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A Revolução Liberal do Porto
Revolução Liberal do Porto:
• A Revolução Liberal do Porto foi um
  movimento militar iniciado em agosto de 1820
  na cidade do Porto, ao norte de Portugal,
  espalhando-se rapidamente para outras
  regiões do país até chegar à capital, Lisboa.
  Nesse caminho, conquistou o apoio da
  burguesia, do clero, da nobreza e do Exército -
  enfim, dos mais importantes estratos sociais
  portugueses.
• Embora tenha acontecido na Europa, a Revolução
  do Porto está ligada aos rumos da história
  brasileira no século XIX. Em 1820, Portugal se
  encontrava numa situação de crise econômica,
  política e social. Em primeiro lugar porque, desde
  1808, a Família Real não estava mais na
  metrópole, e, sim, no Brasil, para onde tinha
  fugido da invasão das tropas francesas lideradas
  por Napoleão Bonaparte.
• A transferência da Corte portuguesa para sua
  maior colônia trouxe novos desafios para o rei e
  profundas conseqüências para Portugal. A
  abertura dos portos brasileiros, por exemplo, pôs
  fim ao monopólio comercial português sobre o
  Brasil, que havia durado 300 anos. Essa medida
  afetou a economia portuguesa e,principalmente,
  a burguesia comercial do país, favorável ao
  restabelecimento da ordem anterior.
• A nobreza, por sua vez, havia perdido uma série de
  privilégios que possuía até então como integrante da
  Corte portuguesa - agora, não mais em Lisboa, mas,
  sim, no Rio de Janeiro. Quanto ao Exército, desde a
  transferência da Família Real para o Brasil, ficou sob o
  comando do marechal inglês Beresford, a quem Dom
  João VI confiou o governo português durante sua
  ausência. Enfim, o cenário em Portugal naquele
  momento parecia contrastar com a suposta
  prosperidade e importância do Brasil. Não é difícil,
  portanto, entender por que cada um desses setores
  acabou apoiando o movimento de 1820.
• Em 1820, outras regiões da Europa (como
  Espanha, Grécia e a cidade de Nápoles) passaram
  por revoluções liberais. Sob influência desses
  movimentos, as Cortes portuguesas também
  procuraram formar um governo liberal no país,
  subordinando a Coroa ao Legislativo (isso é,
  criando uma monarquia constitucional),
  garantindo direitos aos cidadãos portugueses e
  enfrentando a crise em que o país se encontrava.
• Para atender ao último objetivo, as Cortes
  defendiam a volta imediata do rei para Portugal e
  o restabelecimento do monopólio comercial
  sobre o Brasil. Havia, portanto, uma visível
  contradição no movimento de 1820: se ele era
  liberal para os portugueses, em relação ao Brasil,
  a revolução buscava nada mais do que retomada
  do colonialismo. Atender às propostas liberais,
  portanto, significaria o retorno do Brasil à
  condição de colônia.
• Enquanto elaboravam a nova Constituição do
  país, as Cortes portuguesas adotaram a Carta
  Magna espanhola, de inspiração liberal. Ao
  mesmo tempo, no Brasil, chegavam as
  primeiras notícias da Revolução do Porto. E,
  com elas, as divisões em torno do movimento
  iniciado em Portugal.
• As primeiras notícias da Revolução do Porto
  chegaram ao Brasil somente dois meses após
  o início do movimento. Logo a sociedade
  brasileira (incluindo os portugueses que
  viviam na colônia) se dividiu, fosse em razão
  das contradições da própria Revolução do
  Porto ou mesmo dos seus interesses
  específicos.
• Embora o movimento de 1820 ameaçasse limitar
  seus poderes, Dom João VI assumiu uma postura
  conciliatória em relação às Cortes portuguesas.
  Contudo, a radicalização política no Brasil o
  forçaria a jurar fidelidade à nova Constituição
  portuguesa - que sequer existia, mas à qual
  deveria se submeter. No dia 26 de abril de 1821,
  a Família Real retornou a Lisboa, com exceção de
  Dom Pedro, que assumiu a função de regente.
• Mesmo com a participação de deputados
  brasileiros, as Cortes portuguesas terminaram se
  inclinando, em meio à ambigüidade de suas
  propostas, para uma posição em favor do
  colonialismo. O ponto de inflexão ocorreu em
  dezembro daquele ano, quando as Cortes
  exigiram a volta imediata de dom Pedro a
  Portugal. O que se viu a partir de então foi uma
  sucessão de acontecimentos que levariam à
  Independência do Brasil, em setembro de 1822.

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Revolução Liberal do Porto e suas consequências para Portugal e Brasil

  • 2.
  • 3. Revolução Liberal do Porto: • A Revolução Liberal do Porto foi um movimento militar iniciado em agosto de 1820 na cidade do Porto, ao norte de Portugal, espalhando-se rapidamente para outras regiões do país até chegar à capital, Lisboa. Nesse caminho, conquistou o apoio da burguesia, do clero, da nobreza e do Exército - enfim, dos mais importantes estratos sociais portugueses.
  • 4.
  • 5. • Embora tenha acontecido na Europa, a Revolução do Porto está ligada aos rumos da história brasileira no século XIX. Em 1820, Portugal se encontrava numa situação de crise econômica, política e social. Em primeiro lugar porque, desde 1808, a Família Real não estava mais na metrópole, e, sim, no Brasil, para onde tinha fugido da invasão das tropas francesas lideradas por Napoleão Bonaparte.
  • 6. • A transferência da Corte portuguesa para sua maior colônia trouxe novos desafios para o rei e profundas conseqüências para Portugal. A abertura dos portos brasileiros, por exemplo, pôs fim ao monopólio comercial português sobre o Brasil, que havia durado 300 anos. Essa medida afetou a economia portuguesa e,principalmente, a burguesia comercial do país, favorável ao restabelecimento da ordem anterior.
  • 7.
  • 8. • A nobreza, por sua vez, havia perdido uma série de privilégios que possuía até então como integrante da Corte portuguesa - agora, não mais em Lisboa, mas, sim, no Rio de Janeiro. Quanto ao Exército, desde a transferência da Família Real para o Brasil, ficou sob o comando do marechal inglês Beresford, a quem Dom João VI confiou o governo português durante sua ausência. Enfim, o cenário em Portugal naquele momento parecia contrastar com a suposta prosperidade e importância do Brasil. Não é difícil, portanto, entender por que cada um desses setores acabou apoiando o movimento de 1820.
  • 9.
  • 10.
  • 11. • Em 1820, outras regiões da Europa (como Espanha, Grécia e a cidade de Nápoles) passaram por revoluções liberais. Sob influência desses movimentos, as Cortes portuguesas também procuraram formar um governo liberal no país, subordinando a Coroa ao Legislativo (isso é, criando uma monarquia constitucional), garantindo direitos aos cidadãos portugueses e enfrentando a crise em que o país se encontrava.
  • 12. • Para atender ao último objetivo, as Cortes defendiam a volta imediata do rei para Portugal e o restabelecimento do monopólio comercial sobre o Brasil. Havia, portanto, uma visível contradição no movimento de 1820: se ele era liberal para os portugueses, em relação ao Brasil, a revolução buscava nada mais do que retomada do colonialismo. Atender às propostas liberais, portanto, significaria o retorno do Brasil à condição de colônia.
  • 13.
  • 14.
  • 15.
  • 16. • Enquanto elaboravam a nova Constituição do país, as Cortes portuguesas adotaram a Carta Magna espanhola, de inspiração liberal. Ao mesmo tempo, no Brasil, chegavam as primeiras notícias da Revolução do Porto. E, com elas, as divisões em torno do movimento iniciado em Portugal.
  • 17. • As primeiras notícias da Revolução do Porto chegaram ao Brasil somente dois meses após o início do movimento. Logo a sociedade brasileira (incluindo os portugueses que viviam na colônia) se dividiu, fosse em razão das contradições da própria Revolução do Porto ou mesmo dos seus interesses específicos.
  • 18. • Embora o movimento de 1820 ameaçasse limitar seus poderes, Dom João VI assumiu uma postura conciliatória em relação às Cortes portuguesas. Contudo, a radicalização política no Brasil o forçaria a jurar fidelidade à nova Constituição portuguesa - que sequer existia, mas à qual deveria se submeter. No dia 26 de abril de 1821, a Família Real retornou a Lisboa, com exceção de Dom Pedro, que assumiu a função de regente.
  • 19.
  • 20. • Mesmo com a participação de deputados brasileiros, as Cortes portuguesas terminaram se inclinando, em meio à ambigüidade de suas propostas, para uma posição em favor do colonialismo. O ponto de inflexão ocorreu em dezembro daquele ano, quando as Cortes exigiram a volta imediata de dom Pedro a Portugal. O que se viu a partir de então foi uma sucessão de acontecimentos que levariam à Independência do Brasil, em setembro de 1822.