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Biografia 4º B
Biografia 4º B
Biografia
Foi o primeiro dos seis filhos de Florduardo Pinto Rosa ("Flor") e de
Francisca Guimarães Rosa ("Chiquitita"). Começou ainda criança a
estudar diversos idiomas, iniciando pelo francês quando ainda não
tinha 7 anos, como se pode verificar neste trecho de entrevista
concedido a uma prima, anos mais tarde:
“ Eu falo:
português, alemão, francês, inglês, espanhol, italiano, esperanto, um
pouco de russo; leio: sueco, holandês, latim e grego (mas com o
dicionário agarrado); entendo alguns dialetos alemães; estudei a
gramática: do húngaro, do árabe, do sânscrito, do lituano, do
polonês, do tupi, do hebraico, do japonês, do checo, do finlandês, do
dinamarquês; bisbilhotei um pouco a respeito de outras. Mas tudo
mal. E acho que estudar o espírito e o mecanismo de outras línguas
ajuda muito à compreensão mais profunda do idioma nacional.
Principalmente, porém, estudando-se por divertimento, gosto e
distração. ”
• Ainda pequeno, mudou-se para a casa dos avós, em Belo Horizonte, onde concluiu
o curso primário. Iniciou o curso secundário no Colégio Santo Antônio, em São
João del-Rei, mas logo retornou a Belo Horizonte, onde se formou. Em
1925, matriculou-se na então "Faculdade de Medicina da Universidade de Minas
Gerais", com apenas 16 anos2 . Em 27 de junho de 1930, casou-se com Lígia Cabral
Pena, de apenas 16 anos, com quem teve duas filhas: Vilma e Agnes. Ainda nesse
ano se formou e passou a exercer a profissão em Itaguara, então município de
Itaúna (MG), onde permaneceu cerca de dois anos. Foi nessa localidade que
passou a ter contato com os elementos do sertão que serviram de referência e
inspiração a sua obra3 . De volta de Itaguara, Guimarães Rosa serviu como médico
voluntário da Força Pública (atual Polícia Militar), durante a Revolução
Constitucionalista de 1932, indo para o setor do Túnel em Passa-Quatro (MG) onde
tomou contato com o futuro presidente Juscelino Kubitschek, naquela ocasião o
médico-chefe do Hospital de Sangue. Posteriormente, entrou para o quadro da
Força Pública, por concurso. Em 1933, foi para Barbacena na qualidade de Oficial
Médico do 9º Batalhão de Infantaria. Aprovado em concurso para o
Itamaraty, passou alguns anos de sua vida como diplomata na Europa e na América
Latina1 . No início da carreira diplomática, exerceu, como primeira função no
exterior, o cargo de Cônsul-adjunto do Brasil em Hamburgo, na Alemanha, de 1938
a 1942. No contexto da Segunda Guerra Mundial, para auxiliar judeus a fugir para
o Brasil, emitiu, ao lado da segunda esposa, Aracy de Carvalho Guimarães
Rosa, mais vistos do que as cotas legalmente estipuladas, tendo, por essa ação
humanitária e de coragem, ganhado, no pós-Guerra, o reconhecimento do Estado
de Israel. Aracy é a única mulher homenageada no Jardim dos Justos entre as
Nações, no Yad Vashem que é o memorial oficial de Israel para lembrar as vitimas
judaicas do Holocausto.
• No Brasil, em sua segunda candidatura para a Academia Brasileira de Letras, foi eleito por
unanimidade (1963). Temendo ser tomado por uma forte emoção, adiou a cerimônia de posse por
quatro anos. Em seu discurso, quando enfim decidiu assumir a cadeira da Academia, em
1967, chegou a afirmar, em tom de despedida, como se soubesse o que se passaria ao entardecer
do domingo seguinte: "…a gente morre é para provar que viveu."4 Faleceu três dias mais tarde na
cidade do Rio de Janeiro, em 19 de novembro. Se o laudo médico atestou um infarto, sua morte
permanece um mistério inexplicável, sobretudo por estar previamente anunciada em sua obra mais
marcante — Grande Sertão: Veredas —, romance qualificado por Rosa como uma "autobiografia
irracional"3 . Talvez a explicação esteja na própria travessia simbólica do rio e do sertão de
Riobaldo, ou no amor inexplicável por Diadorim, maravilhoso demais e terrível demais, beleza e
medo ao mesmo tempo, ser e não-ser, verdade e mentira. Diadorim-Mediador, a alma que se perde
na consumação do pacto com a linguagem e a poesia. Riobaldo (Rosa-IO-bardo), o poeta-guerreiro
que, em estado de transe, dá à luz obras-primas da literatura universal. Biografia e ficção se fundem
e se confundem nas páginas enigmáticas de João Guimarães Rosa, desaparecido prematuramente
aos 59 anos de idade, no ápice de sua carreira literária e diplomática
• No Brasil, em sua segunda candidatura para a Academia Brasileira de Letras, foi eleito por
unanimidade (1963). Temendo ser tomado por uma forte emoção, adiou a cerimônia de posse por
quatro anos. Em seu discurso, quando enfim decidiu assumir a cadeira da Academia, em
1967, chegou a afirmar, em tom de despedida, como se soubesse o que se passaria ao entardecer
do domingo seguinte: "…a gente morre é para provar que viveu."4 Faleceu três dias mais tarde na
cidade do Rio de Janeiro, em 19 de novembro. Se o laudo médico atestou um infarto, sua morte
permanece um mistério inexplicável, sobretudo por estar previamente anunciada em sua obra mais
marcante — Grande Sertão: Veredas —, romance qualificado por Rosa como uma "autobiografia
irracional"3 . Talvez a explicação esteja na própria travessia simbólica do rio e do sertão de
Riobaldo, ou no amor inexplicável por Diadorim, maravilhoso demais e terrível demais, beleza e
medo ao mesmo tempo, ser e não-ser, verdade e mentira. Diadorim-Mediador, a alma que se perde
na consumação do pacto com a linguagem e a poesia. Riobaldo (Rosa-IO-bardo), o poeta-guerreiro
que, em estado de transe, dá à luz obras-primas da literatura universal. Biografia e ficção se fundem
e se confundem nas páginas enigmáticas de João Guimarães Rosa, desaparecido prematuramente
aos 59 anos de idade, no ápice de sua carreira literária e diplomática
Poema quando escrevo
• Quando escrevo, repito
o que já vivi antes. E
para estas duas
vidas, um léxico só não
é suficiente. Em outras
palavras, gostaria de ser
um crocodilo vivendo
no rio São Francisco.
• Gostaria de ser um
crocodilo porque amo
os grandes rios, pois são
profundos como a alma
de um homem. Na
superfície são muito
vivazes e claros, mas
nas profundezas são
tranqüilos e escuros
como o sofrimento dos
homens.
Biografia 4º B
• Antônio Frederico de Castro Alves foi um importante poeta brasileiro do século
XIX. Nasceu na cidade de Curralinho (Bahia) em 14 de março de 1847.
• No período em que viveu (1847-1871), ainda existia a escravidão no Brasil. O
jovem baiano, simpático e gentil, apesar de possuir gosto sofisticado para roupas e
de levar uma vida relativamente confortável, foi capaz de compreender as
dificuldades dos negros escravizados.
• Manifestou toda sua sensibilidade escrevendo versos de protesto contra a situação
a qual os negros eram submetidos. Este seu estilo contestador o tornou conhecido
como o “Poeta dos Escravos”.
• Aos 21 anos de idade, mostrou toda sua coragem ao recitar, durante uma
comemoração cívica, o “Navio Negreiro”. A contra gosto, os fazendeiros ouviram-
no clamar versos que denunciavam os maus tratos aos quais os negros eram
submetidos.
• .
Biografia
• Além de poesia de caráter social, este grande escritor
também escreveu versos líricos-amorosos, de acordo com o
estilo de Vítor Hugo. Pode-se dizer que Castro Alves foi um
poeta de transição entre o Romantismo e o Parnasianismo.
• Este notável escritor morreu ainda jovem, antes mesmo de
terminar o curso de Direito que iniciara, pois, vinha
sofrendo de tuberculose desde os seus 16 anos.
•
• Apesar de ter vivido tão pouco, este artista notável deixou
livros e poemas significativos
Poema Laço de Fita
• Não sabes, criança? 'Stou louco de amores...
Prendi meus afetos, formosa Pepita.
Mas onde? No templo, no espaço, nas névoas?!
Não rias, prendi-me
Num laço de fita.
Na selva sombria de tuas madeixas,
Nos negros cabelos da moça bonita,
Fingindo a serpente qu'enlaça a folhagem,
Formoso enroscava-se
O laço de fita.
Meu ser, que voava nas luzes da festa,
Qual pássaro bravo, que os ares agita,
Eu vi de repente cativo, submisso
Rolar prisioneiro
Num laço de fita.
E agora enleada na tênue cadeia
Debalde minh'alma se embate, se irrita...
O braço, que rompe cadeias de ferro,
Não quebra teus elos,
Ó laço de fita!
• Meu Deusl As falenas têm asas de opala,
Os astros se libram na plaga infinita.
Os anjos repousam nas penas brilhantes...
Mas tu... tens por asas
Um laço de fita.
• Há pouco voavas na célere valsa,
Na valsa que anseia, que estua e palpita.
Por que é que tremeste? Não eram meus lábios...
Beijava-te apenas...
Teu laço de fita.
Mas ai! findo o baile, despindo os adornos
N'alcova onde a vela ciosa... crepita,
Talvez da cadeia libertes as tranças
Mas eu... fico preso
No laço de fita.
Pois bem! Quando um dia na sombra do vale
Abrirem-me a cova... formosa Pepital
Ao menos arranca meus louros da fronte,
E dá-me por c'roa...
Teu laço de fita.
Biografia 4º B
Biografia
• Este notável poeta do modernismo brasileiro nasceu em Recife, Pernambuco, no ano de 1886. Teve
seu talento evidenciado desde cedo quando já se destacava nos estudos.
• Durante o período em que cursava a Faculdade Politécnica em São Paulo, Bandeira precisou deixar
os estudos para ir à Suíça na busca de tratamento para sua tuberculose. Após sua recuperação, ele
retornou ao Brasil e publicou seu primeiro livro de versos, Cinza das Horas, no ano de 1917;
porém, devido à influência simbolista, esta obra não teve grande destaque.
• Dois anos mais tarde este talentoso escritor agradou muito ao escrever Carnaval, onde já mostrava
suas tendências modernistas. Posteriormente, participou da Semana de Arte Moderna de
1922, descartando de vez o lirismo bem comportado. Passou a abordar temas com mais
encanto, sendo que muitos deles tinham foco nas recordações de infância.
• Além de poeta, Manuel Bandeira exerceu também outras atividades: jornalista, redator de
crônicas, tradutor, integrante da Academia Brasileira de Letras e também professor de História da
Literatura no Colégio Pedro II e de Literatura Hispano-Americana na faculdade do Brasil, Rio de
Janeiro.
• Este, que foi um dos nomes mais importantes do modernismo no Brasil, faleceu no ano 1968.
• Suas obras:
• POESIA: Poesias, reunindo A cinza das horas, Carnaval, O ritmo dissoluto (1924), Libertinagem
(1930), Estrela da manhã (1936), Poesias escolhidas (1937), Poesias completas, reunindo as obras
anteriores e mais Lira dos cinqüenta anos (1940), Poesias completas, 4a edição, acrescida de Belo
belo (1948), Poesias completas, 6a edição, acrescida de Opus 10 (1954), Poemas traduzidos
(1945), Mafuá do malungo, versos de circunstância (1948), Obras poéticas (1956), 50 Poemas
escolhidos pelo autor (1955), Alumbramentos (1960), Estrela da tarde (1960).
• PROSA: Crônicas da província do Brasil (1936), Guia de Ouro Preto (1938), Noções de história das
literaturas (1940), Autoria das Cartas chilenas, separata da Revista do Brasil (1940), Apresentação
da poesia brasileira (1946), Literatura hispano-americana (1949), Gonçalves Dias, biografia
(1952), Itinerário de Pasárgada (1954), De poetas e de poesia (1954), A flauta de papel
(1957), Prosa, reunindo obras anteriores e mais Ensaios literários, Crítica de Artes e Epistolário
(1958), Andorinha, andorinha, crônicas (1966), Os reis vagabundos e mais 50 crônicas
(1966), Colóquio unilateralmente sentimental, crônica (1968).
• ANTOLOGIAS: Antologia dos poetas brasileiros da fase romântica (1937), Antologia dos poetas
brasileiros da fase parnasiana (1938), Antologia dos poetas brasileiros bissextos contemporâneos
(1946). Organizou os Sonetos completos e Poemas escolhidos de Antero de Quental, as Obras
poéticas de Gonçalves Dias (1944), as Rimas de José Albano (1948) e, de Mário de Andrade, Cartas
a Manuel Bandeira (1958
Poema Café com Pão (Trem de Ferro)
Café com pão
Café com pão
Café com pão
Virgem Maria que foi isto maquinista?
Agora sim
Café com pão
Agora sim
Café com pão
Voa, fumaçaOô…
Quando me prendero
No canaviá
Cada pé de cana
Era um oficia
Ôo…
Menina bonita
Do vestido verde
Me dá tua boca
Pra matá minha sede
Ôo…
Vou mimbora voou mimbora
Não gosto daqui
Nasci no sertão
Sou de Ouricuri
Ôo…
Vou depressa
Vou correndo
Vou na toda
Que só levo
Pouca gente
Pouca gente
Pouca gente…
Corre, cerca
Ai seu foguista
Bota fogo
Na fornalha
Que eu preciso
Muita força
Muita força
Muita força
Oô..
Foge, bicho
Foge, povo
Passa ponte
Passa poste
Passa pasto
Passa boi
Passa boiada
Passa galho
De ingazeira
Debruçada
Que vontade
De cantar!
Biografia 4º B
• Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho nasceu no
Recife no dia 19 de abril de 1886, na Rua da
Ventura, atual Joaquim Nabuco, filho de Manuel
Carneiro de Souza Bandeira e Francelina Ribeiro de
Souza Bandeira. Em 1890 a família se transfere para
o Rio de Janeiro e a seguir para Santos - SP
e, novamente, para o Rio de Janeiro. Passa dois
verões em Petrópolis.
• Em 1892 a família volta para Pernambuco. Manuel
Bandeira freqüenta o colégio das irmãs Barros
Barreto, na Rua da Soledade, e, como semi-interno, o
de Virgínio Marques Carneiro Leão, na Rua da Matriz.
• A família mais uma vez se muda do Recife para
o Rio de Janeiro, em 1896, onde reside na
Travessa Piauí, na Rua Senador Furtado e
depois em Laranjeiras. Bandeira cursa o
Externato do Ginásio Nacional (atual Colégio
Pedro II). Tem como professores Silva
Ramos, Carlos França, José Veríssimo e João
Ribeiro. Entre seus colegas estão Sousa da
Silveira e Antenor Nascentes.
Poema Café com Pão (Trem de Ferro)
• Café com pão
• Café com pão
• Café com pão
• Virge Maria que foi isso maquinista?
• Agora sim
• Café com pão
• Agora sim
• Voa, fumaça
• Corre, cerca
• Ai seu foguista
• Bota fogo
• Na fornalha
• Que eu preciso
• Muita força
• Muita força
• Muita força
• (trem de ferro, trem de ferro)
• Oô...
• Foge, bicho
• Foge, povo
• Passa ponte
• Passa poste
• Passa pasto
• Passa boi
• Passa boiada
• Passa galho
• Da ingazeira
• Debruçada
• No riacho
• Que vontade
• De cantar!
• Oô...
• (café com pão é muito bom)
Biografia
• Mário de Miranda Quintana (Alegrete, 30 de julho de 1906 — Porto
Alegre, 5 de maio de 1994) foi um poeta, tradutor e jornalista
brasileiro.
• Mário Quintana fez as primeiras letras em sua cidade
natal, mudando-se em 1919 para Porto Alegre, onde estudou no
Colégio Militar, publicando ali suas primeiras produções literárias.
Trabalhou para a Editora Globo e depois na farmácia paterna.
Considerado o "poeta das coisas simples", com um estilo marcado
pela ironia, pela profundidade e pela perfeição técnica, ele
trabalhou como jornalista quase toda a sua vida. Traduziu mais de
cento e trinta obras da literatura universal, entre elas Em Busca do
Tempo Perdido de Marcel Proust, Mrs Dalloway de Virginia Woolf, e
Palavras e Sangue, de Giovanni Papini.
Em 1953, Quintana trabalhou no jornal Correio do Povo, como colunista da página
de cultura, que saía aos sábados, e em 1977 saiu do jornal. Em 1940, ele lançou o
seu primeiro livro de poesias, A Rua dos Cataventos, iniciando a sua carreira de
poeta, escritor e autor infantil. Em 1966, foi publicada a sua Antologia
Poética, com sessenta poemas, organizada por Rubem Braga e Paulo Mendes
Campos, e lançada para comemorar seus sessenta anos de idade, sendo por esta
razão o poeta saudado na Academia Brasileira de Letras por Augusto Meyer e
Manuel Bandeira, que recita o poema Quintanares, de sua autoria, em
homenagem ao colega gaúcho. No mesmo ano ganhou o Prêmio Fernando
Chinaglia da União Brasileira de Escritores de melhor livro do ano. Em 1976, ao
completar setenta anos, recebeu a medalha Negrinho do Pastoreio do governo do
estado do Rio Grande do Sul. Em 1980 recebeu o prêmio Machado de Assis, da
Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto da obra.
Poema Os degraus
• Se tu me amas, ama-me
baixinho
• Não o grites de cima
dos telhados
• Deixa em paz os
passarinhos
• Deixa em paz a mim!
• Se me queres,
• enfim,
• tem de ser bem
devagarinho, Amada,
• que a vida é breve, e o
amor mais breve ainda.
Biografia 4º B
Biografia
• Olavo Bilac (1865-1918) foi um poeta e jornalista brasileiro.
Escreveu a letra do hino à Bandeira brasileira, em busca de
palavras raras, rimas ricas e rigidez das regras da composição
poética.
• Olavo Bilac (1865-1918) nasceu no Rio de janeiro, no dia 16
de dezembro. Era filho do cirurgião militar, Brás Martins dos
Guimarães e de Delfina Belmira Gomes de Paula. Estudou
Medicina e Direito. Dedicou-se ao jornalismo e à poesia.
• Colaborou em vários jornais e revistas como Gazeta de Notícias e
Diário de Notícias. Exerceu o cargo de Secretário do Congresso Pan-
Americano em Buenos Aires. Foi inspetor de instrução de escola
pública e membro do Conselho Superior do Departamento Federal.
Exerceu constante atividade nacionalista, realizando pregações
cívicas em todo país sobre a obrigatoriedade do serviço militar.
• Pertenceu à Escola Parnasiana Brasileira, sendo um dos seus
principais poetas. Sua primeira obra foi "Poesias", publicada em
1888. Nela o poeta já estava identificado com as propostas do
Parnasianismo. Sua poesia apresentava várias temáticas. Na linha
tipicamente parnasiana, escreveu sobre temas greco-romanos. Fez
várias descrições da natureza, indicando uma herança romântica.
• Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac, morreu no Rio de Janeiro,
• no dia 28 de dezembro de 1918.
• Olha estas velhas árvores, mais
belas
• Do que as árvores novas:
• Tanto mais belas quanto mais
antigas,
• Vencedoras da idade…
• O homem, a fera, e o inseto, à
sombra delas
• Vivem, livres de fomes e fadigas;
• E em seus galhos abrigam-se as
cantigas
• E os amores das aves tagarelas.
Poema Velhas Arvores
• Não choremos, amigo, a
mocidade!
• Envelheçamos rindo!
envelheçamos
• Como as árvores fortes
envelhecem:
• Na glória da alegria e da
bondade,
• Agasalhando os pássaros nos
ramos,
• Dando sombra e consolo aos que
padecem!
Biografia 4º B
Biografia
Oswald de Andrade (1890-1954) foi escritor brasileiro. Fundou, junto com Tarsila, o Movimento
Antropófago. Foi uma das personalidades mais polêmicas do modernismo. Era militante político sendo
idealizador dos principais manifestos modernistas. Ao lado da pintora Anita Malfatti, do escritor Mário
de Andrade e de outros intelectuais, organizou a Semana de Arte Moderna de 1922
Oswald de Andrade (1890-1954) nasceu São Paulo, no dia 11 de janeiro de 1890. Filho único de José
Oswald Nogueira de Andrade e Inês Henriqueta Inglês de Sousa Andrade. Formou-se em Direito pela
Faculdade do Largo de São Francisco. De família rica, fez várias viagens à Europa, onde entra em contato
com os movimentos de vanguarda. Estudou jornalismo literário e, em 1911 iniciou sua vida literária no
jornal humorístico "O Pirralho" que ele mesmo fundou. O semanário que circulou até 1917, contava
entre seus colaboradores, com o pintor Di Cavalcanti
Em 1912, quando retornou de sua primeira viagem à Europa, adota as idéias futuristas e, desde
então, tornou-se um dos principais vultos do modernismo. Em 1916 lança a primeira redação do
romance "Memórias Sentimentais de João Miramar", romance que quebra toda a estrutura dos
romances tradicionais, pois apresenta capítulos curtíssimos e semi-independentes, num misto de prosa
e poesia, que no final da leitura formam um grande painel
Além de ter sido o criador e principal divulgador da orientação "primitivista", com "O Pau-Brasil" e com
a "Antropofagia", Oswald escreveu os textos mais crosivos da estética modernista. Sua participação
ativa na Semana de 22, é seguida da sua segunda viagem à Europa. Em Paris, na Sorbonne, dá a
conferência "O Esforço Intelectual do Brasil Contemporâneo".
• Oswald de Andrade lança em 18 de março de 1924, um dos mais
importantes manifestos do modernismo "Manifesto Pau-Brasil", publicado
no Correio da Manhã. Explicando o nome do manifesto , o autor diz
"Pensei em fazer uma poesia de exportação. Como o pau-brasil foi a
primeira riqueza brasileira exportada, denominei o movimento Pau-
Brasil".
• Em 1925 Oswald de Andrade lança o livro de poemas "Pau-Brasil", em que
põe em prática os princípios propostos no manifesto. O livro Pau-Brasil foi
ilustrado por Tarsila do Amaral e apresenta uma literatura extremamente
vinculada à realidade brasileira, a partir de uma redescoberta do Brasil.
• Em 1926 casa-se com a pintora Tarsila do Amaral. Dois anos
depois, radicalizando o movimento nativista, o seu "Manifesto
Antropofágico" propõe que o Brasil devore a cultura estrangeira e crie
uma cultura revolucionária própria. Nessa época, rompe com Mário de
Andrade, separa-se de Tarsila do Amaral e casa-se com a escritora e
militante política Patrícia Galvão, a Pagu. Em 1944, mais um
casamento, com Maria Antonieta D'Aikmin, com quem permanece casado
até o fim de sua vida.
• José Oswald de Sousa Andrade morre em São Paulo, no dia 22 de outubro
de 1954.
Poema Quando O Português Chegou
• Quando o português
chegou
• Debaixo de uma bruta
chuva
• Vestiu o índio
• Que pena!
• Fosse uma manhã de
sol
• O índio tinha despido
• O português.
Biografia 4º B
Biografia
• Marcus Vinícius da Cruz de Melo Moraes nasceu em 19 de Outubro de 1913, na cidade do Rio de Janeiro – RJ, e
pertenceu à segunda geração do Modernismo no Brasil. Era filho de Clodoaldo Pereira da Silva
Moraes, funcionário da prefeitura, poeta, violonista amador, e de Lídia Cruz de Moraes, pianista também
amadora.
• Viveu toda a sua infância no Rio, tendo nascido no bairro da Gávea, aos três anos se mudou para Botafogo para
morar com os avós e estudar na Escola Primaria Afrânio Peixoto. Foi também na sua infância que escreveu seus
primeiros versos. Em 1924 entrou para o Colégio Santo Inácio, em Botafogo, onde cantava no coro da igreja e
montava pecinhas de teatro.
• Em 1929 concluiu o curso ginasial e a família retornou para a Gávea. Nesse mesmo ano ingressou na Faculdade de
Direito do Catête e se formou em Direito em 1933, ano em que publicou “O Caminho para a Distância”, seu
primeiro livro de poesia
• Em 1935, recebeu o prêmio Filipe d’Oliveira pelo livro Em 1935, seu livro Forma e exegese. Em 1936, empregou-se
como censor cinematográfico, representando o Ministério da Educação e Saúde. Dois anos depois, em
1938, ganhou bolsa do Conselho Britânico para estudar língua e literatura inglesas na Universidade de Oxford, e
nesse ano publicou os Novos poemas. Com o inicio da Segunda Guerra Mundial, retornou ao Rio de Janeiro.
• Nos anos seguintes publicou ainda muitos poemas e ficou conhecido como um dos poetas brasileiros que mais
conseguiu traduzir em palavras o sentimento do amor, tornando-se assim um dos poetas mais populares da
Literatura Brasileira. Atuou também no campo musical, fazendo parceria com cantores e compositores
brasileiros, e por fim tornou-se também cronista. Produziu os sonetos mais conhecidos da Literatura Brasileira, e
escreveu ainda alguns poemas infantis em meados de 1970.
• Vinícius de Moraes Faleceu no Rio de Janeiro, no dia 09 de Setembro de 1980.
• Em 1935, recebeu o prêmio Filipe d’Oliveira pelo livro Em 1935, seu
livro Forma e exegese. Em 1936, empregou-se como censor
cinematográfico, representando o Ministério da Educação e Saúde.
Dois anos depois, em 1938, ganhou bolsa do Conselho Britânico
para estudar língua e literatura inglesas na Universidade de
Oxford, e nesse ano publicou os Novos poemas. Com o inicio da
Segunda Guerra Mundial, retornou ao Rio de Janeiro.
• Nos anos seguintes publicou ainda muitos poemas e ficou
conhecido como um dos poetas brasileiros que mais conseguiu
traduzir em palavras o sentimento do amor, tornando-se assim um
dos poetas mais populares da Literatura Brasileira. Atuou também
no campo musical, fazendo parceria com cantores e compositores
brasileiros, e por fim tornou-se também cronista. Produziu os
sonetos mais conhecidos da Literatura Brasileira, e escreveu ainda
alguns poemas infantis em meados de 1970.
• Vinícius de Moraes Faleceu no Rio de Janeiro, no dia 09 de
Setembro de 1980.
Poema Soneto do Amigo
• Enfim, depois de tanto erro
passado
• Tantas retaliações, tanto perigo
• Eis que ressurge noutro o velho
amigo
• Nunca perdido, sempre
reencontrado.
• É bom sentá-lo novamente ao
lado
• Com olhos que contêm o olhar
antigo
• Sempre comigo um pouco
atribulado
• E como sempre singular comigo.
• Um bicho igual a mim, simples e
humano
• Sabendo se mover e comover
• E a disfarçar com o meu próprio
engano.
• O amigo: um ser que a vida não
explica
• Que só se vai ao ver outro nascer
• E o espelho de minha alma
multiplica...
Biografia 4º B
Biografia
• Fernando Pessoa
• Fernando Pessoa (1888 - 1935) foi um poeta e escritor português, nascido em
Lisboa. É considerado um dos maiores poetas da língua portuguesa e da literatura
universal.
• Aos seis anos de idade, Fernando Pessoa foi para a África do Sul, onde aprendeu
perfeitamente o inglês, e das quatro obras que publicou em vida, três são em
inglês. Durante sua vida, Fernando Pessoa trabalhou em vários lugares como
correspondente de língua inglesa e francesa. Foi também
empresário, editor, crítico literário, jornalista, comentador
político, tradutor, inventor, astrólogo e publicitário, e ao mesmo tempo produzia
suas obras em verso e prosa.
• Como poeta, era conhecido por suas múltiplas personalidades, os
heterónimos, que eram e são até hoje objeto da maior parte dos estudos sobre
sua vida e sua obra.
• Fernando Pessoa faleceu em Lisboa, com 47 anos anos de idade, vítima de uma
cólica hepática causada por um cálculo biliar associado a cirrose hepática, um
diagnóstico hoje é dia é contestado por diversos médicos.
• Os principais heterônimos de Fernando Pessoa são:
• - Alberto Caeiro, nascido em Lisboa, e era o mais objetivo dos
heterônimos. Buscava o objetivismo absoluto, eliminando todos os
vestígios da subjetividade. É o poeta que busca "as sensações das coisas
tais como são". Opõe-se radicalmente ao intelectualismo, à abstração, à
especulação metafísica e ao misticismo. É o menos "culto" dos
heterônimos, o que menos conhece a Gramática e a Literatura.
• - Ricardo Reis, nascido no Porto, representa a vertente clássica ou
neoclássica da criação de Fernando Pessoa. Sua linguagem é
contida, disciplinada. Seus versos são, geralmente, curtos. Apóia-se na
mitologia greco-romana; é adepto do estoicismo e do epicurismo (saúde
do corpo e da mente, equilíbrio, harmonia) para que se possa aproveitar a
vida, porque a morte está à espreita. É um médico que se mudou para o
Brasil.
• - Álvaro de Campos, nascido no Porto, é o lado "moderno" de Fernando
Pessoa, caracterizado por uma vontade de conquista, por um amor à
civilização e ao progresso. Campos era um engenheiro
inativo, inadaptado, com consciência crítica
Poema Auto psicografia de Fernando
Pessoa
• O poeta é um fingidor.
• Finge tão completamente
• Que chega a fingir que é
dor
• A dor que deveras sente.
• E os que leem o que
escreve,
• Na dor lida sentem bem,
• Não as duas que ele teve,
• Mas só a que eles não
têm.
• E assim nas calhas de
roda
• Gira, a entreter a razão,
• Esse comboio de corda
• Que se chama coração.
Biografia 4º B
Biografia
• Clarice Lispector (Tchetchelnik Ucrânia 1925 - Rio de Janeiro RJ
1977) passou a infância em Recife e em 1937 mudou-se para o Rio
de Janeiro, onde se formou em direito. Estreou na literatura ainda
muito jovem com o romance Perto do Coração Selvagem
(1943), que teve calorosa acolhida da crítica e recebeu o Prêmio
Graça Aranha.
• Em 1944, recém-casada com um diplomata, viajou para
Nápoles, onde serviu num hospital durante os últimos meses da
Segunda Guerra. Depois de uma longa estada na Suíça e Estados
Unidos, voltou a morar no Rio de Janeiro. Entre suas obras mais
importantes estão as reuniões de contos A Legião Estrangeira
(1964) e Laços de Família (1972) e os romances A Paixão Segundo
G.H. (1964) e A Hora da Estrela (1977).
• Clarice Lispector começou a colaborar na imprensa em 1942 e, ao longo de toda a vida, nunca se
desvinculou totalmente do jornalismo. Trabalhou na Agência Nacional e nos jornais A Noite e Diário
da Noite. Foi colunista do Correio da Manhã e realizou diversas entrevistas para a revista Manchete.
A autora também foi cronista do Jornal do Brasil. Produzidos entre 1967 e 1973, esses textos estão
reunidos no volume A Descoberta do Mundo.
• Escreve a crítica francesa Hélène Cixous: "Se Kafka fosse mulher. Se Rilke fosse uma brasileira judia
nascida na Ucrânia. Se Rimbaud tivesse sido mãe, se tivesse chegado aos cinqüenta. (...). É nessa
ambiência que Clarice Lispector escreve. Lá onde respiram as obras mais exigentes, ela avança.
Lá, mais à frente, onde o filósofo perde fôlego, ela continua, mais longe ainda, mais longe do que
todo o saber
Poema O Sonho
• Sonhe com o que você
quiser. Vá para onde
você queira ir.
Seja o que você quer
ser, porque você possui
apenas uma vida
e nela só temos uma
chance de fazer aquilo
que queremos.
• Tenha felicidade
bastante para fazê-la
doce. Dificuldades
para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la
humana. E
esperança suficiente
para fazê-la feli
Biografia 4º B
Biografia
• Cora Coralina, pseudônimo de Ana Lins do Guimarães Peixoto
Brêtas, 20/08/1889 — 10/04/1985, é a grande poetisa do Estado de
Goiás.
• Se achava mais doceira do que escritora. Considerava os doces
cristalizados de caju, abóbora, figo e laranja, que encantavam os
vizinhos e amigos, obras melhores do que os poemas escritos em
folhas de caderno. Só em 1965, aos 75 anos, ela conseguiu realizar
o sonho de publicar o primeiro livro, Poemas dos Becos de Goiás e
Estórias Mais. Ana Lins dos Guimarães Peixoto Brêtas viveu por
muito tempo de sua produção de doces, até ficar conhecida como
Cora Coralina, a primeira mulher a ganhar o Prêmio Juca Pato, em
1983, com o livro Vintém de Cobre – Meias Confissões de Aninha.
• Nascida em Goiás, Cora tornou-se doceira para
sustentar os quatro filhos depois que o marido, o
advogado paulista Cantídio Brêtas, morreu, em 1934.
“Mamãe foi uma mulher à frente do seu tempo”, diz a
filha caçula, Vicência Brêtas Tahan, autora do livro
biográfico Cora Coragem Cora Poesia. “Dona de uma
mente aberta, sempre nos passou a lição de coragem e
otimismo.” Aos 70 anos, decidiu aprender datilografia
para preparar suas poesias e enviá-las aos editores.
Cora, que começou a escrever poemas e contos aos 14
anos, cursou apenas até a terceira série do primário.
Nos últimos anos de vida, quando sua obra foi
reconhecida, participou de conferências, homenagens
e programas de televisão, e não perdeu a doçura da
alma de escritora e confeiteira.
Poema Se Temos de Esperar
• Se temos de esperar,
• que seja para colher a
semente boa
• que lançamos hoje no
solo da vida.
• Se for para semear,
• então que seja para
produzir
• milhões de sorrisos,
• de solidariedade e
amizade.
Biografia 4º B
Biografia
Cecília Meireles é uma das grandes escritoras da literatura brasileira. Seus
poemas encantam os leitores de todas as idades. Nasceu no dia 7 de
novembro de 1901, na cidade do Rio de Janeiro e seu nome completo era
Cecília Benevides de Carvalho Meireles.
Sua infância foi marcada pela dor e solidão, pois perdeu a mãe com apenas
três anos de idade e o pai não chegou a conhecer (morreu antes de seu
nascimento). Foi criada pela avó Dona Jacinta. Por volta dos nove anos de
idade, Cecília começou a escrever suas primeiras poesias.
Formou-se professora (cursou a Escola Normal) e com apenas 18 anos de
idade, no ano de 1919, publicou seu primeiro livro “Espectro” (vários poemas
de caráter simbolista). Embora fosse o auge do Modernismo, a jovem poetisa
foi fortemente influenciada pelo movimento literário simbolista.
• No ano de 1922, Cecília casou-se com o pintor Fernando Correia Dias. Com
ele, a escritora teve três filhas.
• Sua formação como professora e interesse pela educação levou-a a fundar
a primeira biblioteca infantil do Rio de Janeiro no ano de 1934. Escreveu
várias obras na área de literatura infantil como, por exemplo, “O cavalinho
branco”, “Colar de Carolina”, “Sonhos de menina”, “O menino azul”, entre
outros. Estes poemas infantis são marcados pela musicalidade (uma das
principais características de sua poesia).
• O marido suicidou-se em 1936, após vários anos de sofrimento por
depressão. O novo casamento de Cecília aconteceu somente em
1940, quando conheceu o engenheiro agrônomo Heitor Vinícius da
Silveira.
• No ano de 1939, Cecília publicou o livro Viagem. A beleza das poesias
trouxe-lhe um grande reconhecimento dos leitores e também dos
acadêmicos da área de literatura. Com este livro, ganhou o Prêmio
Poema A Bailarina
• Esta menina
• tão pequenina
• quer ser bailarina.
• Não conhece nem dó nem ré
• mas sabe ficar na ponta do pé.
• Não conhece nem mi nem fá
• Mas inclina o corpo para cá e
para lá.
• Não conhece nem lá nem si,
• mas fecha os olhos e sorri.
• Roda, roda, roda, com os
bracinhos no ar
• e não fica tonta nem sai do
lugar.
• Põe no cabelo uma estrela e
um véu
• e diz que caiu do céu
• Esta menina
• tão pequenina
• quer ser bailarina.
• Mas depois esquece todas as
danças,
• e também quer dormir como
as outras crianças
Biografia 4º B
Biografia
• Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, que adotou o pseudônimo de Cora Coralina, era filha de
Francisco Paula Lins Guimarães Peixoto, desembargador nomeado por D. Pedro II, e de dona Jacinta
Luiza do Couto Brandão. Ela nasceu e foi criada às margens do rio Vermelho, em casa comprada por
sua família no século XIX, quando seu avô ainda era uma criança. Estima-se que essa casa foi
construída em meados do século XVIII, tendo sido uma das primeiras edificações da antiga Vila Boa
de Goiás. Começou a escrever os seus primeiros textos aos 14 anos, publicando-os nos jornais da
cidade de Goiás, e nos jornais de outras cidades, como constitui exemplo o semanário "Folha do
Sul" da cidade goiana de Bela Vista - desde a sua fundação a 20 de janeiro de 1905 -, e nos
periódicos de outros rincões, assim a revista A Informação Goiana do Rio de Janeiro, que começou
a ser editada a 15 de julho de 1917, apesar da pouca escolaridade, uma vez que cursou somente as
primeiras quatro séries, com a Mestra Silvina. Melhor, Mestre-Escola Silvina Erme linda Xavier de
Brito (1835 - 1920). Conforme Assis Brasil, na sua antologia "A Poesia Goiana no Século XX", Rio de
Janeiro: IMAGO Editora, 1997, página 66, "a mais recuada indicação que se tem de sua vida literária
data de 1907, através do semanário 'A Rosa', dirigido por ela própria e mais Lerdearia de
Jesus, Rosa Godinho e Alice Santana." Todavia, constam trabalhos seus nos periódicos goianos
antes dessa data. É o caso da crônica "A Tua Volta", dedicada 'Ao Luiz do Couto, o querido poeta
gentil das mulheres goianas', estampada no referido semanário "Folha do Sul", da cidade de Bela
Vista, ano 2, n. 64, p. 1, 10 de maio de 1906.
• Ao tempo em que publica essa crônica, ou um pouco antes, Cora Coralina começa a frequentar as
tertúlias do "Clube Literário Goiano", situado em um dos salões do sobrado de dona Virgínia da Luz
Vieira. Que lhe inspira o poema evocativo "Velho Sobrado". Quando começa então a redigir para o
jornal literário "A Rosa" (1907). Publicou, nessa fase, em 1910, o conto Tragédia na Roça.
• Em 1911, fugiu para o estado de São Paulo com o advogado Cantídio Tolentino de Figueiredo
Bretas, que exercia o cargo de Chefe de Polícia, equivalente ao de secretário da Segurança, do
governo do presidente Urbano Coelho de Gouvêa - 1909 - 1912, onde viveu durante 45
anos, inicialmente nos municípios de Avaré e Jaboticabal onde nasceram seus seis filhos:
Paraguaçu, Eneas, Cantídio, Jacintha, Ísis e Vicência. Ísis e Eneas morreram logo depois de nascer.
Em (1924), mudou para São Paulo. Ao chegar à capital, teve de permanecer algumas semanas
trancada num hotel em frente à Estação da Luz, uma vez que os revolucionários de 1924 haviam
parado a cidade.
• Em 1930, presenciou a chegada de Getúlio Vargas à esquina da rua Direita com a Praça do Patriarca.
Seu filho Cantídio participou da Revolução Constitucionalista de 1932.
• Com a morte do marido, passou a vender livros. Posteriormente, mudou-se para Penápolis, no
interior do estado, onde passou a produzir e vender linguiça caseira e banha de porco. Mudou-se
em seguida para Andradina, até que, em 1956, retornou para Goiás.
• Ao completar 50 anos, a poetisa relata ter passado por uma profunda transformação interior, a qual
definiria mais tarde como "a perda do medo". Nessa fase, deixou de atender pelo nome de batismo
e assumiu o pseudônimo que escolhera para si muitos anos atrás. Durante esses anos, Cora não
deixou de escrever poemas relacionados com a sua história pessoal, com a cidade em que nascera
e com ambiente em que fora criada. Ela chegou ainda a gravar um LP declamando algumas de suas
poesias. Lançado pela gravadora Paulinas Comep, o disco ainda pode ser encontrado hoje em
formato CD. Cora Coralina faleceu em Goiânia, de pneumonia. A sua casa na Cidade de Goiás foi
transformada num museu em homenagem à sua história de vida e produção literária.
Poema Se Temos de Esperar
• Mãe
• Renovadora e reveladora do mundo
• A humanidade se renova no teu ventre.
• Cria teus filhos,
• não os entregues à creche.
• Creche é fria, impessoal.
• Nunca será um lar
• para teu filho.
• Ele, pequenino, precisa de ti.
• Não o desligues da tua força maternal.
• Que pretendes, mulher?
• Independência, igualdade de condições...
• que procuras imitar.
• Tens o dom divino
• de ser mãe
• Em ti está presente a humanidade.
» que procuras imitar.
• Tens o dom divino
• de ser mãe
• Em ti está presente a humanidade.
• Mulher, não te deixes castrar.
• Serás um animal somente de prazer
• e às vezes nem mais isso.
• Frígida, bloqueada, teu orgulho te faz calar.
• Tumultuada, fingindo ser o que não és.
• Roendo o teu osso negro da amargura
• Mulher, não te deixes castrar.
• Serás um animal somente de prazer
• e às vezes nem mais isso.
• Frígida, bloqueada, teu orgulho te faz calar.
• Tumultuada, fingindo ser o que não és.
• Roendo o teu osso negro da amargura
Biografia 4º B
Biografia
• Gonçalves Dias (1823-1864) foi poeta e teatrólogo brasileiro. É lembrado como o grande poeta indianista da
geração romântica. Deu romantismo ao tema índio e uma feição nacional à sua literatura. É lembrado como um
dos melhores poetas líricos da literatura brasileira. É Patrono da cadeira nº 15 da Academia Brasileira de Letras.
• Gonçalves Dias (1823-1864) nasceu nos arredores de Caxias, no Maranhão, no dia 10 de agosto de 1823. Filho de
um comerciante português e uma mestiça. Iniciou seus estudos no Maranhão e ainda jovem viaja para Portugal.
Em 1838 ingressa no Colégio das Artes em Coimbra, onde conclui o curso secundário. Em 1840 ingressa na
Universidade de Direito de Coimbra, onde tem contato com escritores do romantismo português, entre
eles, Almeida Garret, Alexandre Herculano e Feliciano de Castilho. Ainda em Coimbra, em 1843, escreve seu
famoso poema "Canção do Exílio", onde expressa o sentimento da solidão e do exílio.
• Gonçalves Dias volta ao Maranhão em 1845, depois de formado em Direito. Ocupa vários cargos no governo
imperial e realiza diversas viagens à Europa. Vai para o Rio de Janeiro em 1846 e em 1847 publica o livro
"Primeiros Cantos", que recebe elogios de Alexandre Herculano, poeta romântico português. Ao apresentar o
livro, Gonçalves Dias confessa: "Dei o nome Primeiros Cantos às poesias que agora publico, porque espero que
não sejam as últimas". Em 1848 publica o livro "Segundos Cantos".
• Em 1849, é nomeado professor de Latim e História do Brasil no Colégio Pedro II. Durante esse período escreve
para várias publicações, entre elas, o Jornal do Comércio, a Gazeta Mercantil e para o Correio da Tarde. Fundou a
Revista Literária Guanabara.
• Gonçalves Dias publica em 1851 o livro "Últimos Cantos". Regressa
ao Maranhão, e conhece Ana Amélia Ferreira do Vale, por quem se
apaixona. Por ele ser mestiço, a família dela proíbe o casamento.
Mais tarde casa-se com Olímpia da Costa.
• Gonçalves Dias exerceu o cargo de oficial da Secretaria de Negócios
Estrangeiros, foi várias vezes à Europa e em 1854, em
Portugal, encontra-se com Ana Amélia, já casada. Esse encontro
inspira o poeta a escrever o poema "Ainda Uma Vez — Adeus!".
• Em 1862, Antônio Gonçalves Dias vai à Europa para tratamento de
saúde. Sem resultados embarca de volta no dia 10 de setembro de
1864. No dia 3 de novembro o navio francês Ville de Boulogne em
que estava, naufraga perto do Farol de Itacolomi, na costa do
Maranhão, onde o poeta falece.
Poema “canção do exílio”
• "Minha terra tem palmeiras,
• Onde canta o Sabiá;
• As aves que aqui gorjeiam,
• Não gorjeiam como lá.
• Nosso céu tem mais estrelas,
• Nossas várzeas têm mais flores,
• Nossas flores têm mais vida,
• Nossa vida mais amores.
• Em cismar, sozinho, à noite,
• Mais prazer encontro eu lá;
• Minha terra tem palmeiras,
• Onde canta o Sabiá.
• Minha terra tem primores,
• Que tais não encontro eu cá;
• Em cismar - sozinho, à noite -
• Mais prazer encontro eu lá;
• Minha terra tem palmeiras,
• Onde canta o Sabiá.
• Não permita Deus que eu morra
• Sem que eu volte para lá;
• Sem que desfrute os primores
• Que não encontro por cá;
• Sem qu'inda aviste as palmeiras,
• Onde canta o Sabiá."
Biografia 4º B
Biografia
• Casimiro José Marque de Abreu foi um
importante poeta brasileiro da Segunda
Geração Romântica. Nasceu na cidade de
Barra de São João, atual Casimirana (Rio de
Janeiro) em 1837.
• Em 1853, foi morar, junto com o pai, em
Portugal, país onde escreveu grande parte de
sua obra.
• Autor de “Primaveras”, coleção de poesias de
caráter melancólico e sentimental. Utilizava
uma grande simplicidade na forma de
escrever, aliada a um sentimento exagerado e
apaixonado. Suas poesias tratavam de temas
relacionados à sua vida, à casa do pai, ao
amor e á saudade da terra natal.
• Tuberculoso, morreu com apenas 23 anos, em
1860, numa fazenda nos arredores da cidade
onde nasceu. Suas poesias fazem sucesso até
hoje, principalmente, no Brasil e Portugal.
Poema Meus Oito Anos
• Oh ! que saudades que eu tenho
• Da aurora da minha vida,
• Da minha infância querida
• Que os anos não trazem mais !
• Que amor, que sonhos, que flores,
• Naquelas tardes fagueiras
• À sombra das bananeiras,
• Debaixo dos laranjais !
• Como são belos os dias
• Do despontar da existência !
• - Respira a alma inocência
• Como perfumes a flor;
• O mar é – lago sereno,
• O céu – um manto azulado,
• O mundo – um sonho dourado,
• A vida – um hino d’amor !
• Que auroras, que sol, que vida,
• Que noites de melodia
• Naquela doce alegria,
• Naquele ingênuo folgar !
• O céu bordado d’estrelas,
• A terra de aromas cheia,
• As ondas beijando a areia
• E a lua beijando o mar !
• Oh ! dias de minha infância !
• Oh ! meu céu de primavera !
• Que doce a vida não era
• Nessa risonha manhã !
• Em vez de mágoas de agora,
• Eu tinha nessas delícias
• De minha mãe as carícias
• E beijos de minha irmã !
• Livre filho das montanhas,
• Eu ia bem satisfeito,
• De camisa aberta ao peito,
• - Pés descalços, braços nus -
• Correndo pelas campinas
• À roda das cachoeiras,
• Atrás das asas ligeiras
• Das borboletas azuis !
• Naqueles tempos ditosos
• Ia colher as pitangas,
• Trepava a tirar as mangas,
• Brincava à beira do mar;
• Rezava às Ave-Marias,
• Achava o céu sempre lindo,
• Adormecia sorrindo,
• E despertava a cantar !
Biografia 4º B
Biografia
• Pedimos a 25 convidados —
escritores, críticos, professores, jornalistas — que
escolhessem os poemas mais significativos de
João Cabral de Melo Neto. Cada participante
poderia indicar entre um e dez poemas. Poeta e
diplomata, João Cabral de Melo Neto inaugurou
uma nova forma de fazer poesia no Brasil. Guiado
pelo raciocínio e avesso a confessionalismos sua
obra é caracterizada pelo rigor estético e pelo uso
de rimas toantes. Nasceu em 9 de janeiro de
1920, Recife, Pernambuco
Divide com Carlos Drummond de Andrade e
Manuel Bandeira o título de maior poeta
brasileiro pós-1940. Os poemas citados pelos
participantes convidados fazem parte do livro
“João Cabral de Melo Neto, Obra
Completa”, editora Nova Aguilar, publicado em
1999. Eis a lista baseada no número de citações
obtidas. Por motivo de direitos autorais, foram
publicados apenas trechos dos poemas. A
fotografia que ilustra a seleção é de Oscar
Cabral. Nasceu em 9 de outubro de 1999
Poema Tecendo a Manhã
• Um galo sozinho não tece uma
manhã:
• ele precisará sempre de outros galos.
• De um que apanhe esse grito que ele
• e o lance a outro; de um outro galo
• que apanhe o grito de um galo antes
• e o lance a outro; e de outros galos
• que com muitos outros galos se
cruzem
• os fios de sol de seus gritos de galo,
• para que a manhã, desde uma teia
tênue,
• se vá tecendo, entre todos os galos.
• E se encorpando em tela, entre
todos,
• se erguendo tenda, onde entrem
todos,
• se entretendendo para todos, no
toldo
• (a manhã) que plana livre de
armação.
• A manhã, toldo de um tecido tão
aéreo
• que, tecido, se eleva por si: luz balão
.

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Biografia 4º B

  • 3. Biografia Foi o primeiro dos seis filhos de Florduardo Pinto Rosa ("Flor") e de Francisca Guimarães Rosa ("Chiquitita"). Começou ainda criança a estudar diversos idiomas, iniciando pelo francês quando ainda não tinha 7 anos, como se pode verificar neste trecho de entrevista concedido a uma prima, anos mais tarde: “ Eu falo: português, alemão, francês, inglês, espanhol, italiano, esperanto, um pouco de russo; leio: sueco, holandês, latim e grego (mas com o dicionário agarrado); entendo alguns dialetos alemães; estudei a gramática: do húngaro, do árabe, do sânscrito, do lituano, do polonês, do tupi, do hebraico, do japonês, do checo, do finlandês, do dinamarquês; bisbilhotei um pouco a respeito de outras. Mas tudo mal. E acho que estudar o espírito e o mecanismo de outras línguas ajuda muito à compreensão mais profunda do idioma nacional. Principalmente, porém, estudando-se por divertimento, gosto e distração. ”
  • 4. • Ainda pequeno, mudou-se para a casa dos avós, em Belo Horizonte, onde concluiu o curso primário. Iniciou o curso secundário no Colégio Santo Antônio, em São João del-Rei, mas logo retornou a Belo Horizonte, onde se formou. Em 1925, matriculou-se na então "Faculdade de Medicina da Universidade de Minas Gerais", com apenas 16 anos2 . Em 27 de junho de 1930, casou-se com Lígia Cabral Pena, de apenas 16 anos, com quem teve duas filhas: Vilma e Agnes. Ainda nesse ano se formou e passou a exercer a profissão em Itaguara, então município de Itaúna (MG), onde permaneceu cerca de dois anos. Foi nessa localidade que passou a ter contato com os elementos do sertão que serviram de referência e inspiração a sua obra3 . De volta de Itaguara, Guimarães Rosa serviu como médico voluntário da Força Pública (atual Polícia Militar), durante a Revolução Constitucionalista de 1932, indo para o setor do Túnel em Passa-Quatro (MG) onde tomou contato com o futuro presidente Juscelino Kubitschek, naquela ocasião o médico-chefe do Hospital de Sangue. Posteriormente, entrou para o quadro da Força Pública, por concurso. Em 1933, foi para Barbacena na qualidade de Oficial Médico do 9º Batalhão de Infantaria. Aprovado em concurso para o Itamaraty, passou alguns anos de sua vida como diplomata na Europa e na América Latina1 . No início da carreira diplomática, exerceu, como primeira função no exterior, o cargo de Cônsul-adjunto do Brasil em Hamburgo, na Alemanha, de 1938 a 1942. No contexto da Segunda Guerra Mundial, para auxiliar judeus a fugir para o Brasil, emitiu, ao lado da segunda esposa, Aracy de Carvalho Guimarães Rosa, mais vistos do que as cotas legalmente estipuladas, tendo, por essa ação humanitária e de coragem, ganhado, no pós-Guerra, o reconhecimento do Estado de Israel. Aracy é a única mulher homenageada no Jardim dos Justos entre as Nações, no Yad Vashem que é o memorial oficial de Israel para lembrar as vitimas judaicas do Holocausto.
  • 5. • No Brasil, em sua segunda candidatura para a Academia Brasileira de Letras, foi eleito por unanimidade (1963). Temendo ser tomado por uma forte emoção, adiou a cerimônia de posse por quatro anos. Em seu discurso, quando enfim decidiu assumir a cadeira da Academia, em 1967, chegou a afirmar, em tom de despedida, como se soubesse o que se passaria ao entardecer do domingo seguinte: "…a gente morre é para provar que viveu."4 Faleceu três dias mais tarde na cidade do Rio de Janeiro, em 19 de novembro. Se o laudo médico atestou um infarto, sua morte permanece um mistério inexplicável, sobretudo por estar previamente anunciada em sua obra mais marcante — Grande Sertão: Veredas —, romance qualificado por Rosa como uma "autobiografia irracional"3 . Talvez a explicação esteja na própria travessia simbólica do rio e do sertão de Riobaldo, ou no amor inexplicável por Diadorim, maravilhoso demais e terrível demais, beleza e medo ao mesmo tempo, ser e não-ser, verdade e mentira. Diadorim-Mediador, a alma que se perde na consumação do pacto com a linguagem e a poesia. Riobaldo (Rosa-IO-bardo), o poeta-guerreiro que, em estado de transe, dá à luz obras-primas da literatura universal. Biografia e ficção se fundem e se confundem nas páginas enigmáticas de João Guimarães Rosa, desaparecido prematuramente aos 59 anos de idade, no ápice de sua carreira literária e diplomática • No Brasil, em sua segunda candidatura para a Academia Brasileira de Letras, foi eleito por unanimidade (1963). Temendo ser tomado por uma forte emoção, adiou a cerimônia de posse por quatro anos. Em seu discurso, quando enfim decidiu assumir a cadeira da Academia, em 1967, chegou a afirmar, em tom de despedida, como se soubesse o que se passaria ao entardecer do domingo seguinte: "…a gente morre é para provar que viveu."4 Faleceu três dias mais tarde na cidade do Rio de Janeiro, em 19 de novembro. Se o laudo médico atestou um infarto, sua morte permanece um mistério inexplicável, sobretudo por estar previamente anunciada em sua obra mais marcante — Grande Sertão: Veredas —, romance qualificado por Rosa como uma "autobiografia irracional"3 . Talvez a explicação esteja na própria travessia simbólica do rio e do sertão de Riobaldo, ou no amor inexplicável por Diadorim, maravilhoso demais e terrível demais, beleza e medo ao mesmo tempo, ser e não-ser, verdade e mentira. Diadorim-Mediador, a alma que se perde na consumação do pacto com a linguagem e a poesia. Riobaldo (Rosa-IO-bardo), o poeta-guerreiro que, em estado de transe, dá à luz obras-primas da literatura universal. Biografia e ficção se fundem e se confundem nas páginas enigmáticas de João Guimarães Rosa, desaparecido prematuramente aos 59 anos de idade, no ápice de sua carreira literária e diplomática
  • 6. Poema quando escrevo • Quando escrevo, repito o que já vivi antes. E para estas duas vidas, um léxico só não é suficiente. Em outras palavras, gostaria de ser um crocodilo vivendo no rio São Francisco. • Gostaria de ser um crocodilo porque amo os grandes rios, pois são profundos como a alma de um homem. Na superfície são muito vivazes e claros, mas nas profundezas são tranqüilos e escuros como o sofrimento dos homens.
  • 8. • Antônio Frederico de Castro Alves foi um importante poeta brasileiro do século XIX. Nasceu na cidade de Curralinho (Bahia) em 14 de março de 1847. • No período em que viveu (1847-1871), ainda existia a escravidão no Brasil. O jovem baiano, simpático e gentil, apesar de possuir gosto sofisticado para roupas e de levar uma vida relativamente confortável, foi capaz de compreender as dificuldades dos negros escravizados. • Manifestou toda sua sensibilidade escrevendo versos de protesto contra a situação a qual os negros eram submetidos. Este seu estilo contestador o tornou conhecido como o “Poeta dos Escravos”. • Aos 21 anos de idade, mostrou toda sua coragem ao recitar, durante uma comemoração cívica, o “Navio Negreiro”. A contra gosto, os fazendeiros ouviram- no clamar versos que denunciavam os maus tratos aos quais os negros eram submetidos. • . Biografia
  • 9. • Além de poesia de caráter social, este grande escritor também escreveu versos líricos-amorosos, de acordo com o estilo de Vítor Hugo. Pode-se dizer que Castro Alves foi um poeta de transição entre o Romantismo e o Parnasianismo. • Este notável escritor morreu ainda jovem, antes mesmo de terminar o curso de Direito que iniciara, pois, vinha sofrendo de tuberculose desde os seus 16 anos. • • Apesar de ter vivido tão pouco, este artista notável deixou livros e poemas significativos
  • 10. Poema Laço de Fita • Não sabes, criança? 'Stou louco de amores... Prendi meus afetos, formosa Pepita. Mas onde? No templo, no espaço, nas névoas?! Não rias, prendi-me Num laço de fita. Na selva sombria de tuas madeixas, Nos negros cabelos da moça bonita, Fingindo a serpente qu'enlaça a folhagem, Formoso enroscava-se O laço de fita. Meu ser, que voava nas luzes da festa, Qual pássaro bravo, que os ares agita, Eu vi de repente cativo, submisso Rolar prisioneiro Num laço de fita. E agora enleada na tênue cadeia Debalde minh'alma se embate, se irrita... O braço, que rompe cadeias de ferro, Não quebra teus elos, Ó laço de fita! • Meu Deusl As falenas têm asas de opala, Os astros se libram na plaga infinita. Os anjos repousam nas penas brilhantes... Mas tu... tens por asas Um laço de fita. • Há pouco voavas na célere valsa, Na valsa que anseia, que estua e palpita. Por que é que tremeste? Não eram meus lábios... Beijava-te apenas... Teu laço de fita. Mas ai! findo o baile, despindo os adornos N'alcova onde a vela ciosa... crepita, Talvez da cadeia libertes as tranças Mas eu... fico preso No laço de fita. Pois bem! Quando um dia na sombra do vale Abrirem-me a cova... formosa Pepital Ao menos arranca meus louros da fronte, E dá-me por c'roa... Teu laço de fita.
  • 12. Biografia • Este notável poeta do modernismo brasileiro nasceu em Recife, Pernambuco, no ano de 1886. Teve seu talento evidenciado desde cedo quando já se destacava nos estudos. • Durante o período em que cursava a Faculdade Politécnica em São Paulo, Bandeira precisou deixar os estudos para ir à Suíça na busca de tratamento para sua tuberculose. Após sua recuperação, ele retornou ao Brasil e publicou seu primeiro livro de versos, Cinza das Horas, no ano de 1917; porém, devido à influência simbolista, esta obra não teve grande destaque. • Dois anos mais tarde este talentoso escritor agradou muito ao escrever Carnaval, onde já mostrava suas tendências modernistas. Posteriormente, participou da Semana de Arte Moderna de 1922, descartando de vez o lirismo bem comportado. Passou a abordar temas com mais encanto, sendo que muitos deles tinham foco nas recordações de infância. • Além de poeta, Manuel Bandeira exerceu também outras atividades: jornalista, redator de crônicas, tradutor, integrante da Academia Brasileira de Letras e também professor de História da Literatura no Colégio Pedro II e de Literatura Hispano-Americana na faculdade do Brasil, Rio de Janeiro. • Este, que foi um dos nomes mais importantes do modernismo no Brasil, faleceu no ano 1968.
  • 13. • Suas obras: • POESIA: Poesias, reunindo A cinza das horas, Carnaval, O ritmo dissoluto (1924), Libertinagem (1930), Estrela da manhã (1936), Poesias escolhidas (1937), Poesias completas, reunindo as obras anteriores e mais Lira dos cinqüenta anos (1940), Poesias completas, 4a edição, acrescida de Belo belo (1948), Poesias completas, 6a edição, acrescida de Opus 10 (1954), Poemas traduzidos (1945), Mafuá do malungo, versos de circunstância (1948), Obras poéticas (1956), 50 Poemas escolhidos pelo autor (1955), Alumbramentos (1960), Estrela da tarde (1960). • PROSA: Crônicas da província do Brasil (1936), Guia de Ouro Preto (1938), Noções de história das literaturas (1940), Autoria das Cartas chilenas, separata da Revista do Brasil (1940), Apresentação da poesia brasileira (1946), Literatura hispano-americana (1949), Gonçalves Dias, biografia (1952), Itinerário de Pasárgada (1954), De poetas e de poesia (1954), A flauta de papel (1957), Prosa, reunindo obras anteriores e mais Ensaios literários, Crítica de Artes e Epistolário (1958), Andorinha, andorinha, crônicas (1966), Os reis vagabundos e mais 50 crônicas (1966), Colóquio unilateralmente sentimental, crônica (1968). • ANTOLOGIAS: Antologia dos poetas brasileiros da fase romântica (1937), Antologia dos poetas brasileiros da fase parnasiana (1938), Antologia dos poetas brasileiros bissextos contemporâneos (1946). Organizou os Sonetos completos e Poemas escolhidos de Antero de Quental, as Obras poéticas de Gonçalves Dias (1944), as Rimas de José Albano (1948) e, de Mário de Andrade, Cartas a Manuel Bandeira (1958
  • 14. Poema Café com Pão (Trem de Ferro) Café com pão Café com pão Café com pão Virgem Maria que foi isto maquinista? Agora sim Café com pão Agora sim Café com pão Voa, fumaçaOô… Quando me prendero No canaviá Cada pé de cana Era um oficia Ôo… Menina bonita Do vestido verde Me dá tua boca Pra matá minha sede Ôo… Vou mimbora voou mimbora Não gosto daqui Nasci no sertão Sou de Ouricuri Ôo… Vou depressa Vou correndo Vou na toda Que só levo Pouca gente Pouca gente Pouca gente… Corre, cerca Ai seu foguista Bota fogo Na fornalha Que eu preciso Muita força Muita força Muita força Oô.. Foge, bicho Foge, povo Passa ponte Passa poste Passa pasto Passa boi Passa boiada Passa galho De ingazeira Debruçada Que vontade De cantar!
  • 16. • Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho nasceu no Recife no dia 19 de abril de 1886, na Rua da Ventura, atual Joaquim Nabuco, filho de Manuel Carneiro de Souza Bandeira e Francelina Ribeiro de Souza Bandeira. Em 1890 a família se transfere para o Rio de Janeiro e a seguir para Santos - SP e, novamente, para o Rio de Janeiro. Passa dois verões em Petrópolis. • Em 1892 a família volta para Pernambuco. Manuel Bandeira freqüenta o colégio das irmãs Barros Barreto, na Rua da Soledade, e, como semi-interno, o de Virgínio Marques Carneiro Leão, na Rua da Matriz.
  • 17. • A família mais uma vez se muda do Recife para o Rio de Janeiro, em 1896, onde reside na Travessa Piauí, na Rua Senador Furtado e depois em Laranjeiras. Bandeira cursa o Externato do Ginásio Nacional (atual Colégio Pedro II). Tem como professores Silva Ramos, Carlos França, José Veríssimo e João Ribeiro. Entre seus colegas estão Sousa da Silveira e Antenor Nascentes.
  • 18. Poema Café com Pão (Trem de Ferro) • Café com pão • Café com pão • Café com pão • Virge Maria que foi isso maquinista? • Agora sim • Café com pão • Agora sim • Voa, fumaça • Corre, cerca • Ai seu foguista • Bota fogo • Na fornalha • Que eu preciso • Muita força • Muita força • Muita força • (trem de ferro, trem de ferro) • Oô... • Foge, bicho • Foge, povo • Passa ponte • Passa poste • Passa pasto • Passa boi • Passa boiada • Passa galho • Da ingazeira • Debruçada • No riacho • Que vontade • De cantar! • Oô... • (café com pão é muito bom)
  • 19. Biografia • Mário de Miranda Quintana (Alegrete, 30 de julho de 1906 — Porto Alegre, 5 de maio de 1994) foi um poeta, tradutor e jornalista brasileiro. • Mário Quintana fez as primeiras letras em sua cidade natal, mudando-se em 1919 para Porto Alegre, onde estudou no Colégio Militar, publicando ali suas primeiras produções literárias. Trabalhou para a Editora Globo e depois na farmácia paterna. Considerado o "poeta das coisas simples", com um estilo marcado pela ironia, pela profundidade e pela perfeição técnica, ele trabalhou como jornalista quase toda a sua vida. Traduziu mais de cento e trinta obras da literatura universal, entre elas Em Busca do Tempo Perdido de Marcel Proust, Mrs Dalloway de Virginia Woolf, e Palavras e Sangue, de Giovanni Papini.
  • 20. Em 1953, Quintana trabalhou no jornal Correio do Povo, como colunista da página de cultura, que saía aos sábados, e em 1977 saiu do jornal. Em 1940, ele lançou o seu primeiro livro de poesias, A Rua dos Cataventos, iniciando a sua carreira de poeta, escritor e autor infantil. Em 1966, foi publicada a sua Antologia Poética, com sessenta poemas, organizada por Rubem Braga e Paulo Mendes Campos, e lançada para comemorar seus sessenta anos de idade, sendo por esta razão o poeta saudado na Academia Brasileira de Letras por Augusto Meyer e Manuel Bandeira, que recita o poema Quintanares, de sua autoria, em homenagem ao colega gaúcho. No mesmo ano ganhou o Prêmio Fernando Chinaglia da União Brasileira de Escritores de melhor livro do ano. Em 1976, ao completar setenta anos, recebeu a medalha Negrinho do Pastoreio do governo do estado do Rio Grande do Sul. Em 1980 recebeu o prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto da obra.
  • 21. Poema Os degraus • Se tu me amas, ama-me baixinho • Não o grites de cima dos telhados • Deixa em paz os passarinhos • Deixa em paz a mim! • Se me queres, • enfim, • tem de ser bem devagarinho, Amada, • que a vida é breve, e o amor mais breve ainda.
  • 23. Biografia • Olavo Bilac (1865-1918) foi um poeta e jornalista brasileiro. Escreveu a letra do hino à Bandeira brasileira, em busca de palavras raras, rimas ricas e rigidez das regras da composição poética. • Olavo Bilac (1865-1918) nasceu no Rio de janeiro, no dia 16 de dezembro. Era filho do cirurgião militar, Brás Martins dos Guimarães e de Delfina Belmira Gomes de Paula. Estudou Medicina e Direito. Dedicou-se ao jornalismo e à poesia.
  • 24. • Colaborou em vários jornais e revistas como Gazeta de Notícias e Diário de Notícias. Exerceu o cargo de Secretário do Congresso Pan- Americano em Buenos Aires. Foi inspetor de instrução de escola pública e membro do Conselho Superior do Departamento Federal. Exerceu constante atividade nacionalista, realizando pregações cívicas em todo país sobre a obrigatoriedade do serviço militar. • Pertenceu à Escola Parnasiana Brasileira, sendo um dos seus principais poetas. Sua primeira obra foi "Poesias", publicada em 1888. Nela o poeta já estava identificado com as propostas do Parnasianismo. Sua poesia apresentava várias temáticas. Na linha tipicamente parnasiana, escreveu sobre temas greco-romanos. Fez várias descrições da natureza, indicando uma herança romântica. • Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac, morreu no Rio de Janeiro, • no dia 28 de dezembro de 1918.
  • 25. • Olha estas velhas árvores, mais belas • Do que as árvores novas: • Tanto mais belas quanto mais antigas, • Vencedoras da idade… • O homem, a fera, e o inseto, à sombra delas • Vivem, livres de fomes e fadigas; • E em seus galhos abrigam-se as cantigas • E os amores das aves tagarelas. Poema Velhas Arvores • Não choremos, amigo, a mocidade! • Envelheçamos rindo! envelheçamos • Como as árvores fortes envelhecem: • Na glória da alegria e da bondade, • Agasalhando os pássaros nos ramos, • Dando sombra e consolo aos que padecem!
  • 27. Biografia Oswald de Andrade (1890-1954) foi escritor brasileiro. Fundou, junto com Tarsila, o Movimento Antropófago. Foi uma das personalidades mais polêmicas do modernismo. Era militante político sendo idealizador dos principais manifestos modernistas. Ao lado da pintora Anita Malfatti, do escritor Mário de Andrade e de outros intelectuais, organizou a Semana de Arte Moderna de 1922 Oswald de Andrade (1890-1954) nasceu São Paulo, no dia 11 de janeiro de 1890. Filho único de José Oswald Nogueira de Andrade e Inês Henriqueta Inglês de Sousa Andrade. Formou-se em Direito pela Faculdade do Largo de São Francisco. De família rica, fez várias viagens à Europa, onde entra em contato com os movimentos de vanguarda. Estudou jornalismo literário e, em 1911 iniciou sua vida literária no jornal humorístico "O Pirralho" que ele mesmo fundou. O semanário que circulou até 1917, contava entre seus colaboradores, com o pintor Di Cavalcanti Em 1912, quando retornou de sua primeira viagem à Europa, adota as idéias futuristas e, desde então, tornou-se um dos principais vultos do modernismo. Em 1916 lança a primeira redação do romance "Memórias Sentimentais de João Miramar", romance que quebra toda a estrutura dos romances tradicionais, pois apresenta capítulos curtíssimos e semi-independentes, num misto de prosa e poesia, que no final da leitura formam um grande painel Além de ter sido o criador e principal divulgador da orientação "primitivista", com "O Pau-Brasil" e com a "Antropofagia", Oswald escreveu os textos mais crosivos da estética modernista. Sua participação ativa na Semana de 22, é seguida da sua segunda viagem à Europa. Em Paris, na Sorbonne, dá a conferência "O Esforço Intelectual do Brasil Contemporâneo".
  • 28. • Oswald de Andrade lança em 18 de março de 1924, um dos mais importantes manifestos do modernismo "Manifesto Pau-Brasil", publicado no Correio da Manhã. Explicando o nome do manifesto , o autor diz "Pensei em fazer uma poesia de exportação. Como o pau-brasil foi a primeira riqueza brasileira exportada, denominei o movimento Pau- Brasil". • Em 1925 Oswald de Andrade lança o livro de poemas "Pau-Brasil", em que põe em prática os princípios propostos no manifesto. O livro Pau-Brasil foi ilustrado por Tarsila do Amaral e apresenta uma literatura extremamente vinculada à realidade brasileira, a partir de uma redescoberta do Brasil. • Em 1926 casa-se com a pintora Tarsila do Amaral. Dois anos depois, radicalizando o movimento nativista, o seu "Manifesto Antropofágico" propõe que o Brasil devore a cultura estrangeira e crie uma cultura revolucionária própria. Nessa época, rompe com Mário de Andrade, separa-se de Tarsila do Amaral e casa-se com a escritora e militante política Patrícia Galvão, a Pagu. Em 1944, mais um casamento, com Maria Antonieta D'Aikmin, com quem permanece casado até o fim de sua vida. • José Oswald de Sousa Andrade morre em São Paulo, no dia 22 de outubro de 1954.
  • 29. Poema Quando O Português Chegou • Quando o português chegou • Debaixo de uma bruta chuva • Vestiu o índio • Que pena! • Fosse uma manhã de sol • O índio tinha despido • O português.
  • 31. Biografia • Marcus Vinícius da Cruz de Melo Moraes nasceu em 19 de Outubro de 1913, na cidade do Rio de Janeiro – RJ, e pertenceu à segunda geração do Modernismo no Brasil. Era filho de Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, funcionário da prefeitura, poeta, violonista amador, e de Lídia Cruz de Moraes, pianista também amadora. • Viveu toda a sua infância no Rio, tendo nascido no bairro da Gávea, aos três anos se mudou para Botafogo para morar com os avós e estudar na Escola Primaria Afrânio Peixoto. Foi também na sua infância que escreveu seus primeiros versos. Em 1924 entrou para o Colégio Santo Inácio, em Botafogo, onde cantava no coro da igreja e montava pecinhas de teatro. • Em 1929 concluiu o curso ginasial e a família retornou para a Gávea. Nesse mesmo ano ingressou na Faculdade de Direito do Catête e se formou em Direito em 1933, ano em que publicou “O Caminho para a Distância”, seu primeiro livro de poesia • Em 1935, recebeu o prêmio Filipe d’Oliveira pelo livro Em 1935, seu livro Forma e exegese. Em 1936, empregou-se como censor cinematográfico, representando o Ministério da Educação e Saúde. Dois anos depois, em 1938, ganhou bolsa do Conselho Britânico para estudar língua e literatura inglesas na Universidade de Oxford, e nesse ano publicou os Novos poemas. Com o inicio da Segunda Guerra Mundial, retornou ao Rio de Janeiro. • Nos anos seguintes publicou ainda muitos poemas e ficou conhecido como um dos poetas brasileiros que mais conseguiu traduzir em palavras o sentimento do amor, tornando-se assim um dos poetas mais populares da Literatura Brasileira. Atuou também no campo musical, fazendo parceria com cantores e compositores brasileiros, e por fim tornou-se também cronista. Produziu os sonetos mais conhecidos da Literatura Brasileira, e escreveu ainda alguns poemas infantis em meados de 1970. • Vinícius de Moraes Faleceu no Rio de Janeiro, no dia 09 de Setembro de 1980.
  • 32. • Em 1935, recebeu o prêmio Filipe d’Oliveira pelo livro Em 1935, seu livro Forma e exegese. Em 1936, empregou-se como censor cinematográfico, representando o Ministério da Educação e Saúde. Dois anos depois, em 1938, ganhou bolsa do Conselho Britânico para estudar língua e literatura inglesas na Universidade de Oxford, e nesse ano publicou os Novos poemas. Com o inicio da Segunda Guerra Mundial, retornou ao Rio de Janeiro. • Nos anos seguintes publicou ainda muitos poemas e ficou conhecido como um dos poetas brasileiros que mais conseguiu traduzir em palavras o sentimento do amor, tornando-se assim um dos poetas mais populares da Literatura Brasileira. Atuou também no campo musical, fazendo parceria com cantores e compositores brasileiros, e por fim tornou-se também cronista. Produziu os sonetos mais conhecidos da Literatura Brasileira, e escreveu ainda alguns poemas infantis em meados de 1970. • Vinícius de Moraes Faleceu no Rio de Janeiro, no dia 09 de Setembro de 1980.
  • 33. Poema Soneto do Amigo • Enfim, depois de tanto erro passado • Tantas retaliações, tanto perigo • Eis que ressurge noutro o velho amigo • Nunca perdido, sempre reencontrado. • É bom sentá-lo novamente ao lado • Com olhos que contêm o olhar antigo • Sempre comigo um pouco atribulado • E como sempre singular comigo. • Um bicho igual a mim, simples e humano • Sabendo se mover e comover • E a disfarçar com o meu próprio engano. • O amigo: um ser que a vida não explica • Que só se vai ao ver outro nascer • E o espelho de minha alma multiplica...
  • 35. Biografia • Fernando Pessoa • Fernando Pessoa (1888 - 1935) foi um poeta e escritor português, nascido em Lisboa. É considerado um dos maiores poetas da língua portuguesa e da literatura universal. • Aos seis anos de idade, Fernando Pessoa foi para a África do Sul, onde aprendeu perfeitamente o inglês, e das quatro obras que publicou em vida, três são em inglês. Durante sua vida, Fernando Pessoa trabalhou em vários lugares como correspondente de língua inglesa e francesa. Foi também empresário, editor, crítico literário, jornalista, comentador político, tradutor, inventor, astrólogo e publicitário, e ao mesmo tempo produzia suas obras em verso e prosa. • Como poeta, era conhecido por suas múltiplas personalidades, os heterónimos, que eram e são até hoje objeto da maior parte dos estudos sobre sua vida e sua obra. • Fernando Pessoa faleceu em Lisboa, com 47 anos anos de idade, vítima de uma cólica hepática causada por um cálculo biliar associado a cirrose hepática, um diagnóstico hoje é dia é contestado por diversos médicos. • Os principais heterônimos de Fernando Pessoa são:
  • 36. • - Alberto Caeiro, nascido em Lisboa, e era o mais objetivo dos heterônimos. Buscava o objetivismo absoluto, eliminando todos os vestígios da subjetividade. É o poeta que busca "as sensações das coisas tais como são". Opõe-se radicalmente ao intelectualismo, à abstração, à especulação metafísica e ao misticismo. É o menos "culto" dos heterônimos, o que menos conhece a Gramática e a Literatura. • - Ricardo Reis, nascido no Porto, representa a vertente clássica ou neoclássica da criação de Fernando Pessoa. Sua linguagem é contida, disciplinada. Seus versos são, geralmente, curtos. Apóia-se na mitologia greco-romana; é adepto do estoicismo e do epicurismo (saúde do corpo e da mente, equilíbrio, harmonia) para que se possa aproveitar a vida, porque a morte está à espreita. É um médico que se mudou para o Brasil. • - Álvaro de Campos, nascido no Porto, é o lado "moderno" de Fernando Pessoa, caracterizado por uma vontade de conquista, por um amor à civilização e ao progresso. Campos era um engenheiro inativo, inadaptado, com consciência crítica
  • 37. Poema Auto psicografia de Fernando Pessoa • O poeta é um fingidor. • Finge tão completamente • Que chega a fingir que é dor • A dor que deveras sente. • E os que leem o que escreve, • Na dor lida sentem bem, • Não as duas que ele teve, • Mas só a que eles não têm. • E assim nas calhas de roda • Gira, a entreter a razão, • Esse comboio de corda • Que se chama coração.
  • 39. Biografia • Clarice Lispector (Tchetchelnik Ucrânia 1925 - Rio de Janeiro RJ 1977) passou a infância em Recife e em 1937 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se formou em direito. Estreou na literatura ainda muito jovem com o romance Perto do Coração Selvagem (1943), que teve calorosa acolhida da crítica e recebeu o Prêmio Graça Aranha. • Em 1944, recém-casada com um diplomata, viajou para Nápoles, onde serviu num hospital durante os últimos meses da Segunda Guerra. Depois de uma longa estada na Suíça e Estados Unidos, voltou a morar no Rio de Janeiro. Entre suas obras mais importantes estão as reuniões de contos A Legião Estrangeira (1964) e Laços de Família (1972) e os romances A Paixão Segundo G.H. (1964) e A Hora da Estrela (1977).
  • 40. • Clarice Lispector começou a colaborar na imprensa em 1942 e, ao longo de toda a vida, nunca se desvinculou totalmente do jornalismo. Trabalhou na Agência Nacional e nos jornais A Noite e Diário da Noite. Foi colunista do Correio da Manhã e realizou diversas entrevistas para a revista Manchete. A autora também foi cronista do Jornal do Brasil. Produzidos entre 1967 e 1973, esses textos estão reunidos no volume A Descoberta do Mundo. • Escreve a crítica francesa Hélène Cixous: "Se Kafka fosse mulher. Se Rilke fosse uma brasileira judia nascida na Ucrânia. Se Rimbaud tivesse sido mãe, se tivesse chegado aos cinqüenta. (...). É nessa ambiência que Clarice Lispector escreve. Lá onde respiram as obras mais exigentes, ela avança. Lá, mais à frente, onde o filósofo perde fôlego, ela continua, mais longe ainda, mais longe do que todo o saber
  • 41. Poema O Sonho • Sonhe com o que você quiser. Vá para onde você queira ir. Seja o que você quer ser, porque você possui apenas uma vida e nela só temos uma chance de fazer aquilo que queremos. • Tenha felicidade bastante para fazê-la doce. Dificuldades para fazê-la forte. Tristeza para fazê-la humana. E esperança suficiente para fazê-la feli
  • 43. Biografia • Cora Coralina, pseudônimo de Ana Lins do Guimarães Peixoto Brêtas, 20/08/1889 — 10/04/1985, é a grande poetisa do Estado de Goiás. • Se achava mais doceira do que escritora. Considerava os doces cristalizados de caju, abóbora, figo e laranja, que encantavam os vizinhos e amigos, obras melhores do que os poemas escritos em folhas de caderno. Só em 1965, aos 75 anos, ela conseguiu realizar o sonho de publicar o primeiro livro, Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais. Ana Lins dos Guimarães Peixoto Brêtas viveu por muito tempo de sua produção de doces, até ficar conhecida como Cora Coralina, a primeira mulher a ganhar o Prêmio Juca Pato, em 1983, com o livro Vintém de Cobre – Meias Confissões de Aninha.
  • 44. • Nascida em Goiás, Cora tornou-se doceira para sustentar os quatro filhos depois que o marido, o advogado paulista Cantídio Brêtas, morreu, em 1934. “Mamãe foi uma mulher à frente do seu tempo”, diz a filha caçula, Vicência Brêtas Tahan, autora do livro biográfico Cora Coragem Cora Poesia. “Dona de uma mente aberta, sempre nos passou a lição de coragem e otimismo.” Aos 70 anos, decidiu aprender datilografia para preparar suas poesias e enviá-las aos editores. Cora, que começou a escrever poemas e contos aos 14 anos, cursou apenas até a terceira série do primário. Nos últimos anos de vida, quando sua obra foi reconhecida, participou de conferências, homenagens e programas de televisão, e não perdeu a doçura da alma de escritora e confeiteira.
  • 45. Poema Se Temos de Esperar • Se temos de esperar, • que seja para colher a semente boa • que lançamos hoje no solo da vida. • Se for para semear, • então que seja para produzir • milhões de sorrisos, • de solidariedade e amizade.
  • 47. Biografia Cecília Meireles é uma das grandes escritoras da literatura brasileira. Seus poemas encantam os leitores de todas as idades. Nasceu no dia 7 de novembro de 1901, na cidade do Rio de Janeiro e seu nome completo era Cecília Benevides de Carvalho Meireles. Sua infância foi marcada pela dor e solidão, pois perdeu a mãe com apenas três anos de idade e o pai não chegou a conhecer (morreu antes de seu nascimento). Foi criada pela avó Dona Jacinta. Por volta dos nove anos de idade, Cecília começou a escrever suas primeiras poesias. Formou-se professora (cursou a Escola Normal) e com apenas 18 anos de idade, no ano de 1919, publicou seu primeiro livro “Espectro” (vários poemas de caráter simbolista). Embora fosse o auge do Modernismo, a jovem poetisa foi fortemente influenciada pelo movimento literário simbolista.
  • 48. • No ano de 1922, Cecília casou-se com o pintor Fernando Correia Dias. Com ele, a escritora teve três filhas. • Sua formação como professora e interesse pela educação levou-a a fundar a primeira biblioteca infantil do Rio de Janeiro no ano de 1934. Escreveu várias obras na área de literatura infantil como, por exemplo, “O cavalinho branco”, “Colar de Carolina”, “Sonhos de menina”, “O menino azul”, entre outros. Estes poemas infantis são marcados pela musicalidade (uma das principais características de sua poesia). • O marido suicidou-se em 1936, após vários anos de sofrimento por depressão. O novo casamento de Cecília aconteceu somente em 1940, quando conheceu o engenheiro agrônomo Heitor Vinícius da Silveira. • No ano de 1939, Cecília publicou o livro Viagem. A beleza das poesias trouxe-lhe um grande reconhecimento dos leitores e também dos acadêmicos da área de literatura. Com este livro, ganhou o Prêmio
  • 49. Poema A Bailarina • Esta menina • tão pequenina • quer ser bailarina. • Não conhece nem dó nem ré • mas sabe ficar na ponta do pé. • Não conhece nem mi nem fá • Mas inclina o corpo para cá e para lá. • Não conhece nem lá nem si, • mas fecha os olhos e sorri. • Roda, roda, roda, com os bracinhos no ar • e não fica tonta nem sai do lugar. • Põe no cabelo uma estrela e um véu • e diz que caiu do céu • Esta menina • tão pequenina • quer ser bailarina. • Mas depois esquece todas as danças, • e também quer dormir como as outras crianças
  • 51. Biografia • Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, que adotou o pseudônimo de Cora Coralina, era filha de Francisco Paula Lins Guimarães Peixoto, desembargador nomeado por D. Pedro II, e de dona Jacinta Luiza do Couto Brandão. Ela nasceu e foi criada às margens do rio Vermelho, em casa comprada por sua família no século XIX, quando seu avô ainda era uma criança. Estima-se que essa casa foi construída em meados do século XVIII, tendo sido uma das primeiras edificações da antiga Vila Boa de Goiás. Começou a escrever os seus primeiros textos aos 14 anos, publicando-os nos jornais da cidade de Goiás, e nos jornais de outras cidades, como constitui exemplo o semanário "Folha do Sul" da cidade goiana de Bela Vista - desde a sua fundação a 20 de janeiro de 1905 -, e nos periódicos de outros rincões, assim a revista A Informação Goiana do Rio de Janeiro, que começou a ser editada a 15 de julho de 1917, apesar da pouca escolaridade, uma vez que cursou somente as primeiras quatro séries, com a Mestra Silvina. Melhor, Mestre-Escola Silvina Erme linda Xavier de Brito (1835 - 1920). Conforme Assis Brasil, na sua antologia "A Poesia Goiana no Século XX", Rio de Janeiro: IMAGO Editora, 1997, página 66, "a mais recuada indicação que se tem de sua vida literária data de 1907, através do semanário 'A Rosa', dirigido por ela própria e mais Lerdearia de Jesus, Rosa Godinho e Alice Santana." Todavia, constam trabalhos seus nos periódicos goianos antes dessa data. É o caso da crônica "A Tua Volta", dedicada 'Ao Luiz do Couto, o querido poeta gentil das mulheres goianas', estampada no referido semanário "Folha do Sul", da cidade de Bela Vista, ano 2, n. 64, p. 1, 10 de maio de 1906. • Ao tempo em que publica essa crônica, ou um pouco antes, Cora Coralina começa a frequentar as tertúlias do "Clube Literário Goiano", situado em um dos salões do sobrado de dona Virgínia da Luz Vieira. Que lhe inspira o poema evocativo "Velho Sobrado". Quando começa então a redigir para o jornal literário "A Rosa" (1907). Publicou, nessa fase, em 1910, o conto Tragédia na Roça.
  • 52. • Em 1911, fugiu para o estado de São Paulo com o advogado Cantídio Tolentino de Figueiredo Bretas, que exercia o cargo de Chefe de Polícia, equivalente ao de secretário da Segurança, do governo do presidente Urbano Coelho de Gouvêa - 1909 - 1912, onde viveu durante 45 anos, inicialmente nos municípios de Avaré e Jaboticabal onde nasceram seus seis filhos: Paraguaçu, Eneas, Cantídio, Jacintha, Ísis e Vicência. Ísis e Eneas morreram logo depois de nascer. Em (1924), mudou para São Paulo. Ao chegar à capital, teve de permanecer algumas semanas trancada num hotel em frente à Estação da Luz, uma vez que os revolucionários de 1924 haviam parado a cidade. • Em 1930, presenciou a chegada de Getúlio Vargas à esquina da rua Direita com a Praça do Patriarca. Seu filho Cantídio participou da Revolução Constitucionalista de 1932. • Com a morte do marido, passou a vender livros. Posteriormente, mudou-se para Penápolis, no interior do estado, onde passou a produzir e vender linguiça caseira e banha de porco. Mudou-se em seguida para Andradina, até que, em 1956, retornou para Goiás. • Ao completar 50 anos, a poetisa relata ter passado por uma profunda transformação interior, a qual definiria mais tarde como "a perda do medo". Nessa fase, deixou de atender pelo nome de batismo e assumiu o pseudônimo que escolhera para si muitos anos atrás. Durante esses anos, Cora não deixou de escrever poemas relacionados com a sua história pessoal, com a cidade em que nascera e com ambiente em que fora criada. Ela chegou ainda a gravar um LP declamando algumas de suas poesias. Lançado pela gravadora Paulinas Comep, o disco ainda pode ser encontrado hoje em formato CD. Cora Coralina faleceu em Goiânia, de pneumonia. A sua casa na Cidade de Goiás foi transformada num museu em homenagem à sua história de vida e produção literária.
  • 53. Poema Se Temos de Esperar • Mãe • Renovadora e reveladora do mundo • A humanidade se renova no teu ventre. • Cria teus filhos, • não os entregues à creche. • Creche é fria, impessoal. • Nunca será um lar • para teu filho. • Ele, pequenino, precisa de ti. • Não o desligues da tua força maternal. • Que pretendes, mulher? • Independência, igualdade de condições... • que procuras imitar. • Tens o dom divino • de ser mãe • Em ti está presente a humanidade. » que procuras imitar. • Tens o dom divino • de ser mãe • Em ti está presente a humanidade. • Mulher, não te deixes castrar. • Serás um animal somente de prazer • e às vezes nem mais isso. • Frígida, bloqueada, teu orgulho te faz calar. • Tumultuada, fingindo ser o que não és. • Roendo o teu osso negro da amargura • Mulher, não te deixes castrar. • Serás um animal somente de prazer • e às vezes nem mais isso. • Frígida, bloqueada, teu orgulho te faz calar. • Tumultuada, fingindo ser o que não és. • Roendo o teu osso negro da amargura
  • 55. Biografia • Gonçalves Dias (1823-1864) foi poeta e teatrólogo brasileiro. É lembrado como o grande poeta indianista da geração romântica. Deu romantismo ao tema índio e uma feição nacional à sua literatura. É lembrado como um dos melhores poetas líricos da literatura brasileira. É Patrono da cadeira nº 15 da Academia Brasileira de Letras. • Gonçalves Dias (1823-1864) nasceu nos arredores de Caxias, no Maranhão, no dia 10 de agosto de 1823. Filho de um comerciante português e uma mestiça. Iniciou seus estudos no Maranhão e ainda jovem viaja para Portugal. Em 1838 ingressa no Colégio das Artes em Coimbra, onde conclui o curso secundário. Em 1840 ingressa na Universidade de Direito de Coimbra, onde tem contato com escritores do romantismo português, entre eles, Almeida Garret, Alexandre Herculano e Feliciano de Castilho. Ainda em Coimbra, em 1843, escreve seu famoso poema "Canção do Exílio", onde expressa o sentimento da solidão e do exílio. • Gonçalves Dias volta ao Maranhão em 1845, depois de formado em Direito. Ocupa vários cargos no governo imperial e realiza diversas viagens à Europa. Vai para o Rio de Janeiro em 1846 e em 1847 publica o livro "Primeiros Cantos", que recebe elogios de Alexandre Herculano, poeta romântico português. Ao apresentar o livro, Gonçalves Dias confessa: "Dei o nome Primeiros Cantos às poesias que agora publico, porque espero que não sejam as últimas". Em 1848 publica o livro "Segundos Cantos". • Em 1849, é nomeado professor de Latim e História do Brasil no Colégio Pedro II. Durante esse período escreve para várias publicações, entre elas, o Jornal do Comércio, a Gazeta Mercantil e para o Correio da Tarde. Fundou a Revista Literária Guanabara.
  • 56. • Gonçalves Dias publica em 1851 o livro "Últimos Cantos". Regressa ao Maranhão, e conhece Ana Amélia Ferreira do Vale, por quem se apaixona. Por ele ser mestiço, a família dela proíbe o casamento. Mais tarde casa-se com Olímpia da Costa. • Gonçalves Dias exerceu o cargo de oficial da Secretaria de Negócios Estrangeiros, foi várias vezes à Europa e em 1854, em Portugal, encontra-se com Ana Amélia, já casada. Esse encontro inspira o poeta a escrever o poema "Ainda Uma Vez — Adeus!". • Em 1862, Antônio Gonçalves Dias vai à Europa para tratamento de saúde. Sem resultados embarca de volta no dia 10 de setembro de 1864. No dia 3 de novembro o navio francês Ville de Boulogne em que estava, naufraga perto do Farol de Itacolomi, na costa do Maranhão, onde o poeta falece.
  • 57. Poema “canção do exílio” • "Minha terra tem palmeiras, • Onde canta o Sabiá; • As aves que aqui gorjeiam, • Não gorjeiam como lá. • Nosso céu tem mais estrelas, • Nossas várzeas têm mais flores, • Nossas flores têm mais vida, • Nossa vida mais amores. • Em cismar, sozinho, à noite, • Mais prazer encontro eu lá; • Minha terra tem palmeiras, • Onde canta o Sabiá. • Minha terra tem primores, • Que tais não encontro eu cá; • Em cismar - sozinho, à noite - • Mais prazer encontro eu lá; • Minha terra tem palmeiras, • Onde canta o Sabiá. • Não permita Deus que eu morra • Sem que eu volte para lá; • Sem que desfrute os primores • Que não encontro por cá; • Sem qu'inda aviste as palmeiras, • Onde canta o Sabiá."
  • 59. Biografia • Casimiro José Marque de Abreu foi um importante poeta brasileiro da Segunda Geração Romântica. Nasceu na cidade de Barra de São João, atual Casimirana (Rio de Janeiro) em 1837. • Em 1853, foi morar, junto com o pai, em Portugal, país onde escreveu grande parte de sua obra.
  • 60. • Autor de “Primaveras”, coleção de poesias de caráter melancólico e sentimental. Utilizava uma grande simplicidade na forma de escrever, aliada a um sentimento exagerado e apaixonado. Suas poesias tratavam de temas relacionados à sua vida, à casa do pai, ao amor e á saudade da terra natal. • Tuberculoso, morreu com apenas 23 anos, em 1860, numa fazenda nos arredores da cidade onde nasceu. Suas poesias fazem sucesso até hoje, principalmente, no Brasil e Portugal.
  • 61. Poema Meus Oito Anos • Oh ! que saudades que eu tenho • Da aurora da minha vida, • Da minha infância querida • Que os anos não trazem mais ! • Que amor, que sonhos, que flores, • Naquelas tardes fagueiras • À sombra das bananeiras, • Debaixo dos laranjais ! • Como são belos os dias • Do despontar da existência ! • - Respira a alma inocência • Como perfumes a flor; • O mar é – lago sereno, • O céu – um manto azulado, • O mundo – um sonho dourado, • A vida – um hino d’amor ! • Que auroras, que sol, que vida, • Que noites de melodia • Naquela doce alegria, • Naquele ingênuo folgar ! • O céu bordado d’estrelas, • A terra de aromas cheia, • As ondas beijando a areia • E a lua beijando o mar ! • Oh ! dias de minha infância ! • Oh ! meu céu de primavera ! • Que doce a vida não era • Nessa risonha manhã ! • Em vez de mágoas de agora, • Eu tinha nessas delícias • De minha mãe as carícias • E beijos de minha irmã ! • Livre filho das montanhas, • Eu ia bem satisfeito, • De camisa aberta ao peito, • - Pés descalços, braços nus - • Correndo pelas campinas • À roda das cachoeiras, • Atrás das asas ligeiras • Das borboletas azuis ! • Naqueles tempos ditosos • Ia colher as pitangas, • Trepava a tirar as mangas, • Brincava à beira do mar; • Rezava às Ave-Marias, • Achava o céu sempre lindo, • Adormecia sorrindo, • E despertava a cantar !
  • 63. Biografia • Pedimos a 25 convidados — escritores, críticos, professores, jornalistas — que escolhessem os poemas mais significativos de João Cabral de Melo Neto. Cada participante poderia indicar entre um e dez poemas. Poeta e diplomata, João Cabral de Melo Neto inaugurou uma nova forma de fazer poesia no Brasil. Guiado pelo raciocínio e avesso a confessionalismos sua obra é caracterizada pelo rigor estético e pelo uso de rimas toantes. Nasceu em 9 de janeiro de 1920, Recife, Pernambuco
  • 64. Divide com Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira o título de maior poeta brasileiro pós-1940. Os poemas citados pelos participantes convidados fazem parte do livro “João Cabral de Melo Neto, Obra Completa”, editora Nova Aguilar, publicado em 1999. Eis a lista baseada no número de citações obtidas. Por motivo de direitos autorais, foram publicados apenas trechos dos poemas. A fotografia que ilustra a seleção é de Oscar Cabral. Nasceu em 9 de outubro de 1999
  • 65. Poema Tecendo a Manhã • Um galo sozinho não tece uma manhã: • ele precisará sempre de outros galos. • De um que apanhe esse grito que ele • e o lance a outro; de um outro galo • que apanhe o grito de um galo antes • e o lance a outro; e de outros galos • que com muitos outros galos se cruzem • os fios de sol de seus gritos de galo, • para que a manhã, desde uma teia tênue, • se vá tecendo, entre todos os galos. • E se encorpando em tela, entre todos, • se erguendo tenda, onde entrem todos, • se entretendendo para todos, no toldo • (a manhã) que plana livre de armação. • A manhã, toldo de um tecido tão aéreo • que, tecido, se eleva por si: luz balão .