2. As religiões nos falam de Deus. E nós observamos que, desde a História da
Humanidade, o homem tem se apegado a questões religiosas. E dentro de um
desses movimentos religiosos, a presença de Moisés é significativa,
antecedendo a Jesus. Moisés nos trouxe o Decálogo ou Dez Mandamentos;
trouxe também as leis civis. Sua obra está contida em cinco livros, o
Pentateuco Mosaico. Mas, o que tem maior importância para o nosso estudo é
o Decálogo, porque os demais são reconhecidos como apenas leis civis,
próprias para os hebreus. Nos Dez Mandamentos, as orientações que ali estão
contidas permanecem ainda necessárias às nossas vidas, porque ainda não
conseguimos pôr em prática, integralmente, aquilo que ali está estabelecido.
3. Jesus Cristo refere-se aos 10 mandamentos quando um jovem lhe pergunta
como alcançar a vida eterna: “Mestre, que devo fazer de bom para ter a vida
eterna?” Jesus responde: «Se queres entrar na vida, observa os
mandamentos». E cita ao seu interlocutor os mandamentos que dizem respeito
ao amor do próximo: «Não matarás; não cometerás adultério: não furtarás;
não levantarás falso testemunho; honra pai e mãe». Finalmente, resume estes
mandamentos de modo positivo: «Amarás o teu próximo como a ti mesmo»
(Mat. 19, 16-19).
Vamos falar de cada um deles.
4. Amar a Deus sobre todas as coisas x Materialismo: Este é um mandamento
do qual pouco nos confessamos, entretanto, quantas faltas de amor nós
realizamos. Devemos amar a Deus com todo coração e toda alma, como
corresponde à nossa condição de filhos de Deus. Em geral, somos levados a
desprezar as coisas espirituais, em benefícios dos prazeres terrenos. Muitos só
estão interessados em buscar o que impressiona aos olhos, e não o que faz
bem ao espírito. Amar a Deus não significa ficar glorificando-O o dia todo,
mas, sim, praticar seus ensinos, fazendo ao próximo o que desejamos para nós
mesmos. Porém, ainda temos essa dificuldade de amar Deus.
5. Não usar o nome de Deus em vão x Comércio Religioso: Este mandamento
nos manda respeitar e usar bem o nome de Deus, porque devemos ter um
grande respeito pelo nome do Criador, e não pronunciá-lo nunca de maneira
desrespeitosa ou desnecessária. Há pessoas que abusam da boa fé alheia,
comercializando o céu, oferecendo o Reino de Deus. É importante
analisarmos o que nos é prometido em nome de Deus, pois não há dinheiro ou
promessas vãs que nos tragam a paz, mas, sim, nossa mudança sincera, e a
busca da caridade.
6. Guardar o dia do sábado x Ociosidade: Esta orientação foi feita por conta
do coração endurecido daquele povo da época, que não via nas pessoas
comuns, serviçais, escravos, indivíduos que merecessem consideração e, em
se guardando o sábado, deu-se uma folga naquele trabalho estafante. Agora,
quantos de nós deixamos de frequentar a casa religiosa, seja de qual religião
for, por preguiça? Temos desculpas mil. Porém, quando passamos por
dificuldades, lá vamos nós correndo à casa religiosa, pedir para que resolvam
nossos problemas. É necessário que tenhamos uma frequência regular à
religião, para que nossa vida mental esteja equilibrada, para quando vierem as
dificuldades, estejamos fortalecidos para enfrentá-las, com os ânimos
renovados.
7. Honrar pai e mãe x Desagregação familiar: Deus quer que os filhos amem
a seus pais e os honrem sendo obedientes, respeitosos, carinhosos com eles e,
além disso, que lhes ajudem no que necessitem. Temos este dever para com
todo aquele que tem uma autoridade sobre nós. Do mesmo modo, este
mandamentos manda aos pais a amar e velar pelo bem de seus filhos,
proporcionando-lhes uma boa educação e atendendo-os o melhor possível em
suas necessidades. Mas, de um modo geral, o homem tem uma grande
dificuldade de cumprir esse mandamento até hoje. Vemos criaturas que não
enxergam no pai e na mãe aqueles seres que lhes proporcionaram a
oportunidade de vida, e que têm com eles uma ligação espiritual significativa,
uma ligação de resgate.
8. Porém, muitas vezes, acontece que os pais dão maus exemplos, sendo
desatentos com a implantação no seio do lar de atos que possam desunir os
familiares, ocasionando aos jovens darem pouco valor à família. O diálogo é
muito importante, por pior que seja o assunto. Pais e filhos precisam ter uma
convivência nem muito disciplinadora, nem muito liberal. Há que haver o
equilíbrio, onde deveres e direitos convivam em harmonia.
Não roubar, não furtar x Levar vantagem em tudo: e o indivíduo continua
roubando, continua exercendo a desonestidade em tudo que faz. Isso é de
fácil constatação, basta vermos os noticiários. É bom lembrar, que o roubo
também existe quando lesamos indiretamente o próximo, levando vantagens
onde outro terá perdas.
9. Porém, muitas vezes, acontece que os pais dão maus exemplos, sendo
desatentos com a implantação no seio do lar de atos que possam desunir os
familiares, ocasionando aos jovens darem pouco valor à família. O diálogo é
muito importante, por pior que seja o assunto. Pais e filhos precisam ter uma
convivência nem muito disciplinadora, nem muito liberal. Há que haver o
equilíbrio, onde deveres e direitos convivam em harmonia.
Não matar x Vingança: E, nos dias de hoje, o homem continua matando o
seu semelhante. Só Deus tem o direito de tirar a vida. Ao homem cabe
respeitá-la. Não praticando aborto, eutanásia, suicídio, homicídio. Matar não
é só tirar a vida, mas sim ter o sentimento de vingança dentro do coração.
10. Muitos levam uma vida triste devido à mágoa que povoa o seu coração. O
perdão deve fazer parte da vida do cristão. Principalmente do espírita, que
sabe que com o fim da vida material o Espírito permanece, e o ódio é levado
para o além, proporcionando aos envolvidos dores e remorsos. A pena de
morte é uma brutalidade. Quem a acata acaba, no mínimo, comparando-se ao
infrator. A justiça humana deve ser severa e educativa, mas que não traga para
si o direito de tirar a vida alheia, que só a Deus é permitido. Mas,
infelizmente, continua-se matando o semelhante e, na extensão do matar,
mata-se os animais irracionais.
11. Não cometer adultério x Prazer irresponsável: Este é um mandamento
contra ter relações sexuais com qualquer pessoa que não seja o seu esposo ou
esposa. O interesse pelo sexo faz o ser muitas vezes perder a razão. Os
mandamentos não condenam o prazer que o sexo proporciona, mas alerta para
os desequilíbrios que a irresponsabilidade sexual pode nos trazer.
Não roubar x Levar vantagem em tudo: O roubo é a usurpação do bem
alheio contra a vontade racional de seu dono. Não devemos nos apropriar do
que não é nosso; tirar ou reter algo alheio contra a vontade de seu dono, ou
seja, não causar dano ao próximo em seus bens. Devemos respeitar os bens
alheios. O roubo também existe quando lesamos indiretamente o próximo,
levando vantagens onde outro terá perdas.
12. Não levantar falso testemunho x Língua venenosa: mentir é um hábito
inerente da imperfeição humana. Existem pessoas que têm um gosto especial
para aumentar o que contamos a respeito do próximo, principalmente se for
algo que o denigra. É a tal da fofoca, a língua venenosa. Um grande sábio da
antiguidade, o filósofo Sócrates, disse que: “Somos donos das palavras que
omitimos e escravos das que proferimos”. Portanto, não devemos testemunhar
falsamente em juízo, caluniar ao próximo, dizer qualquer classe de mentira,
murmurar, julgar mal ao próximo, revelar sem motivo seus defeitos e toda
ofensa contra a honra e a boa fama dos demais.
13. Não desejar a mulher do próximo x Fornicar: Novamente o sexo em
questão. As paixões que vêm destruir famílias são estimuladas pelo que
presenciamos em novelas e filmes, onde muitas vezes deixar a família em
busca de “emoções” é visto com naturalidade. E quando vemos nossos
desejos secretos, que estávamos controlando, serem apoiados, sentimo-nos
incentivados e acabamos por praticá-los. O direito de buscar satisfações é
legítimo, mas nossos direitos terminam quando atingimos ao próximo, ou
seja, quando nossos atos trazem angústia e decepção. Este mandamento nos
manda que sejamos puros e castos em pensamentos e desejos.
14. Não cobiçar as coisas alheias x Inveja e ambição desmedidas: Desejar
melhorias materiais, conforto, lazer, isso não é condenado. Todos podemos e
devemos buscar uma situação material estável. O que se deve evitar é a inveja
de quem já conquistou estas facilidades. A vida não é só constituída de
prazeres terrenos. Pelo contrário, a matéria não nos traz estabilidade, pois é
cercada de bons e maus momentos. O que precisamos é buscar o equilíbrio
espiritual e, com isto, todo o restante nos será acrescentado, como disse Jesus.
Mas, infelizmente, o indivíduo ainda sente uma profunda dificuldade em não
desejar o que é do outro, não tem a grandeza de entender que o outro
conquistou aquilo por mérito, fez por onde conseguir. Esta lei nos ensina a
viver desprendidos dos bens materiais e a trabalhar com diligência para
melhorar nossa situação atual com o coração aberto às necessidades dos
demais.
15. Veio Jesus e desenvolveu esses mandamentos dando-lhes o seu verdadeiro
sentido, e os apropriando ao grau evolutivo alcançado, então, pelos homens.
Por isso é que, na base de sua doutrina, Ele estabelece o princípio dos deveres
para com Deus e para com o próximo. E fez mais, resumiu com clareza e
sabedoria o Decálogo em apenas dois mandamentos, para facilitar o
aprendizado e a prática das leis naturais: “Amarás ao Senhor teu Deus de todo
o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. E amarás ao
teu próximo como a ti mesmo”. Destes dois mandamentos dependem toda a
lei e os profetas” (Mateus, cap. XXII vv. 36/40). Agora, nós ainda não
colocamos de forma integral esses mandamentos dentro de nós. Eles estão em
nós, mas de maneira parcial. É como se fosse um copo com água só pela
metade. Falta completar a outra metade.
16. O papel de Jesus não foi simplesmente o de um legislador moralista, cuja
autoridade repousasse exclusivamente em sua própria palavra. Cabia-lhe
cumprir, também, as profecias que lhe anunciavam a vinda. A sua autoridade
lhe vinha da natureza excepcional de seu Espírito e de sua missão divina. Ele
veio fazer com que os homens aprendessem que a verdadeira vida não está
sobre a Terra, mas ela se encontra no reino dos céus. Veio ensinar-lhes o
verdadeiro caminho que conduz a esse reino; os meios de reconciliar-se com
Deus e ensiná-los a pressentir no desenvolvimento das coisas futuras o
cumprimento dos destinos humanos. Enquanto nós desconhecermos a
interpretação espiritual dessa passagem de Jesus, vamos continuar agindo de
forma inadequada nas nossas atitudes, através de nossas palavras, podendo
até deixar nas entrelinhas a nossa revolta por aquilo que nos acontece.
17. A lei de Deus é perfeita. Não tem contradições. Nós é que precisamos de
modificações para compreendê-la. E, para isto, precisamos amadurecer
espiritualmente. E o estudo do Evangelho de Jesus, onde está descrita pelos
evangelistas a passagem do Cristo pela Terra, com seus pensamentos, suas
palavras e seus atos, nos faculta essa possibilidade. Nos auxilia na nossa
modificação interior.
Muita Paz!
Meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br
Com estudos comentados de O Livro dos Espíritos e de O Evangelho
Segundo o Espiritismo. A página Espiritismo para iniciantes está sendo
revisada e ilustrada.