O documento discute tumores cerebrais, incluindo suas principais áreas no cérebro, proteção pelo crânio e líquido cefalorraquidiano. Também aborda estatísticas, fatores de risco, exames, tipos de tumores como meningioma e glioblastoma, e opções de tratamento como cirurgia, quimioterapia e radioterapia.
3. As principais áreas do cérebro
incluem o cérebro, cerebelo e tronco
cerebral (que sustenta todo o
cérebro) e a medula espinhal, e
possuem diversos tipos de células. O
cérebro é protegido pelos ossos do
crânio. Da mesma forma, a medula
espinhal é protegida pelas vértebras
da coluna vertebral.
O cérebro e a medula são cercados e
protegidos pelo líquido
cefalorraquidiano (LCR), que
contém basicamente água com
proteínas, glicose (açúcar), glóbulos
brancos e hormônios.
Estruturas do Sistema Nervoso Central
4. De acordo com o Instituto Nacional
de Câncer (INCA), no Brasil, 4% das
mortes por câncer estão relacionadas
com os tumores cerebrais.
Além dos tumores próprios do
cérebro, 25% dos tumores que se
originam em outras regiões do corpo
se disseminam para o cérebro
(metástases).
Dados Estatísticos
5. A palavra tumor significa qualquer
crescimento anormal de células de
uma parte do corpo, podendo ser
benigno ou maligno. Os tumores
malignos são denominados câncer.
Nem todos os tumores cerebrais são
câncer, mas como o crânio é uma
“caixa fechada”, mesmo os tumores
benignos do SNC podem ser muito
perigosos, por comprimirem
estruturas vitais do cérebro.
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O que é Tumor Cerebral
6. Os tumores do SNC afetam diferentes
funções podendo provocar sinais e
sintomas como:
• Dor de cabeça, náuseas e vômitos
persistentes.
• Alterações visuais e auditivas.
• Convulsões, agitação motora e
movimentos involuntários.
• Fraqueza ou rigidez muscular.
• Perda de sensibilidade em qualquer
parte do corpo.
• Falta de coordenação.
• Dificuldade para falar ou entender o
que é dito.
• Esquecimento das palavras ou
problemas de leitura e escrita.
Sinais e Sintomas
7. Os principais fatores de risco para os tumores do
SNC são:
• Gênero: É mais comum em homens do que
em mulheres.
• Idade: Embora possa desenvolver-se em
qualquer idade, é mais comum em pessoas
acima de 65 anos.
• Radiação: Ocorre com maior frequência em
pessoas que fizeram radioterapia prévia na
cabeça.
• É mais frequente em pessoas que fizeram
tratamento de leucemia durante a infância.
• Exposição ao cloreto de vinilo para produção
de plástico.
• Pacientes com baixa imunidade.
• Pacientes com HIV.
Fatores de Risco
8. Como parte da investigação diagnóstica
pode ser solicitado exames, como:
• Tomografia computadorizada para
observar possíveis lesões.
• Ressonância magnética para achar
possíveis lesões e estruturas
vasculares.
• Radiografia e tomografia do tórax para
determinar se o tumor encontrado no
SNC se originou em um órgão como os
pulmões.
• PET scan em casos específicos.
Além disso pode ser feita uma punção
lombar para análise do LCR.
Exames de Imagem
9. A biopsia é o exame definitivo para o
diagnóstico tanto de tumores do SNC,
como de outros órgãos. Consiste na
retirada de uma amostra do tumor para
ser examinada por um patologista.
Esta análise consegue, na maioria das vezes, determinar não só se o tumor é
originário do SNC ou se é uma metástase de outro órgão, mas também
informar o subtipo histológico, isto é, a célula de origem do tumor.
Biópsia
10. Tumor Cerebral Primário
Os tumores que têm origem no cérebro são
denominados tumores cerebrais primários e
geralmente só se disseminam no próprio SNC.
É raro se disseminarem para outros órgãos.
Tumor Cerebral Secundário
Os tumores que se originam em outros órgãos,
como mama ou pulmão, e se disseminam para
o cérebro, são denominados tumores
metastáticos ou tumores cerebrais secundários.
As metástases constituem a maioria das lesões cancerosas
encontradas no SNC de adultos.
12. Meningioma
Representa 25 % dos tumores
cerebrais e cerca de 85% dos casos
são benignos. É mais comum em
pessoas na faixa dos 70 a 80 anos e
em mulheres.
Se origina nas meninges e é
frequentemente encontrado na
parte frontal ou posterior do
cérebro.
Alguns meningiomas são atípicos,
tendo um comportamento mais
agressivo .
Gliomas
Os tumores cerebrais primários se
originam no próprio órgão. Quase
sempre, os tumores primários são
gliomas, que crescem a partir dos
tecidos que rodeiam e dão suporte
aos neurônios.
Existem vários tipos de gliomas: o
glioblastoma multiforme é o tipo
mais incidente e mais agressivo;
outros tipos podem ser o
astrocitoma e o oligodendroglioma.
13. Glioblastoma
O glioblastoma ou glioblastoma
multiforme (GM) é o tipo mais
comum de tumor cerebral maligno
em adultos e representa de 50% a
60% dos casos.
Embora o glioblastoma possa ocorrer
em qualquer faixa etária, é mais
comum em adultos entre 50 e 70
anos. Menos de 10% dos tumores
cerebrais infantis são glioblastomas.
O GM é de crescimento rápido e se
dissemina pelo cérebro de maneira
relativamente rápida.
Astrocitoma
Astrocitoma é um tumor que pode
aparecer no cérebro ou no cerebelo.
Pode ser de baixo grau (crescimento
muito lento) ou intermediário
(crescimento mais rápido, mas não
tão rápido ou ramificante como o
glioblastoma). Corresponde a cerca
de 35% dos tumores cerebrais.
Ocorre em idosos mas também em
faixas etárias mais jovens, assim
como na infância.
14. Ependimomas
Os ependimomas são originários das
células que cobrem a superfície interna
do cérebro, o que significa que cobrem
internamente os ventrículos cerebrais,
que são cavidades centrais preenchidas
pelo LCR.
A distribuição etária é ampla,
acometendo crianças e adultos. Formam
massas acinzentadas, bem delimitadas,
que podem ter aspecto de couve-flor,
infiltrando o tecido cerebral adjacente.
Têm tendência a repetidas recidivas pós-
cirúrgicas e seu prognóstico é reservado.
Oligodendrogliomas
Os oligodendrogliomas
correspondem a cerca de 4% dos
tumores cerebrais. São tumores de
crescimento lento e baixa
malignidade que acometem
predominantemente a chamada
substância branca dos hemisférios
cerebrais.
São mais frequentes entre 35 e 45
anos.
15. Ganglioglioma
Os gangliogliomas são tumores
raros, que contém tanto neurônios
como células gliais (células de
suporte).
A grande maioria dos
gangliogliomas têm bom
prognóstico após ressecção cirúrgica
adequada.
Meduloblastoma
O meduloblastoma é o tumor mais
comum em crianças, que ocorre,
usualmente, entre os 4 e 10 anos,
mais em meninos do que em meninas
e se origina nos neurônios do
cerebelo.
Têm crescimento rápido, mas pode
ser tratado e curado com cirurgia e
radioterapia.
16. Schwannoma
Os schwannomas têm origem nas
células de schwann, que revestem os
nervos e correspondem a 7% de todos
os tumores do SNC. São também os
principais tumores do sistema
nervoso periférico.
O tratamento é cirúrgico e o sucesso
dependerá do local de acometimento
e do tamanho do tumor.
Cordoma
Os cordomas são tumores raros que
começam no osso da base do crânio
ou na extremidade inferior da coluna
vertebral.
Eles são tratados com cirurgia, se
possível, muitas vezes seguida de
radioterapia. Eles geralmente não se
disseminam para outros órgãos.
17. Linfomas
Ocasionalmente, os linfomas
(cânceres dos linfonodos no
pescoço, axila, abdome e região
inguinal) ocorrem no cérebro e são
denominados linfomas cerebrais.
Os sintomas iniciais podem incluir
alterações na personalidade,
convulsões ou outras alterações
neurológicas. O tratamento
consiste em químio e radioterapia.
Os tumores da medula espinhal podem
ser primários (originados na medula
espinhal) ou secundários (metástases).
São menos frequentes que os tumores
cerebrais e raros em crianças.
Apenas 10% dos tumores primários da
medula espinhal originam-se das células
nervosas situadas nesse órgão. O
restante são metástases. Dois terços dos
tumores são meningiomas e
schwannomas, mais raramente, gliomas
e sarcomas.
Tumor da Medula Espinhal
18. Craniofaringioma
Os craniofaringiomas são tumores
que crescem na base do cérebro, logo
acima da glândula hipófise e são
frequentemente diagnosticados em
crianças, adolescentes e adultos
jovens.
Não costumam se disseminar, mas
estão próximos a estruturas
importantes do cérebro, podendo
provocar problemas à medida que
crescem, como na visão e no
equilíbrio hormonal.
As crianças com craniofaringioma
podem ser obesas e apresentar
problemas de crescimento.
Hemangioblastoma
Os hemangioblastomas
correspondem a cerca de 2% dos
tumores cerebrais.
São tumores que crescem a partir de
células dos vasos sanguíneos, mas
também podem se desenvolver no
tronco cerebral.
São mais frequentes a partir dos 30
anos de idade.
19. Neuroma Acústico
O neuroma acústico cresce no nervo auditivo que controla a audição e o
equilíbrio, e está localizado entre o cerebelo e a ponte. É de crescimento
lento, e mais frequente em pessoas de meia idade. Ocorre mais em
mulheres do que em homens.
A perda de audição em um dos ouvidos é um sinal importante da presença
do tumor.
21. O tratamento do tumores do SNC é realizado de modo
multidisciplinar, com a decisão conjunta entre o neurocirurgião,
radioterapeuta, oncologista e neurologista.
A combinação individualizada das diversas modalidades de
tratamento (cirurgia, radioterapia, tratamento sistêmico) oferece as
melhores possibilidades terapêuticas aos pacientes.
22. O tratamento cirúrgico depende,
essencialmente, do tipos e localização do
tumor. Muitos tumores cerebrais podem ser
removidos sem causar lesão no tecido
cerebral normal. No entanto, alguns podem
se desenvolver em áreas que torna difícil a
remoção pela proximidade a estruturas
essenciais que podem ser comprometidas.
A ressecção do tumor é necessária se o seu
crescimento afeta estruturas cerebrais
importantes.
Mesmo em casos em que a cirurgia não seja curativa, o procedimento
poderá ser útil para reduzir o tamanho do tumor, aliviar sintomas e
permitir ao médico determinar a melhor opção terapêutica.
Tratamento Cirúrgico
23. A quimioterapia pode ser realizada apenas
com medicamentos ou em combinação
com outros tipos de tratamentos, como a
cirurgia ou a radioterapia.
A químio ataca não só as células tumorais,
mas também às células normais, por isso o
aparecimento de efeitos colaterais. Pode ser
administrada por via intravenosa, por via
oral ou ainda por um implante diretamente
no cérebro.
Tratamento Quimioterápico
24. Os medicamentos quimioterápicos são
direcionados às células que se dividem
rapidamente, por isso são muitas vezes
eficazes contra estas células. Mas existem
outros aspectos das células cancerígenas que
as tornam diferentes das células normais.
Recentemente, os pesquisadores
desenvolveram medicamentos alvo para
tentar explorar essas diferenças. As drogas
alvo geralmente não têm os mesmos tipos de
efeitos colaterais que os quimioterápicos
convencionais.
Terapia Alvo
25. A radioterapia pode ser administrada
isoladamente ou em combinação com
cirurgia, químio ou ambos. Os
quimioterápicos podem ser utilizados
como drogas radiossensibilizantes, que
tornam as células tumorais mais sensíveis
à radiação.
É essencial um equipamento moderno de
radioterapia, para tratar de maneira
adequada o tecido tumoral, poupando ao
máximo o tecido cerebral adjacente.
Tratamento Radioterápico
26. O tratamento das metástases cerebrais
depende, principalmente, da região onde se
originou o tumor. Muitas vezes, a opção
inicial é a radioterapia.
O tratamento cirúrgico pode ser útil no caso
de existirem apenas uma ou duas
metástases. Outros tratamentos incluem
quimioterapia, inserção de implantes
radioativos dentro do tumor e radiocirurgia.
Tratamentos de Metástases
28. • Corticosteroides - Ajudam a reduzir o
inchaço do cérebro. O tratamento é
contínuo e só pode ser interrompido
com autorização do médico. Os
efeitos colaterais dos corticosteroides
podem incluir ganho de peso,
retenção de água, insônia,
crescimento de pelos, úlceras
estomacais, risco aumentado de
infecção e mudanças de humor.
• Hormônios - São usados para tratar
certos tipos de tumores e substituir
hormônios que o organismo não
esteja mais produzindo.
Muitos dos efeitos colaterais dos tratamentos podem
ser amenizados com o uso de medicamentos:
• Anticonvulsivantes - Ajudam a
prevenir convulsões ou ataques
epiléticos. O tratamento é
contínuo. O médico pode pedir
exames de sangue para
determinar a dose apropriada
para o tratamento.
• Antieméticos - Ajudam a
controlar as náuseas.
• Antiácidos - Ajudam a reduzir e
controlar a dor.