SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 33
BIOMECÂNICA DA
       CORRIDA


 PROF
ADRIANA
A  corrida pode ser considerada, dentro de
 uma visão simplista, uma série de
 pequenos saltos de um pé para o outro
 que se repete por alguns metros a vários
 kilômetros.
   A velocidade de corrida de um depende da combinação
    de dois fatores: (1) amplitude da passada; (2) freqüência
    da passada. A amplitude da passada corresponde à
    soma de três distâncias: distância de impulsão, distância
    de vôo e distância de chegada ao solo. A freqüência de
    passada corresponde ao número de passadas
    executadas em um determinado tempo.
   Essa freqüência está diretamente relacionada ao tempo
    gasto para completar uma passada completa, o qual
    corresponde à soma do tempo em que o atleta está no
    solo com o tempo de vôo (HAY, 1981).
 FREQUÊNCIA DA PASSADA =
    ESFORÇO MUSCULAR
 Durante cada aterrissagem do pé no solo
 o corredor fica exposto a forças de
 impacto repetidas estimadas em duas a
 três vezes o seu próprio peso corporal.
 Aplicando este fato a um corredor de 70
 kg de peso, que realiza durante a corrida
 uma média de 250 aterrissagens por pé
 por kilômetro percorrido, durante um
 kilômetro cada pé irá suportar 38 a 57
 toneladas de força.
 Corredores  com média de 60 a 120
 km/sem podem expor seu corpo à
 aproximadamente 16.000 a 32.000
 impactos por perna por semana, o
 equivalente a 2.400 a 7.200 toneladas de
 força.
Tipos de Pisadas

a) Neutra: Inicia o contato com o solo do lado externo do calcanhar e,
então, ocorre uma rotação moderada para dentro, terminando a
passada no centro da planta do pé. Calçado ideal, entre
amortecimento e estabilidade
b) Supinada: A pisada inicia no calcanhar do lado externo e se
mantém o contato do pé com o solo do lado externo, terminando a
pisada entre o 4º e 5º metatarso (dedinho do pé). Pé supinado é, em
geral, muito rígido. Calçado ideal, aumento do amortecimento e da
flexibilidade.
c) Pronada: Aquela em que a pisada também se inicia do lado externo
do calcanhar, ou algumas vezes um pouco mais para a parte interna,
para então ocorrer uma rotação acentuada do pé para dentro,
terminando a passada perto do hálux (dedão do pé). A pronação é um
problema de hipermobilidade. Calçado ideal, menos flexível, mais
estabilidade, e controle do movimento (retropé).
Evolução Cronológica dos Calçados Esportivos
1866 - Produção do primeiro calçado com sola de borracha;
1873 - Surge o termo "Sneaker" (Tênis - Calçado);
1890 - Josefh William Foster produz os primeiros calçados com "tachas/pinos/travas" na sola (mais tarde a sua companhia torna-se a
Reebok);
1892 - Fundação d a "Us Rubber Company";
1897 - O catálogo "Sear's" apresenta "sneaks" de lona branca a um dólar;
1908 - Marquis M Converse funda a sua indústria;
1909 - Surgem os calçados para basquetebol em couro;
1915 - A Marinha americana encomenda os primeiros "Sneaks" para os soldados "1ª Guerra Mundial";
1917 - Aparecem os Keds e os Converse "All Star";
1920 - O Duque de Windsor lança a moda dos tênis brancos na sua visita aos Estados Unidos;
1925 - É fundada a "Dassler Sport Shoes" (mais tarde daria origem à Puma e a Adidas);
1929 - A Spalding apresenta o apoio para a Arcada e a Keds solas coloridas;
1934 - A Keds apresenta os calçados de lona colorida;
1935 - Os calçados de lona azul são aceitos nos campos de tênis;
1942 - Desenvolvimento da borracha sintética;
1948 - Adi Dassler funda a Adidas e Rudolph Dassler funda a Puma;
1949 - Onitsuka Tiger fabrica os primeiros calçados esportivos no Japão (ASICS);
1950 - Surgem os ilhoses nas laterais dos tênis para a transpiração;
1961 - A New Balance apresenta o "Trackster", o primeiro calçado esportivo disponível em diferentes larguras;
1968 - O "Boom" dos calçados esportivos;
1971 - Phil Knight e Paul Bowerman fundam a Nike;
1972 - A sola "Waffle" revoluciona os tênis para corrida;
1979 - Paul Fireman compra os direitos da Reebok;
1981 - A Reebok apresenta o primeiro tênis para atividades aeróbicas para senhoras;
1989 - A Reebok lança o Pump por 175 dólares;
1992 - A Nike introduz a tecnologia Huarache (tênis com uma meia embutida em neoprene);
2000 - A Nike introduz um conceito novo: O shox (tênis com sistema de amortecimento em forma de molas);
2004 - A Adidas lança o primeiro calçado com chip na sola intermédia (A1), que adapta o sistema de amortecimento conforme as
condições do solo;
2006 - A Adidas em parceria com o fabricante de monitores de freqüência cardíaca, apresenta o primeiro calçado capaz de aceitar um
sensor de velocidade e distância, fazendo parte de um conjunto calçado/têxtil monitor de freqüência cardíaca, capazes de comunicar
com o relógio do usuário;
2006 - A Nike lança o tênis Air 360, tornando-se assim, a primeira empresa a fabricar um par de calçado esportivo, cujo amortecimento
da sola intermédia é totalmente não baseada em espuma de PU;
2007 - Isaac Daniel lança uma linha de calçado esportivo com GPS incorporado, este calçado permite ao usuário utilizar um botão de
"pânico" caso esteja em situações de perigo;
2008 - A Brooks lança a tecnologia BioMogo, um composto da sola intermédia 100% biodegradável em apenas 20 anos, em lugar dos
1000 que tarda uma sola convencional;
Futuro - A indústria do calçado desportivo é uma indústria de materiais.
CALÇADO DESPORTIVO
 Todo   praticante de atividade física,
 desportistas e atletas, que façam da
 corrida ou caminhada seu instrumento de
 condicionamento, devem se preocupar
 com o uso correto do tênis. Correm riscos
 de lesões se algumas questões não forem
 observadas adequadamente.
   Faz-se     necessário,     porém,     apontar  algumas
    características fundamentais para às quais o
    atleta/desportista deve estar atento.
   1) Biomecânica: É comum que as lesões por sobrecarga
    sejam provocadas por uma combinação de fatores
    intrínsecos e extrínsecos.
   Dentre os fatores intrínsecos, posso destacar:
    desalinhamento do pé (pé plano, hiperpronação, pé
    cavo, tíbia vara, geno valgum, geno varum, patela alta,
    anteversão da cabeça femoral); discrepância de
    comprimento dos membros inferiores; fraqueza
    muscular; flexibilidade reduzida; composição e tamanho
    corporal; sexo e tipo de pé.
O  fator extrínseco mais considerável é à força
 de reação do solo (FRS). No caso da corrida, o
 contato do pé com o solo, produz uma elevação
 muito aguda das forças verticais de reação que
 certamente se constituem, no fator mais
 importante para as lesões por sobrecarga.
 Neste        sentido,    os      tênis     para
 treinamento/atividade física são construídos
 objetivando dar suporte funcional ao pé, evitar
 movimentos rotacionais excessivos e evitar
 forças excessivas em geral
 Assim são observados alguns princípios:
 Limitar as forças de impacto durante o
 apoio (amortecimento), dar suporte ao pé
 durante o apoio médio (estabilização) e
 conduzir o pé durante a fase final de
 apoio (orientação). Podemos afirmar que
 os principais objetivos em relação à
 biomecânica do calçado são, de
 maximizar o rendimento, prevenir lesões e
 controlar   sobrecarga    no    aparelho
 locomotor.
 Como   usar o tênis adequadamente: A indústria
 utiliza principalmente, EVA (acetato vinil etileno),
 P.U(poliuretano), MoGo (uma liga plástica),
 SPEVA, SOLYTE e o X10(carbono), entre
 outros, na confecção da entressola do tênis.
 Este material é deformado de acordo com as
 pressões exercidas na marcha e na corrida. E
 necessita-se de pelo menos 24 horas para este
 material se “recuperar” das pressões exercidas,
 devendo assim considerar, quem corre todos os
 dias, a relevância da aquisição de um segundo
 modelo. Um modelo para treino longo, outro
 para treino de intensidade, por exemplo.
 ESTABILIDADE     a característica mais
 importante na escolha do tênis para o
 treinamento ou atividade física, no que se
 refere    à   prevenção      de     lesões,
 funcionamento biomecânico correto dos
 membros inferiores e a performance. E
 assim, deve ser dada preferência se o
 indivíduo não for um supinador excessivo
 ou um pronador excessivo, usar tênis da
 categoria ESTABILIDADE.
   a) Controle do Movimento (pronadores excessivos): São
    os mais rígidos. Geralmente, são mais pesados, mas
    muito duráveis, e têm solado plano para oferecer maior
    estabilidade e suporte. Você deve preferir este tipo de
    tênis caso tenha um grau de pronação muito acentuada.
    b) Estabilidade (pronadores leves a moderados,
    corredores neutros e supinadores leves a moderados
    podem optar por tênis desta categoria): Estes tênis
    possuem uma boa estabilidade, sem deixar de lado o
    amortecimento. Apresentam solado semi-curvo. Em
    geral a grande maioria de atletas e ou desportistas vão
    se          enquadrar          nesta         categoria.
 c)  Amortecimento. (Supinadores moderados a
  severos): Tem como principal objetivo amortecer
  o impacto com o solo. Os supinadores, que
  normalmente têm o pé mais rígido, encontrarão
  aqui os modelos mais adequados. Solado curvo
  ou semicurvo para estimular os movimentos dos
  pés.
  d) Performance (competição): são tênis mais
  leves indicados para as competições ou até
  mesmo          treino      de       intensidade.
  e) Trilha: Tracking, caminhadas em montanhas,
  terrenos arenosos e entre outros.
 Bom amortecimento prevenindo assim as
 lesões, dependendo do modelo, entre 500
 e 800 km de uso.
COMO ESCOLHER O TÊNIS
       IDEAL?
 Em primeiro lugar, é preciso entender que
 os tênis de corrida, em geral, são
 agrupados      em      cinco    categorias:
 estabilidade, controle de movimento,
 amortecimento, performance e trilha. O
 que de fato vai nos interessar são as três
 primeiras categorias.
 CONTROLE      DO MOVIMENTO
 São os mais rígidos.
 Geralmente, são mais pesados, mas
 muito duráveis, e têm solado plano para
 oferecer maior estabilidade e suporte.
 ESTABILIDADE
-   Estes tênis possuem uma boa
 estabilidade, mas não deixam totalmente
 de lado o amortecimento. Amortecem o
 impacto, pelo menos no calcanhar, e sua
 estrutura procura minimizar o movimento
 de pronação , estabilizando o pé após seu
 contato com o solo.
 AMORTECIMENTO
 Amortecimento: está do outro lado do
 espectro em relação à categoria Controle
 de Movimento.
 Tem como principal objetivo amortecer o
 impacto com o solo.
 Lesões    por Supinação excessiva
 - Entorses por inversão do tornozelo.
 - Síndrome do estresse tibial medial
 - Tendinite dos fibulares .
 - Síndrome do atrito no trato iliotibial.
 - Bursite trocantérica.
 - Fratura por estresse do 5º metatarso
  (fratura de Jones)
 Lesões     por Pronação excessiva
 - Fratura por estresse do navicular.
 - Fratura por estresse do 2º metatarso
  ( fratura de March).
 - Joanete.
 - Fasciíte plantar.
 - Tendinite do tibial posterior .
 - Tendinite do tendão de aquiles.
 - Síndrome do estresse tibial medial
  (sóleo e tibial posterior).
 - Dor na parte medial do joelho.
 - Neuroma de morton.
 - Subluxação do cubóide.
 - Síndrome do túnel do tarso.
estabilidade
amortecimento
trilha
Biome ca nica
Biome ca nica

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Jmf 80 equipamentos o cinto
Jmf 80 equipamentos o cintoJmf 80 equipamentos o cinto
Jmf 80 equipamentos o cinto
Marilia Coutinho
 
Ginã¡stica acrobã¡tica 2
Ginã¡stica acrobã¡tica 2Ginã¡stica acrobã¡tica 2
Ginã¡stica acrobã¡tica 2
Historiando
 
Ginastica Acrobática e de Trampolim
Ginastica Acrobática e de TrampolimGinastica Acrobática e de Trampolim
Ginastica Acrobática e de Trampolim
teratici
 
Ginástica acrobática
Ginástica acrobáticaGinástica acrobática
Ginástica acrobática
franciscaf
 

Was ist angesagt? (20)

Jmf 80 equipamentos o cinto
Jmf 80 equipamentos o cintoJmf 80 equipamentos o cinto
Jmf 80 equipamentos o cinto
 
Biomecânica da Corrida e sua Relação com Lesões Esportivas
Biomecânica da Corrida e sua Relação com Lesões EsportivasBiomecânica da Corrida e sua Relação com Lesões Esportivas
Biomecânica da Corrida e sua Relação com Lesões Esportivas
 
Salto alto
Salto altoSalto alto
Salto alto
 
Lpo fabrício.2013.03.27-lavras2
Lpo fabrício.2013.03.27-lavras2Lpo fabrício.2013.03.27-lavras2
Lpo fabrício.2013.03.27-lavras2
 
Anatomia de um Reformer
Anatomia de um ReformerAnatomia de um Reformer
Anatomia de um Reformer
 
Ginã¡stica acrobã¡tica 2
Ginã¡stica acrobã¡tica 2Ginã¡stica acrobã¡tica 2
Ginã¡stica acrobã¡tica 2
 
Ginástica Artística
Ginástica ArtísticaGinástica Artística
Ginástica Artística
 
SALTO EM Altura
SALTO EM AlturaSALTO EM Altura
SALTO EM Altura
 
Atletismo saltos
Atletismo saltosAtletismo saltos
Atletismo saltos
 
Resumo
ResumoResumo
Resumo
 
12ºlh ginástica acrobática
 12ºlh ginástica acrobática 12ºlh ginástica acrobática
12ºlh ginástica acrobática
 
Tecnologia e corrida
Tecnologia e corridaTecnologia e corrida
Tecnologia e corrida
 
7º aula atletismo salto em altura
7º aula atletismo salto em altura7º aula atletismo salto em altura
7º aula atletismo salto em altura
 
Aula 3
Aula 3Aula 3
Aula 3
 
The brazilian strength insanity decathlon
The brazilian strength insanity decathlonThe brazilian strength insanity decathlon
The brazilian strength insanity decathlon
 
322610864 s07-maquinas-vs-pesos-livres-1
322610864 s07-maquinas-vs-pesos-livres-1322610864 s07-maquinas-vs-pesos-livres-1
322610864 s07-maquinas-vs-pesos-livres-1
 
GG para as séries iniciais do ensino fundamental.
GG para as séries iniciais do ensino fundamental.GG para as séries iniciais do ensino fundamental.
GG para as séries iniciais do ensino fundamental.
 
Educação Física
Educação FísicaEducação Física
Educação Física
 
Ginastica Acrobática e de Trampolim
Ginastica Acrobática e de TrampolimGinastica Acrobática e de Trampolim
Ginastica Acrobática e de Trampolim
 
Ginástica acrobática
Ginástica acrobáticaGinástica acrobática
Ginástica acrobática
 

Ähnlich wie Biome ca nica

Ähnlich wie Biome ca nica (20)

Analise do produto
Analise do produtoAnalise do produto
Analise do produto
 
Atletismo
AtletismoAtletismo
Atletismo
 
Fascite Plantar e Esporao
Fascite Plantar e EsporaoFascite Plantar e Esporao
Fascite Plantar e Esporao
 
Salto em distância
Salto em distânciaSalto em distância
Salto em distância
 
Calçados esportivos
Calçados esportivosCalçados esportivos
Calçados esportivos
 
Atletismo
AtletismoAtletismo
Atletismo
 
Marcha atlética.pptx
Marcha atlética.pptxMarcha atlética.pptx
Marcha atlética.pptx
 
Cinesio e bio calçados aula
Cinesio e bio calçados aulaCinesio e bio calçados aula
Cinesio e bio calçados aula
 
Sistemas de Posicionamento Assentado e Cadeira de Rodas: Como e quê Prescrever
Sistemas de Posicionamento Assentado e Cadeira de Rodas: Como e quê PrescreverSistemas de Posicionamento Assentado e Cadeira de Rodas: Como e quê Prescrever
Sistemas de Posicionamento Assentado e Cadeira de Rodas: Como e quê Prescrever
 
Marketing de Relacionamento - Brooks
Marketing de Relacionamento - BrooksMarketing de Relacionamento - Brooks
Marketing de Relacionamento - Brooks
 
Guia Completo de Meias de Compressão.pdf
Guia Completo de Meias de Compressão.pdfGuia Completo de Meias de Compressão.pdf
Guia Completo de Meias de Compressão.pdf
 
Atletismo
AtletismoAtletismo
Atletismo
 
Ginastica de Solo - UFAC
Ginastica de Solo - UFACGinastica de Solo - UFAC
Ginastica de Solo - UFAC
 
Apostila_de_fisica_usp.pdf GREF mecânica
Apostila_de_fisica_usp.pdf GREF mecânicaApostila_de_fisica_usp.pdf GREF mecânica
Apostila_de_fisica_usp.pdf GREF mecânica
 
Corridas Rasas editada por Pedro Conteudo
Corridas Rasas editada por Pedro ConteudoCorridas Rasas editada por Pedro Conteudo
Corridas Rasas editada por Pedro Conteudo
 
Atletismo
AtletismoAtletismo
Atletismo
 
Atletismo
AtletismoAtletismo
Atletismo
 
Atletismo
AtletismoAtletismo
Atletismo
 
Iniciação do atletismo
Iniciação do atletismoIniciação do atletismo
Iniciação do atletismo
 
como escolher um calçado adequado e o cuidado com os pés
como escolher um calçado adequado e o cuidado com os péscomo escolher um calçado adequado e o cuidado com os pés
como escolher um calçado adequado e o cuidado com os pés
 

Biome ca nica

  • 1. BIOMECÂNICA DA CORRIDA PROF ADRIANA
  • 2. A corrida pode ser considerada, dentro de uma visão simplista, uma série de pequenos saltos de um pé para o outro que se repete por alguns metros a vários kilômetros.
  • 3. A velocidade de corrida de um depende da combinação de dois fatores: (1) amplitude da passada; (2) freqüência da passada. A amplitude da passada corresponde à soma de três distâncias: distância de impulsão, distância de vôo e distância de chegada ao solo. A freqüência de passada corresponde ao número de passadas executadas em um determinado tempo.  Essa freqüência está diretamente relacionada ao tempo gasto para completar uma passada completa, o qual corresponde à soma do tempo em que o atleta está no solo com o tempo de vôo (HAY, 1981).
  • 4.  FREQUÊNCIA DA PASSADA = ESFORÇO MUSCULAR
  • 5.  Durante cada aterrissagem do pé no solo o corredor fica exposto a forças de impacto repetidas estimadas em duas a três vezes o seu próprio peso corporal. Aplicando este fato a um corredor de 70 kg de peso, que realiza durante a corrida uma média de 250 aterrissagens por pé por kilômetro percorrido, durante um kilômetro cada pé irá suportar 38 a 57 toneladas de força.
  • 6.  Corredores com média de 60 a 120 km/sem podem expor seu corpo à aproximadamente 16.000 a 32.000 impactos por perna por semana, o equivalente a 2.400 a 7.200 toneladas de força.
  • 7. Tipos de Pisadas a) Neutra: Inicia o contato com o solo do lado externo do calcanhar e, então, ocorre uma rotação moderada para dentro, terminando a passada no centro da planta do pé. Calçado ideal, entre amortecimento e estabilidade b) Supinada: A pisada inicia no calcanhar do lado externo e se mantém o contato do pé com o solo do lado externo, terminando a pisada entre o 4º e 5º metatarso (dedinho do pé). Pé supinado é, em geral, muito rígido. Calçado ideal, aumento do amortecimento e da flexibilidade. c) Pronada: Aquela em que a pisada também se inicia do lado externo do calcanhar, ou algumas vezes um pouco mais para a parte interna, para então ocorrer uma rotação acentuada do pé para dentro, terminando a passada perto do hálux (dedão do pé). A pronação é um problema de hipermobilidade. Calçado ideal, menos flexível, mais estabilidade, e controle do movimento (retropé).
  • 8.
  • 9.
  • 10.
  • 11.
  • 12. Evolução Cronológica dos Calçados Esportivos 1866 - Produção do primeiro calçado com sola de borracha; 1873 - Surge o termo "Sneaker" (Tênis - Calçado); 1890 - Josefh William Foster produz os primeiros calçados com "tachas/pinos/travas" na sola (mais tarde a sua companhia torna-se a Reebok); 1892 - Fundação d a "Us Rubber Company"; 1897 - O catálogo "Sear's" apresenta "sneaks" de lona branca a um dólar; 1908 - Marquis M Converse funda a sua indústria; 1909 - Surgem os calçados para basquetebol em couro; 1915 - A Marinha americana encomenda os primeiros "Sneaks" para os soldados "1ª Guerra Mundial"; 1917 - Aparecem os Keds e os Converse "All Star"; 1920 - O Duque de Windsor lança a moda dos tênis brancos na sua visita aos Estados Unidos; 1925 - É fundada a "Dassler Sport Shoes" (mais tarde daria origem à Puma e a Adidas); 1929 - A Spalding apresenta o apoio para a Arcada e a Keds solas coloridas; 1934 - A Keds apresenta os calçados de lona colorida; 1935 - Os calçados de lona azul são aceitos nos campos de tênis; 1942 - Desenvolvimento da borracha sintética; 1948 - Adi Dassler funda a Adidas e Rudolph Dassler funda a Puma; 1949 - Onitsuka Tiger fabrica os primeiros calçados esportivos no Japão (ASICS); 1950 - Surgem os ilhoses nas laterais dos tênis para a transpiração; 1961 - A New Balance apresenta o "Trackster", o primeiro calçado esportivo disponível em diferentes larguras; 1968 - O "Boom" dos calçados esportivos; 1971 - Phil Knight e Paul Bowerman fundam a Nike; 1972 - A sola "Waffle" revoluciona os tênis para corrida; 1979 - Paul Fireman compra os direitos da Reebok; 1981 - A Reebok apresenta o primeiro tênis para atividades aeróbicas para senhoras; 1989 - A Reebok lança o Pump por 175 dólares; 1992 - A Nike introduz a tecnologia Huarache (tênis com uma meia embutida em neoprene); 2000 - A Nike introduz um conceito novo: O shox (tênis com sistema de amortecimento em forma de molas); 2004 - A Adidas lança o primeiro calçado com chip na sola intermédia (A1), que adapta o sistema de amortecimento conforme as condições do solo; 2006 - A Adidas em parceria com o fabricante de monitores de freqüência cardíaca, apresenta o primeiro calçado capaz de aceitar um sensor de velocidade e distância, fazendo parte de um conjunto calçado/têxtil monitor de freqüência cardíaca, capazes de comunicar com o relógio do usuário; 2006 - A Nike lança o tênis Air 360, tornando-se assim, a primeira empresa a fabricar um par de calçado esportivo, cujo amortecimento da sola intermédia é totalmente não baseada em espuma de PU; 2007 - Isaac Daniel lança uma linha de calçado esportivo com GPS incorporado, este calçado permite ao usuário utilizar um botão de "pânico" caso esteja em situações de perigo; 2008 - A Brooks lança a tecnologia BioMogo, um composto da sola intermédia 100% biodegradável em apenas 20 anos, em lugar dos 1000 que tarda uma sola convencional; Futuro - A indústria do calçado desportivo é uma indústria de materiais.
  • 13. CALÇADO DESPORTIVO  Todo praticante de atividade física, desportistas e atletas, que façam da corrida ou caminhada seu instrumento de condicionamento, devem se preocupar com o uso correto do tênis. Correm riscos de lesões se algumas questões não forem observadas adequadamente.
  • 14. Faz-se necessário, porém, apontar algumas características fundamentais para às quais o atleta/desportista deve estar atento.  1) Biomecânica: É comum que as lesões por sobrecarga sejam provocadas por uma combinação de fatores intrínsecos e extrínsecos.  Dentre os fatores intrínsecos, posso destacar: desalinhamento do pé (pé plano, hiperpronação, pé cavo, tíbia vara, geno valgum, geno varum, patela alta, anteversão da cabeça femoral); discrepância de comprimento dos membros inferiores; fraqueza muscular; flexibilidade reduzida; composição e tamanho corporal; sexo e tipo de pé.
  • 15. O fator extrínseco mais considerável é à força de reação do solo (FRS). No caso da corrida, o contato do pé com o solo, produz uma elevação muito aguda das forças verticais de reação que certamente se constituem, no fator mais importante para as lesões por sobrecarga. Neste sentido, os tênis para treinamento/atividade física são construídos objetivando dar suporte funcional ao pé, evitar movimentos rotacionais excessivos e evitar forças excessivas em geral
  • 16.  Assim são observados alguns princípios: Limitar as forças de impacto durante o apoio (amortecimento), dar suporte ao pé durante o apoio médio (estabilização) e conduzir o pé durante a fase final de apoio (orientação). Podemos afirmar que os principais objetivos em relação à biomecânica do calçado são, de maximizar o rendimento, prevenir lesões e controlar sobrecarga no aparelho locomotor.
  • 17.  Como usar o tênis adequadamente: A indústria utiliza principalmente, EVA (acetato vinil etileno), P.U(poliuretano), MoGo (uma liga plástica), SPEVA, SOLYTE e o X10(carbono), entre outros, na confecção da entressola do tênis. Este material é deformado de acordo com as pressões exercidas na marcha e na corrida. E necessita-se de pelo menos 24 horas para este material se “recuperar” das pressões exercidas, devendo assim considerar, quem corre todos os dias, a relevância da aquisição de um segundo modelo. Um modelo para treino longo, outro para treino de intensidade, por exemplo.
  • 18.  ESTABILIDADE a característica mais importante na escolha do tênis para o treinamento ou atividade física, no que se refere à prevenção de lesões, funcionamento biomecânico correto dos membros inferiores e a performance. E assim, deve ser dada preferência se o indivíduo não for um supinador excessivo ou um pronador excessivo, usar tênis da categoria ESTABILIDADE.
  • 19. a) Controle do Movimento (pronadores excessivos): São os mais rígidos. Geralmente, são mais pesados, mas muito duráveis, e têm solado plano para oferecer maior estabilidade e suporte. Você deve preferir este tipo de tênis caso tenha um grau de pronação muito acentuada. b) Estabilidade (pronadores leves a moderados, corredores neutros e supinadores leves a moderados podem optar por tênis desta categoria): Estes tênis possuem uma boa estabilidade, sem deixar de lado o amortecimento. Apresentam solado semi-curvo. Em geral a grande maioria de atletas e ou desportistas vão se enquadrar nesta categoria.
  • 20.  c) Amortecimento. (Supinadores moderados a severos): Tem como principal objetivo amortecer o impacto com o solo. Os supinadores, que normalmente têm o pé mais rígido, encontrarão aqui os modelos mais adequados. Solado curvo ou semicurvo para estimular os movimentos dos pés. d) Performance (competição): são tênis mais leves indicados para as competições ou até mesmo treino de intensidade. e) Trilha: Tracking, caminhadas em montanhas, terrenos arenosos e entre outros.
  • 21.  Bom amortecimento prevenindo assim as lesões, dependendo do modelo, entre 500 e 800 km de uso.
  • 22. COMO ESCOLHER O TÊNIS IDEAL?  Em primeiro lugar, é preciso entender que os tênis de corrida, em geral, são agrupados em cinco categorias: estabilidade, controle de movimento, amortecimento, performance e trilha. O que de fato vai nos interessar são as três primeiras categorias.
  • 23.  CONTROLE DO MOVIMENTO  São os mais rígidos.  Geralmente, são mais pesados, mas muito duráveis, e têm solado plano para oferecer maior estabilidade e suporte.
  • 24.  ESTABILIDADE - Estes tênis possuem uma boa estabilidade, mas não deixam totalmente de lado o amortecimento. Amortecem o impacto, pelo menos no calcanhar, e sua estrutura procura minimizar o movimento de pronação , estabilizando o pé após seu contato com o solo.
  • 25.  AMORTECIMENTO  Amortecimento: está do outro lado do espectro em relação à categoria Controle de Movimento.  Tem como principal objetivo amortecer o impacto com o solo.
  • 26.  Lesões por Supinação excessiva  - Entorses por inversão do tornozelo.  - Síndrome do estresse tibial medial  - Tendinite dos fibulares .  - Síndrome do atrito no trato iliotibial.  - Bursite trocantérica.  - Fratura por estresse do 5º metatarso (fratura de Jones)
  • 27.  Lesões por Pronação excessiva  - Fratura por estresse do navicular.  - Fratura por estresse do 2º metatarso ( fratura de March).  - Joanete.  - Fasciíte plantar.  - Tendinite do tibial posterior .
  • 28.  - Tendinite do tendão de aquiles.  - Síndrome do estresse tibial medial (sóleo e tibial posterior).  - Dor na parte medial do joelho.  - Neuroma de morton.  - Subluxação do cubóide.  - Síndrome do túnel do tarso.