O documento discute o mercado de trabalho formal no Pará em dezembro de 2011. O Pará teve perda de 7.114 postos de trabalho em dezembro, mas foi o estado da Região Norte com a maior geração de empregos em 2011, com 51.493 novos postos. Apesar da queda em dezembro, a construção civil, indústria e comércio foram os setores com as maiores perdas de empregos no estado.
Mercado de trabalho formal fecha 2011 com crescimento no Pará
1. Pará fecha 2011 com a melhor geração de
postos de trabalho da Região Norte.
O Mercado de Trabalho Formal do Estado do Pará em Dezembro de 2011.
Conforme os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
(CAGED) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), no mês de dezembro de 2011,
o nível de emprego com carteira assinada apresentou declínio de 1,08% frente ao
estoque do mês anterior, o que corresponde, em termos absolutos, a perda de 408.172
postos de trabalho em todo Brasil (ver Gráfico 1). O resultado de dezembro, que indica
uma desaceleração na criação de postos de trabalho em relação aos mais de 42 mil
empregos formais gerados no mês imediatamente anterior, deve-se à sazonalidade
comum a época, caracterizada por mudanças climáticas, entressafra agrícola, término do
período escolar e esgotamento da bolha de consumo das festas de final do ano.
Apesar do saldo negativo registrado em dezembro, no ano, foram gerados
1.944.560 novos empregos celetistas no mercado de trabalho formal brasileiro, cujo
desempenho corresponde ao segundo melhor resultado de toda série histórica do
CAGED desde 2003.
GRÁFICO 1. SALDO DE EMPREGOS FORMAIS. BRASIL, REGIÃO NORTE E PARÁ –
DEZEMBRO DE 2011.
1.944.560
2.000.000
1.500.000
1.000.000
500.000 131.429 51.493
0
-20.025 -7.114
-500.000 -408.172
Brasil Região Norte Pará
Dez./2011 2011
Fonte: CAGED-MTE.
Elaboração: Núcleo de Análise conjuntural – IDESP.
O comportamento do emprego formal na Região Norte e no estado do Pará
também apontou queda comparativamente ao estoque de emprego do mês de novembro
(ver Gráfico 1), com perdas de 20.025 e 7.114 empregos celetistas e, equivalendo a
declínios de 1,21% e 1,04%, respectivamente. É importante frisar que todos os estados
1
2. nortistas tiveram saldo negativo no mês devido à sazonalidade negativa de dezembro
que perpassa por todos os setores e subsetores da atividade econômica.
Contudo, isso não impediu que o Estado fechasse o ano com a melhor geração
de postos de trabalho de toda Região Norte. Em 2011, a variação de emprego no
mercado de trabalho paraense foi de 8,04% em relação ao estoque de assalariados com
carteira assinada em dezembro de 2010, o equivalente a 51.493 novos empregos para o
Estado. O Pará lidera a geração de emprego formal na região com a contratação de
39,2% de todos os trabalhadores que ingressaram no mercado de trabalho formal da
região neste ano (131.429 postos de trabalho).
O Gráfico 2 apresenta o saldo de empregos de todos os estados da Região Norte,
no mês de dezembro, no acumulado do ano (janeiro a dezembro de 2011) e nos últimos
doze meses (janeiro de 2011 a dezembro de 2011).
GRÁFICO 2. SALDO DE EMPREGOS FORMAIS NO MÊS E NO
ANO
131.429
45.186 51.493
11.781 4.688 7.256 8.419
2.606
-3.483 -795 -6.147 -240 -7.114 -59 -2.187
-20.025
REGIÃO Rondônia Acre Amazonas Roraima Pará Amapá Tocantins
NORTE
Ano de 2011 DEZ./2011
Fonte: CAGED-MTE.
Elaboração: Núcleo de Análise conjuntural – IDESP.
O Comportamento do emprego segundo Setores de Atividade Econômica
Conforme a Tabela 1 (abaixo), que traz dados da movimentação dos empregos
por setor de atividade econômica no Estado, verificou-se que, à exceção da Extrativa
Mineral e dos Serviços Industriais de Utilidade Pública que geraram, respectivamente,
58 e 83 postos de trabalho, todos os demais setores apresentaram saldos negativos.
Deste modo, os destaques de dezembro quanto à eliminação de empregos formais
foram: Construção Civil, com -2.327 empregos formais e declínio de 2,94%; Indústria
de Transformação, com perda de 2.080 novos empregos e queda de 2,26%; Comércio,
com -1.054 postos e variação negativa de 0,59%; Serviços, com -1.051 empregos e
2
3. queda de 0,46%; e, Agropecuária, com -734 postos e declínio de 1,45%. A
Administração Pública registrou saldo negativo de 9 postos, o que equivale à variação
de -0,03% no mês.
Tabela 1. Comportamento do emprego no Pará por setor de atividade econômica – Dezembro de 2011.
Total de Total de Variação do
Setores de Atividade Saldo
Admissões Desligamentos Emprego (%)
Extrativa Mineral 245 187 58 0,36
Indústria de Transformação 2.299 4.379 -2.080 -2,26
Serviços Indust. De Util. Pública 209 126 83 0,92
Construção Civil 3.937 6.264 -2.327 -2,94
Comércio 7.109 8.163 -1.054 -0,59
Serviços 6.820 7.871 -1.051 -0,46
Administração Pública 13 22 -9 -0,03
Agropecuária 1.881 2.615 -734 -1,45
Total 22.513 29.627 -7.114 -1,04
Fonte: CAGED-MTE.
Elaboração: Núcleo de Análise Conjuntural – IDESP
Extrativa Mineral: neste mês, este setor obteve desempenho positivo na criação
de postos de trabalho com carteira assinada, apresentando saldo de 58 empregos
formais.
Serviços Industriais de Utilidade Pública: o saldo de 83 postos de trabalho no
mês resultou da admissão de 209 pessoas, contra o desligamento de 126 trabalhadores.
Construção Civil: devido à queda no ritmo de construções públicas e privadas
no Pará, reflexo da sazonalidade de dezembro, das políticas públicas que impactaram a
liberação de crédito para as obras do PAC e de investimentos e finalização de obras de
terraplanagem e de construção de rodovias, o setor da Construção Civil assinalou
saldo de -2.327 postos de trabalho no mês.
Indústria de Transformação: o setor apresentou o segundo pior desempenho
em dezembro, com saldo negativo de 2.080 postos, impulsionado pelos subsetores
“Indústria de Madeira e Mobiliários” (perda de 1.156 postos), “Indústria de Produtos
Alimentícios e Bebidas” (com saldo negativo de 597 postos) e “Indústria Química,
Produtos Farmacêuticos e Veterinários” (com -137 postos).
Comércio: apresentou saldo de -1.054 postos, puxado pelo “Comércio
Varejista”, com -1.023 empregos, e com a contribuição de -31 postos do “Comércio
Atacadista”.
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4. Serviços: com saldo negativo de 1.051 postos, as maiores contribuições
originaram-se dos subsetores “Comércio e Administração de Imóveis e Serviços
Técnico-profissionais” (-549 postos) e Ensino (-526 postos).
Agropecuária: com a eliminação de 734 empregos formais, este setor foi o que
registrou o quinto pior saldo em dezembro de 2011.
Administração Pública: este setor registrou um saldo de -9 postos, decorrente
da admissão de 13 pessoas contra o desligamento de 22 funcionários.
Comportamento do emprego na RMB e municípios no mês de dezembro.
A Região Metropolitana de Belém (RMB) teve, no mês de dezembro, a
eliminação de 1.720 empregos celetistas. Os setores de atividade com maior destaque
negativo foram: Serviços, com -726 postos de trabalho; Construção Civil, com -465
postos; Indústria de Transformação, com -310 postos; e, Comércio, com -220 postos.
Tabela 2. Comportamento do emprego na RMB e demais municípios – Dezembro de 2011.
Demais Estado do
Setores de Atividade Econômica RMB
Municípios Pará
Extrativa Mineral 4 54 58
Indústria de Transformação -310 -1.770 -2.080
Serv. Industriais de Utilidade Pública -20 103 83
Construção Civil -465 -1.862 -2.327
Comércio -220 -834 -1.054
Serviços -726 -325 -1.051
Administração Pública 0 -9 -9
Agropecuária 17 -751 -734
Total -1.720 -5.394 -7.114
Fonte: CAGED-MTE.
Elaboração: Núcleo de Análise Conjuntural – IDESP.
Quando se analisa o comportamento do emprego em nível municipal, verifica-se
que, no ranking dos dez municípios paraenses com população de 30 mil habitantes ou
mais com maior saldo de emprego no mês de dezembro, Mojú alcança a primeira
posição ao gerar 249 postos de trabalho, majoritariamente no setor de Serviços (151
postos), seguido por Construção Civil (79 postos) e Agropecuária (47 postos).
Dom Eliseu, localizado na Região de Paragominas, foi o segundo município
paraense com melhor saldo de emprego formal em dezembro, com a geração 228 novos
empregos, cabendo ao setor Agropecuário o destaque no nível de emprego (211 postos).
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5. O município de Altamira ocupa a terceira posição com 99 postos e segue
impulsionada pela Construção Civil (70 postos), que, embora tenha crescido menos em
relação ao mês anterior, continua apresentando destaque, fato relacionado às obras da
Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Outro setor com saldo positivo de postos de trabalho
no município foi Serviços Industriais de Utilidade Pública com 36 postos.
Igarapé-Açú, na Região do Guamá, ocupou o quarto lugar com geração de 64
postos de trabalho. A Agropecuária foi o único setor a se destacar no mês, gerando
saldo de 59 postos.
Na seqüência, o município de Abaetetuba apresentou saldo de 60 novos
empregos, sendo que o setor Serviços foi o que mais contribuiu para este resultado, com
a geração de 50 postos de trabalho. Almeirim vem em sexto lugar no ranking,
destacando-se com saldo de empregos de 44 postos puxado pela Construção Civil,
Comércio e Serviços.
O município de Marituba apresentou saldo positivo de 41 novos postos, tendo
como destaque a Indústria de Transformação. Óbidos também se destaca entre os dez
municípios com maior saldo, com 34 novos postos de trabalho, dos quais 31 foram
gerados na indústria de Transformação.
Oriximiná apresentou saldo positivo de 29 postos, em grande medida gerados no
setor de Serviços (22 postos). Por fim, Acará, que ocupa a décima posição no ranking,
registrou saldo de 25 postos de trabalho neste mês, puxado pela Indústria de
Transformação.
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6. GRÁFICO 3 - RANKING DO SALDO DE EMPREGO NOS MUNICÍPIOS
PARAENSES - DEZEMBRO DE 2011.
Moju 249
Dom Eliseu 228
Altamira 99
Igarapé-Açú 64
Abaetetuba 60
Almerim 44
Marituba 41
Óbidos 34
Oriximiná 29
Acará 25
Santarém -212
Tailândia -240
Itaituba -260
Parauapebas -316
Paragominas -336
Castanhal -417
Ananindeua -421
Xínguara -484
Marabá -734
Belém -1233
-1500 -1000 -500 0 500
Fonte: CAGED-MTE.
Elaboração: Núcleo de Análise conjuntural – IDESP
No outro extremo, entre os municípios que registraram os piores saldos no mês,
encontra-se Belém com o elevado saldo de -1.233 postos de trabalho, em função das
perdas verificadas no setor de Serviços (-546 postos), seguida da Construção Civil (-
335 postos), Indústria de Transformação (-237 postos) e do Comércio (-116 postos).
Marabá, que assinalou saldo negativo de 734 postos, atribui este resultado aos
setores da Construção Civil, Indústria de Transformação, Serviços e Comércio, os quais
eliminaram 400, 135, 90 e 56 postos de trabalho, respectivamente. A Extrativa Mineral
também apresentou saldo negativo (-12 postos). O desligamento superior as admissões
no setor mineral não é freqüente no referido município, fato já ocorrido no mês de
novembro.
Quanto ao município de Xinguara, o saldo negativo de 484 empregos formais se
deu, especialmente, pela eliminação de postos de trabalho registrada no setor da
Indústria de Transformação (-411 empregos).
Ananindeua, localizado na RMB, também figura, neste mês, entre os dez
municípios com os piores saldos, assinalando encerramento de 421 empregos formais,
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7. em função da eliminação de 182 postos de trabalho no setor de Serviços, 87 no
Comércio, 78 na Construção Civil e 64 na Indústria de Transformação.
Quanto ao município de Castanhal, a eliminação de 417 postos de trabalho
distribui-se entre os seguintes setores: Comércio (-159 postos), Indústria de
Transformação (-134 postos), Serviços (-98 postos), Construção Civil (-13 postos),
Serviços Industriais de Utilidade Pública (-7 postos) e Agropecuária (-6 postos).
O município de Paragominas também fechou o mês com saldo negativo,
eliminando 336 postos, em função, principalmente, de um maior número de
desligamentos frente às admissões em três setores: Indústria de Transformação (saldo de
-174 postos), Construção Civil (-58 postos) e Agropecuária (-55 postos).
Em Parauapebas, o saldo negativo de 316 postos é explicado pelo fraco
desempenho do setor da Construção Civil, que eliminou 298 postos de trabalho, e de
Serviços, que registrou perda de 137 postos. O município de Itaituba, por sua vez, teve
saldo negativo de 260 postos de trabalho, devido, fundamentalmente, ao saldo negativo
de 177 postos de trabalho no setor da Construção Civil.
Em Tailândia, o saldo negativo de 240 postos de trabalho resultou da influência
da Indústria de Transformação, responsável pela eliminação de 207 postos em
dezembro. Por fim, Santarém, aparece em último dentre os dez municípios, com saldo
negativo de 212 empregos formais. A eliminação de postos de trabalho neste município
deve-se à queda na geração de empregos formais no setor de Serviços (-73 postos),
Comércio (-48 postos), Indústria de Transformação (-43 postos), Agropecuária (-27
postos) e Construção Civil (-21 postos).
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