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IMPACTO DA VIOLÊNCIA NA SAÚDE DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES 
PREVENÇÃO 
DE VIOLÊNCIAS E 
PROMOÇÃO 
DA CULTURA DE PAZ 
VOCÊ É A PEÇA 
PRINCIPAL PARA 
ENFRENTAR ESTE 
PROBLEMA 
MINISTÉRIO DA SAÚDE 
Brasília - DF 
2008
Como são assegurados os direitos da 
criança e do adolescente? 
Os direitos são assegurados mundialmente pela convenção dos direitos 
humanos e pelos protocolos facultativos reafirmados pelo Brasil na 
Constituição Federal (1988) e no Estatuto da Criança e do Adolescente 
– ECA (Lei nº 8.069/1990), bem como em políticas setoriais do governo 
referentes à área de saúde. 
Como a violência ameaça esses direitos? 
A violência, o desafio do século, está difundida em todo o tecido social, 
causando grande impacto na saúde da população. Ela ainda resulta em 
altos custos econômicos e sociais para o Estado e para as famílias, com 
anos potenciais de vida perdidos. 
Crianças e Adolescentes SÃO 
as principais vítimas de violências 
As causas externas (acidentes e violências) foram responsáveis por 
124.935 óbitos em 2006, representando 13,7% do total de óbitos por 
causas definidas. É a terceira maior causa de mortalidade na população 
geral. Apresenta-se como a primeira causa de morte entre os adolescentes e 
crianças a partir de 1 ano de idade.
1. Mortalidade por causas externas - acidentes e 
violências 
Crianças de 0 a 9 anos 
Os acidentes de transporte (31,5%), afogamentos (22,7%) e outros riscos 
à respiração (16,5%) se configuram como as principais causas de óbito 
nessa faixa etária. As agressões (violências) aparecem como a quarta causa 
de mortalidade. 
Adolescentes de 10 a 19 anos 
As violências (52,9%), seguidas pelos acidentes de transporte (25,9%) e 
afogamentos (9,0%), são as principais causas de óbito nessa faixa etária. Esse 
perfil se repete nos adolescentes de 15 a 19 anos, no qual 58,7% dos óbitos foram 
por violências. Na faixa de 10 a 14 anos, as principais causas de óbitos foram os 
acidentes de transportes (35,9%).
2. Morbidade por agravos e violências 
Em 2006, o Ministério da Saúde implantou em vinte e sete municípios 
brasileiros, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), o sistema de 
Vigilância de Violências e Acidentes (VIVA), a partir da ficha de notificação 
de violência doméstica, sexual e outras violências. 
Crianças de 0 a 9 anos 
Os dados coletados no período de 2006 e 2007 pelo VIVA mostraram que 
a violência sexual foi a principal causa de atendimentos nos serviços de 
referência de violências. Dos 1.939 registros de violência contra crianças, 
845 (44%) foram por violências sexuais. O gráfico 1 mostra os principais 
tipos de violências sofridas pelas crianças nesta faixa etária. 
As meninas são as principais vítimas, com 60% do total dos casos 
registrados. 
A residência foi o local de maior ocorrência (58%) dos casos de violência 
contra crianças, como se verifica no gráfico 2. 
Adolescentes de 10 a 19 anos 
Assim como na infância, a violência sexual foi a principal causa de 
atendimento nos serviços de referência de violência. Dos 2.370 registros 
de violência contra os adolescentes, 1.335 (56%) foram por violências 
sexuais. O gráfico 1 mostra os principais tipos de violências sofridas pelos 
adolescentes nesta faixa etária. 
As adolescentes mulheres foram as principais vítimas com 78% do total 
dos casos de violências. 
Para a maioria, o local onde ocorreu a violência foi na própria residência 
com 58% dos registros, seguido pela via pública com 20% (gráfico 2).
Gráfico 1: 
Tipos de violências contra crianças e adolescentes atendidos nos serviços de referência de municípios 
selecionados, segundo ciclo etário, 2006-2007. 
Fonte: VIVA/SVS/MS 2006/2007 
% 60 
50 
40 
30 
20 
10 
0 
29 
48 
38 
50 
44 
56 
33 
13 
1 1 
Física Psicológica Sexual Negligência Financeira 
Tipos de violências 
Criança Adolescente 
Gráfico 2: 
Locais de ocorrência de violências contra crianças e adolescentes atendidos nos serviços de referência 
de municípios selecionados, segundo ciclo etário, 2006-2007. 
Fonte: VIVA/SVS/MS 2006/2007 
Criança Adolescente Local de ocorrência 
58 
50 
20 
4 
9 
1 3 5 
26 24 
Residência Via pública Unidades de 
saúde 
Outros Ignorado 
% 70 
60 
50 
40 
30 
20 
10 
0
Por que as violências contra crianças e 
adolescentes são encobertas? 
• Medo de denunciar episódios de violência cometidos principalmente 
pelas pessoas que deveriam proteger as próprias crianças e adolescentes, 
tais como os pais, familiares, amigos,conhecidos, cuidadores, polícia e 
outras pessoas investidas de algum poder na comunidade. 
• Aceitação social da violência contra crianças e adolescentes utilizada 
como justificativa de “educar”. Essas violências são manifestadas como 
castigo físico, humilhação, intimidação e assédio sexual, especialmente 
quando não produzem danos físicos, visíveis e duradouros.
• A violência se torna invisível também quando os serviços de escuta 
(disque-denúncia, delegacias, serviços de saúde e de assistência social, 
escolas, conselhos tutelares e a própria comunidade) não estão preparados 
para o acolhimento e atendimento da criança e do adolescente.
Quais são as conseqüências da violência 
para crianças e adolescentes? 
1 – A violência pode gerar problemas sociais, emocionais, psicológicos 
e cognitivos durante toda a vida, podendo apresentar também 
comportamentos prejudiciais à saúde. Em geral, se manifesta por meio do 
abuso de substâncias psicoativas, do álcool e outras drogas e da iniciação 
precoce à atividade sexual, tornando-os mais vulneráveis à gravidez 
precoce, à exploração sexual e à prostituição. 
2 – Os problemas de saúde mental e social relacionados com a violência 
em crianças e adolescentes podem gerar consequências como ansiedade, 
transtornos depressivos, alucinações, baixo desempenho na escola e 
tarefas de casa, alterações de memória, comportamento agressivo, violento 
e até tentativas de suicídio. 
3 – A exposição precoce da violência em crianças e adolescentes pode 
estar relacionada com o comprometimento do desenvolvimento físico e 
mental, além enfermidades em etapas posteriores da vida, como as doenças 
sexualmente transmissíveis, a AIDS, o aborto espontâneo e outros. 
Como enfrentar este grave problema 
de saúde pública? 
Todos nós podemos contribuir para a cultura de paz, pois a violência contra 
as crianças e os adolescentes jamais se justifica. 
Enfrentar a violência implica em lidar com questões complexas que 
envolvem a moral, ética, ideologia, política e cultura, entre outros fatores.
Os passos primordiais são: 
1- Promover ações de sensibilização e mobilização na defesa de tão 
importante causa. 
2- Conversar com crianças e adolescentes orientando-os sobre os riscos 
da violência no cotidiano e suas formas de prevenção. 
3- Adotar posturas proativas frente a qualquer situação de violência. 
4- Debater o assunto nas escolas, comunidades, família, serviços de 
saúde, dentre outros setores da sociedade. 
O setor de saúde assumiu, a partir do Estatuto da Criança e do 
Adolescente, um mandato social para atuar na prevenção, diagnóstico 
e notificação de casos de violência. Criou-se, assim, um espaço 
privilegiado para a identificação, acolhimento e atendimento 
de crianças e adolescentes em situação de violência, bem como a 
orientação as famílias.
Para quem são direcionadas as políticas 
de saúde? 
As políticas de saúde são formuladas e implementadas no âmbito do SUS para 
todas as faixas etárias, em especial para crianças e adolescentes, considerando 
que, em 2006, esse grupo etário representava 66.415.510 milhões da população 
brasileira (38%). 
Quais são as políticas para enfrentar as 
formas de violência? 
-Política Nacional de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e Violências 
(Portaria nº 737/2001). 
- Política Nacional de Promoção da Saúde (Portaria nº 687/2006). 
- Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher – violência sexual e 
doméstica. 
- Notificação de violências contra crianças e adolescentes na rede do SUS 
(Portaria nº 1968/2001). 
- Rede Nacional de Prevenção de Violências, Promoção da Saúde e Cultura de 
Paz (Portaria 936/2004). 
- Rede Nacional de Atenção Integral às Mulheres, Adolescentes e Crianças em 
situação de violência doméstica e sexual.
Quais são as estratégias e ações para 
a implementação destas políticas? 
• Elaboração de diretrizes, parâmetros, metodologias e orientações 
voltadas à atenção à saúde, prevenção e proteção de crianças e 
adolescentes em situações de violência. 
• Elaboração de normas técnicas específicas voltadas à atenção à saúde de 
crianças e adolescentes em situações de violência sexual. 
• Realização de campanhas de sensibilização e mobilização da sociedade 
sobre o impacto da violência na saúde com ênfase nos fatores de risco e 
proteção. 
• Capacitação à distância sobre os impactos da violência na saúde, além 
de materiais educativos e informativos sobre a temática. 
• Fomento para a estruturação e qualificação da Rede de Atenção à Saúde, 
organizada no âmbito do SUS em: 
- Rede de Prevenção da Violência, Promoção da Saúde e Cultura da Paz; 
- Rede de Atenção Especializada 
- Rede de Vigilância em Saúde 
- Rede de Atenção Básica - Saúde da Família. 
• Investimentos em pesquisas sobre as diversas formas de violência contra 
crianças, adolescentes e jovens, mulheres e pessoas idosas. 
• Construção de indicadores e desenvolvimento de instrumentos de 
acompanhamento e avaliação das ações.
Qual o papel dos Estados, Municípios e 
Distrito Federal para o enfrentamento 
da violência? 
• Organização da rede de atenção integral às vítimas de violências, 
garantindo o acesso aos serviços de saúde básicos e especializados para 
crianças e adolescentes. 
• Qualificação dos serviços para o acolhimento e atendimento de crianças 
e adolescentes vítimas de violências, com uma equipe multiprofissional e 
abordagem humanizada em prol da redução de danos. 
• Notificação dos casos de violência garantindo o sigilo e orientação à 
vítima e a família com relação aos direitos de crianças e adolescentes. 
• Acompanhamento das vítimas e das famílias com visitas sistemáticas 
de profissionais de saúde para identificar as situações de violência (maus-tratos, 
negligência, exploração sexual, abuso sexual, trabalho infantil, entre 
outros) ou de violência repetida. 
• Encaminhamento para as redes intersetoriais e sociais dos casos que 
necessitam de atendimento específico ou acompanhamento, destacando: 
Redes Intersetoriais 
- Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente 
- Escolas e outras instituições educativas 
- Centros de Referência de Assistência Especializados – CREAS 
- Órgãos de Justiça e Promotorias Públicas. 
Redes Sociais 
Apoio da sociedade civil, empresas e da própria comunidade, de acordo 
com a organização e a realidade de cada território.
Qual a importância da notificação de 
violências? 
A notificação deve ser compreendida como um instrumento de garantia de 
direitos e de proteção social de crianças e adolescentes, permitindo aos 
profissionais de saúde, de educação, da assistência social, assim como os 
conselhos tutelares e a justiça adotarem medidas imediatas para cessar a 
violência. 
Os dados e as informações coletados pelo sistema de Vigilância 
de Violências e Acidentes – VIVA/MS permitem aos gestores 
identificarem os principais tipos de violência: onde elas ocorrem, os 
horários de maior frequência e o perfil do possível autor da agressão 
entre outras informações, dando subsídios para o planejamento de 
ações de prevenção e de intervenção.
FICHA DE NOTIFICAÇÃO/INVESTIGAÇÃO INDIVIDUAL, VIOLÊNCIA 
DOMÉSTICA, SEXUAL E/OU OUTRAS VIOLÊNCIAS.
Como o Ministério da Saúde articula suas políticas e 
ações para enfrentar a violência? 
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políticas próprias de âmbito nacional que são articuladas com várias unidades do 
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  • 1. IMPACTO DA VIOLÊNCIA NA SAÚDE DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES PREVENÇÃO DE VIOLÊNCIAS E PROMOÇÃO DA CULTURA DE PAZ VOCÊ É A PEÇA PRINCIPAL PARA ENFRENTAR ESTE PROBLEMA MINISTÉRIO DA SAÚDE Brasília - DF 2008
  • 2. Como são assegurados os direitos da criança e do adolescente? Os direitos são assegurados mundialmente pela convenção dos direitos humanos e pelos protocolos facultativos reafirmados pelo Brasil na Constituição Federal (1988) e no Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA (Lei nº 8.069/1990), bem como em políticas setoriais do governo referentes à área de saúde. Como a violência ameaça esses direitos? A violência, o desafio do século, está difundida em todo o tecido social, causando grande impacto na saúde da população. Ela ainda resulta em altos custos econômicos e sociais para o Estado e para as famílias, com anos potenciais de vida perdidos. Crianças e Adolescentes SÃO as principais vítimas de violências As causas externas (acidentes e violências) foram responsáveis por 124.935 óbitos em 2006, representando 13,7% do total de óbitos por causas definidas. É a terceira maior causa de mortalidade na população geral. Apresenta-se como a primeira causa de morte entre os adolescentes e crianças a partir de 1 ano de idade.
  • 3. 1. Mortalidade por causas externas - acidentes e violências Crianças de 0 a 9 anos Os acidentes de transporte (31,5%), afogamentos (22,7%) e outros riscos à respiração (16,5%) se configuram como as principais causas de óbito nessa faixa etária. As agressões (violências) aparecem como a quarta causa de mortalidade. Adolescentes de 10 a 19 anos As violências (52,9%), seguidas pelos acidentes de transporte (25,9%) e afogamentos (9,0%), são as principais causas de óbito nessa faixa etária. Esse perfil se repete nos adolescentes de 15 a 19 anos, no qual 58,7% dos óbitos foram por violências. Na faixa de 10 a 14 anos, as principais causas de óbitos foram os acidentes de transportes (35,9%).
  • 4. 2. Morbidade por agravos e violências Em 2006, o Ministério da Saúde implantou em vinte e sete municípios brasileiros, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), o sistema de Vigilância de Violências e Acidentes (VIVA), a partir da ficha de notificação de violência doméstica, sexual e outras violências. Crianças de 0 a 9 anos Os dados coletados no período de 2006 e 2007 pelo VIVA mostraram que a violência sexual foi a principal causa de atendimentos nos serviços de referência de violências. Dos 1.939 registros de violência contra crianças, 845 (44%) foram por violências sexuais. O gráfico 1 mostra os principais tipos de violências sofridas pelas crianças nesta faixa etária. As meninas são as principais vítimas, com 60% do total dos casos registrados. A residência foi o local de maior ocorrência (58%) dos casos de violência contra crianças, como se verifica no gráfico 2. Adolescentes de 10 a 19 anos Assim como na infância, a violência sexual foi a principal causa de atendimento nos serviços de referência de violência. Dos 2.370 registros de violência contra os adolescentes, 1.335 (56%) foram por violências sexuais. O gráfico 1 mostra os principais tipos de violências sofridas pelos adolescentes nesta faixa etária. As adolescentes mulheres foram as principais vítimas com 78% do total dos casos de violências. Para a maioria, o local onde ocorreu a violência foi na própria residência com 58% dos registros, seguido pela via pública com 20% (gráfico 2).
  • 5. Gráfico 1: Tipos de violências contra crianças e adolescentes atendidos nos serviços de referência de municípios selecionados, segundo ciclo etário, 2006-2007. Fonte: VIVA/SVS/MS 2006/2007 % 60 50 40 30 20 10 0 29 48 38 50 44 56 33 13 1 1 Física Psicológica Sexual Negligência Financeira Tipos de violências Criança Adolescente Gráfico 2: Locais de ocorrência de violências contra crianças e adolescentes atendidos nos serviços de referência de municípios selecionados, segundo ciclo etário, 2006-2007. Fonte: VIVA/SVS/MS 2006/2007 Criança Adolescente Local de ocorrência 58 50 20 4 9 1 3 5 26 24 Residência Via pública Unidades de saúde Outros Ignorado % 70 60 50 40 30 20 10 0
  • 6. Por que as violências contra crianças e adolescentes são encobertas? • Medo de denunciar episódios de violência cometidos principalmente pelas pessoas que deveriam proteger as próprias crianças e adolescentes, tais como os pais, familiares, amigos,conhecidos, cuidadores, polícia e outras pessoas investidas de algum poder na comunidade. • Aceitação social da violência contra crianças e adolescentes utilizada como justificativa de “educar”. Essas violências são manifestadas como castigo físico, humilhação, intimidação e assédio sexual, especialmente quando não produzem danos físicos, visíveis e duradouros.
  • 7. • A violência se torna invisível também quando os serviços de escuta (disque-denúncia, delegacias, serviços de saúde e de assistência social, escolas, conselhos tutelares e a própria comunidade) não estão preparados para o acolhimento e atendimento da criança e do adolescente.
  • 8. Quais são as conseqüências da violência para crianças e adolescentes? 1 – A violência pode gerar problemas sociais, emocionais, psicológicos e cognitivos durante toda a vida, podendo apresentar também comportamentos prejudiciais à saúde. Em geral, se manifesta por meio do abuso de substâncias psicoativas, do álcool e outras drogas e da iniciação precoce à atividade sexual, tornando-os mais vulneráveis à gravidez precoce, à exploração sexual e à prostituição. 2 – Os problemas de saúde mental e social relacionados com a violência em crianças e adolescentes podem gerar consequências como ansiedade, transtornos depressivos, alucinações, baixo desempenho na escola e tarefas de casa, alterações de memória, comportamento agressivo, violento e até tentativas de suicídio. 3 – A exposição precoce da violência em crianças e adolescentes pode estar relacionada com o comprometimento do desenvolvimento físico e mental, além enfermidades em etapas posteriores da vida, como as doenças sexualmente transmissíveis, a AIDS, o aborto espontâneo e outros. Como enfrentar este grave problema de saúde pública? Todos nós podemos contribuir para a cultura de paz, pois a violência contra as crianças e os adolescentes jamais se justifica. Enfrentar a violência implica em lidar com questões complexas que envolvem a moral, ética, ideologia, política e cultura, entre outros fatores.
  • 9. Os passos primordiais são: 1- Promover ações de sensibilização e mobilização na defesa de tão importante causa. 2- Conversar com crianças e adolescentes orientando-os sobre os riscos da violência no cotidiano e suas formas de prevenção. 3- Adotar posturas proativas frente a qualquer situação de violência. 4- Debater o assunto nas escolas, comunidades, família, serviços de saúde, dentre outros setores da sociedade. O setor de saúde assumiu, a partir do Estatuto da Criança e do Adolescente, um mandato social para atuar na prevenção, diagnóstico e notificação de casos de violência. Criou-se, assim, um espaço privilegiado para a identificação, acolhimento e atendimento de crianças e adolescentes em situação de violência, bem como a orientação as famílias.
  • 10. Para quem são direcionadas as políticas de saúde? As políticas de saúde são formuladas e implementadas no âmbito do SUS para todas as faixas etárias, em especial para crianças e adolescentes, considerando que, em 2006, esse grupo etário representava 66.415.510 milhões da população brasileira (38%). Quais são as políticas para enfrentar as formas de violência? -Política Nacional de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e Violências (Portaria nº 737/2001). - Política Nacional de Promoção da Saúde (Portaria nº 687/2006). - Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher – violência sexual e doméstica. - Notificação de violências contra crianças e adolescentes na rede do SUS (Portaria nº 1968/2001). - Rede Nacional de Prevenção de Violências, Promoção da Saúde e Cultura de Paz (Portaria 936/2004). - Rede Nacional de Atenção Integral às Mulheres, Adolescentes e Crianças em situação de violência doméstica e sexual.
  • 11. Quais são as estratégias e ações para a implementação destas políticas? • Elaboração de diretrizes, parâmetros, metodologias e orientações voltadas à atenção à saúde, prevenção e proteção de crianças e adolescentes em situações de violência. • Elaboração de normas técnicas específicas voltadas à atenção à saúde de crianças e adolescentes em situações de violência sexual. • Realização de campanhas de sensibilização e mobilização da sociedade sobre o impacto da violência na saúde com ênfase nos fatores de risco e proteção. • Capacitação à distância sobre os impactos da violência na saúde, além de materiais educativos e informativos sobre a temática. • Fomento para a estruturação e qualificação da Rede de Atenção à Saúde, organizada no âmbito do SUS em: - Rede de Prevenção da Violência, Promoção da Saúde e Cultura da Paz; - Rede de Atenção Especializada - Rede de Vigilância em Saúde - Rede de Atenção Básica - Saúde da Família. • Investimentos em pesquisas sobre as diversas formas de violência contra crianças, adolescentes e jovens, mulheres e pessoas idosas. • Construção de indicadores e desenvolvimento de instrumentos de acompanhamento e avaliação das ações.
  • 12. Qual o papel dos Estados, Municípios e Distrito Federal para o enfrentamento da violência? • Organização da rede de atenção integral às vítimas de violências, garantindo o acesso aos serviços de saúde básicos e especializados para crianças e adolescentes. • Qualificação dos serviços para o acolhimento e atendimento de crianças e adolescentes vítimas de violências, com uma equipe multiprofissional e abordagem humanizada em prol da redução de danos. • Notificação dos casos de violência garantindo o sigilo e orientação à vítima e a família com relação aos direitos de crianças e adolescentes. • Acompanhamento das vítimas e das famílias com visitas sistemáticas de profissionais de saúde para identificar as situações de violência (maus-tratos, negligência, exploração sexual, abuso sexual, trabalho infantil, entre outros) ou de violência repetida. • Encaminhamento para as redes intersetoriais e sociais dos casos que necessitam de atendimento específico ou acompanhamento, destacando: Redes Intersetoriais - Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente - Escolas e outras instituições educativas - Centros de Referência de Assistência Especializados – CREAS - Órgãos de Justiça e Promotorias Públicas. Redes Sociais Apoio da sociedade civil, empresas e da própria comunidade, de acordo com a organização e a realidade de cada território.
  • 13. Qual a importância da notificação de violências? A notificação deve ser compreendida como um instrumento de garantia de direitos e de proteção social de crianças e adolescentes, permitindo aos profissionais de saúde, de educação, da assistência social, assim como os conselhos tutelares e a justiça adotarem medidas imediatas para cessar a violência. Os dados e as informações coletados pelo sistema de Vigilância de Violências e Acidentes – VIVA/MS permitem aos gestores identificarem os principais tipos de violência: onde elas ocorrem, os horários de maior frequência e o perfil do possível autor da agressão entre outras informações, dando subsídios para o planejamento de ações de prevenção e de intervenção.
  • 14. FICHA DE NOTIFICAÇÃO/INVESTIGAÇÃO INDIVIDUAL, VIOLÊNCIA DOMÉSTICA, SEXUAL E/OU OUTRAS VIOLÊNCIAS.
  • 15. Como o Ministério da Saúde articula suas políticas e ações para enfrentar a violência? Para enfrentar as várias formas de manifestação da violência, o setor de saúde tem políticas próprias de âmbito nacional que são articuladas com várias unidades do Ministério da Saúde. INTRASETORIAL - Unidades do Ministério da Saúde: - Saúde da Criança e Aleitamento Materno - Saúde do Adolescente do Jovem - Saúde da Mulher - Saúde do Sistema Penitenciário - Saúde do Homem - Saúde do Idoso - Saúde Mental - Saúde da Pessoa com Deficiência - Saúde do Trabalhador - Vigilância, Prevenção de Acidentes e Violências - Coordenação de DST/AIDS - Atenção Básica – Saúde da Família - Urgência e Emergência - Atenção Especializada - Humanização do Sistema Único de Saúde - Rede de Atenção à Saúde REDE DESCENTRALIZADA DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE. - Secretarias Estaduais de Saúde - Secretariais Municipais de Saúde - Hospitais e Maternidades - Hospitais Universitários - Unidades de Saúde - Saúde da Família INTERSETORIAL - Secretarias Especiais e Ministérios setoriais: - Direitos Humanos - Educação - Desenvolvimento Social e Combate à Fome - Políticas para as Mulheres - Igualdade Racial - Cultura - Juventude - Trabalho - Justiça - Cidades INSTÂNCIAS DELIBERATIVAS - Conselho Nacional de Saúde - CNS - Conselho Nacional dos Secretários de Saúde - CONASS - Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde - CONASEMS.
  • 16. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde Secretaria de Vigilância em Saúde Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde www.saude.gov.br/bvs Ligue 100 – Disque Denúncia Nacional de Abuso e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes