1. UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ
CURSO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA
METODOLOGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA
HABILIDADES E
COMPETÊNCIAS
Prof. Delzymar Dias
www.clubedahistoria.com.br
delzymar@yahoo.com.br
Prof. Ms. Alberaní Araújo
de Medeiros
alberaniaraujo@gmail.com
2. Ensino para o Mundo em Transição
Hoje vivemos um início de século, em uma
sociedade em transição, repleta de
contradições paradoxais. A educação não
ficou imune, nem tão pouco o ensino.
Convivemos com um conteúdo denso e
repleto de memorização, mas já podemos
perceber a busca de uma formação mais
crítica e engajada para o aluno, mesmo que
algumas vezes a crítica e a dialética sejam
meras figuras de retórica.
3. A LDB – lei 9394/1996
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação –
LDB/Lei n.º 9.394/96
Seção III - Do Ensino Fundamental
Art. 32. O Ensino Fundamental, com
duração mínima de oito anos, obrigatório e
gratuito na escola pública, terá por objetivo
a formação básica do cidadão, mediante:
I - o desenvolvimento da capacidade de
aprender, tendo como meios básicos o pleno
domínio da leitura, da escrita e do cálculo;
4. II - a compreensão do ambiente natural e
social, do sistema político, da tecnologia,
das artes e dos valores em que se
fundamenta a sociedade;
III - o desenvolvimento da capacidade de
aprendizagem, tendo em vista a aquisição
de conhecimentos, habilidades e a
formação de atitudes e valores;
IV - o fortalecimento dos vínculos de
família, dos laços de solidariedade humana
e de tolerância recíproca em que se assenta
a vida social.
5. Mudança do foco
A LDB (lei 9394/1996) deslocou o foco do
ensino para a aprendizagem, e não é por
acaso que sua filosofia não é mais liberdade
de ensino, mas a do direito de aprender.
O conceito de competências também é
fundamental na LDB e nos PCN.
Competência (segundo Ph. Perrenoud):
faculdade de mobilizar diversos recursos
cognitivos (saberes, informações, habilidades
operatórias e principalmente inteligências)
para solucionar situações ou problemas.
6. Uma das razões para se optar por uma
educação centrada em competências diz
respeito à democratização da educação.
A transição da cultura do ensino para a
aprendizagem não é individual. A escola
deve fazê-la coletivamente.
7. Mas....
Algumas escolas ainda estão voltadas
para o professor como transmissor das
informações, e o aluno receptor/repetidor
das mesmas na hora da prova. Isso não
responde mais às atuais necessidades.
Com a modificação no foco, ao invés de
decorar conteúdos, o aluno vai exercitar
suas habilidades, que o levarão à
aquisição de grandes competências.
8. Concepção sócio - construtivista
Não se sustenta numa descrição empírica
(factual), mas procura-se abordar diferentes
temas, relacionando-os ao presente,
contextualizando-os, analisando-os por meio
de diferentes linguagens, ajudando os alunos
a construir conceitos e a desenvolver
habilidades, bem como a se auto-avaliarem,
trabalhando a partir de seus conhecimentos
prévios, explorando sua curiosidade e
estimulando sua criatividade.
9. Os Conteúdos
Conteúdos curriculares não são fins em si
mesmos, mas meios básicos para constituir
competências cognitivas ou sociais,
priorizando-as sobre as informações.
(PCNs)
Abrangem também procedimentos, valores
e atitudes.
10. Problematização
Privilegia-se o modo como se trabalha
historicamente os temas, e não a quantidade
dos conteúdos a serem estudados.
Trabalho com os conceitos fundamentais:
historicidade, processo histórico,
temporalidades históricas, fontes históricas,
sujeito histórico, trabalho, cultura, cidadania.
Uso de diferentes linguagens / diferentes
documentos / diferentes sujeitos
11. Outras dimensões e práticas:
Livro didático: deixa de ser norteador e
fonte única para o ensino da disciplina, e
passa a ser complementado pela
diversificação das fontes (inclusive
paradidáticos)
“Para ser um bom professor de História
basta saber História” – idéia ultrapassada.
Necessária dialética formação-prática, tendo
o aluno como centro.
12. Outras dimensões e práticas:
Interdisciplinaridade e pedagogia de
projetos.
Pesquisa - habilidades e competências
voltadas à investigação.
Estudos de história local / regional.
Educação patrimonial.
13. Outras dimensões e práticas:
Desenvolvimento do senso crítico, educação
para a cidadania e para o respeito à
diversidade.
Desenvolvimento de habilidades por meio
de situações de aprendizagens organizadas
como seqüências didáticas (SDs) – ex.:
currículo do Estado de São Paulo.
14. Assim...
Tendências de gestão educacional apontam
para a busca de HABILIDADES E
COMPETÊNCIAS - traz em discussão uma
nova tendência de educar, que convida você a
refletir, entender e desenvolver sua capacidade
de auto-gerenciamento pessoal e profissional.
A atual solicitação do Ministério da Educação
(MEC) é exatamente o contrário: desenvolver
determinadas habilidades através de
conteúdos.
15. HABILIDADES E COMPETENCIAS. Qual
a diferença?
Habilidades estão associadas ao "saber
fazer": ação física ou mental, que indica a
capacidade adquirida. Assim, identificar
variáveis, compreender fenômenos,
relacionar informações, analisar situações-
problema, sintetizar, julgar, correlacionar e
manipular são exemplos de habilidades.
16. HABILIDADES E COMPETêNCIAS. Qual a
diferença?
Já as competências são um conjunto de
habilidades harmonicamente
desenvolvidas e que caracterizam uma
função/profissão específica: ser
arquiteto, médico, ou professor de
química. Nós desenvolvemos habilidades
em busca de competências.
17. As habilidades em História
Além das habilidades que constituem a
competência leitora, expressas nas matrizes do
SAEB e SARESP para Língua Portuguesa...
... Conta-se, a partir de 2009, com as
competências de área descritas no documento
Matrizes de Referência para Avaliação –
SARESP (História)...
... às quais se acrescentam competências de
investigação e comunicação/representação
(PCNs)
20. Habilidades Comuns
Leitura e Análise de diferentes Textos:
Produzidos em diferentes linguagens:
narrativos, poéticos, informativos (inclusive
didáticos); mapas, fotos, gravuras,
documentos de época, depoimentos,
gráficos, tabela, charges, etc...
Escrita:
Organização e registro cuidadoso de
informações em diferentes linguagens: texto
escrito, tabelas, esquemas, gráficos,
resenhas, relatórios, crônicas etc...
21. Expressão Oral:
Exposição de idéias com clareza;
argumentação em defesa de suas
idéias, considerando a contribuição do
outro, debates, seminários, etc...
Análise e Interpretação de fatos e
idéias:
Coleta e organização de informações;
estabelecimentos de relações,
formulação de perguntas e hipóteses,
utilização de informações e conceitos
em situações diversas.
24. SeqUências didáticas
As SDs são conjuntos de atividades
organizadas de modo a ativar o
conhecimento prévio do aluno sobre o
objeto de estudo, ou sensibilizá-lo para isto,
e em seguida promover avanços na
aprendizagem de uma etapa a outra. No caso
da disciplina História, envolve a utilização
de estratégias, linguagens e documentos
diversos, o desenvolvimento de várias
habilidades e o trabalho com conceitos.
25. Qual é a diferença entre uma ATIVIDADE
E UMA SEQUÊNCIA DITÁTICA?
ATIVIDADES
SEQUÊNCIA DIDÁTICA
Não precisa ser
desafiadora para
todos.
Sem preocupação
de adequação.
Pressupõe pré
requisito.
Não exige reflexão.
Prevê desafios e tomada
de decisão
Garante circulação de
informação
Mantém as
características sócio-
culturais do objeto a ser
aprendido
Favorece a reflexão
26. Planejar...
Ter clareza de seus objetivos – noções e
conceitos, habilidades e competências;
Quantas aulas vou precisar;
Registrar avanços e dificuldades;
Avaliar com foco na aprendizagem (aluno
com relação a ele mesmo);
Utilizam fontes de informação – senso
comum;
Metodologia: problematizar, desenvolver e
sistematizar.
27. Referências bibliográficas
ANTUNES, Celso. A Sala de Aula de História e Geografia. 2ªed. Campinas: Papirus, 2003.
BITTENCOURT, Circe M. F. Ensino de História: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez,
2004.
FONSECA, Selva G. Didática e Prática de Ensino de História. 4ª ed. Campinas: Papirus,
2005.
GUSMÃO, Emery M. Memórias de Quem Ensina História: cultura e identidade docente.
São Paulo: Ed. Unesp / FAPESP, 2004.
KARNAL, Leandro (org.) História na Sala de Aula: conceitos, práticas e propostas. 3ª ed.
São Paulo: Contexto, 2005.
Parâmetros Curriculares Nacionais (MEC)
Proposta Curricular do Estado de São Paulo (2008)
LASTRES, H., ALBAGLI, S., ET ALL, 1999, Informação e Globalização na Era do Conhecimento,
Rio de Janeiro, Campus.
MOUNTIAN, S., HAMA, T., 2001, Teoria da Abrangência - Um Conhecimento Inédito de
Transformação e Mudança nas Organizações, São Paulo, Editora Cultrix.
BRASIL. Ministério da Educação. Referências para a formação de professores. Brasília, MEC/SEF, 1999.