1. Apresentação do Modelo de Auto-Avaliação
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Workshop: Apresentação do Modelo de Auto-Avaliação
Planificação
1. Pertinência da Acção
A biblioteca escolar enfrenta grandes desafios em termos do seu papel na escola. Na
situação concreta da Escola Secundária Dom Manuel Martins, a comunidade olha já a
biblioteca como um recurso importante e interessante, onde se pode aceder à informação,
onde se pode estudar e trabalhar, ou simplesmente passar o tempo num ambiente calmo e
agradável. Contudo, a biblioteca tem hoje de assumir uma função diferente e tal só é
possível se toda a comunidade escolar tiver consciência e estiver envolvida nessa mudança.
A comunidade deve, por isso, tomar conhecimento do processo e sentir-se motivada para
se envolver e colaborar. Este workshop será um primeiro passo nesse sentido.
A pertinência desta acção prende-se também com o facto de a escola estar a criar os seus
próprios mecanismos de auto-avaliação, pretendendo, assim, ultrapassar um dos pontos
fracos evidenciados no relatório de avaliação externa a que a escola foi sujeita no ano
lectivo anterior. Dado que o modelo de auto-avaliação da biblioteca deverá integrar todo o
processo de auto-avaliação da escola, justifica-se que se analisem conjuntamente os
modelos e se estabeleçam as necessárias conexões.
Considerando, ainda, que está em curso a revisão do PEE, esta poderá ser uma
oportunidade para definir o contributo que a biblioteca pode dar na obtenção dos
objectivos definidos pela escola.
“A avaliação da biblioteca deve ainda ser incorporada no processo de auto-avaliação da
própria escola e deve articular-se com os objectivos do projecto educativo.”
Modelo de Auto-Avaliação (2008), Gabinete da Rede de Bibliotecas Escolares p.1.
2. Objectivos da Acção
A realização deste workshop visa atingir vários objectivos. O primeiro desses objectivos
será o de informar a comunidade sobre o novo papel da biblioteca na escola e a pertinência
do modelo de auto-avaliação, e o de conquistar apoiantes e colaboradores para o trabalho a
desenvolver. Tendo em conta que os professores são fundamentais para viabilizar este
novo paradigma, há que informá-los e conquistá-los, fazendo-os sentir a importância que
têm neste processo:
“Vários estudos internacionais têm identificado os factores que se podem considerar
decisivos para o sucesso da missão…..: entre esses factores destacam-se os níveis de
colaboração entre o/a professor/a coordenador/a da biblioteca escolar e os restantes
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2. Apresentação do Modelo de Auto-Avaliação
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professores na identificação de recursos e no desenvolvimento de actividades conjuntas
orientadas para o sucesso do aluno.”
Modelo de Auto-Avaliação (2008), Gabinete da Rede de Bibliotecas Escolares p.1.
Outro aspecto a considerar prende-se com a necessidade de recolha de evidências, uma
prática a que somos geralmente alheios. Todos os intervenientes neste processo devem
compreender a necessidade de colaborar nessa recolha, como pedra basilar do processo de
auto-avaliação.
3. Público-alvo
Tendo em conta a constituição e atribuições do Conselho Pedagógico, esta acção pode ser
realizada no âmbito desta estrutura, na qual têm assento:
Directora
Coordenadores de Departamento
Coordenadoras de Directores de Turma
Coordenador do PTE
Psicólogo de Orientação Vocacional
Representante da Associação de Pais
Representante dos Alunos
Representante do Pessoal não Docente
Será, contudo, desejável que a acção possa ser alargada a outros professores,
nomeadamente:
Assistentes Pedagógicos (Coordenadores de Grupo)
Professores que integram a equipa da biblioteca
Professora de Apoios Educativos
Alargar-se-á, assim, o leque de professores que podem ter o papel de difundir a informação
e congregar as vontades, já que os professores constituem os parceiros fundamentais neste
processo.
Refira-se, ainda, que os professores que integram o Conselho Pedagógico integram as
várias equipas cujo trabalho deve ser articulado com a aplicação do modelo de auto-
avaliação da biblioteca:
equipa de auto-avaliação
equipa de revisão do PEE
equipa do plano de formação
Dever-se-á, ainda, ponderar a presença das assistentes operacionais que trabalham na
biblioteca, pois é igualmente importante que elas compreendam, globalmente, que o
funcionamento da biblioteca está a mudar e que a sua função também é a de colaborar
nessa mudança. Estas funcionárias também precisam de ser conquistadas, para que não se
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limitem a cumprir ordens, mas antes se empenhem no exercício de uma função, cujo
sentido reconhecem e assumem.
A totalidade dos participantes será, assim, de aproximadamente 30 pessoas.
4. Temas a abordar
4.1. Porquê avaliar a nossa biblioteca?
Neste ponto será abordada a pertinência deste modelo de avaliação, no contexto do novo
papel que a biblioteca deve assumir.
Tomando como ponto de partida a apropriação que a escola já fez da sua biblioteca, será
apontado o caminho que falta percorrer para que a biblioteca possa:
• ter um papel positivo nas aprendizagens e contribuir para o sucesso educativo e
para a promoção da aprendizagem ao longo da vida;
• dar ao aluno as competências que lhe permitem não só ter acesso à informação, mas
também ser sujeito activo que constrói o seu conhecimento com base numa atitude
de constante questionamento e inquirição;
• articular o seu trabalho com o trabalho dos professores e organizar-se em função
das metas de aprendizagem e sucesso definidas pela escola no seu projecto
educativo;
• contribuir para a promoção da cidadania, da auto-estima, do clima de tolerância e
respeito que deve existir na escola.
Será referida a evidência, baseada em estudos realizados nos últimos 20-30 anos, de que a
biblioteca escolar pode dar um contributo importante e multifacetado no âmbito do
processo de aprendizagem, conforme refere Ross Todd (2002):
“A substantive body of research evidence exists that demonstrates the important and
multifaceted contribution that school libraries can make to the learning outcomes of the
school.”
Todd, Ross (2002) “School librarians as teachers: learning outcomes and evidence based-
practice”.68th IFLA and General Conference.
A mesma ideia é referida no Modelo de Auto-Avaliação:
“Esses estudos mostram ainda, de forma inequívoca, que as Bibliotecas escolares podem
contribuir positivamente para o ensino e a aprendizagem, podendo-se estabelecer uma
relação entre o trabalho da e com a Biblioteca escolar e os resultados escolares dos
alunos.”
Modelo de Auto-Avaliação (2008), Gabinete da Rede de Bibliotecas Escolares p.1.
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4. Apresentação do Modelo de Auto-Avaliação
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Será contraposta a evidência de que a nossa escola desconhece, em concreto, o impacto
que a acção da biblioteca está a ter no funcionamento global da escola e nas aprendizagens
dos alunos. Só o podemos saber, se avaliarmos o que temos feito para, a partir daí,
definirmos o que vamos fazer, de modo a que a nossa biblioteca possa assumir o papel que
dela se espera:
“The hallmark of a school library in the 21st century is not its collections, its systems, its
technology, its staffing, its buildings, BUT its actions and evidences that show that it
makes a real difference to student learning, that it contributes in tangible and significant
ways to the development of human understanding, meaning making and constructing
knowledge.”
Todd, Ross (2001) The 2001 IASL Conference.
4.2. Como vamos avaliar?
O modelo de auto-avaliação será apresentado como um instrumento pedagógico para
orientar a nossa acção, já que através da sua aplicação vamos poder reflectir sobre o nosso
trabalho, vamos identificar os nossos pontos fortes e fracos, vamos estabelecer os nossos
objectivos e prioridades e vamos decidir quais as medidas que vamos tomar para melhorar
a nossa prática e atingir os nossos objectivos.
Este modelo irá determinar o “valor” da nossa biblioteca, em termos do benefício que
obtemos através dela, e a sua “qualidade”, reflectida na satisfação dos seus utilizadores.
Em última instância não se pretende avaliar os recursos, os processos ou as acções da
biblioteca, mas antes aferir o seu impacto na escola, verificando se acarretam alterações
positivas em termos da aprendizagem, das atitudes e dos valores.
4.2.1. O modelo de auto-avaliação
Serão explicitadas as linhas mestras do modelo, apresentando sucintamente os quatro
domínios e respectivos subdomínios:
A. Apoio ao Desenvolvimento Curricular
A.1. Articulação curricular da BE com as estruturas pedagógicas e os docentes
A.2. Desenvolvimento da literacia da informação
B. Leitura e Literacias
C. Projectos, Parcerias e Actividades Livres de Abertura à Comunidade
C.1. Apoio a actividades livres, extra-curriculares e de enriquecimento curricular
C.2. Projectos e parcerias
D. Gestão da Biblioteca Escolar
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D.1. Articulação da BE com a escola/agrupamento. Acesso e serviços prestados pela
BE
D.2. Condições humanas e materiais para a prestação dos serviços
D.3. Gestão da colecção/ da informação
Cada domínio e sub-domínio apresenta um conjunto de indicadores, concretizados através
de diferentes acções, os factores críticos de sucesso, cuja concretização é indicadora do
perfil de desempenho não só da biblioteca escolar, mas de toda a escola. A concretização
das acções é aferida pela recolha de evidências, através de instrumentos que o próprio
modelo enuncia. O modelo aponta também medidas que a escola pode adoptar para
intervir e melhorar a sua prática nos diferentes domínios. É, portanto, um modelo que
assenta em práticas de pesquisa-acção, na medida em que se parte da análise/avaliação de
um problema para se tirarem ilações que levem a novas formas de acção, conducentes à
melhoria da situação inicial. O modelo é, contudo, um modelo aberto na medida em que
cada escola deve adaptá-lo à sua realidade.
4.2.2. Como vamos aplicar o modelo? Oportunidades e constrangimentos
Será explicitada a forma de aplicação do modelo, ao longo de quatro anos, prevendo-se a
escolha um domínio a ser avaliado em cada ano, de modo a que o ciclo se complete no
final desse período. A escolha do domínio será apresentada e fundamentada, pela
professora bibliotecária, em sede de Conselho Pedagógico.
A aplicação do modelo constituirá uma oportunidade para toda a escola se envolver num
processo que conduzirá a alterações significativas na sua prática, com reflexos positivos no
sucesso educativo que todos pretendemos alcançar. Será uma oportunidade para tomar
decisões apoiadas em informações credíveis e sustentadas em evidências: evidence-
informed ou evidence-based policy.
A prática baseada em evidências será também uma oportunidade para toda a escola tomar
consciência da função da biblioteca na escola, como refere Todd Ross (2002):
“In essence, evidence-based practice is about having the rich, diverse and convincing
evidence that demonstrates that the library is a vital part of the learning fabric of the school
– that it is integral, rather than peripheral.”
Todd, Ross (2002) “School librarians as teachers: learning outcomes and evidence based-
practice”.68th IFLA and General Conference.
A aplicação do modelo apresenta, contudo, alguns constrangimentos, sendo o principal a
dificuldade em envolver toda a comunidade num processo que é longo e exigente, na
medida em que implica a recolha sistemática de evidências, a sua interpretação, a
implementação de alterações e nova recolha de evidências. Os resultados negativos, que
necessariamente surgirão em alguns domínios, poderão constituir um factor de desânimo,
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6. Apresentação do Modelo de Auto-Avaliação
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cabendo ao professor bibliotecário, e à equipa da biblioteca, a tarefa de transformar o
desânimo em acção.
5. Gestão participada das mudanças que a sua aplicação impõe. Níveis de
participação da escola.
A aplicação do modelo impõe um elevado nível de participação das várias estruturas da
escola, mas os professores são os elementos fundamentais de disseminação da informação
e de congregação de vontades.
Na sequência desta primeira intervenção a nível do Conselho Pedagógico, os
Coordenadores de Departamento deverão convocar reuniões dos seus departamentos, com
o objectivo de transmitir a informação e motivar o maior número possível de professores
para o seu desejável envolvimento no processo.
Para que os coordenadores de departamento possam ter mais força na sua tarefa de
persuasão, será importante contarem com a colaboração dos respectivos assistentes
pedagógicos e de elementos da equipa da biblioteca que, por ser multidisciplinar, está
integrada em vários departamentos.
A aplicação do modelo de auto-avaliação será acompanhada pelos órgãos de gestão
pedagógica, que devem tomar conhecimento e analisar os resultados obtidos, tal como a
Direcção Executiva, comprometendo-se com a implementação das medidas necessárias à
mudança. A informação deve ser, igualmente, partilhada com toda a escola, através das
suas diferentes estruturas.
6. Instrumentos a criar para o workshop
Será criado um power point e o respectivo guião para orientar a acção. Esse mesmo guião
será disponibilizado na plataforma Moodle da escola e o guião será disponibilizado aos
Coordenadores de Departamento e Assistentes Pedagógicos, para que possam utilizar esses
instrumentos nas suas reuniões.
7. Data de realização e duração
A acção terá uma duração previsível de duas horas e a data de realização será acordada
com a Direcção Executiva e com a equipa que está a elaborar o Plano de Formação da
escola. Considerando a grandeza da tarefa, importa iniciá-la rapidamente, mas com passos
seguros.
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