O documento relata sobre um evento realizado pelo GDF para assinar contratos com mais de 20 produtores rurais para adesão ao Projeto Produtor de Água no Pipiripau, que tem como objetivo preservar mananciais e fornecer incentivos financeiros aos produtores. Além disso, fala sobre exames toxicológicos realizados em trabalhadores rurais e sobre o projeto de reproduzir o peixe pirarucu no DF.
1. Informativo do Sistema Público da Agricultura - Ano II - Edição n° 32 - Brasília, 26 de junho de 2013.
Secretaria de Agricultura
e Desenvolvimento Rural
Agricultores recebem incentivo para preservar água
Cerca de 700 pessoas, entre
autoridades, agricultores e
ativistas prestigiaram o Dia Espe-
cial: Brasília produzindo e preser-
vando. O evento marcou a adesão
de mais 20 produtores rurais ao
projeto Produtor de Água do Pipi-
ripau e divulgou a iniciativa de pa-
gamento por prestação de serviços
ambientais aos agricultores. Serão
investidos R$ 40 milhões, em dez
anos, para recuperar a bacia do
Ribeirão Pipiripau, que ajuda no
fornecimento de água para cerca
de 180 mil pessoas moradoras de
Planaltina e Sobradinho.
Além de prestigiar a assinatura,
os participantes tiveram palestras,
divididas em seis estações temáti-
cas que abordaram o Projeto Pro-
dutor de Água no Pipiripau, o mo-
nitoramento ambiental no Ribeirão,
os aspectos econômicos e ecoló-
gicos da fauna silvestre da região,
a ecologia das florestas nativas,
a restauração ecológica florestal
e a produção sustentável de bro-
mélias. “No início das chuvas vou
reflorestar a beira do córrego para
preservar as nascentes”, disse Zé-
lio Isoton, produtor de hortaliças
que aderiu ao Projeto e agora irá
produzir água e preservar o cór-
rego Taquara, um dos principais
abastecedores do Ribeirão Pipiri-
pau.
O vice-governador, Tadeu Filip-
pelli, ressaltou a importância da
parceria para tonar o programa
Produtor de Água uma realidade.
“O que estamos fazendo aqui é
criar um horizonte de longo prazo,
para garantir qualidade de vida às
futuras gerações. Me deixa muito
feliz ver tantas instituições traba-
lhando num projeto para construir
o futuro”, disse.
Para o deputado distrital Joe Val-
le é fundamental a mobilização do
Estado para promover políticas
agroecológicas e a participação
da população para efetivá-las. “É
importante quando os governantes
têm sensibilidade para tratar des-
se assunto. Lembro aos produto-
res que é importante participar. É
a partir da adesão dos produtores
que o projeto será estendido para
outras regiões”, disse.
O secretário de Agricultura, Lúcio
Valadão salientou a visão estraté-
gica que o atual governo tem sobre
a agricultura e o meio ambiente.
“O governador Agnelo e o vice Fi-
lippelli são comprometidos com a
área rural o com o meio ambiente.
Enxergam o rural de forma comple-
ta e não só a produção. Por isso, o
atual governo promove a recupe-
ração de estradas e investimentos
em saneamento básico na área
rural, além da própria preservação
ambiental, em benefício de atual e
das futuras gerações”, ressaltou.
Cerca de 50 produtores já es-
tavam inscritos no Projeto. En-
tre eles, 32 já adotam práticas de
conservação, recuperação do solo
e dos mananciais da bacia do Ri-
beirão Pipiripau. Os valores pela
prestação de serviços ambientais
podem chegar a R$ 200, 00 por
hectare ao ano. Para aderir, os
produtores da região da Taquara,
do Pipiripau e do Santos Dumont
devem procurar a unidade local da
Emater para a elaboração do pro-
jeto. Durante o evento, também foi
assinado convênio entre o Sesi e
a Rede Sementes do Cerrado para
vibilizar o plantio de 350 mil mudas
de plantas nativas do Cerrado.
Produtor de Água
O projeto no Pipiripau faz parte do
Programa Produtor de Água, con-
cebido pela Agência Nacional de
Águas em 2001, que tem como ob-
jetivo a revitalização ambiental de
bacias hidrográficas do Brasil. No
DF, cerca de 20 instituições – entre
governo federal, distrital e socieda-
de civil organizada – participam do
projeto no Pipiripau. Secretaria da
Agricultura, Emater-DF, Agência
Reguladora de Águas e Sanea-
mento do Distrito Federal (Adasa),
Ministério da Integração Nacional,
Superintendência de Desenvolvi-
mento do Centro-Oeste (Sudeco),
Ministério do Meio Ambiente, Com-
panhia de Saneamento Ambiental
do Distrito Federal (Caesb), Ibram,
Banco do Brasil, Fundação Banco
do Brasil, Fundação da Universi-
dade de Brasília, Instituto de Con-
servação Ambiental-TNC, WWF-
-Brasil, Serviço Social da Indústria
(Sesi), Embrapa Cerrados, Secre-
taria de Meio Ambiente e Recursos
Hídricos, Água Brasil, The Nature
Consevancy e Terracap se uniram
para viabilizar o projeto.
Evento foi marcado pela assinatura de contrato com mais de 20 produtores para adesão ao Projeto Produtor de Água no Pipiripau
2. GDF realiza exame toxicológico em trabalhadores rurais
Para saber se há intoxicação
por agrotóxicos nos trabalhadores
e produtores rurais, a Emater-DF
em parceria com a Secretaria de
Saúde do Distrito Federal realizou
exame toxicológico, na manhã
desta terça-feira (25), no Núcleo
Rural Vargem Bonita.
Mais de 60 pessoas fizeram
o exame. Caso seja constatado
nível indevido de agrotóxicos, os
bém estamos fazendo um traba-
lho intensivo com as mulheres
orientando quanto à lavagem e
higienização dos Equipamen-
tos de Proteção Individual (EPI),
uma vez que misturado a outras
roupas, dependendo do nível de
agrotóxico, poderá contaminar as
vestes”.
O produtor de folhosas Roberto
Gomes fez o exame e disse que
é importante estar em dias com a
saúde. “O técnico da Emater foi
em minha casa e me explicou por-
que precisamos fazer o exame, e
sempre que tem eu faço porque
se não estou saudável não consi-
go trabalhar”.
A médica responsável pelo
posto de saúde da Vargem Boni-
ta, Marlucy Correia, lembrou aos
produtores que fazer os exames
preventivos é essencial para que
eles consigam desenvolver me-
lhor suas atividades diárias, com
saúde e qualidade de vida.
produtores deverão ser encami-
nhados para tratamento no Centro
de Referência em Saúde do Tra-
balhador (Cerest), no Gama.
Uma das organizadoras, a ex-
tensionista rural da Vargem Bo-
nita, Janaina Dias, lembra que é
uma ação anual preventiva que
visa melhorar cada vez mais as
condições de trabalho das pes-
soas que vivem no campo. “Tam-
m
s
,
Pirarucus serão reproduzidos no DF
Mais de 60 pessoas fizeram o exame
O Núcleo de Tecnologia em
Piscicultura, que funciona na
Granja do Ipê, recebeu cinco pi-
rarucus, com dois anos de vida,
no último dia 20. O objetivo é de-
senvolver tecnologia para o peixe
se reproduzir com menos idade –
normalmente, o pirarucu inicia o
ciclo reprodutivo a partir dos qua-
tro anos – e introduzir uma nova
opção de comercialização para os
piscicultores do DF e do Entorno.
Os peixes obtidos pela Secre-
taria de Agricultura (Seagri) estão
com dois anos e devem iniciar a
reprodução em 2015. “Os maiores
beneficiários com a produção dos
alevinos de pirarucu serão pisci-
cultores dos municípios do Entor-
no, localizados em áreas de baixa
altitude, pois estes locais apre-
sentam temperatura mais eleva-
da, o que é fundamental para a
engorda dessa espécie”, explica
Lincoln Oliveira, chefe do Núcleo
de Tecnologia em Piscicultura.
A Seagri pretende obter mais
pirarucus até o fim das obras de
formação do Centro de Referência
em Piscicultura – previstas para o
fim de 2014 – que funcionar na
Granja do Ipê. “No DF poderão ser
beneficiados piscicultores que tra-
balham com reprodução e comer-
cialização de formas jovens, pois
é possível a implantação de in-
fraestruturas que permitam o con-
trole dos fatores ambientais que
interferem na reprodução dessa
espécie”, analisa Oliveira.
Pirarucu
A espécie é nativa das bacias
do Rio Araguaia (Tocantins) e
Amazônica. A pesca artesanal é
restrita a algumas reservas e em
determinadas épocas do ano, por
ser uma espécie em risco de ex-
tinção.
O pirarucu é considerado um
animal rústico e apresenta exce-
lente ganho de peso – pode che-
gar a 10kg no primeiro ano de vida
– e possui carne altamente valori-
zada e alto redimento de filé, que
pode chegar a 60% do peso do
animal (a tilápia, por exemplo, fica
entre 30 e 33%). A criação em ca-
tiveiro tem sido desenvolvida em
algumas regiões do país.
Um dos entraves para o culti-
vo do pirarucu é o longo período
que a espécie leva para começar
a se reproduzir – quatro anos. A
produção de alevinos também é
baixa quando comparada a outras
espécies, com 12 mil unidades por
desova, que ocorrem até três ve-
zes por ano.
Devido a esses fatores, o cus-
to do alevino do pirarucu é muito
elevado. É comercializado, geral-
mente, pelo tamanho que apre-
senta, chegando a ser cobrado
R$ 1,00 por centímetro de alevi-
no. Por isso, a reprodução em ca-
tiveiro feita pela Seagri trará mais
oportunidades de geração de ren-
da aos criadores, que terão mais
acesso ao pirarucu.
3. Para apresentar um panorama
da agricultura e estratégias que o
Governo do Distrito Federal tem
utilizado para viabilizar melhorias
para a agricultura na Região In-
tegrada de Desenvolvimento do
Distrito Federal (RIDE), o presi-
dente da Emater-DF, Marcelo Pic-
cin, apresentou aos vereadores
de 22 municípios de MG e GO,
na noite de quinta-feira (20), ei-
xos estratégicos para o abasteci-
mento do DF, no primeiro painel
do I Encontro de Legisladores da
Ride, no auditório da Câmara Le-
gislativa do Distrito Federal.
Durante a explicação Piccin
ressaltou que o governador Ag-
nelo o incumbiu de disseminar os
conhecimentos e ajudar a Ride no
desenvolvimento de suas ativida-
des agropecuárias, principalmen-
te em assentamentos, por meio
de assistência técnica e extensão
rural, já que a Emater-DF é reco-
nhecia a nível nacional pelo traba-
Assistência técnica e extensão rural é tema de painel
em encontro de legisladores
Presidente da Emater, Marcelo Piccin, ressaltou o papel da Emater na RIDE
lho desenvolvido.
Piccin ressaltou que a Emater-
-DF pretende somar esforços
na região. “Queremos que os
assentamentos e os agriculto-
res destas regiões sejam con-
templados com atendimento de
alto nível e produzam alimentos
de qualidade gerando cada vez
mais renda e melhorias de vida
no campo”. Ele destacou que a
Emater-DF já está atuando junto a
doze assentamentos nas regiões
de Padre Bernardo, Água Fria e
Planaltina de Goiás, em função de
chamada pública com o INCRA,
e que a instalação da unidade da
Emater de Cristalina já está em
andamento.
Os programas de compras go-
vernamentais como PAA, PNAE,
PAPA-DF, crédito rural como FDR,
Pronaf e Prospera, além dos de-
mais programas com os quais a
Emater trabalha, podem ser aces-
sados pelos agricultores destes
locais, desde que a empresa já
preste assistência técnica e ex-
tensão rural. Para acessar os
serviços basta procurar uma das
20 unidades da Emater-DF mais
perto de sua região e obter mais
informações.
RIDE – A Região Integrada de
Desenvolvimento do Distrito Fe-
deral foi criada pela Lei Comple-
mentar nº 94/1998 e regulamenta-
da pelos decretos nº 2.710/1998
e nº 3.445/2000. Seu objetivo é
“articular e harmonizar as ações
administrativas da União, dos
estados e dos municípios para a
promoção de projetos que visem
à dinamização econômica e provi-
são de infraestruturas necessárias
ao desenvolvimento em escala re-
gional”.
A RIDE é composta por 22 mu-
nicípios. Destes, 19 são do estado
de Goiás: Abadiânia, Água Fria de
Goiás, Águas Lindas de Goiás,
Alexânia, Cabeceiras, Cidade
Ocidental, Cocalzinho de Goiás,
Corumbá de Goiás, Cristalina,
Formosa, Luziânia, Mimoso de
Goiás, Novo Gama, Padre Bernar-
do, Pirenópolis, Planaltina, Santo
Antônio do Descoberto, Valparaí-
so de Goiás e Vila Boa. Também
fazem parte da rede os municípios
mineiros de Unaí, Buritis e Cabe-
ceira Grande.
4. Produtores são capacitados em piscicultura intensiva
Informativo produzido pelas assessorias de comunicação social:
Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Rural (Seagri-DF) - 3051-6347
Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF) - 3340-3002
Centrais de Abastecimento do Distrito Federal (Ceasa-DF) - 3363-1024
No Distrito Federal, o consumo
anual de peixe por habitante é de
14 kg, índice acima da média na-
cional, que é de 9 kg por pessoa.
Porém, a produção local ainda
não é suficiente e precisa crescer
para atender os consumidores da
capital. Atenta a esse potencial de
mercado, a Emater-DF atua para
que a atividade seja desenvolvi-
da com responsabilidade técnica
e ambiental, considerando o po-
tencial da região e as vocações
locais.
Dentro desse processo, foi
realizada na quarta (19) e quinta-
-feira (20), o Curso de Criação In-
tensiva de Tilápias em Pequenos
Reservatórios. A capacitação foi
para um grupo de aproximada-
mente 30 participantes da região
de Brazlândia. “Esse é o marco
zero do programa de piscicultu-
ra da Emater-DF aqui na região.
Formamos um grupo de interesse
na atividade, capacitamos e a par-
tir daí começamos o atendimento
sistemático nas propriedades para
o georreferenciamento, cadastro
do produtor e assistência para a
outorga de uso da água e licen-
ciamento ambiental”, explica o
médico veterinário da Emater-DF
em Brazlândia, Edilson Sousa do
Amaral.
A programação contou com a
participação do engenheiro flores-
tal da Emater Juliano de Oliveira,
que explicou sobre outorga de uso
da água e licenciamento ambien-
tal, necessários para iniciar a ati-
vidade. Informações sobre crédito
rural – importante fonte de recurso
para começar a criação de peixes
- foram repassadas pelo gerente
da Emater em Brazlândia, Ro-
drigo Teixeira. O coordenador do
programa de piscicultura da Ema-
ter, Carlos Goulart, apresentou os
principais pontos do Plano Safra
da Piscicultura e informações re-
levantes para a criação intensiva
de tilápias.
“É preciso que o produtor saia
do amadorismo, conheça bem a
técnica e gerencie sua produção”,
fala Edilson, que acompanhará os
produtores da região interessados
na atividade.
Na última parte do curso, os
produtores verificaram na prática
como avaliar os parâmetros físico-
-químicos da água dos reserva-
tórios. Em um pesque-pague da
região, eles aprenderam a medir
o nível de oxigênio, amônia e PH
da água. Essa ação é de extrema
importância para o sucesso do
empreendimento.
O produtor Antônio Enoide Be-
zerra valoriza o aprendizado e se
sente mais seguro para iniciar a
atividade. “Só tenho que agrade-
cer pela oportunidade. Tem dois
anos que quero começar a cria-
ção, mas sabia que precisava de
conhecimento, pois se a gente
aprender só errando sofremos
mais. Agora tenho mais seguran-
ça para começar a criar peixe e
sei que a Emater estará lá para o
que precisar. Vou passar essa ex-
periência para minha família e sei
que todos vão me ajudar. A ativi-
dade vai trazer um rendimento a
mais para nós, que já trabalhamos
com hortaliças”, disse Antônio, en-
tusiasmado.