastante as atividades comerciais, pois são abundantes os rios e os canais naturais navegáveis, facilitando o fluxo de pessoas e mercadorias de várias partes. Imagem:Jialiang Gao www.peace-on-earth.org / GNU Free Documentation License A África Atlântica
  • 21. A escravidão é uma característica marcante na vida da África Atlântica, sendo o tráfico humano uma atividade que teve muita importância na região. O escravismo era uma prática muito comum na África e remonta os tempos das civilizações mais antigas do continente. EscravidãoEscravidão Imagem: Autor desconhecido / United States Public Domain A África Atlântica
  • 22. Cenas da escravidão interna na África Atlântica. Imagem: Autor desconhecido / United States Public Domain A África Atlântica
  • 23. EscravidãoEscravidão Cenas da escravidão interna na África Atlântica. Imagem: Autor desconhecido / Public Domain A África Atlântica
  • 24. EscravidãoEscravidão Mulheres e crianças escravas. Imagem: Autor desconhecido / United States Public Domain A África Atlântica
  • 25. EscravidãoEscravidão Com a expansão marítima europeia, a partir do século XV, os contatos entre a Europa e a África tornaram-se intensos e, com eles, a escravidão ganhou mais mercados através do tráfico atlântico, que passou a ter o Novo Mundo como destino. Os portugueses estabeleceram privilegiadas condições de negociação, estabelecendo grande volume de atividades e possibilitando o aumento das influências externas sobre a África Atlântica. Os portugueses estabeleceram privilegiadas condições de negociação, estabelecendo grande volume de atividades e possibilitando o aumento das influências externas sobre a África Atlântica. Tráfico atlântico:Tráfico atlântico:  Fluxo externo para as Américas;  Preferência por escravos homens, por crianças e adolescentes.  Preferência por escravos homens, por crianças e adolescentes. A África Atlântica
  • 26. EscravidãoEscravidão As intensas intromissões externas contribuíram para desestabilizar os reinos africanos, cada vez mais dependentes das potências europeias. O tráfico atlântico acentuou também os problemas internos na África, pois aumentou as tensões entre os povos e sociedades numa luta entre aqueles que buscavam escravos e aqueles que buscavam resistir à submissão. O tráfico atlântico acentuou também os problemas internos na África, pois aumentou as tensões entre os povos e sociedades numa luta entre aqueles que buscavam escravos e aqueles que buscavam resistir à submissão. A África Atlântica  Cerca de 90% dos escravos transferidos para as Américas partiram da África Atlântica;  No caso do fornecimento de escravos para o Brasil, os interesses pelo controle do comércio escravista gerou atritos entre lideranças e grupos africanos, comerciantes portugueses e também brasileiros;  No caso do fornecimento de escravos para o Brasil, os interesses pelo controle do comércio escravista gerou atritos entre lideranças e grupos africanos, comerciantes portugueses e também brasileiros;
  • 27. EscravidãoEscravidão Esquemas e representações de navios negreiros que faziam as rotas entre a África Atlântica e as Américas. Esquemas e representações de navios negreiros que faziam as rotas entre a África Atlântica e as Américas. Imagem: Autor desconhecido / United States Public Domain A África Atlântica
  • 28. EscravidãoEscravidão  O fluxo escravista a partir da África Atlântica acabou também disseminando, através do êxodo escravo, vários elementos da cultura nativa africana para as Américas, então significativa parte da base sociocultural das sociedades formadas nas Américas receberam influências diretas dos povos da África Atlântica;  O fluxo escravista a partir da África Atlântica acabou também disseminando, através do êxodo escravo, vários elementos da cultura nativa africana para as Américas, então significativa parte da base sociocultural das sociedades formadas nas Américas receberam influências diretas dos povos da África Atlântica;  As populações escravas passaram a constituir a população americana, agindo no processo de produção colonial, mas a devida integração à sociedade ainda não foi concluída mesmo após o fim do trabalho escravo;  A continuidade do tráfico escravo foi trágica para vários reinos, aldeias e povoados africanos, que passaram a ser atacados para obtenção de pessoas que seriam submetidas ao escravismo no Mundo Atlântico.  A continuidade do tráfico escravo foi trágica para vários reinos, aldeias e povoados africanos, que passaram a ser atacados para obtenção de pessoas que seriam submetidas ao escravismo no Mundo Atlântico. A África Atlântica
  • 29. A África pré- colonial • A África possuiu uma História anterior a sua exploração colonial iniciada nos séculos XV e XVI; • Era um local onde existiam grandes e importantes civilizações;
  • 30. O Darwinismo • Inspirados pelo Darwinismo os europeus passaram a ver o continente como um lugar de pessoas inferiores; • A África e seus moradores não deveriam ser levados, mesmo que a força, a um estágio mais elevado de “cultura”.
  • 31. • A África foi habitada por comerciantes, ferreiros, ourives, guerreiros, reis e rainhas; • Algumas civilizações são conhecidas desde o século IV, como a primeira dinastia de Gana; Os bérberes eram nômades e viviam em caravanas que cortavam o deserto do Saara. Dentre os primeiros povos da África podemos destacar os bérberes e os bantos.
  • 32. • Os bantos habitavam o noroeste da África, (atuais Estados da Nigéria, Mali, Mauritânia e Camarões); • Eram agricultores e faziam da pesca e da caça atividades suplementares, dominavam a metalurgia, fato que possibilitou conquistarem povos vizinhos e assim formarem um grande reino, que abrangia grande parte do noroeste do continente, o reino do Congo. • Durante os séculos V a XV, na África ocidental, os impérios de Gana e de Mali, e reinos da África central e oriental, como os Luba e Lunda, se chocaram entre os séculos XVI e XIX, sendo considerados semelhantes aos Estados de modelo monárquico ou imperial; • Um dos motivos deste choque era o tráfico de africanos para serem escravizados na América.
  • 33. Áfricas • O continente africano era habita por povos distintos em “estágios evolutivos” distintos; • Por isso não é correto pensar na África como um continente habitado por pessoas todas iguais; • Cada tribo, ou civilização africana tinha sua própria língua, costumes, leis e deuses.
  • 34. Grupos Étnico-linguísticos: • Em amarelo: semítico; • Em verde: bantu; • Em rosa: mande, mandinga • Em marron-escuro: nilótico;
  • 35. Os produtos do comércio africano: o vidro.
  • 38. Bronzes do Benin, século XV
  • 40. A África no Brasil • Os africanos no Brasil, durante o período da escravidão, eram tratados como mercadoria; • Eram explorados e sua cultura tida como inferior; • Mas mesmo assim conseguiram manter um pouco de seus costumes vivos.
  • 41. Religião • Através da religiosidade os africanos preservaram parte de sua cultura; • O catolicismo no Brasil é totalmente atípico; • Só aqui existe o católico não praticante; • O candomblé é a maior prova deste sincretismo; • Nesta religião, criada no Brasil, mistura-se o cristianismo e as crenças africanas; • Apesar de não parecer o candomblé é uma religião monoteísta.
  • 43. Outras influências • O português falado no Brasil é prova viva da contribuição africana: Abadá, Babá, Banguela, Cachimbo, Dengoso, Farofa, Garapa, Hum-hum, Inhaca, Lambada, etc. • Na música o samba; • Na culinária a feijoada e o arroz doce • Nas festas a congada, o maracatu e o carnaval.
  • 45. ÁFRICA, O ESPAÇO DAS “FRONTEIRAS ARTIFICIAIS” CONFERÊNCIA DE BERLIM: Os europeus na partilha mudaram as fronteiras nativas incitando a rivalidades étnicas, pois quando as fronteiras foram estabelecidas, devido à diversidade cultural, muitos grupos rivais ficaram juntos e outros se separaram; houve uma mudança produtiva, pois deixaram o cultivo de subsistência para atender aos interesses europeus, que introduziram a monocultura e a extração mineral. Em todo esse processo os europeus não tiveram respeito com os africanos, pois não levaram em conta a identidade cultural do povo. CONFERÊNCIA DE BERLIM: Os europeus na partilha mudaram as fronteiras nativas incitando a rivalidades étnicas, pois quando as fronteiras foram estabelecidas, devido à diversidade cultural, muitos grupos rivais ficaram juntos e outros se separaram; houve uma mudança produtiva, pois deixaram o cultivo de subsistência para atender aos interesses europeus, que introduziram a monocultura e a extração mineral. Em todo esse processo os europeus não tiveram respeito com os africanos, pois não levaram em conta a identidade cultural do povo.
  • 46.
  • 47.
  • 48. ÁFRICA, O ESPAÇO DAS “FRONTEIRAS ARTIFICIAIS” •A colonização africana fortaleceu- se em conseqüência do Racismo. •O racismo nasceu da exploração capitalista: a escravatura, as relações senhor-servo, mão-de-obra barata – Estratégias para manter a superioridade branca sobre as demais raças. •A colonização africana fortaleceu- se em conseqüência do Racismo. •O racismo nasceu da exploração capitalista: a escravatura, as relações senhor-servo, mão-de-obra barata – Estratégias para manter a superioridade branca sobre as demais raças.
  • 49. O PROCESSO DE DESCOLONIZAÇÃO • A descolonização africana aconteceu num processo iniciado após a II GM. • A estratégia de alguns países, para não perder de vez o domínio, negociou a transferência de poder para elites locais, criadas artificialmente, em troca da manutenção de laços econômicos. Essa estratégia é chamada de neocolonialismo, o que resulta em conflitos até os dias de hoje. Dessa forma, muitos países africanos obtiveram apenas uma independência formal.
  • 50.
  • 51.
  • 52. AtividadeAtividade  Texto 1 “Se definirmos o escravo como alguém que é propriedade de outro – que pode ser pessoa, grupo social, instituição ou cargo político –, e cuja propriedade é reconhecida por leis e costumes, temos que concluir que a ‘prisão social’ do cativo doméstico constituía uma forma de escravidão. Essa definição de escravo vale tanto para a escravidão ‘de linhagem’ como para a utilização comercial em larga escala de escravos, esta também encontrada na África em lugares e períodos específicos”. João José Reis, “Notas sobre a escravidão na África pré-colonial” A África Atlântica
  • 53. AtividadeAtividade  Texto 2 “Dado fundamental do sistema escravista, a dessocialização, processo em que o indivíduo é capturado e apartado de sua comunidade nativa, se completa com a despersonalização, na qual o cativo é convertido em mercadoria na sequencia da reificação, da coisificação, levada a efeito na sociedade escravista”. Luiz Felipe Alencastro, “O trato dos viventes: formação do Brasil no Atlântico Sul” Vamos debater!Vamos debater! Como podemos identificar as definições de escravidão nos textos lidos? É possível comparar as formas de escravidão existentes na antiguidade e aquela que existia na África? A África Atlântica
  • 54. AtividadeAtividade Por que podemos falar na existência de “várias Áfricas”? Costumamos empregar nossos conceitos sobre as instituições sociais para entender a sociedade africana, mas o funcionamento dos “reinos”, “impérios” e o “Estado” na África não ocorre exatamente como indicam nossos conceitos. Discuta como ocorrem estas variações. A África Atlântica