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3.7 – Fluxos Químicos e Dinâmica Geoquímica de Sistemas Lacustres
De entre os constituintes dos sedimentos, os nutrientes são os que desempenham um
papel mais importante em toda a dinâmica do meio. Nestes sistemas aquáticos, os
sedimentos são igualmente fontes potenciais de metais pesados. Não sendo
necessariamente fixados de forma permanente pelos sedimentos, podem ser reciclados via
agentes biológicos e químicos existentes no sistema sedimento - coluna de água.



Fontes dos elementos maiores, nutrientes e
metais pesados nos sedimentos e na massa de
água

 1. alteração química dos silicatos
    primários das formações
    litológicas enquadrantes e da
    superfície dos solos
 2. em bacias hidrográficas de zonas
    intensamente agrícolas 
    fertilizantes.
 3. Indústrias, zonas urbanas, etc.
Nutrientes
Na massa de água, para além dos
processos naturais de intemperismo
químico e físico dos minerais primários,
consideram-se dois principais tipos de
fontes de nutrientes: (1) fontes
endógenas, resultantes do
metabolismo interno do sistema
aquático e (2) fontes exógenas,
resultantes de actividades antrópicas
diversas.



                                           (1) Fontes endógenas
                                           Organismos aquáticos capazes de fixar azoto
                                           atmosférico  aumento deste elemento nas
                                           massas de água (em certas condições 
                                           elemento limitante). Em sistemas com elevado
                                           teor de biomassa e sedimentos orgânicos, o
                                           baixo teor de oxigénio e a existência de
                                           condições anaeróbias favorecem a libertação
                                           de fósforo para a coluna de água.
(2) Fontes exógenas

                                                                      Qualquer intervenção
                                                                      antrópica nas bacias,
                                                                      em particular a
                                                                      relacionada com o uso
                                                                      do solo, reflecte-se na
                                                                      qualidade das águas
                                                                      destes sistemas


 2 tipos de fontes exógenas de nutrientes :
 i) fontes pontuais (ou localizadas), que descarregam nos cursos de água em pontos
     bem definidos e cuja origem é também bem definida
 ii) fontes não pontuais (não localizadas), cuja origem e descargas não são localizadas e
     cujo impacto depende da intensidade dos factores de produção e distribuição sazonal
     da sua contribuição
Transporte de elementos maiores e nutrientes em lagos
                                                                         Rede de drenagem
Entrada de nutrientes a partir de fontes exógenas (pontuais e difusas)
                                                                         Directamente no lago


 Agentes erosivos actuam no terreno  Transporte dos materiais erodidos em direcção à
 rede de drenagem e desta em direcção às albufeiras, verificando-se uma progressiva
 diluição da carga total de nutrientes através da sua deposição em sedimentos e da sua
 diluição na água
                                     forma dissolvida


                   Transporte dos elementos químicos maiores


                                 forma particulada (90%)
(1) Elementos maiores/Nutrientes Particulados

                                                      1. Precipitação atinge a superfície
                                                      do solo  uma fracção da água
                                                      infiltra-se    e    outra   escoa
                                                      directamente para as linhas de
                                                      água. Parte da água que se infiltra
                                                      continua a percolação em direcção
                                                      a uma cota mais baixa e a outra
                                                      parte reage com uma zona menos
                                                      profunda do solo, logo abaixo da
                                                      superfície deste, antes de ser
                                                      escoada;


 2. Precipitação  remove partículas do solo e da capa de alteração das rochas e o
 escoamento leva algum do material erodido em direcção a cota mais baixa, havendo apenas
 uma fracção que deixa verdadeiramente o terreno, como sedimento.

                 remoção selectiva de                       sedimentos originados a
Erosão
                 partículas minerais da                     partir do escoamento são
Transporte       dimensão das argilas e de                  enriquecidos em
                 matéria orgânica                           nutrientes
                                             nutrientes
(2) Elementos Maiores/Nutrientes Dissolvidos

                                    Água + Superfície do solo



                                 Remoção dos nutrientes
                                 dissolvidos retidos nos poros
                                 Arraste de alguns dos nutrientes
                                 inorgânicos adsorvidos nas
                                 partículas do solo


                               Os efeitos das barragens nos
                               nutrientes, contribuem em geral
                               para a sua acumulação nas zonas
                               mais profundas.
                               Simultaneamente, um aumento
                               do consumo de oxigénio ocorre
                               nesta zona devido à oxidação
                               microbiológica da matéria
                               orgânica
Concentração média dos elementos maiores transportados pelos cursos de água, sob a
     forma particulada ou dissolvida e sua comparação com a composição das rochas
                                 superficiais e dos solos

                        Continentes                                Cursos de Água                           Razão entre a quantidade
                                                                                                            de material transportado
     Elementos   Concentração Concentração     Concentração Concentração           Carga em    Carga        Matéria em    Mat. Particula-
                 nas       rochas nos solos    do      material do      material   suspensão   dissolvida   suspensão     do/ (Mat. Parti-
                 superficiais         (mg/g)   particulado      dissolvido         (106 ton    (106 ton     (cursos de    culado+     Mat.
                     (mg/g)                         (mg/g)          (mg/g)         /ano)       /ano)        água/rocha)   Dissolvido)
     Al              69,3           71,0           94,0              0,05            1457          2           1,35            0,999
     Ca              45,0           35,0           21,5              13,40           333          501          0,48             0,40
     Fe              35,9           40,0           48,0              0,04            744          1,5          1,33            0,998
     K               24,4           14,0           20,0              1,30            310          49           0,82             0,86
     Mg              16,4            5,0           11,8              3,35            183          125          0,72             0,59
     Na              14,2            5,0            7,1              5,15            110          193          0,50             0,36
     Si              275,0          330,0          285,0             4,85            4418         181          1,04             0,96
     P               0,61            0,8           1,15              0,03             18          1,0          1,89             0,96




Material parental (rochas, solos)                       Material transportado pelas linhas de água

     • Enriquecimento em elementos menos solúveis (como o Al e Fe)
     • Empobrecimento em elementos solúveis (como o Na e Ca)
     • Enriquecimento em fósforo (devido a fenómenos biológicos e de poluição)
Solos, formações encaixantes                                 Albufeiras
                                  Transformações dos
                                  materiais removidos
                                      (troca iónica,
                                     fixações, etc. )




1. As formas particuladas podem ser depositadas ao longo da corrente durante
determinados períodos, durante os quais se tornam anóxicas, com consequentes
modificações na sua composição química
2. Após serem sujeitas a fenómenos de ressuspensão e reoxigenação, a química das
partículas é de novo alterada

A composição química dos sedimentos depositados no fundo das albufeiras,
embora possam ter algumas afinidades com as formações que lhe estão na
origem, apresentam modificações acentuadas
Casos de Estudo: Albufeiras Portuguesas (Alentejo)

                 Transformações Químicas                            Transformações Mineralógicas

           Forma do elemento nos solos/sedimentos (total, troca, solúvel)
           Mobilidade química

 1) Elementos Maiores                           Litologia das bacias de drenagem



   Solos das bacias de drenagem das albufeiras                                                Albufeiras
                  portuguesas
                    Barro                       Solo     Med.                                     Maranhão   Monte Novo
                              Solo       Med.   vermelho    e
                              pardo             amarelo
Horizontes         A+Bsup        A+Bsup             A+Bsup                         SiO2 (%)          58,12     54,16

SiO2 (%)             49,8         70,0               50,40                         Al2O3 (%)         15,89     19,66
Al2O3 (%)            22,4         15,2               17,72                         Fe2O3 (%)         6,48       7,6
Fe2O3 (%)            3,97          2,7               11,21                         MgO (%)           1,76       1,89
MgO (%)              3,32         0,95               1,99
                                                                                   CaO (%)           1,71       1,28
CaO (%)              6,27         1,05               6,70     Diminuição
                                                                                   Na2O (%)          0,75       0,78
Na2O (%)             2,34         3,40               4,35     Acentuada
K2O (%)              0,25         3,40               0,35                          K2O (%)           2,67       2,71



                        Elementos facilmente lixiviados                        Retidos na estrutura de compostos
                        Rapidamente solubilizados                              Permanecem em solução
                                                                 Água
2) Elementos Nutritivos


              Solos                                         Albufeiras




  Preferencialmente associados a
  partículas minerais e orgânicas de
  natureza coloidal                          Sedimentos com textura essencialmente silto-
                                                              argilosa


   Mais vulneráveis aos processos
              erosivos                         Aumento das formas totais / troca /
                                                solúveis dos elementos nutitivos




                   Erosão selectiva das partículas de menor dimensão
                             Transformações mineralógicas
 Aumento de minerais/estruturas interestratificadas com folhetos expansíveis
       Enriquecimento em matéria orgânica
       Condições redutoras que prevalecem no fundo


                                                              Aumento da superfície específica e de
                                                              carga por camada
        Aumento da solubilidade dos elementos
        Aumento da capacidade de retenção e
        troca de catiões
                                                                                              Fósforo total e disponível (Albufeiras Portuguesas)

                                                               10000
                                                                                            Maranhão
                                                                                                                     Monte Novo
                             Azoto Kjeldahl                                                                                                    Divor
                         Albufeiras Portuguesas                         1000
      0,50
      0,45                                        Divor
                  Maranhão         Monte Novo
                                                              Log ppm
                                                  Fevereiro
      0,40        Fevereiro        Fevereiro
                                                  1998                   100
      0,35        1990             1997

      0,30
(%)




      0,25                                                                 10
      0,20
      0,15
                                                                               1
      0,10
                                                                                            3
                                                                                           8
                                                                                         13
                                                                                         22
                                                                                        23
                                                                                        25
                                                                                       27
                                                                                       31




      0,05
                                                                                      34
                                                                                      37
                                                                                     38
                                                                                     47
                                                                                    52
                                                                                    55
                                                                                   58
                                                                                   60

                                                                                                                      1
                                                                                                                      2
      0,00




                                                                                                                     3
                                                                                   P disponível




                                                                                                                    4
                                                                                                                    5
                                                                                                                   6
                                                                                                                  7
                                                                                                                  8
                                                                                                                 9
              3
              8
             13
             22
             23
             25
             27
             31
             34
             37
             38
             47
             52
             55
             58
             60
                                  1
                                  2
                                  3
                                  4
                                  5
                                  6
                                  7
                                  8
                                  9
                                 10
                                 11
                                 12
                                 13

                                                  1
                                                  2
                                                  3
                                                  4
                                                  5
                                                  6
                                                  7




                                                                                                               10
                                                                                                         Amostras




                                                                                                               11
                                                                                                              12
                                                                                   P total




                                                                                                              13

                                                                                                                                         1
                                                                                                                                                              P dispon




                                                                                                                                        2
                                                                                                                                        3
                                                                                                                                              4
                                                                                                                                                  5
                                Am ostras




                                                                                                                                                      6
                                                                                                                                                          7
3) Elementos Tóxicos (Metais Pesados)                                                                                       Limite de
                                                                                                                            toxicidade
                Solos                                                                       Albufeiras
                                                                         Elementos tóxicos nos sedimentos (valores máximos, médios e mínimos)
                                                  10000

                                                                                                                                          Ba
                                                    1000                                    Cr


Retidos por:                  Em fases                  100
                                                                   Ni
                                                                               Pb                       As

                              sólidas




                                                  Log ppm
1. Adsorção                   minerais /                    10
                                                                                                                             Cd
                              orgânicas
2. Precipitação                                              1
                              de                                                                                  Hg


3. Co-precipitação            natureza                      0,1                                                                   valor mínimo
                                                                                                                                  valor médio
                              coloidal                0,01
                                                                                                                                  valor máximo




                                                                  CAPINGUI




                                                                             CAPINGUI




                                                                                        CAPINGUI




                                                                                                    CAPINGUI




                                                                                                                 CAPINGUI




                                                                                                                             CAPINGUI




                                                                                                                                        CAPINGUI
                                                                      MAR




                                                                                 MAR




                                                                                            MAR




                                                                                                        MAR




                                                                                                                     MAR




                                                                                                                                 MAR




                                                                                                                                            MAR
                                                                       DIV




                                                                                  DIV




                                                                                             DIV




                                                                                                         DIV




                                                                                                                      DIV




                                                                                                                                  DIV




                                                                                                                                             DIV
                                                                       MN




                                                                                  MN




                                                                                             MN




                                                                                                         MN




                                                                                                                      MN




                                                                                                                                  MN




                                                                                                                                             MN
                                                                    PREAL




                                                                               PREAL




                                                                                          PREAL




                                                                                                      PREAL




                                                                                                                   PREAL




                                                                                                                               PREAL




                                                                                                                                          PREAL
                                                                                                    Albufeiras




  Erosão preferencial das partículas coloidais                                                             Aumento
  Capacidade redutora dos meios                                                                         relativamente
                                                                                                         aos solos das
  As albufeiras são o último receptáculo de descarga
                                                                                                           bacias de
   destes elementos nos meios aquáticos                                                                    drenagem
Bacias de inundação das barragens




              Última etapa dos materiais lixiviados dos solos

A erosão selectiva das partículas mais finas (onde se concentram os elementos nutritivos de
natureza mineral / orgânica) + Complexos mecanismos de transformação mineralógica e
química




           Aumento das formas mais facilmente solubilizadas dos
                          elementos nutritivos
4 - Composição mineralógica dos sedimentos

Lagos  sedimentos de fundo  locais de deposição de material orgânico e mineral
transportado a partir da bacia de drenagem + material que se forma na coluna de água e se
deposita

Reciclagem de MO mineralizada , em especial nutrientes, por decomposição de
compostos orgânicos

                Processos de transferência de fluidos intersticiais
                                            sedimentos
              Papel importante na dinâmica dos sistemas lacustres
Fontes dos minerais:
1. Fracção alogénica: minerais transportados para o lago por água superficial,
   erosão das margens e processos eólicos
2. Fracção endogénica: minerais originados por processos que ocorrem na coluna
   de água
3. Fracção autigénica: minerais que resultam de processos que ocorrem nos
   sedimentos, após a sua deposição

1. Fracção alogénica             Partículas minerais que se deslocam através das
                                 linhas de água  papel importante na compreensão
                                 das características químicas e físicas dos lagos e sua
                                 evolução através do tempo

                                  Processos físicos (ondas, correntes)  transporte
                                  e calibração dos minerais

                                   Informações obtidas  geologia da bacia de
                                   drenagem, processos de intemperismo, importância
                                   relativa dos vários inputs, quantificação da influência
                                   antrópica
2. Fracção endogénica                              Processos químicos ocorrem na massa
                                                   de água  precipitação química ou
                                                   retenção por absorção de metais a
                                                   partir das soluções aquáticas

                                                  Mecanismos de transporte dos
                                                  elementos químicos para os sedimentos


                                                    Remoção dos elementos por
                                                    precipitação, organismos filtrantes
                                                    ou floculação


Processos endogénicos (produtividade orgânica, precipitação de carbonatos)  carácter
sazonal e com variações ao longo do tempo (variações climáticas, variações da influência
humana)

Informações obtidas  indicador de processos de precipitação química no interior do
lago; importância relativa dos processos endogénicos/alogénicos
Variações mineralógicas e químicas com a profundidade  informações das
modificações físicas e químicas que ocorreram durante o ciclo de vida do lago
(modificações climáticas, actividades antrópicas)
3. Fracção autigénica
                                                      Sedimentos dos lagos (origem em
                                                      processos alogénicos ou endogénicos)
                                                       modificações no ambiente físico-
                                                      químico após a sua deposição

                                                        • Decomposição da MO enterrada
                                                        • Misturas/perturbações físico-químicas
                                                        devidas a actividade de organismos

                                                          Modificações na mineralogia e
                                                          química dos sedimentos


  Modificações nos fluídos intersticiais dos sedimentos  difusão ou advecção de
  solutos entre os sedimentos e a coluna de água


 Fracção mais lábil da matéria               Fracção mais lábil da matéria particulada
 particulada retida nos sedimentos           libertada para a coluna de água
Informações obtidas: conhecimento do fluxo de nutrientes (fosfatos, nitratos) e sílica para a
coluna de água  importância destes elementos como estimulantes do crescimento da MO
no interior do lago
Importância das reacções de superfície nos sedimentos  partículas de fina granulometria
têm maior potencial de interacção com a coluna de água

Minerais mais comuns e importantes na
regulação da química dos metais traço, nutrientes
e compostos orgânicos:
 Grãos de silicatos resistentes: quartzo,
moscovite (areia, silte)
 Óxidos de ferro e manganês cristalinos e
amorfos  revestimento de grãos minerais (silte)
 Minerais argilosos (argila)  minerais argilosos
têm diferentes acções na transferência de solutos
para a coluna de água, diferentes áreas
superficiais e diferentes capacidades de adsorção
e troca iónicas


 • maior papel na cinética e transferência de solutos
 entre sedimentos e a coluna de água;
 • adsorção de metais traço, nutrientes e compostos
 orgânicos ;
 • substrato para precipitação de compostos
 orgânicos e minerais secundários                       Interacções dos minerais argilosos com
                                                              outras fase dos sedimentos
Caracterização dos diferentes grupos minerais

1) Minerais clásticos não argilosos
                                                  Nos sedimentos este grupo é
                                                  dominado por materiais da dimensão
                                                  silte ou areia  quartzo, feldspato,
                                                  minerais Fe-Mg, calcite detrítica


                                                  Silicatos e óxidos alogénicos


   Reflectem a fonte e o transporte dos sedimentos. Pouco alterados no
   ambiente lacustre
Variações na fracção clástica dos sedimentos  variações na litologia das bacias de
drenagem + profundidade do local (controle na dissipação de energia)+ variação nos
processos que actuam dentro do lago : sedimentação selectiva e distribuição pelo vento das
fracções mais finas dos sedimentos (mais importante nas zonas menos profundas dos lagos)

Minerais mais comuns  Quartzo (ubiquísta), feldspato
2) Minerais carbonatados                 Únicos minerais que podem ser derivados das 3
                                         fontes dos sedimentos: alogénicas, endogénicas e
                                         autigénicas


                                         Maior contribuição de detritos fluviais erodidos de
                                         rochas carbonatadas da bacia de drenagem
                                     Variação na distribuição espacial dos carbonatos nos
                                     sedimentos  variações na calibração hidrodinâmica
                                     das fases carbonatadas

Existem lagos em que os sedimentos carbonatados são endogénicos  os principais
constituintes foram directamente precipitados a partir da coluna de água, por processos
orgânicos e inorgânicos.
Origem do Ca dissolvido e C inorgânicos:
1. Dissolução de rochas carbonatadas da bacia de drenagem
CaCO3 + H2O + CO2  Ca2+ + 2HCO3-
CaMg(CO3)2 + 2H2O + 2CO2  Ca2+ + Mg2+ + 4HCO3-

2. Hidrólise de silicatos-Ca
CaAl2Si2O8 + 3H2O + 2CO2  Al2Si2O5(OH)4 + Ca2+ + 2HCO3-
Plagioclase-Ca               Caulinite
Para além das fontes de Ca e Carbonato dissolvido, vários factores no lago, afectam a
solubilidade e, consequentemente, a precipitação dos carbonatos:
1. Temperatura: Elevadas temperaturas (baixas profundidades)  precipitação de
    carbonatos  diminuição da solubilidade de CaCO3 e CO2.
    Maiores profundidades em lagos produtivos  baixa temperatura + decomposição de
    resíduos orgânicos  maior retenção de Cinorg  dissolução de carbonatos
2. Pressão parcial do CO2: Fixação de C inorgânico na zona fótica por organismos
    fotossintéticos  diminuição de pCO2  maior solubilidade dos carbonatos
3. Plantas e algas planctônicas (fitoplâncton)  extracção de CO2  aumento de pH 
    precipitação de carbonatos

3) Óxidos de Fe e Mn                                  Óxidos de Fe e Mn:
                                                       revestimento de partículas
                                                      minerais (areia, balastro)
                                                       depósitos de óxidos /hidróxidos
                                                      de dimensão fina, fraca/
                                                      cristalizado a amorfos
                                                       mistura de fases


                                                       Ubiquistas em ambientes
                                                       oxigenados
Origem dos óxidos de Fe e Mn
Derivados do intemperismo de rochas cristalinas em climas húmidos e com
abundante vegetação  húmus derivado da decomposição das plantas liga-se a
estes metais  ajuda a sua solubilização e transporte para águas subterrâneas e
superficiais
 Entrada nos lagos

1. Transportados sob forma dissolvida a partir da descarga de águas superficiais e
   subterrâneas (como complexos de ácidos húmicos e fúlvicos)
2. Transportados sob forma particulada  óxidos inorgânicos, complexos orgânicos ,
   revestimentos de óxidos sobre partículas de sedimentos (revestimentos de grãos,
   crostas superficiais), concreções ou nódulos dispersos nos sedimentos

                                                            A fonte para o Fe e Mn dos
                        Na interface sedimento-água         nódulos  fluidos intersticiais.
                                                            Enriquecimento dos fluídos a
      Fracção mais importante
                                                            partir de reacções de diagénese
                                                            (oxidação de MO)




                                            Quartzo revestido com óxidos de Fe e Mn
1. Transporte favorecido pela formação de complexos orgânicos e inorgânicos de Fe e
   Mn e pela lenta taxa de oxidação destes compostos  mistura ao entrar nos lagos 
   ruptura dos complexos  maior solubilidade (em função do equilíbrio redox);
2. Em ambientes ácidos, anóxicos e ricos em MO  Fe e Mn mais móveis (Mn reduzido
   mais móvel que Fe)
3. Em ambientes alcalinos ou neutros  precipitação de óxidos (Mn precipita com
   valores de pH mais altos que o Fe)
             Diagramas pH-Eh para o Fe e Mn em sistemas lacustres
Formas minerais
                                                             Óxidos pouco cristalinos  elevadas
                                                             taxas de acreção e pouco tempo
Óxidos Fe  goetite e Fe(OH)3 amorfo                         para se dar a recristalização
Óxidos de Mn  todorokite, birnessite, psilomelano
Nódulos  bandas concêntricas com alternância de laminações de Fe e Mn


   c/ associação de aniões (sílica,            c/ associação de metais de transição: Cu,
   fosfatos, arsénio)                          Co, Ni, Zn, Ba




               Goetite
                                        Psilomelano



                                       Nódulos Fe-Mn
4) Minerais Argilosos




Os minerais argilosos nos sedimentos reflectem as litologias das bacias, em especial em
climas onde o intemperismo não é muito intenso, de forma a obliterar o efeito das
diferenças composicionais das rochas parentais

O que são minerais argilosos?
Minerais argilosos são a parte mais fina da geologia. São geralmente constituintes da
fracção inferior a 2 µm, situada abaixo do limite de resolução microscópica.
O que são minerais argilosos?

1. A química e estrutura interna de um mineral argiloso conferem características
muito específicas de reactividade química.
2. A pequena dimensão e forma específica dos cristais (em forma de folha)
contribuem para outras propriedades que são mais físicas  elevada área superficial
em relação à sua massa  elevada capacidade de absorção de água. A carga residual
que existe à superfície do mineral consegue adsorver água que se dispõe em camadas
entre as suas folhas.
A forma dos minerais em folha faz com que mais aumente a sua
superfície específica. Para a mesma pequena dimensão, a forma
em folha tem uma superfície específica superior a qualquer
outro mineral em forma de cubo, esfera, etc.
Floco               Lâmina                  Agulha


Os minerais argilosos podem ser divididos em 3 grupos consoante a sua
forma:
•Floco: folha de igual dimensão nas 2 direcções e uma espessura de 1/20
na outra dimensão;
•Lâmina: camadas de aspecto linear com uma largura superior numa só
direcção. A espessura é bastante inferior às restantes 2 direcções;
•Agulha: 2 direcções são semelhantes enquanto a outra é bastante
superior. São raros.
Estrutura dos Minerais Argilosos

Minerais Argilosos  Filossilicatos
(forma em folha)
A estrutura interna e a direcção das
ligações fazem-se essencialmente num
arranjo de 2 dimensões.

As ligações são facilmente quebradas
numa direcção  estrutura em folha

Ligações  As ligações nos minerais
argilosos são maioritariamente covalentes
embora cerca de metade dos iões sejam o
O2- e, de entre os catiões, o Si e Al sejam
os dominantes. Estes iões formam
unidades muito covalentes que estão
interligadas formando uma rede.

     Rede cristalina nos minerais argilosos
      série de iões (catiões e aniões)
     ligados por ligações maioritariamente
     covalentes
Química e estrutura interna + pequena dimensão e forma específica dos
cristais (em forma de folha)

Interacção entre as argilas e o ambiente  interacção com a biosfera.

A atracção que os minerais argilosos têm em relação à água:
    • Constituem um reservatório de água no ambiente.
    • A capacidade de adsorção à superfície do mineral dá-lhe a
    possibilidade de se manterem em suspensão em meios aquosos e de
    serem facilmente transportados em suspensão por grandes distâncias.
    A suspensão destes minerais numa solução aquosa tende a separá-los de
    outros minerais com dimensão idêntica mas que não têm forma laminar
     por essa razão são os minerais que chegam aos fundos oceânicos.
Os minerais argilosos e a água
Os minerais argilosos têm um efeito muito especial nas moléculas de água. As
superfícies dos minerais atraem as moléculas polares da água através de fracas
forças de carga, dispondo-se as moléculas em finas camadas à volta das
partículas.



 Estas unidades argila-
 água modificam as
 propriedades das
 soluções aquosas,
 formando a sua
 combinação, um
 material com um
 estado especial.
Adsorção ≠ Absorção
Todos os minerais argilosos atraem moléculas de água à sua superfície
mas existem alguns que a levam para o interior da sua estrutura 
absorção.
As argilas como minerais

Em relação ao seu comportamento em relação à água existem 2 tipos de
minerais: Expansíveis e não expansíveis. Alguns minerais têm uma
propriedade especial que lhes permite incorporar moléculas de água na sua
estrutura. Esta água modifica a dimensão das partículas argilosas  argilas
expansíveis. Esta incorporação de moléculas de água na estrutura é reversível
sob condições atmosféricas sendo directamente proporcionais à pressão de
vapor de água e temperatura.



   Um dos mais usados critérios
   para a sua identificação –
   distância entre folhetos
   contíguos na estrutura dos
   cristais – espaçamento basal. É
   determinado após aquecimento
   das amostras para eliminar a
   água absorvida.
Quanto à sua composição, uma
vez que são dominados por sílica,
os seus teores de SiO2 não
diagnosticam a sua identificação.
Contudo, elementos como o Al,
Mg, Fe, K e, em menor teor, o Ca
e Na, são úteis indicadores do
tipo de mineral
Minerais Argilosos  Filossilicatos     Oxigénio apical




                                       Oxigénios basais




     Camadas tetraédricas

Formam uma estrutura
tridimensional mais complexa
porque são partilhados os 3
oxigénios basais de cada tetraedro,
originando estruturas planares –
camadas tetraédricas, isto é,
estruturas que crescem segundo 2
direcções – estruturas planas

Rede hexagonal resultante da ligação
dos oxigénios basais
Unidades tetraédricas

Os silicatos possuem uma estrutura cuja geometria é dominada pelo arranjo
tridimensional dos átomos de silício e oxigénio. Esta disposição segue regras bem
definidas determinadas pela natureza química e pela geometria dos próprios
átomos.
1. Ião silício (Si4+) – pequenas dimensões (r=0,39 Å)
                       - valência positiva= +4
2. Ião oxigénio (O2-) – elevadas dimensões (r=1,32 Å)
                         - valência negativa= -2




                                         Unidade básica dos silicatos
+4
                         Numa unidade estrutural básica, cada um dos 4
                         oxigénios do grupo tetraédrico em redor do ião Si4+,
                         partilha uma das 4 cargas do ião silício. Como ao
                         oxigénio faltam 2 electrões de valência (valência = -
                         2), cada um desses iões necessita de uma outra
                         unidade de carga de qualquer outra origem. Esta
                         condição pode ser atingida através:

                         1 – Ligação de iões O2- a catiões de outra
                         natureza – Ex: K+, Ca2+, Al3+ - catiões
                         compensadores de carga
                         2 – Ligação a um outro ião silício de um grupo
       -2                tetraédrico adjacente - polimerização


Considerando a polimerização, nos silicatos este fenómeno é caracterizado
por:
- Repetição do grupos (SiO4)4-
- A repetição do oxigénio num outro agrupamento tetraédrico pode envolver
1, 2, 3 ou 4 iões de oxigénio de cada tetraedro, dando origem a uma grande
diversidade de configurações estruturais. Em nenhum caso 3 ou mesmo 2
oxigénios são compartilhados entre 2 tetraedros adjacentes. Esta
participação colocaria 2 iões de silício com cargas positivas muito próximas
um do outro, tendo como consequência uma repulsão mútua, logo, uma
estrutura instável
•Se houver partilha de 3 oxigénios de cada tetraedro – 3 repetições do grupo
(SiO4)4- - lâminas ou planos de tetraedros – estrutura em lâminas ou folhas –
cristais lamelares;




                    Alguns dos tipos de estruturas dos silicatos
Ligações entre tetraedros
As camadas de tetraedros unem-se a camadas de octaedros (idênticas mas com
unidades octaédricas, com 1 ião coordenador de Al3+, Fe3+ ou Mg2+ ao meio,
rodeado por 6 iões O2- ou OH-)




                                                 Camadas octaédricas




                                          Unidades octaédricas repetidas
                                          segundo 2 direcções a e b. Os
                                          iões Al3+, Fe 3+ ou Mg2+
                                          constituem um plano central
                                          entre dois planos de oxigénio ou
                                          oxidrilo
Unidades Octaédricas




Nas ligações octaédricas, o nº de
catiões pode variar entre 2 e 3.
3 Mg2+  estrutura trioctaédrica
2 Al3+  estrutura dioctaédrica



     As estruturas octaédricas nunca se encontram sozinhas. Ligam-se
     às estruturas tetraédricas  oxigénio apical  partilha do
     Oxigénio segundo a direcção z da estrutura
Unidades Octaédricas

                          Se nenhuns O2- estão ligados a
                          outros poliedros através do O2-
                          Apical  O2- ligados a H+ formando
                          complexos iónicos hidroxilos (OH)




Al3+                   Unidade octaédrica hidratada
                       (Al)2(OH)6 = Gibsite
As unidades estruturais dos minerais filossilicatados são formadas pela ligação
de 2 ou 3 camadas tetraédricas e octaédricas na proporção T-O-T ou T-O,
através dos iões dos vértices não partilhados




           T:O                                                T:O:T



                            Lâminas ou folhetos
Lâmina 1:1
Tetraedros, octaedros




camadas, lâminas
      2:1
Cada conjunto de 2 ou 3
camadas – lâmina, une-se
umas às outras através de
catiões de equilíbrio de
diversa natureza (ligações
iónicas), sendo os mais
comuns: K+, Fe2+ e Mg2+.


          Minerais argilosos




                               Micas
Caso Particular: Minerais Argilosos

                                            Os minerais argilosos são
                                                electronegativos:


                                    Estrutura electrostaticamente desiquilibrada

                                    1. Substituições isomórficas: cada
                                    substituição faz aparecer na superfície da
                                    folha 1 carga eléctrica livre  as camadas
                                    /folhetos ficam fortemente unidas por
                                    catiões. EX: Si4+  Al3+; Al3+  Fe2+


2. Ligações quebradas no            Excesso de carga negativas  cargas
rebordo dos cristais                intrínsecas ou permanentes

3. Dissociação dos hidrogénios
dos oxidrilos existentes no
rebordo dos cristais
A maioria dos catiões dos minerais mais
abundantes é relativamente pequena; a
maioria dos aniões é grande. Como os aniões
são maiores, a maior parte do espaço do cristal
é ocupado pelos aniões, ficando os catiões a
preencher os espaços existentes entre eles. Em
resultado, as estruturas dos cristais são
largamente determinadas pelo modo como os
aniões se arranjam e como os catiões
preenchem os espaços existentes entre eles.

Substituições isomórficas:
Catiões com idênticas dimensões e cargas
tendem a substituir-se na estrutura dos
minerais formando cristais com a mesma
estrutura mas diferindo a composição química.
As substituições são parciais ou totais na rede
cristalina sem que ocorra alteração da forma ou    Dimensões
alteração sensível do edifício cristalino. Estas   relativas dos iões
substituições permitem que diferentes iões         mais vulgarmente
ocupem a mesma posição na malha cristalina.        encontrados nas
As substituições isomórficas só ocorrem em         rochas. Raios
determinadas estruturas – substâncias              iónicos dados em
diadócicas                                         10-8 cm
Substituições em locais de coordenação


  Variedades ou espécie de minerais (na natureza)  substituições de catiões
     de igual ou diferente carga nos locais tetraédricos ou octaédricos.



Substituições octaédricas
1. Substituições por carga
equivalente  mesma carga. Pode
não existir modificações em outros
locais de coordenação: Mg2+  Fe2+
               Fe3+  Al3+
2. Substituições não
estequiométricas: modificação do
nº total de iões. Os balanços de
carga são mantidos por
substituições do tipo
3R2+  2R3+ (subst. Di-
trioctaédrica)
Substituições tetraédricas- octaédricas
 Se os iões eu se substituem na cama octaédrica
 são de carga ≠ e todos os locais na estrutura
 estiverem ocupados
 Fe3+ Mg2+

 A carga é compensada por outras substituições na
 camada tetraédrica  neutralidade eléctrica na
 estrutura




Substituições interfolhetos
A substituição é electrostaticamente
balançada pela adição de outros iões que
ficam retidos à superfície ou no espaço inter-
folhetos.
Grupos de minerais argilosos
                                             4. Clorite
           1. Caulinite
                                             5. Vermiculite
           2. Ilite
                                             6. Minerais interestratificados
           3. Esmectite                      (camadas mistas)
 Aspectos em que diferem:

                          1. Combinação das camadas
                             tetraédricas e
                             octaédricas: T-O ou T-O-
                             T
                          2. Tipo de ligações entre as
                             lâminas: fortes ou fracas,
                             diferente natureza dos
                             catiões de ligação : K+,
                             Fe2+, Mg2+, Ca2+.



                            Diferentes valores de
                            espaçamento basal –
                            valor entre as bases de
                            lâminas adjacentes
3. Existência ou não de substituições isomórficas  maior ou menor retenção de
catiões entre folhetos adjacentes


a)                                   b)




 4. Natureza dos iões existentes no centro das unidades octaédricas


                                                                      Al3+, Fe2+, Mg2+
5. Razão entre sílica/alumina  na camada tetraédrica o Al substitui por vezes o
Si




6. Valor da superfície específica dos minerais (superfície interna e externa)

                             I - Caulinite

                                                        1 - Composição

                                                           SiO2/Al2O3 = 2
                                                 Na unidade octaédrica os iões
                                                 centrais são Al


                                                         Al2Si2O5(OH)4
2 - Estrutura
          1. T-O ou 1:1 – 1 camada tetraédrica de Si + 1
             camada octaédrica de Al
          2. Espaçamento basal – 7 Å
Si
          3. Ligações entre folhetos adjacentes – Hidrogénio


                    Ligações fortes

              Entre os O dos planos de oxigénio das unidades
              tetraédricas e os grupos OH- da unidade octaédrica
     Al       da camada adjacente

          4. Substituições isomórficas – não há (ou muito
          pouco)  não há excesso de cargas negativas
          5. Superfície específica – pequena  apenas
          dependente das suas faces externas

          6. Forma dos cristais –
          platiformes de contorno
          hexagonal
     7Å
             Pequenas quantidades
             dos locais (<2%) pode
             ser ocupado por Fe3+
3 – Propriedades
1. Expansibilidade – fortes ligações entre folhetos adjacentes  não tem
   expansibilidade
2. Carga eléctrica e poder de retenção de água – fraco (mineral pouco
   electronegativo
3. Capacidade de troca catiónica – baixa
4. Plasticidade – torna-se plástica para teores de humidade relativamente
   baixos
                            II- Esmectite
                                                    1 – Composição
                                                      SiO2/Al2O3 = 4
                                             Composição mais Fe-Mg. Na
                                             unidade octaédrica o ião central
                                             pode ser Si, Fe ou Mg

                                               Os minerais no grupo da
                                               esmectite distinguem-se
                                               pelos teores de Fe3+ e Al3+
                                               • Nontronites (Fe3+)
                                               • Motmorilonites e beidelites
                                               (Al3+ )
2- Estrutura
1. T-O-T ou 2:1 – 2 camadas tetraédricas de
   Si + 1 camada octaédrica de Al, Fe ou Mg
2. Ligações entre folhetos adjacentes –
   Oxigénio
                              Van der Waals
 Ligações fracas


ligações entre planos de Oxigénio de
   unidades tetraédricas contígua




Possibilidade de
acesso de
moléculas de água
e orgânicas e de
iões permutáveis
que se dispõem em
várias camadas
entre folhetos
adjacentes
3. Espaçamento basal: Varia consoante o grau
de hidratação e espécie de catiões permutáveis
existentes: N – 14 Å; G – 17 Å; A (550ºC) – 10 Å

4. Substituições isomórficas:
- Unidades tetraédricas – não se verificam
- Unidades octaédricas – Muitas. As posições
octaédricas só em parte são ocupadas por Al que em
maior ou menor escala é substituído por Mg ou Fe




5. Carga eléctrica: substituições
isomórficas  desiquilíbrio eléctrico 
excesso de cargas negativas


Iões permutáveis e moléculas de
água são introduzidos na estrutura
para diminuir deficiência de carga
6. Superfície específica: fácil acesso de
  moléculas de água + líquidos orgânicos +
  iões  elevada superfície interna (700-800
  m2/g) ; Superfície externa – 80 m2/g



  7. Forma dos cristais: massas irregulares
  em partículas muito pequenas




             3 – Propriedades
1. Expansibilidade – fracas ligações entre
   folhetos adjacentes + carga eléctrica
   negativa  elevada expansibilidade
2. Poder de retenção de água – elevado
3. Capacidade de troca catiónica – elevada
4. Plasticidade –plástica para teores de
   humidade superiores aos da caulinite
III- Ilite

                                                                    Micas hidratadas
                                                           1 – Composição
                                                             SiO2/Al2O3 = 2-4
                                                       Aluminossilicatos de Al, Mg e K




             2 - Estrutura
1. T-O-T ou 2:1 – 2 camadas tetraédricas de Si
   e Al + 1 camada octaédrica de Al, Fe ou Mg

2. Substituições isomórficas:
                                                                  K+
- Unidades octaédricas – poucas: Al  Fe, Mg
- Unidades tetraédricas – Muitas; Si  Al

 A deficiência de carga é compensada por
 iões K+, um por cada Si substituído que
 se situam entre camadas tetraédricas de
 unidades contíguas
3. Ligações entre folhetos adjacentes  ligações de potássio


        Os iões K+ funcionam como pontes que ligam folhetos uns
        aos outros  ligações fortes

 4. Espaçamento basal – retículo fixo

5. Carga eléctrica – As subst.
isomórficas da camada tetraédrica são
compensadas por K+
Carga eléctrica média  pequenas subst.
isomórficas na camada octaédrica 
Al3+Fe2+, Mg2+
6. Superfície específica: Superfície externa – intermédia (30-80 m2/g),
                              Superfície interna – não tem


                                  7. Forma dos cristais – lamelas pequenas mal
                                  definidas, em conjuntos irregulares, por vezes
                                  com contorno haxagonal
3 – Propriedades
1. Expansibilidade – pouco expansível na presença de água ou
   líquidos orgânicos
2. Poder de retenção de água – intermédio
3. Capacidade de troca catiónica – intermédio
4. Plasticidade – intermédio
IV- Clorite


1 - Composição
(Mg,Fe)3(Si,Al)4O10(OH)2·(Mg,Fe)3(OH)6

 2 - Estrutura

Interestratificação regular de folhetos
unitários trioctaédricos semelhantes às ilites
e folhetos de brucite (outra folha octaédrica
em que o catião coordenador é o Mg2+ ou
Fe2+, Al3+, Li+)
Substituição isomórfica Si4+  Al3+ na
camada tetraédrica  deficiência de carga
compensada pelo excesso de carga nos
folhetos de brucite (Mg2+  Al3+)
Espaçamento basal: 14 A


Brucite: Mg3(OH)6
Substituição isomórfica Si4+  Al3+ na
     camada tetraédrica  deficiência de carga
     compensada pelo excesso de carga nos
     folhetos de brucite (Mg2+  Al3+)




Substituições octaédricas-tetraédricas
3Mg2+2Si4+ = 2Mg2+Al3+ (Si4+Al3+ )




  As composições das clorites resultam de
      complexas e simultâneas
      substituições
V- Vermiculite

  1 - Composição
 (MgFe,Al)3(Al,Si)4O10(OH)2·4H2O


 2 - Estrutura
Estrutura semelhante à montmorilonite
(montmorilonite de elevada carga). As camada
têm maior extensão segundo as direcções dos
eixos a e b
Folhetos trioctaédricos do tipo T:O:T separados
por camadas de moléculas de água (espessura
bem definida)  expansão restrita
Substituição isomórfica Si4+  Al3+ na unidade
tetraédrica  deficiência de carga equilibrada
por catiões permutáteis (Mg2+, Ca2+) que se
introduzem no intervalo entre folhetos
adjacentes
Espaçamento basal: 14 A
3 - Propriedades
Elevada capacidade de troca catiónica
(100-150 cmolc/Kg).




   Vermiculites resultam
   geralmente de micas
   meteorizadas as quais                TYPICAL CHEMICAL ANALYSIS
   perderam os catiões K+ entre
   folhetos contíguos, que                 Element                  Percent by Weight

   foram substituídos por                   SiO       2                 38-46
   catiões Mg2+ e Fe2+ .                    Al O
                                              2       3                 10-16
                                            MgO                         16-35
                                            CaO                           1-5
                                            KO2                           1-6
                                            Fe O  2       3              6-13
                                            TiO       2                   1-3
                                            HO
                                             2                           8-16
                                           Other                       0.2-1.2
Interestratificados


                                           Modelos estruturais variados
                                           intermédios ou mistos dos
                                           grupos anteriores
                                           Ex. Cristais com edifícios
                                           construídos à base de
                                           camadas estruturais
                                           próprias da Ilite,
                                           intercaladas regular ou
                                           irregularmente por outras
                                           próprias do grupo da
                                           momtmorilonite.




Regulares: Organização própria das espécies minerais reais. Têm
   nomes específicos ex: corrensite, rectorite, etc.
Irregulares: iniciais dos nomes das espécies minerais
   identificadas Ex: I-M, I-Cl
São vários os aspectos em que diferem os diversos grupos de minerais:
Cristais dos minerais de argila

Os cristais resultam do empilhamento
das lâminas ou unidades estruturais. A
dimensão dos cristais é caracterizada:
• pela sua extensão lateral, que
depende das características das
unidades estruturais;
• pela sua espessura, fortemente
condicionada pela natureza das
ligações entre as unidades estruturais.
• Quanto à extensão lateral, quanto menos substituições isomórficas tiver
  o mineral maior será a sua dimensão, podendo formar-se macrocristais
  como nas micas, talco, serpentina, ...
• Quanto ao tamanho dos cristais, temos:
   – Ilite (0,1-0,5mm) > vermiculites > esmectites (<0,05mm)
• Caulinites são ainda maiores que os da ilite
  (entre 0,1-100mm dependendo das condições termodinâmicas da sua
  formação).
Quanto à espessura dos cristais

• Quanto mais fortes são as ligações interlamelares:
   – menor tende a ser a espessura dos cristais
   – mais ordenado o modo de empilhamento
• Resultando a mesma sequência em ambos os casos:
  Caulinites>ilites>vermiculites>esmectities
  (espess. caulinite: 20-30 lâminas tem 15-20 nm).
Constituição de um cristal de argila por
   sobreposição de várias unidades
         estruturais 1:1 ou 2:1




                           (Abreu, 1994, p.141)
Principais tipos de empilhamento das
unidades estruturais dos minerais de argila




                               (Abreu, 1994, p.141)
Estudo de Casos: Mineralogia em lagos artificiais mediterrânicos e tropicais




                                           Métodos Analíticos
                        • Estudo pormenorizado dos minerais argilosos, através
                        de difracção de raios-X (saturação com Mg, K e Li) e
                        espectrofotometria de infra-vermelhos (FTIR)
Caracterização dos minerais argilosos




                                          Durante a erosão e o transporte até
                                          às albufeiras  transformações de
                                          natureza química e física (troca iónica
                                          e de fixação). Devido a estes
                                          processos, podem fixar catiões
                                          existentes em certas concentrações
Origem dos minerais argilosos             na água e/ou libertar da sua estrutura
      nos sedimentos                      catiões mais instáveis transformando-
                                          se, por vezes, em minerais de outra
                                          espécie ou grupo.
      Maioritariamente
         Alogénica
MINERALOGIA DAS ARGILAS

     1. Variação acentuada na litologia das bacias de drenagem
     2. Variados estados de transformação dos produtos do intemperismo
     3. Mistura durante os mecanismos de transporte e sedimentação
     4. Diferente velocidade de floculação das diferentes espécies minerais




                                                             Grande diversidade deMineralogy argilosos
                                                                              Clay minerais




                                                      100%
         Clay Minerals (semi-quantitative analysis)




                                                      90%
                                                                + C/S                    + C/S
                                                      80%

                                                      70%                                                           vermiculite
                                                                            + C/S                                   kaolinite
                                                      60%       + I/S
                                                                                                                    chlorite
                                                      50%
                                                                                         + I/S                      illite
                                                      40%                                + I/C                      smectite
                                                                            + I/S
                                                      30%

                                                      20%

                                                      10%
                                                                                                                  Chlorite
                                                       0%                                                            +
                                                              Maranhão    Monte Novo     Divor       Passo Real   smectite

                                                             Mineralogia da fracção argilosa  herdada
1 - Sistemas Mediterrânicos                         DIVOR




(1) esmectites cálcicas do tipo
    montmorilonite, associada a   (3) clorites com proporções
    uma variedade mais férrica,       variáveis de Fe e Mg,
    a nontronite,
                                  (4) caulinites
(2) ilites de composição
   férrica, aluminosa ou ferro-   (5) estruturas interestratificadas
   aluminosa,                         irregulares
Todos os minerais estão presentes
em todos os sedimentos, embora a
proporção de cada grupo varie
espacialmente em cada albufeira e
entre diferentes sistemas

Os graus de cristalinidade são médios
na maioria dos minerais,
apresentando-se apenas alguns com
estruturas degradadas
2 - Sistemas Tropicais

                  Maior uniformidade geológica das
                  bacias de drenagem + clima de
                  características tropicais
                  (intemperismo química dominada
                  por intensa lixiviação de catiões
                  básicos)

                   Menor diversidade
                   mineralógica da fracção argilosa
                   dos sedimentos + conjunto
                   mineralógico mais simples




                  Grau de evolução mais avançado
Três Marias (MG)




 Litologia da bacia de drenagem maioritariamente   I(002)/I(001)
 detrítica e com forte componente férrica

      • Elevados teores de ilite e caulinite
      • Teores baixos de clorite                   Domínio do Fe na
                                                   camada octaédrica
      • Elevados graus de cristalinidade
Tucuruí (Pará)




 Elevada evolução mineralógica
 Associações mineralógicas simples. Minerais
ricos-Fe
 Ilite com domínio de Fe na camada octaédrica
 Caulinite com grau de cristalinidade médio-alto
 Distribuição uniforme dos teores e
características químicas e estruturais dos minerais
 Elevados teores de óxidos-Fe-Al na fracção silte
 Teores baixos de clorite; Clorite fracamente
cristalizada
• > % Ilite
    • < % Caulinite
    • > % Clorite



Basaltos (Formação Tucuruí)
Solos  Sedimentos do reservatório

       • > % clorite (var. clorite de sedimentos
       recentes)
       • > % ilite
       • < % gibsite e goetite na fracção argilosa
       • > ordenação da caulinite
                                           Minerais Argilosos nos solos


100%




80%

                                                                                                                                    Gibsite
                                                                                                                                    Goetite
                                                                                                                                    Esmectite
60%                                                                                                                                 Clorite
                                                                                                                                    Caulinite
                                                                                                                                    Ilite


40%




20%




 0%
                o                      r                     r                       r                         o                o
              ol                    st                     st                      st                        ic               ol
            ss                    di                     di                      di                       Ál                ss
          bi               lic
                              o                      V
                                                                           V-
                                                                             A
                                                                                                   V-
                                                                                                      A                  ilo
         m
                      tó                        ss                                                                     rg
       Ca           Li                        to                      ss                      ss                   A
                                           La                       to                      to
                                                                 La                      La
5 – Biogeoquímica de Sedimentos Fluviais e Lacustres
5.1. Capacidade de adsorção e troca de iões com a coluna de água
Papel dos rios/lagos como armadilhas de elementos químicos  capacidade dos
sedimentos de retenção dos elementos que entram/circulam na bacia de drenagem




 Adsorção: acumulação de matéria na
 interface de um sólido com uma solução
 aquosa
 Adsorção  adsorvente e adsorvido
Adsorção de iões:
Factores que determinam a capacidade
de um sedimento para adsorver catiões:
1. Carga eléctrica do adsorvente
2. Superfície específica




                      1. A carga eléctrica permite atrair os
                      iões de carga oposta à das partículas e
                      quanto maior essa carga, maior o nº
                      de iões atraídos
                                                                88
2. Superfície específica (superfície por unidade de
massa): >s.e  > quantidade de iões adsorvidos
por unidade de massa do adsorvente



Colóides partículas de dimensões muito pequenas
< 1 m. Natureza química muito diversa (minerais
ou orgânicos)

                                                      Fracção coloidal dos sedimentos:
                                                      1. minerais argilosos
                                                      2. óxidos e hidróxidos de ferro e alumínio
                                                      3. matéria orgânica (húmus)




                                                  • Cargas eléctricas predominante/
                                                  negativas (mas tb +);
                                                  • > s.esp.
                                                  • > capacidade de adsorção
                                                  • > reactividade
                                                                                         89
Importância da capacidade dos sedimentos de adsorverem catiões (tb aniões e
moléculas):
1. Permite a retenção e a cedência de iões indispensáveis à actividade dos
    organismos: K+, Ca2+, Mg2+, NH4+, NO3-, SO42-, H2PO4-, ...
2. Permite a retenção de poluentes como metais pesados, pesticidas, herbicidas,
    etc


   Adsorção  interacções superfícies das partículas - iões dissolvidos


 Adsorção  reversibilidade, iões
 adsorvidos podem ser "dessorvidos"             Água
 ao serem trocados por outros iões
                                           K+        Mg++
 existentes na solução envolvente
                                                H+
                                           NH4+ K+
                                             Ca++
                                                  Na+
                                                H+
                                            Ca++ Mg++
        Reacções de Troca
                                                H+   Na+
                                             NH4+                                 90
                                                     K+
1. Superfícies minerais e orgânicas; cargas eléctricas e
                         grupos funcionais

a) Cargas permanentes (não variam com pH da solução)
     – Cargas negativas dos minerais de argila, resultado das substituições isomórficas.




                                                                                    91
b) Cargas dependentes do pH (variam com pH da solução)
     Ocorrem na matéria orgânica, óxidos e hidróxidos de Fe e Al, e nos bordos dos
     minerais de argila.
     Resultam da dissociação de grupos OH- minerais e orgânicos
     (na matéria orgânica o H+ pode dissociar-se também de outros grupos, p.e.
     carboxilo e amina R-COOH, R-NH2).
     Podem ser negativas ou positivas consoante o valor de pH; pH alto, > cargas
     negativas e cargas positivas nulas ou quase
     pH baixo, < cargas negativas e > cargas positivas.




                                                                                     92
Superfícies
   minerais e
orgânicas; cargas
 permanentes e
 cargas variáveis




                                    Brady & Weil (1999)
                    pH Sedimento)
                                                 93
2. Superfícies minerais e orgânicas;
                         caso dos óxidos de Fe e Al
•   Os óxidos e hidróxidos de Fe e Al são colóides
    anfóteros (passam de carga global positiva,
    abaixo de um dado pH, para uma carga global
    negativa, acima desse valor de pH).

    M-OH2+  (H+ +) M-OH (+ OH-)  M-O- + H2O




          pH + baixo             pH + alto
•   O pH em que a carga global se anula é chamado o
    ponto de carga nula (ou ponto isoeléctrico).




                                                           94
•   As cargas negativas e positivas dos sedimentos têm que ser neutralizadas por
    catiões e aniões  adsorção electrostática.
•   Em geral há um predomínio das cargas negativas sobre as positivas, que se
    acentua com a subida do pH.
•   Em materiais sedimentares de regiões tropicais, as cargas positivas podem
    superar as cargas negativas.




                                                                                   95
3. Água intersticial do sedimento

•   Complexo - tem um átomo, ião ou grupo central, ao qual se ligam outros iões
    ou moléculas em número superior à carga ou número de oxidação do átomo
    central que se designam por ligandos ou grupos de coordenação.
•   Quelatos – tipo particular de complexos em que há apenas um único ligando
    (uma molécula) com vários grupos funcionais que coordenam um catião
    metálico.


       Complexo                                   Quelato




                                                                                  96
•   Água existente nos poros dos sedimentos  água
    intersticial
                                                             solução
A água que circula nos poros vai dissolvendo compostos org
e inorg mais ou menos solúveis. Estes solutos, ao
aproximarem-se da superfície da fase sólida podem ser
adsorvidos

•   Os iões da solução dos sedimentos encontram-se
    hidratados – ficam rodeados por uma ou mais camadas
    de moléculas de água, formando esferas de solvatação,
    ou de hidratação.
•   Os iões hidratados ou complexos de solvatação.




                                                                  97
http://www.wou.edu/las/physci/ch412/hydspher.gif




                                                                  Iões em solução: esfera de
                                                                         hidratação

http://www.advancedaquarist.com/2002/3/chemistry_album/fig1.jpg                                               98
Iões hidratados  complexos  complexos de solvatação



  Átomo ou grupo central ao qual estão ligados
  outros grupos ou moléculas, que o envolvem,
  em nº superior à carga ou nº oxidação do átomo
  central

   Ligandos ou grupos de
   coordenação
            Se os ligandos são as
         próprias moléculas de água




        Complexos de
        solvatação ou
        aquocomplexos
                                       http://www.wou.edu/las/physci/ch412/hydspher.gif
                                                                                       99
Tipos de Complexos:


             1. Complexos Exteriores à
             esfera (de hidratação)  entre
             o grupo central e os ligandos
             interpõe-se uma ou mais
             moléculas de água


                      Ligações electrostáticas (ligações
                      intermoleculares; menos estáveis)

             2. Complexos Interiores à
             esfera (de hidratação)  o
             grupo central e os ligandos têm
             contacto directo



                  Ligações iónicas ou covalentes
                  (ligações intramoleculares; mais
                  estáveis)                                100
4. Tipos de adsorção
O mecanismo de adsorção mais comum é atracção electrostática

                                                A sup. das partículas
                                                carregadas com cargas - ou +,
                                                para manter a neutralidade
                                                eléctrica, atraem iões de
                                                cargas opostas ou moléculas
                                                polares q se encontrem em
                                                solução




                                                                           101
Tipos de adsorção

1) Modelo da difusão de iões
Em sedimentos com coluna de água
sobrejacente  os iões não se
conservam estatica/ sobre a
superfície das partículas e passam a
estar sujeitos a duas tendências
opostas:
1. Tendem a aproximar-se das
     superfícies com cargas opostas;
2. Tendem a difundir-se
     uniformemente por toda a
     coluna de água  afastam-se
     da superfície




                                              102
2) Modelo de Gouy e Chaoman – Modelo da dupla camada difusa




A concentração de iões decresce
com o afastamento à superfície
adsorvente. A 1ª camada
representa a superfície adsorvente
e a 2ª os iões de carga oposta –
adsorvidos. A transição da camada
difusa para a solução é gradual
(sem limite abrupto ou bem
definido).




                                                              103
Espessura da dcd – distância que vai desde a superfície adsorvente até ao ponto
em que a concentração dos iões adsorvidos não diminui mais  a concentração
desses iões é a que existe na solução envolvente e já não é afectada pelas cargas
de superfície.




                                                         > Força de atracção da
                                                         superfície para os
                                                         catiões  < espessura
                                                         da dupla camada
                                                         difusa (> aproximação
                                                         dos iões à superfície
                                                         da partícula)




                                                                             104
Modelo da camada dupla difusa




                                105
3) Outros mecanismos de adsorção – Complexos de superfície

  A camada dupla difusa não permite explicar todos os fenómenos de adsorção que ocorrem
  nos sedimentos


                                       Nos sedimentos existem outros mecanismos
                                       de adsorção  ligações químicas mais fortes



  Complexos de superfície


   Ligações a grupos funcionais expostos
   na superfície das partículas sólidas
   (min. Argila; óx. Fe/Al; compostos
   orgânicos)




                                                                                     106
1. Complexos interiores à esfera  nenhuma
   molécula de água se interpõe entre o
   ião/molécula e o grupo funcional de superfície;
   ligações de tipo iónico ou covalente ou
   intermédias




                                2. Complexos exteriores à esfera  pelo menos
                                    1 molécula de água situa-se entre o
                                    ião/molécula e o grupo funcional de
                                    superfície; ligações electrostáticas (s/ partilha
                                    de orbitais electrónicas)
                                                                                 107
Conjugação dos vários mecanismos de adsorção

A - Adsorção não específica

Ligações apenas por atracção (ou repulsão)
electrostática. Não há especificidade entre a
superfície adsorvente e os iões ou moléculas
adsorvidos. A mesma superfície pode adsorver
diferentes espécies iónicas




  1) o modelo de adsorção da camada
  dupla difusa,
  os iões da cd, normal/ rodeados da sua
  esfera de hidratação, têm certa
  mobilidade e podem transitar para a
  solução




                                                              108
2) complexos de superfície exteriores à esfera (de hidratação)
Iões ligam-se a grupos funcionais sem perderem a sua esfera de hidratação,
mantêm-se muito próximos da superfície sem grande mobilidade




                                                                             109
B - Adsorção específica

Ligações mais fortes; ligações dependem da configuração electrónica do adsorvido e do
grupo funcional do adsorvente; ligações iónicas, covalentes ou intermédias



   3) complexos de superfície interiores à
   esfera (de hidratação)
   iões ou moléculas perdem a sua esfera de
   hidratação e estabelecem ligações fortes
   com grupos funcionais; são dificilmente
   permutáveis




 Mecanismos de adsorção quanto à estabilidade ou força das ligações:
 Camada dupla difusa < complexos exteriores à esfera < complexos interiores
                                à esfera
                                                                                    110
5. Adsorção catiónica
•   Na maioria dos sedimentos a adsorção catiónica é
    predominante (dominam as partículas com excesso de
    cargas negativas)

•   Exemplos para os 3 mecanismos de adsorção:


     1. Todos os catiões podem ser adsorvidos na
        camada dupla difusa; mecanismo de menor
        especificidade entre o catião e superfície do
        adsorvente;

     2. Complexos de superfície exteriores à esfera – Ca
     adsorvido nos espaços interlamelares da
     montmorilonite mantendo a sua esfera de
     hidratação




                                                           111
3. Adsorção específica de catiões – K+ e, em menor extensão, o NH4+ adsorvidos nos
espaços interlamelares das ilites e das vermiculites (nestas também Ca2+ e Mg2+); nestes
casos não há uma troca fácil dos catiões retidos e por isso se diz que esses catiões se
encontram fixados




                                                              K+




                                                                                    112
Exemplos de mecanismos de adsorção catiónica em
             compostos orgânicos




                                        Tan, 1994
                                                    113
Adsorção catiónica
                Raios iónicos não hidratados e hidratados de alguns elementos.
                Valores retirados de McDonald et al. (2005, p.I-183).
                Catião            Raio iónico          Raio iónico     % trocada com
                                     (nm)            hidratado (nm)    NH4+ ou K+ (*)
                Li+                  0,068                1,03               68
                    +
                Na                   0,098               0,790               67
                  +
                K                    0,133               0,532               49
                      +
                NH4                  0,143               0,537               50
                    +
                Rb                   0,149               0,509               37
                   +
                Cs                   0,165               0,505               31
                     2+
                Mg                   0,089               1,080               31
                    2+
                Ca                   0,117                0,96               29
                   2+
                Sr                   0,134                0,96               26
                    2+
                Ba                   0,149                0,88               27
                Al3+ (*)            (0,051)                 ?                15
                (*) valores retirados de Bohn et al. (1985), p.159.
• Ordem decrescente da retenção de catiões na montmorilonite:
            H+ e Al3+ >Ba2+ >Sr2+ >Ca2+ >Mg2+ >Cs+ >Rb+ >NH4+ >K+ >Na+ >Li+
• A força com que os catiões são retidos aumenta com a valência e, para igual
  valência, aumenta com o raio iónico (< raio iónico hidratado).
                                                                                        114
Adsorção catiónica

• Na adsorção electrostática a importância da valência e do raio iónico
  explica-se pela lei de Coulomb:
                           q q'
                   F          2
                                K
                           Dr
• F é a força de atracção ou repulsão (newton),
  q e q’ a carga eléctrica (coulomb),
  r a distância entre as cargas (metro),
  D a constante dieléctrica (78 para a água a 25ºC) e
  K a constante de proporcionalidade (8,9 x 109 para este conjunto de
  unidades do S.I.).




                                                                          115
Factores que explicam a selectividade da adsorção catiónica:


 1) Valência – maior a carga do catião
    maior a força de atracção para a
    superfície.

 2) Raio iónico – maior raio iónico (R), para
     a mesma valência (Z), significa um
     menor potencial iónico (Z/R), a mesma
     carga num volume maior  menor
     atracção pela água e menor esfera de
     hidratação  podem aproximar-se
     mais da superfície adsorvente e
     aumentar a força de ligação.




  Catiões de maior raio  aquacomplexos de menores dimensões



                                                               116
3) Densidade de carga da superfície adsorvente (carga por unidade de área) – maior
densidade de carga na superfície  maior força de atracção




       montmorilonite                                     caulinite


  Ex: adsorção de Ca2+ e Na+  montmorilonite>caulinite
                                                                                 117
4) Concentração da solução: > concentração da solução envolvente  <
tendência de difusão dos catiões adsorvidos  > proximidade dos catiões
adsorvidos à superfície  < espessura da camada difusa




                                                                          118
6. Adsorção aniónica
• Aniões mais frequentes:
  Cl-, NO3-, HCO3- CO32-, H2PO4-, HPO42-, PO43- , SO42-, MoO42-, HMoO4-, H3SiO4-,
  –COO-, (anel aromático)–O-




 Os aniões estão sujeitos aos mesmos 3 mecanismos de adsorção:
     1. Camada dupla difusa (não específica) (=> superfície adsorvente c/
     carga positiva) tem maior significado quanto menor o pH do sedimento
     e em sedimentos ricos em caulinites e sesquióxidos.

                                                                             119
2. Complexos de superfície exteriores à esfera (não específica): as
ligações à superfície adsorvente fazem-se com pelo menos 1 molécula de
água entre o anião adsorvido e o grupo funcional
p.e. ligação a um grupo hidroxilo protonizado ou um grupo amina (S é um
colóide e A um anião com uma esfera de hidratação):
                       SOH2+ + An-  SOH2+An-
                     SNH3+ + An-  SNH3+An-

3. Complexos de superfície interiores à esfera, frequentemente
envolve a troca do anião com um grupo hidroxilo protonizado da
superfície (troca com o hidroxilo):
                     SOH2+ + An-  SA(n-1) - + H2O




                                                                      120
• O fósforo é um exemplo importante de adsorção específica aniónica – é
  fixado pelos sesquióxidos e/ou caulinites (na superfície de alumina) em
  formas não biodisponíveis.




                                                             Sposito, 1989
                                                                             121
7. Reacções de troca e iões de troca
•   O estudo dos fenómenos de adsorção de iões está intimamente relacionado com
    as reacções de troca.
•   Uma reacção de troca iónica é uma reacção em que um ião é substituído por
    outro ião existente na solução, estando o ião permutável adsorvido na camada
    difusa ou em complexos de superfície exteriores à esfera.




                                                                             122
• Em termos práticos, os iões permutáveis correspondem aos iões retidos à
superfície das partículas minerais e orgânicas que são facilmente substituídos
por iões existentes na coluna de água.
• Na realidade é natural que os iões permutáveis incluam também pequenas
quantidades de iões adsorvidos especificamente, uma vez que também são
susceptíveis sofrer algumas trocas.




                                                                            123
Equações de troca e características das reacções de troca


• As reacções de troca iónica nos sedimentos podem ser representadas por
  equações químicas adaptadas, p.e. X representa a fracção coloidal do
  sedimento na reacção de troca do Na pelo Ca:
                          X Na2 + Ca2+  X Ca + 2Na+
• Características das reacções de troca:
  1 - As quantidades permutadas são quimicamente equivalentes
  2 - São reversíveis, tendem para um equilíbrio entre os reagentes e os
  produtos da reacção, a reacção nunca se completa num único sentido
  3 - A troca de iões é muito rápida, praticamente instantânea;
  contudo, nos sedimentos a velocidade das reacções de troca é condicionada
  pela taxa de difusão dos iões que depende da porosidade e da tortuosidade
  dos poros dos sedimentos e da concentração de iões na coluna de água.




                                                                        124
8. Catiões de troca e
                    capacidade de troca catiónica

•   Catiões não permutáveis – estrutura dos minerais ou compostos orgânicos
•   Catiões permutáveis ou de troca – adsorvidos nos colóides do sedimento
     – facilmente permutáveis (por adsorção não especifica, a maior parte);
     – dificilmente permutáveis (por adsorção especifica, pequena parcela);

                         Catiões de troca dos sedimentos

                  Al3+, H+,         Ca2+, Mg2+, K+, Na+
                                            Bases de troca
•   Catiões da solução – parcela mais pequena de catiões do sedimento, maior
    mobilidade, predominam os catiões menos competitivos em relação aos
    adsorventes (menor valência e, para a mesma valência, c/ menor raio).
•   Capacidade de Troca Catiónica (CTC) de um sedimento
    Quantidade de catiões que um sedimento pode adsorver em formas facilmente
    permutáveis, em determinadas condições controladas.
    (principalmente quantidade de catiões sujeitos a adsorção não específica)

                                                                              125
Determinação da capacidade
     de troca catiónica




                             Brady & Weil (1999)   126
5.2 – Composição química dos Sedimentos Fluviais e Lacustres
 1. Elementos Maiores (Ca, Mg, Na, K, Al)
Águas doces  assinaturas geoquímicas muito
distintas  (≠ inputs de solutos, ≠ ciclos
geoquímicos, ≠ processos de transformação)

Concentração de catiões maiores nas águas
superficiais  interacção de diversas fontes e
processos de retenção
1) Fontes:
1. Intemperismo de solos, depósitos superficiais e rochas das bacias de drenagem
Ex: Calcários e dolomitos  Ca e Mg solúveis; alcalinidade nas águas
Aluminossilicatos (Albite NaAlSi3O8; Anortite CaAl2Si2O8, Biotite KMg3AlSi3O10(OH)2
    misturas varáveis de Ca, Mg, Na, K e Al

                                                                             Albite
Meteorização e K-libertação da biotite

             -K + H2O                      -K + H2O
   Biotite                  Hydrous Mica              Vermiculite
                               (Illite)




  P Position (plane)                 Potassium (K)
  E Position (edge)                  Hydrated ions of
  I Position (interlayer)            (Ca++, Na+, Mg++)
Meteorização e K-libertação da biotite

             -K + H2O                      -K + H2O
   Biotite                  Hydrous Mica              Vermiculite
                               (Illite)




  P Position (plane)                 Potassium (K)
  E Position (edge)
                                     Hydrated ions (Ca++,
  I Position (interlayer)            Na+, Mg++)
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Fluxos químicos e dinâmica geoquímica em sistemas lacustres

  • 1. 3.7 – Fluxos Químicos e Dinâmica Geoquímica de Sistemas Lacustres
  • 2. De entre os constituintes dos sedimentos, os nutrientes são os que desempenham um papel mais importante em toda a dinâmica do meio. Nestes sistemas aquáticos, os sedimentos são igualmente fontes potenciais de metais pesados. Não sendo necessariamente fixados de forma permanente pelos sedimentos, podem ser reciclados via agentes biológicos e químicos existentes no sistema sedimento - coluna de água. Fontes dos elementos maiores, nutrientes e metais pesados nos sedimentos e na massa de água 1. alteração química dos silicatos primários das formações litológicas enquadrantes e da superfície dos solos 2. em bacias hidrográficas de zonas intensamente agrícolas  fertilizantes. 3. Indústrias, zonas urbanas, etc.
  • 3. Nutrientes Na massa de água, para além dos processos naturais de intemperismo químico e físico dos minerais primários, consideram-se dois principais tipos de fontes de nutrientes: (1) fontes endógenas, resultantes do metabolismo interno do sistema aquático e (2) fontes exógenas, resultantes de actividades antrópicas diversas. (1) Fontes endógenas Organismos aquáticos capazes de fixar azoto atmosférico  aumento deste elemento nas massas de água (em certas condições  elemento limitante). Em sistemas com elevado teor de biomassa e sedimentos orgânicos, o baixo teor de oxigénio e a existência de condições anaeróbias favorecem a libertação de fósforo para a coluna de água.
  • 4. (2) Fontes exógenas Qualquer intervenção antrópica nas bacias, em particular a relacionada com o uso do solo, reflecte-se na qualidade das águas destes sistemas 2 tipos de fontes exógenas de nutrientes : i) fontes pontuais (ou localizadas), que descarregam nos cursos de água em pontos bem definidos e cuja origem é também bem definida ii) fontes não pontuais (não localizadas), cuja origem e descargas não são localizadas e cujo impacto depende da intensidade dos factores de produção e distribuição sazonal da sua contribuição
  • 5. Transporte de elementos maiores e nutrientes em lagos Rede de drenagem Entrada de nutrientes a partir de fontes exógenas (pontuais e difusas) Directamente no lago Agentes erosivos actuam no terreno  Transporte dos materiais erodidos em direcção à rede de drenagem e desta em direcção às albufeiras, verificando-se uma progressiva diluição da carga total de nutrientes através da sua deposição em sedimentos e da sua diluição na água forma dissolvida Transporte dos elementos químicos maiores forma particulada (90%)
  • 6. (1) Elementos maiores/Nutrientes Particulados 1. Precipitação atinge a superfície do solo  uma fracção da água infiltra-se e outra escoa directamente para as linhas de água. Parte da água que se infiltra continua a percolação em direcção a uma cota mais baixa e a outra parte reage com uma zona menos profunda do solo, logo abaixo da superfície deste, antes de ser escoada; 2. Precipitação  remove partículas do solo e da capa de alteração das rochas e o escoamento leva algum do material erodido em direcção a cota mais baixa, havendo apenas uma fracção que deixa verdadeiramente o terreno, como sedimento. remoção selectiva de sedimentos originados a Erosão partículas minerais da partir do escoamento são Transporte dimensão das argilas e de enriquecidos em matéria orgânica nutrientes nutrientes
  • 7. (2) Elementos Maiores/Nutrientes Dissolvidos Água + Superfície do solo Remoção dos nutrientes dissolvidos retidos nos poros Arraste de alguns dos nutrientes inorgânicos adsorvidos nas partículas do solo Os efeitos das barragens nos nutrientes, contribuem em geral para a sua acumulação nas zonas mais profundas. Simultaneamente, um aumento do consumo de oxigénio ocorre nesta zona devido à oxidação microbiológica da matéria orgânica
  • 8. Concentração média dos elementos maiores transportados pelos cursos de água, sob a forma particulada ou dissolvida e sua comparação com a composição das rochas superficiais e dos solos Continentes Cursos de Água Razão entre a quantidade de material transportado Elementos Concentração Concentração Concentração Concentração Carga em Carga Matéria em Mat. Particula- nas rochas nos solos do material do material suspensão dissolvida suspensão do/ (Mat. Parti- superficiais (mg/g) particulado dissolvido (106 ton (106 ton (cursos de culado+ Mat. (mg/g) (mg/g) (mg/g) /ano) /ano) água/rocha) Dissolvido) Al 69,3 71,0 94,0 0,05 1457 2 1,35 0,999 Ca 45,0 35,0 21,5 13,40 333 501 0,48 0,40 Fe 35,9 40,0 48,0 0,04 744 1,5 1,33 0,998 K 24,4 14,0 20,0 1,30 310 49 0,82 0,86 Mg 16,4 5,0 11,8 3,35 183 125 0,72 0,59 Na 14,2 5,0 7,1 5,15 110 193 0,50 0,36 Si 275,0 330,0 285,0 4,85 4418 181 1,04 0,96 P 0,61 0,8 1,15 0,03 18 1,0 1,89 0,96 Material parental (rochas, solos) Material transportado pelas linhas de água • Enriquecimento em elementos menos solúveis (como o Al e Fe) • Empobrecimento em elementos solúveis (como o Na e Ca) • Enriquecimento em fósforo (devido a fenómenos biológicos e de poluição)
  • 9. Solos, formações encaixantes Albufeiras Transformações dos materiais removidos (troca iónica, fixações, etc. ) 1. As formas particuladas podem ser depositadas ao longo da corrente durante determinados períodos, durante os quais se tornam anóxicas, com consequentes modificações na sua composição química 2. Após serem sujeitas a fenómenos de ressuspensão e reoxigenação, a química das partículas é de novo alterada A composição química dos sedimentos depositados no fundo das albufeiras, embora possam ter algumas afinidades com as formações que lhe estão na origem, apresentam modificações acentuadas
  • 10. Casos de Estudo: Albufeiras Portuguesas (Alentejo) Transformações Químicas Transformações Mineralógicas Forma do elemento nos solos/sedimentos (total, troca, solúvel) Mobilidade química 1) Elementos Maiores Litologia das bacias de drenagem Solos das bacias de drenagem das albufeiras Albufeiras portuguesas Barro Solo Med. Maranhão Monte Novo Solo Med. vermelho e pardo amarelo Horizontes A+Bsup A+Bsup A+Bsup SiO2 (%) 58,12 54,16 SiO2 (%) 49,8 70,0 50,40 Al2O3 (%) 15,89 19,66 Al2O3 (%) 22,4 15,2 17,72 Fe2O3 (%) 6,48 7,6 Fe2O3 (%) 3,97 2,7 11,21 MgO (%) 1,76 1,89 MgO (%) 3,32 0,95 1,99 CaO (%) 1,71 1,28 CaO (%) 6,27 1,05 6,70 Diminuição Na2O (%) 0,75 0,78 Na2O (%) 2,34 3,40 4,35 Acentuada K2O (%) 0,25 3,40 0,35 K2O (%) 2,67 2,71 Elementos facilmente lixiviados Retidos na estrutura de compostos Rapidamente solubilizados Permanecem em solução Água
  • 11. 2) Elementos Nutritivos Solos Albufeiras Preferencialmente associados a partículas minerais e orgânicas de natureza coloidal Sedimentos com textura essencialmente silto- argilosa Mais vulneráveis aos processos erosivos Aumento das formas totais / troca / solúveis dos elementos nutitivos Erosão selectiva das partículas de menor dimensão Transformações mineralógicas
  • 12.  Aumento de minerais/estruturas interestratificadas com folhetos expansíveis  Enriquecimento em matéria orgânica  Condições redutoras que prevalecem no fundo Aumento da superfície específica e de carga por camada Aumento da solubilidade dos elementos Aumento da capacidade de retenção e troca de catiões Fósforo total e disponível (Albufeiras Portuguesas) 10000 Maranhão Monte Novo Azoto Kjeldahl Divor Albufeiras Portuguesas 1000 0,50 0,45 Divor Maranhão Monte Novo Log ppm Fevereiro 0,40 Fevereiro Fevereiro 1998 100 0,35 1990 1997 0,30 (%) 0,25 10 0,20 0,15 1 0,10 3 8 13 22 23 25 27 31 0,05 34 37 38 47 52 55 58 60 1 2 0,00 3 P disponível 4 5 6 7 8 9 3 8 13 22 23 25 27 31 34 37 38 47 52 55 58 60 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 1 2 3 4 5 6 7 10 Amostras 11 12 P total 13 1 P dispon 2 3 4 5 Am ostras 6 7
  • 13. 3) Elementos Tóxicos (Metais Pesados) Limite de toxicidade Solos Albufeiras Elementos tóxicos nos sedimentos (valores máximos, médios e mínimos) 10000 Ba 1000 Cr Retidos por: Em fases 100 Ni Pb As sólidas Log ppm 1. Adsorção minerais / 10 Cd orgânicas 2. Precipitação 1 de Hg 3. Co-precipitação natureza 0,1 valor mínimo valor médio coloidal 0,01 valor máximo CAPINGUI CAPINGUI CAPINGUI CAPINGUI CAPINGUI CAPINGUI CAPINGUI MAR MAR MAR MAR MAR MAR MAR DIV DIV DIV DIV DIV DIV DIV MN MN MN MN MN MN MN PREAL PREAL PREAL PREAL PREAL PREAL PREAL Albufeiras  Erosão preferencial das partículas coloidais Aumento  Capacidade redutora dos meios relativamente aos solos das  As albufeiras são o último receptáculo de descarga bacias de destes elementos nos meios aquáticos drenagem
  • 14. Bacias de inundação das barragens Última etapa dos materiais lixiviados dos solos A erosão selectiva das partículas mais finas (onde se concentram os elementos nutritivos de natureza mineral / orgânica) + Complexos mecanismos de transformação mineralógica e química Aumento das formas mais facilmente solubilizadas dos elementos nutritivos
  • 15. 4 - Composição mineralógica dos sedimentos Lagos  sedimentos de fundo  locais de deposição de material orgânico e mineral transportado a partir da bacia de drenagem + material que se forma na coluna de água e se deposita Reciclagem de MO mineralizada , em especial nutrientes, por decomposição de compostos orgânicos Processos de transferência de fluidos intersticiais sedimentos Papel importante na dinâmica dos sistemas lacustres
  • 16. Fontes dos minerais: 1. Fracção alogénica: minerais transportados para o lago por água superficial, erosão das margens e processos eólicos 2. Fracção endogénica: minerais originados por processos que ocorrem na coluna de água 3. Fracção autigénica: minerais que resultam de processos que ocorrem nos sedimentos, após a sua deposição 1. Fracção alogénica Partículas minerais que se deslocam através das linhas de água  papel importante na compreensão das características químicas e físicas dos lagos e sua evolução através do tempo Processos físicos (ondas, correntes)  transporte e calibração dos minerais Informações obtidas  geologia da bacia de drenagem, processos de intemperismo, importância relativa dos vários inputs, quantificação da influência antrópica
  • 17. 2. Fracção endogénica Processos químicos ocorrem na massa de água  precipitação química ou retenção por absorção de metais a partir das soluções aquáticas Mecanismos de transporte dos elementos químicos para os sedimentos Remoção dos elementos por precipitação, organismos filtrantes ou floculação Processos endogénicos (produtividade orgânica, precipitação de carbonatos)  carácter sazonal e com variações ao longo do tempo (variações climáticas, variações da influência humana) Informações obtidas  indicador de processos de precipitação química no interior do lago; importância relativa dos processos endogénicos/alogénicos Variações mineralógicas e químicas com a profundidade  informações das modificações físicas e químicas que ocorreram durante o ciclo de vida do lago (modificações climáticas, actividades antrópicas)
  • 18. 3. Fracção autigénica Sedimentos dos lagos (origem em processos alogénicos ou endogénicos)  modificações no ambiente físico- químico após a sua deposição • Decomposição da MO enterrada • Misturas/perturbações físico-químicas devidas a actividade de organismos Modificações na mineralogia e química dos sedimentos Modificações nos fluídos intersticiais dos sedimentos  difusão ou advecção de solutos entre os sedimentos e a coluna de água Fracção mais lábil da matéria Fracção mais lábil da matéria particulada particulada retida nos sedimentos libertada para a coluna de água Informações obtidas: conhecimento do fluxo de nutrientes (fosfatos, nitratos) e sílica para a coluna de água  importância destes elementos como estimulantes do crescimento da MO no interior do lago
  • 19. Importância das reacções de superfície nos sedimentos  partículas de fina granulometria têm maior potencial de interacção com a coluna de água Minerais mais comuns e importantes na regulação da química dos metais traço, nutrientes e compostos orgânicos:  Grãos de silicatos resistentes: quartzo, moscovite (areia, silte)  Óxidos de ferro e manganês cristalinos e amorfos  revestimento de grãos minerais (silte)  Minerais argilosos (argila)  minerais argilosos têm diferentes acções na transferência de solutos para a coluna de água, diferentes áreas superficiais e diferentes capacidades de adsorção e troca iónicas • maior papel na cinética e transferência de solutos entre sedimentos e a coluna de água; • adsorção de metais traço, nutrientes e compostos orgânicos ; • substrato para precipitação de compostos orgânicos e minerais secundários Interacções dos minerais argilosos com outras fase dos sedimentos
  • 20.
  • 21. Caracterização dos diferentes grupos minerais 1) Minerais clásticos não argilosos Nos sedimentos este grupo é dominado por materiais da dimensão silte ou areia  quartzo, feldspato, minerais Fe-Mg, calcite detrítica Silicatos e óxidos alogénicos Reflectem a fonte e o transporte dos sedimentos. Pouco alterados no ambiente lacustre Variações na fracção clástica dos sedimentos  variações na litologia das bacias de drenagem + profundidade do local (controle na dissipação de energia)+ variação nos processos que actuam dentro do lago : sedimentação selectiva e distribuição pelo vento das fracções mais finas dos sedimentos (mais importante nas zonas menos profundas dos lagos) Minerais mais comuns  Quartzo (ubiquísta), feldspato
  • 22. 2) Minerais carbonatados Únicos minerais que podem ser derivados das 3 fontes dos sedimentos: alogénicas, endogénicas e autigénicas Maior contribuição de detritos fluviais erodidos de rochas carbonatadas da bacia de drenagem Variação na distribuição espacial dos carbonatos nos sedimentos  variações na calibração hidrodinâmica das fases carbonatadas Existem lagos em que os sedimentos carbonatados são endogénicos  os principais constituintes foram directamente precipitados a partir da coluna de água, por processos orgânicos e inorgânicos. Origem do Ca dissolvido e C inorgânicos: 1. Dissolução de rochas carbonatadas da bacia de drenagem CaCO3 + H2O + CO2  Ca2+ + 2HCO3- CaMg(CO3)2 + 2H2O + 2CO2  Ca2+ + Mg2+ + 4HCO3- 2. Hidrólise de silicatos-Ca CaAl2Si2O8 + 3H2O + 2CO2  Al2Si2O5(OH)4 + Ca2+ + 2HCO3- Plagioclase-Ca Caulinite
  • 23. Para além das fontes de Ca e Carbonato dissolvido, vários factores no lago, afectam a solubilidade e, consequentemente, a precipitação dos carbonatos: 1. Temperatura: Elevadas temperaturas (baixas profundidades)  precipitação de carbonatos  diminuição da solubilidade de CaCO3 e CO2. Maiores profundidades em lagos produtivos  baixa temperatura + decomposição de resíduos orgânicos  maior retenção de Cinorg  dissolução de carbonatos 2. Pressão parcial do CO2: Fixação de C inorgânico na zona fótica por organismos fotossintéticos  diminuição de pCO2  maior solubilidade dos carbonatos 3. Plantas e algas planctônicas (fitoplâncton)  extracção de CO2  aumento de pH  precipitação de carbonatos 3) Óxidos de Fe e Mn Óxidos de Fe e Mn:  revestimento de partículas minerais (areia, balastro)  depósitos de óxidos /hidróxidos de dimensão fina, fraca/ cristalizado a amorfos  mistura de fases Ubiquistas em ambientes oxigenados
  • 24. Origem dos óxidos de Fe e Mn Derivados do intemperismo de rochas cristalinas em climas húmidos e com abundante vegetação  húmus derivado da decomposição das plantas liga-se a estes metais  ajuda a sua solubilização e transporte para águas subterrâneas e superficiais Entrada nos lagos 1. Transportados sob forma dissolvida a partir da descarga de águas superficiais e subterrâneas (como complexos de ácidos húmicos e fúlvicos) 2. Transportados sob forma particulada  óxidos inorgânicos, complexos orgânicos , revestimentos de óxidos sobre partículas de sedimentos (revestimentos de grãos, crostas superficiais), concreções ou nódulos dispersos nos sedimentos A fonte para o Fe e Mn dos Na interface sedimento-água nódulos  fluidos intersticiais. Enriquecimento dos fluídos a Fracção mais importante partir de reacções de diagénese (oxidação de MO) Quartzo revestido com óxidos de Fe e Mn
  • 25. 1. Transporte favorecido pela formação de complexos orgânicos e inorgânicos de Fe e Mn e pela lenta taxa de oxidação destes compostos  mistura ao entrar nos lagos  ruptura dos complexos  maior solubilidade (em função do equilíbrio redox); 2. Em ambientes ácidos, anóxicos e ricos em MO  Fe e Mn mais móveis (Mn reduzido mais móvel que Fe) 3. Em ambientes alcalinos ou neutros  precipitação de óxidos (Mn precipita com valores de pH mais altos que o Fe) Diagramas pH-Eh para o Fe e Mn em sistemas lacustres
  • 26. Formas minerais Óxidos pouco cristalinos  elevadas taxas de acreção e pouco tempo Óxidos Fe  goetite e Fe(OH)3 amorfo para se dar a recristalização Óxidos de Mn  todorokite, birnessite, psilomelano Nódulos  bandas concêntricas com alternância de laminações de Fe e Mn c/ associação de aniões (sílica, c/ associação de metais de transição: Cu, fosfatos, arsénio) Co, Ni, Zn, Ba Goetite Psilomelano Nódulos Fe-Mn
  • 27. 4) Minerais Argilosos Os minerais argilosos nos sedimentos reflectem as litologias das bacias, em especial em climas onde o intemperismo não é muito intenso, de forma a obliterar o efeito das diferenças composicionais das rochas parentais O que são minerais argilosos? Minerais argilosos são a parte mais fina da geologia. São geralmente constituintes da fracção inferior a 2 µm, situada abaixo do limite de resolução microscópica.
  • 28. O que são minerais argilosos? 1. A química e estrutura interna de um mineral argiloso conferem características muito específicas de reactividade química. 2. A pequena dimensão e forma específica dos cristais (em forma de folha) contribuem para outras propriedades que são mais físicas  elevada área superficial em relação à sua massa  elevada capacidade de absorção de água. A carga residual que existe à superfície do mineral consegue adsorver água que se dispõe em camadas entre as suas folhas.
  • 29. A forma dos minerais em folha faz com que mais aumente a sua superfície específica. Para a mesma pequena dimensão, a forma em folha tem uma superfície específica superior a qualquer outro mineral em forma de cubo, esfera, etc.
  • 30. Floco Lâmina Agulha Os minerais argilosos podem ser divididos em 3 grupos consoante a sua forma: •Floco: folha de igual dimensão nas 2 direcções e uma espessura de 1/20 na outra dimensão; •Lâmina: camadas de aspecto linear com uma largura superior numa só direcção. A espessura é bastante inferior às restantes 2 direcções; •Agulha: 2 direcções são semelhantes enquanto a outra é bastante superior. São raros.
  • 31. Estrutura dos Minerais Argilosos Minerais Argilosos  Filossilicatos (forma em folha) A estrutura interna e a direcção das ligações fazem-se essencialmente num arranjo de 2 dimensões. As ligações são facilmente quebradas numa direcção  estrutura em folha Ligações  As ligações nos minerais argilosos são maioritariamente covalentes embora cerca de metade dos iões sejam o O2- e, de entre os catiões, o Si e Al sejam os dominantes. Estes iões formam unidades muito covalentes que estão interligadas formando uma rede. Rede cristalina nos minerais argilosos  série de iões (catiões e aniões) ligados por ligações maioritariamente covalentes
  • 32. Química e estrutura interna + pequena dimensão e forma específica dos cristais (em forma de folha) Interacção entre as argilas e o ambiente  interacção com a biosfera. A atracção que os minerais argilosos têm em relação à água: • Constituem um reservatório de água no ambiente. • A capacidade de adsorção à superfície do mineral dá-lhe a possibilidade de se manterem em suspensão em meios aquosos e de serem facilmente transportados em suspensão por grandes distâncias. A suspensão destes minerais numa solução aquosa tende a separá-los de outros minerais com dimensão idêntica mas que não têm forma laminar  por essa razão são os minerais que chegam aos fundos oceânicos.
  • 33. Os minerais argilosos e a água Os minerais argilosos têm um efeito muito especial nas moléculas de água. As superfícies dos minerais atraem as moléculas polares da água através de fracas forças de carga, dispondo-se as moléculas em finas camadas à volta das partículas. Estas unidades argila- água modificam as propriedades das soluções aquosas, formando a sua combinação, um material com um estado especial.
  • 34. Adsorção ≠ Absorção Todos os minerais argilosos atraem moléculas de água à sua superfície mas existem alguns que a levam para o interior da sua estrutura  absorção.
  • 35. As argilas como minerais Em relação ao seu comportamento em relação à água existem 2 tipos de minerais: Expansíveis e não expansíveis. Alguns minerais têm uma propriedade especial que lhes permite incorporar moléculas de água na sua estrutura. Esta água modifica a dimensão das partículas argilosas  argilas expansíveis. Esta incorporação de moléculas de água na estrutura é reversível sob condições atmosféricas sendo directamente proporcionais à pressão de vapor de água e temperatura. Um dos mais usados critérios para a sua identificação – distância entre folhetos contíguos na estrutura dos cristais – espaçamento basal. É determinado após aquecimento das amostras para eliminar a água absorvida.
  • 36. Quanto à sua composição, uma vez que são dominados por sílica, os seus teores de SiO2 não diagnosticam a sua identificação. Contudo, elementos como o Al, Mg, Fe, K e, em menor teor, o Ca e Na, são úteis indicadores do tipo de mineral
  • 37. Minerais Argilosos  Filossilicatos Oxigénio apical Oxigénios basais Camadas tetraédricas Formam uma estrutura tridimensional mais complexa porque são partilhados os 3 oxigénios basais de cada tetraedro, originando estruturas planares – camadas tetraédricas, isto é, estruturas que crescem segundo 2 direcções – estruturas planas Rede hexagonal resultante da ligação dos oxigénios basais
  • 38. Unidades tetraédricas Os silicatos possuem uma estrutura cuja geometria é dominada pelo arranjo tridimensional dos átomos de silício e oxigénio. Esta disposição segue regras bem definidas determinadas pela natureza química e pela geometria dos próprios átomos. 1. Ião silício (Si4+) – pequenas dimensões (r=0,39 Å) - valência positiva= +4 2. Ião oxigénio (O2-) – elevadas dimensões (r=1,32 Å) - valência negativa= -2 Unidade básica dos silicatos
  • 39. +4 Numa unidade estrutural básica, cada um dos 4 oxigénios do grupo tetraédrico em redor do ião Si4+, partilha uma das 4 cargas do ião silício. Como ao oxigénio faltam 2 electrões de valência (valência = - 2), cada um desses iões necessita de uma outra unidade de carga de qualquer outra origem. Esta condição pode ser atingida através: 1 – Ligação de iões O2- a catiões de outra natureza – Ex: K+, Ca2+, Al3+ - catiões compensadores de carga 2 – Ligação a um outro ião silício de um grupo -2 tetraédrico adjacente - polimerização Considerando a polimerização, nos silicatos este fenómeno é caracterizado por: - Repetição do grupos (SiO4)4- - A repetição do oxigénio num outro agrupamento tetraédrico pode envolver 1, 2, 3 ou 4 iões de oxigénio de cada tetraedro, dando origem a uma grande diversidade de configurações estruturais. Em nenhum caso 3 ou mesmo 2 oxigénios são compartilhados entre 2 tetraedros adjacentes. Esta participação colocaria 2 iões de silício com cargas positivas muito próximas um do outro, tendo como consequência uma repulsão mútua, logo, uma estrutura instável
  • 40. •Se houver partilha de 3 oxigénios de cada tetraedro – 3 repetições do grupo (SiO4)4- - lâminas ou planos de tetraedros – estrutura em lâminas ou folhas – cristais lamelares; Alguns dos tipos de estruturas dos silicatos
  • 41.
  • 43. As camadas de tetraedros unem-se a camadas de octaedros (idênticas mas com unidades octaédricas, com 1 ião coordenador de Al3+, Fe3+ ou Mg2+ ao meio, rodeado por 6 iões O2- ou OH-) Camadas octaédricas Unidades octaédricas repetidas segundo 2 direcções a e b. Os iões Al3+, Fe 3+ ou Mg2+ constituem um plano central entre dois planos de oxigénio ou oxidrilo
  • 44. Unidades Octaédricas Nas ligações octaédricas, o nº de catiões pode variar entre 2 e 3. 3 Mg2+  estrutura trioctaédrica 2 Al3+  estrutura dioctaédrica As estruturas octaédricas nunca se encontram sozinhas. Ligam-se às estruturas tetraédricas  oxigénio apical  partilha do Oxigénio segundo a direcção z da estrutura
  • 45. Unidades Octaédricas Se nenhuns O2- estão ligados a outros poliedros através do O2- Apical  O2- ligados a H+ formando complexos iónicos hidroxilos (OH) Al3+ Unidade octaédrica hidratada (Al)2(OH)6 = Gibsite
  • 46. As unidades estruturais dos minerais filossilicatados são formadas pela ligação de 2 ou 3 camadas tetraédricas e octaédricas na proporção T-O-T ou T-O, através dos iões dos vértices não partilhados T:O T:O:T Lâminas ou folhetos
  • 49. Cada conjunto de 2 ou 3 camadas – lâmina, une-se umas às outras através de catiões de equilíbrio de diversa natureza (ligações iónicas), sendo os mais comuns: K+, Fe2+ e Mg2+. Minerais argilosos Micas
  • 50. Caso Particular: Minerais Argilosos Os minerais argilosos são electronegativos: Estrutura electrostaticamente desiquilibrada 1. Substituições isomórficas: cada substituição faz aparecer na superfície da folha 1 carga eléctrica livre  as camadas /folhetos ficam fortemente unidas por catiões. EX: Si4+  Al3+; Al3+  Fe2+ 2. Ligações quebradas no Excesso de carga negativas  cargas rebordo dos cristais intrínsecas ou permanentes 3. Dissociação dos hidrogénios dos oxidrilos existentes no rebordo dos cristais
  • 51. A maioria dos catiões dos minerais mais abundantes é relativamente pequena; a maioria dos aniões é grande. Como os aniões são maiores, a maior parte do espaço do cristal é ocupado pelos aniões, ficando os catiões a preencher os espaços existentes entre eles. Em resultado, as estruturas dos cristais são largamente determinadas pelo modo como os aniões se arranjam e como os catiões preenchem os espaços existentes entre eles. Substituições isomórficas: Catiões com idênticas dimensões e cargas tendem a substituir-se na estrutura dos minerais formando cristais com a mesma estrutura mas diferindo a composição química. As substituições são parciais ou totais na rede cristalina sem que ocorra alteração da forma ou Dimensões alteração sensível do edifício cristalino. Estas relativas dos iões substituições permitem que diferentes iões mais vulgarmente ocupem a mesma posição na malha cristalina. encontrados nas As substituições isomórficas só ocorrem em rochas. Raios determinadas estruturas – substâncias iónicos dados em diadócicas 10-8 cm
  • 52. Substituições em locais de coordenação Variedades ou espécie de minerais (na natureza)  substituições de catiões de igual ou diferente carga nos locais tetraédricos ou octaédricos. Substituições octaédricas 1. Substituições por carga equivalente  mesma carga. Pode não existir modificações em outros locais de coordenação: Mg2+  Fe2+ Fe3+  Al3+ 2. Substituições não estequiométricas: modificação do nº total de iões. Os balanços de carga são mantidos por substituições do tipo 3R2+  2R3+ (subst. Di- trioctaédrica)
  • 53. Substituições tetraédricas- octaédricas Se os iões eu se substituem na cama octaédrica são de carga ≠ e todos os locais na estrutura estiverem ocupados Fe3+ Mg2+ A carga é compensada por outras substituições na camada tetraédrica  neutralidade eléctrica na estrutura Substituições interfolhetos A substituição é electrostaticamente balançada pela adição de outros iões que ficam retidos à superfície ou no espaço inter- folhetos.
  • 54. Grupos de minerais argilosos 4. Clorite 1. Caulinite 5. Vermiculite 2. Ilite 6. Minerais interestratificados 3. Esmectite (camadas mistas) Aspectos em que diferem: 1. Combinação das camadas tetraédricas e octaédricas: T-O ou T-O- T 2. Tipo de ligações entre as lâminas: fortes ou fracas, diferente natureza dos catiões de ligação : K+, Fe2+, Mg2+, Ca2+. Diferentes valores de espaçamento basal – valor entre as bases de lâminas adjacentes
  • 55. 3. Existência ou não de substituições isomórficas  maior ou menor retenção de catiões entre folhetos adjacentes a) b) 4. Natureza dos iões existentes no centro das unidades octaédricas Al3+, Fe2+, Mg2+
  • 56. 5. Razão entre sílica/alumina  na camada tetraédrica o Al substitui por vezes o Si 6. Valor da superfície específica dos minerais (superfície interna e externa) I - Caulinite 1 - Composição SiO2/Al2O3 = 2 Na unidade octaédrica os iões centrais são Al Al2Si2O5(OH)4
  • 57. 2 - Estrutura 1. T-O ou 1:1 – 1 camada tetraédrica de Si + 1 camada octaédrica de Al 2. Espaçamento basal – 7 Å Si 3. Ligações entre folhetos adjacentes – Hidrogénio Ligações fortes Entre os O dos planos de oxigénio das unidades tetraédricas e os grupos OH- da unidade octaédrica Al da camada adjacente 4. Substituições isomórficas – não há (ou muito pouco)  não há excesso de cargas negativas 5. Superfície específica – pequena  apenas dependente das suas faces externas 6. Forma dos cristais – platiformes de contorno hexagonal 7Å Pequenas quantidades dos locais (<2%) pode ser ocupado por Fe3+
  • 58.
  • 59. 3 – Propriedades 1. Expansibilidade – fortes ligações entre folhetos adjacentes  não tem expansibilidade 2. Carga eléctrica e poder de retenção de água – fraco (mineral pouco electronegativo 3. Capacidade de troca catiónica – baixa 4. Plasticidade – torna-se plástica para teores de humidade relativamente baixos II- Esmectite 1 – Composição SiO2/Al2O3 = 4 Composição mais Fe-Mg. Na unidade octaédrica o ião central pode ser Si, Fe ou Mg Os minerais no grupo da esmectite distinguem-se pelos teores de Fe3+ e Al3+ • Nontronites (Fe3+) • Motmorilonites e beidelites (Al3+ )
  • 60. 2- Estrutura 1. T-O-T ou 2:1 – 2 camadas tetraédricas de Si + 1 camada octaédrica de Al, Fe ou Mg 2. Ligações entre folhetos adjacentes – Oxigénio Van der Waals Ligações fracas ligações entre planos de Oxigénio de unidades tetraédricas contígua Possibilidade de acesso de moléculas de água e orgânicas e de iões permutáveis que se dispõem em várias camadas entre folhetos adjacentes
  • 61. 3. Espaçamento basal: Varia consoante o grau de hidratação e espécie de catiões permutáveis existentes: N – 14 Å; G – 17 Å; A (550ºC) – 10 Å 4. Substituições isomórficas: - Unidades tetraédricas – não se verificam - Unidades octaédricas – Muitas. As posições octaédricas só em parte são ocupadas por Al que em maior ou menor escala é substituído por Mg ou Fe 5. Carga eléctrica: substituições isomórficas  desiquilíbrio eléctrico  excesso de cargas negativas Iões permutáveis e moléculas de água são introduzidos na estrutura para diminuir deficiência de carga
  • 62. 6. Superfície específica: fácil acesso de moléculas de água + líquidos orgânicos + iões  elevada superfície interna (700-800 m2/g) ; Superfície externa – 80 m2/g 7. Forma dos cristais: massas irregulares em partículas muito pequenas 3 – Propriedades 1. Expansibilidade – fracas ligações entre folhetos adjacentes + carga eléctrica negativa  elevada expansibilidade 2. Poder de retenção de água – elevado 3. Capacidade de troca catiónica – elevada 4. Plasticidade –plástica para teores de humidade superiores aos da caulinite
  • 63. III- Ilite Micas hidratadas 1 – Composição SiO2/Al2O3 = 2-4 Aluminossilicatos de Al, Mg e K 2 - Estrutura 1. T-O-T ou 2:1 – 2 camadas tetraédricas de Si e Al + 1 camada octaédrica de Al, Fe ou Mg 2. Substituições isomórficas: K+ - Unidades octaédricas – poucas: Al  Fe, Mg - Unidades tetraédricas – Muitas; Si  Al A deficiência de carga é compensada por iões K+, um por cada Si substituído que se situam entre camadas tetraédricas de unidades contíguas
  • 64. 3. Ligações entre folhetos adjacentes  ligações de potássio Os iões K+ funcionam como pontes que ligam folhetos uns aos outros  ligações fortes 4. Espaçamento basal – retículo fixo 5. Carga eléctrica – As subst. isomórficas da camada tetraédrica são compensadas por K+ Carga eléctrica média  pequenas subst. isomórficas na camada octaédrica  Al3+Fe2+, Mg2+ 6. Superfície específica: Superfície externa – intermédia (30-80 m2/g), Superfície interna – não tem 7. Forma dos cristais – lamelas pequenas mal definidas, em conjuntos irregulares, por vezes com contorno haxagonal
  • 65. 3 – Propriedades 1. Expansibilidade – pouco expansível na presença de água ou líquidos orgânicos 2. Poder de retenção de água – intermédio 3. Capacidade de troca catiónica – intermédio 4. Plasticidade – intermédio
  • 66. IV- Clorite 1 - Composição (Mg,Fe)3(Si,Al)4O10(OH)2·(Mg,Fe)3(OH)6 2 - Estrutura Interestratificação regular de folhetos unitários trioctaédricos semelhantes às ilites e folhetos de brucite (outra folha octaédrica em que o catião coordenador é o Mg2+ ou Fe2+, Al3+, Li+) Substituição isomórfica Si4+  Al3+ na camada tetraédrica  deficiência de carga compensada pelo excesso de carga nos folhetos de brucite (Mg2+  Al3+) Espaçamento basal: 14 A Brucite: Mg3(OH)6
  • 67. Substituição isomórfica Si4+  Al3+ na camada tetraédrica  deficiência de carga compensada pelo excesso de carga nos folhetos de brucite (Mg2+  Al3+) Substituições octaédricas-tetraédricas 3Mg2+2Si4+ = 2Mg2+Al3+ (Si4+Al3+ ) As composições das clorites resultam de complexas e simultâneas substituições
  • 68. V- Vermiculite 1 - Composição (MgFe,Al)3(Al,Si)4O10(OH)2·4H2O 2 - Estrutura Estrutura semelhante à montmorilonite (montmorilonite de elevada carga). As camada têm maior extensão segundo as direcções dos eixos a e b Folhetos trioctaédricos do tipo T:O:T separados por camadas de moléculas de água (espessura bem definida)  expansão restrita Substituição isomórfica Si4+  Al3+ na unidade tetraédrica  deficiência de carga equilibrada por catiões permutáteis (Mg2+, Ca2+) que se introduzem no intervalo entre folhetos adjacentes Espaçamento basal: 14 A
  • 69. 3 - Propriedades Elevada capacidade de troca catiónica (100-150 cmolc/Kg). Vermiculites resultam geralmente de micas meteorizadas as quais TYPICAL CHEMICAL ANALYSIS perderam os catiões K+ entre folhetos contíguos, que Element Percent by Weight foram substituídos por SiO 2 38-46 catiões Mg2+ e Fe2+ . Al O 2 3 10-16 MgO 16-35 CaO 1-5 KO2 1-6 Fe O 2 3 6-13 TiO 2 1-3 HO 2 8-16 Other 0.2-1.2
  • 70. Interestratificados Modelos estruturais variados intermédios ou mistos dos grupos anteriores Ex. Cristais com edifícios construídos à base de camadas estruturais próprias da Ilite, intercaladas regular ou irregularmente por outras próprias do grupo da momtmorilonite. Regulares: Organização própria das espécies minerais reais. Têm nomes específicos ex: corrensite, rectorite, etc. Irregulares: iniciais dos nomes das espécies minerais identificadas Ex: I-M, I-Cl
  • 71. São vários os aspectos em que diferem os diversos grupos de minerais:
  • 72. Cristais dos minerais de argila Os cristais resultam do empilhamento das lâminas ou unidades estruturais. A dimensão dos cristais é caracterizada: • pela sua extensão lateral, que depende das características das unidades estruturais; • pela sua espessura, fortemente condicionada pela natureza das ligações entre as unidades estruturais.
  • 73. • Quanto à extensão lateral, quanto menos substituições isomórficas tiver o mineral maior será a sua dimensão, podendo formar-se macrocristais como nas micas, talco, serpentina, ... • Quanto ao tamanho dos cristais, temos: – Ilite (0,1-0,5mm) > vermiculites > esmectites (<0,05mm) • Caulinites são ainda maiores que os da ilite (entre 0,1-100mm dependendo das condições termodinâmicas da sua formação).
  • 74. Quanto à espessura dos cristais • Quanto mais fortes são as ligações interlamelares: – menor tende a ser a espessura dos cristais – mais ordenado o modo de empilhamento • Resultando a mesma sequência em ambos os casos: Caulinites>ilites>vermiculites>esmectities (espess. caulinite: 20-30 lâminas tem 15-20 nm).
  • 75. Constituição de um cristal de argila por sobreposição de várias unidades estruturais 1:1 ou 2:1 (Abreu, 1994, p.141)
  • 76. Principais tipos de empilhamento das unidades estruturais dos minerais de argila (Abreu, 1994, p.141)
  • 77. Estudo de Casos: Mineralogia em lagos artificiais mediterrânicos e tropicais Métodos Analíticos • Estudo pormenorizado dos minerais argilosos, através de difracção de raios-X (saturação com Mg, K e Li) e espectrofotometria de infra-vermelhos (FTIR)
  • 78. Caracterização dos minerais argilosos Durante a erosão e o transporte até às albufeiras  transformações de natureza química e física (troca iónica e de fixação). Devido a estes processos, podem fixar catiões existentes em certas concentrações Origem dos minerais argilosos na água e/ou libertar da sua estrutura nos sedimentos catiões mais instáveis transformando- se, por vezes, em minerais de outra espécie ou grupo. Maioritariamente Alogénica
  • 79. MINERALOGIA DAS ARGILAS 1. Variação acentuada na litologia das bacias de drenagem 2. Variados estados de transformação dos produtos do intemperismo 3. Mistura durante os mecanismos de transporte e sedimentação 4. Diferente velocidade de floculação das diferentes espécies minerais Grande diversidade deMineralogy argilosos Clay minerais 100% Clay Minerals (semi-quantitative analysis) 90% + C/S + C/S 80% 70% vermiculite + C/S kaolinite 60% + I/S chlorite 50% + I/S illite 40% + I/C smectite + I/S 30% 20% 10% Chlorite 0% + Maranhão Monte Novo Divor Passo Real smectite Mineralogia da fracção argilosa  herdada
  • 80. 1 - Sistemas Mediterrânicos DIVOR (1) esmectites cálcicas do tipo montmorilonite, associada a (3) clorites com proporções uma variedade mais férrica, variáveis de Fe e Mg, a nontronite, (4) caulinites (2) ilites de composição férrica, aluminosa ou ferro- (5) estruturas interestratificadas aluminosa, irregulares
  • 81. Todos os minerais estão presentes em todos os sedimentos, embora a proporção de cada grupo varie espacialmente em cada albufeira e entre diferentes sistemas Os graus de cristalinidade são médios na maioria dos minerais, apresentando-se apenas alguns com estruturas degradadas
  • 82. 2 - Sistemas Tropicais Maior uniformidade geológica das bacias de drenagem + clima de características tropicais (intemperismo química dominada por intensa lixiviação de catiões básicos) Menor diversidade mineralógica da fracção argilosa dos sedimentos + conjunto mineralógico mais simples Grau de evolução mais avançado
  • 83. Três Marias (MG) Litologia da bacia de drenagem maioritariamente I(002)/I(001) detrítica e com forte componente férrica • Elevados teores de ilite e caulinite • Teores baixos de clorite Domínio do Fe na camada octaédrica • Elevados graus de cristalinidade
  • 84. Tucuruí (Pará)  Elevada evolução mineralógica  Associações mineralógicas simples. Minerais ricos-Fe  Ilite com domínio de Fe na camada octaédrica  Caulinite com grau de cristalinidade médio-alto  Distribuição uniforme dos teores e características químicas e estruturais dos minerais  Elevados teores de óxidos-Fe-Al na fracção silte  Teores baixos de clorite; Clorite fracamente cristalizada
  • 85. • > % Ilite • < % Caulinite • > % Clorite Basaltos (Formação Tucuruí)
  • 86. Solos  Sedimentos do reservatório • > % clorite (var. clorite de sedimentos recentes) • > % ilite • < % gibsite e goetite na fracção argilosa • > ordenação da caulinite Minerais Argilosos nos solos 100% 80% Gibsite Goetite Esmectite 60% Clorite Caulinite Ilite 40% 20% 0% o r r r o o ol st st st ic ol ss di di di Ál ss bi lic o V V- A V- A ilo m tó ss rg Ca Li to ss ss A La to to La La
  • 87. 5 – Biogeoquímica de Sedimentos Fluviais e Lacustres 5.1. Capacidade de adsorção e troca de iões com a coluna de água Papel dos rios/lagos como armadilhas de elementos químicos  capacidade dos sedimentos de retenção dos elementos que entram/circulam na bacia de drenagem Adsorção: acumulação de matéria na interface de um sólido com uma solução aquosa Adsorção  adsorvente e adsorvido
  • 88. Adsorção de iões: Factores que determinam a capacidade de um sedimento para adsorver catiões: 1. Carga eléctrica do adsorvente 2. Superfície específica 1. A carga eléctrica permite atrair os iões de carga oposta à das partículas e quanto maior essa carga, maior o nº de iões atraídos 88
  • 89. 2. Superfície específica (superfície por unidade de massa): >s.e  > quantidade de iões adsorvidos por unidade de massa do adsorvente Colóides partículas de dimensões muito pequenas < 1 m. Natureza química muito diversa (minerais ou orgânicos) Fracção coloidal dos sedimentos: 1. minerais argilosos 2. óxidos e hidróxidos de ferro e alumínio 3. matéria orgânica (húmus) • Cargas eléctricas predominante/ negativas (mas tb +); • > s.esp. • > capacidade de adsorção • > reactividade 89
  • 90. Importância da capacidade dos sedimentos de adsorverem catiões (tb aniões e moléculas): 1. Permite a retenção e a cedência de iões indispensáveis à actividade dos organismos: K+, Ca2+, Mg2+, NH4+, NO3-, SO42-, H2PO4-, ... 2. Permite a retenção de poluentes como metais pesados, pesticidas, herbicidas, etc Adsorção  interacções superfícies das partículas - iões dissolvidos Adsorção  reversibilidade, iões adsorvidos podem ser "dessorvidos" Água ao serem trocados por outros iões K+ Mg++ existentes na solução envolvente H+ NH4+ K+ Ca++ Na+ H+ Ca++ Mg++ Reacções de Troca H+ Na+ NH4+ 90 K+
  • 91. 1. Superfícies minerais e orgânicas; cargas eléctricas e grupos funcionais a) Cargas permanentes (não variam com pH da solução) – Cargas negativas dos minerais de argila, resultado das substituições isomórficas. 91
  • 92. b) Cargas dependentes do pH (variam com pH da solução) Ocorrem na matéria orgânica, óxidos e hidróxidos de Fe e Al, e nos bordos dos minerais de argila. Resultam da dissociação de grupos OH- minerais e orgânicos (na matéria orgânica o H+ pode dissociar-se também de outros grupos, p.e. carboxilo e amina R-COOH, R-NH2). Podem ser negativas ou positivas consoante o valor de pH; pH alto, > cargas negativas e cargas positivas nulas ou quase pH baixo, < cargas negativas e > cargas positivas. 92
  • 93. Superfícies minerais e orgânicas; cargas permanentes e cargas variáveis Brady & Weil (1999) pH Sedimento) 93
  • 94. 2. Superfícies minerais e orgânicas; caso dos óxidos de Fe e Al • Os óxidos e hidróxidos de Fe e Al são colóides anfóteros (passam de carga global positiva, abaixo de um dado pH, para uma carga global negativa, acima desse valor de pH). M-OH2+  (H+ +) M-OH (+ OH-)  M-O- + H2O pH + baixo pH + alto • O pH em que a carga global se anula é chamado o ponto de carga nula (ou ponto isoeléctrico). 94
  • 95. As cargas negativas e positivas dos sedimentos têm que ser neutralizadas por catiões e aniões  adsorção electrostática. • Em geral há um predomínio das cargas negativas sobre as positivas, que se acentua com a subida do pH. • Em materiais sedimentares de regiões tropicais, as cargas positivas podem superar as cargas negativas. 95
  • 96. 3. Água intersticial do sedimento • Complexo - tem um átomo, ião ou grupo central, ao qual se ligam outros iões ou moléculas em número superior à carga ou número de oxidação do átomo central que se designam por ligandos ou grupos de coordenação. • Quelatos – tipo particular de complexos em que há apenas um único ligando (uma molécula) com vários grupos funcionais que coordenam um catião metálico. Complexo Quelato 96
  • 97. Água existente nos poros dos sedimentos  água intersticial solução A água que circula nos poros vai dissolvendo compostos org e inorg mais ou menos solúveis. Estes solutos, ao aproximarem-se da superfície da fase sólida podem ser adsorvidos • Os iões da solução dos sedimentos encontram-se hidratados – ficam rodeados por uma ou mais camadas de moléculas de água, formando esferas de solvatação, ou de hidratação. • Os iões hidratados ou complexos de solvatação. 97
  • 98. http://www.wou.edu/las/physci/ch412/hydspher.gif Iões em solução: esfera de hidratação http://www.advancedaquarist.com/2002/3/chemistry_album/fig1.jpg 98
  • 99. Iões hidratados  complexos  complexos de solvatação Átomo ou grupo central ao qual estão ligados outros grupos ou moléculas, que o envolvem, em nº superior à carga ou nº oxidação do átomo central Ligandos ou grupos de coordenação Se os ligandos são as próprias moléculas de água Complexos de solvatação ou aquocomplexos http://www.wou.edu/las/physci/ch412/hydspher.gif 99
  • 100. Tipos de Complexos: 1. Complexos Exteriores à esfera (de hidratação)  entre o grupo central e os ligandos interpõe-se uma ou mais moléculas de água Ligações electrostáticas (ligações intermoleculares; menos estáveis) 2. Complexos Interiores à esfera (de hidratação)  o grupo central e os ligandos têm contacto directo Ligações iónicas ou covalentes (ligações intramoleculares; mais estáveis) 100
  • 101. 4. Tipos de adsorção O mecanismo de adsorção mais comum é atracção electrostática A sup. das partículas carregadas com cargas - ou +, para manter a neutralidade eléctrica, atraem iões de cargas opostas ou moléculas polares q se encontrem em solução 101
  • 102. Tipos de adsorção 1) Modelo da difusão de iões Em sedimentos com coluna de água sobrejacente  os iões não se conservam estatica/ sobre a superfície das partículas e passam a estar sujeitos a duas tendências opostas: 1. Tendem a aproximar-se das superfícies com cargas opostas; 2. Tendem a difundir-se uniformemente por toda a coluna de água  afastam-se da superfície 102
  • 103. 2) Modelo de Gouy e Chaoman – Modelo da dupla camada difusa A concentração de iões decresce com o afastamento à superfície adsorvente. A 1ª camada representa a superfície adsorvente e a 2ª os iões de carga oposta – adsorvidos. A transição da camada difusa para a solução é gradual (sem limite abrupto ou bem definido). 103
  • 104. Espessura da dcd – distância que vai desde a superfície adsorvente até ao ponto em que a concentração dos iões adsorvidos não diminui mais  a concentração desses iões é a que existe na solução envolvente e já não é afectada pelas cargas de superfície. > Força de atracção da superfície para os catiões  < espessura da dupla camada difusa (> aproximação dos iões à superfície da partícula) 104
  • 105. Modelo da camada dupla difusa 105
  • 106. 3) Outros mecanismos de adsorção – Complexos de superfície A camada dupla difusa não permite explicar todos os fenómenos de adsorção que ocorrem nos sedimentos Nos sedimentos existem outros mecanismos de adsorção  ligações químicas mais fortes Complexos de superfície Ligações a grupos funcionais expostos na superfície das partículas sólidas (min. Argila; óx. Fe/Al; compostos orgânicos) 106
  • 107. 1. Complexos interiores à esfera  nenhuma molécula de água se interpõe entre o ião/molécula e o grupo funcional de superfície; ligações de tipo iónico ou covalente ou intermédias 2. Complexos exteriores à esfera  pelo menos 1 molécula de água situa-se entre o ião/molécula e o grupo funcional de superfície; ligações electrostáticas (s/ partilha de orbitais electrónicas) 107
  • 108. Conjugação dos vários mecanismos de adsorção A - Adsorção não específica Ligações apenas por atracção (ou repulsão) electrostática. Não há especificidade entre a superfície adsorvente e os iões ou moléculas adsorvidos. A mesma superfície pode adsorver diferentes espécies iónicas 1) o modelo de adsorção da camada dupla difusa, os iões da cd, normal/ rodeados da sua esfera de hidratação, têm certa mobilidade e podem transitar para a solução 108
  • 109. 2) complexos de superfície exteriores à esfera (de hidratação) Iões ligam-se a grupos funcionais sem perderem a sua esfera de hidratação, mantêm-se muito próximos da superfície sem grande mobilidade 109
  • 110. B - Adsorção específica Ligações mais fortes; ligações dependem da configuração electrónica do adsorvido e do grupo funcional do adsorvente; ligações iónicas, covalentes ou intermédias 3) complexos de superfície interiores à esfera (de hidratação) iões ou moléculas perdem a sua esfera de hidratação e estabelecem ligações fortes com grupos funcionais; são dificilmente permutáveis Mecanismos de adsorção quanto à estabilidade ou força das ligações: Camada dupla difusa < complexos exteriores à esfera < complexos interiores à esfera 110
  • 111. 5. Adsorção catiónica • Na maioria dos sedimentos a adsorção catiónica é predominante (dominam as partículas com excesso de cargas negativas) • Exemplos para os 3 mecanismos de adsorção: 1. Todos os catiões podem ser adsorvidos na camada dupla difusa; mecanismo de menor especificidade entre o catião e superfície do adsorvente; 2. Complexos de superfície exteriores à esfera – Ca adsorvido nos espaços interlamelares da montmorilonite mantendo a sua esfera de hidratação 111
  • 112. 3. Adsorção específica de catiões – K+ e, em menor extensão, o NH4+ adsorvidos nos espaços interlamelares das ilites e das vermiculites (nestas também Ca2+ e Mg2+); nestes casos não há uma troca fácil dos catiões retidos e por isso se diz que esses catiões se encontram fixados K+ 112
  • 113. Exemplos de mecanismos de adsorção catiónica em compostos orgânicos Tan, 1994 113
  • 114. Adsorção catiónica Raios iónicos não hidratados e hidratados de alguns elementos. Valores retirados de McDonald et al. (2005, p.I-183). Catião Raio iónico Raio iónico % trocada com (nm) hidratado (nm) NH4+ ou K+ (*) Li+ 0,068 1,03 68 + Na 0,098 0,790 67 + K 0,133 0,532 49 + NH4 0,143 0,537 50 + Rb 0,149 0,509 37 + Cs 0,165 0,505 31 2+ Mg 0,089 1,080 31 2+ Ca 0,117 0,96 29 2+ Sr 0,134 0,96 26 2+ Ba 0,149 0,88 27 Al3+ (*) (0,051) ? 15 (*) valores retirados de Bohn et al. (1985), p.159. • Ordem decrescente da retenção de catiões na montmorilonite: H+ e Al3+ >Ba2+ >Sr2+ >Ca2+ >Mg2+ >Cs+ >Rb+ >NH4+ >K+ >Na+ >Li+ • A força com que os catiões são retidos aumenta com a valência e, para igual valência, aumenta com o raio iónico (< raio iónico hidratado). 114
  • 115. Adsorção catiónica • Na adsorção electrostática a importância da valência e do raio iónico explica-se pela lei de Coulomb: q q' F 2 K Dr • F é a força de atracção ou repulsão (newton), q e q’ a carga eléctrica (coulomb), r a distância entre as cargas (metro), D a constante dieléctrica (78 para a água a 25ºC) e K a constante de proporcionalidade (8,9 x 109 para este conjunto de unidades do S.I.). 115
  • 116. Factores que explicam a selectividade da adsorção catiónica: 1) Valência – maior a carga do catião maior a força de atracção para a superfície. 2) Raio iónico – maior raio iónico (R), para a mesma valência (Z), significa um menor potencial iónico (Z/R), a mesma carga num volume maior  menor atracção pela água e menor esfera de hidratação  podem aproximar-se mais da superfície adsorvente e aumentar a força de ligação. Catiões de maior raio  aquacomplexos de menores dimensões 116
  • 117. 3) Densidade de carga da superfície adsorvente (carga por unidade de área) – maior densidade de carga na superfície  maior força de atracção montmorilonite caulinite Ex: adsorção de Ca2+ e Na+  montmorilonite>caulinite 117
  • 118. 4) Concentração da solução: > concentração da solução envolvente  < tendência de difusão dos catiões adsorvidos  > proximidade dos catiões adsorvidos à superfície  < espessura da camada difusa 118
  • 119. 6. Adsorção aniónica • Aniões mais frequentes: Cl-, NO3-, HCO3- CO32-, H2PO4-, HPO42-, PO43- , SO42-, MoO42-, HMoO4-, H3SiO4-, –COO-, (anel aromático)–O- Os aniões estão sujeitos aos mesmos 3 mecanismos de adsorção: 1. Camada dupla difusa (não específica) (=> superfície adsorvente c/ carga positiva) tem maior significado quanto menor o pH do sedimento e em sedimentos ricos em caulinites e sesquióxidos. 119
  • 120. 2. Complexos de superfície exteriores à esfera (não específica): as ligações à superfície adsorvente fazem-se com pelo menos 1 molécula de água entre o anião adsorvido e o grupo funcional p.e. ligação a um grupo hidroxilo protonizado ou um grupo amina (S é um colóide e A um anião com uma esfera de hidratação): SOH2+ + An-  SOH2+An- SNH3+ + An-  SNH3+An- 3. Complexos de superfície interiores à esfera, frequentemente envolve a troca do anião com um grupo hidroxilo protonizado da superfície (troca com o hidroxilo): SOH2+ + An-  SA(n-1) - + H2O 120
  • 121. • O fósforo é um exemplo importante de adsorção específica aniónica – é fixado pelos sesquióxidos e/ou caulinites (na superfície de alumina) em formas não biodisponíveis. Sposito, 1989 121
  • 122. 7. Reacções de troca e iões de troca • O estudo dos fenómenos de adsorção de iões está intimamente relacionado com as reacções de troca. • Uma reacção de troca iónica é uma reacção em que um ião é substituído por outro ião existente na solução, estando o ião permutável adsorvido na camada difusa ou em complexos de superfície exteriores à esfera. 122
  • 123. • Em termos práticos, os iões permutáveis correspondem aos iões retidos à superfície das partículas minerais e orgânicas que são facilmente substituídos por iões existentes na coluna de água. • Na realidade é natural que os iões permutáveis incluam também pequenas quantidades de iões adsorvidos especificamente, uma vez que também são susceptíveis sofrer algumas trocas. 123
  • 124. Equações de troca e características das reacções de troca • As reacções de troca iónica nos sedimentos podem ser representadas por equações químicas adaptadas, p.e. X representa a fracção coloidal do sedimento na reacção de troca do Na pelo Ca: X Na2 + Ca2+  X Ca + 2Na+ • Características das reacções de troca: 1 - As quantidades permutadas são quimicamente equivalentes 2 - São reversíveis, tendem para um equilíbrio entre os reagentes e os produtos da reacção, a reacção nunca se completa num único sentido 3 - A troca de iões é muito rápida, praticamente instantânea; contudo, nos sedimentos a velocidade das reacções de troca é condicionada pela taxa de difusão dos iões que depende da porosidade e da tortuosidade dos poros dos sedimentos e da concentração de iões na coluna de água. 124
  • 125. 8. Catiões de troca e capacidade de troca catiónica • Catiões não permutáveis – estrutura dos minerais ou compostos orgânicos • Catiões permutáveis ou de troca – adsorvidos nos colóides do sedimento – facilmente permutáveis (por adsorção não especifica, a maior parte); – dificilmente permutáveis (por adsorção especifica, pequena parcela); Catiões de troca dos sedimentos Al3+, H+, Ca2+, Mg2+, K+, Na+ Bases de troca • Catiões da solução – parcela mais pequena de catiões do sedimento, maior mobilidade, predominam os catiões menos competitivos em relação aos adsorventes (menor valência e, para a mesma valência, c/ menor raio). • Capacidade de Troca Catiónica (CTC) de um sedimento Quantidade de catiões que um sedimento pode adsorver em formas facilmente permutáveis, em determinadas condições controladas. (principalmente quantidade de catiões sujeitos a adsorção não específica) 125
  • 126. Determinação da capacidade de troca catiónica Brady & Weil (1999) 126
  • 127. 5.2 – Composição química dos Sedimentos Fluviais e Lacustres 1. Elementos Maiores (Ca, Mg, Na, K, Al) Águas doces  assinaturas geoquímicas muito distintas  (≠ inputs de solutos, ≠ ciclos geoquímicos, ≠ processos de transformação) Concentração de catiões maiores nas águas superficiais  interacção de diversas fontes e processos de retenção 1) Fontes: 1. Intemperismo de solos, depósitos superficiais e rochas das bacias de drenagem Ex: Calcários e dolomitos  Ca e Mg solúveis; alcalinidade nas águas Aluminossilicatos (Albite NaAlSi3O8; Anortite CaAl2Si2O8, Biotite KMg3AlSi3O10(OH)2 misturas varáveis de Ca, Mg, Na, K e Al Albite
  • 128. Meteorização e K-libertação da biotite -K + H2O -K + H2O Biotite Hydrous Mica Vermiculite (Illite) P Position (plane) Potassium (K) E Position (edge) Hydrated ions of I Position (interlayer) (Ca++, Na+, Mg++)
  • 129. Meteorização e K-libertação da biotite -K + H2O -K + H2O Biotite Hydrous Mica Vermiculite (Illite) P Position (plane) Potassium (K) E Position (edge) Hydrated ions (Ca++, I Position (interlayer) Na+, Mg++)