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Roteiro para a elaboração de proposta de projeto
O roteiro apresentado a seguir busca sistematizar, de forma mais operacional, os
passos a serem dados para a elaboração de documentos contendo propostas de
realização de projetos.

Este roteiro deve ser entendido como uma orientação geral para a elaboração da
proposta de projeto e não como um modelo fechado que deva necessariamente ser
seguido. A finalidade principal deste guia é a de servir como um “check list” para que
não se deixe de considerar aspectos importantes para a clareza do que se pretende
realizar.

Para facilitar o entendimento e a aplicação do roteiro utilizou-se como exemplo fictício
a definição de algum tipo de intervenção para melhorar o índice de mortalidade infantil
num determinado município ou região.

1- Título do Projeto

O título (ou nome) do projeto deve dar, de saída, uma idéia do que está sendo tratado
e o que se pretende atingir. O título bem escolhido pode, ainda, servir como elemento
de divulgação do projeto ou um meio para despertar o interesse sobre a sua
realização e a motivação para sua aceitação. Por exemplo, um projeto destinado a
reduzir a quantidade de buracos nas vias públicas poderia ter por título “São Paulo
sem buracos” ao invés de um nome mais formal como “projeto para a redução de
buracos nas vias púbicas”.

2. Breve descrição do projeto (sumário)

Indica de maneira bastante sintética o objetivo principal da ação e suas características
mais significativas. Deve conter no máximo 10 linhas e estar colocada na primeira
página (ou na própria capa) do documento logo após o título de forma a permitir que
se tenha, de imediato, uma idéia geral do seu conteúdo. Deve ser redigido após o
detalhamento do programa/projeto e conter:
  − Objetivo principal
  − Área geográfica a ser considerada
  − População alvo a ser beneficiada


 Ex: Contribuir para a melhoria da fluidez do tráfego e para a redução do número de
 acidentes através da realização de ações corretivas e preventivas de
 eliminação/redução do número de buracos nas vias púbicas da cidade. O projeto
 será prioritariamente desenvolvido nos bairros A, B e C e buscará promover a
 participação efetiva da população a ser beneficiada no seu desenvolvimento.

3. Análise do contexto (diagnóstico) e justificativas

A análise do contexto explicita a situação de momento, dados, estatísticas, indicadores
e outras variáveis que descrevem as condições gerais nas quais o projeto será
desenvolvido e aponta os principais fatores que justificam a iniciativa de se
empreender alguma ação sobre um problema identificado.

Nesta análise pode ser aplicado o método SWOT para se identificar as ameaças,
oportunidades, pontos fortes e pontos fracos a serem considerados na concepção do
projeto.
Ex: A cidade de São Paulo conta com XXX Km de vias públicas entre ruas,
  avenidas, pontes, viadutos e túneis Manter essa rede viária extremamente
  complexa em condições adequadas de circulação é um desfio permanente
  enfrentado pela Prefeitura.
  A frota circulante na cidade, que já atinge a marca de 6 milhões, recebe mais de
  500 veículos novos por dia. Evidentemente, a malha viária da cidade não pode
  acompanhar este ritmo de crescimento o que exige que se busque outras iniciativas
  que possam contribuir para minimizar o problema do congestionamento crônico que
  sufoca a cidade.
  Uma das inúmeras causas que concorrem para o agravamento das condições de
  circulação na cidade é o aparecimento diário de buracos que surgem diariamente
  numa escala acelerada...........(continua)
  Diante do exposto, é recomendável que seja revista a estratégia de “administração”
  dos buracos nas vias públicas.... (continua)

4. Árvore de problemas e árvore de objetivos

A árvore de problemas e a árvore de objetivos são instrumentos de analise que
permitem avaliar com mais consistência o alcance das medidas propostas

A árvore de problemas ajuda na identificação mais correta do problema central que se
pretende atacar através da especificação das suas causas e conseqüências. A árvore
de objetivos é um instrumento importante para a definição da natureza da ação a ser
empreendida na medida em que correlaciona os problemas identificados com as
ações possíveis de serem desenvolvidas para equacioná-los.

A utilização destes instrumentos não é obrigatória mas altamente recomendável uma
vez que, quase sempre, fornece pistas valiosas para a seleção final do projeto a ser
desenvolvido.

  Ex: Problema Central – quantidade crescente de buracos nas vias públicas
  (prejudicando o fluxo de veículos)
    Árvore de Problemas:
      Causas – pouca agilidade dos órgãos responsáveis, influência das chuvas,
  ineficiência dos processos de informação (sobre a ocorrência de buracos), baixa
  participação da população, etc.......
      Conseqüências – falta de controle sobre o problema, aumento do número de
  buracos, etc..
    Árvore de Objetivos:
      Meios – agilização do sistema de identificação e correção de ocorrências,
  incentivo à participação da população, etc......
      Fins – maior rapidez na eliminação de buracos, informações atualizadas,
  etc.......

  (Obs: No documento de projeto deve-se utilizar a representação gráfica das árvores
  de problemas e de objetivos)



5. Seleção do projeto

Das árvores de problemas e de objetivos decorre a indicação de uma série de ações
que podem ser empreendidas tendo em vista contribuir para o equacionamento do
problema central que está sendo considerado. Muitas das ações apontadas pelas
árvores podem dar origem a projetos específicos a serem desenvolvidos.


    Ex: Projeto – Realização de campanha de conscientização da população alvo
    com relação à atenção materno-infantil.
    − Objetivos: Conscientizar a população alvo para a importância dos cuidados a
      serem tomados com relação às crianças no primeiro ano de vida.
    − Resultados esperados: Crianças no primeiro ano de vida recebendo melhor
      atenção dos pais no que se refere à saúde contribuindo para reduzir o índice
      de mortalidade nesta faixa etária
    − Metas: Atingir 60% da população alvo no primeiro ano de execução.

6. Detalhamento do projeto

Uma vez definidos o escopo e a área específica de intervenção pode-se avançar como
detalhamento do projeto. O detalhamento do projeto deve apontar os seus objetivos
específicos e as principais atividades a serem realizadas.

  Ex: Projeto – Realização de campanha de motivação da população com relação à
  atenção ao controle de buracos nas vias públicas.
    Objetivos específicos:levar a população em geral a colaborar com a prefeitura no
    sentido de melhor administrar os buracos nas vias públicas.
    Implantar um sistema de recolha de informações, etc.
    Atividades:. Definição de uma estratégia geral de condução do projeto
                 Capacitação do pessoal envolvido
                 Identificação de parcerias produtivas, etc


7. Cronograma executivo

O cronograma executivo aponta as principais atividades a serem realizadas e sua
distribuição ao longo do tempo. O cronograma executivo é um instrumento
fundamental para a execução do projeto. Permite visualizar de forma imediata as
tarefas a serem cumpridas, a época da realização de cada uma e a ordem de
execução que deve ser seguida.

O cronograma executivo é, ainda, um dos principais instrumentos de apoio para o
acompanhamento e monitoramento da execução do projeto e para a realização das
avaliações intermediárias e avaliação final.

  Ex:
                                                             Meses
               Atividades
                                        1   2   3   4   5   6 7 8    9   10   11   12
  Preparação da campanha de motivação
  Capacitação do pessoal envolvido
  Realização da campanha
  .........(continua)
8. Recursos necessários (orçamento)

A estimativa, o mais exata possível, dos recursos necessários para a execução do
projeto é aspecto fundamental para avaliar a sua condição de viabilidade. Os
principais itens de custos normalmente considerados para a orçamentação do projeto
são:
Despesas com pessoal: salários, diárias, encargos legais, etc
Despesas com materiais: material permanente, material de consumo, equipamentos,
veículos, etc.
Despesas com terceiros: contratação de pessoas avulsas ou empresas prestadoras de
serviços.
Outras despesas: despesas com comunicações, despesas com transportes, etc.


  Ex: Projeto: Realização de campanha de conscientização
      Estimativa orçamental (em Reais)
          Especificação           Unidade       Custo unitário               Quantidade        Sub-Total
  1-Recursos Humanos
  − Coordenador                 homem/mês         3.000,00                        12           36.000,00
  − Técnico em trânsito         homem/mês         2.500,00                        18           45.000,00
  − (etc.)
           Sub Total RH                                                                            X

  2-Materiais
  − Computador                          unidade            1200,00                 4            4800,00
  − Peças publicitárias                 unidade            3.000,00                4           12000,00
  − (etc.)
           Sub Total Materiais                                                                     Y

  3-Despesas com terceiros
  − Elaboração de cartazes              milheiro            300,00                 5            1500,00
  − Aluguel de sala                      mês                500,00                 8            4000,00
  − (etc.)
           Sub Total Terceiros                                                                     W

  4-Outras despesas
  Transportes                             mês                18,00               300           5.600,00
  Comunicações                            mês               250,00               12            3000,00
  (etc.)
         Sub Total Outras                                                                          Z
         Desp.
  TOTAL GERAL                                                                                      R
  Obs: O quadro acima é apenas um dos vários modelos que podem ser utilizados. Alguns organismos adotam um
  formulário padrão que deve ser seguido.




9. Fontes de financiamento – origem dos recursos

A identificação e mobilização das possíveis fontes de financiamento para suportar os
custos do projeto é condição básica para a sua realização. Via de regra existem
diversas alternativas que podem ser exploradas para financiar o projeto: recursos
próprios, recursos de programas governamentais de áreas afins, participação de
ONGs, recursos de agências internacionais, etc.


 Ex:Recursos próprios da prefeitura, recursos de programas estaduais, parcerias,
 etc.
10.   Stakeholders

“Stakeholders” são todas as pessoas, grupos sociais e organismos públicos ou
privados que, de alguma forma, influem na execução do projeto e/ou por ele são
influenciados.

A importância de “mapear” os stakeholders é permitir que sejam identificadas as
necessidades e expectativas de cada um dos públicos específicos com relação ao
projeto e, em função disto, estabelecer estratégias que possibilitem canalizar,
positivamente, o envolvimento destes atores em benefício do projeto.


 Ex: População em geral, empresas de transportes, construtoras, associações de
 bairros, lideranças locais, associações profissionais, escolas, classe política,
 imprensa, etc.


11.   Monitoramento do projeto

Monitoramento é o acompanhamento permanente da execução do projeto tendo como
pontos de referências os objetivos e metas para ele estabelecidos. O monitoramento
permite a identificação oportuna de possíveis desvios que venham a ocorrer no
desenvolvimento do projeto possibilitando, desta forma, que sejam tomadas as
medidas corretivas necessárias.

O documento de projeto deve prever o método de monitoramento e os indicadores
(instrumentos de medidas) a serem utilizados na sua concretização.

 Ex: Reuniões mensais de coordenação, reuniões periódicas com os principais atores
 envolvidos no projeto, levantamento de opiniões junto ao público, etc.



12.   Indicadores de execução e formas de verificação

Os indicadores de execução constituem os instrumentos de medidas que permitem
avaliar, a cada momento, se o projeto está sendo executado de acordo com o previsto
e se está caminhando na direção correta para atingir os objetivos esperados. Deve-se
selecionar indicadores que estejam diretamente relacionado com os objetivos do
projeto e que sejam de fácil obtenção, mensuração e análise. Para tal, é necessário
prever de que forma os dados necessários para a construção dos indicadores serão
obtidos.


 Ex: Indicadores:
  − nº de buracos eliminados por período considerado
  − nº de buracos novos identificados por período considerado
  − redução da extensão dos congestionamentos, etc
 Formas de verificação:
  − registro de obras realizadas,
  − informações encaminhadas à prefeitura
  − dados sobre a extensão dos congestionamentos , etc.

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Roteiro para projetos

  • 1. Roteiro para a elaboração de proposta de projeto O roteiro apresentado a seguir busca sistematizar, de forma mais operacional, os passos a serem dados para a elaboração de documentos contendo propostas de realização de projetos. Este roteiro deve ser entendido como uma orientação geral para a elaboração da proposta de projeto e não como um modelo fechado que deva necessariamente ser seguido. A finalidade principal deste guia é a de servir como um “check list” para que não se deixe de considerar aspectos importantes para a clareza do que se pretende realizar. Para facilitar o entendimento e a aplicação do roteiro utilizou-se como exemplo fictício a definição de algum tipo de intervenção para melhorar o índice de mortalidade infantil num determinado município ou região. 1- Título do Projeto O título (ou nome) do projeto deve dar, de saída, uma idéia do que está sendo tratado e o que se pretende atingir. O título bem escolhido pode, ainda, servir como elemento de divulgação do projeto ou um meio para despertar o interesse sobre a sua realização e a motivação para sua aceitação. Por exemplo, um projeto destinado a reduzir a quantidade de buracos nas vias públicas poderia ter por título “São Paulo sem buracos” ao invés de um nome mais formal como “projeto para a redução de buracos nas vias púbicas”. 2. Breve descrição do projeto (sumário) Indica de maneira bastante sintética o objetivo principal da ação e suas características mais significativas. Deve conter no máximo 10 linhas e estar colocada na primeira página (ou na própria capa) do documento logo após o título de forma a permitir que se tenha, de imediato, uma idéia geral do seu conteúdo. Deve ser redigido após o detalhamento do programa/projeto e conter: − Objetivo principal − Área geográfica a ser considerada − População alvo a ser beneficiada Ex: Contribuir para a melhoria da fluidez do tráfego e para a redução do número de acidentes através da realização de ações corretivas e preventivas de eliminação/redução do número de buracos nas vias púbicas da cidade. O projeto será prioritariamente desenvolvido nos bairros A, B e C e buscará promover a participação efetiva da população a ser beneficiada no seu desenvolvimento. 3. Análise do contexto (diagnóstico) e justificativas A análise do contexto explicita a situação de momento, dados, estatísticas, indicadores e outras variáveis que descrevem as condições gerais nas quais o projeto será desenvolvido e aponta os principais fatores que justificam a iniciativa de se empreender alguma ação sobre um problema identificado. Nesta análise pode ser aplicado o método SWOT para se identificar as ameaças, oportunidades, pontos fortes e pontos fracos a serem considerados na concepção do projeto.
  • 2. Ex: A cidade de São Paulo conta com XXX Km de vias públicas entre ruas, avenidas, pontes, viadutos e túneis Manter essa rede viária extremamente complexa em condições adequadas de circulação é um desfio permanente enfrentado pela Prefeitura. A frota circulante na cidade, que já atinge a marca de 6 milhões, recebe mais de 500 veículos novos por dia. Evidentemente, a malha viária da cidade não pode acompanhar este ritmo de crescimento o que exige que se busque outras iniciativas que possam contribuir para minimizar o problema do congestionamento crônico que sufoca a cidade. Uma das inúmeras causas que concorrem para o agravamento das condições de circulação na cidade é o aparecimento diário de buracos que surgem diariamente numa escala acelerada...........(continua) Diante do exposto, é recomendável que seja revista a estratégia de “administração” dos buracos nas vias públicas.... (continua) 4. Árvore de problemas e árvore de objetivos A árvore de problemas e a árvore de objetivos são instrumentos de analise que permitem avaliar com mais consistência o alcance das medidas propostas A árvore de problemas ajuda na identificação mais correta do problema central que se pretende atacar através da especificação das suas causas e conseqüências. A árvore de objetivos é um instrumento importante para a definição da natureza da ação a ser empreendida na medida em que correlaciona os problemas identificados com as ações possíveis de serem desenvolvidas para equacioná-los. A utilização destes instrumentos não é obrigatória mas altamente recomendável uma vez que, quase sempre, fornece pistas valiosas para a seleção final do projeto a ser desenvolvido. Ex: Problema Central – quantidade crescente de buracos nas vias públicas (prejudicando o fluxo de veículos) Árvore de Problemas: Causas – pouca agilidade dos órgãos responsáveis, influência das chuvas, ineficiência dos processos de informação (sobre a ocorrência de buracos), baixa participação da população, etc....... Conseqüências – falta de controle sobre o problema, aumento do número de buracos, etc.. Árvore de Objetivos: Meios – agilização do sistema de identificação e correção de ocorrências, incentivo à participação da população, etc...... Fins – maior rapidez na eliminação de buracos, informações atualizadas, etc....... (Obs: No documento de projeto deve-se utilizar a representação gráfica das árvores de problemas e de objetivos) 5. Seleção do projeto Das árvores de problemas e de objetivos decorre a indicação de uma série de ações que podem ser empreendidas tendo em vista contribuir para o equacionamento do
  • 3. problema central que está sendo considerado. Muitas das ações apontadas pelas árvores podem dar origem a projetos específicos a serem desenvolvidos. Ex: Projeto – Realização de campanha de conscientização da população alvo com relação à atenção materno-infantil. − Objetivos: Conscientizar a população alvo para a importância dos cuidados a serem tomados com relação às crianças no primeiro ano de vida. − Resultados esperados: Crianças no primeiro ano de vida recebendo melhor atenção dos pais no que se refere à saúde contribuindo para reduzir o índice de mortalidade nesta faixa etária − Metas: Atingir 60% da população alvo no primeiro ano de execução. 6. Detalhamento do projeto Uma vez definidos o escopo e a área específica de intervenção pode-se avançar como detalhamento do projeto. O detalhamento do projeto deve apontar os seus objetivos específicos e as principais atividades a serem realizadas. Ex: Projeto – Realização de campanha de motivação da população com relação à atenção ao controle de buracos nas vias públicas. Objetivos específicos:levar a população em geral a colaborar com a prefeitura no sentido de melhor administrar os buracos nas vias públicas. Implantar um sistema de recolha de informações, etc. Atividades:. Definição de uma estratégia geral de condução do projeto Capacitação do pessoal envolvido Identificação de parcerias produtivas, etc 7. Cronograma executivo O cronograma executivo aponta as principais atividades a serem realizadas e sua distribuição ao longo do tempo. O cronograma executivo é um instrumento fundamental para a execução do projeto. Permite visualizar de forma imediata as tarefas a serem cumpridas, a época da realização de cada uma e a ordem de execução que deve ser seguida. O cronograma executivo é, ainda, um dos principais instrumentos de apoio para o acompanhamento e monitoramento da execução do projeto e para a realização das avaliações intermediárias e avaliação final. Ex: Meses Atividades 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Preparação da campanha de motivação Capacitação do pessoal envolvido Realização da campanha .........(continua)
  • 4. 8. Recursos necessários (orçamento) A estimativa, o mais exata possível, dos recursos necessários para a execução do projeto é aspecto fundamental para avaliar a sua condição de viabilidade. Os principais itens de custos normalmente considerados para a orçamentação do projeto são: Despesas com pessoal: salários, diárias, encargos legais, etc Despesas com materiais: material permanente, material de consumo, equipamentos, veículos, etc. Despesas com terceiros: contratação de pessoas avulsas ou empresas prestadoras de serviços. Outras despesas: despesas com comunicações, despesas com transportes, etc. Ex: Projeto: Realização de campanha de conscientização Estimativa orçamental (em Reais) Especificação Unidade Custo unitário Quantidade Sub-Total 1-Recursos Humanos − Coordenador homem/mês 3.000,00 12 36.000,00 − Técnico em trânsito homem/mês 2.500,00 18 45.000,00 − (etc.) Sub Total RH X 2-Materiais − Computador unidade 1200,00 4 4800,00 − Peças publicitárias unidade 3.000,00 4 12000,00 − (etc.) Sub Total Materiais Y 3-Despesas com terceiros − Elaboração de cartazes milheiro 300,00 5 1500,00 − Aluguel de sala mês 500,00 8 4000,00 − (etc.) Sub Total Terceiros W 4-Outras despesas Transportes mês 18,00 300 5.600,00 Comunicações mês 250,00 12 3000,00 (etc.) Sub Total Outras Z Desp. TOTAL GERAL R Obs: O quadro acima é apenas um dos vários modelos que podem ser utilizados. Alguns organismos adotam um formulário padrão que deve ser seguido. 9. Fontes de financiamento – origem dos recursos A identificação e mobilização das possíveis fontes de financiamento para suportar os custos do projeto é condição básica para a sua realização. Via de regra existem diversas alternativas que podem ser exploradas para financiar o projeto: recursos próprios, recursos de programas governamentais de áreas afins, participação de ONGs, recursos de agências internacionais, etc. Ex:Recursos próprios da prefeitura, recursos de programas estaduais, parcerias, etc.
  • 5. 10. Stakeholders “Stakeholders” são todas as pessoas, grupos sociais e organismos públicos ou privados que, de alguma forma, influem na execução do projeto e/ou por ele são influenciados. A importância de “mapear” os stakeholders é permitir que sejam identificadas as necessidades e expectativas de cada um dos públicos específicos com relação ao projeto e, em função disto, estabelecer estratégias que possibilitem canalizar, positivamente, o envolvimento destes atores em benefício do projeto. Ex: População em geral, empresas de transportes, construtoras, associações de bairros, lideranças locais, associações profissionais, escolas, classe política, imprensa, etc. 11. Monitoramento do projeto Monitoramento é o acompanhamento permanente da execução do projeto tendo como pontos de referências os objetivos e metas para ele estabelecidos. O monitoramento permite a identificação oportuna de possíveis desvios que venham a ocorrer no desenvolvimento do projeto possibilitando, desta forma, que sejam tomadas as medidas corretivas necessárias. O documento de projeto deve prever o método de monitoramento e os indicadores (instrumentos de medidas) a serem utilizados na sua concretização. Ex: Reuniões mensais de coordenação, reuniões periódicas com os principais atores envolvidos no projeto, levantamento de opiniões junto ao público, etc. 12. Indicadores de execução e formas de verificação Os indicadores de execução constituem os instrumentos de medidas que permitem avaliar, a cada momento, se o projeto está sendo executado de acordo com o previsto e se está caminhando na direção correta para atingir os objetivos esperados. Deve-se selecionar indicadores que estejam diretamente relacionado com os objetivos do projeto e que sejam de fácil obtenção, mensuração e análise. Para tal, é necessário prever de que forma os dados necessários para a construção dos indicadores serão obtidos. Ex: Indicadores: − nº de buracos eliminados por período considerado − nº de buracos novos identificados por período considerado − redução da extensão dos congestionamentos, etc Formas de verificação: − registro de obras realizadas, − informações encaminhadas à prefeitura − dados sobre a extensão dos congestionamentos , etc.