Ernst Ludwig Kirchner foi um pintor expressionista alemão e um dos fundadores do grupo Die Brücke. Sua obra foi influenciada pelo cubismo e fauvismo, caracterizando-se por formas geométricas e cores em contraste agressivo para expressar sua visão da realidade. Após a Primeira Guerra Mundial, seu estado mental piorou e ele se isolou na Suíça, onde acabou cometendo suicídio em 1938. Sua pintura A Toilette retrata duas mulheres de forma deformada em um espaço claustrofó
2. Ernst Ludwig Kirchner
(Alemanha, 1880 - Davos, Suíça,
1938) foi um pintor expressionista
alemão. Foi um dos fundadores do
grupo de pintura expressionista Die
Brücke. Influenciado pelo cubismo
e fauvismo, o pintor alemão deu
formas geométricas às cores e
despojou-as da sua função
decorativa por meio de contrastes
agressivos, com o fim de
manifestar sua verdadeira visão da
realidade.
Auto-Retrato (1919)
3. Die Brücke, grupo formado em
1905 por quatro estudantes de
arquitectura (incluindo Kirchner), cujo
principal ideal era libertar a arte dos
valores formais e tradicionais. A
xilogravura foi uma técnica muito
utilizada pelo grupo, Kirchner era o
executor das xilogravuras para os cartazes
e catálogos do Brücke, técnica que
aprendeu aos 15 anos com o seu pai.
4. A técnica exige que se entalhe a madeira, com a
ajuda de um instrumento cortante, a figura ou a forma
que se pretende imprimir. Em seguida usa-se um rolo de
borracha embebida em tinta, pintando só as partes
elevadas do entalhe. O final do processo é a impressão
em relevo, em papel ou pano especial, que fica
impregnado com a tinta, revelando a figura.
5. Teórico e guia
espiritual do grupo, Kirchner é
também o membro mais
instável, hipersensível e
conflitual: aspectos que
determinarão a dissolução do
grupo em 1913 devido aos seus
excessos de protagonismo. O Escola de Dança (1914)
período de Dresden traz
novidades significativas: a
descoberta da arte tribal, a
adopção das técnicas gráficas
da tradição alemã como água-
forte e a xilogravura, e a
reflexão acerca da natureza
como lugar de pureza e de
liberdade primordiais.
Brandenburger Tor (1915)
6. A simplificação tribal ligava-se de
resto também à adopção do ângulo
agudo, às ogivas do gótico alemão que se
encontram nas pinceladas segmentadas e
angulosas com que Kirchner descreve as
paisagens e até as figuras. Se as fontes da
sua pintura – que ecoa indiferentemente a
história alemã ou a escultura tribal – são,
portanto, compósitas, os temas que
Kirchner prefere em Dresden são
Kirchner no seu estúdio em Berlim (1915) sobretudo retratos e nus femininos.
Auto-Retrato como soldado (1915) Auto-Retrato como uma pessoa doente (1918)
7. As cores da sua paleta tornam-
se cada vez mais acres, gritantes,
as linhas verticais vibram em cada
canto do quadro, ficam mais
frenéticas, agudas; o próprio artista
definirá como «linhas de força»,
baseando-se evidentemente no
conhecimento das novas ideias
futuristas. O protagonista das suas
obras é o próprio sentimento de
solidão do homem na cidade, nas
ruas, no circo, nos cabarets. O mito
do progresso tecnológico e do
progresso urbano incorporado por
outras vanguardas, torna-se em
Kirchner mais um conflito entre
pólos opostos: natureza e cidade,
individuo e sociedade, matéria e
espírito, normalidade e alienação.
8. A experiência da Primeira Guerra
Mundial exaspera e aumenta as causas
do sofrimento interior do artista que
chega a ter um esgotamento nervoso
do qual nunca conseguirá recuperar.
Nem o isolamento na Suíça, na aldeia
de camponeses de Davos, onde volta à
sua contemplação romântica da
natureza, consegue desviá-lo das
perturbações que o levam ao suicídio,
em 1938. A peça final parece ter
derivado da sua inclusão na exposição
da «arte degenerada», promovida por
Adolf Hitler para condenar e submeter
ao escárnio público a arte moderna.
Artillerymen (1915)
9. A Toilette
1912-13, Parigi, Musée
Nazional d’Art Moderne
A crítica oficial recusa
categoricamente a constante
desarmonia, as cores violentas,
a deformação das figuras, e a
própria brutalidade das
pinceladas, nervosas e rápidas
da linguagem expressionista. É
este o repertório visual que se
encontra na imagem da
Toilette, cuja protagonista
parece efectivamente esculpida
em madeira, aludindo à forte
simplificação do gosto
primitivista.
10. Uma mulher, ou talvez duas,
aparecem no espaço comprimido,
ao mesmo tempo irreal, de um
quarto.
O modelo que vemos
de costas, contraído e
instável no banco em
frente ao espalho,
dobra os braços na
nuca, com um gesto
difícil e pouco natural,
enquanto o outro, que
aparece no reflexo,
mostra uma forte
inclinação do busto
para a frente, e uma
mão claramente levada
para o rosto.
Ambas se tornam protagonistas da obra, e
nenhum dos dois mostra um tratamento mais
realista que o outro.
11. O elemento central é o espelho, ou
até mesmo o acto da reflexão
deformada, como que a dizer que a
realidade é outra que não o que se vê,
e que muitas vezes esconde verdades
insondáveis e angustiantes.
Expediente típico da pintura
impressionista e pós-impressionista, o
espelho exprimia múltiplas atitudes,
implicitamente negadas no quadro de
Kirchner: a exibição de um virtuosismo
técnico na representação dos
objectos; a capacidade de dilatar a
visão, multiplicando os pontos de vista
e as angulações da cena com a geral
orquestração dos tons luminosos e
por fim, a representação de
intimidades domésticas imbuídas de
encanto feminino.
12. Acima de tudo, o espelho de Kirchner reflecte
um espaço fechado, claustrofóbico e vazio.
A cena é descrita com tons
escuros, entre azuis e
castanhos dominantes,
apenas clareados pelo
branco da roupa interior da
mulher ou pelos escassos
tons de verde dos objectos e
do tapete. As pinceladas são
rápidas, quase rugosas,
angulosas, assim como são
oblíquas e aguçadas as
linhas que percorrem toda a
composição.
13. Bibliografia:
-A Grande História da ARTE, Século XX: Cubismo, Expressionismo e
Surrealismo, volume 14 (editora Público)
-Wikipédia (http://en.wikipedia.org/wiki/Ernst_Ludwig_Kirchner)
Trabalho Realizado por: Ana Lourenço
nº2 12ºF