SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 13
Downloaden Sie, um offline zu lesen
Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa


 Unidade Curricular: HistOria das Ideias em

                   Psicologia

                   2°Semestre

                                                   Faculdade de Psicologia
            Ano Lectivo 200912010




                       __..~. . . . un            eu





Docentes:
Professor Doutor Rodrigo de Sa-Nogueira Saraiva
Professor Doutor Wolfgang Rudiger Lind

                                                                             Discentes:
                                                     Andreia Gonyalves Pereira, n.o 9210
                                                                 Anabela Silva, n.o 8712
                                                     Isabel Alexandra Almeida, n. ° 8841
                                                         Pedro Miguel Taborda, n.o 8503
                                                                 Vanessa Dias, n.O 9236
,
                                           Indice
                                                                    Pagina


1 -Introdu~ao                                                             3



2- ~nalise meta-teorica                                                   3

2.1.Postulados e conceitos centrais                                       3

2.2.Analise ontol6gica                                                    4

2.3.Analise epistemoI6gica                                                .4

2.4.Analise acerca da natureza do ser Humano                              6



3- Analise ao nivel teo rico propriamente dito                         7

3.1.Estruturadores para classificayao de teorias                       7

3.2.Aspectos constituintes da teoria.. ,            -                 7



4- Analise ao nivel metodologico                                          9

4.1.Conceitos Empiricos                                                9

4.2.Analise da metodologia de acordo com estruturadores propostos     9



5- Amilise ao nivel da pragmatica ou pratica                         10

5.1.0bjectos de estudo da teoria                                     10

5.2.Contexto ou nivel de observayao dos fen6menos humanos           .10

5.3.Natureza dos dados                                               10



6-Analise Global da obra e conclusoes                               11



Bibliografia                                                        12
3
l-Introdu~ao

   A obra Psieopatologia da Vida Quotidiana foi publicada pela primeira vez em 1901,
apresentando urn conjunto de fenomenos experimentados por qualquer pessoa normal e
reconhecidos por Freud como Aetosfalhados.
 Trata-se de uma obra fundamental para a psicanalise e, mais do que isso, contribuiu de
forma decisiva para que, numa sociedade vitoriana altamente reprirnida e rigidamente
moralista e puritana,    0   Homem comec;;asse lenta mas seguramente a encarar-se de uma
forma nao so diferente, mas tambem muito mais profunda e corajosa.
  Na estrutura da obra, e possivel identificar tres grandes areas de estudo: a)         0   esqueci­
mento de nomes e a ordem das palavras; b) a inffincia e as memorias ocultas e c) os lap­
sos de linguagem. Na primeira parte, ou seja, onde se trata          0   esquecimento de nomes
proprios e a ordem das palavras, compreende-se que          0   que ha de comum entre todos os
casos e   0   facto do conteudo esquecido ou distorcido estar relacionado, por associayao,
com uma corrente inconsciente de pensamento. Na segunda area de estudo, que se refe­
re a inffincia e as memorias ocultas, entende-se que as mem6rias consideradas indiferen­
tes devem a sua existencia a urn processo de deslocac;;ao, enquanto que as memorias
reproduzidas constituem-se como mem6rias substitutas de outras impressoes realmente
significativas, cuja reproduyao directa e dificultada por uma certa resistencia. Na ultima
secc;;ao, ados lapsos de linguagem, Freud informa nao serem os efeitos de contacto ou
proximidade de sons os responsaveis pelos mesmos, mas antes os pensamentos exterio­
res ao acto de fala desejada que, por sua vez, determinam a origem do deslize verbal.
No ultimo capitulo da obra,      0   autor conelui entao pela existencia de dois modos distin­
tos do funcionamento psiquico.


2. - Amilise meta-teorica
2.1. Postulados e conceitos centrals
 A ideia mestra de toda a obra de Sigmund Freud revisita a velha oposic;;ao entre racio­
nalidade e irracionalidade do pensamento etico ocidental. Sobre esta erguem-se
os conceitos centrais correspondentes: a consciencia e a inconsciencia, sendo a segunda
predominante na determinayao do comportamento humano, segundo                 0   autor, enraizada
nas profundezas das pulsoes, muitas vezes sexuais.
4


 A tentativa da        inibi~ao       da quantidade de energia psiquica ligada a       representa~ao        peno­
sa ou de desprazer esta na origem do acto falhado.


2.3. Analises ontol6gica e epistemol6gica
 S. Freud afirma que          0   comportamento humane resulta do dinamismo ou ate do conflito
entre    0   Id (a parte mais inconsciente),           0   Ego (a parte que medeia        0       consciente e   0

inconsciente) e 0 Superego (parte das               imposi~oes   sociais e portanto do ideal do Ego).
Ora 0 Id incognoscivel determina               0   comportamento humano, logo reprimir em n6s Eros
e Thanatos         eaquilo que        nos permite vivermos como       civiliza~ao,   embora de forma neu­
r6tica. Ha sem duvida, nesta ideia, a               oposi~ao   entre egocentrismo biol6gico e          0   espirito
de   coopera~ao       fundamental nas culturas humanas.
 Existem imensas teorias relativas ao conhecimento e sobre a forma de                         0   aQquirir. Con­
tudo, pensamos que fara mais sentido abordar as mais relevantes para a compreensao
das teorias de S. Freud presentes quer explicita, quer subliminarmente em Psicopatolo­
gia da Vida Quotidiana.
  Na referida obra, podem ser notados alguns                     tra~os   da corrente empirista, ou seJa,
Freud elabora uma forma de                  interpreta~ao   te6rica que se aproxima muito - pode-se
dizer que se funde quase - com a corrente empirista. Esta                     afirma~ao   e sustentada pelo
autor, na medida em que afirma que os seus pacientes sofriam de afasias, devido a asso­
cia~ao      livre e as experiencias sensoriais captadas no momento do lapso.
  Qualquer pessoa que leia Freud, e que                    conhe~a   algumas correntes epistemol6gicas,
facilmente conc1ui que            0   autor em nada se aproxima do positivismo -          e antes urn cons­
trutivista puro! Isto dizer que, para Freud, a              concep~ao     da realidade que opera na mente
inconsciente - urn dos muitos conceitos do vocabulo freudiano -                      e derivada da organi­
ZayaO cognitiva, das experiencias sensoriais e das sensayoes. Assim, mente, inconsciente
e percepc;iio da realidade (bern como lapsos de Unguagem) estao fortemente associados
a experiencias sensoriais altamente pr6prias do Eu.
 Sendo       0    impulso sexual urn dos pilares incontomaveis das teorias freudianas, repara­
mos que       0   papel da   media~ao       intema e bastante importante para se conhecer a forma
como    0    ser humane processa 0          conhecimento. Sendo assim, e de conc1uiT que a motiva­
~ao   sexual, aliada as       sensa~oes     ja vividas - ou a serem vividas - formam urn mecanis­
mo que, segundo         0   psicanalista, leva a urn aumento de respostas fisiol6gicas, que por
5
sua vez, conduzirao it afasia. Estas motivayoes intemas sao vistas por Freud como estru­
turadores mentais e inerentes ao ser humano. Presente na linha de pensamento freudia­
na, esta tambem a corrente vitalista, (que foi provavelmente aquela com que Freud mais
se identificou).
 o vitalismo postula que os seres vivos         sao regulados e possuidores de uma energia ou
forya vital, que os move, faz agir e pensar.
 E extremamente relevante referirmo-nos a Freud como 0            mais famoso dos Universalis­
tas no mundo da psicologia. Tal deve-se ao facto de Freud universalizar os seus conhe­
eimentos, postulados e faetos a todos os Homens, afirmando, convictamente, que nao
somos seres isolados nem inertes em relayao         a sociedade. As teorias freudianas nao dis­
criminam homens ou mulheres individualmente, pois para              0   autor homens e mulheres
funcionam mentalmente sob as mesmas bases e estruturayoes mentais.


2.4. Analise aeerea da natureza do ser Humano
 o autor defende uma posiyao          maioritariamente determinista, no que diz respeito ao
comportamento do ser humano. Isto e,        0   Homem nao conduz de forma independente as
suas aCyoes, sendo influenciado pelo seu inconsciente. Existe, portanto, uma relayao de
causa-efeito, sendo as aCyoes, os pensamentos e os comportamentos frutos de motivos
psiquicos ou complexos perturbadores que geram, por exemplo,                 0   esquecimento de
nomes pr6prios. 0 determinismo encontra-se igualmente patente no modelo de pensa­
mento sugerido por Freud, onde as perturbayoes provoeadas por sentimentos negativos
e as repressoes determinam     0   esquecimento e os aetos falhados.
 No ambito de toda a teoria Freudiana, genericamente considerada, e tambem com
especial destaque e evidencia na obra al vo de apreciayao no presente estudo, eabe notar
que a nOyao de ineonseiente esta sempre subjacente ao autor escolhido. Destarte,              0

inconsciente consiste num conceito dotado de abstracyao, obtido atraves de urn trabalho
empirico e manifesta-se no consciente dos individuos, V.g. atraves dos aetos falhados
(nas suas diversas modalidades), tendo uma estrutura dinamica.
  o estruturador homeostasia/heterostasia diz respeito aos condicionalismos motivacio­
nais do eomportamento humano, tendo subjaeente            0   sistema te6rico em causa na obra
estudada, in casu, Psicopatologia da Vida Quotidiana, de S. Freud.
 Com efeito, cabe assinalar que, na obra em aprevo podemos conduir que, de aeordo
com a visao do autor,   0   comportamento humane e a respectiva motivayao acabam por
6

manifestar-se numa vertente dualista. Ou seja, se par urn lado a estrutura tripartida do
aparelho psiquico ( Id, Ego e Superego), interagindo de uma farma dinamica, permite
garantir, tendencialmente,        0   equilibrio - homeostasia -, por outro lado, nao e menos
verdade que, quando sujeito ao dominio pulsional, e antes de ter inicio a aCyao dos
mecanismos de equilibrio,        0    comportamento humano mostra-se, por tendencia, desequi­
librado - heterostasia. Equacionando a questao no ambito mais restrito da obra em ami­
lise, dir-se-a que os actos falhados encontram-se tambem na linha de fronteira entre a
homeostasia e a heterostasia, pois se, a nivel a nivel comportamental os individuos por
eles afectados apresentam condutas homeostaticas, tambem nao e menos verdade que tal
conduta e motivada pelo nonnal funcionamento do psiquismo humano, que assim traya
a ponte entre inconsciente e consciente, procurando-se alcanyar 0 almejado equilibrio.


3. - Analise     30   nivel teorico
3.1.   ~struturadores     para a classifica(,jao de teorias
  De acardo com os estruturadores propostos, e por forma a enquadrar a tearia de Freud
nos mesmos, evidencia-se que se trata de uma teoria que podemos apelidar de patol6gi­
ca, na medida em que faz apelo, e equaciona              0   conceito de sintoma, que podemos defi­
nir como uma manifestayao do sofrimento psiquico vivenciado pelo sujeito, que se
expressa sob a forma fisica, motora ou ao nivel de detenninados comportamentos do
sujeito ( par exemplo, cegueira ou paralisia de natureza histerica). Nao e detectado pela
pessoa que   0   apresenta, e incongruente com a sua personalidade, e indomavel por via da
vontade consciente, e il6gico e esta sempre imbuido de significado inconsciente.


3.2. Aspectos constituintes da teoria
 Em todas as suas paginas, e            0   livro aqui objecto de estudo nao constitui eXCepyaO,
Freud foi ideando e completando a sua construyaO te6rica, ainda hoje inspiradora para
muitos profissionais da area da Psicologia, a que deu             0   nome de Psicanillise. A psicana­
lise foi enunciada como urn metodo de investigayao de processos mentais, que sao,                      a
partida inacessiveis par outra via; urn metodo de tratamento de neuroses; uma nova dis­
ciplina de cariz cientifico que assenta sobre urn nueleo de principios basilares:            0   incons­
ciente dinamico, os complexos,          0   recalcamento, a transferencia e a interpretac;ao.
Devido ao facto de haver sido sujeita a diversas alterayoes que assinalam a sua evoluyao
ao longo da vida e percurso profissional de Freud, a Psicanalise e, tradicionalmente,
7
podemos dize-Io, descrita com recurso as expressoes - 1atopica e za topica - as quais se
referem, respectivamente, it formula inicial desta teoria, e it sua estruturayao mais recen­
teo Desde logo, cabe explicitar que a 1a topica corresponde it enunciayao e articulayao
entre si, de dois principios deveras relevantes:            0   principio do prazer e   0   principio da
realidad.e. Ora,        0   principio do prazer, consiste, essencialmente, em procurar           0   prazer,
procurar a plena satisfayao das diversas necessidades dos individuos, evitando tudo                       0

que seja passivel de causar sofrimento ou frustrayao ( tanto a nivel fisico como psiqui­
co).
  Outrossim,       0   principio da realidade traduz-se em deferir a satisfayao de necessidades
que seja gratificante para         0   sujeito, em prol de obstaculos colocados pela realidade,
tal principio norteia a dinamica do Ego, ao passo que                 0   principio primeiramente men­
cionado dirige a aCyao do Id. De acordo com a concepyao freudiana do psiquismo
humano, deve ainda assinaLar-se e reLembrar, a este proposito, a funyao desempenhada
peLo Suprego, que tern a incumbencia de conter em si uma idealizayao do Ego, supor­
tando em si as regras e convenyoes sociais que estribam ou tentam estribar                  0   comporta­
mento humane dominado pelas puLsoes (contidas no Id).
 Por se ter deparado com casos de pacientes com stress pos-traumatico, devido aos
conflitos belicos, da Grande Guerra de 14 - 18, que              0   mundo atravessou, Freud introdu­
ziu (largas) alteraQaes it 1a topica, que consistem na inseryao de termos como pulsiio de
repetifiio, Eros (pulsao erotica e de vida) e Thanatos (pulsao de morte). Para Freud, a
pulsao de repetiyao era algo inconsciente, logo fora do controle humano.
  Segundo Freud, a pulsao de repetiyao poderia ser explicada da seguinte forma: Imagi­
nemos os soldados que sobreviveriam it Grande Guerra de 14 - 18. Durante os seus
tempos de descanso, irao reproduzir em sonhos os eventos stressantes e altamente trau­
maticos que viveram no campo de batalha. Esta manifestayao onirica deve-se ao facto
de    0    inconsciente dos soldados, ter sido bombardeado com informayao traumatica,
levando it repetifao em sonhos, de modo a auxiliar as vitimas num proximo confronto.
Eros, nome do deus do amor e erotismo na mitologia grega, corresponde it pulsao eroti­
ca, e portanto sexual. E uma das duas principais pulsaes que segundo                    0   psicanalista
regulam      0   comportamento humano, sendo tambem responsivel pelo Complexo de Edi­
po,    0   par Anima - Animus e muitos recalcamentos sexuais, parafilias e ate a motivayao
para a reproduyao humana.
8
 Ja Thanatos, era a personificac;ao grega para a morte, e e, na psicamlJise, a pulsao de
morte, que leva ao comportamento agressivo nos Homens. Esta pulsao regulava os
impulsos agressivos e sentimentos negativos, como a melancolia, ira, 6dio, etc.
  Freud acreditava que estes impulsos estariam presentes desde muito cedo, e que pro­
cessos que se iniciavam e manifestavam ainda na primeira infancia, condicionando                 0

comportamento do individuo na vida adulta, assim como as manifestac;oes psiquicas,
sexuais e sociais. Contudo, estas tendencias nao agiam em separado, ou seja, Freud con­
siderava que Eros e Thanatos interagiam uma com outra, mas de uma forma negativa,
entrando em conflito.


4 - Amilise   30   nivel metodologico
4.1. Conceitos empiricos
  Na obra, Freud enumera varias razoes que levam aos lapsos na fala (lapsus linguae).
Estes lapsos, teriam origens varias: desde as semelhanc;as fonol6gicas entre substantivos
ao efeito da associac;ao livre. Freud tambem salienta a importancia da carga emocional
atribuia ao nome de alguem, no momenta do lapso.
  Segundo Freud, outra das razoes que nos podem levar aos lapsos prendem-se com
associac;oes livres, que neste caso, sao processos inconscientes. Estas associac;5es,
seriam urn modo de analisar preocupac;oes, angustias e desassossegos, associados a
experiencias ou vivencias de elevada carga emocional e preocupac;ao. Tais preocupa­
c;5es, iriam desencadear associac;oes entre termos do mesmo lexico que a fonte de preo­
cupac;5es, levando    0   examinado a lapsos linguisticos. No momenta do lapso,       0   paciente
diria portanto outra palavra (relacionada com a fonte de nervosismo), que nao a que
quena.


4.2. Analise da metodologia de acordo com estruturadores propostos
 A tecnica de associac;ao livre de ideias consiste em pedir ao paciente ou sujeito que
relate os seus pensamentos e acc;5es antecedentes ao fen6meno, de forma a ser encon­
trada a associac;ao, ao nlvel inconsciente, que   0   provocou.
 Freud notifica-nos que, para alem do conteudo,           0   que ha de comum em todos os casos
de esquecimento de palavras       e0   facto de que   0   material esquecido ou distorcido tern,
portanto, uma ligac;ao com uma corrente de pensamento inconsciente. Estes fen6menos
surgem, portanto, pe1a tentativa de evitar urn sentimento desagradavel ou penoso que
9

uma certa recordayao e susceptivel de evocar, por associayao - mecanismo de defesa
psiquico. A introspecyao, de elevado cariz subjectivo, foi urn dos metodos de analise
psicol6gica usado pelo autor e ao longo desta obra e bern visivel as suas referencias a
epis6dios pessoais que sao submetidos a uma dissecayao profunda, com        0       unico objecti­
vo de serem analisados, interpretados e explicados numa dimensao mais geral. as pen­
samentos, os desejos e as motivayoes sao explicados por Freud de forma tambem
retrospectiva, uma vez que os fen6menos estudados referem-se, inclusive e por vezes, a
urn passado pouco recente. Daqui resultam tambem varias alterayoes e modificayoes ao
nivel do trayo mnesico dos materiais psiquicos.
 Este metodo levanta alguns pontos criticos, quanta      a veracidade e validade das anal i­
ses dos materiais psiquicos. Tal acontece tambem porque a introspecyao tern somente a
linguagem como forma de expressao e os individuos nem sempre conseguem "traduzir"
clara e correctamente os seus estados internos desta forma. Alem disso, as pr6prias
emoyoes dos sujeitos influenciam e adulteram esta comunicayao, bern como nao e pos­
sivel existir urn controlo por parte do observador que se observa a si mesmo.


5. - Analise ao nivet da pragmatica ou pratiu'l
5.1. Objectos de estudo cia teoria
 Alem do par consciente - inconsciente presentes na obra, Freud aponta como duas
linhas estruturadoras para a concepyao do homem - e como tal, a sua mente - a linha
sexual e de agressiio. Numa fase precoce do desenvolvimento existem as tao famosas
fases orais, anais e fMicas, assim como   0   Complexo de Edipo.
 Contudo, Freud, chegou a afirmar que era possivel canalizar a forya psiquica de Eros
e Thanatos. Sublimando estas foryas, podia-se obter vontades e impulsos, que satisfei­
tos, levariam a born contributo a sociedade sendo varios os exemplos para esta ideia que
contempla a importancia da abstinencia sexual como modo de cultivar a criatividade
(sublimayao do Eros) e motivayao para operay6es cirurgicas existente nos cirurgioes e
medicos (sublimayao do Thanatos) (Sa-Nogueira Saraiva, 2010).
 Apesar de admitir esta possibilidade, Freud advogou tambem as consequencias destas
escolhas: Quem dirigisse as motivayoes Eronianas e Thanatianas para outros fins, que
naos os iniciais, fa-Io-ia por obtenyao de prazer imediato, e nao por redireccionamento
altruista! Com a elaborayao desta teoria, Freud afirma que para     0   Homem ter lugar na
sociedade, precisa de suprimir estas vontades, fazendo-o com sofrimento,        0    que causa
10
perturbayoes psicol6gicas, como as neuroses. Para Freud, e                a luz das correntes de ideias
da psicamilise, concebe-se          0   homem como urn ser perturbado, de impulsos inconscien­
tes e motivado por foryas psiquicas e vitalistas.


5.2. Contexto ou nivel de         observa~ao   dosfenomenos humanos
     Atraves da observayao de alguns casos de actos falhados de pacientes e outros do pr6­
prio autor desta obra aqui estudada, Freud avanyou com algumas interpretayoes que Ihe
permitiram encontrar algumas explicayoes para os mesmos - vaJidas ou nao                           a luz   do
conhecimento actual.
     Sobre   0   esquecimento de nomes pr6prios,       0   autor sugere que no momenta do lapso hit
urn desvio da atenyao da sequencia de pensamento que a ideia principal exige - urn
exemplo dado e          0   efeito da lembranya de urn pormenor sexual de uma dada cultura, no
caso Signorelli, Botticelli e Boltrafio, onde          0   nome que se pretende recordar e substitui­
do por outros nomes, devido a uma "falsa memoria". Neste caso,                     0   cariz sexual do por­
menor, associado extemamente ao nome pretendido, constitui assim                          0   motivo para a
repressao do nome desejado, ao nivel do inconsciente.
    Freud afirma que hit dois factores que parecem ser determinantes para a explicayao da
evocayao de outros nomes substitutos dos nomes esquecidos, bern como para                          0   esque­
cimento de palavras estrangeiras: em primeiro lugar,              0   esforvo de atenvao que       0   sujeito
faz e, em segundo lugar, a existencia de urn determinante intimo que se encontra asso­
ciado ao material psiquico. Isto quer dizer que, de acordo com                 0   autor, a incapacidade
de recordar urn nome pode ser favorecida peio cansayo, perturbayoes circulatorias e
intoxicayao - factores estes que conduzem a uma menor atenyao par parte do sujeito.
Alem disso,       0   nome esquecido tern quase sempre algum tipo de relayao com urn assunto
que diz respeito        a pr6pria pessoa -     esta re1ayao pode ser inesperada e e revelada por
associayoes superficiais 1        E importante referir que os complexos perturbadores (motivos
que levam ao esquecimento, ao nivel do inconsciente) tern maior impacto quando dizem
respeito a relayoes pessoais, familiares ou profissionais.
    Quanto ao esquecimento de nomes e series de palavras,                 0   autor faz distinyao entre
duas possibilidades de esquecimento: a)            0   esquecimento ocorre porque hit recordayao
directa de algo de desagraditvel (associado ao nome que               eesquecido) ou b) 0       esqueci


1   Como. por exemplo, a existencia de palavras com duplo significado e com sons semelhantes
11
mento deve-se it ligac;ao do nome em questao a urn outro nome susceptivel de provocar
urn sentimento desagradavel (esta associac;ao podera ser entre nomes muito ou pouco
afastados entre si).
      Urn aspecto curioso e a abordagem de Freud sobre               0   "esquecimento colectivo" que
consiste no esquecimento, par exemplo, de urn nome por detenninada pessoa que por
contacto com outra a induz tambem ao esquecimento do mesmo vocabulo. 0 autor
explica-nos este fenomeno alegando que             0   esquecimento de nomes pode ser contagioso
e sugerindo que a pessoa em quem            0   esquecimento e provocado recorda mais facilmente
o nome esquecido Por vezes, ha ainda               0   esquecimento continuo de nomes, onde series
inteiras de palavras escapam ao trac;o mnesico: isto acontece quando tentamos recordar
urn nome, mas surgem-nos outros it ideia que acabam igualmente por se desvanecer
tambem. Ha entao urn esquecimento de nomes sucessivos,                     0   que prova a existencia de
urn obstaculo/complexo dificil de afastar.
     As omissoes que por vezes fazemos ao escrever (lapsus calami) e na transcric;ao de
textos sao explicados por Freud 2 pelo abandono da atenc;ao por parte do sujeito em rela­
c;ao it tarefa para seguir as suas proprias ideias -          0   individuo Ie, mas quando    0   interro­
gamos sobre       0   conteudo de urn texto, por exemplo, este nao sabe dizer nada a esse res­
peito. Ha, assim, a realizac;ao de uma leitura automcitica que escapa it atenc;ao conscien­
teo Segundo      0    autor, ainda em relac;ao aos exemplos deste tipo de lapso, nao e possivel
admitir que ha uma diminuic;ao da atenc;ao, mas antes uma perturbac;ao desta, como
consequencia de uma ideia estranha ou exterior ao sujeito. Urn dos factores que facilita
isto mesmo e por exemplo a semelhanc;a entre palavras que e entao manipulada pelo
sujeito por forma a que este possa transformar determinada palavra no sentido que dese­
Ja.


5.3. Natureza dos dados
      Em Psicopatologia da Vida Quotidiana, Freud tenta explicar de forma clara mas sub­
jectiva a relac;ao entre      0   inconsciente e os lapsos de linguagem que sucedem nas mais
variadas situac;oes do dia-a-dia. Para tal, utiliza varios exemplos de situac;oes nao so por
ele experienciadas, mas tambem por ele observadas em comportamentos de amigos ou




2   Na obra, esta explica~ao freudiana contrap6e a teoria de WWldt sobre este fen6meno
12
de situac;oes re1atadas pelos pacientes durante sessoes de psicamllise (mostrando                 0

canlcter multiforme da sua teoria).


6-Amilise global e Conclusoes
  Considerando-se     0   valor heuristico dos conceitos trazidos para    0    mundo cientifico
pela corrente psicanalitica, cabe referir que existem, ainda hoje, correntes dinamicas da
psicologia que derivam desta mesma matriz, sendo certo que conceitos como os de sin­
toma, actos falhados, associac;ao de ideias, neurose, Eros, Thanatos, ainda hoje sao
objecto de reinterpretac;ao e sao devidamente levados em conta na aplicac;ao de psicote­
rapias de raiz psicanalitica.
  Em termos de parcim6nia dos conceitos, deve dizer-se que, confonne alias decorre
das inumeras menc;oes e exemplificac;oes ao longo da obra estudada, e tambem atenden­
do-se   a teoria psicanalitica freudiana    numa perspectiva global, trata-se de urn modelo
te6rico que recorre a uma imensa pan6plia de conceitos, fazendo uso de uma terminolo­
gia bastante elaborada e especifica, que tern sido alvo de reinterpretac;oes ao longo dos
anos.
 Sem duvida alguma, em termos de aplicabilidade, a teoria psicanalitica deu urn rele­
vante contributo para melhor trilhar os caminhos tendentes a desvendar         0   comportamen­
to e a mente humanos, e ainda que nao se siga a teoria,         a qual vern    sendo apontadas
diversas criticas, desde logo de urn subjeetivismo que Ihe retira alguma isenc;ao que
seria exigivel a nivel cientifico, ha que considerar a sua relevancia na hist6ria da Psico­
logia em geral, sendo urn marco deveras importante e inspirador de novos estudos.
 o estudo desta obra permitiu-nos alargar os conhecimentos sobre 0            complexo e amplo
sistema te6rico de S. Freud, com especial incidencia na analise de diversos exemplos de
actos falhados aue evidenciam nerturbacoes inconscientes aue afeetam
                  ~                 ~ ,                             .1
                                                                                    0   nsiauismo
                                                                                        .1   .1




humano, levando-nos a reflectir em aspectos do nosso dia a dia, a que nem sequer
davamos grande relevancia.
 Realizar este estudo foi uma boa oportunidade para desenvolver academicamente                    0

espirito de pesquisa, bern como     0   sentido critico, reflexivo e opinativo de cada urn dos
discentes que integraram este grupo de trabalho, estando todos de acordo na relevancia
hist6rica e pratica da teoria do autor, se bern que as opinioes de dividam bastante quanta
a total validade do trabalho do autor, globalmente considerado.
Bibliografia


   •	 Freud, S. (2001). Textos eSSenCIalS da psicamilise. In A estrutura da
      personalidade psiquica e a psicopatologia, 3. Mem Martins: Publicayoes Europa
       America.
   •	 Freud, S. (2003). Psicopatologia da Vida Quotidiana. Lisboa: Rel6gio d' agua.
   •	 Haar, M. (2008). Introdu(fiio aPsicanalise Freud. Lisboa: Ediyoes 70
   •	 Lind, W. (2008). Referencial Multidimensional para a analise de teorias em
      psicologia. Lisboa: Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa.
   •	 Mijolla, A. & Mijolla-Mellor, S. (2002).PsicanaIise. Lisboa: Climepsi Editores.
   •	 Queir6s, A. (2009). A Recep(fiio de Freud em Portugal. Coimbra: Imprensa da
      Universidade de Coimbra.
   •	 Saraiva, R.S.N. (2010). Aulas de Grandes Correntes de Psicologia. Lisboa:
      Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa.
   •	 Zimerman, D. E. (2005). Psicanalise em perguntas e respostas - verdades, mitos
      e tabus. Sao Paulo: Artmed.

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Sweder: Psicologia Cultural vs Psicologia Transcultural (resumo)
Sweder: Psicologia Cultural vs Psicologia Transcultural (resumo)Sweder: Psicologia Cultural vs Psicologia Transcultural (resumo)
Sweder: Psicologia Cultural vs Psicologia Transcultural (resumo)Adalene Sales
 
Fundamentos da Psicologia Social
Fundamentos da Psicologia SocialFundamentos da Psicologia Social
Fundamentos da Psicologia SocialMarcos Pereira
 
Emancipação e construção do conhecimento
Emancipação e construção do conhecimentoEmancipação e construção do conhecimento
Emancipação e construção do conhecimentoAndréa Kochhann
 
106183430 historia-da-psicomotricidade
106183430 historia-da-psicomotricidade106183430 historia-da-psicomotricidade
106183430 historia-da-psicomotricidadeMauro Sousa
 
O estudo cientifico da aprendizagem
O estudo cientifico da aprendizagemO estudo cientifico da aprendizagem
O estudo cientifico da aprendizagemQuitriaSilva2
 
Psicologia e educação interlocuções e possibilidades
Psicologia e educação  interlocuções e possibilidadesPsicologia e educação  interlocuções e possibilidades
Psicologia e educação interlocuções e possibilidadesPatrícia Éderson Dias
 
Psicologias[1]
Psicologias[1]Psicologias[1]
Psicologias[1]Rildo45
 
Os pensadores da psicologia da educação
Os pensadores da psicologia da educaçãoOs pensadores da psicologia da educação
Os pensadores da psicologia da educaçãoEslley Santos
 
Psicologia social
Psicologia socialPsicologia social
Psicologia socialIsac Soares
 
O princípio responsabilidade como fundamento ético para a preservação da vida...
O princípio responsabilidade como fundamento ético para a preservação da vida...O princípio responsabilidade como fundamento ético para a preservação da vida...
O princípio responsabilidade como fundamento ético para a preservação da vida...Rodrigo F Menegatti
 
Aula de Psicologia da Educação
Aula de Psicologia da EducaçãoAula de Psicologia da Educação
Aula de Psicologia da EducaçãoR Gómez
 
Texto 5 vygotsky e marxismo
Texto 5 vygotsky e marxismoTexto 5 vygotsky e marxismo
Texto 5 vygotsky e marxismoPsicologia_2015
 

Was ist angesagt? (20)

Sweder: Psicologia Cultural vs Psicologia Transcultural (resumo)
Sweder: Psicologia Cultural vs Psicologia Transcultural (resumo)Sweder: Psicologia Cultural vs Psicologia Transcultural (resumo)
Sweder: Psicologia Cultural vs Psicologia Transcultural (resumo)
 
Livro freud e_a_educacao
Livro freud e_a_educacaoLivro freud e_a_educacao
Livro freud e_a_educacao
 
Fundamentos da Psicologia Social
Fundamentos da Psicologia SocialFundamentos da Psicologia Social
Fundamentos da Psicologia Social
 
Aula 1 - Introdução à Psicologia
Aula 1 - Introdução à PsicologiaAula 1 - Introdução à Psicologia
Aula 1 - Introdução à Psicologia
 
Foucault
FoucaultFoucault
Foucault
 
Emancipação e construção do conhecimento
Emancipação e construção do conhecimentoEmancipação e construção do conhecimento
Emancipação e construção do conhecimento
 
Texto 2 paradigmas
Texto 2 paradigmasTexto 2 paradigmas
Texto 2 paradigmas
 
Artigo pip[1]
Artigo pip[1]Artigo pip[1]
Artigo pip[1]
 
Psicologia da educação
Psicologia da educaçãoPsicologia da educação
Psicologia da educação
 
106183430 historia-da-psicomotricidade
106183430 historia-da-psicomotricidade106183430 historia-da-psicomotricidade
106183430 historia-da-psicomotricidade
 
O estudo cientifico da aprendizagem
O estudo cientifico da aprendizagemO estudo cientifico da aprendizagem
O estudo cientifico da aprendizagem
 
Psicologia e educação interlocuções e possibilidades
Psicologia e educação  interlocuções e possibilidadesPsicologia e educação  interlocuções e possibilidades
Psicologia e educação interlocuções e possibilidades
 
Psicologias[1]
Psicologias[1]Psicologias[1]
Psicologias[1]
 
Os pensadores da psicologia da educação
Os pensadores da psicologia da educaçãoOs pensadores da psicologia da educação
Os pensadores da psicologia da educação
 
Psicologia social
Psicologia socialPsicologia social
Psicologia social
 
Tcc arquivo único
Tcc arquivo únicoTcc arquivo único
Tcc arquivo único
 
Psicologia da educação 1
Psicologia da educação 1Psicologia da educação 1
Psicologia da educação 1
 
O princípio responsabilidade como fundamento ético para a preservação da vida...
O princípio responsabilidade como fundamento ético para a preservação da vida...O princípio responsabilidade como fundamento ético para a preservação da vida...
O princípio responsabilidade como fundamento ético para a preservação da vida...
 
Aula de Psicologia da Educação
Aula de Psicologia da EducaçãoAula de Psicologia da Educação
Aula de Psicologia da Educação
 
Texto 5 vygotsky e marxismo
Texto 5 vygotsky e marxismoTexto 5 vygotsky e marxismo
Texto 5 vygotsky e marxismo
 

Andere mochten auch

O inconsciente
O inconscienteO inconsciente
O inconscienteYaraGama
 
Processamento dos Sinais Linguísticos
Processamento dos Sinais LinguísticosProcessamento dos Sinais Linguísticos
Processamento dos Sinais LinguísticosSobre Letras
 
Sigmund freud
Sigmund freudSigmund freud
Sigmund freudRanlig
 
2015 CURSO 'A PRÁTICA DO PSICANALISTA' - Aula 5: sonhos chistes e atos falhos
2015 CURSO 'A PRÁTICA DO PSICANALISTA' - Aula 5: sonhos chistes e atos falhos2015 CURSO 'A PRÁTICA DO PSICANALISTA' - Aula 5: sonhos chistes e atos falhos
2015 CURSO 'A PRÁTICA DO PSICANALISTA' - Aula 5: sonhos chistes e atos falhosAlexandre Simoes
 
2015 CURSO 'A PRÁTICA DO PSICANALISTA' - Aula 7: as incidências do significan...
2015 CURSO 'A PRÁTICA DO PSICANALISTA' - Aula 7: as incidências do significan...2015 CURSO 'A PRÁTICA DO PSICANALISTA' - Aula 7: as incidências do significan...
2015 CURSO 'A PRÁTICA DO PSICANALISTA' - Aula 7: as incidências do significan...Alexandre Simoes
 
Os mecanismos de defesa
Os mecanismos de defesa Os mecanismos de defesa
Os mecanismos de defesa MandyNeres7
 
2015 CURSO 'A PRÁTICA DO PSICANALISTA' - Aula 8: a palavra do psicanalista
2015 CURSO 'A PRÁTICA DO PSICANALISTA' - Aula 8: a palavra do psicanalista2015 CURSO 'A PRÁTICA DO PSICANALISTA' - Aula 8: a palavra do psicanalista
2015 CURSO 'A PRÁTICA DO PSICANALISTA' - Aula 8: a palavra do psicanalistaAlexandre Simoes
 
1 introdução á psicanálise
1 introdução á psicanálise1 introdução á psicanálise
1 introdução á psicanálisefaculdadeteologica
 
4 família, psicanálise e sociedade
4 família, psicanálise e sociedade4 família, psicanálise e sociedade
4 família, psicanálise e sociedadefaculdadeteologica
 
Fundamentos de psicopatologia
Fundamentos de psicopatologiaFundamentos de psicopatologia
Fundamentos de psicopatologiaUNICEP
 
5 conceitos gerais da psicanálise
5 conceitos gerais da psicanálise5 conceitos gerais da psicanálise
5 conceitos gerais da psicanálisefaculdadeteologica
 
Aula sobre Psicanalise/Freud - FPE
Aula sobre Psicanalise/Freud - FPEAula sobre Psicanalise/Freud - FPE
Aula sobre Psicanalise/Freud - FPERodrigo Castro
 
Alfabetização e letramento (slide)
Alfabetização e letramento (slide)Alfabetização e letramento (slide)
Alfabetização e letramento (slide)PamelaAschoff
 

Andere mochten auch (17)

O inconsciente
O inconscienteO inconsciente
O inconsciente
 
Freud 2
Freud 2Freud 2
Freud 2
 
Processamento dos Sinais Linguísticos
Processamento dos Sinais LinguísticosProcessamento dos Sinais Linguísticos
Processamento dos Sinais Linguísticos
 
Sigmund freud
Sigmund freudSigmund freud
Sigmund freud
 
Psicologia freud
Psicologia freudPsicologia freud
Psicologia freud
 
2015 CURSO 'A PRÁTICA DO PSICANALISTA' - Aula 5: sonhos chistes e atos falhos
2015 CURSO 'A PRÁTICA DO PSICANALISTA' - Aula 5: sonhos chistes e atos falhos2015 CURSO 'A PRÁTICA DO PSICANALISTA' - Aula 5: sonhos chistes e atos falhos
2015 CURSO 'A PRÁTICA DO PSICANALISTA' - Aula 5: sonhos chistes e atos falhos
 
2015 CURSO 'A PRÁTICA DO PSICANALISTA' - Aula 7: as incidências do significan...
2015 CURSO 'A PRÁTICA DO PSICANALISTA' - Aula 7: as incidências do significan...2015 CURSO 'A PRÁTICA DO PSICANALISTA' - Aula 7: as incidências do significan...
2015 CURSO 'A PRÁTICA DO PSICANALISTA' - Aula 7: as incidências do significan...
 
Os mecanismos de defesa
Os mecanismos de defesa Os mecanismos de defesa
Os mecanismos de defesa
 
2015 CURSO 'A PRÁTICA DO PSICANALISTA' - Aula 8: a palavra do psicanalista
2015 CURSO 'A PRÁTICA DO PSICANALISTA' - Aula 8: a palavra do psicanalista2015 CURSO 'A PRÁTICA DO PSICANALISTA' - Aula 8: a palavra do psicanalista
2015 CURSO 'A PRÁTICA DO PSICANALISTA' - Aula 8: a palavra do psicanalista
 
1 introdução á psicanálise
1 introdução á psicanálise1 introdução á psicanálise
1 introdução á psicanálise
 
4 família, psicanálise e sociedade
4 família, psicanálise e sociedade4 família, psicanálise e sociedade
4 família, psicanálise e sociedade
 
Fundamentos de psicopatologia
Fundamentos de psicopatologiaFundamentos de psicopatologia
Fundamentos de psicopatologia
 
5 conceitos gerais da psicanálise
5 conceitos gerais da psicanálise5 conceitos gerais da psicanálise
5 conceitos gerais da psicanálise
 
8 fundamentos da psicanálise
8 fundamentos da psicanálise8 fundamentos da psicanálise
8 fundamentos da psicanálise
 
Freud e a Psicanálise I
Freud e a Psicanálise IFreud e a Psicanálise I
Freud e a Psicanálise I
 
Aula sobre Psicanalise/Freud - FPE
Aula sobre Psicanalise/Freud - FPEAula sobre Psicanalise/Freud - FPE
Aula sobre Psicanalise/Freud - FPE
 
Alfabetização e letramento (slide)
Alfabetização e letramento (slide)Alfabetização e letramento (slide)
Alfabetização e letramento (slide)
 

Ähnlich wie Freud files

37280slides aula desenvolvimento humano, psicologgia da educaçao
37280slides aula desenvolvimento humano, psicologgia da educaçao37280slides aula desenvolvimento humano, psicologgia da educaçao
37280slides aula desenvolvimento humano, psicologgia da educaçaoMariaDeMatos2
 
Psicologia conceitos
Psicologia   conceitosPsicologia   conceitos
Psicologia conceitosLiliane Ennes
 
Apostila noções de psicologia
Apostila noções de psicologiaApostila noções de psicologia
Apostila noções de psicologiamgmedeiros
 
Trabalho resenha
Trabalho resenhaTrabalho resenha
Trabalho resenhapsi-fca
 
1 psicologia
1 psicologia1 psicologia
1 psicologiabrelua
 
Resumos de Psicologia
Resumos de PsicologiaResumos de Psicologia
Resumos de PsicologiaSergio Cabral
 
Manual de psicologia aplicada
Manual de psicologia aplicadaManual de psicologia aplicada
Manual de psicologia aplicadavicen12
 
Escolas da Psicologia 1a. Aula
Escolas da Psicologia 1a. AulaEscolas da Psicologia 1a. Aula
Escolas da Psicologia 1a. Aularosariasperotto
 
O problema mente-cérebro por Jerry Fodor - Scientific American 1981
O problema mente-cérebro por Jerry Fodor - Scientific American 1981O problema mente-cérebro por Jerry Fodor - Scientific American 1981
O problema mente-cérebro por Jerry Fodor - Scientific American 1981Rodnei Reis
 

Ähnlich wie Freud files (20)

37280slides aula desenvolvimento humano, psicologgia da educaçao
37280slides aula desenvolvimento humano, psicologgia da educaçao37280slides aula desenvolvimento humano, psicologgia da educaçao
37280slides aula desenvolvimento humano, psicologgia da educaçao
 
Psi edu
Psi eduPsi edu
Psi edu
 
Psicologia conceitos
Psicologia   conceitosPsicologia   conceitos
Psicologia conceitos
 
Apostila noções de psicologia
Apostila noções de psicologiaApostila noções de psicologia
Apostila noções de psicologia
 
Psicologia pastoral
Psicologia pastoralPsicologia pastoral
Psicologia pastoral
 
PSICOLOGIA.pdf
PSICOLOGIA.pdfPSICOLOGIA.pdf
PSICOLOGIA.pdf
 
Logoterapia bentes pdf
Logoterapia bentes pdfLogoterapia bentes pdf
Logoterapia bentes pdf
 
Trabalho resenha
Trabalho resenhaTrabalho resenha
Trabalho resenha
 
Comportamento Humano
Comportamento HumanoComportamento Humano
Comportamento Humano
 
06 psicologia pastoral
06 psicologia pastoral06 psicologia pastoral
06 psicologia pastoral
 
psicologia geral
psicologia geralpsicologia geral
psicologia geral
 
1 psicologia
1 psicologia1 psicologia
1 psicologia
 
Unidade 01 psicologia (1)
Unidade 01   psicologia (1)Unidade 01   psicologia (1)
Unidade 01 psicologia (1)
 
Cor na psicologia
Cor na psicologiaCor na psicologia
Cor na psicologia
 
Psicologi a
Psicologi aPsicologi a
Psicologi a
 
Resumos de Psicologia
Resumos de PsicologiaResumos de Psicologia
Resumos de Psicologia
 
Passo 1 2007 1
Passo 1 2007 1Passo 1 2007 1
Passo 1 2007 1
 
Manual de psicologia aplicada
Manual de psicologia aplicadaManual de psicologia aplicada
Manual de psicologia aplicada
 
Escolas da Psicologia 1a. Aula
Escolas da Psicologia 1a. AulaEscolas da Psicologia 1a. Aula
Escolas da Psicologia 1a. Aula
 
O problema mente-cérebro por Jerry Fodor - Scientific American 1981
O problema mente-cérebro por Jerry Fodor - Scientific American 1981O problema mente-cérebro por Jerry Fodor - Scientific American 1981
O problema mente-cérebro por Jerry Fodor - Scientific American 1981
 

Mehr von Isabel Alexandra

rapaz-de-bronze-5593d78c9bb5b.pptx
rapaz-de-bronze-5593d78c9bb5b.pptxrapaz-de-bronze-5593d78c9bb5b.pptx
rapaz-de-bronze-5593d78c9bb5b.pptxIsabel Alexandra
 
Estudo do Meio - 2º ano - ficha 2
Estudo do Meio - 2º ano -   ficha 2Estudo do Meio - 2º ano -   ficha 2
Estudo do Meio - 2º ano - ficha 2Isabel Alexandra
 
Distribuição da água e sua importância para os seres vivos
Distribuição da água e sua importância para os seres vivosDistribuição da água e sua importância para os seres vivos
Distribuição da água e sua importância para os seres vivosIsabel Alexandra
 
Perguntas de avaliação para responder parte teórica
Perguntas de avaliação para responder   parte teóricaPerguntas de avaliação para responder   parte teórica
Perguntas de avaliação para responder parte teóricaIsabel Alexandra
 
Pathological Grief; luto complicado
Pathological Grief; luto complicadoPathological Grief; luto complicado
Pathological Grief; luto complicadoIsabel Alexandra
 
Hist 9 ficha 1 colonialismo
Hist 9 ficha 1 colonialismoHist 9 ficha 1 colonialismo
Hist 9 ficha 1 colonialismoIsabel Alexandra
 

Mehr von Isabel Alexandra (11)

rapaz-de-bronze-5593d78c9bb5b.pptx
rapaz-de-bronze-5593d78c9bb5b.pptxrapaz-de-bronze-5593d78c9bb5b.pptx
rapaz-de-bronze-5593d78c9bb5b.pptx
 
Estudo do Meio - 2º ano - ficha 2
Estudo do Meio - 2º ano -   ficha 2Estudo do Meio - 2º ano -   ficha 2
Estudo do Meio - 2º ano - ficha 2
 
Cestpas (2)
Cestpas (2)Cestpas (2)
Cestpas (2)
 
Distribuição da água e sua importância para os seres vivos
Distribuição da água e sua importância para os seres vivosDistribuição da água e sua importância para os seres vivos
Distribuição da água e sua importância para os seres vivos
 
Perguntas de avaliação para responder parte teórica
Perguntas de avaliação para responder   parte teóricaPerguntas de avaliação para responder   parte teórica
Perguntas de avaliação para responder parte teórica
 
Ficha de leitura 4º ano
Ficha de leitura   4º anoFicha de leitura   4º ano
Ficha de leitura 4º ano
 
P si arte ii ppt final
P si arte ii ppt finalP si arte ii ppt final
P si arte ii ppt final
 
Pathological Grief; luto complicado
Pathological Grief; luto complicadoPathological Grief; luto complicado
Pathological Grief; luto complicado
 
Passé composé 3
Passé composé 3Passé composé 3
Passé composé 3
 
Hist 9 ficha 1 colonialismo
Hist 9 ficha 1 colonialismoHist 9 ficha 1 colonialismo
Hist 9 ficha 1 colonialismo
 
Atençao-FPC
Atençao-FPCAtençao-FPC
Atençao-FPC
 

Kürzlich hochgeladen

LIVRO A BELA BORBOLETA. Ziraldo e Zélio.
LIVRO A BELA BORBOLETA. Ziraldo e Zélio.LIVRO A BELA BORBOLETA. Ziraldo e Zélio.
LIVRO A BELA BORBOLETA. Ziraldo e Zélio.HildegardeAngel
 
TREINAMENTO - BOAS PRATICAS DE HIGIENE NA COZINHA.ppt
TREINAMENTO - BOAS PRATICAS DE HIGIENE NA COZINHA.pptTREINAMENTO - BOAS PRATICAS DE HIGIENE NA COZINHA.ppt
TREINAMENTO - BOAS PRATICAS DE HIGIENE NA COZINHA.pptAlineSilvaPotuk
 
VACINAR E DOAR, É SÓ COMEÇAR - - 1º BIMESTRE
VACINAR E DOAR, É SÓ COMEÇAR - - 1º BIMESTREVACINAR E DOAR, É SÓ COMEÇAR - - 1º BIMESTRE
VACINAR E DOAR, É SÓ COMEÇAR - - 1º BIMESTREIVONETETAVARESRAMOS
 
Minha Luta (Mein Kampf), A História do País que Lutou contra a União Soviétic...
Minha Luta (Mein Kampf), A História do País que Lutou contra a União Soviétic...Minha Luta (Mein Kampf), A História do País que Lutou contra a União Soviétic...
Minha Luta (Mein Kampf), A História do País que Lutou contra a União Soviétic...nexocan937
 
Apreciação crítica -exercícios de escrita
Apreciação crítica -exercícios de escritaApreciação crítica -exercícios de escrita
Apreciação crítica -exercícios de escritaeliana862656
 
Orientações para a análise do poema Orfeu Rebelde.pptx
Orientações para a análise do poema Orfeu Rebelde.pptxOrientações para a análise do poema Orfeu Rebelde.pptx
Orientações para a análise do poema Orfeu Rebelde.pptxJMTCS
 
organizaao-do-clube-de-lideres-ctd-aamar_compress.pdf
organizaao-do-clube-de-lideres-ctd-aamar_compress.pdforganizaao-do-clube-de-lideres-ctd-aamar_compress.pdf
organizaao-do-clube-de-lideres-ctd-aamar_compress.pdfCarlosRodrigues832670
 
atividades diversas 1° ano alfabetização
atividades diversas 1° ano alfabetizaçãoatividades diversas 1° ano alfabetização
atividades diversas 1° ano alfabetizaçãodanielagracia9
 
As variações do uso da palavra "como" no texto
As variações do uso da palavra "como" no  textoAs variações do uso da palavra "como" no  texto
As variações do uso da palavra "como" no textoMariaPauladeSouzaTur
 
QUIZ – GEOGRAFIA - 8º ANO - PROVA MENSAL.pptx
QUIZ – GEOGRAFIA - 8º ANO - PROVA MENSAL.pptxQUIZ – GEOGRAFIA - 8º ANO - PROVA MENSAL.pptx
QUIZ – GEOGRAFIA - 8º ANO - PROVA MENSAL.pptxAntonioVieira539017
 
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptx
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptxSlides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptx
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Projeto leitura HTPC abril - FORMAÇÃP SOBRE O PROJETO
Projeto leitura HTPC abril - FORMAÇÃP SOBRE O PROJETOProjeto leitura HTPC abril - FORMAÇÃP SOBRE O PROJETO
Projeto leitura HTPC abril - FORMAÇÃP SOBRE O PROJETODouglasVasconcelosMa
 
Revolução Industrial - Revolução Industrial .pptx
Revolução Industrial - Revolução Industrial .pptxRevolução Industrial - Revolução Industrial .pptx
Revolução Industrial - Revolução Industrial .pptxHlioMachado1
 
A Unidade de Espiritualidade Eudista se une ao sentimiento de toda a igreja u...
A Unidade de Espiritualidade Eudista se une ao sentimiento de toda a igreja u...A Unidade de Espiritualidade Eudista se une ao sentimiento de toda a igreja u...
A Unidade de Espiritualidade Eudista se une ao sentimiento de toda a igreja u...Unidad de Espiritualidad Eudista
 
POETAS CONTEMPORANEOS_TEMATICAS_explicacao.pptx
POETAS CONTEMPORANEOS_TEMATICAS_explicacao.pptxPOETAS CONTEMPORANEOS_TEMATICAS_explicacao.pptx
POETAS CONTEMPORANEOS_TEMATICAS_explicacao.pptxJMTCS
 
DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...
DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...
DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...Martin M Flynn
 
Mini livro sanfona - Povos Indigenas Brasileiros
Mini livro sanfona  - Povos Indigenas BrasileirosMini livro sanfona  - Povos Indigenas Brasileiros
Mini livro sanfona - Povos Indigenas BrasileirosMary Alvarenga
 
O Espetaculo das Racas - Cienti - Lilia Moritz Schwarcz capítulo 2.pdf
O Espetaculo das Racas - Cienti - Lilia Moritz Schwarcz capítulo 2.pdfO Espetaculo das Racas - Cienti - Lilia Moritz Schwarcz capítulo 2.pdf
O Espetaculo das Racas - Cienti - Lilia Moritz Schwarcz capítulo 2.pdfQueleLiberato
 

Kürzlich hochgeladen (20)

Os Ratos - Dyonelio Machado FUVEST 2025
Os Ratos  -  Dyonelio Machado  FUVEST 2025Os Ratos  -  Dyonelio Machado  FUVEST 2025
Os Ratos - Dyonelio Machado FUVEST 2025
 
LIVRO A BELA BORBOLETA. Ziraldo e Zélio.
LIVRO A BELA BORBOLETA. Ziraldo e Zélio.LIVRO A BELA BORBOLETA. Ziraldo e Zélio.
LIVRO A BELA BORBOLETA. Ziraldo e Zélio.
 
TREINAMENTO - BOAS PRATICAS DE HIGIENE NA COZINHA.ppt
TREINAMENTO - BOAS PRATICAS DE HIGIENE NA COZINHA.pptTREINAMENTO - BOAS PRATICAS DE HIGIENE NA COZINHA.ppt
TREINAMENTO - BOAS PRATICAS DE HIGIENE NA COZINHA.ppt
 
VACINAR E DOAR, É SÓ COMEÇAR - - 1º BIMESTRE
VACINAR E DOAR, É SÓ COMEÇAR - - 1º BIMESTREVACINAR E DOAR, É SÓ COMEÇAR - - 1º BIMESTRE
VACINAR E DOAR, É SÓ COMEÇAR - - 1º BIMESTRE
 
Minha Luta (Mein Kampf), A História do País que Lutou contra a União Soviétic...
Minha Luta (Mein Kampf), A História do País que Lutou contra a União Soviétic...Minha Luta (Mein Kampf), A História do País que Lutou contra a União Soviétic...
Minha Luta (Mein Kampf), A História do País que Lutou contra a União Soviétic...
 
Apreciação crítica -exercícios de escrita
Apreciação crítica -exercícios de escritaApreciação crítica -exercícios de escrita
Apreciação crítica -exercícios de escrita
 
Orientações para a análise do poema Orfeu Rebelde.pptx
Orientações para a análise do poema Orfeu Rebelde.pptxOrientações para a análise do poema Orfeu Rebelde.pptx
Orientações para a análise do poema Orfeu Rebelde.pptx
 
organizaao-do-clube-de-lideres-ctd-aamar_compress.pdf
organizaao-do-clube-de-lideres-ctd-aamar_compress.pdforganizaao-do-clube-de-lideres-ctd-aamar_compress.pdf
organizaao-do-clube-de-lideres-ctd-aamar_compress.pdf
 
atividades diversas 1° ano alfabetização
atividades diversas 1° ano alfabetizaçãoatividades diversas 1° ano alfabetização
atividades diversas 1° ano alfabetização
 
“O AMANHÃ EXIGE O MELHOR DE HOJE” _
“O AMANHÃ EXIGE O MELHOR DE HOJE”       _“O AMANHÃ EXIGE O MELHOR DE HOJE”       _
“O AMANHÃ EXIGE O MELHOR DE HOJE” _
 
As variações do uso da palavra "como" no texto
As variações do uso da palavra "como" no  textoAs variações do uso da palavra "como" no  texto
As variações do uso da palavra "como" no texto
 
QUIZ – GEOGRAFIA - 8º ANO - PROVA MENSAL.pptx
QUIZ – GEOGRAFIA - 8º ANO - PROVA MENSAL.pptxQUIZ – GEOGRAFIA - 8º ANO - PROVA MENSAL.pptx
QUIZ – GEOGRAFIA - 8º ANO - PROVA MENSAL.pptx
 
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptx
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptxSlides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptx
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptx
 
Projeto leitura HTPC abril - FORMAÇÃP SOBRE O PROJETO
Projeto leitura HTPC abril - FORMAÇÃP SOBRE O PROJETOProjeto leitura HTPC abril - FORMAÇÃP SOBRE O PROJETO
Projeto leitura HTPC abril - FORMAÇÃP SOBRE O PROJETO
 
Revolução Industrial - Revolução Industrial .pptx
Revolução Industrial - Revolução Industrial .pptxRevolução Industrial - Revolução Industrial .pptx
Revolução Industrial - Revolução Industrial .pptx
 
A Unidade de Espiritualidade Eudista se une ao sentimiento de toda a igreja u...
A Unidade de Espiritualidade Eudista se une ao sentimiento de toda a igreja u...A Unidade de Espiritualidade Eudista se une ao sentimiento de toda a igreja u...
A Unidade de Espiritualidade Eudista se une ao sentimiento de toda a igreja u...
 
POETAS CONTEMPORANEOS_TEMATICAS_explicacao.pptx
POETAS CONTEMPORANEOS_TEMATICAS_explicacao.pptxPOETAS CONTEMPORANEOS_TEMATICAS_explicacao.pptx
POETAS CONTEMPORANEOS_TEMATICAS_explicacao.pptx
 
DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...
DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...
DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...
 
Mini livro sanfona - Povos Indigenas Brasileiros
Mini livro sanfona  - Povos Indigenas BrasileirosMini livro sanfona  - Povos Indigenas Brasileiros
Mini livro sanfona - Povos Indigenas Brasileiros
 
O Espetaculo das Racas - Cienti - Lilia Moritz Schwarcz capítulo 2.pdf
O Espetaculo das Racas - Cienti - Lilia Moritz Schwarcz capítulo 2.pdfO Espetaculo das Racas - Cienti - Lilia Moritz Schwarcz capítulo 2.pdf
O Espetaculo das Racas - Cienti - Lilia Moritz Schwarcz capítulo 2.pdf
 

Freud files

  • 1. Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa Unidade Curricular: HistOria das Ideias em Psicologia 2°Semestre Faculdade de Psicologia Ano Lectivo 200912010 __..~. . . . un eu Docentes: Professor Doutor Rodrigo de Sa-Nogueira Saraiva Professor Doutor Wolfgang Rudiger Lind Discentes: Andreia Gonyalves Pereira, n.o 9210 Anabela Silva, n.o 8712 Isabel Alexandra Almeida, n. ° 8841 Pedro Miguel Taborda, n.o 8503 Vanessa Dias, n.O 9236
  • 2. , Indice Pagina 1 -Introdu~ao 3 2- ~nalise meta-teorica 3 2.1.Postulados e conceitos centrais 3 2.2.Analise ontol6gica 4 2.3.Analise epistemoI6gica .4 2.4.Analise acerca da natureza do ser Humano 6 3- Analise ao nivel teo rico propriamente dito 7 3.1.Estruturadores para classificayao de teorias 7 3.2.Aspectos constituintes da teoria.. , - 7 4- Analise ao nivel metodologico 9 4.1.Conceitos Empiricos 9 4.2.Analise da metodologia de acordo com estruturadores propostos 9 5- Amilise ao nivel da pragmatica ou pratica 10 5.1.0bjectos de estudo da teoria 10 5.2.Contexto ou nivel de observayao dos fen6menos humanos .10 5.3.Natureza dos dados 10 6-Analise Global da obra e conclusoes 11 Bibliografia 12
  • 3. 3 l-Introdu~ao A obra Psieopatologia da Vida Quotidiana foi publicada pela primeira vez em 1901, apresentando urn conjunto de fenomenos experimentados por qualquer pessoa normal e reconhecidos por Freud como Aetosfalhados. Trata-se de uma obra fundamental para a psicanalise e, mais do que isso, contribuiu de forma decisiva para que, numa sociedade vitoriana altamente reprirnida e rigidamente moralista e puritana, 0 Homem comec;;asse lenta mas seguramente a encarar-se de uma forma nao so diferente, mas tambem muito mais profunda e corajosa. Na estrutura da obra, e possivel identificar tres grandes areas de estudo: a) 0 esqueci­ mento de nomes e a ordem das palavras; b) a inffincia e as memorias ocultas e c) os lap­ sos de linguagem. Na primeira parte, ou seja, onde se trata 0 esquecimento de nomes proprios e a ordem das palavras, compreende-se que 0 que ha de comum entre todos os casos e 0 facto do conteudo esquecido ou distorcido estar relacionado, por associayao, com uma corrente inconsciente de pensamento. Na segunda area de estudo, que se refe­ re a inffincia e as memorias ocultas, entende-se que as mem6rias consideradas indiferen­ tes devem a sua existencia a urn processo de deslocac;;ao, enquanto que as memorias reproduzidas constituem-se como mem6rias substitutas de outras impressoes realmente significativas, cuja reproduyao directa e dificultada por uma certa resistencia. Na ultima secc;;ao, ados lapsos de linguagem, Freud informa nao serem os efeitos de contacto ou proximidade de sons os responsaveis pelos mesmos, mas antes os pensamentos exterio­ res ao acto de fala desejada que, por sua vez, determinam a origem do deslize verbal. No ultimo capitulo da obra, 0 autor conelui entao pela existencia de dois modos distin­ tos do funcionamento psiquico. 2. - Amilise meta-teorica 2.1. Postulados e conceitos centrals A ideia mestra de toda a obra de Sigmund Freud revisita a velha oposic;;ao entre racio­ nalidade e irracionalidade do pensamento etico ocidental. Sobre esta erguem-se os conceitos centrais correspondentes: a consciencia e a inconsciencia, sendo a segunda predominante na determinayao do comportamento humano, segundo 0 autor, enraizada nas profundezas das pulsoes, muitas vezes sexuais.
  • 4. 4 A tentativa da inibi~ao da quantidade de energia psiquica ligada a representa~ao peno­ sa ou de desprazer esta na origem do acto falhado. 2.3. Analises ontol6gica e epistemol6gica S. Freud afirma que 0 comportamento humane resulta do dinamismo ou ate do conflito entre 0 Id (a parte mais inconsciente), 0 Ego (a parte que medeia 0 consciente e 0 inconsciente) e 0 Superego (parte das imposi~oes sociais e portanto do ideal do Ego). Ora 0 Id incognoscivel determina 0 comportamento humano, logo reprimir em n6s Eros e Thanatos eaquilo que nos permite vivermos como civiliza~ao, embora de forma neu­ r6tica. Ha sem duvida, nesta ideia, a oposi~ao entre egocentrismo biol6gico e 0 espirito de coopera~ao fundamental nas culturas humanas. Existem imensas teorias relativas ao conhecimento e sobre a forma de 0 aQquirir. Con­ tudo, pensamos que fara mais sentido abordar as mais relevantes para a compreensao das teorias de S. Freud presentes quer explicita, quer subliminarmente em Psicopatolo­ gia da Vida Quotidiana. Na referida obra, podem ser notados alguns tra~os da corrente empirista, ou seJa, Freud elabora uma forma de interpreta~ao te6rica que se aproxima muito - pode-se dizer que se funde quase - com a corrente empirista. Esta afirma~ao e sustentada pelo autor, na medida em que afirma que os seus pacientes sofriam de afasias, devido a asso­ cia~ao livre e as experiencias sensoriais captadas no momento do lapso. Qualquer pessoa que leia Freud, e que conhe~a algumas correntes epistemol6gicas, facilmente conc1ui que 0 autor em nada se aproxima do positivismo - e antes urn cons­ trutivista puro! Isto dizer que, para Freud, a concep~ao da realidade que opera na mente inconsciente - urn dos muitos conceitos do vocabulo freudiano - e derivada da organi­ ZayaO cognitiva, das experiencias sensoriais e das sensayoes. Assim, mente, inconsciente e percepc;iio da realidade (bern como lapsos de Unguagem) estao fortemente associados a experiencias sensoriais altamente pr6prias do Eu. Sendo 0 impulso sexual urn dos pilares incontomaveis das teorias freudianas, repara­ mos que 0 papel da media~ao intema e bastante importante para se conhecer a forma como 0 ser humane processa 0 conhecimento. Sendo assim, e de conc1uiT que a motiva­ ~ao sexual, aliada as sensa~oes ja vividas - ou a serem vividas - formam urn mecanis­ mo que, segundo 0 psicanalista, leva a urn aumento de respostas fisiol6gicas, que por
  • 5. 5 sua vez, conduzirao it afasia. Estas motivayoes intemas sao vistas por Freud como estru­ turadores mentais e inerentes ao ser humano. Presente na linha de pensamento freudia­ na, esta tambem a corrente vitalista, (que foi provavelmente aquela com que Freud mais se identificou). o vitalismo postula que os seres vivos sao regulados e possuidores de uma energia ou forya vital, que os move, faz agir e pensar. E extremamente relevante referirmo-nos a Freud como 0 mais famoso dos Universalis­ tas no mundo da psicologia. Tal deve-se ao facto de Freud universalizar os seus conhe­ eimentos, postulados e faetos a todos os Homens, afirmando, convictamente, que nao somos seres isolados nem inertes em relayao a sociedade. As teorias freudianas nao dis­ criminam homens ou mulheres individualmente, pois para 0 autor homens e mulheres funcionam mentalmente sob as mesmas bases e estruturayoes mentais. 2.4. Analise aeerea da natureza do ser Humano o autor defende uma posiyao maioritariamente determinista, no que diz respeito ao comportamento do ser humano. Isto e, 0 Homem nao conduz de forma independente as suas aCyoes, sendo influenciado pelo seu inconsciente. Existe, portanto, uma relayao de causa-efeito, sendo as aCyoes, os pensamentos e os comportamentos frutos de motivos psiquicos ou complexos perturbadores que geram, por exemplo, 0 esquecimento de nomes pr6prios. 0 determinismo encontra-se igualmente patente no modelo de pensa­ mento sugerido por Freud, onde as perturbayoes provoeadas por sentimentos negativos e as repressoes determinam 0 esquecimento e os aetos falhados. No ambito de toda a teoria Freudiana, genericamente considerada, e tambem com especial destaque e evidencia na obra al vo de apreciayao no presente estudo, eabe notar que a nOyao de ineonseiente esta sempre subjacente ao autor escolhido. Destarte, 0 inconsciente consiste num conceito dotado de abstracyao, obtido atraves de urn trabalho empirico e manifesta-se no consciente dos individuos, V.g. atraves dos aetos falhados (nas suas diversas modalidades), tendo uma estrutura dinamica. o estruturador homeostasia/heterostasia diz respeito aos condicionalismos motivacio­ nais do eomportamento humano, tendo subjaeente 0 sistema te6rico em causa na obra estudada, in casu, Psicopatologia da Vida Quotidiana, de S. Freud. Com efeito, cabe assinalar que, na obra em aprevo podemos conduir que, de aeordo com a visao do autor, 0 comportamento humane e a respectiva motivayao acabam por
  • 6. 6 manifestar-se numa vertente dualista. Ou seja, se par urn lado a estrutura tripartida do aparelho psiquico ( Id, Ego e Superego), interagindo de uma farma dinamica, permite garantir, tendencialmente, 0 equilibrio - homeostasia -, por outro lado, nao e menos verdade que, quando sujeito ao dominio pulsional, e antes de ter inicio a aCyao dos mecanismos de equilibrio, 0 comportamento humano mostra-se, por tendencia, desequi­ librado - heterostasia. Equacionando a questao no ambito mais restrito da obra em ami­ lise, dir-se-a que os actos falhados encontram-se tambem na linha de fronteira entre a homeostasia e a heterostasia, pois se, a nivel a nivel comportamental os individuos por eles afectados apresentam condutas homeostaticas, tambem nao e menos verdade que tal conduta e motivada pelo nonnal funcionamento do psiquismo humano, que assim traya a ponte entre inconsciente e consciente, procurando-se alcanyar 0 almejado equilibrio. 3. - Analise 30 nivel teorico 3.1. ~struturadores para a classifica(,jao de teorias De acardo com os estruturadores propostos, e por forma a enquadrar a tearia de Freud nos mesmos, evidencia-se que se trata de uma teoria que podemos apelidar de patol6gi­ ca, na medida em que faz apelo, e equaciona 0 conceito de sintoma, que podemos defi­ nir como uma manifestayao do sofrimento psiquico vivenciado pelo sujeito, que se expressa sob a forma fisica, motora ou ao nivel de detenninados comportamentos do sujeito ( par exemplo, cegueira ou paralisia de natureza histerica). Nao e detectado pela pessoa que 0 apresenta, e incongruente com a sua personalidade, e indomavel por via da vontade consciente, e il6gico e esta sempre imbuido de significado inconsciente. 3.2. Aspectos constituintes da teoria Em todas as suas paginas, e 0 livro aqui objecto de estudo nao constitui eXCepyaO, Freud foi ideando e completando a sua construyaO te6rica, ainda hoje inspiradora para muitos profissionais da area da Psicologia, a que deu 0 nome de Psicanillise. A psicana­ lise foi enunciada como urn metodo de investigayao de processos mentais, que sao, a partida inacessiveis par outra via; urn metodo de tratamento de neuroses; uma nova dis­ ciplina de cariz cientifico que assenta sobre urn nueleo de principios basilares: 0 incons­ ciente dinamico, os complexos, 0 recalcamento, a transferencia e a interpretac;ao. Devido ao facto de haver sido sujeita a diversas alterayoes que assinalam a sua evoluyao ao longo da vida e percurso profissional de Freud, a Psicanalise e, tradicionalmente,
  • 7. 7 podemos dize-Io, descrita com recurso as expressoes - 1atopica e za topica - as quais se referem, respectivamente, it formula inicial desta teoria, e it sua estruturayao mais recen­ teo Desde logo, cabe explicitar que a 1a topica corresponde it enunciayao e articulayao entre si, de dois principios deveras relevantes: 0 principio do prazer e 0 principio da realidad.e. Ora, 0 principio do prazer, consiste, essencialmente, em procurar 0 prazer, procurar a plena satisfayao das diversas necessidades dos individuos, evitando tudo 0 que seja passivel de causar sofrimento ou frustrayao ( tanto a nivel fisico como psiqui­ co). Outrossim, 0 principio da realidade traduz-se em deferir a satisfayao de necessidades que seja gratificante para 0 sujeito, em prol de obstaculos colocados pela realidade, tal principio norteia a dinamica do Ego, ao passo que 0 principio primeiramente men­ cionado dirige a aCyao do Id. De acordo com a concepyao freudiana do psiquismo humano, deve ainda assinaLar-se e reLembrar, a este proposito, a funyao desempenhada peLo Suprego, que tern a incumbencia de conter em si uma idealizayao do Ego, supor­ tando em si as regras e convenyoes sociais que estribam ou tentam estribar 0 comporta­ mento humane dominado pelas puLsoes (contidas no Id). Por se ter deparado com casos de pacientes com stress pos-traumatico, devido aos conflitos belicos, da Grande Guerra de 14 - 18, que 0 mundo atravessou, Freud introdu­ ziu (largas) alteraQaes it 1a topica, que consistem na inseryao de termos como pulsiio de repetifiio, Eros (pulsao erotica e de vida) e Thanatos (pulsao de morte). Para Freud, a pulsao de repetiyao era algo inconsciente, logo fora do controle humano. Segundo Freud, a pulsao de repetiyao poderia ser explicada da seguinte forma: Imagi­ nemos os soldados que sobreviveriam it Grande Guerra de 14 - 18. Durante os seus tempos de descanso, irao reproduzir em sonhos os eventos stressantes e altamente trau­ maticos que viveram no campo de batalha. Esta manifestayao onirica deve-se ao facto de 0 inconsciente dos soldados, ter sido bombardeado com informayao traumatica, levando it repetifao em sonhos, de modo a auxiliar as vitimas num proximo confronto. Eros, nome do deus do amor e erotismo na mitologia grega, corresponde it pulsao eroti­ ca, e portanto sexual. E uma das duas principais pulsaes que segundo 0 psicanalista regulam 0 comportamento humano, sendo tambem responsivel pelo Complexo de Edi­ po, 0 par Anima - Animus e muitos recalcamentos sexuais, parafilias e ate a motivayao para a reproduyao humana.
  • 8. 8 Ja Thanatos, era a personificac;ao grega para a morte, e e, na psicamlJise, a pulsao de morte, que leva ao comportamento agressivo nos Homens. Esta pulsao regulava os impulsos agressivos e sentimentos negativos, como a melancolia, ira, 6dio, etc. Freud acreditava que estes impulsos estariam presentes desde muito cedo, e que pro­ cessos que se iniciavam e manifestavam ainda na primeira infancia, condicionando 0 comportamento do individuo na vida adulta, assim como as manifestac;oes psiquicas, sexuais e sociais. Contudo, estas tendencias nao agiam em separado, ou seja, Freud con­ siderava que Eros e Thanatos interagiam uma com outra, mas de uma forma negativa, entrando em conflito. 4 - Amilise 30 nivel metodologico 4.1. Conceitos empiricos Na obra, Freud enumera varias razoes que levam aos lapsos na fala (lapsus linguae). Estes lapsos, teriam origens varias: desde as semelhanc;as fonol6gicas entre substantivos ao efeito da associac;ao livre. Freud tambem salienta a importancia da carga emocional atribuia ao nome de alguem, no momenta do lapso. Segundo Freud, outra das razoes que nos podem levar aos lapsos prendem-se com associac;oes livres, que neste caso, sao processos inconscientes. Estas associac;5es, seriam urn modo de analisar preocupac;oes, angustias e desassossegos, associados a experiencias ou vivencias de elevada carga emocional e preocupac;ao. Tais preocupa­ c;5es, iriam desencadear associac;oes entre termos do mesmo lexico que a fonte de preo­ cupac;5es, levando 0 examinado a lapsos linguisticos. No momenta do lapso, 0 paciente diria portanto outra palavra (relacionada com a fonte de nervosismo), que nao a que quena. 4.2. Analise da metodologia de acordo com estruturadores propostos A tecnica de associac;ao livre de ideias consiste em pedir ao paciente ou sujeito que relate os seus pensamentos e acc;5es antecedentes ao fen6meno, de forma a ser encon­ trada a associac;ao, ao nlvel inconsciente, que 0 provocou. Freud notifica-nos que, para alem do conteudo, 0 que ha de comum em todos os casos de esquecimento de palavras e0 facto de que 0 material esquecido ou distorcido tern, portanto, uma ligac;ao com uma corrente de pensamento inconsciente. Estes fen6menos surgem, portanto, pe1a tentativa de evitar urn sentimento desagradavel ou penoso que
  • 9. 9 uma certa recordayao e susceptivel de evocar, por associayao - mecanismo de defesa psiquico. A introspecyao, de elevado cariz subjectivo, foi urn dos metodos de analise psicol6gica usado pelo autor e ao longo desta obra e bern visivel as suas referencias a epis6dios pessoais que sao submetidos a uma dissecayao profunda, com 0 unico objecti­ vo de serem analisados, interpretados e explicados numa dimensao mais geral. as pen­ samentos, os desejos e as motivayoes sao explicados por Freud de forma tambem retrospectiva, uma vez que os fen6menos estudados referem-se, inclusive e por vezes, a urn passado pouco recente. Daqui resultam tambem varias alterayoes e modificayoes ao nivel do trayo mnesico dos materiais psiquicos. Este metodo levanta alguns pontos criticos, quanta a veracidade e validade das anal i­ ses dos materiais psiquicos. Tal acontece tambem porque a introspecyao tern somente a linguagem como forma de expressao e os individuos nem sempre conseguem "traduzir" clara e correctamente os seus estados internos desta forma. Alem disso, as pr6prias emoyoes dos sujeitos influenciam e adulteram esta comunicayao, bern como nao e pos­ sivel existir urn controlo por parte do observador que se observa a si mesmo. 5. - Analise ao nivet da pragmatica ou pratiu'l 5.1. Objectos de estudo cia teoria Alem do par consciente - inconsciente presentes na obra, Freud aponta como duas linhas estruturadoras para a concepyao do homem - e como tal, a sua mente - a linha sexual e de agressiio. Numa fase precoce do desenvolvimento existem as tao famosas fases orais, anais e fMicas, assim como 0 Complexo de Edipo. Contudo, Freud, chegou a afirmar que era possivel canalizar a forya psiquica de Eros e Thanatos. Sublimando estas foryas, podia-se obter vontades e impulsos, que satisfei­ tos, levariam a born contributo a sociedade sendo varios os exemplos para esta ideia que contempla a importancia da abstinencia sexual como modo de cultivar a criatividade (sublimayao do Eros) e motivayao para operay6es cirurgicas existente nos cirurgioes e medicos (sublimayao do Thanatos) (Sa-Nogueira Saraiva, 2010). Apesar de admitir esta possibilidade, Freud advogou tambem as consequencias destas escolhas: Quem dirigisse as motivayoes Eronianas e Thanatianas para outros fins, que naos os iniciais, fa-Io-ia por obtenyao de prazer imediato, e nao por redireccionamento altruista! Com a elaborayao desta teoria, Freud afirma que para 0 Homem ter lugar na sociedade, precisa de suprimir estas vontades, fazendo-o com sofrimento, 0 que causa
  • 10. 10 perturbayoes psicol6gicas, como as neuroses. Para Freud, e a luz das correntes de ideias da psicamilise, concebe-se 0 homem como urn ser perturbado, de impulsos inconscien­ tes e motivado por foryas psiquicas e vitalistas. 5.2. Contexto ou nivel de observa~ao dosfenomenos humanos Atraves da observayao de alguns casos de actos falhados de pacientes e outros do pr6­ prio autor desta obra aqui estudada, Freud avanyou com algumas interpretayoes que Ihe permitiram encontrar algumas explicayoes para os mesmos - vaJidas ou nao a luz do conhecimento actual. Sobre 0 esquecimento de nomes pr6prios, 0 autor sugere que no momenta do lapso hit urn desvio da atenyao da sequencia de pensamento que a ideia principal exige - urn exemplo dado e 0 efeito da lembranya de urn pormenor sexual de uma dada cultura, no caso Signorelli, Botticelli e Boltrafio, onde 0 nome que se pretende recordar e substitui­ do por outros nomes, devido a uma "falsa memoria". Neste caso, 0 cariz sexual do por­ menor, associado extemamente ao nome pretendido, constitui assim 0 motivo para a repressao do nome desejado, ao nivel do inconsciente. Freud afirma que hit dois factores que parecem ser determinantes para a explicayao da evocayao de outros nomes substitutos dos nomes esquecidos, bern como para 0 esque­ cimento de palavras estrangeiras: em primeiro lugar, 0 esforvo de atenvao que 0 sujeito faz e, em segundo lugar, a existencia de urn determinante intimo que se encontra asso­ ciado ao material psiquico. Isto quer dizer que, de acordo com 0 autor, a incapacidade de recordar urn nome pode ser favorecida peio cansayo, perturbayoes circulatorias e intoxicayao - factores estes que conduzem a uma menor atenyao par parte do sujeito. Alem disso, 0 nome esquecido tern quase sempre algum tipo de relayao com urn assunto que diz respeito a pr6pria pessoa - esta re1ayao pode ser inesperada e e revelada por associayoes superficiais 1 E importante referir que os complexos perturbadores (motivos que levam ao esquecimento, ao nivel do inconsciente) tern maior impacto quando dizem respeito a relayoes pessoais, familiares ou profissionais. Quanto ao esquecimento de nomes e series de palavras, 0 autor faz distinyao entre duas possibilidades de esquecimento: a) 0 esquecimento ocorre porque hit recordayao directa de algo de desagraditvel (associado ao nome que eesquecido) ou b) 0 esqueci 1 Como. por exemplo, a existencia de palavras com duplo significado e com sons semelhantes
  • 11. 11 mento deve-se it ligac;ao do nome em questao a urn outro nome susceptivel de provocar urn sentimento desagradavel (esta associac;ao podera ser entre nomes muito ou pouco afastados entre si). Urn aspecto curioso e a abordagem de Freud sobre 0 "esquecimento colectivo" que consiste no esquecimento, par exemplo, de urn nome por detenninada pessoa que por contacto com outra a induz tambem ao esquecimento do mesmo vocabulo. 0 autor explica-nos este fenomeno alegando que 0 esquecimento de nomes pode ser contagioso e sugerindo que a pessoa em quem 0 esquecimento e provocado recorda mais facilmente o nome esquecido Por vezes, ha ainda 0 esquecimento continuo de nomes, onde series inteiras de palavras escapam ao trac;o mnesico: isto acontece quando tentamos recordar urn nome, mas surgem-nos outros it ideia que acabam igualmente por se desvanecer tambem. Ha entao urn esquecimento de nomes sucessivos, 0 que prova a existencia de urn obstaculo/complexo dificil de afastar. As omissoes que por vezes fazemos ao escrever (lapsus calami) e na transcric;ao de textos sao explicados por Freud 2 pelo abandono da atenc;ao por parte do sujeito em rela­ c;ao it tarefa para seguir as suas proprias ideias - 0 individuo Ie, mas quando 0 interro­ gamos sobre 0 conteudo de urn texto, por exemplo, este nao sabe dizer nada a esse res­ peito. Ha, assim, a realizac;ao de uma leitura automcitica que escapa it atenc;ao conscien­ teo Segundo 0 autor, ainda em relac;ao aos exemplos deste tipo de lapso, nao e possivel admitir que ha uma diminuic;ao da atenc;ao, mas antes uma perturbac;ao desta, como consequencia de uma ideia estranha ou exterior ao sujeito. Urn dos factores que facilita isto mesmo e por exemplo a semelhanc;a entre palavras que e entao manipulada pelo sujeito por forma a que este possa transformar determinada palavra no sentido que dese­ Ja. 5.3. Natureza dos dados Em Psicopatologia da Vida Quotidiana, Freud tenta explicar de forma clara mas sub­ jectiva a relac;ao entre 0 inconsciente e os lapsos de linguagem que sucedem nas mais variadas situac;oes do dia-a-dia. Para tal, utiliza varios exemplos de situac;oes nao so por ele experienciadas, mas tambem por ele observadas em comportamentos de amigos ou 2 Na obra, esta explica~ao freudiana contrap6e a teoria de WWldt sobre este fen6meno
  • 12. 12 de situac;oes re1atadas pelos pacientes durante sessoes de psicamllise (mostrando 0 canlcter multiforme da sua teoria). 6-Amilise global e Conclusoes Considerando-se 0 valor heuristico dos conceitos trazidos para 0 mundo cientifico pela corrente psicanalitica, cabe referir que existem, ainda hoje, correntes dinamicas da psicologia que derivam desta mesma matriz, sendo certo que conceitos como os de sin­ toma, actos falhados, associac;ao de ideias, neurose, Eros, Thanatos, ainda hoje sao objecto de reinterpretac;ao e sao devidamente levados em conta na aplicac;ao de psicote­ rapias de raiz psicanalitica. Em termos de parcim6nia dos conceitos, deve dizer-se que, confonne alias decorre das inumeras menc;oes e exemplificac;oes ao longo da obra estudada, e tambem atenden­ do-se a teoria psicanalitica freudiana numa perspectiva global, trata-se de urn modelo te6rico que recorre a uma imensa pan6plia de conceitos, fazendo uso de uma terminolo­ gia bastante elaborada e especifica, que tern sido alvo de reinterpretac;oes ao longo dos anos. Sem duvida alguma, em termos de aplicabilidade, a teoria psicanalitica deu urn rele­ vante contributo para melhor trilhar os caminhos tendentes a desvendar 0 comportamen­ to e a mente humanos, e ainda que nao se siga a teoria, a qual vern sendo apontadas diversas criticas, desde logo de urn subjeetivismo que Ihe retira alguma isenc;ao que seria exigivel a nivel cientifico, ha que considerar a sua relevancia na hist6ria da Psico­ logia em geral, sendo urn marco deveras importante e inspirador de novos estudos. o estudo desta obra permitiu-nos alargar os conhecimentos sobre 0 complexo e amplo sistema te6rico de S. Freud, com especial incidencia na analise de diversos exemplos de actos falhados aue evidenciam nerturbacoes inconscientes aue afeetam ~ ~ , .1 0 nsiauismo .1 .1 humano, levando-nos a reflectir em aspectos do nosso dia a dia, a que nem sequer davamos grande relevancia. Realizar este estudo foi uma boa oportunidade para desenvolver academicamente 0 espirito de pesquisa, bern como 0 sentido critico, reflexivo e opinativo de cada urn dos discentes que integraram este grupo de trabalho, estando todos de acordo na relevancia hist6rica e pratica da teoria do autor, se bern que as opinioes de dividam bastante quanta a total validade do trabalho do autor, globalmente considerado.
  • 13. Bibliografia • Freud, S. (2001). Textos eSSenCIalS da psicamilise. In A estrutura da personalidade psiquica e a psicopatologia, 3. Mem Martins: Publicayoes Europa America. • Freud, S. (2003). Psicopatologia da Vida Quotidiana. Lisboa: Rel6gio d' agua. • Haar, M. (2008). Introdu(fiio aPsicanalise Freud. Lisboa: Ediyoes 70 • Lind, W. (2008). Referencial Multidimensional para a analise de teorias em psicologia. Lisboa: Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa. • Mijolla, A. & Mijolla-Mellor, S. (2002).PsicanaIise. Lisboa: Climepsi Editores. • Queir6s, A. (2009). A Recep(fiio de Freud em Portugal. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra. • Saraiva, R.S.N. (2010). Aulas de Grandes Correntes de Psicologia. Lisboa: Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa. • Zimerman, D. E. (2005). Psicanalise em perguntas e respostas - verdades, mitos e tabus. Sao Paulo: Artmed.