O documento discute a articulação entre diversidade cultural e criatividade, propondo: 1) equilibrar tradições e inovação; 2) considerar novos modelos de criação e consumo cultural além do centro-periferia; 3) adotar uma perspectiva de desenvolvimento humano centrada no potencial e direitos das pessoas.
III Seminário Banco do Nordeste de Política Cultural - José Márcio Barros - Parte 2
1. Articular diversidade cultural e criatividade
é enfrentar o desafio de relacionar
nossas raízes e nossas antenas de forma
a equilibrar contextos de inovação e
tradições.
Tanto o novo quanto o tradicional são fontes
que alimentam a criatividade e a
diversidade.
2. Essa articulação deve considerar novos
modelos de criação, produção,
circulação e consumo de bens culturais
que não mais cabem na equação centro e
periferia.
Redes e trabalhos cooperados e
colaborativos são exemplos e
possibilidades...
3.
4. » Uma face aponta para a riqueza da
interculturalidade;
» Outra para os perigos da padronização
e exotização das diferenças pelo
mercado, seja ele convencional ou não;
5. A adoção da perspectiva do desenvolvimento humano
é, portanto, central:
Processo de mudança social e econômica em termos
de potencialidades e capacidades do ser humano;
Que assegura liberdade social, econômica e política;
Que garante oportunidades de saúde, educação,
criação;
Que assegura o respeito pessoal e dos direitos
humanos.
7. Um conjunto de valores e atitudes que se revelam
através:
do grau de confiança existente entre os atores sociais
de uma sociedade;
das atitudes e valores que auxiliam as pessoas a
superar relações conflituosas e competitivas para
conformar relações de cooperação e ajuda mútua, ou
seja, de reciprocidade;
e das atitudes cidadãs praticadas que fazem a
sociedade mais coesiva e mais do que uma soma de
indivíduos
8. V
Pensar a diversidade como centro de
um projeto de desenvolvimento baseado
na cultura e na criatividade pressupõe:
9.
10. Daí porque falar de trabalho em rede não é uma
questão de desenvolver uma técnica de
entrelaçamento e conexão, é adotar um novo
paradigma.
11. Mas o que é REDE ?
(segundo Cássio Martinho, especialista brasileiro no
assunto)
É um modo de organização constituído,
necessariamente, de agentes autônomos que,
interligados, cooperam entre si. São os elementos da
rede.
Rede é um modelo de organização de pessoas (físicas e
jurídicas) que, em nome de algo superior, um objetivo
consensual, realizam trabalho coletivo, cooperando
entre si.
A ordem em uma Rede é horizontal, portanto, não
comporta coexistência com hierarquia. A base
conceitual de Rede se funda na contraposição à
hierarquia. Este é o aspecto mais desafiante.
12. A Rede é um meio de interligar elementos
diferentes, mas a interligação não é gratuita, nem
suficiente para que ela se constitua.
O que torna a Rede uma realidade é a
horizontalidade e a convergência.
Toda Rede deve ser uma rede de informação,
intercâmbio de informações e práticas : uma
comunidade de práticas...
13. O pressuposto básico da Rede, segundo Cassio
Martinho, é que a união de esforços individuais
criará um conjunto mais forte do que a mera
soma dos esforços individuais, ocorrendo
sinergia.
À medida que os atores trocam informação e
compartilham capacidades, a rede se torna mais
poderosa e os processos fluem melhor por ela.
14. Substituir a hierarquia pela horizontalidade
Potencializar a emergência de novos talentos
e valores
Fomentar a inovação e a criatividade
Reunir diferentes que pactuam objetivos e
métodos comuns
15. Redes não são realidades naturais, mas
projetos construídos através de pactos
e informação, mas também de atitudes e
práticas.
16. VI
Penso que o modelo econômico que melhor se
adéqua a este projeto de desenvolvimento é o da
economia solidária
Um conjunto de atividades econômicas – de
produção, distribuição, consumo, poupança e
crédito – organizadas e realizadas solidariamente
sob a forma coletiva e autogestionária.
Possui 4 importantes características:
17.
18. Cooperação
Existência de interesses e objetivos
comuns, união dos esforços e capacidades,
propriedade coletiva parcial ou total de
bens, partilha dos resultados e
responsabilidade solidária diante das
dificuldades.
19. Autogestão
Exercício de práticas participativas de
autogestão nos processos de trabalho, nas
definições estratégicas e cotidianas dos
empreendimentos, na direção e
coordenação das ações nos seus diversos
graus e interesses.
20. Viabilidade Econômica
Agregação de esforços, recursos e
conhecimentos para viabilizar as iniciativas
coletivas de produção, prestação de
serviços, beneficiamento, crédito,
comercialização e consumo.
21. Solidariedade
Preocupação permanente com a justa
distribuição dos resultados e a melhoria
das condições de vida de participantes.
Comprometimento com o meio ambiente
saudável e com a comunidade, com
movimentos emancipatórios e com o bem
estar de quem produz e quem consome.
22. Obrigado
José Marcio Barros
www.observatoriodadiversidade.org.br