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História de MS – Povoamento:
O Vice-reinado do rio da Prata e o
            Paraguai:
• A história colonial sul-matogrossense,
  entretanto, permanecia muito ligada à busca
  pela prata no Peru. Com a destruição do
  Império Inca e o sucesso da exploração da
  prata em território peruano através do porto
  de Lima, a região do Rio da Prata do império
  espanhol encontrava-se decadente e
  suscetível aos portugueses.
• Uma vez que estes se expandiam ao Uruguai,
  em abril de 1776 o rei Carlos III de Espanha
  ordenou que o governador do Rio da Prata,
  Pedro Antônio de Cevallos, pensasse em uma
  maneira de desenvolver a região de Buenos
  Aires.
• A resposta foi a tomada da Colônia do
  Sacramento dos portugueses e a criação do
  Vice-reinado do rio da Prata, que continha
  praticamente os territórios dos atuais países
  da Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai,
  além de uma parte do Rio Grande do Sul,
  Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.
• Com as guerras napoleônicas, no entanto, e o
  ataque inglês a Buenos Aires, no início da
  década de 1810, o vice-reinado do Rio da
  Prata se desfez. O sudoeste sul-
  matogrossense, por sua vez, passou a fazer
  parte do Paraguai, que declarou sua
  independência da Espanha em 15 de maio de
  1811.
• A frente colonizadora da
  família Garcia Leal no Bolsão
  Sul-Mato-Grossense:
• No ano de 1829, uma expedição enviada por
  João da Silva Machado, Barão de Antonina, e
  chefiada pelo sertanista Joaquim Francisco
  Lopes, visando a expansão dos campos de
  pecuária do vale do Rio São Francisco,
  atravessou o Rio Paraná e fez contato com os
  índios Ofaiés, que eram dóceis, na região da
  atual Três Lagoas.
• Também faziam parte dessa entrada Januário
  Garcia Leal Sobrinho, seus irmãos e outros
  sertanistas. Januário Garcia Leal Sobrinho e
  sua família permaneceram, aproveitando a
  oportunidade, no leste sul-matogrossense,
  fundando o Arraial de Sete Fogos, que mais
  tarde se tornaria Paranaíba.
Os irmãos Lopes e a ocupação dos
         Campos de Vacaria:
• Quanto à família Lopes, dos irmãos Joaquim
  Francisco e José Francisco Lopes, adentrou
  com outros colonizadores o sul de Mato
  Grosso. Iniciou-se, assim, em 1830, o
  povoamento de fato das terras que hoje
  constituem o atual Mato Grosso do Sul, dando
  um novo impulso a antigas povoações como
• Miranda, Corumbá e ao Arraial de Belliago,
  que se tornou Coxim. Data dessa época,
  também, o primeiro movimento migratório
  para a região da colônia de Dourados - Rio
  Brilhante, nos "Campos de Vacaria", seria
  inicialmente ocupada em 1835 por Antônio
  Gonçalves Barbosa.
Desentendimentos quanto ao
             território:
• O Governo Central sabia da situação
  complicada das fronteiras do sul
  matogrossense, então em 1839 o Almirante
  Augusto Leverger, Cônsul-Geral do Brasil, foi
  nomeado com o intuito de estabelecer boas
  relações com o Paraguai.
• Esse cargo, Leverger só o aceitou em 1843, e
  já no ano seguinte os dois países iniciaram
  conversações sobre a navegação do Rio
  Paraguai. Essa tentativa, no entanto,
  fracassou, uma vez que o Brasil não revelou
  em tempo sua visão sobre os limites
  fronteiriços.
• A partir de então, Bolívia e Paraguai passaram
  a reivindicar as terras ocupadas por
  brasileiros, e medidas foram tomadas por
  parte do Governo Central brasileiro a fim de
  evitar qualquer movimentação que viesse a
  ameaçar o território do país.
• Em 1850, aconteceu a solenidade de fundação
  do forte no sopé do morro chamado Pão de
  Açúcar. Ainda nesse ano, Carlos Antonio
  López, governante paraguaio, cercou essa
  construção e abriu fogo contra ela, obrigando
  os soldados a se retirarem. Os índios
  guaicurus, que viviam nas proximidades e
  eram inimigos dos paraguaios, tentaram
• socorrer os brasileiros, porém tudo já havia
  sido destruído. Revoltados, os guaicurus então
  subiram o Rio Paraguai e atacaram o Forte
  Olimpo.
Índios Guaicurus:
Forte Olimpo:
• Em 6 de abril de 1856, Brasil e Paraguai
  puseram termo aos desentendimentos,
  dilatando a questão por dois anos. Em 1858, a
  missão Rio Branco, de José Maria da Silva
  Paranhos, Visconde Rio Branco, foi a Assunção
  firmar uma convenção que liberava a
  navegação dos rios Paraguai e Paraná para os
  navios de guerra do Paraguai e do Brasil.
• Nessa ocasião, porém, a questão dos limites
  foi adiada. Estas seriam as últimas
  negociações entre os dois países, pois seis
  anos depois Francisco Solano López, ditador
  paraguaio, executaria a invasão das terras
  disputadas.
• A situação na Bacia Platina, que ditaria os
  rumos no sul matogrossense, agravar-se-ia
  ainda mais devido a acontecimentos no Rio
  Grande do Sul e Uruguai. A então província do
  Rio Grande do Sul permanecia instável desde o
  fim da Revolução Farroupilha, uma vez que
  esta terminara por negociação política e não
  por uma derrota armada infligida pelo
  Governo Imperial aos revoltosos.
• Simultaneamente, o Uruguai encontrava-se
  em guerra civil, os blancos do partido do
  então presidente Atanásio da Cruz Aguirre
  tentando sufocar a oposição dos colorados,
  partido de Venâncio Flores. Com o
  agravamento dos conflitos no Uruguai,
• tornaram-se comuns perseguições e saques
  que atravessavam a fronteira ao território
  brasileiro, uma vez que eram numerosas as
  famílias de origens brasileiras naquele país.
  Após o ultimato feito pelo Governo Imperial
  ao presidente Aguirre para que ele
  consertasse a situação, ultimato este que não
• foi aceito, Dom Pedro II, a pedido de Venâncio
  Flores, enviou o Exército Brasileiro para
  estabilizar aquele país.
• Em pouco mais de nove meses, a operação
  das tropas imperiais brasileiras pacificou o
  Uruguai e depôs Atanásio da Cruz Aguirre, em
  episódio que levou o nome de Guerra contra
  Aguirre.
A Guerra do Paraguai:
• O ditador paraguaio Solano López, no entanto,
  utilizou a intervenção no Uruguai como
  motivação para o sequestro do navio
  brasileiro Marquês de Olinda e a captura do
  presidente da província de Mato Grosso,
  Frederico Carneiro de Campos.
Solano Lopez:
Marquês de Olinda:
• Pouco mais de um mês depois, as tropas
  paraguaias invadiram o território do sul
  matogrossense, antes mesmo de uma
  declaração formal de guerra ao Brasil. Na
  verdade, Solano López e suas tropas tinham
  em mente uma política expansionista, e
  pretendiam criar o "Paraguai Maior",
• anexando regiões da Argentina, do Uruguai e
  do Brasil, como Rio Grande do Sul e Mato
  Grosso, e ganhar acesso ao Oceano Atlântico,
  fator tido como imprescindível para a
  continuação do progresso econômico do
  Paraguai.
• Prova disto é o fato de que, em fins do ano de
  1863, um estrategista de alto gabarito
  paraguaio, disfarçado de fazendeiro, tinha
  sido enviado a Corumbá para “conhecer” os
  campos do sul e suas fazendas de gado.
• Assim, em dezembro de 1864, o sul de Mato
  Grosso, na colônia de Dourados, foi invadido
  pelo próprio espião Isidoro Resquin, que desta
  vez possuía uma numerosa guarnição consigo.
  Foi de Resquin, conhecedor do valor das
  tropas brasileiras desde seus trabalhos de
  espionagem, a seguinte frase: "Si todos los
  brasileiros son valientes así, mía no és un
  simples paseo militar".
Isidoro Resquin:
• De fato, havia uma guarnição de soldados sob
  o comando do herói Antônio João Ribeiro à
  espera das tropas Os brasileiros lutaram até o
  último soldado ter perdido a vida, só então
  tendo sido possível às tropas paraguaias
  avançarem.
Tenente Antônio João:
• Durante a Guerra do Paraguai, quando o Brasil
  se uniu à Argentina e ao Uruguai para
  combater o Paraguai, o sul matogrossense foi
  palco de alguns de seus mais dramáticos
  episódios.
• Após ter sido aprisionada no Rio Paraguai a
  Canhoneira Amambaí, pertencente à Marinha
  do Brasil, e uma vez declarada a guerra, após
  a
• invasão do sul matogrossense pelo exército
  paraguaio, o Governo Imperial brasileiro
  enviou um contingente militar terrestre para
  combater os invasores em Mato Grosso.
• Em abril de 1865, uma coluna partiu do Rio de
  Janeiro e se juntou a reforços em Uberaba,
  percorrendo mais de dois mil quilômetros a
  pé até alcançar Coxim. Essa cidade, no
  entanto, estava deserta e tinha sido saqueada,
  o mesmo tendo ocorrido em Miranda e em
  outros povoamentos do sul matogrossense.
• Suas populações, ou haviam fugido, ou sido
  mortas, ou levadas reféns para o Paraguai,
  onde executaram trabalhos forçados.
• Enfrentando adversidades, a exaustão e a
  falta de alimentos, que não encontravam nas
  cidades abandonadas, as tropas do Exército
  do Brasil somente resistiram graças às
  doações feitas por José Francisco Lopes do
  gado de sua própria família para alimentá-los,
  já nos limites do território brasileiro.
• José Francisco Lopes, que tivera a família
  sequestrada pelos paraguaios, fizera-se
  voluntário e guiava as tropas brasileiras,
  graças ao seu conhecimento do território.
  Mesmo com sua ajuda, no entanto, era
  grande a perda de brasileiros.
• Dos 2.780 homens que originalmente faziam
  parte daquele destacamento, em janeiro de
  1867, quando alcançaram a fronteira
  paraguaia, restavam somente 1.680. Nesse
  mesmo mês, o coronel Carlos de Morais
  Camisão assumiu o comando da coluna e
  invadiu o território paraguaio.
Coronel Carlos Camisão:
• Os brasileiros conseguiram penetrar até
  Laguna, a qual alcançaram em abril. Longes
  das linhas brasileiras e sem mantimentos para
  o sustento das tropas, afligida por doenças
  como cólera, tifo e beribéri, a coluna do
  Exército brasileiro teve de se retirar
Beriberi:
Cólera:
Tifo:
• sob os constantes ataques da cavalaria
  paraguaia, que utilizavam táticas de guerrilha
  à moda indígena, infligindo perdas severas aos
  brasileiros. Nessa retirada, no entanto, a
  atuação do Guia Lopes foi vital para impedir
  um total massacre dos brasileiros.
José Francisco Lopes:
Retirada da Laguna:
• Mostrou os caminhos aos soldados brasileiros
  por terras sul-matogrossenses e despistou o
  inimigo em um terreno difícil. Entre os
  brasileiros se encontrava o Visconde de
  Taunay, que mais tarde escreveria um livro
  sobre o assunto. Somente 700 homens
  sobreviveram, mas sem o Guia Lopes
  poderiam ter morrido muitos mais.
Visconde de Taunay:
• Quando terminou a Guerra do Paraguai em 01
  de março de 1870, o sul matogrossense se
  encontrava chacoalhado pela convulsão
  social. O processo de povoamento, que
  começava a se acelerar na primeira metade
  do século XIX, estava parado na maioria das
  cidades.
• No centro, oeste e sul do atual estado de
  Mato Grosso do Sul, encontravam-se
  propriedades e povoados abandonados ou
  destruídos, estando as populações dispersas e
  abatidas pela fome, miséria e doenças.
• A única região em que a vida continuou a um
  passo regular foi a região leste e nordeste do
  estado, onde a frente colonizadora da família
  Garcia Leal e seus agregados aos poucos se
  expandia ao sul da cidade de Paranaíba para
  na década de 1880 colonizar o município de
  Três Lagoas.
• Ao contrário do que aconteceu no restante
  das terras sul-matogrossenses, as
  propriedades desta região nunca se
  encontraram devolutas ou improdutivas
  porque a guerra nunca chegou até ali. Foi por
  esse motivo que, estando essas terras
  ocupadas, as próximas frentes colonizadoras a
  entrar no sul de Mato Grosso não se
  demoraram nesta área, muito embora fosse
  muito atraente do ponto de vista econômico.
• não se demoraram nesta área, muito embora
  fosse muito atraente do ponto de vista
  econômico. Durante a Retirada da Laguna, por
  exemplo, o próprio Visconde de Taunay
  demorou-se na vila de Paranaíba, onde
  encontrou em Jacinta Garcia Leal inspiração
  para escrever seu livro Inocência.
• É necessário lembrar, no entanto, que mesmo
  esta pacata vila sofreu com os males do
  conflito no Paraguai, entre eles doenças como
  a lepra, que infestaram a região e com a qual
  a própria Jacinta Garcia Leal estava
  contaminada.
Lepra:
Reocupação do centro, oeste e sul de
       Mato Grosso do Sul:
• Uma vez terminada a Guerra do Paraguai,
  aqueles soldados que no sul matogrossense
  haviam estado passaram a relatar, ao
  retornarem a suas províncias de origem, as
  gigantescas terras de vacarias existentes em
  Mato Grosso.
• Iniciou-se, assim, um massivo processo de
  migração regional para a área, com
  povoadores sobretudo vindos de províncias
  como Minas Gerais, Rio Grande do Sul, São
  Paulo e Bahia. Datam deste período a
  ocupação, por exemplo, de municípios como
  Campo Grande e Sidrolândia, assim como a
  reocupação da área de Dourados.
• Nessas localidades, estabeleceram-se
  extensas fazendas de pecuária que faziam uso
  do pasto nativo existente na região. O próprio
  nome "Campo Grande", por exemplo, alude
  aos largos campos de vacaria, ou seja,
  pradarias, com vegetação gramínea ideal para
  a criação de gado.
Campos de Vacaria:
• Nessa área estabeleceu-se José Antônio
  Pereira com seu filho Antônio Luiz, os escravos
  João Ribeira e Manoel e o sertanista Luiz Pinto
  Guimarães. Vindos por Goiás, passaram pelo
  atual município de Costa Rica, próximo à
  frente colonizadora dos Garcia Leal, e
  adentraram o sul matogrossense até sua área
  central, na confluência dos córregos Segredo e
  Prosa.
Campo Grande:
Museu José Antônio Pereira:
• Assim, em meio à falta de perspectiva que
  abatia o sul matogrossense, criavam-se
  oportunidades para guinadas nos rumos,
  especialmente devido à presença de terras
  férteis em grande quantidade e às
  possibilidades de atividades extrativas.
• O crescente comércio internacional foi fator
  predominante para a reocupação da fronteira
  oeste brasileira, feita possível pelos dois
  primeiros ciclos econômicos sul-
  matogrossenses: o ciclo da erva-mate e o ciclo
  do gado.
Erva Mate:
A Companhia Matte Larangeira e a
         República Velha:
• No ano de 1872, a uma comissão mista
  formada por brasileiros e paraguaios coube
  redesenhar os limites entre os dois países,
  tarefa que nunca havia sido completada
  anteriormente à guerra. Nesse processo de
  remarcação de fronteiras esteve presente
• Thomás Larangeira, que acompanhava um
  envolvido nas negociações que era seu patrão.
  Assim, foi possível a Thomás Larangeira
  conhecer bem a área de fronteira, onde, em
  meio a terras indígenas e devolutas,
  encontrou extensos ervais nativos de Ilex
  paraguariensis, a erva-mate.
Ervais:
Erva Mate:
• Concessão para atividades
  extrativas em terras devolutas –
  o início:
Thomaz Larangeira:
• Quando do final dos trabalhos de
  demarcação, no ano de 1874, Thomás
  Larangeira trouxe do Rio Grande do Sul
  especialistas em erva-mate para que pudesse
  dar início aos trabalhos nos ervais, tendo
  contratado, também, mão-de-obra paraguaia.
• Dez anos mais tarde, por intermédio do Barão
  de Maracaju, recebeu a concessão para
  explorar legalmente aquelas terras, que até
  então encontravam-se devolutas. A
  autorização deu-se pelo Decreto nº 8,799 do
  Governo Imperial, datando de 9 de setembro
  de 1884 e assinado por Dom Pedro II.
• Dada a facilidade em se encontrar mercados
  consumidores, principalmente o Uruguai e a
  Argentina, e o fato de não existir muitos
  gastos na lida da erva-mate, o negócio
  mostrou-se, desde o começo, muito lucrativo.

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História de ms povoamento

  • 1. História de MS – Povoamento:
  • 2.
  • 3. O Vice-reinado do rio da Prata e o Paraguai:
  • 4. • A história colonial sul-matogrossense, entretanto, permanecia muito ligada à busca pela prata no Peru. Com a destruição do Império Inca e o sucesso da exploração da prata em território peruano através do porto de Lima, a região do Rio da Prata do império espanhol encontrava-se decadente e suscetível aos portugueses.
  • 5. • Uma vez que estes se expandiam ao Uruguai, em abril de 1776 o rei Carlos III de Espanha ordenou que o governador do Rio da Prata, Pedro Antônio de Cevallos, pensasse em uma maneira de desenvolver a região de Buenos Aires.
  • 6. • A resposta foi a tomada da Colônia do Sacramento dos portugueses e a criação do Vice-reinado do rio da Prata, que continha praticamente os territórios dos atuais países da Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai, além de uma parte do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.
  • 7. • Com as guerras napoleônicas, no entanto, e o ataque inglês a Buenos Aires, no início da década de 1810, o vice-reinado do Rio da Prata se desfez. O sudoeste sul- matogrossense, por sua vez, passou a fazer parte do Paraguai, que declarou sua independência da Espanha em 15 de maio de 1811.
  • 8. • A frente colonizadora da família Garcia Leal no Bolsão Sul-Mato-Grossense:
  • 9.
  • 10. • No ano de 1829, uma expedição enviada por João da Silva Machado, Barão de Antonina, e chefiada pelo sertanista Joaquim Francisco Lopes, visando a expansão dos campos de pecuária do vale do Rio São Francisco, atravessou o Rio Paraná e fez contato com os índios Ofaiés, que eram dóceis, na região da atual Três Lagoas.
  • 11. • Também faziam parte dessa entrada Januário Garcia Leal Sobrinho, seus irmãos e outros sertanistas. Januário Garcia Leal Sobrinho e sua família permaneceram, aproveitando a oportunidade, no leste sul-matogrossense, fundando o Arraial de Sete Fogos, que mais tarde se tornaria Paranaíba.
  • 12. Os irmãos Lopes e a ocupação dos Campos de Vacaria: • Quanto à família Lopes, dos irmãos Joaquim Francisco e José Francisco Lopes, adentrou com outros colonizadores o sul de Mato Grosso. Iniciou-se, assim, em 1830, o povoamento de fato das terras que hoje constituem o atual Mato Grosso do Sul, dando um novo impulso a antigas povoações como
  • 13. • Miranda, Corumbá e ao Arraial de Belliago, que se tornou Coxim. Data dessa época, também, o primeiro movimento migratório para a região da colônia de Dourados - Rio Brilhante, nos "Campos de Vacaria", seria inicialmente ocupada em 1835 por Antônio Gonçalves Barbosa.
  • 14.
  • 15. Desentendimentos quanto ao território: • O Governo Central sabia da situação complicada das fronteiras do sul matogrossense, então em 1839 o Almirante Augusto Leverger, Cônsul-Geral do Brasil, foi nomeado com o intuito de estabelecer boas relações com o Paraguai.
  • 16. • Esse cargo, Leverger só o aceitou em 1843, e já no ano seguinte os dois países iniciaram conversações sobre a navegação do Rio Paraguai. Essa tentativa, no entanto, fracassou, uma vez que o Brasil não revelou em tempo sua visão sobre os limites fronteiriços.
  • 17. • A partir de então, Bolívia e Paraguai passaram a reivindicar as terras ocupadas por brasileiros, e medidas foram tomadas por parte do Governo Central brasileiro a fim de evitar qualquer movimentação que viesse a ameaçar o território do país.
  • 18. • Em 1850, aconteceu a solenidade de fundação do forte no sopé do morro chamado Pão de Açúcar. Ainda nesse ano, Carlos Antonio López, governante paraguaio, cercou essa construção e abriu fogo contra ela, obrigando os soldados a se retirarem. Os índios guaicurus, que viviam nas proximidades e eram inimigos dos paraguaios, tentaram
  • 19. • socorrer os brasileiros, porém tudo já havia sido destruído. Revoltados, os guaicurus então subiram o Rio Paraguai e atacaram o Forte Olimpo.
  • 22. • Em 6 de abril de 1856, Brasil e Paraguai puseram termo aos desentendimentos, dilatando a questão por dois anos. Em 1858, a missão Rio Branco, de José Maria da Silva Paranhos, Visconde Rio Branco, foi a Assunção firmar uma convenção que liberava a navegação dos rios Paraguai e Paraná para os navios de guerra do Paraguai e do Brasil.
  • 23. • Nessa ocasião, porém, a questão dos limites foi adiada. Estas seriam as últimas negociações entre os dois países, pois seis anos depois Francisco Solano López, ditador paraguaio, executaria a invasão das terras disputadas.
  • 24. • A situação na Bacia Platina, que ditaria os rumos no sul matogrossense, agravar-se-ia ainda mais devido a acontecimentos no Rio Grande do Sul e Uruguai. A então província do Rio Grande do Sul permanecia instável desde o fim da Revolução Farroupilha, uma vez que esta terminara por negociação política e não por uma derrota armada infligida pelo Governo Imperial aos revoltosos.
  • 25.
  • 26. • Simultaneamente, o Uruguai encontrava-se em guerra civil, os blancos do partido do então presidente Atanásio da Cruz Aguirre tentando sufocar a oposição dos colorados, partido de Venâncio Flores. Com o agravamento dos conflitos no Uruguai,
  • 27. • tornaram-se comuns perseguições e saques que atravessavam a fronteira ao território brasileiro, uma vez que eram numerosas as famílias de origens brasileiras naquele país. Após o ultimato feito pelo Governo Imperial ao presidente Aguirre para que ele consertasse a situação, ultimato este que não
  • 28. • foi aceito, Dom Pedro II, a pedido de Venâncio Flores, enviou o Exército Brasileiro para estabilizar aquele país. • Em pouco mais de nove meses, a operação das tropas imperiais brasileiras pacificou o Uruguai e depôs Atanásio da Cruz Aguirre, em episódio que levou o nome de Guerra contra Aguirre.
  • 29.
  • 30. A Guerra do Paraguai: • O ditador paraguaio Solano López, no entanto, utilizou a intervenção no Uruguai como motivação para o sequestro do navio brasileiro Marquês de Olinda e a captura do presidente da província de Mato Grosso, Frederico Carneiro de Campos.
  • 33. • Pouco mais de um mês depois, as tropas paraguaias invadiram o território do sul matogrossense, antes mesmo de uma declaração formal de guerra ao Brasil. Na verdade, Solano López e suas tropas tinham em mente uma política expansionista, e pretendiam criar o "Paraguai Maior",
  • 34. • anexando regiões da Argentina, do Uruguai e do Brasil, como Rio Grande do Sul e Mato Grosso, e ganhar acesso ao Oceano Atlântico, fator tido como imprescindível para a continuação do progresso econômico do Paraguai.
  • 35.
  • 36. • Prova disto é o fato de que, em fins do ano de 1863, um estrategista de alto gabarito paraguaio, disfarçado de fazendeiro, tinha sido enviado a Corumbá para “conhecer” os campos do sul e suas fazendas de gado.
  • 37. • Assim, em dezembro de 1864, o sul de Mato Grosso, na colônia de Dourados, foi invadido pelo próprio espião Isidoro Resquin, que desta vez possuía uma numerosa guarnição consigo. Foi de Resquin, conhecedor do valor das tropas brasileiras desde seus trabalhos de espionagem, a seguinte frase: "Si todos los brasileiros son valientes así, mía no és un simples paseo militar".
  • 39. • De fato, havia uma guarnição de soldados sob o comando do herói Antônio João Ribeiro à espera das tropas Os brasileiros lutaram até o último soldado ter perdido a vida, só então tendo sido possível às tropas paraguaias avançarem.
  • 41. • Durante a Guerra do Paraguai, quando o Brasil se uniu à Argentina e ao Uruguai para combater o Paraguai, o sul matogrossense foi palco de alguns de seus mais dramáticos episódios. • Após ter sido aprisionada no Rio Paraguai a Canhoneira Amambaí, pertencente à Marinha do Brasil, e uma vez declarada a guerra, após a
  • 42. • invasão do sul matogrossense pelo exército paraguaio, o Governo Imperial brasileiro enviou um contingente militar terrestre para combater os invasores em Mato Grosso.
  • 43. • Em abril de 1865, uma coluna partiu do Rio de Janeiro e se juntou a reforços em Uberaba, percorrendo mais de dois mil quilômetros a pé até alcançar Coxim. Essa cidade, no entanto, estava deserta e tinha sido saqueada, o mesmo tendo ocorrido em Miranda e em outros povoamentos do sul matogrossense.
  • 44.
  • 45. • Suas populações, ou haviam fugido, ou sido mortas, ou levadas reféns para o Paraguai, onde executaram trabalhos forçados.
  • 46. • Enfrentando adversidades, a exaustão e a falta de alimentos, que não encontravam nas cidades abandonadas, as tropas do Exército do Brasil somente resistiram graças às doações feitas por José Francisco Lopes do gado de sua própria família para alimentá-los, já nos limites do território brasileiro.
  • 47. • José Francisco Lopes, que tivera a família sequestrada pelos paraguaios, fizera-se voluntário e guiava as tropas brasileiras, graças ao seu conhecimento do território. Mesmo com sua ajuda, no entanto, era grande a perda de brasileiros.
  • 48. • Dos 2.780 homens que originalmente faziam parte daquele destacamento, em janeiro de 1867, quando alcançaram a fronteira paraguaia, restavam somente 1.680. Nesse mesmo mês, o coronel Carlos de Morais Camisão assumiu o comando da coluna e invadiu o território paraguaio.
  • 50. • Os brasileiros conseguiram penetrar até Laguna, a qual alcançaram em abril. Longes das linhas brasileiras e sem mantimentos para o sustento das tropas, afligida por doenças como cólera, tifo e beribéri, a coluna do Exército brasileiro teve de se retirar
  • 53. Tifo:
  • 54. • sob os constantes ataques da cavalaria paraguaia, que utilizavam táticas de guerrilha à moda indígena, infligindo perdas severas aos brasileiros. Nessa retirada, no entanto, a atuação do Guia Lopes foi vital para impedir um total massacre dos brasileiros.
  • 57.
  • 58. • Mostrou os caminhos aos soldados brasileiros por terras sul-matogrossenses e despistou o inimigo em um terreno difícil. Entre os brasileiros se encontrava o Visconde de Taunay, que mais tarde escreveria um livro sobre o assunto. Somente 700 homens sobreviveram, mas sem o Guia Lopes poderiam ter morrido muitos mais.
  • 60. • Quando terminou a Guerra do Paraguai em 01 de março de 1870, o sul matogrossense se encontrava chacoalhado pela convulsão social. O processo de povoamento, que começava a se acelerar na primeira metade do século XIX, estava parado na maioria das cidades.
  • 61. • No centro, oeste e sul do atual estado de Mato Grosso do Sul, encontravam-se propriedades e povoados abandonados ou destruídos, estando as populações dispersas e abatidas pela fome, miséria e doenças.
  • 62. • A única região em que a vida continuou a um passo regular foi a região leste e nordeste do estado, onde a frente colonizadora da família Garcia Leal e seus agregados aos poucos se expandia ao sul da cidade de Paranaíba para na década de 1880 colonizar o município de Três Lagoas.
  • 63.
  • 64. • Ao contrário do que aconteceu no restante das terras sul-matogrossenses, as propriedades desta região nunca se encontraram devolutas ou improdutivas porque a guerra nunca chegou até ali. Foi por esse motivo que, estando essas terras ocupadas, as próximas frentes colonizadoras a entrar no sul de Mato Grosso não se demoraram nesta área, muito embora fosse muito atraente do ponto de vista econômico.
  • 65. • não se demoraram nesta área, muito embora fosse muito atraente do ponto de vista econômico. Durante a Retirada da Laguna, por exemplo, o próprio Visconde de Taunay demorou-se na vila de Paranaíba, onde encontrou em Jacinta Garcia Leal inspiração para escrever seu livro Inocência.
  • 66.
  • 67. • É necessário lembrar, no entanto, que mesmo esta pacata vila sofreu com os males do conflito no Paraguai, entre eles doenças como a lepra, que infestaram a região e com a qual a própria Jacinta Garcia Leal estava contaminada.
  • 69. Reocupação do centro, oeste e sul de Mato Grosso do Sul: • Uma vez terminada a Guerra do Paraguai, aqueles soldados que no sul matogrossense haviam estado passaram a relatar, ao retornarem a suas províncias de origem, as gigantescas terras de vacarias existentes em Mato Grosso.
  • 70. • Iniciou-se, assim, um massivo processo de migração regional para a área, com povoadores sobretudo vindos de províncias como Minas Gerais, Rio Grande do Sul, São Paulo e Bahia. Datam deste período a ocupação, por exemplo, de municípios como Campo Grande e Sidrolândia, assim como a reocupação da área de Dourados.
  • 71. • Nessas localidades, estabeleceram-se extensas fazendas de pecuária que faziam uso do pasto nativo existente na região. O próprio nome "Campo Grande", por exemplo, alude aos largos campos de vacaria, ou seja, pradarias, com vegetação gramínea ideal para a criação de gado.
  • 73.
  • 74. • Nessa área estabeleceu-se José Antônio Pereira com seu filho Antônio Luiz, os escravos João Ribeira e Manoel e o sertanista Luiz Pinto Guimarães. Vindos por Goiás, passaram pelo atual município de Costa Rica, próximo à frente colonizadora dos Garcia Leal, e adentraram o sul matogrossense até sua área central, na confluência dos córregos Segredo e Prosa.
  • 77.
  • 78. • Assim, em meio à falta de perspectiva que abatia o sul matogrossense, criavam-se oportunidades para guinadas nos rumos, especialmente devido à presença de terras férteis em grande quantidade e às possibilidades de atividades extrativas.
  • 79. • O crescente comércio internacional foi fator predominante para a reocupação da fronteira oeste brasileira, feita possível pelos dois primeiros ciclos econômicos sul- matogrossenses: o ciclo da erva-mate e o ciclo do gado.
  • 81.
  • 82. A Companhia Matte Larangeira e a República Velha: • No ano de 1872, a uma comissão mista formada por brasileiros e paraguaios coube redesenhar os limites entre os dois países, tarefa que nunca havia sido completada anteriormente à guerra. Nesse processo de remarcação de fronteiras esteve presente
  • 83. • Thomás Larangeira, que acompanhava um envolvido nas negociações que era seu patrão. Assim, foi possível a Thomás Larangeira conhecer bem a área de fronteira, onde, em meio a terras indígenas e devolutas, encontrou extensos ervais nativos de Ilex paraguariensis, a erva-mate.
  • 86.
  • 87. • Concessão para atividades extrativas em terras devolutas – o início:
  • 89. • Quando do final dos trabalhos de demarcação, no ano de 1874, Thomás Larangeira trouxe do Rio Grande do Sul especialistas em erva-mate para que pudesse dar início aos trabalhos nos ervais, tendo contratado, também, mão-de-obra paraguaia.
  • 90. • Dez anos mais tarde, por intermédio do Barão de Maracaju, recebeu a concessão para explorar legalmente aquelas terras, que até então encontravam-se devolutas. A autorização deu-se pelo Decreto nº 8,799 do Governo Imperial, datando de 9 de setembro de 1884 e assinado por Dom Pedro II.
  • 91. • Dada a facilidade em se encontrar mercados consumidores, principalmente o Uruguai e a Argentina, e o fato de não existir muitos gastos na lida da erva-mate, o negócio mostrou-se, desde o começo, muito lucrativo.