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CAPÍTULO 8

A taxa natural de
desemprego e a
curva de Phillips

Olivier Blanchard
Pearson Education
© 2006 Pearson Education

Macroeconomia, 4/
e

Olivier Blanchard
Capítulo 8: A taxa natural de
desemprego e a curva de Phillips

A taxa natural de desemprego
e a curva de Phillips
Figura 8.1
Inflação versus
desemprego nos Estados
Unidos, 1900-1960

Durante o período 19001960, uma taxa de
desemprego baixa nos
Estados Unidos esteve
normalmente associada a
uma taxa de inflação alta, e
uma taxa de desemprego
alta esteve associada a uma
taxa de inflação baixa ou
negativa.

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A curva de Phillips mostra uma
relação negativa entre inflação
e desemprego.

Macroeconomia, 4/
e

Olivier Blanchard

2
Capítulo 8: A taxa natural de
desemprego e a curva de Phillips

8.1 Inflação, inflação esperada e
desemprego

P = P e (1 + µ ) F ( u , z )
A equação acima é a relação de oferta
agregada. Essa relação pode ser reescrita como
uma relação entre inflação, inflação esperada e
taxa de desemprego.
Primeiro, a função F assume a forma:

F (u ,z) = 1 − α u + z
A seguir, substitua essa função na de cima:

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P = P e (1 + µ )(1 − α u + z )
Macroeconomia, 4/
e

Olivier Blanchard

3
Capítulo 8: A taxa natural de
desemprego e a curva de Phillips

Inflação, inflação esperada e
desemprego

P = P e (1 + µ ) F ( u , z )
O apêndice deste capítulo mostra a derivação,
a partir da equação acima, da relação entre
inflação, inflação esperada e taxa de
desemprego mostrada abaixo:

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π = π + (µ + z) − α u
e

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e

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4
Capítulo 8: A taxa natural de
desemprego e a curva de Phillips

Inflação, inflação esperada e
desemprego

π = π e + (µ + z) − α u

Segundo essa equação:
 Um aumento da inflação esperada, πe, leva a
um aumento da inflação efetiva, π.
 Dada a inflação esperada, πe, um aumento da
margem, µ, ou um aumento dos fatores que
afetam a determinação dos salários, z, leva a
um aumento da inflação, π.
 Dada a inflação esperada, πe, um aumento da
taxa de desemprego, u, leva a uma
diminuição da inflação, π.

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e

Olivier Blanchard

5
Capítulo 8: A taxa natural de
desemprego e a curva de Phillips

Inflação, inflação esperada e
desemprego

π = π e + (µ + z) − α u
Para podermos nos referir a variáveis como
inflação, inflação esperada ou desemprego em
um ano específico, será conveniente usar
índices temporais:

πt = π

e

t

+ (µ + z) − α u

t

As variáveis π, πet e ut referem-se,
respectivamente, à inflação, inflação esperada e
ao desemprego no ano t. µ e z são considerados
constantes e não possuem índices temporais.

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e

Olivier Blanchard

6
Curva de Phillips

Capítulo 8: A taxa natural de
desemprego e a curva de Phillips

8.2

Se supusermos que πet = 0, então:

πt = (µ + z) − α u

t

Essa é a relação negativa entre desemprego e
inflação que Phillips encontrou para o Reino
Unido e Solow e Samuelson encontraram para
os Estados Unidos (ou a primeira versão da
curva de Phillips).

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e

Olivier Blanchard

7
Capítulo 8: A taxa natural de
desemprego e a curva de Phillips

Primeira versão

A espiral de preços e salários:
Dado Pet =Pt-1:
↓ut ⇒ ↑W t ⇒







P t − P t−1
Pt↑ ⇒
↑ ⇒ πt ↑
P t−1

O desemprego baixo leva a um salário nominal mais alto.
Em resposta ao salário nominal mais alto, as empresas
aumentam seus preços.
Em reação, os trabalhadores pedem um salário nominal mais
alto.
O salário nominal mais alto leva as empresas a um aumento
adicional de seus preços.
Em resposta, os trabalhadores pedem um aumento adicional
do salário nominal.
A corrida entre preços e salários resulta em uma inflação
contínua.

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e

Olivier Blanchard

8
Capítulo 8: A taxa natural de
desemprego e a curva de Phillips

Transformações

Figura 8.2
Inflação versus
desemprego
nos Estados Unidos,
1948-1969

A diminuição contínua
da taxa de desemprego
nos Estados Unidos
durante a década de
1960 esteve associada
a um aumento contínuo
da taxa de inflação.

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Macroeconomia, 4/
e

Olivier Blanchard

9
Capítulo 8: A taxa natural de
desemprego e a curva de Phillips

Transformações

Figura 8.3
Inflação versus
desemprego
nos Estados Unidos
desde 1970

A partir de 1970, a
relação entre a taxa
de desemprego e a
taxa de inflação
desapareceu
nos
Estados Unidos.

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e

Olivier Blanchard

10
Capítulo 8: A taxa natural de
desemprego e a curva de Phillips

Transformações

A relação negativa entre desemprego e inflação
se manteve ao longo da década de 1960, mas
desapareceu após esse período por dois
motivos:
 O grande aumento no preço do petróleo, mas
principalmente porque
 Os fixadores de salário mudaram o modo
como formavam suas expectativas, devido a
uma mudança no comportamento da
inflação.
• A taxa de inflação se tornou positiva de
forma consistente, e
• A inflação se tornou Olivier Blanchard
mais persistente.
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e

11
Capítulo 8: A taxa natural de
desemprego e a curva de Phillips

Transformações

Figura 8.4
Inflação nos Estados
Unidos desde 1900

Desde a década de
1960, a taxa de
inflação dos Estados
Unidos
mostrou-se
consistentemente
positiva. A inflação
também se tornou mais
persistente. Uma taxa
de inflação alta no ano
corrente provavelmente
será seguida por uma
taxa de inflação alta no
ano seguinte.

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e

Olivier Blanchard

12
Capítulo 8: A taxa natural de
desemprego e a curva de Phillips

Transformações

Suponha que as expectativas de inflação sejam
formadas de acordo com

π

e

t

= θπ

t−1

O valor do parâmetro θ representa o efeito da
taxa de inflação do ano anterior, πt-1, sobre a taxa
de inflação esperada do ano atual, πet.
O valor de θ aumentou constantemente na
década de 1970, de zero a um.

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Macroeconomia, 4/
e

Olivier Blanchard

13
Capítulo 8: A taxa natural de
desemprego e a curva de Phillips

Transformações

Podemos pensar no que aconteceu na década
de 1970 como um aumento do valor de θ ao
longo do tempo:
 Enquanto a inflação permanecia baixa e não
muito
persistente,
era
razoável
que
trabalhadores e empresas ignorassem a
inflação passada e supusessem que o nível
de preços de um ano fosse aproximadamente
igual ao nível de preços do ano anterior.
 No entanto, à medida que a inflação se
tornava mais persistente, trabalhadores e
empresas começaram a mudar o modo de
formar expectativas.

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e

Olivier Blanchard

14
Capítulo 8: A taxa natural de
desemprego e a curva de Phillips

Transformações

π t = θπ

t−1

+ (µ + z) − αu

t

 Na equação acima, quando θ é igual a zero, a
relação entre a taxa de inflação e a taxa de
desemprego é:

π t = (µ + z) − αu

t

 Quando θ é positivo, a taxa de inflação depende tanto da taxa
de desemprego quanto da taxa de inflação do ano anterior:

π t = θπ

t−1

+ (µ + z) − αu

t

 Quando θ é igual a um, a relação se torna:

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πt − π

t−1

= (µ + z) − αu

Macroeconomia, 4/
e

t

Olivier Blanchard

15
Capítulo 8: A taxa natural de
desemprego e a curva de Phillips

Transformações

πt − π

t−1

= (µ + z) − αu

t

Quando θ = 1, a taxa de desemprego afeta não
a taxa de inflação, mas a variação da taxa de
inflação.
Desde 1970, uma relação claramente negativa
surgiu entre a taxa de desemprego e a variação
da taxa de inflação.

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Macroeconomia, 4/
e

Olivier Blanchard

16
Capítulo 8: A taxa natural de
desemprego e a curva de Phillips

Transformações

Figura 8.5
Variação da inflação
versus desemprego
nos Estados Unidos
desde 1970

Desde 1970, há uma
relação
negativa
entre a taxa de
desemprego e a
variação da taxa de
inflação nos Estados
Unidos.

A reta que se ajusta melhor aos pontos para o
período 1970-2000 é: π − π
= 6 % − 1 .0 u
t

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Macroeconomia, 4/
e

t−1

Olivier Blanchard

t

17
Capítulo 8: A taxa natural de
desemprego e a curva de Phillips

Transformações

A curva original de Phillips é:

π t = (µ + z) − αu

t

A curva modificada de Phillips, ou curva de
Phillips aumentada pelas expectativas, ou
ainda curva de Phillips aceleracionista, é:

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πt − π

t−1

= (µ + z) − αu

Macroeconomia, 4/
e

t

Olivier Blanchard

18
Capítulo 8: A taxa natural de
desemprego e a curva de Phillips

De volta à taxa natural
de desemprego
Friedman e Phelps questionaram a existência de
um dilema entre desemprego e inflação. Eles
argumentaram que a taxa de desemprego não
poderia ser sustentada abaixo de certo nível, um
nível que eles chamaram de “taxa natural de
desemprego”.
A taxa natural de desemprego é a taxa de
desemprego em que a taxa de inflação efetiva é
igual à taxa de inflação esperada.

0 = (µ + z) − αu

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n

µ + z
então u n =
α

Macroeconomia, 4/
e

Olivier Blanchard

19
Capítulo 8: A taxa natural de
desemprego e a curva de Phillips

De volta à taxa natural
de desemprego
µ + z
logo α u
un =
α

Dado π = π

e

n

= µ + z

+ (µ + z) − α u

então π t − π

e

t

= αu n − α u

t

Finalmente, supondo que πet pode ser aproximada
por πt-1, temos: π t − π t − 1 = − α ( u t − u n )

Esta relação é importante porque proporciona
outra maneira de pensar na curva de Phillips
como uma relação entre a taxa de desemprego
efetiva e a natural, e a variação da taxa de
inflação.

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Macroeconomia, 4/
e

Olivier Blanchard

20
Capítulo 8: A taxa natural de
desemprego e a curva de Phillips

De volta à taxa natural
de desemprego

πt − π

t−1

= −α (u t − u n )

 Proporciona também outra maneira de pensar
a taxa natural de desemprego. A taxa de
desemprego não aceleradora da inflação
(ou TDNAI) é a taxa de desemprego
necessária para manter a taxa de inflação
constante.

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πt − πt

Macroeconomia, 4/
e

− 1

Olivier Blanchard

21
Capítulo 8: A taxa natural de
desemprego e a curva de Phillips

8.3

Um resumo e muitas advertências
Resumindo o que aprendemos até agora:
 A relação de oferta agregada hoje nos
Estados Unidos é bem representada por uma
relação entre a variação da taxa de inflação e
o desvio da taxa de desemprego em relação
à taxa natural de desemprego.
 Quando a taxa de desemprego supera a taxa
natural de desemprego, a taxa de inflação
diminui. Quando a taxa de desemprego está
abaixo da taxa natural de desemprego, a taxa
de inflação aumenta.

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Macroeconomia, 4/
e

Olivier Blanchard

22
Capítulo 8: A taxa natural de
desemprego e a curva de Phillips

Milton Friedman e Edmund Phelps

© 2006 Pearson Education

A teoria antes dos fatos: Milton
Friedman e Edmund Phelps

Os economistas, em geral, não são muito bons em
prever grandes mudanças antes que elas
aconteçam. Aqui está uma exceção.

Macroeconomia, 4/
e

Olivier Blanchard

23
Capítulo 8: A taxa natural de
desemprego e a curva de Phillips

Mudanças na taxa natural de um
país para outro
Mudanças na taxa natural de desemprego de um
país para outro

µ + z
un =
α
Os fatores que afetam a taxa natural de
desemprego acima diferem entre países.
Portanto, não há motivos para se esperar que
todos os países tenham a mesma taxa natural
de desemprego.

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e

Olivier Blanchard

24
Capítulo 8: A taxa natural de
desemprego e a curva de Phillips

A taxa de desemprego
japonesa

A taxa média de desemprego no Japão desde
1960 é de 2,1%, comparada aos 6,1% dos
Estados Unidos. Um dos principais motivos para
essa diferença parece ser a confiança
generalizada no emprego vitalício do mercado
de trabalho japonês.

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e

Olivier Blanchard

25
Capítulo 8: A taxa natural de
desemprego e a curva de Phillips

Mudanças na taxa natural
ao longo do tempo

πt − π

t−1

= (µ + z) − αu

t

Na equação acima, os termos µ e z podem não
ser constantes, mas mudar ao longo do tempo,
provocando alterações na taxa natural de
desemprego.
A taxa natural de desemprego nos Estados
Unidos baixou para um nível entre 4% e 5%.

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e

Olivier Blanchard

26
Capítulo 8: A taxa natural de
desemprego e a curva de Phillips

Mudanças na taxa natural
ao longo do tempo

πt − π

t−1

= (µ + z) − αu

t

Uma
taxa
de
desemprego
alta
não
necessariamente reflete uma taxa natural de
desemprego alta. Por exemplo:
Se a inflação está caindo rapidamente, isso é um
indício de que a taxa de desemprego efetivo está
muito acima da taxa natural de desemprego.
Se a inflação estiver aproximadamente estável,
trata-se de um indício de que a taxa de
desemprego efetivo e a taxa natural de
desemprego são aproximadamente iguais.

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e

Olivier Blanchard

27
Mudanças na taxa natural
ao longo do tempo
Capítulo 8: A taxa natural de
desemprego e a curva de Phillips

Figura 8.6
Variação da inflação
versus desemprego: a
área do euro desde 1961
(Os quadrados
representam a década de
1960; os losangos, a
década de 1970, e os
triângulos, o período a
partir da década de 1980)

A relação da curva de
Phillips entre a variação da
taxa de inflação e a taxa de
desemprego se deslocou
para a direita ao longo do
tempo, sugerindo um
aumento contínuo da taxa
natural de desemprego na
Europa desde 1960.

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Olivier Blanchard

28
Capítulo 8: A taxa natural de
desemprego e a curva de Phillips

A taxa natural de desemprego dos
Estados Unidos caiu desde o
início da década de 1990? E, se
caiu, por quê?

Figura 1
Variação da inflação
versus desemprego
nos Estados Unidos
na década de 1990

Desde meados da
década de 1990, a
variação da inflação
normalmente tem
sido menor do que a
prevista pela relação
média entre inflação
e desemprego desde
1970.

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29
Capítulo 8: A taxa natural de
desemprego e a curva de Phillips

A taxa natural de desemprego dos
Estados Unidos caiu desde o
início da década de 1990? E, se
caiu, por quê?

Parte da diminuição da taxa natural pode ser
atribuída a outros fatores. Entre eles:
 Envelhecimento da população dos Estados
Unidos.
 Aumento da população carcerária.
 Aumento do número de trabalhadores
inválidos.
 Aumento dos empregos temporários.
 Taxa de crescimento da produtividade
inesperadamente alta desde o final da
década de 1990.

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30
Capítulo 8: A taxa natural de
desemprego e a curva de Phillips

Inflação alta e a relação
da curva de Phillips
A relação entre desemprego e inflação
provavelmente muda com o nível e a
persistência da inflação.
Quando a taxa de inflação se torna alta, a
inflação tende a ser mais variável.
Os termos dos acordos salariais também mudam
com o nível da inflação. A indexação de
salários,
uma
cláusula
que
aumenta
automaticamente os salários de acordo com a
inflação, torna-se mais difundida quando a
inflação é alta.

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e

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31
Capítulo 8: A taxa natural de
desemprego e a curva de Phillips

Inflação alta e a relação
da curva de Phillips
Se λ representar a proporção dos contratos de trabalho
que é indexada, e (1− λ) a proporção que não é indexada,
então,
se torna:

πt − π

e

t

= −α (u t − u n )

π t = [ λπ t + (1 − λ ) π

e

t

] − α(u

t

− un )

A proporção de contratos que é indexada
responde a πt, enquanto a proporção que não é
indexada responde a πet.
Quando λ = 0, todos os salários são fixados
com base na inflação esperada (igual à inflação
do ano passado), então: π t − π t − 1 = − α ( u t − u n )

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e

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32
Capítulo 8: A taxa natural de
desemprego e a curva de Phillips

Inflação alta e a relação
da curva de Phillips
Quando λ é positivo,

π t − π t −1

α
= −
(u
(1 − λ)

t

− un)

Conforme essa equação, quanto maior a
proporção de contratos de salário indexados —
quanto maior λ —, maior o efeito da taxa de
desemprego sobre a variação da inflação.
Quando λ se aproxima de 1, pequenas
mudanças no desemprego podem levar a
variações muito grandes da inflação.

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33
Capítulo 8: A taxa natural de
desemprego e a curva de Phillips

Deflação e a relação
da curva de Phillips
Dada a alta taxa de desemprego durante a
Grande Depressão, teríamos esperado uma alta
taxa de deflação, mas a deflação foi limitada e a
inflação foi, na verdade, positiva.
A explicação para isso pode ser que a relação da
curva de Phillips desapareça ou, pelo menos,
enfraqueça quando a economia estiver próxima
de uma inflação zero.

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phillips.

  • 1. CAPÍTULO 8 A taxa natural de desemprego e a curva de Phillips Olivier Blanchard Pearson Education © 2006 Pearson Education Macroeconomia, 4/ e Olivier Blanchard
  • 2. Capítulo 8: A taxa natural de desemprego e a curva de Phillips A taxa natural de desemprego e a curva de Phillips Figura 8.1 Inflação versus desemprego nos Estados Unidos, 1900-1960 Durante o período 19001960, uma taxa de desemprego baixa nos Estados Unidos esteve normalmente associada a uma taxa de inflação alta, e uma taxa de desemprego alta esteve associada a uma taxa de inflação baixa ou negativa. © 2006 Pearson Education A curva de Phillips mostra uma relação negativa entre inflação e desemprego. Macroeconomia, 4/ e Olivier Blanchard 2
  • 3. Capítulo 8: A taxa natural de desemprego e a curva de Phillips 8.1 Inflação, inflação esperada e desemprego P = P e (1 + µ ) F ( u , z ) A equação acima é a relação de oferta agregada. Essa relação pode ser reescrita como uma relação entre inflação, inflação esperada e taxa de desemprego. Primeiro, a função F assume a forma: F (u ,z) = 1 − α u + z A seguir, substitua essa função na de cima: © 2006 Pearson Education P = P e (1 + µ )(1 − α u + z ) Macroeconomia, 4/ e Olivier Blanchard 3
  • 4. Capítulo 8: A taxa natural de desemprego e a curva de Phillips Inflação, inflação esperada e desemprego P = P e (1 + µ ) F ( u , z ) O apêndice deste capítulo mostra a derivação, a partir da equação acima, da relação entre inflação, inflação esperada e taxa de desemprego mostrada abaixo: © 2006 Pearson Education π = π + (µ + z) − α u e Macroeconomia, 4/ e Olivier Blanchard 4
  • 5. Capítulo 8: A taxa natural de desemprego e a curva de Phillips Inflação, inflação esperada e desemprego π = π e + (µ + z) − α u Segundo essa equação:  Um aumento da inflação esperada, πe, leva a um aumento da inflação efetiva, π.  Dada a inflação esperada, πe, um aumento da margem, µ, ou um aumento dos fatores que afetam a determinação dos salários, z, leva a um aumento da inflação, π.  Dada a inflação esperada, πe, um aumento da taxa de desemprego, u, leva a uma diminuição da inflação, π. © 2006 Pearson Education Macroeconomia, 4/ e Olivier Blanchard 5
  • 6. Capítulo 8: A taxa natural de desemprego e a curva de Phillips Inflação, inflação esperada e desemprego π = π e + (µ + z) − α u Para podermos nos referir a variáveis como inflação, inflação esperada ou desemprego em um ano específico, será conveniente usar índices temporais: πt = π e t + (µ + z) − α u t As variáveis π, πet e ut referem-se, respectivamente, à inflação, inflação esperada e ao desemprego no ano t. µ e z são considerados constantes e não possuem índices temporais. © 2006 Pearson Education Macroeconomia, 4/ e Olivier Blanchard 6
  • 7. Curva de Phillips Capítulo 8: A taxa natural de desemprego e a curva de Phillips 8.2 Se supusermos que πet = 0, então: πt = (µ + z) − α u t Essa é a relação negativa entre desemprego e inflação que Phillips encontrou para o Reino Unido e Solow e Samuelson encontraram para os Estados Unidos (ou a primeira versão da curva de Phillips). © 2006 Pearson Education Macroeconomia, 4/ e Olivier Blanchard 7
  • 8. Capítulo 8: A taxa natural de desemprego e a curva de Phillips Primeira versão A espiral de preços e salários: Dado Pet =Pt-1: ↓ut ⇒ ↑W t ⇒       P t − P t−1 Pt↑ ⇒ ↑ ⇒ πt ↑ P t−1 O desemprego baixo leva a um salário nominal mais alto. Em resposta ao salário nominal mais alto, as empresas aumentam seus preços. Em reação, os trabalhadores pedem um salário nominal mais alto. O salário nominal mais alto leva as empresas a um aumento adicional de seus preços. Em resposta, os trabalhadores pedem um aumento adicional do salário nominal. A corrida entre preços e salários resulta em uma inflação contínua. © 2006 Pearson Education Macroeconomia, 4/ e Olivier Blanchard 8
  • 9. Capítulo 8: A taxa natural de desemprego e a curva de Phillips Transformações Figura 8.2 Inflação versus desemprego nos Estados Unidos, 1948-1969 A diminuição contínua da taxa de desemprego nos Estados Unidos durante a década de 1960 esteve associada a um aumento contínuo da taxa de inflação. © 2006 Pearson Education Macroeconomia, 4/ e Olivier Blanchard 9
  • 10. Capítulo 8: A taxa natural de desemprego e a curva de Phillips Transformações Figura 8.3 Inflação versus desemprego nos Estados Unidos desde 1970 A partir de 1970, a relação entre a taxa de desemprego e a taxa de inflação desapareceu nos Estados Unidos. © 2006 Pearson Education Macroeconomia, 4/ e Olivier Blanchard 10
  • 11. Capítulo 8: A taxa natural de desemprego e a curva de Phillips Transformações A relação negativa entre desemprego e inflação se manteve ao longo da década de 1960, mas desapareceu após esse período por dois motivos:  O grande aumento no preço do petróleo, mas principalmente porque  Os fixadores de salário mudaram o modo como formavam suas expectativas, devido a uma mudança no comportamento da inflação. • A taxa de inflação se tornou positiva de forma consistente, e • A inflação se tornou Olivier Blanchard mais persistente. © 2006 Pearson Education Macroeconomia, 4/ e 11
  • 12. Capítulo 8: A taxa natural de desemprego e a curva de Phillips Transformações Figura 8.4 Inflação nos Estados Unidos desde 1900 Desde a década de 1960, a taxa de inflação dos Estados Unidos mostrou-se consistentemente positiva. A inflação também se tornou mais persistente. Uma taxa de inflação alta no ano corrente provavelmente será seguida por uma taxa de inflação alta no ano seguinte. © 2006 Pearson Education Macroeconomia, 4/ e Olivier Blanchard 12
  • 13. Capítulo 8: A taxa natural de desemprego e a curva de Phillips Transformações Suponha que as expectativas de inflação sejam formadas de acordo com π e t = θπ t−1 O valor do parâmetro θ representa o efeito da taxa de inflação do ano anterior, πt-1, sobre a taxa de inflação esperada do ano atual, πet. O valor de θ aumentou constantemente na década de 1970, de zero a um. © 2006 Pearson Education Macroeconomia, 4/ e Olivier Blanchard 13
  • 14. Capítulo 8: A taxa natural de desemprego e a curva de Phillips Transformações Podemos pensar no que aconteceu na década de 1970 como um aumento do valor de θ ao longo do tempo:  Enquanto a inflação permanecia baixa e não muito persistente, era razoável que trabalhadores e empresas ignorassem a inflação passada e supusessem que o nível de preços de um ano fosse aproximadamente igual ao nível de preços do ano anterior.  No entanto, à medida que a inflação se tornava mais persistente, trabalhadores e empresas começaram a mudar o modo de formar expectativas. © 2006 Pearson Education Macroeconomia, 4/ e Olivier Blanchard 14
  • 15. Capítulo 8: A taxa natural de desemprego e a curva de Phillips Transformações π t = θπ t−1 + (µ + z) − αu t  Na equação acima, quando θ é igual a zero, a relação entre a taxa de inflação e a taxa de desemprego é: π t = (µ + z) − αu t  Quando θ é positivo, a taxa de inflação depende tanto da taxa de desemprego quanto da taxa de inflação do ano anterior: π t = θπ t−1 + (µ + z) − αu t  Quando θ é igual a um, a relação se torna: © 2006 Pearson Education πt − π t−1 = (µ + z) − αu Macroeconomia, 4/ e t Olivier Blanchard 15
  • 16. Capítulo 8: A taxa natural de desemprego e a curva de Phillips Transformações πt − π t−1 = (µ + z) − αu t Quando θ = 1, a taxa de desemprego afeta não a taxa de inflação, mas a variação da taxa de inflação. Desde 1970, uma relação claramente negativa surgiu entre a taxa de desemprego e a variação da taxa de inflação. © 2006 Pearson Education Macroeconomia, 4/ e Olivier Blanchard 16
  • 17. Capítulo 8: A taxa natural de desemprego e a curva de Phillips Transformações Figura 8.5 Variação da inflação versus desemprego nos Estados Unidos desde 1970 Desde 1970, há uma relação negativa entre a taxa de desemprego e a variação da taxa de inflação nos Estados Unidos. A reta que se ajusta melhor aos pontos para o período 1970-2000 é: π − π = 6 % − 1 .0 u t © 2006 Pearson Education Macroeconomia, 4/ e t−1 Olivier Blanchard t 17
  • 18. Capítulo 8: A taxa natural de desemprego e a curva de Phillips Transformações A curva original de Phillips é: π t = (µ + z) − αu t A curva modificada de Phillips, ou curva de Phillips aumentada pelas expectativas, ou ainda curva de Phillips aceleracionista, é: © 2006 Pearson Education πt − π t−1 = (µ + z) − αu Macroeconomia, 4/ e t Olivier Blanchard 18
  • 19. Capítulo 8: A taxa natural de desemprego e a curva de Phillips De volta à taxa natural de desemprego Friedman e Phelps questionaram a existência de um dilema entre desemprego e inflação. Eles argumentaram que a taxa de desemprego não poderia ser sustentada abaixo de certo nível, um nível que eles chamaram de “taxa natural de desemprego”. A taxa natural de desemprego é a taxa de desemprego em que a taxa de inflação efetiva é igual à taxa de inflação esperada. 0 = (µ + z) − αu © 2006 Pearson Education n µ + z então u n = α Macroeconomia, 4/ e Olivier Blanchard 19
  • 20. Capítulo 8: A taxa natural de desemprego e a curva de Phillips De volta à taxa natural de desemprego µ + z logo α u un = α Dado π = π e n = µ + z + (µ + z) − α u então π t − π e t = αu n − α u t Finalmente, supondo que πet pode ser aproximada por πt-1, temos: π t − π t − 1 = − α ( u t − u n ) Esta relação é importante porque proporciona outra maneira de pensar na curva de Phillips como uma relação entre a taxa de desemprego efetiva e a natural, e a variação da taxa de inflação. © 2006 Pearson Education Macroeconomia, 4/ e Olivier Blanchard 20
  • 21. Capítulo 8: A taxa natural de desemprego e a curva de Phillips De volta à taxa natural de desemprego πt − π t−1 = −α (u t − u n )  Proporciona também outra maneira de pensar a taxa natural de desemprego. A taxa de desemprego não aceleradora da inflação (ou TDNAI) é a taxa de desemprego necessária para manter a taxa de inflação constante. © 2006 Pearson Education πt − πt Macroeconomia, 4/ e − 1 Olivier Blanchard 21
  • 22. Capítulo 8: A taxa natural de desemprego e a curva de Phillips 8.3 Um resumo e muitas advertências Resumindo o que aprendemos até agora:  A relação de oferta agregada hoje nos Estados Unidos é bem representada por uma relação entre a variação da taxa de inflação e o desvio da taxa de desemprego em relação à taxa natural de desemprego.  Quando a taxa de desemprego supera a taxa natural de desemprego, a taxa de inflação diminui. Quando a taxa de desemprego está abaixo da taxa natural de desemprego, a taxa de inflação aumenta. © 2006 Pearson Education Macroeconomia, 4/ e Olivier Blanchard 22
  • 23. Capítulo 8: A taxa natural de desemprego e a curva de Phillips Milton Friedman e Edmund Phelps © 2006 Pearson Education A teoria antes dos fatos: Milton Friedman e Edmund Phelps Os economistas, em geral, não são muito bons em prever grandes mudanças antes que elas aconteçam. Aqui está uma exceção. Macroeconomia, 4/ e Olivier Blanchard 23
  • 24. Capítulo 8: A taxa natural de desemprego e a curva de Phillips Mudanças na taxa natural de um país para outro Mudanças na taxa natural de desemprego de um país para outro µ + z un = α Os fatores que afetam a taxa natural de desemprego acima diferem entre países. Portanto, não há motivos para se esperar que todos os países tenham a mesma taxa natural de desemprego. © 2006 Pearson Education Macroeconomia, 4/ e Olivier Blanchard 24
  • 25. Capítulo 8: A taxa natural de desemprego e a curva de Phillips A taxa de desemprego japonesa A taxa média de desemprego no Japão desde 1960 é de 2,1%, comparada aos 6,1% dos Estados Unidos. Um dos principais motivos para essa diferença parece ser a confiança generalizada no emprego vitalício do mercado de trabalho japonês. © 2006 Pearson Education Macroeconomia, 4/ e Olivier Blanchard 25
  • 26. Capítulo 8: A taxa natural de desemprego e a curva de Phillips Mudanças na taxa natural ao longo do tempo πt − π t−1 = (µ + z) − αu t Na equação acima, os termos µ e z podem não ser constantes, mas mudar ao longo do tempo, provocando alterações na taxa natural de desemprego. A taxa natural de desemprego nos Estados Unidos baixou para um nível entre 4% e 5%. © 2006 Pearson Education Macroeconomia, 4/ e Olivier Blanchard 26
  • 27. Capítulo 8: A taxa natural de desemprego e a curva de Phillips Mudanças na taxa natural ao longo do tempo πt − π t−1 = (µ + z) − αu t Uma taxa de desemprego alta não necessariamente reflete uma taxa natural de desemprego alta. Por exemplo: Se a inflação está caindo rapidamente, isso é um indício de que a taxa de desemprego efetivo está muito acima da taxa natural de desemprego. Se a inflação estiver aproximadamente estável, trata-se de um indício de que a taxa de desemprego efetivo e a taxa natural de desemprego são aproximadamente iguais. © 2006 Pearson Education Macroeconomia, 4/ e Olivier Blanchard 27
  • 28. Mudanças na taxa natural ao longo do tempo Capítulo 8: A taxa natural de desemprego e a curva de Phillips Figura 8.6 Variação da inflação versus desemprego: a área do euro desde 1961 (Os quadrados representam a década de 1960; os losangos, a década de 1970, e os triângulos, o período a partir da década de 1980) A relação da curva de Phillips entre a variação da taxa de inflação e a taxa de desemprego se deslocou para a direita ao longo do tempo, sugerindo um aumento contínuo da taxa natural de desemprego na Europa desde 1960. © 2006 Pearson Education Macroeconomia, 4/ e Olivier Blanchard 28
  • 29. Capítulo 8: A taxa natural de desemprego e a curva de Phillips A taxa natural de desemprego dos Estados Unidos caiu desde o início da década de 1990? E, se caiu, por quê? Figura 1 Variação da inflação versus desemprego nos Estados Unidos na década de 1990 Desde meados da década de 1990, a variação da inflação normalmente tem sido menor do que a prevista pela relação média entre inflação e desemprego desde 1970. © 2006 Pearson Education Macroeconomia, 4/ e Olivier Blanchard 29
  • 30. Capítulo 8: A taxa natural de desemprego e a curva de Phillips A taxa natural de desemprego dos Estados Unidos caiu desde o início da década de 1990? E, se caiu, por quê? Parte da diminuição da taxa natural pode ser atribuída a outros fatores. Entre eles:  Envelhecimento da população dos Estados Unidos.  Aumento da população carcerária.  Aumento do número de trabalhadores inválidos.  Aumento dos empregos temporários.  Taxa de crescimento da produtividade inesperadamente alta desde o final da década de 1990. © 2006 Pearson Education Macroeconomia, 4/ e Olivier Blanchard 30
  • 31. Capítulo 8: A taxa natural de desemprego e a curva de Phillips Inflação alta e a relação da curva de Phillips A relação entre desemprego e inflação provavelmente muda com o nível e a persistência da inflação. Quando a taxa de inflação se torna alta, a inflação tende a ser mais variável. Os termos dos acordos salariais também mudam com o nível da inflação. A indexação de salários, uma cláusula que aumenta automaticamente os salários de acordo com a inflação, torna-se mais difundida quando a inflação é alta. © 2006 Pearson Education Macroeconomia, 4/ e Olivier Blanchard 31
  • 32. Capítulo 8: A taxa natural de desemprego e a curva de Phillips Inflação alta e a relação da curva de Phillips Se λ representar a proporção dos contratos de trabalho que é indexada, e (1− λ) a proporção que não é indexada, então, se torna: πt − π e t = −α (u t − u n ) π t = [ λπ t + (1 − λ ) π e t ] − α(u t − un ) A proporção de contratos que é indexada responde a πt, enquanto a proporção que não é indexada responde a πet. Quando λ = 0, todos os salários são fixados com base na inflação esperada (igual à inflação do ano passado), então: π t − π t − 1 = − α ( u t − u n ) © 2006 Pearson Education Macroeconomia, 4/ e Olivier Blanchard 32
  • 33. Capítulo 8: A taxa natural de desemprego e a curva de Phillips Inflação alta e a relação da curva de Phillips Quando λ é positivo, π t − π t −1 α = − (u (1 − λ) t − un) Conforme essa equação, quanto maior a proporção de contratos de salário indexados — quanto maior λ —, maior o efeito da taxa de desemprego sobre a variação da inflação. Quando λ se aproxima de 1, pequenas mudanças no desemprego podem levar a variações muito grandes da inflação. © 2006 Pearson Education Macroeconomia, 4/ e Olivier Blanchard 33
  • 34. Capítulo 8: A taxa natural de desemprego e a curva de Phillips Deflação e a relação da curva de Phillips Dada a alta taxa de desemprego durante a Grande Depressão, teríamos esperado uma alta taxa de deflação, mas a deflação foi limitada e a inflação foi, na verdade, positiva. A explicação para isso pode ser que a relação da curva de Phillips desapareça ou, pelo menos, enfraqueça quando a economia estiver próxima de uma inflação zero. © 2006 Pearson Education Macroeconomia, 4/ e Olivier Blanchard 34