Este documento fornece um resumo da música tradicional de várias regiões do mundo, incluindo o Oriente Médio, Ásia e Oceania. Detalha os estilos musicais, instrumentos e artistas notáveis de países como Líbano, Israel, Índia, Japão, China, Indonésia e Austrália. O documento descreve características únicas da música de cada cultura, como os modos raga na Índia e as orquestras gamelan na Indonésia.
1. MÚSICA DO MUNDO – continuação.
Médio-Oriente, Ásia e Oceânia
LÍBANO
A música do Líbano e do Médio-
Oriente, em geral, apresenta as
mesmas características da chamada
música árabe (abordada
anteriormente no Norte de
África/Magreb).
No Líbano destaca-se o fantástico executante de Alaúde, o Rabih Abou Khalil, que consegue fazer fusão
entre a música árabe e o jazz!!
http://rabih_abou_khalil.mondomix.com/fr/video758.htm
ISRAEL
Música Sefardi
Dentro da música
Hebraica, destacamos a
chamada música sefardi.
Ela tem origem nos
desdentes de judeus
que viveram até ao
século XV na Península
Ibérica (designados de
sefardis, sefardins, ou
sefarditas).
As características e
sonoridades da música
Sefardi resultam da mistura da música ancestral judaica e Árabe, sendo natural que sejam
partilhados grande parte dos instrumentos entre as duas culturas. Assim sendo, como exemplo,
também podemos encontrar na música hebraica o alaúde, a darbuka, bem como instrumentos
de corda friccionada.
http://www.youtube.com/watch?v=Jnq4rLlzg9w
2. ÍNDIA
Música clássica indiana é baseada principalmente na melodia e ritmo, e não em harmonia,
contraponto, acordes, modulações ou outros princípios da música clássica ocidental.
O sistema de música indiana, conhecida como Sangeet Raga, tem quase dois mil anos e tem a
sua origem nos hinos védicos dos templos hindus, a fonte fundamental de toda a música
indiana. Assim, como na música ocidental, as raízes da música clássica indiana são religiosos.
Raga são os “modos” usados na música clássica indiana.
Embora as notas sejam um elemento importante do raga, este não se resume a uma escala.
Várias ragas podem compartilhar a mesma escala. Uma raga pode ser visto como um conjunto
de normas de como construir uma melodia.
A escala usada numa raga pode ter de cinco a sete SWARAS (notas).
Música clássica indiana:
- Carnática (mais comum no sul da índia)
- Hindustani (mais comum no norte da índia)
As ragas são transmitidas oralmente de professores para alunos.
A música clássica indiana baseia-se sempre em ragas, mas a música que utiliza ragas não é
necessariamente clássica. Muitas canções populares de filmes indianos são baseadas em ragas.
Sitar – cordofone indiano que tem a particularidade de ter um sistema de ressonância
simpatética das cordas (cordas que vibram com a frequência sonora de outras que são
reproduzidas).
3. Ravi Shankar – o mais conhecido músico indiano.
É um virtuoso do Sitar.
http://www.youtube.com/watch?v=4gWCiLexilY
A sua filha, Anoushka Shankar, segue actualmente o
legado do pai e é também ela uma virtuosa do sitar.
http://www.youtube.com/watch?v=8CnhcGpmH9Y&
feature=related
Zakir Hussain
É um músico extraordinário que tornou as tablas um instrument
conhecido internacionalmente. Zakir Hussain é um visionário e
tem um estilo de interpretação inconfundível. É um dos músicos
mais talentosos e importantes da música classica Indiana.
http://www.youtube.com/watch?v=As1OMMcHXFs
As tablas são membranofones que consistem em dois tambores
- um agudo chamado daya e um grave chamado baya.
Girija Devi
É uma das grandes interpretes vocais de musica
Hindustani (do norte da índia). As linhas melodicas
vocais e a sua expressão vão ao encontro das
sonoridades dos restantes instrumentos, sobretudo do
sitar.
http://www.youtube.com/watch?v=D34hZVoc09A
4. Ali Ahmed Hussain Khan
Um dos grande mestres do shehnai – o “oboé
indiano”. O shehnai está associado aos templos
religiosos Varanasi – cidade considerada a
capital cultural da índia, situada a Nordeste do
país.
Shehnai - Aerofone de madeira, com palheta dupla.
http://www.youtube.com/watch?v=Zipqq5a5sbk
Japão
Meisho Tôsha - Mestre do fue (flauta tradicional de
bamboo)
Existem várias flautas tradicionais japonesas que
podemos separar em:
- verticais:
Ex: shakuhachi - uma flauta tradicionalmente feita de
bambu. Foi usada pelos monges da escola Fuke do
Budismo Zen na prática da suizen (Meditação - sopro).
- as transversais:
Ex: Kagurabue - flauta de bamboo com 6 buracos, é a maior de todas as flautas japonesas (com
45,5 cm).
A Flauta de bambo é afinada nos registos agudos.
http://www.youtube.com/v/cp6tqpsfu74&hl=fr_FR&feature=player_embedded&version=3
Taiko
No Japão feudal, os taikos eram
frequentemente usados para motivar as
tropas, para ajudar a marcar o passo na
marcha e para anunciar comandos e
anúncios marciais.
5. Alguns conjuntos instrumentais de Taiko:
Tai Shoji Taiko group
http://www.youtube.com/watch?v=gvX72RtYtDI&feature=related
One World Taiko
http://www.youtube.com/watch?v=CbwCH1rd0LU&feature=youtu.be
Shinichi Kinoshita – pertence à nova geração de músicos japoneses
que procura revitalizar a música tradicional japonesa. É um virtuoso
do Shamisen.
Shamisen
O shamisen é um
cordofone de cordas
palhetadas (com 3 cordas). A sua construção
segue um modelo semelhante ao de um banjo,
empregando um braço e as cordas esticada
através de um corpo de ressonância. O braço do
shamisen é fretless (sem trastos) e é mais fino do
que o de uma guitarra ou banjo. O corpo, o
chamado dō - assemelha-se um tambor, com um
corpo oco que é envolvido numa pele esticada. Utiliza-se um plectro para tocar nas cordas.
Os shamisens para principiantes são feitos de pele de cão ou de plástico, já os shamisens
profissionais utilizam pele de gato, pois a qualidade do som parece ser melhor!
http://www.youtube.com/v/8BYqLfTmSuw&hl=fr_FR&feature=player_embedded&version=3
6. Koto
Koto é um cordofone de cordas dedilhadas. O koto tem
origem no instrumento chinês Guzheng (apresentado
mais adiante), instrumento este que foi inventado há
cerca de dois mil anos, durante a dinastia Sin, na China.
O Koto, tal como hoje se apresenta, foi introduzido no
século VI (época do imperador Kinmei) vindo da China (dinastia T’ang).
O Koto pode ter 13 ou 12 cordas. O mais comum no Japão tem 13 cordas.
http://www.youtube.com/watch?v=-PXbz9DXn8s&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=L24Nb4CJzV4
China
Pipa – cordofone de 4 cordas (de nylon), trastejado e palhetado,
em forma de pêra. Tem mais de 2000 mil anos.
Interprete a saber: Liu Fang – uma intérprete fabulosa de pipa.
http://www.youtube.com/watch?v=4QfjG9V4-
zE&feature=related
Sheng – é um aerofone, de palheta. É um dos instrumentos mais
antigo da china (1100 a.C). É o precursor do acordeão, pois foi o
primeiro a ser idealizado como instrumento de palheta.
É constituído por uma câmara onde estão colocados tubos de bambu
(os mais recentes podem ser de metal) de vários tamanhos, que
reproduzem diferentes notas.
Tradicionalmente, o sheng tem sido usado como instrumento de
acompanhamento de outros instrumentos, como a flauta Dizi. É um dos
principais instrumentos de ópera chinesa, mas também pequenos conjuntos
tradicionais fazem uso do sheng. Actualmente o sheng é usado na
orquestra moderna chinesa, quer como instrumento de acompanhamento,
quer como instrumento solista.
Interprete: Xu Chaoming – Prof. do Conservatório de Shangai.
http://www.youtube.com/watch?v=GndoDa0nBl0
http://www.youtube.com/watch?v=_iR-KrbeFs0&feature=related
7. Erhu – é um cordofone de corda friccionada (do género do violini),
de duas cordas. O instrumento primitivo que daria origem ao Erhu
data da dinastia Tang (entre os anos 618-907).
Tem a particularidade de ter uma caixa-de-ressonância revestida
com uma pele de cobra (geralmente de piton). A parte do arco que
fricciona encontra-se presa entre as duas cordas do instrumento.
Apesar de ser mais simples que o violino, o Erhu presenta uma
expressividade e ressonância impressionantes!
É um instrumento muito importante na orquestra clássica Chinesa
e uma dos mais emblemáticos da cultura chinesa.
http://www.youtube.com/watch?v=dhic2cE57iM
Guqin – cordofone de cordas
dedilhadas (em estilo de harpa),
geralmente com 7 cordas.
Os sons são produzidos com dedilhação
de cordas soltas e harmónicos. O uso do glissando – notas deslizantes, lembra-nos o som de um
contrabaixo fretless (sem trastos) ou de uma slide guitar, usada por exemplo, pelo músico dos EUA, Ben
Harper.
http://www.youtube.com/watch?v=2es7oZzwLWM&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=vh8tCtY0Wgk
Guzheng - cordofone de cordas
palhetadas (em estilo de harpa e
semelhante ao koto japonês).
É um instrumento muito antigo
(cerca de 2000 anos). O Guzheng está
na origem do Koto Japonês, bem
como, de outros cordofones asiáticos.
O Guzheng pode ter entre 18 e 23
cordas.
http://www.youtube.com/watch?v=ujzMHLac404&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=UcfcfHrA-3Q&feature=related
8. Dizi- aerofone - flauta transversal.
Existem vários tipos de flauta chinesa, quer transversais, quer
verticais, mas a Dizi será a flauta mais popular na china e
internacionalmente.
Geralmente é feita de bambu, embora seja também comum a Dizi
de madeira e até de pedra (Jade), embpra esta não seja tão sonante.
Originalmente era feita de osso, à semelhança de outras flautas.
Tem a particularidade de ter uma membrana de bambu muito fina
na embocadura.
A Dizi, tal como a fue (flauta de bambu japonesa) procuram reproduzir os sons da natureza.
http://www.youtube.com/watch?v=w9LRN5naG4s
Indonésia
Na indonésia importa destacar as
Orquestras Gamelan.
A constituição destas orquestras
baseia-se, prinicpalmente, em
ideofones de metal (metalofones,
campânulas, gongos, pratos) e
conta também com alguns
membranofones.
A música surge associada aos
templos e rituais religiosos e
apresenta alguma complexidade na compreenção dos seus elementos (rítmos, melodias,
harmonias, escalas, formas, etc). A música Gamelan é colectiva, não existindo qualquer
intensão de destacar um executante ou instrumento em particular.
http://www.youtube.com/watch?v=ldPMifPbngc
http://www.youtube.com/watch?v=c1AiCTJ9t8g&feature=related
9. Austrália
Não iremos destacar nenhum instrumentista em particular, mas
sim um instrumento, que faz parte da cultura dos aborígenes
australianos.
Didgeridoo – é um
aerofone
tradicionalmente feito
a partir de ramos de
eucalipto. Tem a
particularidade de ser
feito com o “auxílio da
natureza”, pois o
Homem aproveita a
actividade das térmitas, que fazem o trabalho de escavação e prefuração interior do ramo de
eucalípto. Este processo pode ser visto no link abaixo.
http://www.youtube.com/watch?v=k6zOizvyS-8
Na execução do didgeridoo a vibração dos lábios do executante é fundamental para a produção
do som, visto não existirem palhetas e embocaduras que facilitem a vibração da coluna de ar no
interior do didgeridoo.
Outro aspecto a considerar é a chamada respiração circular que é uma técnica que simula uma
respiração constante, reinspirando o ar expelido durante a expiração. Esta técnica é usada em
instrumentos de sopro, especialmente no didgeridoo, para fazer prolongar a nota emitida ou
para permitir uma execução contínua, sem a necessidade de pausas estratégicas para respirar.
O músico David Hudson explica muito bem a técnica de execução e respiração aplicada ao
didgeridoo no vído abaixo:
http://www.youtube.com/watch?v=0XlEkeot7HM
Decerto que muito ficou por tratar dentro da Música do Mundo…
Espero que a matéria apresentada tenha contribuido para alargar os vossos horizontes
musicais e não só.
Bom estudo.
FIM