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Com base no conto “O Discípulo de perto”, do livro Pontos e Contos,
pelo Espírito Irmão X. (Momento de paz Maria da Luz).
Conta-nos assim o autor:
Efraim, filho de Atad, tão logo soube que Jesus se rodeava de pequeno
colégio de aprendizes diretos para a enunciação das Boas Novas, veio
apressado em busca de informes precisos.
Divulgava-se, com respeito ao Messias, toda sorte de comentários.
O povo se mantinha oprimido. Respirava-se, em toda parte, o clima de
dominação. E Jesus curava, consolava, bendizia...
Chegara a transformar água em vinho numa festa de casamento. Não
seria ele o príncipe esperado, com suficiente poder para redimir o Povo
de Deus? Certamente, ao fim do ministério público, dividiria cargos e
prebendas, vantagens e despojos de subido valor. Aconselhável,
portanto, disputar-lhe a presença. Ser-lhe-ia discípulo chegado ao
coração. De cabeça inflamada em sonhos de grandeza terrestre,
procurou o Senhor que o recebeu com a bondade de sempre, embora
tisnada de indefinível melancolia.
O Cristo havia entrado vitorioso em Jerusalém, mas achava-se possuído
de imanifesta angústia.
Profunda tristeza transbordava-lhe o olhar, adivinhando a flagelação e a
cruz que se avizinhavam. Sereno e afável, pediu a Efraim que lhe
abrisse o coração. Senhor! Disse o rapaz, ardendo de idealismo, aceita-
me por discípulo, quero seguir-te, igualmente, mas desejo um lugar
mais próximo de teu peito compassivo! Venho disputar-te o afeto, a
companhia permanente. Pretendo pertencer-te, de alma e coração. Jesus
sorriu e falou, calmo:
- Tenho muitos seguidores; aspirarás, porventura, à posição do
discípulo de perto?
- Sim, Mestre! Exclamou o candidato, embriagado de esperança no
poder humano.
Que fazer para conquistar semelhante glória?
O Divino Amigo, que lhe sondava os recônditos escaninhos da
consciência, esclareceu, pausadamente:
O aprendiz de longe pode crer e descrer, abordando a verdade e
esquecendo-a, periodicamente, mas o discípulo de perto empenhará a
própria vida na execução da Divina Vontade, permanecendo, dia e
noite, no monte da decisão. O seguidor de longe provavelmente
entreter-se-á com muitos obstáculos a lhe roubarem a atenção, mas o
companheiro de perto viverá em suprema vigilância.
O de longe sente-se com liberdade para buscar honrarias e prazeres,
misturando-os com as suas vagas esperanças no Reino de Deus, mas o
de perto sofrerá as angústias do serviço sacrificial e incessante. O de
longe dispõe de recursos para encolerizar-se e ferir; o de perto armar-
se-á, através dos anos, de inalterável paciência para compreender e
ajudar. O de longe alegará dificuldades para concentrar-se na oração,
experimentando sono e fadiga; o de perto, contudo, inquietar-se-á pela
solução dos trabalhos e caminhará sem cansaço, em constante vigília. O
de longe respirará em estradas floridas, demorando-se na jornada
quanto deseje; o de perto, porém, muita vez seguirá comigo pelo atalho
espinhoso.
O de longe dar-se-á pressa em possuir; o de perto, no entanto,
encontrará o prazer de dar sem recompensa. O de longe somente
encontra alegria na prosperidade material; o de perto descobre a divina
lição do sofrimento. O de longe padecerá muitos melindres; o de perto
encher-se-á de fortaleza para perdoar sempre e recomeçar o esforço do
bem, quantas vezes se fizerem necessárias. O de longe não cooperará
sem honras; o de perto servirá com humildade, obscuro e feliz. O de
longe adiará os seus testemunhos de fé e amor perante o Pai; o de perto,
entretanto, estará pronto a aceitar o martírio, em obediência aos
Celestes Desígnios, a qualquer momento.
Após longa pausa, fixou em Efraim os olhos doces e indagou:
- Aceitarás, mesmo assim?
O candidato, algo confundido, refletiu, refletiu e exclamou:
- Senhor, os teus ensinos me deslumbram! Vou à Casa de Deus
agradecer o Santo dos Santos e volto, dentro de uma hora, a fim de
abraçar-te o sublime apostolado, sob juramento!
Jesus aceitou-lhe o amplexo efusivo e ruidoso, despediu-se dele,
sorrindo, mas Efraim, filho de Atad, nunca mais voltou.
REFLEXÃO:
Um dos conflitos que o homem enfrenta ao atingir a percepção de que é
um ser em evolução espiritual, é conseguir acelerar a marcha sem se
desvencilhar de seus valores materiais.
Não há evolução sem conflito entre aquilo que se pretende ser e aquilo
que ainda gostamos de ser.
Nas palavras de Allan Kardec em O Evangelho Segundo o Espiritismo,
reconheceremos o espírita como aquele que já consegue lutar contra
suas próprias imperfeições e não mais se compraz com os valores do
mundo material. É a luta entre o homem velho aferrado aos atavismos
hereditários, trazidos pelos milênios de experiências que seu princípio
espiritual vivenciou e o homem novo, pleno de sabedoria, de luz e de
amor.
Os adeptos sinceros da Boa Nova, tomando Jesus como guia, como
mestre, como caminho, experimentam conflitos intensos, causados pela
ampliação de sua capacidade de perceber a verdade, e desejam a
purificação do espírito diante de um mundo cheio controvérsias,
tentações e provas.
Como ser capaz de tornar-se um homem de bem diante de tantas
adversidades? Refletindo neste problema, de forma mais equilibrada,
mais sensata, parece-nos que aquela figura da mariposa diante da luz
torna-se bastante pertinente.
As mariposas são atraídas pela luz assim como os adeptos da Boa Nova
são atraídos para a busca da verdade espiritual, mas, ao aproximarem-
se demais, sem estarem devidamente adaptadas às novas condições,
elas acabam queimando suas próprias asas. Assim, também, podemos
considerar em relação aos irmãos que já buscam a boa vontade. A luz
adquirida deve ser proporcional à capacidade de cada um de vencer a si
próprio e ao próprio mundo.
É impossível ao espírito galgar níveis vibratórios elevados sem
experimentar níveis inferiores gradativamente.
Luz em demasia, além da capacidade de cada um, cega os
despreparados, que ainda não forjaram em si a fortaleza espiritual.
Queremos sabedoria, mas teimamos em permanecer aferrados a valores
e sentimentos menos dignos na relação com o mundo. Queremos
conhecimento, mas não nos predispomos a estudar e a refletir.
Queremos paz, mas não vencemos a intolerância à exaltação e à cólera,
que ainda nos visitam e dominam. Queremos amor, mas não nos
colocamos a serviço do próximo. Queremos equilíbrio, mas ainda nos
aprisionamos ao ritmo da vida terrestre, atendendo ao imediatismo das
coisas materiais. Queremos liberdade para pensar e agir, mas teimamos
em julgar o comportamento alheio, deixando que a maledicência nos
visite e nos domine.
Esta estória que contei é para uma meditação profunda de todos, porque
trata do conflito que nos acomete quando nos dispomos a atender o
chamamento de Jesus, quando Ele nos aponta o caminho do amor e da
caridade. Na realidade, somos todos mais ou menos como Efraim. Os
ensinos do Cristo nos deslumbram, nos consolam, conseguem soerguer-
nos nas situações de dor.
Mas vencido o sofrimento, afastada a adversidade, ainda nos mantemos
como discípulo de longe, e não nos arriscamos a caminhar na direção
da luz, com receio de perdermos os valores atuais, que ainda nos
parecem adequados.
Reconhecer isto, compreender que ainda somos falíveis e pequenos,
não deve ser motivo para justificar a nossa inércia ou impedir que
caminhemos, tentando encurtar a distância que nos separa do Mestre
Nazareno. Jamais percamos o alvo ou deixemos de perceber a luz que
Ele nos apresenta, através do Seu exemplo de sacrifício e de amor.
Candidatos a sermos discípulo de perto, devemos exercitar a
fraternidade, a humildade, a caridade, a compreensão.
Candidatos a sermos discípulo de perto, devemos abraçar o serviço
desinteressado, como única energia capaz de nos fazer elevar em
espírito e em vontade.
Candidatos a sermos discípulo de perto, devemos aceitar a dor e o
sofrimento como instrumentos de aprendizado, como lições de luz.
Aceitar a aproximação de Jesus, é ser capaz de vivê-lo a todo momento,
seguindo Seu exemplo, buscando entendimento de Seus ensinos
sublimes. Ir até o Cristo, é seguir o Seu caminho de dor e sacrifício.
Com certeza, se hoje somos discípulos de longe, no futuro seremos
capazes de compartilhar lições de fraternidade, tornando-nos discípulos
mais diletos, mais próximos do doce Rabi da Galileia.
Assim, que Deus nos permita refletir sobre a distância que ainda temos
que percorrer, e nos ajude a tomar consciência de nossas deficiências e
fraquezas, e a superá-las com determinação.
Quem somos nós hoje? O que buscamos para nosso futuro? Quais os
valores reais que trazemos orientando as nossas ações? Qual a nossa
real disposição para melhorarmos o nosso estado atual de entendimento
e de luz?
Para começarmos, talvez seja uma boa ideia aceitar o convite que
Maria Dolores nos faz para olharmos as dores do mundo.
(...) Regresso agora de estirado giro / Para buscar-te aqui, em teu doce
retiro, / A calma da oração, / Entretanto, alma irmã, se me permites /
Contarei as dores sem limites, / Da multidão agoniada / Que encontrei
na jornada / Com certeza já viste / As trevas e aflições de tanto quadro
triste, /
Mas peço ainda o teu consentimento, a fim de relembrar-te / O vasto
espinheiral do sofrimento / Que nos roga socorro a toda parte. (...)
Anota as provas de tanta gente, / Sai de ti mesmo e vamos trabalhar!
Do livro Maria Dolores
Muita Paz!
Meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br
Com estudos comentados de O Livro dos Espíritos e de O Evangelho
Segundo o Espiritismo.

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O discípulo de perto

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  • 2. Com base no conto “O Discípulo de perto”, do livro Pontos e Contos, pelo Espírito Irmão X. (Momento de paz Maria da Luz). Conta-nos assim o autor: Efraim, filho de Atad, tão logo soube que Jesus se rodeava de pequeno colégio de aprendizes diretos para a enunciação das Boas Novas, veio apressado em busca de informes precisos. Divulgava-se, com respeito ao Messias, toda sorte de comentários. O povo se mantinha oprimido. Respirava-se, em toda parte, o clima de dominação. E Jesus curava, consolava, bendizia...
  • 3. Chegara a transformar água em vinho numa festa de casamento. Não seria ele o príncipe esperado, com suficiente poder para redimir o Povo de Deus? Certamente, ao fim do ministério público, dividiria cargos e prebendas, vantagens e despojos de subido valor. Aconselhável, portanto, disputar-lhe a presença. Ser-lhe-ia discípulo chegado ao coração. De cabeça inflamada em sonhos de grandeza terrestre, procurou o Senhor que o recebeu com a bondade de sempre, embora tisnada de indefinível melancolia. O Cristo havia entrado vitorioso em Jerusalém, mas achava-se possuído de imanifesta angústia.
  • 4. Profunda tristeza transbordava-lhe o olhar, adivinhando a flagelação e a cruz que se avizinhavam. Sereno e afável, pediu a Efraim que lhe abrisse o coração. Senhor! Disse o rapaz, ardendo de idealismo, aceita- me por discípulo, quero seguir-te, igualmente, mas desejo um lugar mais próximo de teu peito compassivo! Venho disputar-te o afeto, a companhia permanente. Pretendo pertencer-te, de alma e coração. Jesus sorriu e falou, calmo: - Tenho muitos seguidores; aspirarás, porventura, à posição do discípulo de perto? - Sim, Mestre! Exclamou o candidato, embriagado de esperança no poder humano.
  • 5. Que fazer para conquistar semelhante glória? O Divino Amigo, que lhe sondava os recônditos escaninhos da consciência, esclareceu, pausadamente: O aprendiz de longe pode crer e descrer, abordando a verdade e esquecendo-a, periodicamente, mas o discípulo de perto empenhará a própria vida na execução da Divina Vontade, permanecendo, dia e noite, no monte da decisão. O seguidor de longe provavelmente entreter-se-á com muitos obstáculos a lhe roubarem a atenção, mas o companheiro de perto viverá em suprema vigilância.
  • 6. O de longe sente-se com liberdade para buscar honrarias e prazeres, misturando-os com as suas vagas esperanças no Reino de Deus, mas o de perto sofrerá as angústias do serviço sacrificial e incessante. O de longe dispõe de recursos para encolerizar-se e ferir; o de perto armar- se-á, através dos anos, de inalterável paciência para compreender e ajudar. O de longe alegará dificuldades para concentrar-se na oração, experimentando sono e fadiga; o de perto, contudo, inquietar-se-á pela solução dos trabalhos e caminhará sem cansaço, em constante vigília. O de longe respirará em estradas floridas, demorando-se na jornada quanto deseje; o de perto, porém, muita vez seguirá comigo pelo atalho espinhoso.
  • 7. O de longe dar-se-á pressa em possuir; o de perto, no entanto, encontrará o prazer de dar sem recompensa. O de longe somente encontra alegria na prosperidade material; o de perto descobre a divina lição do sofrimento. O de longe padecerá muitos melindres; o de perto encher-se-á de fortaleza para perdoar sempre e recomeçar o esforço do bem, quantas vezes se fizerem necessárias. O de longe não cooperará sem honras; o de perto servirá com humildade, obscuro e feliz. O de longe adiará os seus testemunhos de fé e amor perante o Pai; o de perto, entretanto, estará pronto a aceitar o martírio, em obediência aos Celestes Desígnios, a qualquer momento.
  • 8. Após longa pausa, fixou em Efraim os olhos doces e indagou: - Aceitarás, mesmo assim? O candidato, algo confundido, refletiu, refletiu e exclamou: - Senhor, os teus ensinos me deslumbram! Vou à Casa de Deus agradecer o Santo dos Santos e volto, dentro de uma hora, a fim de abraçar-te o sublime apostolado, sob juramento! Jesus aceitou-lhe o amplexo efusivo e ruidoso, despediu-se dele, sorrindo, mas Efraim, filho de Atad, nunca mais voltou. REFLEXÃO: Um dos conflitos que o homem enfrenta ao atingir a percepção de que é um ser em evolução espiritual, é conseguir acelerar a marcha sem se desvencilhar de seus valores materiais.
  • 9. Não há evolução sem conflito entre aquilo que se pretende ser e aquilo que ainda gostamos de ser. Nas palavras de Allan Kardec em O Evangelho Segundo o Espiritismo, reconheceremos o espírita como aquele que já consegue lutar contra suas próprias imperfeições e não mais se compraz com os valores do mundo material. É a luta entre o homem velho aferrado aos atavismos hereditários, trazidos pelos milênios de experiências que seu princípio espiritual vivenciou e o homem novo, pleno de sabedoria, de luz e de amor.
  • 10. Os adeptos sinceros da Boa Nova, tomando Jesus como guia, como mestre, como caminho, experimentam conflitos intensos, causados pela ampliação de sua capacidade de perceber a verdade, e desejam a purificação do espírito diante de um mundo cheio controvérsias, tentações e provas. Como ser capaz de tornar-se um homem de bem diante de tantas adversidades? Refletindo neste problema, de forma mais equilibrada, mais sensata, parece-nos que aquela figura da mariposa diante da luz torna-se bastante pertinente.
  • 11. As mariposas são atraídas pela luz assim como os adeptos da Boa Nova são atraídos para a busca da verdade espiritual, mas, ao aproximarem- se demais, sem estarem devidamente adaptadas às novas condições, elas acabam queimando suas próprias asas. Assim, também, podemos considerar em relação aos irmãos que já buscam a boa vontade. A luz adquirida deve ser proporcional à capacidade de cada um de vencer a si próprio e ao próprio mundo. É impossível ao espírito galgar níveis vibratórios elevados sem experimentar níveis inferiores gradativamente.
  • 12. Luz em demasia, além da capacidade de cada um, cega os despreparados, que ainda não forjaram em si a fortaleza espiritual. Queremos sabedoria, mas teimamos em permanecer aferrados a valores e sentimentos menos dignos na relação com o mundo. Queremos conhecimento, mas não nos predispomos a estudar e a refletir. Queremos paz, mas não vencemos a intolerância à exaltação e à cólera, que ainda nos visitam e dominam. Queremos amor, mas não nos colocamos a serviço do próximo. Queremos equilíbrio, mas ainda nos aprisionamos ao ritmo da vida terrestre, atendendo ao imediatismo das coisas materiais. Queremos liberdade para pensar e agir, mas teimamos em julgar o comportamento alheio, deixando que a maledicência nos visite e nos domine.
  • 13. Esta estória que contei é para uma meditação profunda de todos, porque trata do conflito que nos acomete quando nos dispomos a atender o chamamento de Jesus, quando Ele nos aponta o caminho do amor e da caridade. Na realidade, somos todos mais ou menos como Efraim. Os ensinos do Cristo nos deslumbram, nos consolam, conseguem soerguer- nos nas situações de dor. Mas vencido o sofrimento, afastada a adversidade, ainda nos mantemos como discípulo de longe, e não nos arriscamos a caminhar na direção da luz, com receio de perdermos os valores atuais, que ainda nos parecem adequados.
  • 14. Reconhecer isto, compreender que ainda somos falíveis e pequenos, não deve ser motivo para justificar a nossa inércia ou impedir que caminhemos, tentando encurtar a distância que nos separa do Mestre Nazareno. Jamais percamos o alvo ou deixemos de perceber a luz que Ele nos apresenta, através do Seu exemplo de sacrifício e de amor. Candidatos a sermos discípulo de perto, devemos exercitar a fraternidade, a humildade, a caridade, a compreensão. Candidatos a sermos discípulo de perto, devemos abraçar o serviço desinteressado, como única energia capaz de nos fazer elevar em espírito e em vontade.
  • 15. Candidatos a sermos discípulo de perto, devemos aceitar a dor e o sofrimento como instrumentos de aprendizado, como lições de luz. Aceitar a aproximação de Jesus, é ser capaz de vivê-lo a todo momento, seguindo Seu exemplo, buscando entendimento de Seus ensinos sublimes. Ir até o Cristo, é seguir o Seu caminho de dor e sacrifício. Com certeza, se hoje somos discípulos de longe, no futuro seremos capazes de compartilhar lições de fraternidade, tornando-nos discípulos mais diletos, mais próximos do doce Rabi da Galileia. Assim, que Deus nos permita refletir sobre a distância que ainda temos que percorrer, e nos ajude a tomar consciência de nossas deficiências e fraquezas, e a superá-las com determinação.
  • 16. Quem somos nós hoje? O que buscamos para nosso futuro? Quais os valores reais que trazemos orientando as nossas ações? Qual a nossa real disposição para melhorarmos o nosso estado atual de entendimento e de luz? Para começarmos, talvez seja uma boa ideia aceitar o convite que Maria Dolores nos faz para olharmos as dores do mundo. (...) Regresso agora de estirado giro / Para buscar-te aqui, em teu doce retiro, / A calma da oração, / Entretanto, alma irmã, se me permites / Contarei as dores sem limites, / Da multidão agoniada / Que encontrei na jornada / Com certeza já viste / As trevas e aflições de tanto quadro triste, /
  • 17. Mas peço ainda o teu consentimento, a fim de relembrar-te / O vasto espinheiral do sofrimento / Que nos roga socorro a toda parte. (...) Anota as provas de tanta gente, / Sai de ti mesmo e vamos trabalhar! Do livro Maria Dolores Muita Paz! Meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br Com estudos comentados de O Livro dos Espíritos e de O Evangelho Segundo o Espiritismo.