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Oferpppecimen           toSaúde 2.0




Saúde 2.0
Como a internet e uma nova geração de médicos, pacientes e
empreendedores deverão ajudar a curar a Saúde no mundo



Por Istvan de Camargo
A
             s práticas, tecnologias e comportamentos sociais, cada vez mais conhecidos como
             Saúde 2.0, na verdade tiveram seu início no final dos anos 90 quando consumidores
             começaram a usar a Internet para publicar informações sobre experiências com a
própria saúde e para se conectar com os outros, através de servlists e sites como ACOR, Brain
Talk e iVillage. No final de 2006 começou-se a definir Saúde 2.0 como o uso de software social
e ferramentas leves (tools) para promover a colaboração entre pacientes, cuidadores,
profissionais médicos e outros interessados. Além do setor de Saúde, a terminologia 2.0 tem
sido aplicada a diferentes verticais de negócio como um verdadeiro divisor de águas entre o
modelo anteriormente praticado e o atual já impactado pela web 2.0.

Da mesma forma que o engajamento do movimento Saúde 2.0 remete a movimentos
anteriores liderados por pacientes (como o ativismo AIDS Powered), quatro aspectos da
cultura e tecnologia atual fazem da Saúde 2.0 uma plataforma ampla e única. Esses aspectos
são:

      O crescimento e onipresença da Internet - e também da Banda Larga - que dão à
       Saúde 2.0 escala maciça;
      A falta de barreiras ao uso de ferramentas e conteúdo sobre saúde, tornada possível
       graças à familiaridade e facilidade de uso de outros softwares web-based;
      A aceitação generalizada da validade de “conteúdo gerado pelo usuário” a partir de
       ferramentas de “self-publishing” em uma cultura onde o compartilhamento de
       conhecimentos e experiências é cada vez mais uma prática comum;
      O fornecimento de respostas e soluções aos pacientes que não são apenas mais
       relevantes que as fontes de informação tradicionais, mas em alguns casos superiores
       aos recebidos de profissionais médicos (por exemplo, o E Patient Dave deBronkart e
       Dr. Val Jones citaram casos de pacientes com câncer que foram introduzidos a
       tratamentos online bem sucedidos após seus médicos regulares terem dito que havia
       muito pouco a ser feito por sua saúde);

Isso significa que o movimento Saúde 2.0 possui implicações significativas para o sistema de
saúde. Será a primeira vez que não irá competir a poderosos grupos de Saúde controlar
totalmente o ritmo e a direção da mudança em seus próprios mercados.

Passado Recente

No início e meados da década de 2000, três tendências surgiram e se cruzaram ao mesmo
tempo, afetando-se entre si e ajudando no desenvolvimento da Saúde 2.0. Estas tendências
foram:

      O aparecimento de blogueiros de saúde, pacientes “semi-profissionais” que
       começaram a criar conteúdo sobre suas próprias experiências;
                                                                                                 Saúde 2.0 | 11/5/2012




      O surgimento do modelo de negócio altamente rentável de publicidade baseada em
       pesquisa que financiou a Google e seu ecossistema;
      O surgimento de software as a service e cloud computing, o que permitiu a criação de
       distribuição de ferramentas online com enorme facilidade (muitas vezes de graça);




Material distribuído por @IstvanDeCamargo                                                         1
Desde os primeiros dias da web, a atividade online em cuidados de saúde tinha sido
principalmente sobre a obtenção de conteúdo padronizado. Mas em 2005-2007 três esferas
interligadas surgiram para impactar o papel dos consumidores e a forma como eles se
engajavam em conversações sobre saúde. Estes foram:

        Pesquisa – os consumidores à procura de respostas exatas às suas próprias perguntas
         específicas;
        Comunidades online – consumidores compartilhando informações uns com os outros;
        Ferramentas de auto-gestão – serviços online que ajudaram aos consumidores na
         compreensão de seus próprios dados e apoia-los durante o processo de tomada de
         decisão;




Flyer distribuído em San Francisco no ano de 2007, promovendo evento de Saúde 2.0. Naquele momento o foco era a geração de
                                           conteúdo pelo usuário, conforme o texto.

Essas três esferas permanecem no núcleo ainda hoje e estão na base do idéario conhecido
como empowerment do paciente. Todavia é importante ressaltar que até agora não ocorreu
uma conexão de forma mais ampla dessa nova realidade com o sistema de saúde. Quase todas
as informações que estão disponíveis nas comunidades online nesse momento estão sendo
geradas diretamente pelos usuários assim como os dados utilizados na adoção de ferramentas
online.

Da mesma forma, organizações que mantêm dados de transações (como resultados de exames
laboratoriais de um paciente, códigos CID ou informações sobre prescrições de medicamentos)
também não têm feito muito esforço para combinar esses dados com qualquer forma de
conteúdo de educação sobre saúde. Como resultado, um paciente pode receber um fax com o
resultado de seus exames laboratoriais sem qualquer explicação sobre seu significado geral,
muito menos para sua situação específica.
                                                                                                                             Saúde 2.0 | 11/5/2012




O presente

Nos últimos 03 anos o desenvolvimento da Saúde 2.0 tem ocorrido de forma avassaladora
graças às mudanças na tecnologia dos mecanismos de pesquisas, redes sociais e ferramentas
distribuídas através de lojas virtuais, como Apple Store.




Material distribuído por @IstvanDeCamargo                                                                                     2
   Buscas mais abrangentes e ricas visualmente – as buscam continuam sendo a atividade
       de navegação online predominante e empresas de pesquisa sobre saúde estão
       disponibilizando técnicas diferentes para disponibilizar a informação, como “deep
       searche”, “presentation” e “Q&A”, cada uma das quais visando levar ao usuário o
       conteúdo mais relevante para seu interesse de forma rápida;
      Comunidades ampliando o seu papel de apoio e networking para o monitoramento de
       dados – as comunidades online continuam crescendo muito em quantidade e também
       no tipo de ações que seus membros podem executar. Muitas comunidades atingiram o
       sucesso com servlists e quadros de avisos, mas o desenvolvimento de novas
       ferramentas permite que membros criem perfis, conectem-se com amigos, votem em
       questões de interesse, identifiquem e etiquetem (“tagging”) o conteúdo e
       compartilhem muito mais que um simples texto. Algumas comunidades estão
       aproveitando essas tecnologias para gravar uma grande quantidade de dados sobre as
       condições de saúde de seus membros. Outras estão combinando o uso de ferramentas
       com atividades de apoio mútuo, especialmente na esfera do Fitness e Welness.
       Enquanto isso muitos grupos de saúde estão surgindo em redes sociais como
       Facebook e usando o Twitter – sendo que em ambos os casos tem havido um
       crescimento de forma vertiginosa.




           Cada vez mais provedores de Saúde utilizam Canais Sociais para engajar e apoiar seus pacientes.

      Ferramentas de apoio integradas a provedores de saúde – talvez a inovação mais
       expressiva nos últimos anos seja o aumento na oferta de ferramentas de auto-gestão.
       Essas ferramentas são serviços que personalizam os dados e conteúdo para os
       usuários, ajudando-lhes a analisar suas informações (por exemplo, em comparação a
       um resultado desejado) e apoiá-los na tomada de decisão sobre procedimentos e
       tratamentos, conferindo ao paciente a co-responsabilidade pela sua saúde. Isso
                                                                                                             Saúde 2.0 | 11/5/2012




       também inclui a criação de instrumentos destinados ao controle financeiro e
       administrativo de suas despesas, outros voltados para gestão de casos complexos /
       questionamentos sobre fármacos, e um número muito grande voltados para
       monitoramento diário sobre rotinas e dietas. Também já se observa um pequeno início
       de integração dessas ferramentas com provedores de saúde. Por exemplo, visitas
       online providas pela American Well utilizam tecnologias conhecidas (chat, webcam) e



Material distribuído por @IstvanDeCamargo                                                                     3
permitem a comunicação entre pacientes e médicos para prescrição de medicamentos
       e pedidos de exames. Isso já está sendo disponibilizado por algumas seguradoras
       americanas.

Tendências emergentes

Nos próximos anos iremos ver algumas tendências claras no desenvolvimento e utilização de
tecnologias de Saúde 2.0. Essas incluem:

      A integração entre pesquisa, comunidades e ferramentas e uma maior utilização por
       seguradoras e operadoras de saúde;
      Maior disponibilidade de dados de saúde, bem como maior liquidez desses dados -
       particularmente devido ao surgimento de uma camadas de dados pública provida por
       empresas como Microsoft HealthVault, o que deverá permitir a inclusão fácil desses
       dados através de diferentes aplicativos e serviços;
      Maior diversidade em tipos de dados de saúde a serem colhidos e movimentados.
       Estes incluem não apenas dados de sistemas clínicos e administrativos, mas também
       observações geradas pelo próprio paciente durante sua rotina, feeds automáticos de
       medidores biométricos e, por fim, dados genéticos;
      O surgimento de “unplataforms” – uma mistura de aplicativos, dispositivos e camada
       de dados.
       1) Unplataforms para Aplicativos – o que significa que o mesmo serviço / aplicação
           roda em vários dispositivos diferentes (como IPhone e Android Phone), com os
           dados sendo coletados centralmente;
       2) Unplataforms sobre Canais – atingem o consumidor sobre diversos canais,
           incluindo web, web móvel, SMS, voz automatizada e muito mais. Alguns canais
           mais incomuns incluem GlowCapsVitality – que usa as tampas das caixas de
           comprimidos para alertar quando uma dose é omitida;
       3) Entrelaçamento de aplicações que compartilham unplataforms – vários aplicativos
           estão se conectando a outros aplicativos através de widgets ou integrando dados
           de outros serviços em seus mashups
       4) Integração de dados através de unplataforms – algumas aplicações estão
           combinando e apresentando partes de outras aplicações em uma única interface e
           facilmente movendo dados entre diferentes serviços. Por exemplo, uma
           ferramenta de rastreamento chamada Polka incorpora um mapa de dor de
           ReliefInSite. Quando o mapa é usado dentro de Polca, as informações também são
           armazenadas na conta do usuário do ReliefInSite.
                                                                                             Saúde 2.0 | 11/5/2012




Material distribuído por @IstvanDeCamargo                                                     4

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  • 1. Oferpppecimen toSaúde 2.0 Saúde 2.0 Como a internet e uma nova geração de médicos, pacientes e empreendedores deverão ajudar a curar a Saúde no mundo Por Istvan de Camargo
  • 2. A s práticas, tecnologias e comportamentos sociais, cada vez mais conhecidos como Saúde 2.0, na verdade tiveram seu início no final dos anos 90 quando consumidores começaram a usar a Internet para publicar informações sobre experiências com a própria saúde e para se conectar com os outros, através de servlists e sites como ACOR, Brain Talk e iVillage. No final de 2006 começou-se a definir Saúde 2.0 como o uso de software social e ferramentas leves (tools) para promover a colaboração entre pacientes, cuidadores, profissionais médicos e outros interessados. Além do setor de Saúde, a terminologia 2.0 tem sido aplicada a diferentes verticais de negócio como um verdadeiro divisor de águas entre o modelo anteriormente praticado e o atual já impactado pela web 2.0. Da mesma forma que o engajamento do movimento Saúde 2.0 remete a movimentos anteriores liderados por pacientes (como o ativismo AIDS Powered), quatro aspectos da cultura e tecnologia atual fazem da Saúde 2.0 uma plataforma ampla e única. Esses aspectos são:  O crescimento e onipresença da Internet - e também da Banda Larga - que dão à Saúde 2.0 escala maciça;  A falta de barreiras ao uso de ferramentas e conteúdo sobre saúde, tornada possível graças à familiaridade e facilidade de uso de outros softwares web-based;  A aceitação generalizada da validade de “conteúdo gerado pelo usuário” a partir de ferramentas de “self-publishing” em uma cultura onde o compartilhamento de conhecimentos e experiências é cada vez mais uma prática comum;  O fornecimento de respostas e soluções aos pacientes que não são apenas mais relevantes que as fontes de informação tradicionais, mas em alguns casos superiores aos recebidos de profissionais médicos (por exemplo, o E Patient Dave deBronkart e Dr. Val Jones citaram casos de pacientes com câncer que foram introduzidos a tratamentos online bem sucedidos após seus médicos regulares terem dito que havia muito pouco a ser feito por sua saúde); Isso significa que o movimento Saúde 2.0 possui implicações significativas para o sistema de saúde. Será a primeira vez que não irá competir a poderosos grupos de Saúde controlar totalmente o ritmo e a direção da mudança em seus próprios mercados. Passado Recente No início e meados da década de 2000, três tendências surgiram e se cruzaram ao mesmo tempo, afetando-se entre si e ajudando no desenvolvimento da Saúde 2.0. Estas tendências foram:  O aparecimento de blogueiros de saúde, pacientes “semi-profissionais” que começaram a criar conteúdo sobre suas próprias experiências; Saúde 2.0 | 11/5/2012  O surgimento do modelo de negócio altamente rentável de publicidade baseada em pesquisa que financiou a Google e seu ecossistema;  O surgimento de software as a service e cloud computing, o que permitiu a criação de distribuição de ferramentas online com enorme facilidade (muitas vezes de graça); Material distribuído por @IstvanDeCamargo 1
  • 3. Desde os primeiros dias da web, a atividade online em cuidados de saúde tinha sido principalmente sobre a obtenção de conteúdo padronizado. Mas em 2005-2007 três esferas interligadas surgiram para impactar o papel dos consumidores e a forma como eles se engajavam em conversações sobre saúde. Estes foram:  Pesquisa – os consumidores à procura de respostas exatas às suas próprias perguntas específicas;  Comunidades online – consumidores compartilhando informações uns com os outros;  Ferramentas de auto-gestão – serviços online que ajudaram aos consumidores na compreensão de seus próprios dados e apoia-los durante o processo de tomada de decisão; Flyer distribuído em San Francisco no ano de 2007, promovendo evento de Saúde 2.0. Naquele momento o foco era a geração de conteúdo pelo usuário, conforme o texto. Essas três esferas permanecem no núcleo ainda hoje e estão na base do idéario conhecido como empowerment do paciente. Todavia é importante ressaltar que até agora não ocorreu uma conexão de forma mais ampla dessa nova realidade com o sistema de saúde. Quase todas as informações que estão disponíveis nas comunidades online nesse momento estão sendo geradas diretamente pelos usuários assim como os dados utilizados na adoção de ferramentas online. Da mesma forma, organizações que mantêm dados de transações (como resultados de exames laboratoriais de um paciente, códigos CID ou informações sobre prescrições de medicamentos) também não têm feito muito esforço para combinar esses dados com qualquer forma de conteúdo de educação sobre saúde. Como resultado, um paciente pode receber um fax com o resultado de seus exames laboratoriais sem qualquer explicação sobre seu significado geral, muito menos para sua situação específica. Saúde 2.0 | 11/5/2012 O presente Nos últimos 03 anos o desenvolvimento da Saúde 2.0 tem ocorrido de forma avassaladora graças às mudanças na tecnologia dos mecanismos de pesquisas, redes sociais e ferramentas distribuídas através de lojas virtuais, como Apple Store. Material distribuído por @IstvanDeCamargo 2
  • 4. Buscas mais abrangentes e ricas visualmente – as buscam continuam sendo a atividade de navegação online predominante e empresas de pesquisa sobre saúde estão disponibilizando técnicas diferentes para disponibilizar a informação, como “deep searche”, “presentation” e “Q&A”, cada uma das quais visando levar ao usuário o conteúdo mais relevante para seu interesse de forma rápida;  Comunidades ampliando o seu papel de apoio e networking para o monitoramento de dados – as comunidades online continuam crescendo muito em quantidade e também no tipo de ações que seus membros podem executar. Muitas comunidades atingiram o sucesso com servlists e quadros de avisos, mas o desenvolvimento de novas ferramentas permite que membros criem perfis, conectem-se com amigos, votem em questões de interesse, identifiquem e etiquetem (“tagging”) o conteúdo e compartilhem muito mais que um simples texto. Algumas comunidades estão aproveitando essas tecnologias para gravar uma grande quantidade de dados sobre as condições de saúde de seus membros. Outras estão combinando o uso de ferramentas com atividades de apoio mútuo, especialmente na esfera do Fitness e Welness. Enquanto isso muitos grupos de saúde estão surgindo em redes sociais como Facebook e usando o Twitter – sendo que em ambos os casos tem havido um crescimento de forma vertiginosa. Cada vez mais provedores de Saúde utilizam Canais Sociais para engajar e apoiar seus pacientes.  Ferramentas de apoio integradas a provedores de saúde – talvez a inovação mais expressiva nos últimos anos seja o aumento na oferta de ferramentas de auto-gestão. Essas ferramentas são serviços que personalizam os dados e conteúdo para os usuários, ajudando-lhes a analisar suas informações (por exemplo, em comparação a um resultado desejado) e apoiá-los na tomada de decisão sobre procedimentos e tratamentos, conferindo ao paciente a co-responsabilidade pela sua saúde. Isso Saúde 2.0 | 11/5/2012 também inclui a criação de instrumentos destinados ao controle financeiro e administrativo de suas despesas, outros voltados para gestão de casos complexos / questionamentos sobre fármacos, e um número muito grande voltados para monitoramento diário sobre rotinas e dietas. Também já se observa um pequeno início de integração dessas ferramentas com provedores de saúde. Por exemplo, visitas online providas pela American Well utilizam tecnologias conhecidas (chat, webcam) e Material distribuído por @IstvanDeCamargo 3
  • 5. permitem a comunicação entre pacientes e médicos para prescrição de medicamentos e pedidos de exames. Isso já está sendo disponibilizado por algumas seguradoras americanas. Tendências emergentes Nos próximos anos iremos ver algumas tendências claras no desenvolvimento e utilização de tecnologias de Saúde 2.0. Essas incluem:  A integração entre pesquisa, comunidades e ferramentas e uma maior utilização por seguradoras e operadoras de saúde;  Maior disponibilidade de dados de saúde, bem como maior liquidez desses dados - particularmente devido ao surgimento de uma camadas de dados pública provida por empresas como Microsoft HealthVault, o que deverá permitir a inclusão fácil desses dados através de diferentes aplicativos e serviços;  Maior diversidade em tipos de dados de saúde a serem colhidos e movimentados. Estes incluem não apenas dados de sistemas clínicos e administrativos, mas também observações geradas pelo próprio paciente durante sua rotina, feeds automáticos de medidores biométricos e, por fim, dados genéticos;  O surgimento de “unplataforms” – uma mistura de aplicativos, dispositivos e camada de dados. 1) Unplataforms para Aplicativos – o que significa que o mesmo serviço / aplicação roda em vários dispositivos diferentes (como IPhone e Android Phone), com os dados sendo coletados centralmente; 2) Unplataforms sobre Canais – atingem o consumidor sobre diversos canais, incluindo web, web móvel, SMS, voz automatizada e muito mais. Alguns canais mais incomuns incluem GlowCapsVitality – que usa as tampas das caixas de comprimidos para alertar quando uma dose é omitida; 3) Entrelaçamento de aplicações que compartilham unplataforms – vários aplicativos estão se conectando a outros aplicativos através de widgets ou integrando dados de outros serviços em seus mashups 4) Integração de dados através de unplataforms – algumas aplicações estão combinando e apresentando partes de outras aplicações em uma única interface e facilmente movendo dados entre diferentes serviços. Por exemplo, uma ferramenta de rastreamento chamada Polka incorpora um mapa de dor de ReliefInSite. Quando o mapa é usado dentro de Polca, as informações também são armazenadas na conta do usuário do ReliefInSite. Saúde 2.0 | 11/5/2012 Material distribuído por @IstvanDeCamargo 4