3. A Glândula Tireoide
Está localizada na parte anterior do pescoço, abaixo da cartilagem tireoide. Tem a forma
de H, com 2 lobos (lobo direito e lobo esquerdo), unidos por uma parte estreita
denominada istmo. Secreta dois hormônios, o T3 e o T4, a secreção desses dois
hormônios é controlada principalmente pelo TSH (hormônio estimulante da tireoide),
que por sua vez é secretado pela hipófise. A glândula tireoide tem 2 tipos principais de
células: as células foliculares e as células C (claras) ou células parafoliculares.
4. Câncer de Tireoide
O câncer de tireoide é aquele que se inicia na glândula tireoide. Os dois tipos mais
comuns de câncer de tireoide são o carcinoma papilífero e o carcinoma folicular. Outros
tipos de câncer de tireoide, como o carcinoma medular da tireoide, carcinoma
anaplásico e linfoma da tireoide, ocorrem com menos frequência.
5. Sinais e Sintomas do Câncer de Tireoide
Os principais sinais e sintomas do câncer de tireoide são:
Nódulo, caroço ou inchaço no pescoço, às vezes crescendo rapidamente.
Dor na parte anterior do pescoço, às vezes, atingindo a região dos ouvidos.
Rouquidão ou outras alterações na voz que não desaparecem.
Dificuldade para engolir.
Problemas respiratórios.
Tosse persistente.
6. Fatores de Risco para o Câncer de Tireoide
Os fatores que podem aumentar o risco de uma pessoa desenvolver câncer de tireoide
são:
Dieta pobre em iodo.
Exposição à radiação ionizante.
Câncer medular de tireoide.
Outros cânceres de tireoide.
7. Prevenção do Câncer de Tireoide
A maioria das pessoas com câncer de tireoide não possui fatores de risco conhecidos, de
modo que não é possível impedir a maioria dos casos desta doença. A exposição à
radiação, especialmente na infância, é um fator de risco conhecido para o câncer de
tireoide. Em caso de histórico familiar para câncer de tireoide medular, é importante
consultar um médico especializado em aconselhamento genético.
8. Diagnóstico do Câncer de Tireoide
No diagnóstico do câncer de tireoide podem ser realizados uma série de exames que
ajudam também a estadiar a doença. Exames de sangue (hemograma, TSH, T3, T4,
tireoglobulina calcitonina e antígeno carcinoembrionário CEA) e de imagem
(radiografia, ultrassom, tomografia, ressonância, cintilografia). Alguns exames
permitem determinar quais tipos de tratamentos serão mais eficazes. No entanto, para a
maioria dos tipos de câncer de tireoide, a biópsia é a única maneira de fazer um
diagnóstico definitivo de câncer.
9. Biópsia da Tireoide
A biópsia é feita por punção aspirativa por agulha fina (PAAF), para obter algumas
células do tumor, que são posteriormente enviadas para análise em um laboratório de
patologia. Este tipo de biópsia pode ser realizado tanto em consultório como em uma
clínica. Durante o procedimento a agulha é inserida duas ou três vezes para obter
amostras de diversas áreas, a agulha é geralmente guiada por ultrassom.
10. Cintilografia de Tireoide
A cintilografia da tireoide consiste na obtenção de imagens da glândula após a
administração de uma pequena quantidade de iodo radioativo (131I). As áreas anormais
da tireoide, que captam menos radioatividade do que o tecido normal, são denominadas
nódulos frios, e as áreas que captam mais radiação são chamadas nódulos quentes. Os
nódulos quentes geralmente não são cancerosos, os nódulos frios geralmente são
malignos, no entanto, um nódulo frio pode também ser benigno. Quando a biópsia
confirma o diagnóstico de câncer, é realizada uma cintilografia de corpo inteiro para
determinar a existência (ou não) de disseminação da doença.
11. Tipos de Câncer de Tireoide
Os principais tipos de câncer de tireoide são:
Carcinoma Papilífero.
Câncer de Tireoide Diferenciado Carcinoma Folicular.
Carcinoma de Células Hürthle.
Carcinoma Medular Carcinoma Medular Esporádico.
Carcinoma Medular Hereditário.
Carcinoma Anaplásico.
Outros Tipos Linfoma de Tireoide.
Sarcoma de Tireoide.
12. Estadiamento do Câncer de Tireoide
O estadiamento é realizado pelo sistema TNM, da American Joint Committee on Cancer,
que utiliza três critérios para avaliar o estágio da doença:
T (Tumor) - Indica o tamanho do tumor primário e se disseminou para outras áreas.
N (Linfonodo) - Descreve se existe disseminação da doença para os linfonodos
regionais ou se há evidência de metástases em trânsito.
M (Metástase) - Indica se existe presença de metástase em outras partes do corpo.
13. Tratamento: Cirurgia
Os principais tipos de cirurgia para o câncer de tireoide são:
Lobectomia - Esta técnica é algumas vezes utilizada para o câncer diferenciado de
tireoide (papilífero ou folicular), onde o lobo contendo a doença é geralmente
removido, junto com o istmo. Uma vantagem desta cirurgia, é que o paciente pode
não necessitar de reposição hormonal após a cirurgia.
Tireoidectomia - É o tipo de cirurgia mais comum para a remoção da glândula
tireoide. Se toda a glândula é removida, é denominada tireoidectomia total. Uma das
vantagens desta técnica sobre a lobectomia é que pode ser feito o acompanhamento
de possíveis recidivas por meio de cintilografias da tireoide e exames de sangue para
tireoglobulina.
14. Tratamento: Quimioterapia
A quimioterapia é raramente utilizada para o tratamento da maioria dos tipos de
câncer de tireoide. Ela pode ser combinada com radioterapia nos casos de câncer de
tireoide anaplásico e às vezes é utilizada para outros cânceres avançados. Os efeitos
colaterais dependem do indivíduo e estão relacionados ao tipo de medicamento
quimioterápico e a dose administrada. Os mais comuns incluem: perda de cabelo,
inflamações na boca, perda de apetite, náuseas e vômitos, diarreia, infecções,
hematomas ou hemorragias e fadiga.
15. Tratamento: Iodoterapia
A glândula tireoide absorve praticamente todo o iodo no sangue. Quando uma dose de
iodo radioativo (131I) é administrada, pode destruir a glândula e quaisquer outras células
cancerígenas da tireoide, com pouco ou nenhum efeito colateral para o corpo. Este
tratamento pode ser utilizado para a ablação de qualquer tecido da tireoide remanescente
da cirurgia ou para tratar o câncer de tireoide que se disseminou para os gânglios
linfáticos ou outros órgãos. A iodoterapia é amplamente indicada para pacientes com
câncer de tireoide papilar ou folicular (câncer diferenciado da tireoide). Não é indicada
para tratar carcinomas anaplásicos e medulares da tireoide.
16. Tratamento: Radioterapia
Se um tumor não responde a iodoterapia, a radioterapia pode ser realizada para o
tratamento do câncer ou para reduzir a chance de uma recidiva local ou uma metástase.
O tratamento é feito durante várias semanas sendo que, o número de sessões será
determinado pelo médico. A principal desvantagem deste tratamento é que a radiação
pode também destruir o tecido saudável. Alguns pacientes podem apresentar efeitos
colaterais, como alterações na pele, dificuldade para engolir, rouquidão e fadiga.
17. Tratamento: Hormonioterapia
O uso da hormonioterapia no tratamento do câncer de tireoide pode ter dois propósitos:
Ajudar a manter o metabolismo normal do corpo.
Impedir o crescimento das células cancerígenas remanescentes.
A hormonioterapia pode ajudar a prevenir a recidiva de alguns tipos de câncer de
tireoide.
18. Tratamento: Terapia Alvo
Carcinoma Medular de Tireoide - O vandetanibe é um dos primeiros medicamentos alvo
usado no tratamento desse tipo de câncer. Os efeitos colaterais mais comuns incluem
diarreia, erupções cutâneas, náuseas, aumento da pressão, dor de cabeça, fadiga,
diminuição do apetite e dor abdominal. Raramente, pode causar efeitos colaterais mais
sérios, como aumento da frequência cardíaca e infecção. Outras drogas como, sorafenib e
sunitinibe, têm mostrado resultados promissores.
Câncer de Tireoide Papilar ou Folicular - A maioria desses tipos de câncer pode ser
tratada eficazmente com cirurgia e iodoterapia, não necessitando de outras drogas. Mas
em cânceres em que estes tratamentos não são eficazes, sorafenib, sunitinibe e pazopanib
têm se mostrado úteis.
19. Vivendo com Câncer de Tireoide
Câncer Papilar ou Folicular - Pacientes que fizeram a remoção da tireoide devem
realizar entre 6 a 12 meses após o término do tratamento, uma varredura com iodo
radioativo, para determinar se toda a glândula foi removida. Se o resultado for
negativo, não serão necessárias verificações futuras, a menos que apresente algum
sintoma e os exames realizados mostrem alguma alteração. Exames de sangue, como
TSH e tireoglobulina também devem ser realizados periodicamente.
Câncer Medular da Tireoide - Para pacientes com câncer medular da tireoide serão
solicitados exames de sangue para determinar valores de calcitonina e antígeno
carcinoembrionário (CEA).
20. Novos Tratamentos
Iodoterapia - Estudos recentes mostraram que pacientes com níveis muito baixos
de tiroglobulina 3 meses após a cirurgia têm um risco muito baixo de recidiva
mesmo sem fazer a iodoterapia. Entretanto, mais pesquisas nesta área ainda são
necessárias.
Quimioterapia - Alguns estudos, estão testando a eficácia de medicamentos
quimioterápicos, como paclitaxel e outros fármacos, bem como a quimioterapia
combinada com radioterapia no câncer de tireoide anaplásico.
Terapia Alvo - Medicamentos conhecidos como inibidores específicos da tirosina
quinase podem ajudar a tratar as células cancerígenas da tireoide com mutações em
determinados genes, como BRAF e RET/PTC.
21. Tratamento: Cuidados Paliativos
O objetivo dos cuidados paliativos é melhorar a qualidade de vida do paciente do ponto
de vista físico, mental e espiritual. Para isso visam aliviar os sintomas e controlar a dor,
independentemente do estágio da doença ou da necessidade de outras terapias.
22. Obtendo Apoio
É fundamental poder contar com alguma forma de apoio para ajudar a lidar com os
aspectos emocionais e práticos da doença. Existem muitas formas de obter apoio na
comunidade, além da família e amigos. É possível também participar de grupos de
pacientes seja de forma presencial ou online.