3. Definição
Expressão clínica de uma
insuficiência circulatória que
resulta em utilização inadequada
de oxigênio pelas células
Afeta cerca de 1/3 dos pacientes na UTI
4. Diagnóstico
Sinais Clínicos
• Hipoperfusão
• Cutânea: pele fria e
úmida,
vasoconstricção e
cianose
• Renal: débito
urinário < 0,5mL/kg/h
• Neurológica:
alteração de nível de
consciência
Sinais
Hemodinâmicos
• Hipotensão
arterial
sistêmica
• PS < 90mmHg ou
PAM < 70mmHg
• Taquicardia
Sinais
Bioquímicos
• ↑ Lactato sérico
• > 1,5mmol/L
7. Diagnósticos Diferenciais
Tipo e causa do choque podem ser evidenciados
pela história colhida, exame físico ou investigações
clínicas
Ex.: Choque após trauma
Choque hipovolêmico X cardiogênico X distributivo
Exame físico completo: cor e temperatura da pele, estase
de jugular, edema periférico
Ecocardiograma
10. Abordagem Inicial do
Paciente em Choque
Suporte hemodinâmico adequado
RCP iniciada enquanto se segue a investigação da
causa do choque
Uma vez identificada, a causa deve ser rapidamente
corrigida
Cateter arterial – pressão arterial e coleta de sangue
Cateter venoso central – infusão de fluidos e agentes
vasoativos
11. Abordagem Inicial do
Paciente em Choque
Tratamento inicial é orientado pelo problema
Os objetivos são os mesmos independentemente da
causa do choque, embora os tratamentos usados para
atingi-los possam ser diferentes
VIP:
Ventilate (oxigênio)
Infuse (reposição volêmica)
Pump (agentes vasoativos)
12. Suporte Ventilatório
Aumentar o aporte de O2 e prevenir hipertensão
pulmonar
Administração de O2 deve ser imediata
Oximetria de pulso X Gasometria
Máscara de O2 X IOT
dispneia severa, hipoxemia ou acidemia persistente ou
em piora (pH <7,3)
Redução da demanda de O2 dos músculos respiratórios
Diminuição da pós carga do VE
13. Reposição Volêmica
Aumentar o fluxo sanguíneo microvascular e o débito
cardíaco
Essencial em qualquer tipo de choque
Administração de fluidos deve ser monitorada de
perto
End points são difíceis de definir
Tornar débito cardíaco independente da pré-carga
14. Reposição Volêmica
Responsividade a fluidos em pacientes em VM
Diretamente: medida do volume sistólico batimento a
batimento com uso de monitores do débito cardíaco
Indiretamente: observação de variações na pressão de
pulso no traçado da pressão arterial durante o ciclo
ventilatório
Elevação passiva das pernas – efeito transitório
A reposição pode ser repetida se necessário, mas
deve ser interrompida rapidamente em caso de não
responsividade
15. Reposição Volêmica
Reposição volêmica
1)Escolher do tipo de fluido
Cristaloides são a primeira escolha
Albumina na hipoalbuminemia severa
2)Definir a taxa de administração do fluido
Rapidamente para induzir resposta rápida, mas não tanto a
ponto de provocar uma resposta ao estresse
300 a 500 mL em 20 a 30 minutos
3)Definir objetivo da reposição volêmica
Aumento da PA / diminuição da FC / aumento do débito urinário
4) Definir limites de segurança
Edema pulmonar
Poucos mmHg acima do valor basal da PVC
16. Agentes Vasoativos
VASOPRESSORES
Casos de hipotensão severa ou persistência dela
após administração de fluidos
Administração enquanto a reposição volêmica é feita
Agonistas adrenérgicos são os vasopressores de
primeira linha
Início de ação rápido, alta potência, meia-vida curta →
fácil ajuste de dose
17. Agentes Vasoativos
VASOPRESSORES
Receptores β-adrenérgicos
↑ fluxo sanguíneo
↑ risco de isquemia miocárdica (↑ FC e contratilidade)
Pacientes com bradicardia severa (isoproterenol)
Receptores α-adrenérgicos
↑ tônus vascular e pressão sanguínea
↓ débito cardíaco e perfusão tecidual, especialmente
na região hepatoesplênica
Raramente indicados
18. Agentes Vasoativos
VASOPRESSORES
Norepinefrina
Vasopressor de primeira escolha
Propriedades predominantemente α-adrenérgicas +
propriedades β-adrenérgicas moderadas, ajudando a
manter o débito cardíaco
↑ da PAM com pequenas alterações de FC e débito
cardíaco
0,1 a 2μg/kg/min
19. Agentes Vasoativos
VASOPRESSORES
Dopamina
Baixas doses: efeitos β-adrenérgicos
Altas doses: efeitos α-adrenérgicos
Efeitos relativamente fracos
< 3μg/kg/min IV (Bellomo et al.)
Expansão seletiva das circulações hepatoesplênica e renal,
mas ensaios controlados não mostraram efeito protetor da
função renal → uso não mais recomendado
20. Agentes Vasoativos
VASOPRESSORES
Dopamina
Efeitos indesejados no sistema hipotálamo-hipófise –
imunossupressão através da redução da liberação de
prolactina
De Backer et al., 2010: ensaio clínico controlado, duplo
cedo e randômico
Não apresentou vantagem sobre a norepinefrina como
agente vasopressor de primeira linha
Induziu mais arritmias
Foi associada a uma taxa de mortalidade aumentada em
28 dias entre pacientes com choque cardiogênico
21. Agentes Vasoativos
VASOPRESSORES
Dopamina
De Backer et al., 2012:
Maior mortalidade entre pacientes com choque séptico em
relação à norepinefrina
Dopamina não mais recomendada para o tratamento
de paciente em choque
22. Agentes Vasoativos
VASOPRESSORES
Epinefrina
Baixas doses: efeitos β-adrenérgicos
Altas doses: efeitos α-adrenérgicos
Pode ser associada a aumentada taxa de arritmia,
diminuição no fluxo sanguíneo esplênico e aumento do
lactato sérico
Estudos randômicos prospectivos não têm mostrado
benefícios da epinefrina sobre a norepinefrina no
choque séptico
Agente de segunda linha para casos graves
23. Agentes Vasoativos
VASOPRESSORES
Angiotensina e Metaraminol
Uso tem sido abandonado
Óxido Nítrico
Não tem se mostrado benéfico no choque cardiogênico
Prejudicial no choque séptico
24. Agentes Vasoativos
VASOPRESSORES
Vasopressina
Deficiência em pacientes em choque séptico muito
hipercinético → baixas doses de vasopressina pode
resultar em aumento substancial da PA
VASST
Adição de vasopressina em baixa dose à norepinefrina no
choque séptico foi segura
Pode estar associada a menor mortalidade em choques
não graves ou em pacientes que também receberam
glicocorticoides
Não deve ser usada em doses > 0,04U/min
Apenas em pacientes com alto débito cardíaco
26. Agentes Vasoativos
AGENTES INOTRÓPICOS
Dobutamina
Agente de escolha para aumentar débito cardíaco,
independente da administração de norepinefrina
Propriedades predominantemente β-adrenérgicas,
tendendo menos a induzir taquicardia do que o
isoprotenerol
Pequenas doses pode causar aumentos substancias no
débito cardíaco
Doses >20μ/kg/min adicionam pouco benefício
27. Agentes Vasoativos
AGENTES INOTRÓPICOS
Dobutamina
Tem efeitos limitados na PA, embora ela possa aumentar
ligeiramente em pacientes com disfunção miocárdica
ou diminuir ligeiramente em pacientes com hipovolemia
de base
A dose deve ser ajustada individualmente para que uma
perfusão tecidual adequada seja atingida
Pode melhorar a perfusão capilar no choque séptico,
independentemente dos efeitos sistêmicos
28. Agentes Vasoativos
AGENTES INOTRÓPICOS
Inibidores da fosfodiesterase tipo III
Combinam propriedades inotrópicas e vasodilatadoras
Podem reforçar os efeitos da dobutamina por diminuir o
metabolismo do AMPc
Podem ser úteis quando os receptores β-adrenérgicos
estão em down regulation ou em pacientes
recentemente tratados com betabloqueadores
Podem ter efeitos adversos em pacientes com
hipotensão, e sua meia vida longa impede um ajuste
minuto a minuto
Infusões intermitentes de curto prazo de doses pequenas
são preferíveis a infusão contínua no choque
29. Agentes Vasoativos
AGENTES INOTRÓPICOS
Levosimendan
Se liga à troponina C cardíaca e aumenta a
sensibilidade dos miócitos ao cálcio
Abre os canais de K sensíveis a ATP no músculo liso
vascular, causando vasodilatação
Meia-vida de vários dias, o que diminui a praticidade de
seu uso em estados agudos de choque
30. Agentes Vasoativos
VASODILATADORES
Redução da pós carga ventricular → Aumento do
débito cardíaco sem aumentar a demanda
miocárdica de O2
Risco de diminuição da PA a um nível que
comprometa a perfusão tecidual
Em alguns pacientes o uso prudente de nitratos e
outros vasodilatadores pode melhorar a perfusão
microvascular e a função celular
32. Suporte Mecânico
Balão intraórtico
• Reduz a pós-carga de VE
• Aumenta fluxo sanguíneo coronário
• Uso rotineiro para choque cardiogênico não
é recomendado
36. Objetivos do Suporte
Hemodinâmico
Pressão arterial
• Objetivo inicial
Pressão arterial média de 65-70 mmHg
• Ajustes
Estado mental, aparência da pele e débito
cardíaco
Restaurar a perfusão tecidual
Paciente com oligúria
Paciente com sangramento agudo
37. Objetivos do Suporte
Hemodinâmico
Débito Cardíaco e Oferta de O₂
• Determinantes da oferta de oxigênio
• Débito Cardíaco
Monitorização
Pré-definir um valor como meta não é
aconselhável
• SvO₂
• ScvO₂
Rivers et al., 2001
ScvO₂ pelo menos 70%
durante as 6 primeiras horas →
diminuição na taxa de
mortalidade
38. Objetivos do Suporte
Hemodinâmico
Lactato
• Avaliações seriadas
• Mudanças ocorrem mais lentamente
Estado de baixo fluxo
Choque distributivo
Decréscimo em horas se terapia efetiva
• Jansen et al., (2010)
Hipóxia tecidual
Aumento da glicólise
Choque, lactato > 3 mmol/L
Decréscimo de pelo menos 20% em 2 horas
Inibição da piruvato
Metabolismo anaeróbio redução de mortalidade
associado a
desidrogenase
hospitalar
39. Objetivos do Suporte
Hemodinâmico
Microcirculação
• SDF (sidestream dark-field)
Avaliação dos efeitos das intervenções no
fluxo microvascular em superfícies acessíveis,
como aérea sublingual
40. Objetivos do Suporte
Hemodinâmico
Microcirculação
• NIRS (near-infrared spectroscopy)
Determina saturação de oxigênio nos tecidos
Quantifica disfunção microvascular
• Estudos futuros são necessários para afirmar
que esses métodos podem ser utilizados
como parâmetro
• Não podem ser recomendados
42. Prioridades Terapêuticas
Primeira Fase
• Objetivo terapêutico
Atingir pressão sanguínea e DC compatíveis
com a sobrevivência imediata
Monitorização mínima
Medidas de sobrevivência
Drenagem pericárdica
Revascularização em IAM
43. Prioridades Terapêuticas
Segunda Fase
• Otimização
Aumentar disponibilidade do oxigênio para a
célula
Ressuscitação hemodinâmica
SvO₂ e lactato
Guiar a terapia
Monitorização do DC
44. Prioridades Terapêuticas
Terceira Fase
• Estabilização
Prevenir disfunção orgânica
Quarta Fase
• Desescalonar
“Desmamar” as drogas vasoativas
Promover poluiria espontânea
Uso de diuréticos ou ultrafiltração
46. Conclusões
Choque circulatório é
associado com alta
morbidade e mortalidade
Tratamento adequado é
baseado no
entendimento da
fisiopatologia
Rápida identificação
permite manejo agressivo
Tratamento inclui
correção da causa e
estabilização
hemodinâmica
47. Conclusões
Estabilização
hemodinâmica → infusão
de fluidos e drogas
vasoativas
Avaliação da resposta
terapêutica → evolução
clínica e lactato
Avaliação da
microvasculatura poderá
ser realizada no futuro