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CICLO ESTRAL DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS

                                CURITIBA 2002


1) INTRODUÇÃO:

1.1) CICLOS REPRODUTIVOS:

O ciclo reprodutivo refere-se a vários fenômenos: puberdade e maturidade
sexual, estação de monta, ciclo estral, atividade sexual pós-parto e idade.
Estes componentes são regulados por fatores tais como ambiente, genética,
fisiologia, hormônios, comportamento e psicológico.

1.1.1) Puberdade:

De um ponto de vista prático, um animal macho ou fêmea atinge a puberdade
quando estiver capaz de liberar gametas e de manifestar umas seqüência
completa de comportamento sexual. A puberdade é basicamente o resultado
de um ajuste gradual entre atividade crescente gonadotrófica e a habilidade
das gônadas em assumir simultaneamente a esteroidogênese e a
gametogênese.

Em condições de criações normais a puberdade ocorre com cerca de 3 a 4
meses de idade em coelhas; 6 a 7 meses em ovinos, caprino e suínos; 12
meses em bovinos e 15 a 18 meses em eqüinos. Porém o início da puberdade
está mais intimamente relacionado ao peso do corpo do que à idade. Os níveis
nutricionais controlam a idade na puberdade. Se o crescimento for acelerado
pela superalimentação, o animal atinge a puberdade numa idade mais jovem.
Por outro lado, se o crescimento for mais vagaroso devido à subalimentação a
puberdade será retardada.

A eficiência reprodutiva plena não é atingida em qualquer espécie durante o
primeiro cio ou ejaculação. Há um período de "esterilidade adolescente". Este
período é relativamente curto ( algumas semanas) nos animais domésticos.

1.1.2) Ciclos estrais:

Correspondem aos fenômenos rítmicos observados em todos os mamíferos (
exceto alguns primatas), nos quais há períodos regulares mas limitados de
receptividade sexual, que ocorrem a intervalos característicos para cada
espécie. Um intervalo de ciclo é definido como um período de tempo a partir do
início de um período de receptividade sexual, até o seguinte ou como o
intervalo entre sucessivas ovulações.

Os processos periódicos que ocorrem nos órgãos reprodutores influenciam o
organismo em geral e também influenciam o comportamento e o metabolismo.
A duração e evolução do ciclo genital nos animais domésticos apresentam
diferenças consideráveis. Para a fisiologia comparada, a divisão do ciclo genital
nas seguintes fases mostrou ser eficaz:
PROESTRO ( FASE DE MATURAÇÃO FOLICULAR):

Neste fase ocorre no ovário a maturação de um ou mais folículos, sob a
influência do FSH e do ICSH. Com o aumento da influência do ICSH formam-
se no epitélio folicular, quantidades crescentes de hormônios foliculares (
estrógenos), que finalmente desencadeiam o estro. Sob a influência dos
estrógenos formados em maiores quantidade pelo epitélio folicular no final do
proestro, ocorre um crescimento das glândulas uterinas e um aumento do
diâmetro do útero ( fase proliferativa ), que é devida, principalmente, a um
maior acúmulo de líquidos ( edematização ) na mucosa.


ESTRO ( CIO ):

A duração do cio e a época de ovulação diferem nas diferentes espécies de
animais domésticos.

A nível ovariano, o período de estro é caracterizado por elevada secreção de
estrógenos dos folículos pré-ovulatórios. Os estrógenos estimulam o
crescimento uterino por um mecanismo que envolve a interação do hormônio
com receptores e o aumento de processos sintéticos dentro das células. Os
estrógenos também estimulam a produção de prostaglandinas pelo útero.

No fim do cio, ocorre a ovulação seguida pela formação do corpo lúteo e
secreção de progesterona.

Apesar da maturação folicular normal, os sintomas do cio às vezes são pouco
desenvolvidos e, não raramente, passam despercebidos ( cio silencioso )
Nestes casos, a secreção vaginal mucosa é, freqüentemente, a única indicação
de um cio ocorrido. Em outros casos, os sintomas do cio são muito acentuados,
e duram por um período de tempo mais prolongado, principalmente quando
não ocorre a ovulação e maiores quantidades de estrógenos nos folículos são
absorvidas. Geralmente ela é provocada por folículos persistentes ou por cistos
foliculares.


METAESTRO ( FASE DO CORPO LÚTEO):

Após a ovulação ocorre, na fossa de ovulação, a formação do corpo lúteo, que
em 3- 4 dias desenvolve-se formando uma glândula hormonal funcionalmente
capaz. O destino do corpo lúteo é determinado pela célula ovular. No caso de
uma fecundação e do desenvolvimento do embrião, o corpo lúteo é mantido por
um período de tempo mais longo, sendo importante para o impedimento de
outras maturações ovulares. Quando não ocorre maturação, ele se atrofia.

A progesterona formada pelo corpo lúteo tem as seguintes ações principais:

a) a estimulação da secreção nas glândulas uterinas e a preparação do
endométrio para a nutrição e implantação do embrião. ( fase secretória ).;
b) a redução do tônus da musculatura uterina e a redução de sua resposta à
ocitocina;

c) o bloqueio de outra maturação ovular no ovário por meio de retro-ação sobre
o hipotálamo e lobo anterior da hipófise;

d) o estímulo da nutrição do embrião e

e) o estímulo do desenvolvimento e a total maturação da glândula mamaria.


DIESTRO:

Quando não ocorre a fecundação, o corpo lúteo dos animais domésticos se
atrofia a partir do 10o dia, aproximadamente a após a ovulação.
Consequentemente à redução da síntese de progesterona, diminui a ação
bloqueadora sobre o hipotálamo. Ocorre um aumento da formação de luliberina
e da síntese de FSH, no que resulta uma nova maturação folicular.

Na atrofia do corpo lúteo, a prostaglandina F 2a desempenha papel importante.
Este hormônio participa consideravelmente na redução do suprimento
sangüíneo para o ovário que contém o corpo lúteo, assim como na redução da
síntese de progesterona.

A duração do diestro varia nas diferentes espécies animais. Um importante
regulador da evolução do ciclo genital é o corpo lúteo: assim que o teor de
progesterona no sangue cai, são produzidas e liberadas em maior quantidade
no lobo anterior da hipófise as gonadotrofinas que estimulam a maturação
ovular.

1.2 ) FATORES QUE INFLUENCIAM OS CICLOS REPRODUTIVOS:

O sistema básico do controle da atividade ovariana inclui a liberação pulsátil de
GnRH e gonadotropinas pelo hipotálamo e hipófise anterior, respectivamente.
O sistema é mantido sob controle pelos esteróidesgonadais, estrogênio e
testosterona. Fatores externos sobrepõem-se a esse sistema de controle,
podendo modificar a atividade reprodutiva normal. As informações relativas a
esses vários fatores são transmitidas através do SNC e modificadas no
hipotálamo para eventualmente afetar a secreção de gonadotropinas pela
hipófise anterior.

Tais fatores externos são:

FOTOPERÍODO:

A luz é o mais potente fator ambiental que afeta os ciclos reprodutivos em
reprodutores estacionais. A glândula pineal está envolvida na mediação das
modificações que ocorrem no fotoperíodo. A informação luminosa é transmitida
a partir das células da retina no olho, via nervo óptico, ao núcleo
supraquiasmático, que está localizado no hipotálamo anterior. A resposta
desse núcleo é transmitida, via núcleo paraventricular, ao gânglio cervical
superior, através de fibras do sistema nervoso autônomo, e então, finalmente à
glândula pineal ( epífise). O sinal emitido pela glândula pineal é o hormônio
melatonina, que desempenha um papel crítico em modificar,
subseqüentemente a atividade hipotalâmico-hipofisário- gonadal. A melatonina
indica a duração do fotoperíodo, resultando em resposta do sistema
reprodutivo, que varia de acordo com as espécies e a natureza particular de
suas estratégias na estação de monta, podendo apresentar uma resposta
positiva ( estimulação da atividade ovariana) ou uma resposta negativa (
supressão da resposta ovariana).

Alterações no fotoperíodo por meios artificiais, são a maneira mais eficaz de
manipular aqueles animais que são influenciados pelo fotoperíodo,
especialmente sobre um animal individualmente. Nesse caso, para os animais
que respondem ao aumento da luz com o restabelecimento da atividade
ovariana, um regime de maior luminosidade cerca de 1 mês antes do início
previsto do anestro deve resultar em atividade ovariana contínua.

Para animais que iniciam a atividade ovariana cíclica em resposta ao
decréscimo da luz, o problema da manipulação do fotoperíodo é difícil na
ausência de alojamentos com luz controlada.

TEMPERATURA:

Desempenha um papel de muita pouca importância sobre os ciclos
reprodutivos dos animais domésticos. Altas temperaturas afetam de maneira
desfavorável os ciclos reprodutivos apenas sob condições extremas, incluindo
exposição prolongada ao calor ( 24 horas diárias). Nessa situação, a
mortalidade embrionária, principalmente antes da implantação, é o principal
efeito observado, com os ciclos reprodutivos permanecendo normais.

NUTRIÇÀO:

A nutrição inadequada resulta em inatividade ovariana, sobretudo na vaca. Nas
vacas leiteiras geneticamente selecionadas para alta produtividade, a
capacidade de produzir até cerca de 45 litros de leite por dia é uma marca
bastante significativa. é quase impossível para estas vacas consumir alimento
suficiente durante a primeira parte do ciclo de lactação para manter seu peso
corporal, e elas estão freqüentemente em balanço nutricional negativo até os
100 dias após o parto. Como os animais devem ter um nível adequado de
nutrição para iniciar a atividade ovariana, esta é suprimida até que um balanço
energético positivo seja alcançado. Caso se deseje que uma vaca leiteira
produza grandes quantidades de leite, deve-se fornecer nutrição adequada à
produção leiteira.

A nutrição inadequada pode afetar a atividade ovariana no período pós-parto.
Uma prática de manejo que é muitas vezes usada para aumentar a eficiência
produtiva é manter vacas de raça de corte num plano de regime nutricional
limitado durante o inverno. Esta diretriz tem o propósito de forçar os animais ao
uso da gordura que tenha sido produzida e armazenada durante a estação de
pastoreio. Se as vacas de corte gestantes não retornarem a um balanço
nutricional positivo por volta do último mês de gestação, o restabelecimento da
ciclicidade ovariana, que normalmente ocorre entre os 45 e 60 dias após o
parto, será retardado. Uma outra situação que pode afetar a atividade ovariana
envolve as novilhas de corte gestantes. Esses animais freqüentemente
necessitam de nutrientes extra no período pós-parto para que se restabeleça a
atividade ovariana, porque têm necessidades alimentares para o crescimento
bem como para a lactação.

FEROMÔNIOS:

As fêmeas são influenciadas pelos odores do macho. Por exemplo, a porca em
estro assume postura de monta se exposta à urina de um varrão.

"Efeito Whitten": envolve a sincronização dos ciclos estrais pela introdução de
um macho em um grupo de fêmeas. A introdução de um macho provoca nas
fêmeas o recomeço da ciclicidade ovariana de forma altamente sincronizada (
grande parte das fêmeas apresenta cio no terceiro dia após introdução do
macho). O efeito do macho é desencadear a síntese e liberação de
gonadotropina.

"Efeito Bruce": envolve a manipulação da gestação por feromônios. Se uma
fêmea de camundongo recém-acasalada é colocada em uma gaiola com um
macho estranho, a gestação falha. Isso ocorre por causa do bloqueio da
secreção de prolactina e, com a diminuição da secreção de prolactina, o CL
regride e a gestação falha.

SOM:

Tem-se demonstrado que os sons do macho eliciam respostas
comportamentais ( sexuais) na fêmea.

VISÃO:

Existem algumas espécies de aves em que a exibição feita pelo macho, que
inclui a apresentação de plumagem colorida e movimentos característicos,
influencia o comportamento reprodutivo na fêmea. Em primatas não-humanos,
as fêmeas que estão sexualmente receptivas alertam o macho através de
movimentos corporais específicos, assim como através de modificações na cor
da pele associada à região perineal. A ausência de movimentos pela fêmea (
bovinos ou ovinos), quando o macho se aproxima, pode ser considerada como
um indício de que a fêmea está receptiva.

CONTATO FÍSICO:

O contato físico de uma fêmea com um macho faz com que a fêmea fique
imóvel, o chamado reflexo de rigidez.


O CICLO ESTRAL NA VACA
INTRODUÇÃO:

Ciclo estral é o período de tempo a partir do início de um período de
receptividade sexual até o seguinte, com o intervalo ovulatório. A duração do
ciclo é de 21 dias podendo variar de 18 a 24 dias normalmente. Como regra
geral, a duração do ciclo é mais constante entre cada indivíduo do que entre
animais.

Os períodos do ciclos se dividem em:

       ESTRO: Período de receptividade sexual, a ovulação ocorre no final do
       estro.
       METAESTRO: desenvolvimento inicial do corpo lúteo, duração de
       poucos dias.
       DIESTRO: atividade do corpo lúteo maduro, inicia 4 dias após a
       ovulação e termina com a regressão do corpo lúteo.
       PROESTRO: regressão do corpo lúteo até o estro seguinte.
       Desenvolvimento rápido do folículo, que leva à ovulação e receptividade
       sexual.

O período de estro corresponde a modificações comportamentais e os demais
correspondem a modificações ovarianas.


FATORES QUE INFLUENCIAM OS CICLOS REPRODUTIVOS:

FOTOPERÍODO:

Afeta ciclos reprodutivos estacionais. A importância de incremento luminoso
para a reprodução do gado é considerável, ou seja, na presença da luz a
concepção é melhor.

TEMPERATURA:

Influência muito pequena.

NUTRIÇÃO:

Grande influência sobre vacas de corte e vacas leiteiras.

FEROMÔNIOS:

Substâncias químicas que permitem a comunicação entre animais de mesma
espécie. Odores que emanam da secreção vaginal = metil -p- benzoato. O
androgênio derivado da androstenona contribui para o odor do macho e é
conhecido como a "marca do varrão".

SOM:

Emitido pelo macho para atrair a fêmea.
VISÃO:

Em bovinos a ausência de movimento da fêmea quando o macho está se
aproximando pode ser um indicativo de que a fêmea está receptiva.

CONTATO FÍSICO:

O contato do macho com a fêmea pode fazer com que ela fique subitamente
imóvel.


CICLO ESTRAL:

A duração do ciclo estral na vaca é de 21 dias, sendo que ciclos de 18 a 24
dias são considerados normais. Como regra geral a duração do ciclo é mais
constante entre cada indivíduo do que entre animais.

O período de estro é menor que nos demais animais, sendo de 18 horas nas
vacas da espécie Bostaurus. Uma das importantes raças tropicais de bovino de
corte é a Brahman (Bosindicus). Estes animais têm períodos de estro mais
curtos, com uma faixa notificada de 2 a 14 horas. É uma regra geral que ter
mais animais em estro ao mesmo tempo tende a aumentar a duração do estro
de cada animal.

O ponto principal do ciclo estral é o estro, ou seja, quando a fêmea aceita o
macho. A terneira nasce com seus órgãos reprodutores formados mas não
totalmente funcionais. Estes vão sofrendo sua maturação pela ação dos
hormônios hipofisários e ao redor dos 9 meses se inicia a atividade sexual. A
precocidade ou não da puberdade depende a alimentação, raça e outros
fatores. O ciclo estral não se interrompe durante a gestação, durante alguma
anormalidade e continua acontecendo em vacas de idade avançada. O cio de
período relativamente curto do gado bovino é vantajoso, já que a probabilidade
da fecundação através de inseminação artificial aumenta com a redução da
duração do cio. Consequentemente, o sucesso da fecundação nos bovinos de
70 a 80%.

As variações cíclicas no ovário, útero e vagina estão sincronizadas com as
secreções cíclicas de gonadotrofinas e hormônios ovarianos.

O FSH estimula o crescimento dos folículos ovarianos, sendo que um ou dois
podem se tornar folículos maduros e permanecer sobre a superfície dos
ovários. Com isso os ovários produzem estrógenos, que fazem com que a vaca
apresente sintomas de estro. O inicio do cio se caracteriza por inquietação e
mugido. Na ausência do touro, as vacas podem ter o estro detectado pela sua
atividade homossexual. Vacas que ficam em posição para serem montadas por
outras vacas estão em estro ("cio de posicionamento"). Sintomas secundários
que podem ser úteis na identificação do estro são: entumescimento da vulva,
inchaço e umidecimento, contrastando com seu aspecto seco e rugoso de
outros momentos e presencia-se um corrimento de muco claro e aquoso antes
e durante o estro. Esses filamentos podem conter sangue 50 a 60 horas antes
ou 35 a 45 horas depois do estro. No período entre estros o muco presente na
cérvix e na vagina é denso e pegajoso e em vez de sair pela vulva este forma
um tampão cervical que impede a penetração de bactérias e outros agentes
nocivos. Se houver concepção esse tempão permanece por toda a gestação.
Próximo e durante o estro todo o trato reprodutor e suas secreções contém
maior quantidade de água.

Aproximadamente 25 a 35 horas do começo do cio se rompe o folículo e se
libera o óvulo, que se encontra com o espermatozóide no oviduto e é
fecundado.

O LH contribui para o desprendimento do óvulo e começo do crescimento do
tecido luteínico para a formação do corpo lúteo. O corpo lúteo produz
progesterona, que inibe a maturação de novos folículos e prepara o útero para
receber e nutrir o óvulo fertilizado. Se a concepção não ocorrer o corpo lúteo
regride passados 17 a 19 dias e o FSH estimula o crescimento de novos
folículos. Em 2 ou 3 dias o estrógeno determina um novo estro que se repete
de 21 em 21 dias até que se efetue a concepção.

O crescimento lento dos folículos se dá um dia antes do estro, uma explosão
no crescimento folicular durante e depois do estro e a ruptura dos folículos
depois do estro.

No gado bovino durante o estro, foi determinada a maior secreção de tiroxina
comparativamente com as outras fases do ciclo.

O ciclo estral da vaca é regularmente periódico ao longo de sua vida
reprodutiva, ou seja, esse animal é POLIÉSTRICO ESTACIONAL, ou seja, um
ciclo estral termina num período de diestro que emerge como o proestro no
ciclo estral seguinte.

Em condições semi- selvagens os touros se encontram na manada o ano todo,
porém a monta ocorre do final da primavera até o inicio do verão.

O começo da atividade reprodutora se dá por ação dos hormônios hipofisários,
que têm sua liberação governada pelo hipotálamo. Esses hormônios
gonadotróficos atuam impulsionando o funcionamento das gônadas.

A hipófise também mantém o desenvolvimento do ciclo estral. Dados indicam
que o útero pode apresentar um papel vital na regulação do ciclo estral.

O hormônio ovárico estrogênico mais comum na vaca é o estradiol. A placenta
da vaca produz grandes quantidades de estrógenos ainda que o nível de
progesterona produzida na placenta seja baixo, pois o corpo lúteo deve se
manter até o final da gestação.

O primeiro estro corresponde à puberdade e é dividido em 3 fases:

a-) maturação da glândula hipófise entre 3 e 6 meses de idade;
b-) maturação dos ovários entre 6 e 12 meses de idade;

c-) maturação do útero, que se completa até os 3 anos.

Até o primeiro ano de idade a glândula hipófise cresce rápido e regularmente. A
hipófise dos animais jovens responde satisfatoriamente aos estímulos
hipotalâmicos que nela atuam. As modificações na secreção hormonal na
puberdade se deve à maturação do hipotálamo. O aumento do peso do ovário
a partir do sexto mês coincide com o crescimento folicular. Porém a ovulação e
a formação do corpo lúteo só se evidenciam quando aparecem os primeiros
sinais externos de iniciação sexual.

O desenvolvimento da hipófise e de seus hormônios influencia o crescimento
do organismo e o desenvolvimento do útero e de outras partes do trato
reprodutor.

De acordo com as citações acima descritas o ciclo estral se divide em proestro,
estro, metaestro e diestro. O proestro caracteriza-se pela estimulação do
crescimento folicular pelo FSH. O folículo em crescimento produz mais líquido
folicular e estradiol. O estradiol determina um maior aporte sangüíneo e
crescimento dos túbulos genitais. A vulva e o vestíbulo ficam congestos e há
um aumento evidente na vascularização da mucosa uterina. O proestro dura de
2 a 3 dias.

Diferentemente dos outros animais a vaca não ovula antes que o estro cesse.
Em menos de 1 dia o sistema nervoso da vaca começa a rejeitar o nível
elevado de estradiol e esta não aceita mais o macho e observa-se um aumento
na concentração de LH.

O metaestro se caracteriza pelo súbito desaparecimento dos sinais do cio. Tem
início o ovulação com o desprendimento do ovócito e a cavidade se reorganiza
formando o corpo lúteo. A vulva começa a se enrugar, a dilatação da cérvix
desaparece gradativamente e diminui a quantidade de muco. durante o
metaestro o epitélio vaginal tem seu crescimento diminuído.

No diestro - período final - o corpo lúteo se desenvolve totalmente e a
progesterona age acentuadamente sobre a parede uterina. O endométrio fica
enrugado e as glândulas e fibras musculares de útero se desenvolvem
preparando-se para nutrir o embrião e formar a placenta. Se houver concepção
o corpo lúteo persiste até o fim da gestação. Se o óvulo não for fecundado o
corpo lúteo permanece por aproximadamente 19 dias e depois regride. O
proestro e o declínio do corpo lúteo são concomitantes e após isso inicia-se
outro ciclo estral.


MODIFICAÇÕES HORMONAIS:

O conhecimento dos níveis dos hormônios gonadotróficos e esteróides nos
líquidos orgânicos da vaca, especialmente no sangue circulante, é importante
para compreender o controle endócrino do ciclo.
Os níveis de FSH na hipófise são maiores 3 dias antes do estro, diminuindo
rapidamente e alcançando níveis mínimos no dia do estro. Ao mesmo tempo
que se dá a liberação de FSH no sangue aumentam marcadamente os níveis
de estrógenos no sangue e urina, alcançando um máximo no dia do estro.

O nível de LH no sangue se eleva rapidamente e alcança seu máximo
imediatamente antes da ovulação. Essa onda de LH é um estímulo para a
ovulação.

As determinações quantitativas são altamente variáveis no sangue circulante
da vaca. Conforme o corpo lúteo aumenta após a ovulação o conteúdo de
progesterona sofre um incremento, alcançando um máximo 10 dias após o
estro e permanece alto por aproximadamente 5 dias, depois declinam
rapidamente o peso do corpo lúteo e os níveis de progesterona das vacas
gestantes.

O tempo de ovulação é determinado no momento da ovulação por métodos
como o sacrifício das vacas durante ou depois do estro examinando os ovários
ou localizando o óvulo no trato reprodutor, determinando a fertilidade de uma
monta antes, durante e depois do estro e palpando os ovários periodicamente
durante e depois do estro. Sendo assim, a média do tempo de ovulação é de
25 a 30 horas após o começo do estro. A ovulação pode atrasar mediante a
administração da atropina, que bloqueia os impulsos nervosos parassimpáticos
no começo do estro.

O tempo que transcorre do parto até o seguinte cio (intervalo pospartum) varia
de 30 a 72 dias em vacas leiteiras e de 46 a 204 dias em vacas para corte.
Porém, essa diferença não se deve apenas às particularidades do gado de leite
e corte, mas sim, às condições de manejo, meio ambiente, nutrição e lactação.
Esse intervalo é diretamente afetado pelas estações do ano, ou seja, mais
longo no inverno e mais curto no verão. As vacas leiteiras de alta produção têm
o intervalo pospartum prolongado.

Por meio da utilização de progesterona ou dos getágenos sintéticos pode-se
proceder, em gado bovino, a um bloqueio do ciclo genital, não ocorrendo o cio.
Após cessar o uso de gestágeno, o cio se instala em poucos dias devido ao
rápido aumento da secreção de FSH e ICSH. Desta maneira pode-se proceder
a sincronização do cio.


Ciclo Reprodutivo em Ovelhas e Cabras

ANATOMIA

A forma dos órgãos genitais varia consideravelmente com a idade e atividade
fisiológica, por isso, na descrição desses órgãos, será considerado um animal
adulto não gestante.

OVÁRIO e TUBA UTERINA
Os ovários se localizam na parte mais caudal do abdome, com isso os cornos
uterinos são tracionados para trás, em direção aos ovários.

O ovário é uma estrutura firme e irregular, de formato ovóide e possui
aproximadamente 1,5cm. Une-se à parede do abdome antes da entrada
pélvica e une-se ao trato reprodutor por inclusão ao ligamento largo. O ovário
se relaciona com a parte ventral do ílio, no nível da bifurcação do útero.

Os folículos e o corpo lúteo se projetam de qualquer parte da superfície,
considerando que pode se projetar mais de um devido ao fato de existirem
gestações gemelares e múltiplas.

A tuba uterina é longa, segue um trajeto muito tortuoso, por isso seu início e fim
estão situados muito próximos um do outro. Não há demarcação entre a tuba
uterina e o corno uterino. O infundíbulo possui paredes delgadas e localiza-se
lateralmente ao ovário. A parte subsequente e mais estreita da tuba uterina
serpenteia no interior da parede lateral do ovário até atingir a extremidade do
corno uterino e divide-se em ampola e istmo.

ÚTERO

O corpo uterino é formado pela fusão incompleta das partes caudais dos
cornos; estes possuem uma trajetória tortuosa e medem aproximadamente 10
a 12 cm. O corpo verdadeiro é bastante curto, mede aproximadamente 2 cm de
comprimento, seu limite caudal é com a cérvix, que mede aproximadamente 4
cm de comprimento e se projeta caudalmente para o interior da vagina, que
então é envolvida por fórnix.

A espessura e a cor do endométrio varia com a fase do ciclo. A superfície
possui pregas. A principal característica do endométrio de ruminantes é a
presença de carúnculas que são os locais de sustentação das membranas
fetais durante a gestação. Na ovelha e na cabra as superfícies livres das
carúnculas são côncavas.

A mucosa do corpo uterino é lisa e caminha para a cérvix através da constrição
do orifício uterino interno. O lúmem da cérvix é fechado pela superposição de
projeções irregulares da superfície, remanescentes de três anéis circulares que
obstruem a passagem em animais jovens. A mucosa da cérvix produz uma
secreção mucosa no estro.

VAGINA

A vagina apresenta o lúmem normalmente fechado. Mede aproximadamente 8
cm e sua porção ventral contém numerosos folículos linfáticos. É um órgão que
possui grande capacidade de expansão.


FATORES QUE INFLUENCIAM O CICLO
Existe o controle do eixo hipotálamo-hipófise com liberação das gonadotrofinas
(GnRH) que regulam a atividade ovariana. No entanto, há fatores externos que
se sobrepõem a este sistema modificando a atividade reprodutiva normal.
Podemos citar como exemplo o fotoperíodo, a temperatura, a nutrição, o som e
os fatores sociais, como o ferormônio. As informações relativas a esses fatores
são transmitidas através do SNC e modificadas pelo hipotálamo, sendo
transferido para a hipófise e influenciando a secreção de gonadotropinas.

FOTOPERÍODO

É o fator ambiental que mais afeta os animais que possuem ciclo estacional,
como cabras e ovelhas.

A glândula pineal está envolvida na mediação das modificações que ocorrem
no fotoperíodo. Esta glândula emite um sinal que é o hormônio melatonina que
modifica a atividade hipotálamo-hipófise-gônadas. A melatonina indica a
duração do fotoperíodo.

Nas ovelhas e cabras a atividade ovariana cessa com o aumento de luz.

Além da diferença existente entre as espécies em relação ao fotoperíodo,
existem também diferenças entre as raças. Há raças mais resistentes, que
demoram mais tempo para apresentarem o estro do que outras. Por exemplo, a
raça Rambouillet começa o ciclo em julho, enquanto que a FinnishLandrace
começa apenas em setembro.

Também é possível manipular o fotoperíodo desses animais de modo artificial,
como, por exemplo, realizar uma exposição à luz que aumente sua intensidade
subitamente e após um certo período de tempo diminui repentinamente.

Em ovelhas tem-se usado implante de melatonina para antecipar a estação de
monta, assim como para aumentar a taxa ovulatória.

FEROMÔNIOS

São substâncias químicas que permitem a comunicação entre os animais da
mesma espécie.

Os machos são atraídos pelas fêmeas por causa dos odores que elas emanam
das secreções vaginais.

Quando é introduzido um carneiro reprodutor em um lote de fêmeas entre o
anestro e o estro é possível se adiantar o início da estação de monta ou se
sincronizar o estro quando as fêmeas estiverem ciclando.

TEMPERATURA

Temperaturas elevadas, mais do que as habituais no verão adiantam a estação
de monta dos ovinos.
O CICLO ESTRAL

PROESTRO ESTRO

Fase folicular, Fase folicular,desenvolvimento folicular receptividade
sexual,subsequente à regressão o hormônio liberado é lútea. O hormônio
liberado é o LH, que tem um pico é o FSH, tendo produção de repentino,
formação do estrogênio. Os níveis de corpo lúteo e ovulação. Progesterona são
bem baixos.


DIESTRO METAESTRO

Fase lútea, Fase lútea, maturação do corpo lúteo desenvolvimento inicial do
não receptivo, quantidade corpo lúteo, mínima de hormônios, liberação de
progesterona. Começa síntese de FSH.

ANESTRO

Não ocorre ciclo. PRENHEZ

PROESTRO

Os hormônios FSH e LH, folículo estimulante e luteinizante, respectivamente,
são produzidos pela hipófise anterior e são importantes para os processos
reprodutivos da fêmea.

O FSH promove o crescimento dos folículos, enquanto que o LH é importante
para o processo ovulatório e a luteinização da granulosa que resulta na
formação do corpo lúteo.

A liberação destes hormônios é controlada pelo hormônio liberador de
gonadotrofinas GnRH. A liberação pulsátil do GnRH é essencial para a
manutenção e secreção de LH e FSH pela hipófise anterior.

Durante o estro tem-se a secreção máxima de estrogênio pelo folículo e
durante o metaestro tem a secreção de progesterona pelo corpo lúteo.

O estrogênio tem como função promover o crescimento das glândulas uterinas,
levando a um aumento do diâmetro do útero e a edemaciação de mucosa.

A progesterona tem como função preparar o útero para nidação e nutrição;
reduz o tônus da musculatura uterina, impedindo a resposta à ocitocina;
bloqueia outra maturação ovular; estimula o desenvolvimento da glândula
mamaria.

A prostaglandina PGF2a é sintetizada e liberada de forma pulsátil
aproximadamente 14 dias após a ovulação pelo útero, sendo que este precisa
ter sido exposto ao estrogênio e à progesterona. A PGF2a tem como função
fazer regredir o corpo lúteo.

A fase folicular que corresponde ao proestro e estro está relacionada ao
amadurecimento do folículo influenciado pelo FSH.

A fase lútea que ocorre no metaestro tem como função a formação do corpo
lúteo, e no caso de prenhez, este é mantido com o objetivo de produzir e
secretar a progesterona.


CICLO ESTRAL DA OVELHA E CABRA

PUBERDADE

O primeiro ciclo estral ocorre entre os 5 e 7 meses nas cabras e entre os 6 e 9
meses nas ovelhas, porém nem sempre esse ciclo vem acompanhado de
ovulação, isso porque o primeiro corpo lúteo prepara o animal para um estro
perfeito e funcional no segundo ciclo estral, quando então o animal irá ovular
normalmente e aceitar o macho.

CICLO

As cabras e ovelhas são poliestrais estacionais, isso quer dizer, apresentam
sucessivos ciclos ao longo de um período de tempo denominado estação
reprodutiva que dura cerca de 6 a 7 meses.

Em regiões temperadas ou polares, que possuem ritmo de luz definido, a cada
6 meses a estação reprodutiva coincide com os dias curtos do ano; então elas
se reproduzem ao longo do outono e inverno, enquanto que apresentam
anestro estacional na primavera e verão, quando os dias são longos. Além da
influência pela luz, também interfere no ciclo reprodutivo destes animais a
temperatura e a introdução de machos no início da estação reprodutiva. Estes
fatores podem adiantar ou atrasar o início ou fim da estação reprodutiva.

A reprodução do tipo estacional em fêmeas anestrais de dias longos se associa
à influência do eixo hipotálamo-hipófise-pineal e à freqüência e amplitude das
secreções episódicas de LH.

As cabras apresentam uma estação reprodutiva mais extensa que as ovelhas,
e dependendo das condições de manejo, são capazes de parir ao longo de
todo ano, se bem que algumas raças possuem uma época de anestro que se
estende pela primavera e verão.

Fases:

Proestro – fase de maturação folicular

No ovário ocorre a maturação de um ou mais folículos, sob a influência de
FSH. No epitélio folicular aparecem quantidades crescentes de hormônios
foliculares - estrógenos que então desencadeiam o estro; os níveis de
estrógenos crescentes suprem os níveis de progesterona em declínio. No final
do proestro ocorre o crescimento das glândulas uterinas e um aumento do
diâmetro do útero, devido a um maior acúmulo de líquidos na mucosa.

O FSH apresenta um pico pré-ovulatório de aproximadamente 7 horas, o
segundo pico, que dura 26 horas, aparece um ou dois dias após o primeiro. Os
picos de FSH se sucedem cada duas horas durante as fases folicular e
luteínica.

Esta fase dura de 2 a 3 dias.

Estro – cio

Este é o momento que a fêmea está receptiva ao macho.

O hormônio que mais está presente é o LH; ocorre em pulsos episódicos
recorrentes a cada 2 horas e meia durante a fase luteínica, aumentando a
freqüência na fase folicular. Esses pulsos ocorrem a cada hora até produzir um
pico pré-ovulatório em conjunto com o FSH.

O estrógeno tem total influência sobre os órgãos genitais, isso porque o folículo
atinge a maturação e atinge o pico de secreção de estrógeno.

Na ovelha o cio aparece em intervalos de 17 dias (varia de 14 a 19 dias) e os
sintomas do cio são pouco acentuados e por esse motivo muitos passam
desapercebidos.

A ovulação é conseqüência da secreção de LH e ocorre no final do estro,
sendo que este dura de 24 a 36 horas.

Amadurecem de 1 a 7 folículos.

Na cabra o cio aparece em intervalos de 21 dias (varia de 18 a 22 dias) e os
sintomas são bem acentuados. Os animais ficam impacientes, apresentam um
balido que chama a atenção; as cabras têm o reflexo de permissão do bode.

A ovulação ocorre imediatamente no final do estro, e este dura 26 a 42 horas.

Amadurecem de 1 a 7 folículos.

Metaestro – fase de corpo lúteo

Após a ovulação, ocorre na fossa de ovulação a formação do corpo lúteo.

Os níveis de estrógeno estão baixos, porém a progesterona começa a ser
sintetizada pelo corpo lúteo uns 3 ou 4 dias após a ovulação. A partir desse
momento o corpo lúteo pode seguir dois caminhos: se o folículo foi fecundado,
viverá um pouco mais que 15 dias, pois sua função será a de impedir a
maturação de outros folículos, mas se não houver fecundação, após 14 ou 15
dias ele irá se atrofiar.

Diestro – fase de produção máxima do corpo lúteo

É nessa fase que é decidido o futuro do corpo lúteo; enquanto isso ele mantém
sua secreção máxima de progesterona.

Considerando que não houve fecundação, o corpo lúteo irá atrofiar e haverá
uma redução da síntese de progesterona, com isso diminui a ação de feedback
negativo no hipotálamo com um aumento da síntese de FSH, o que resultará
conseqüentemente numa nova maturação folicular.

Nas ovelhas e cabras, a duração do corpo lúteo é de aproximadamente 6 dias.

Quando ocorre a atrofia do corpo lúteo, a prostaglandina PGF2a , que é
formada a partir do 13o dia do ciclo , desempenha um papel muito importante
no ciclo, pois ela participa da redução do suprimento sangüíneo para o ovário
que contém o corpo lúteo. Com esse suprimento, não há mais circulação de
progesterona e há a possibilidade de haver maturação de um novo folículo.

Anestro – quiescência

O ovário se mantém quiescente. O corpo lúteo termina sua involução e o
desenvolvimento folicular interrompe.

Quando o macho é introduzido na fase de anestro, ele irá causar um
sincronismo na indução do estro na maioria das fêmeas presentes.

Ao se introduzir o macho num plantel enquanto as fêmeas estiverem ciclando,
haverá um sincronismo nos ciclos em ocorrência.

Eventos que levam à primeira ovulação de cordeiras na puberdade ou em
ovelhas adultas na estação sexual:


Ciclo Reprodutivo em Porcas

ANATOMIA

OVÁRIO e TUBA UTERINA

Os ovários são bastante móveis; têm cerca de 5 cm de comprimento e são
irregulares, com muitos folículos e corpos lúteos projetando-se para fora. São
suspensos entre os intestinos pelos mesovários. Com o avanço da prenhez, os
ovários descem com os cornos até se tornarem inacessíveis à palpação retal.

A tuba uterina tem aproximadamente 20 cm de comprimento e começa na
bolsa ovárica, em um grande orifício voltado para o ovário. Segue sobre o
mesosalpinge e une-se ao corno uterino.
ÚTERO

O corpo uterino é curto. Os cornos prolongam-se anteriormente por alguns
centímetros, dando a impressão de que o corpo uterino é mais longo do que
realmente é. O músculo circular mais profundo na junção do corpo com os
cornos forma um esfíncter complexo que funciona de tal modo que, quando a
entrada de um dos cornos se fecha, a outra se abre. Este mecanismo é muito
eficiente no momento da parição, pois impede que ambos os cornos se
contraiam ao mesmo tempo e evita conseqüentemente a colisão dos fetos.

Os cornos uterinos são realmente grandes, na fêmea não grávida eles atingem
até 1 m, no auge da prenhez pode atingir até o dobro, pois em cada corno
podem ser acomodados até 11 fetos.

Os cornos não grávidos e os ovários são tão móveis que é impossível
determinar a sua localização exata na cavidade abdominal.

A cérvix é distinta das demais espécies por seu comprimento (pode atingir até
25 cm) e pela presença de fileiras de saliências de mucosas que se projetam
na luz que ocluem o canal.


FATORES QUE INFLUENCIAM O CICLO

FOTOPERÍODO

Existem evidências que sugerem que a facilidade do reestabelecimento da
ciclicidade ovariana em porcas após a lactação depende da iluminação. Em um
estudo realizado na Noruega, 95% das porcas recomeçaram o ciclo 10 dias
após o desmame.

FERORMONIO

A porca em estro assume postura de monta, membros posteriores esticados ou
reflexo de rigidez, se exposta à urina do macho.

SOM

Se as porcas em estro forem expostas ao som dos machos, a maioria delas
responde a esse estímulo com o reflexo de rigidez.

NUTRIÇÃO

Manejo intensivo atrasa a puberdade.


CICLO ESTRAL DA PORCA

PUBERDADE
A porca atinge a puberdade com aproximadamente 6 a 7 meses de vida. A
primeira ovulação é acompanhada por receptividade sexual.

CICLO

As porcas são poliestrais, isso quer dizer que seus ciclos se sucedem
regularmente ao longo de todo o ano, com intervalos de aproximadamente 21
dias (entre 18 e 23 dias) .

A alteração física mais evidente nesses animais no estro é o enrigecimento da
vulva que adquire uma aparência edemaciada até o ponto que a fenda vulvar
tende a ficar aberta. As fêmeas no estro apresentam o reflexo de rigidez na
presença do macho, elas ficam paradas esperando ser montadas; as fêmeas
apresentam também alterações comportamentais como inquietação, redução
do apetite e tom de grunhido mais baixo que o normal.

Quando se faz uma pressão sobre o lombo e o animal permanece parado, isso
também demonstra que ele está no cio.

Fases:

Proestro - fase de maturação folicular

Os níveis de FSH são elevados e o primeiro pico coincide com o de LH.

Esta fase dura de 2 a 3 dias.

Estro – cio

Ainda percebe-se a presença de FSH e seu segundo pico é percebido 2 ou 3
dias após o início do estro e seu pico é maior que o primeiro.

O estro aparece em intervalos de 21 dias e os sinais são reflexo de rigidez,
inquietação, redução de apetite e grunhido mais baixo.

A ovulação ocorre aproximadamente de 24 a 35 horas após o início dos
sintomas externos do cio e continua até que os sinais cessem.

O cio dura geralmente 2 a 3 dias.

Amadurecem em média de 8 a 30 folículos; em animais mais jovens
amadurecem menos folículos do que em animais adultos.

Metaestro – fase do corpo lúteo

O corpo hemorrágico, após 6 a 8 dias se torna uma massa compacta: o corpo
lúteo; este mantém a integridade celular além de sua função secretora.

Diestro – fase de produção máxima de corpo lúteo
Entre os dias 12 a 16 do ciclo, considerando que não houve fecundação, a
prostaglandina PGF2a tem um incremento de sua concentração, o que acarreta
a luteólise.

Esta fase dura em média 5 a 6 dias.

A porca apresenta o primeiro cio após o parto entre 6 a 8 dias após o
desmame.


SINCRONIZAÇÃO DO CIO

O uso concomitante de progesterona semi-sintética com um agente luteolítico,
ou prostaglandinas é realizado para prevenir qualquer ação do corpo lúteo,
principalmente em vacas, porcas e ovelhas.

O objetivo é tratar um grupo de animais e causar um bloqueio do ciclo genital
para que não ocorra cio e depois suspender o tratamento simultaneamente,
provocando uma ovulaçao sincronizada em todos os animais do grupo devido
ao rápido aumento de secreção de LH e FSH.

A sincronização do cio possibilita a uniformização de idade do recém-nascido e
uma programação de manejo e uso das instalações.


LUTEÓLISE

Tanto o embrião como o feto, de ovelhas e porcas, produzem proteínas
esteróides e prostaglandinas, capazes de inibir a produção de PGF2a no útero.
O endométrio das ovelhas cíclicas libera, de uma maneira pulsátil PGF2a entre
os dias 14 e 17 do ciclo, que induzem a luteólises.

Mecanismos de luteólise ocorrem da seguinte maneira: os estrógenos
foliculares estimulam a produção endometrial de fosfolipase A, de modo que
libera alguns pulsos de PGF2a , desde os dias 13 e 14 do ciclo das ovelhas,
estes pulsos estimulam a liberação, no corpo lúteo, de ocitocina que, nos dias
14 e 16, atua através do receptor endometrial, aumentando a liberação de
pulsos de PGF2a no útero, e assim se iniciará, logo, um novo estro nos dias 16
ou 17.

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Ciclo estral dos animais domésticos

  • 1. CICLO ESTRAL DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS CURITIBA 2002 1) INTRODUÇÃO: 1.1) CICLOS REPRODUTIVOS: O ciclo reprodutivo refere-se a vários fenômenos: puberdade e maturidade sexual, estação de monta, ciclo estral, atividade sexual pós-parto e idade. Estes componentes são regulados por fatores tais como ambiente, genética, fisiologia, hormônios, comportamento e psicológico. 1.1.1) Puberdade: De um ponto de vista prático, um animal macho ou fêmea atinge a puberdade quando estiver capaz de liberar gametas e de manifestar umas seqüência completa de comportamento sexual. A puberdade é basicamente o resultado de um ajuste gradual entre atividade crescente gonadotrófica e a habilidade das gônadas em assumir simultaneamente a esteroidogênese e a gametogênese. Em condições de criações normais a puberdade ocorre com cerca de 3 a 4 meses de idade em coelhas; 6 a 7 meses em ovinos, caprino e suínos; 12 meses em bovinos e 15 a 18 meses em eqüinos. Porém o início da puberdade está mais intimamente relacionado ao peso do corpo do que à idade. Os níveis nutricionais controlam a idade na puberdade. Se o crescimento for acelerado pela superalimentação, o animal atinge a puberdade numa idade mais jovem. Por outro lado, se o crescimento for mais vagaroso devido à subalimentação a puberdade será retardada. A eficiência reprodutiva plena não é atingida em qualquer espécie durante o primeiro cio ou ejaculação. Há um período de "esterilidade adolescente". Este período é relativamente curto ( algumas semanas) nos animais domésticos. 1.1.2) Ciclos estrais: Correspondem aos fenômenos rítmicos observados em todos os mamíferos ( exceto alguns primatas), nos quais há períodos regulares mas limitados de receptividade sexual, que ocorrem a intervalos característicos para cada espécie. Um intervalo de ciclo é definido como um período de tempo a partir do início de um período de receptividade sexual, até o seguinte ou como o intervalo entre sucessivas ovulações. Os processos periódicos que ocorrem nos órgãos reprodutores influenciam o organismo em geral e também influenciam o comportamento e o metabolismo. A duração e evolução do ciclo genital nos animais domésticos apresentam diferenças consideráveis. Para a fisiologia comparada, a divisão do ciclo genital nas seguintes fases mostrou ser eficaz:
  • 2. PROESTRO ( FASE DE MATURAÇÃO FOLICULAR): Neste fase ocorre no ovário a maturação de um ou mais folículos, sob a influência do FSH e do ICSH. Com o aumento da influência do ICSH formam- se no epitélio folicular, quantidades crescentes de hormônios foliculares ( estrógenos), que finalmente desencadeiam o estro. Sob a influência dos estrógenos formados em maiores quantidade pelo epitélio folicular no final do proestro, ocorre um crescimento das glândulas uterinas e um aumento do diâmetro do útero ( fase proliferativa ), que é devida, principalmente, a um maior acúmulo de líquidos ( edematização ) na mucosa. ESTRO ( CIO ): A duração do cio e a época de ovulação diferem nas diferentes espécies de animais domésticos. A nível ovariano, o período de estro é caracterizado por elevada secreção de estrógenos dos folículos pré-ovulatórios. Os estrógenos estimulam o crescimento uterino por um mecanismo que envolve a interação do hormônio com receptores e o aumento de processos sintéticos dentro das células. Os estrógenos também estimulam a produção de prostaglandinas pelo útero. No fim do cio, ocorre a ovulação seguida pela formação do corpo lúteo e secreção de progesterona. Apesar da maturação folicular normal, os sintomas do cio às vezes são pouco desenvolvidos e, não raramente, passam despercebidos ( cio silencioso ) Nestes casos, a secreção vaginal mucosa é, freqüentemente, a única indicação de um cio ocorrido. Em outros casos, os sintomas do cio são muito acentuados, e duram por um período de tempo mais prolongado, principalmente quando não ocorre a ovulação e maiores quantidades de estrógenos nos folículos são absorvidas. Geralmente ela é provocada por folículos persistentes ou por cistos foliculares. METAESTRO ( FASE DO CORPO LÚTEO): Após a ovulação ocorre, na fossa de ovulação, a formação do corpo lúteo, que em 3- 4 dias desenvolve-se formando uma glândula hormonal funcionalmente capaz. O destino do corpo lúteo é determinado pela célula ovular. No caso de uma fecundação e do desenvolvimento do embrião, o corpo lúteo é mantido por um período de tempo mais longo, sendo importante para o impedimento de outras maturações ovulares. Quando não ocorre maturação, ele se atrofia. A progesterona formada pelo corpo lúteo tem as seguintes ações principais: a) a estimulação da secreção nas glândulas uterinas e a preparação do endométrio para a nutrição e implantação do embrião. ( fase secretória ).;
  • 3. b) a redução do tônus da musculatura uterina e a redução de sua resposta à ocitocina; c) o bloqueio de outra maturação ovular no ovário por meio de retro-ação sobre o hipotálamo e lobo anterior da hipófise; d) o estímulo da nutrição do embrião e e) o estímulo do desenvolvimento e a total maturação da glândula mamaria. DIESTRO: Quando não ocorre a fecundação, o corpo lúteo dos animais domésticos se atrofia a partir do 10o dia, aproximadamente a após a ovulação. Consequentemente à redução da síntese de progesterona, diminui a ação bloqueadora sobre o hipotálamo. Ocorre um aumento da formação de luliberina e da síntese de FSH, no que resulta uma nova maturação folicular. Na atrofia do corpo lúteo, a prostaglandina F 2a desempenha papel importante. Este hormônio participa consideravelmente na redução do suprimento sangüíneo para o ovário que contém o corpo lúteo, assim como na redução da síntese de progesterona. A duração do diestro varia nas diferentes espécies animais. Um importante regulador da evolução do ciclo genital é o corpo lúteo: assim que o teor de progesterona no sangue cai, são produzidas e liberadas em maior quantidade no lobo anterior da hipófise as gonadotrofinas que estimulam a maturação ovular. 1.2 ) FATORES QUE INFLUENCIAM OS CICLOS REPRODUTIVOS: O sistema básico do controle da atividade ovariana inclui a liberação pulsátil de GnRH e gonadotropinas pelo hipotálamo e hipófise anterior, respectivamente. O sistema é mantido sob controle pelos esteróidesgonadais, estrogênio e testosterona. Fatores externos sobrepõem-se a esse sistema de controle, podendo modificar a atividade reprodutiva normal. As informações relativas a esses vários fatores são transmitidas através do SNC e modificadas no hipotálamo para eventualmente afetar a secreção de gonadotropinas pela hipófise anterior. Tais fatores externos são: FOTOPERÍODO: A luz é o mais potente fator ambiental que afeta os ciclos reprodutivos em reprodutores estacionais. A glândula pineal está envolvida na mediação das modificações que ocorrem no fotoperíodo. A informação luminosa é transmitida a partir das células da retina no olho, via nervo óptico, ao núcleo supraquiasmático, que está localizado no hipotálamo anterior. A resposta
  • 4. desse núcleo é transmitida, via núcleo paraventricular, ao gânglio cervical superior, através de fibras do sistema nervoso autônomo, e então, finalmente à glândula pineal ( epífise). O sinal emitido pela glândula pineal é o hormônio melatonina, que desempenha um papel crítico em modificar, subseqüentemente a atividade hipotalâmico-hipofisário- gonadal. A melatonina indica a duração do fotoperíodo, resultando em resposta do sistema reprodutivo, que varia de acordo com as espécies e a natureza particular de suas estratégias na estação de monta, podendo apresentar uma resposta positiva ( estimulação da atividade ovariana) ou uma resposta negativa ( supressão da resposta ovariana). Alterações no fotoperíodo por meios artificiais, são a maneira mais eficaz de manipular aqueles animais que são influenciados pelo fotoperíodo, especialmente sobre um animal individualmente. Nesse caso, para os animais que respondem ao aumento da luz com o restabelecimento da atividade ovariana, um regime de maior luminosidade cerca de 1 mês antes do início previsto do anestro deve resultar em atividade ovariana contínua. Para animais que iniciam a atividade ovariana cíclica em resposta ao decréscimo da luz, o problema da manipulação do fotoperíodo é difícil na ausência de alojamentos com luz controlada. TEMPERATURA: Desempenha um papel de muita pouca importância sobre os ciclos reprodutivos dos animais domésticos. Altas temperaturas afetam de maneira desfavorável os ciclos reprodutivos apenas sob condições extremas, incluindo exposição prolongada ao calor ( 24 horas diárias). Nessa situação, a mortalidade embrionária, principalmente antes da implantação, é o principal efeito observado, com os ciclos reprodutivos permanecendo normais. NUTRIÇÀO: A nutrição inadequada resulta em inatividade ovariana, sobretudo na vaca. Nas vacas leiteiras geneticamente selecionadas para alta produtividade, a capacidade de produzir até cerca de 45 litros de leite por dia é uma marca bastante significativa. é quase impossível para estas vacas consumir alimento suficiente durante a primeira parte do ciclo de lactação para manter seu peso corporal, e elas estão freqüentemente em balanço nutricional negativo até os 100 dias após o parto. Como os animais devem ter um nível adequado de nutrição para iniciar a atividade ovariana, esta é suprimida até que um balanço energético positivo seja alcançado. Caso se deseje que uma vaca leiteira produza grandes quantidades de leite, deve-se fornecer nutrição adequada à produção leiteira. A nutrição inadequada pode afetar a atividade ovariana no período pós-parto. Uma prática de manejo que é muitas vezes usada para aumentar a eficiência produtiva é manter vacas de raça de corte num plano de regime nutricional limitado durante o inverno. Esta diretriz tem o propósito de forçar os animais ao uso da gordura que tenha sido produzida e armazenada durante a estação de
  • 5. pastoreio. Se as vacas de corte gestantes não retornarem a um balanço nutricional positivo por volta do último mês de gestação, o restabelecimento da ciclicidade ovariana, que normalmente ocorre entre os 45 e 60 dias após o parto, será retardado. Uma outra situação que pode afetar a atividade ovariana envolve as novilhas de corte gestantes. Esses animais freqüentemente necessitam de nutrientes extra no período pós-parto para que se restabeleça a atividade ovariana, porque têm necessidades alimentares para o crescimento bem como para a lactação. FEROMÔNIOS: As fêmeas são influenciadas pelos odores do macho. Por exemplo, a porca em estro assume postura de monta se exposta à urina de um varrão. "Efeito Whitten": envolve a sincronização dos ciclos estrais pela introdução de um macho em um grupo de fêmeas. A introdução de um macho provoca nas fêmeas o recomeço da ciclicidade ovariana de forma altamente sincronizada ( grande parte das fêmeas apresenta cio no terceiro dia após introdução do macho). O efeito do macho é desencadear a síntese e liberação de gonadotropina. "Efeito Bruce": envolve a manipulação da gestação por feromônios. Se uma fêmea de camundongo recém-acasalada é colocada em uma gaiola com um macho estranho, a gestação falha. Isso ocorre por causa do bloqueio da secreção de prolactina e, com a diminuição da secreção de prolactina, o CL regride e a gestação falha. SOM: Tem-se demonstrado que os sons do macho eliciam respostas comportamentais ( sexuais) na fêmea. VISÃO: Existem algumas espécies de aves em que a exibição feita pelo macho, que inclui a apresentação de plumagem colorida e movimentos característicos, influencia o comportamento reprodutivo na fêmea. Em primatas não-humanos, as fêmeas que estão sexualmente receptivas alertam o macho através de movimentos corporais específicos, assim como através de modificações na cor da pele associada à região perineal. A ausência de movimentos pela fêmea ( bovinos ou ovinos), quando o macho se aproxima, pode ser considerada como um indício de que a fêmea está receptiva. CONTATO FÍSICO: O contato físico de uma fêmea com um macho faz com que a fêmea fique imóvel, o chamado reflexo de rigidez. O CICLO ESTRAL NA VACA
  • 6. INTRODUÇÃO: Ciclo estral é o período de tempo a partir do início de um período de receptividade sexual até o seguinte, com o intervalo ovulatório. A duração do ciclo é de 21 dias podendo variar de 18 a 24 dias normalmente. Como regra geral, a duração do ciclo é mais constante entre cada indivíduo do que entre animais. Os períodos do ciclos se dividem em: ESTRO: Período de receptividade sexual, a ovulação ocorre no final do estro. METAESTRO: desenvolvimento inicial do corpo lúteo, duração de poucos dias. DIESTRO: atividade do corpo lúteo maduro, inicia 4 dias após a ovulação e termina com a regressão do corpo lúteo. PROESTRO: regressão do corpo lúteo até o estro seguinte. Desenvolvimento rápido do folículo, que leva à ovulação e receptividade sexual. O período de estro corresponde a modificações comportamentais e os demais correspondem a modificações ovarianas. FATORES QUE INFLUENCIAM OS CICLOS REPRODUTIVOS: FOTOPERÍODO: Afeta ciclos reprodutivos estacionais. A importância de incremento luminoso para a reprodução do gado é considerável, ou seja, na presença da luz a concepção é melhor. TEMPERATURA: Influência muito pequena. NUTRIÇÃO: Grande influência sobre vacas de corte e vacas leiteiras. FEROMÔNIOS: Substâncias químicas que permitem a comunicação entre animais de mesma espécie. Odores que emanam da secreção vaginal = metil -p- benzoato. O androgênio derivado da androstenona contribui para o odor do macho e é conhecido como a "marca do varrão". SOM: Emitido pelo macho para atrair a fêmea.
  • 7. VISÃO: Em bovinos a ausência de movimento da fêmea quando o macho está se aproximando pode ser um indicativo de que a fêmea está receptiva. CONTATO FÍSICO: O contato do macho com a fêmea pode fazer com que ela fique subitamente imóvel. CICLO ESTRAL: A duração do ciclo estral na vaca é de 21 dias, sendo que ciclos de 18 a 24 dias são considerados normais. Como regra geral a duração do ciclo é mais constante entre cada indivíduo do que entre animais. O período de estro é menor que nos demais animais, sendo de 18 horas nas vacas da espécie Bostaurus. Uma das importantes raças tropicais de bovino de corte é a Brahman (Bosindicus). Estes animais têm períodos de estro mais curtos, com uma faixa notificada de 2 a 14 horas. É uma regra geral que ter mais animais em estro ao mesmo tempo tende a aumentar a duração do estro de cada animal. O ponto principal do ciclo estral é o estro, ou seja, quando a fêmea aceita o macho. A terneira nasce com seus órgãos reprodutores formados mas não totalmente funcionais. Estes vão sofrendo sua maturação pela ação dos hormônios hipofisários e ao redor dos 9 meses se inicia a atividade sexual. A precocidade ou não da puberdade depende a alimentação, raça e outros fatores. O ciclo estral não se interrompe durante a gestação, durante alguma anormalidade e continua acontecendo em vacas de idade avançada. O cio de período relativamente curto do gado bovino é vantajoso, já que a probabilidade da fecundação através de inseminação artificial aumenta com a redução da duração do cio. Consequentemente, o sucesso da fecundação nos bovinos de 70 a 80%. As variações cíclicas no ovário, útero e vagina estão sincronizadas com as secreções cíclicas de gonadotrofinas e hormônios ovarianos. O FSH estimula o crescimento dos folículos ovarianos, sendo que um ou dois podem se tornar folículos maduros e permanecer sobre a superfície dos ovários. Com isso os ovários produzem estrógenos, que fazem com que a vaca apresente sintomas de estro. O inicio do cio se caracteriza por inquietação e mugido. Na ausência do touro, as vacas podem ter o estro detectado pela sua atividade homossexual. Vacas que ficam em posição para serem montadas por outras vacas estão em estro ("cio de posicionamento"). Sintomas secundários que podem ser úteis na identificação do estro são: entumescimento da vulva, inchaço e umidecimento, contrastando com seu aspecto seco e rugoso de outros momentos e presencia-se um corrimento de muco claro e aquoso antes e durante o estro. Esses filamentos podem conter sangue 50 a 60 horas antes
  • 8. ou 35 a 45 horas depois do estro. No período entre estros o muco presente na cérvix e na vagina é denso e pegajoso e em vez de sair pela vulva este forma um tampão cervical que impede a penetração de bactérias e outros agentes nocivos. Se houver concepção esse tempão permanece por toda a gestação. Próximo e durante o estro todo o trato reprodutor e suas secreções contém maior quantidade de água. Aproximadamente 25 a 35 horas do começo do cio se rompe o folículo e se libera o óvulo, que se encontra com o espermatozóide no oviduto e é fecundado. O LH contribui para o desprendimento do óvulo e começo do crescimento do tecido luteínico para a formação do corpo lúteo. O corpo lúteo produz progesterona, que inibe a maturação de novos folículos e prepara o útero para receber e nutrir o óvulo fertilizado. Se a concepção não ocorrer o corpo lúteo regride passados 17 a 19 dias e o FSH estimula o crescimento de novos folículos. Em 2 ou 3 dias o estrógeno determina um novo estro que se repete de 21 em 21 dias até que se efetue a concepção. O crescimento lento dos folículos se dá um dia antes do estro, uma explosão no crescimento folicular durante e depois do estro e a ruptura dos folículos depois do estro. No gado bovino durante o estro, foi determinada a maior secreção de tiroxina comparativamente com as outras fases do ciclo. O ciclo estral da vaca é regularmente periódico ao longo de sua vida reprodutiva, ou seja, esse animal é POLIÉSTRICO ESTACIONAL, ou seja, um ciclo estral termina num período de diestro que emerge como o proestro no ciclo estral seguinte. Em condições semi- selvagens os touros se encontram na manada o ano todo, porém a monta ocorre do final da primavera até o inicio do verão. O começo da atividade reprodutora se dá por ação dos hormônios hipofisários, que têm sua liberação governada pelo hipotálamo. Esses hormônios gonadotróficos atuam impulsionando o funcionamento das gônadas. A hipófise também mantém o desenvolvimento do ciclo estral. Dados indicam que o útero pode apresentar um papel vital na regulação do ciclo estral. O hormônio ovárico estrogênico mais comum na vaca é o estradiol. A placenta da vaca produz grandes quantidades de estrógenos ainda que o nível de progesterona produzida na placenta seja baixo, pois o corpo lúteo deve se manter até o final da gestação. O primeiro estro corresponde à puberdade e é dividido em 3 fases: a-) maturação da glândula hipófise entre 3 e 6 meses de idade;
  • 9. b-) maturação dos ovários entre 6 e 12 meses de idade; c-) maturação do útero, que se completa até os 3 anos. Até o primeiro ano de idade a glândula hipófise cresce rápido e regularmente. A hipófise dos animais jovens responde satisfatoriamente aos estímulos hipotalâmicos que nela atuam. As modificações na secreção hormonal na puberdade se deve à maturação do hipotálamo. O aumento do peso do ovário a partir do sexto mês coincide com o crescimento folicular. Porém a ovulação e a formação do corpo lúteo só se evidenciam quando aparecem os primeiros sinais externos de iniciação sexual. O desenvolvimento da hipófise e de seus hormônios influencia o crescimento do organismo e o desenvolvimento do útero e de outras partes do trato reprodutor. De acordo com as citações acima descritas o ciclo estral se divide em proestro, estro, metaestro e diestro. O proestro caracteriza-se pela estimulação do crescimento folicular pelo FSH. O folículo em crescimento produz mais líquido folicular e estradiol. O estradiol determina um maior aporte sangüíneo e crescimento dos túbulos genitais. A vulva e o vestíbulo ficam congestos e há um aumento evidente na vascularização da mucosa uterina. O proestro dura de 2 a 3 dias. Diferentemente dos outros animais a vaca não ovula antes que o estro cesse. Em menos de 1 dia o sistema nervoso da vaca começa a rejeitar o nível elevado de estradiol e esta não aceita mais o macho e observa-se um aumento na concentração de LH. O metaestro se caracteriza pelo súbito desaparecimento dos sinais do cio. Tem início o ovulação com o desprendimento do ovócito e a cavidade se reorganiza formando o corpo lúteo. A vulva começa a se enrugar, a dilatação da cérvix desaparece gradativamente e diminui a quantidade de muco. durante o metaestro o epitélio vaginal tem seu crescimento diminuído. No diestro - período final - o corpo lúteo se desenvolve totalmente e a progesterona age acentuadamente sobre a parede uterina. O endométrio fica enrugado e as glândulas e fibras musculares de útero se desenvolvem preparando-se para nutrir o embrião e formar a placenta. Se houver concepção o corpo lúteo persiste até o fim da gestação. Se o óvulo não for fecundado o corpo lúteo permanece por aproximadamente 19 dias e depois regride. O proestro e o declínio do corpo lúteo são concomitantes e após isso inicia-se outro ciclo estral. MODIFICAÇÕES HORMONAIS: O conhecimento dos níveis dos hormônios gonadotróficos e esteróides nos líquidos orgânicos da vaca, especialmente no sangue circulante, é importante para compreender o controle endócrino do ciclo.
  • 10. Os níveis de FSH na hipófise são maiores 3 dias antes do estro, diminuindo rapidamente e alcançando níveis mínimos no dia do estro. Ao mesmo tempo que se dá a liberação de FSH no sangue aumentam marcadamente os níveis de estrógenos no sangue e urina, alcançando um máximo no dia do estro. O nível de LH no sangue se eleva rapidamente e alcança seu máximo imediatamente antes da ovulação. Essa onda de LH é um estímulo para a ovulação. As determinações quantitativas são altamente variáveis no sangue circulante da vaca. Conforme o corpo lúteo aumenta após a ovulação o conteúdo de progesterona sofre um incremento, alcançando um máximo 10 dias após o estro e permanece alto por aproximadamente 5 dias, depois declinam rapidamente o peso do corpo lúteo e os níveis de progesterona das vacas gestantes. O tempo de ovulação é determinado no momento da ovulação por métodos como o sacrifício das vacas durante ou depois do estro examinando os ovários ou localizando o óvulo no trato reprodutor, determinando a fertilidade de uma monta antes, durante e depois do estro e palpando os ovários periodicamente durante e depois do estro. Sendo assim, a média do tempo de ovulação é de 25 a 30 horas após o começo do estro. A ovulação pode atrasar mediante a administração da atropina, que bloqueia os impulsos nervosos parassimpáticos no começo do estro. O tempo que transcorre do parto até o seguinte cio (intervalo pospartum) varia de 30 a 72 dias em vacas leiteiras e de 46 a 204 dias em vacas para corte. Porém, essa diferença não se deve apenas às particularidades do gado de leite e corte, mas sim, às condições de manejo, meio ambiente, nutrição e lactação. Esse intervalo é diretamente afetado pelas estações do ano, ou seja, mais longo no inverno e mais curto no verão. As vacas leiteiras de alta produção têm o intervalo pospartum prolongado. Por meio da utilização de progesterona ou dos getágenos sintéticos pode-se proceder, em gado bovino, a um bloqueio do ciclo genital, não ocorrendo o cio. Após cessar o uso de gestágeno, o cio se instala em poucos dias devido ao rápido aumento da secreção de FSH e ICSH. Desta maneira pode-se proceder a sincronização do cio. Ciclo Reprodutivo em Ovelhas e Cabras ANATOMIA A forma dos órgãos genitais varia consideravelmente com a idade e atividade fisiológica, por isso, na descrição desses órgãos, será considerado um animal adulto não gestante. OVÁRIO e TUBA UTERINA
  • 11. Os ovários se localizam na parte mais caudal do abdome, com isso os cornos uterinos são tracionados para trás, em direção aos ovários. O ovário é uma estrutura firme e irregular, de formato ovóide e possui aproximadamente 1,5cm. Une-se à parede do abdome antes da entrada pélvica e une-se ao trato reprodutor por inclusão ao ligamento largo. O ovário se relaciona com a parte ventral do ílio, no nível da bifurcação do útero. Os folículos e o corpo lúteo se projetam de qualquer parte da superfície, considerando que pode se projetar mais de um devido ao fato de existirem gestações gemelares e múltiplas. A tuba uterina é longa, segue um trajeto muito tortuoso, por isso seu início e fim estão situados muito próximos um do outro. Não há demarcação entre a tuba uterina e o corno uterino. O infundíbulo possui paredes delgadas e localiza-se lateralmente ao ovário. A parte subsequente e mais estreita da tuba uterina serpenteia no interior da parede lateral do ovário até atingir a extremidade do corno uterino e divide-se em ampola e istmo. ÚTERO O corpo uterino é formado pela fusão incompleta das partes caudais dos cornos; estes possuem uma trajetória tortuosa e medem aproximadamente 10 a 12 cm. O corpo verdadeiro é bastante curto, mede aproximadamente 2 cm de comprimento, seu limite caudal é com a cérvix, que mede aproximadamente 4 cm de comprimento e se projeta caudalmente para o interior da vagina, que então é envolvida por fórnix. A espessura e a cor do endométrio varia com a fase do ciclo. A superfície possui pregas. A principal característica do endométrio de ruminantes é a presença de carúnculas que são os locais de sustentação das membranas fetais durante a gestação. Na ovelha e na cabra as superfícies livres das carúnculas são côncavas. A mucosa do corpo uterino é lisa e caminha para a cérvix através da constrição do orifício uterino interno. O lúmem da cérvix é fechado pela superposição de projeções irregulares da superfície, remanescentes de três anéis circulares que obstruem a passagem em animais jovens. A mucosa da cérvix produz uma secreção mucosa no estro. VAGINA A vagina apresenta o lúmem normalmente fechado. Mede aproximadamente 8 cm e sua porção ventral contém numerosos folículos linfáticos. É um órgão que possui grande capacidade de expansão. FATORES QUE INFLUENCIAM O CICLO
  • 12. Existe o controle do eixo hipotálamo-hipófise com liberação das gonadotrofinas (GnRH) que regulam a atividade ovariana. No entanto, há fatores externos que se sobrepõem a este sistema modificando a atividade reprodutiva normal. Podemos citar como exemplo o fotoperíodo, a temperatura, a nutrição, o som e os fatores sociais, como o ferormônio. As informações relativas a esses fatores são transmitidas através do SNC e modificadas pelo hipotálamo, sendo transferido para a hipófise e influenciando a secreção de gonadotropinas. FOTOPERÍODO É o fator ambiental que mais afeta os animais que possuem ciclo estacional, como cabras e ovelhas. A glândula pineal está envolvida na mediação das modificações que ocorrem no fotoperíodo. Esta glândula emite um sinal que é o hormônio melatonina que modifica a atividade hipotálamo-hipófise-gônadas. A melatonina indica a duração do fotoperíodo. Nas ovelhas e cabras a atividade ovariana cessa com o aumento de luz. Além da diferença existente entre as espécies em relação ao fotoperíodo, existem também diferenças entre as raças. Há raças mais resistentes, que demoram mais tempo para apresentarem o estro do que outras. Por exemplo, a raça Rambouillet começa o ciclo em julho, enquanto que a FinnishLandrace começa apenas em setembro. Também é possível manipular o fotoperíodo desses animais de modo artificial, como, por exemplo, realizar uma exposição à luz que aumente sua intensidade subitamente e após um certo período de tempo diminui repentinamente. Em ovelhas tem-se usado implante de melatonina para antecipar a estação de monta, assim como para aumentar a taxa ovulatória. FEROMÔNIOS São substâncias químicas que permitem a comunicação entre os animais da mesma espécie. Os machos são atraídos pelas fêmeas por causa dos odores que elas emanam das secreções vaginais. Quando é introduzido um carneiro reprodutor em um lote de fêmeas entre o anestro e o estro é possível se adiantar o início da estação de monta ou se sincronizar o estro quando as fêmeas estiverem ciclando. TEMPERATURA Temperaturas elevadas, mais do que as habituais no verão adiantam a estação de monta dos ovinos.
  • 13. O CICLO ESTRAL PROESTRO ESTRO Fase folicular, Fase folicular,desenvolvimento folicular receptividade sexual,subsequente à regressão o hormônio liberado é lútea. O hormônio liberado é o LH, que tem um pico é o FSH, tendo produção de repentino, formação do estrogênio. Os níveis de corpo lúteo e ovulação. Progesterona são bem baixos. DIESTRO METAESTRO Fase lútea, Fase lútea, maturação do corpo lúteo desenvolvimento inicial do não receptivo, quantidade corpo lúteo, mínima de hormônios, liberação de progesterona. Começa síntese de FSH. ANESTRO Não ocorre ciclo. PRENHEZ PROESTRO Os hormônios FSH e LH, folículo estimulante e luteinizante, respectivamente, são produzidos pela hipófise anterior e são importantes para os processos reprodutivos da fêmea. O FSH promove o crescimento dos folículos, enquanto que o LH é importante para o processo ovulatório e a luteinização da granulosa que resulta na formação do corpo lúteo. A liberação destes hormônios é controlada pelo hormônio liberador de gonadotrofinas GnRH. A liberação pulsátil do GnRH é essencial para a manutenção e secreção de LH e FSH pela hipófise anterior. Durante o estro tem-se a secreção máxima de estrogênio pelo folículo e durante o metaestro tem a secreção de progesterona pelo corpo lúteo. O estrogênio tem como função promover o crescimento das glândulas uterinas, levando a um aumento do diâmetro do útero e a edemaciação de mucosa. A progesterona tem como função preparar o útero para nidação e nutrição; reduz o tônus da musculatura uterina, impedindo a resposta à ocitocina; bloqueia outra maturação ovular; estimula o desenvolvimento da glândula mamaria. A prostaglandina PGF2a é sintetizada e liberada de forma pulsátil aproximadamente 14 dias após a ovulação pelo útero, sendo que este precisa
  • 14. ter sido exposto ao estrogênio e à progesterona. A PGF2a tem como função fazer regredir o corpo lúteo. A fase folicular que corresponde ao proestro e estro está relacionada ao amadurecimento do folículo influenciado pelo FSH. A fase lútea que ocorre no metaestro tem como função a formação do corpo lúteo, e no caso de prenhez, este é mantido com o objetivo de produzir e secretar a progesterona. CICLO ESTRAL DA OVELHA E CABRA PUBERDADE O primeiro ciclo estral ocorre entre os 5 e 7 meses nas cabras e entre os 6 e 9 meses nas ovelhas, porém nem sempre esse ciclo vem acompanhado de ovulação, isso porque o primeiro corpo lúteo prepara o animal para um estro perfeito e funcional no segundo ciclo estral, quando então o animal irá ovular normalmente e aceitar o macho. CICLO As cabras e ovelhas são poliestrais estacionais, isso quer dizer, apresentam sucessivos ciclos ao longo de um período de tempo denominado estação reprodutiva que dura cerca de 6 a 7 meses. Em regiões temperadas ou polares, que possuem ritmo de luz definido, a cada 6 meses a estação reprodutiva coincide com os dias curtos do ano; então elas se reproduzem ao longo do outono e inverno, enquanto que apresentam anestro estacional na primavera e verão, quando os dias são longos. Além da influência pela luz, também interfere no ciclo reprodutivo destes animais a temperatura e a introdução de machos no início da estação reprodutiva. Estes fatores podem adiantar ou atrasar o início ou fim da estação reprodutiva. A reprodução do tipo estacional em fêmeas anestrais de dias longos se associa à influência do eixo hipotálamo-hipófise-pineal e à freqüência e amplitude das secreções episódicas de LH. As cabras apresentam uma estação reprodutiva mais extensa que as ovelhas, e dependendo das condições de manejo, são capazes de parir ao longo de todo ano, se bem que algumas raças possuem uma época de anestro que se estende pela primavera e verão. Fases: Proestro – fase de maturação folicular No ovário ocorre a maturação de um ou mais folículos, sob a influência de FSH. No epitélio folicular aparecem quantidades crescentes de hormônios
  • 15. foliculares - estrógenos que então desencadeiam o estro; os níveis de estrógenos crescentes suprem os níveis de progesterona em declínio. No final do proestro ocorre o crescimento das glândulas uterinas e um aumento do diâmetro do útero, devido a um maior acúmulo de líquidos na mucosa. O FSH apresenta um pico pré-ovulatório de aproximadamente 7 horas, o segundo pico, que dura 26 horas, aparece um ou dois dias após o primeiro. Os picos de FSH se sucedem cada duas horas durante as fases folicular e luteínica. Esta fase dura de 2 a 3 dias. Estro – cio Este é o momento que a fêmea está receptiva ao macho. O hormônio que mais está presente é o LH; ocorre em pulsos episódicos recorrentes a cada 2 horas e meia durante a fase luteínica, aumentando a freqüência na fase folicular. Esses pulsos ocorrem a cada hora até produzir um pico pré-ovulatório em conjunto com o FSH. O estrógeno tem total influência sobre os órgãos genitais, isso porque o folículo atinge a maturação e atinge o pico de secreção de estrógeno. Na ovelha o cio aparece em intervalos de 17 dias (varia de 14 a 19 dias) e os sintomas do cio são pouco acentuados e por esse motivo muitos passam desapercebidos. A ovulação é conseqüência da secreção de LH e ocorre no final do estro, sendo que este dura de 24 a 36 horas. Amadurecem de 1 a 7 folículos. Na cabra o cio aparece em intervalos de 21 dias (varia de 18 a 22 dias) e os sintomas são bem acentuados. Os animais ficam impacientes, apresentam um balido que chama a atenção; as cabras têm o reflexo de permissão do bode. A ovulação ocorre imediatamente no final do estro, e este dura 26 a 42 horas. Amadurecem de 1 a 7 folículos. Metaestro – fase de corpo lúteo Após a ovulação, ocorre na fossa de ovulação a formação do corpo lúteo. Os níveis de estrógeno estão baixos, porém a progesterona começa a ser sintetizada pelo corpo lúteo uns 3 ou 4 dias após a ovulação. A partir desse momento o corpo lúteo pode seguir dois caminhos: se o folículo foi fecundado, viverá um pouco mais que 15 dias, pois sua função será a de impedir a
  • 16. maturação de outros folículos, mas se não houver fecundação, após 14 ou 15 dias ele irá se atrofiar. Diestro – fase de produção máxima do corpo lúteo É nessa fase que é decidido o futuro do corpo lúteo; enquanto isso ele mantém sua secreção máxima de progesterona. Considerando que não houve fecundação, o corpo lúteo irá atrofiar e haverá uma redução da síntese de progesterona, com isso diminui a ação de feedback negativo no hipotálamo com um aumento da síntese de FSH, o que resultará conseqüentemente numa nova maturação folicular. Nas ovelhas e cabras, a duração do corpo lúteo é de aproximadamente 6 dias. Quando ocorre a atrofia do corpo lúteo, a prostaglandina PGF2a , que é formada a partir do 13o dia do ciclo , desempenha um papel muito importante no ciclo, pois ela participa da redução do suprimento sangüíneo para o ovário que contém o corpo lúteo. Com esse suprimento, não há mais circulação de progesterona e há a possibilidade de haver maturação de um novo folículo. Anestro – quiescência O ovário se mantém quiescente. O corpo lúteo termina sua involução e o desenvolvimento folicular interrompe. Quando o macho é introduzido na fase de anestro, ele irá causar um sincronismo na indução do estro na maioria das fêmeas presentes. Ao se introduzir o macho num plantel enquanto as fêmeas estiverem ciclando, haverá um sincronismo nos ciclos em ocorrência. Eventos que levam à primeira ovulação de cordeiras na puberdade ou em ovelhas adultas na estação sexual: Ciclo Reprodutivo em Porcas ANATOMIA OVÁRIO e TUBA UTERINA Os ovários são bastante móveis; têm cerca de 5 cm de comprimento e são irregulares, com muitos folículos e corpos lúteos projetando-se para fora. São suspensos entre os intestinos pelos mesovários. Com o avanço da prenhez, os ovários descem com os cornos até se tornarem inacessíveis à palpação retal. A tuba uterina tem aproximadamente 20 cm de comprimento e começa na bolsa ovárica, em um grande orifício voltado para o ovário. Segue sobre o mesosalpinge e une-se ao corno uterino.
  • 17. ÚTERO O corpo uterino é curto. Os cornos prolongam-se anteriormente por alguns centímetros, dando a impressão de que o corpo uterino é mais longo do que realmente é. O músculo circular mais profundo na junção do corpo com os cornos forma um esfíncter complexo que funciona de tal modo que, quando a entrada de um dos cornos se fecha, a outra se abre. Este mecanismo é muito eficiente no momento da parição, pois impede que ambos os cornos se contraiam ao mesmo tempo e evita conseqüentemente a colisão dos fetos. Os cornos uterinos são realmente grandes, na fêmea não grávida eles atingem até 1 m, no auge da prenhez pode atingir até o dobro, pois em cada corno podem ser acomodados até 11 fetos. Os cornos não grávidos e os ovários são tão móveis que é impossível determinar a sua localização exata na cavidade abdominal. A cérvix é distinta das demais espécies por seu comprimento (pode atingir até 25 cm) e pela presença de fileiras de saliências de mucosas que se projetam na luz que ocluem o canal. FATORES QUE INFLUENCIAM O CICLO FOTOPERÍODO Existem evidências que sugerem que a facilidade do reestabelecimento da ciclicidade ovariana em porcas após a lactação depende da iluminação. Em um estudo realizado na Noruega, 95% das porcas recomeçaram o ciclo 10 dias após o desmame. FERORMONIO A porca em estro assume postura de monta, membros posteriores esticados ou reflexo de rigidez, se exposta à urina do macho. SOM Se as porcas em estro forem expostas ao som dos machos, a maioria delas responde a esse estímulo com o reflexo de rigidez. NUTRIÇÃO Manejo intensivo atrasa a puberdade. CICLO ESTRAL DA PORCA PUBERDADE
  • 18. A porca atinge a puberdade com aproximadamente 6 a 7 meses de vida. A primeira ovulação é acompanhada por receptividade sexual. CICLO As porcas são poliestrais, isso quer dizer que seus ciclos se sucedem regularmente ao longo de todo o ano, com intervalos de aproximadamente 21 dias (entre 18 e 23 dias) . A alteração física mais evidente nesses animais no estro é o enrigecimento da vulva que adquire uma aparência edemaciada até o ponto que a fenda vulvar tende a ficar aberta. As fêmeas no estro apresentam o reflexo de rigidez na presença do macho, elas ficam paradas esperando ser montadas; as fêmeas apresentam também alterações comportamentais como inquietação, redução do apetite e tom de grunhido mais baixo que o normal. Quando se faz uma pressão sobre o lombo e o animal permanece parado, isso também demonstra que ele está no cio. Fases: Proestro - fase de maturação folicular Os níveis de FSH são elevados e o primeiro pico coincide com o de LH. Esta fase dura de 2 a 3 dias. Estro – cio Ainda percebe-se a presença de FSH e seu segundo pico é percebido 2 ou 3 dias após o início do estro e seu pico é maior que o primeiro. O estro aparece em intervalos de 21 dias e os sinais são reflexo de rigidez, inquietação, redução de apetite e grunhido mais baixo. A ovulação ocorre aproximadamente de 24 a 35 horas após o início dos sintomas externos do cio e continua até que os sinais cessem. O cio dura geralmente 2 a 3 dias. Amadurecem em média de 8 a 30 folículos; em animais mais jovens amadurecem menos folículos do que em animais adultos. Metaestro – fase do corpo lúteo O corpo hemorrágico, após 6 a 8 dias se torna uma massa compacta: o corpo lúteo; este mantém a integridade celular além de sua função secretora. Diestro – fase de produção máxima de corpo lúteo
  • 19. Entre os dias 12 a 16 do ciclo, considerando que não houve fecundação, a prostaglandina PGF2a tem um incremento de sua concentração, o que acarreta a luteólise. Esta fase dura em média 5 a 6 dias. A porca apresenta o primeiro cio após o parto entre 6 a 8 dias após o desmame. SINCRONIZAÇÃO DO CIO O uso concomitante de progesterona semi-sintética com um agente luteolítico, ou prostaglandinas é realizado para prevenir qualquer ação do corpo lúteo, principalmente em vacas, porcas e ovelhas. O objetivo é tratar um grupo de animais e causar um bloqueio do ciclo genital para que não ocorra cio e depois suspender o tratamento simultaneamente, provocando uma ovulaçao sincronizada em todos os animais do grupo devido ao rápido aumento de secreção de LH e FSH. A sincronização do cio possibilita a uniformização de idade do recém-nascido e uma programação de manejo e uso das instalações. LUTEÓLISE Tanto o embrião como o feto, de ovelhas e porcas, produzem proteínas esteróides e prostaglandinas, capazes de inibir a produção de PGF2a no útero. O endométrio das ovelhas cíclicas libera, de uma maneira pulsátil PGF2a entre os dias 14 e 17 do ciclo, que induzem a luteólises. Mecanismos de luteólise ocorrem da seguinte maneira: os estrógenos foliculares estimulam a produção endometrial de fosfolipase A, de modo que libera alguns pulsos de PGF2a , desde os dias 13 e 14 do ciclo das ovelhas, estes pulsos estimulam a liberação, no corpo lúteo, de ocitocina que, nos dias 14 e 16, atua através do receptor endometrial, aumentando a liberação de pulsos de PGF2a no útero, e assim se iniciará, logo, um novo estro nos dias 16 ou 17.