PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
Supervisão organização e liderança
1. THIAGO, João Ribeiro; COSTA, Jorge. Liderança nas organizações educativas: a direcção
por valores. Ensaio: ava. Públ, Rio de Jneiro. V.16, n. 61, p.561-582,out./dez.2008.
Disponivel em HTTP://www.scielo.br/pdf/ensaio/vn61/v16n61a05.pdf
Helena de Sá Melo
Em decorrência da crise educacional a escola passa por inúmeras dificuldades, principalmente
no que tange à qualidade da educação. Para tanto, o modelo da Direção por Valores é
apresentado como uma contribuição para uma reflexão compartilhada com a liderança das
organizações educativas, isto é, uma ferramenta de liderança estratégica baseada em valores.
Para os autores do artigo, a liderança assumiu cada vez mais um papel de crescente
relevo e é apontada como uma das chaves para a mudança dos sistemas educativos e
das organizações escolares no sentido de torná-las mais eficazes e de aumentar os seus
níveis de qualidades. Portanto, acreditam que importando do contexto empresarial a
Direção por Valores para a educação é possível encontrar novos caminhos para a melhoria dos
seus níveis de eficácia.
Entendo que isso é possível, pois a partir do momento em que a empresa e escola, se
preocupam em desenvolver conceitos em apresentar interesses nas relações da teoria e
da prática da gestão e liderança, não há dúvidas que isso promoverá o desenvolvimento
e o crescimento de ambas. Não obstante, esta realidade é uma prática comum nas empresas
que está sendo aplicada no mundo educacional atendendo às suas especificidades.
É possível notar que nos dias de hoje o mundo empresarial e o mundo educacional têm em
comum uma grande preocupação que é a excelência do seu trabalho, portanto, a Direção por
Valores é o caminho mais concreto e real para a sociedade hodierna.
Nesse artigo, os autores apontam como característica mais saliente da DpV (Direção por
Valores) nos “valores”, nas “pessoas” e no “diálogo” sobre os valores. Esta perspectiva está na
linha das mais recentes teorias sobre liderança, quer no contexto organizacional em geral,
quer no das organizações educativas, em particular. Deste modo, as escolas passam a
valorizar o individual, o contexto social e histórico das pessoas em que estão inseridas
primando valores, pessoas e diálogos.
Daniel Goleman, Boyatzis e Mickee (2002, p.267) apresentam como ideal de liderança a
“liderança com ressonância” (própria do líder com inteligência emocional desenvolvida),
por oposição à liderança dissonante (sem estar em sintonia). Segundo estes, gerar
ressonância, estar sintonizado com os “sentimentos das pessoas”, seguir um caminho dos que
o rodeiam é tarefa principal de todos os líderes.
2. Igualmente Rego e Cunha (2004, p. 239), defendendo a “liderança transformacional”,
insistem na questão dos “valores e da ética na liderança”. Os autores do artigo também
mencionaram vários autores que são mais ligados ao domínio da organização escolar, como
Sergiovanni(2004), Fullan (2003), Bollivar(2003), Marzano (2005), Costa (2000), Estevão
92002), entre outros.
Cada autor dá um enfoque para o domínio da organização escolar, porém, concordam
que o “enfoque nas pessoas”, nos “valores partilhados”, no desenvolvimento da cultura
organizacional com as pessoas e na liderança transformacional, estão presentes
igualmente na Direção por Valores.
Numa definição breve, a “Direção por Valores” (DpV) é apresentada por García (2002, p. 4)
como um “modo avançado de direção estratégica e liderança participativa pós convencional
baseado no diálogo explícito e democrático sobre os valores partilhados que hão de gerar
e orientar as decisões de ação na empresa”.
Dolan, Garcia e Navarro (2002, p. 4), partem de um modelo de valores como sendo
“resultado de crenças internalizadas sobre como devemos atuar, associando-os à liberdade
humana à capacidade de distinguir e escolher o bem ou o mal”.
Nota-se que nas organizações em geral, especificamente nas das lideranças o diálogo é de
suma importância no mundo das empresas e também no mundo das escolas, portanto, o
modelo de Direção por Valores é possível de ser aplicado com sucesso no campo
educacional.
Tratando-se de um modelo de Direção por Valores os líderes são inspiradores e legitimadores
de diálogo, capazes de construir a confiança, a sensibilidade e a liberdade.
No campo educacional o líder que tem esse perfil, ou seja, que trabalha dentro de um
modelo de Direção por Valores está aberto ao diálogo, é democrático, sabe compartilhar
e reconhecer o valor supremo das pessoas. Não obstante, a Direção por Valores é um ato
pedagógico válido e vital para a transformação e desenvolvimento em todas as
organizações, especialmente, a educacional.
Acredito que a DpV é uma ferramenta que promove na educação a flexibilidade, a criatividade,
o respeito e acima de tudo, um ambiente onde todos os envolvidos têm a liberdade e a
construção partilhada de objetivos comuns.