Esta tarefa analisou a informação disponível sobre os diferentes tipos de células de combustível e modelos comercializados. Caracterizou os tipos PEMFC, DMFC, AFC, PAFC, MCFC e SOFC, e levantou informações técnicas e comerciais disponibilizadas por fornecedores sobre produtos PEMFC, SOFC, AFC, PAFC e MCFC. Concluiu que as PEMFC e SOFC são as tecnologias mais maduras, enquanto AFC, PAFC e MCFC ainda requerem melhorias para aplicações móveis e
2. ÍNDICE GERAL
Descrição do PPS 2 ...................................................................................................................... 1
Contexto do Relatório.................................................................................................................. 4
Actividade B1 – Análise do Estado da Arte e Pré-Qualificação de Fornecedores .............................. 5
Tarefa B1.1.................................................................................................................................. 6
Tarefa B1.2................................................................................................................................ 51
Tarefa B1.3................................................................................................................................ 74
Tarefa B1.4.............................................................................................................................. 113
Tarefa B1.5.............................................................................................................................. 127
Tarefa B1.6.............................................................................................................................. 138
Tarefa B1.7.............................................................................................................................. 155
Actividade B2 – Instalação de Demonstração num Aterro Sanitário na Zona Norte do País.......... 160
Tarefa B2.1.............................................................................................................................. 161
Tarefa B2.2.............................................................................................................................. 165
3. PROJECTO EDEN – ENDOGENIZAR O DESENVOLVIMENTO DE ENERGIAS NOVAS
D ESCRIÇÃO DO PPS 2
As pilhas de combustível (PC), enquanto solução de produção de energia eléctrica ou produção
combinada de calor e electricidade (co-geração), estão, nos seus vários domínios de aplicação,
numa fase pré-comercial. Espera-se que nos próximos cinco anos demonstrem a sua
competitividade económica face às soluções convencionais de produção de energia, e que se
verifique a sua progressiva penetração no mercado das soluções alternativas à produção
convencional de energia. Este prazo esperado de cinco anos poderá vir a ser reduzido se a pressão
da resolução dos problemas ambientais relacionados com o aquecimento global devido ao efeito
de estufa vier a colocar uma maior urgência na obtenção de resultados numa diminuição efectiva
do volume de CO2 emitido para a atmosfera por unidade de energia produzida. Tal situação
poderá fazer com que as energias de origem em combustíveis fósseis (carvão e petróleo e gás
natural) possam ver a sua produção penalizada ou, se venham a criar quadros de benefícios sobre
custos evitados de emissão de CO2 que mais directamente apoiem soluções como as das pilhas de
combustível.
As PC apresentam-se hoje como uma tecnologia emergente e como uma das alternativas
energéticas que rapidamente poderão assumir quotas importantes na satisfação das necessidades
energéticas mundiais face às significativas vantagens que apresentam e que são:
Relativa simplicidade tecnológica na sua operação, factor este que favorece uma rápida
penetração no mercado;
Um carácter modular que permite que as PC possam ser consideradas como fonte
privilegiada de produção descentralizada de energia;
Elevada flexibilidade no que se refere a combustíveis primários, podendo, quando associada a
energias renováveis, contribuir para ultrapassar limitações específicas destes sistemas;
Impacte ambiental nulo (NOx) ou reduzido (CO e CO2);
Eficiência energética – 45 a 50 % em eficiência eléctrica directa, 70 % em ciclo combinado e
82% de eficiência global em sistemas de co-geração.
O grande interesse que as PC estão a despertar, decorre directamente das pressões ambientais
para a redução das emissões de gases poluentes e da consequente minimização do efeito de
1
4. PROJECTO EDEN – ENDOGENIZAR O DESENVOLVIMENTO DE ENERGIAS NOVAS
estufa. As projecções de natureza económica de vários estudos sobre PC apontam para valores de
mercado na ordem dos 110 a 109 Euros por kVA instalado, nos próximos 20 anos. Na actual fase
desta tecnologia, está-se ainda numa fase de demonstração da mesma, havendo cerca de 150
centrais em operação no Japão e EUA, sendo este número substancialmente inferior na Europa.
De acordo com um estudo de Outubro de 2001, elaborado por vários consultores do Banco
Mundial, previa-se que entre 2004 e 2006, a maioria das tecnologias de PC estivesse disponível no
mercado de forma sustentável, com uma redução de preços de 4000$USA/kWe (valores de 2001)
para cerca de 1000 a 1500 $USA / kWe com custos de operação e manutenção na faixa dos 2
cêntimos de $USA/kWe.
No caso português, e de acordo com várias estimativas, o mercado potencial para unidades de
produção descentralizada com base em sistemas de micro e co-geração é de cerca de 500 MW, nos
próximos dez anos (para que Portugal cumpra os compromissos assumidos face aos objectivos de
directivas comunitárias relativamente à penetração de energias renováveis no sistema
electroprodutor), o que corresponde a um valor de mercado de 750 milhões de Euro. A previsível
competitividade das PC permite antever que progressivamente irão ganhar quotas de mercado
cada vez mais relevantes relativamente a estes investimentos.
É uma nova oportunidade tecnológica e económica que emerge e que no caso nacional nos
deve criar a obrigação de estar, no médio prazo, para além da passiva importação e exploração de
sistemas e aplicações.
O objectivo deste PPS é o de permitir, através da instalação de uma unidade de demonstração,
localizada no Porto, promover um processo de transferência e endogeneização de tecnologias das
entidades fabricantes para o consórcio, no que se refere ao projecto, instalação, operação e
manutenção destas unidades, criando condições para que a esperada penetração das PC no
mercado nacional se possa vir a efectuar com significativa participação da tecnologia, engenharia e
indústria nacional (na concepção, projecto, instalação, operação e fornecimento de subsistemas).
Visa-se assim a aquisição, instalação e operação de um sistema de PC para produção de energia
eléctrica ou eléctrica e térmica (co-geração) com alimentação directa de hidrogénio ou através de
um reformador, que extrai de um gás como o propano ou o gás natural ou de biogás o hidrogénio
necessário ao funcionamento da PC.
2
5. PROJECTO EDEN – ENDOGENIZAR O DESENVOLVIMENTO DE ENERGIAS NOVAS
Assim perspectiva-se a instalação de uma PC no Porto, a instalar eventualmente nas instalações
de um aterro que produza biogás e testar uma solução, com potência eléctrica compreendida entre
os 5 e os 10 kWe.
Com esta unidade pretende-se adquirir um conhecimento prático efectivo das capacidades e
limitações destas tecnologias em aplicações estacionárias de produção distribuída de energia, e sua
adequação para utilizar o biogás proveniente de aterros para a produção de electricidade.
Criar-se-á um quadro de colaboração com os fornecedores seleccionados que viabilize a
formação de técnicos das empresas do consórcio na concepção e projecto de sistemas, no
conhecimento aprofundado das especificações técnicas e tecnológicas associadas às alternativas
existentes, e através de um trabalho de “reverse engineering” a criação de competências internas
que permitam a internalização do projecto global do sistema e dos vários subsistemas nele
integrados e que viabiliza o posicionamento destas entidades como integradoras de sistemas.
3
6. PROJECTO EDEN – ENDOGENIZAR O DESENVOLVIMENTO DE ENERGIAS NOVAS
C ONTEXTO DO R ELATÓRIO
Este relatório diz respeito à execução material da actividade de I&D realizada no âmbito do
PPS 2 do projecto “EDEN- Endogenizar o Desenvolvimento de Energias Novas”, desde 1 de Março
de 2006 até Junho de 2007.
É relatado todo o trabalho realizado no âmbito das tarefas B1.1, B1.2, B1.3, B1.4, B1.5,
B1.6, B1.7, B2.1 e B2.2.
De acordo com o cronograma definido as restantes tarefas vão apenas a ser inicializadas no
2º semestre de 2007 pelo que ainda não constam do presente relatório.
4
7. PROJECTO EDEN – Actividade B1
A CTIVIDADE B 1 – ANÁLISE DO ESTADO DA A RTE E PRÉ-QUALIFICAÇÃO DE
RÉ-
F ORNECEDORES
Proceder-se-á ao estudo actualizado da situação actual da tecnologia, das alternativas
tecnológicas existentes, fazendo-se uma avaliação comparativa das respectivas vantagens,
limitações, perspectivas de desenvolvimento, condições de operação, custos actuais e previsão da
sua evolução a médio prazo.
No âmbito desta actividade realizar-se-ão visitas a fornecedores e a instalações de demonstração
em operação e analisar-se-ão as problemáticas associadas ao licenciamento e operação.
Nos contactos com os fornecedores dar-se-á relevância à sua disponibilidade para estágios de
formação de técnicos nacionais e ao acompanhamento da concepção do projecto das unidades
adquirir, por quadros das empresas que integram o consórcio. Como resultado desta actividade
serão pré-qualificados os fornecedores a contactar para apresentação de propostas formais, para as
unidades a instalar.
5
9. Tarefa B1.1
ÍNDICE
1. Resumo da tarefa……………………………………………………………………………………….8
2. Introdução………………………………………………………………………………………………9
3. Actividade I&D Realizada…………………………………………………………………………….12
3.1 Caracterização dos tipos de células de combustível existentes no mercado .................... 12
3.1.1. Células de Combustível PEMFC e DMFC................................................................... 15
3.1.2. Células de Combustível AFC .................................................................................... 17
3.1.3. Células de Combustível PAFC................................................................................... 17
3.1.4. Células de Combustível MCFC ................................................................................. 18
3.1.5. Células de Combustível SOFC .................................................................................. 19
3.2. Levantamento da informação disponibilizada pelos fornecedores – modelos
comercializados ..................................................................................................................... 20
3.2.1. Células de Combustível PEMFC e DMFC................................................................... 23
3.2.2. Células de Combustível SOFC .................................................................................. 31
3.2.3. Células de Combustível AFC .................................................................................... 38
3.2.4. Células de Combustível PAFC................................................................................... 40
3.2.5. Células de Combustível MCFC ................................................................................. 43
4. Conclusões Gerais……………………………………………………………………………………48
5. Referências Bibliográficas…………………………………………………………………………….49
7
10. Tarefa B1.1
1. RESUMO DA TAREFA
No decorrer desta tarefa proceder-se-á à recolha da informação disponível abrangendo os
aspectos tecnológicos e de mercado e as experiências operacionais das diversas tecnologias,
informação esta que será disponibilizada pelos fornecedores ou com origem em fontes
independentes.
8
11. Tarefa B1.1
2. INTRODUÇÃO
A indústria eléctrica passa actualmente por uma fase de reflexão face às recentes subidas no custo
dos combustíveis, bem como à problemática do custo das emissões de CO2, o que leva ao
reequacionamento do papel das tecnologias tradicionais criando oportunidades para as novas
tecnologias e redefinindo o âmbito e o carácter das regulações governamentais. Estas alterações
advêm da interacção das seguintes forças propulsoras:
− Uma emergente alteração tecnológica pode oferecer fontes de geração distribuída com
benefícios não acessíveis às tradicionais e centralizadas fontes de energia;
− Aumento das preocupações com a segurança de abastecimento têm revelado a
vulnerabilidade de produção de energia centralizadas a acidentes ou sabotagens;
− Constrangimentos ambientais mais restritivos na produção de energia são inevitáveis já que
esta produção representa uma parcela importante na poluição local e global;
A indústria energética responde a estas questões com uma panóplia de estratégias de negócio:
preço flexível para os grandes consumidores, separação dos activos de produção, transmissão e
distribuição, esforços agressivos de contenção de custos, diversificação das fontes energéticas.
Emerge desta situação uma indústria mais diversificada e mais competitiva que continuará a
mudança das companhias tradicionais focadas na “produção-transmissão-distribuição” para
companhias com uma estrutura mais heterogénea.
Uma das mais prometedoras e excitantes tecnologias emergentes é a das pilhas de
combustível que converte combustível em energia com eficiências muito interessantes, e que, não
existindo combustão, no caso do hidrogénio apresenta emissões poluentes praticamente
inexistentes e, no caso dos combustíveis fósseis, limitadas ao inevitável CO2.
Têm-se observado nos últimos tempos significativos progressos na investigação desta
tecnologia, para diferentes tipos de solução e quer para aplicações estacionárias ou para
aplicações automóveis, que podem levar a uma comercialização muito competitiva destes
produtos já num horizonte de 5 anos.
O uso de células de combustível e de tecnologias de hidrogénio, para explorar os benefícios daí
decorrentes na produção descentralizada e nos transportes, estão entre as prioridades propostas
em duas recentes Comunicações da Comissão Europeia: “An Energy Policy for Future” e “Towards
a European Strategic Energy Technology Plan”, ambas de 10.01.2007.
A Comissão Europeia irá preparar, em 2007, o primeiro Plano Estratégico Europeu para as
Tecnologias Energéticas, como parte integrante da sua Política Energética para a Europa. A União
9
12. Tarefa B1.1
Europeia fixou três objectivos-chave para o desenvolvimento das suas tecnologias energéticas:
reduzir o custo actual das energias renováveis, facilitar a utilização eficiente da energia e colocar as
indústrias europeias em posição de liderança no domínio das tecnologias com baixas emissões de
carbono. Foram estabelecidas metas a longo prazo:
2020: meta de 20% de renováveis, incluindo o aumento da contribuição das energias
renováveis de menor custo, como a eólica off-shore e os biocombustíveis de segunda
geração
2030: fontes de baixo carbono, captura e armazenamento de CO2 em centrais eléctricas
utilizando combustíveis fósseis e adaptação crescente dos transportes ao uso de
biocombustíveis de segunda geração e de células de combustível de hidrogénio;
A partir de 2050: um “mix” energético que poderia incluir um maior contributo das
renováveis, carvão e gás sustentáveis, hidrogénio sustentável e, para os estados membros
que o pretendam, energia de cisão avançada e energia de fusão.
Tudo isto deverá ser feito em conjunto com uma melhor utilização da energia nos processos de
conversão, nos edifícios, na indústria e nos transportes.
A União Europeia aposta nas células de combustível como um vector tecnológico importante
para o uso eficiente do gás natural ou do hidrogénio. A Plataforma Tecnológica Europeia do
Hidrogénio e Células de Combustível (HFP)1 definiu acções de implementação que constituem a
base de um Programa Europeu do Hidrogénio e Células de Combustível, para o período 2007 –
2015, de investigação, desenvolvimento de tecnologia e demonstração, cujas principais metas são:
Desenvolvimento dos veículos a hidrogénio e das infra-estruturas associadas para
comercialização em 2015, podendo vir a atingir-se um valor de vendas anual de 1.8 milhões
de veículos por volta de 2020;
Abastecimento de hidrogénio sustentável: satisfazer 10-20% da procura de hidrogénio com
tecnologias livres ou de baixa emissão de CO2 por volta de 2015;
Células de combustível para cogeração e produção eléctrica: ter mais de 1 GW de
capacidade em operação em 2015 (podendo vir a atingir-se 16 GW em 2020), implicando
desenvolvimentos nas três tecnologias - PEMFC, MCFC and SOFC – de forma equilibrada
para atingir os objectivos de transição e de longo prazo;
Células de combustível para aplicações portáteis (dispositivos electrónicos e geradores
eléctricos portáteis): introduzir “milhares” de produtos no mercado por volta de 2010.
1
https://www.hfpeurope.org/
10
13. Tarefa B1.1
No quadro seguinte resumem-se os pressupostos do plano de implementação do HFP para
2020.
Tabela 1- “Snapshot 2020” do HFP: pressupostos relativos às aplicações do hidrogénio e células de
combustível no cenário 2020
Entre as futuras opções tecnológicas de conversão de electricidade/calor, as células de
combustível SOFC (incluindo IT-SOFC2) e MCFC3 deverão ter um desenvolvimento alargado a
curto/médio prazo em pequenas aplicações distribuídas de produção combinada de calor e
electricidade, sendo para tal necessário I&D em materiais (por exemplo, para melhorar o transporte
iónico e, logo, a eficiência das células IT-SOFC) e redução de custos4. A longo prazo, é ainda
necessário o desenvolvimento faseado das infra-estruturas de produção, distribuição e
armazenamento de hidrogénio.
2
IT-SOFC: Intermediate Temperature (500° C - 600° C) Solid Oxide Fuel Cells
3
MCFC: Molten Carbonate Fuel Cell
4
Transition to a sustainable energy system for Europe - The R&D perspective, A summary report by the
ISSN 1018-5593, Comissão Europeia, 2006, disponível em
Advisory Group on Energy,
http://ec.europa.eu/research/energy/gp/gp_pu/article_1100_en.htm
11
14. Tarefa B1.1
3. ACTIVIDADE I&D R EALIZADA
3.1 CARACTERIZAÇÃO DOS TIPOS DE CÉLULAS DE COMBUSTÍVEL EXISTENTES NO MERCADO
Fazendo uma pequena descrição da tecnologia, uma pilha de combustível consiste em dois
eléctrodos porosos, cada um revestido num dos lados por uma camada catalisadora de platina,
separados por um electrólito. O hidrogénio (combustível) é alimentado no ânodo (-) e o oxigénio -
ou ar - (oxidante) entra na célula de combustível através do cátodo (+). Através da acção de um
catalisador os átomos de hidrogénio são decompostos em protões e electrões, que seguem
caminhos diferentes para o catado.
Os protões são conduzidos através do electrólito para o cátodo e os electrões, que não
podem passar através do electrólito, criam uma corrente eléctrica externa que pode ser utilizada
antes de regressar ao cátodo, na qual é reunida com os iões positivos de hidrogénio e oxigénio
para formar água e calor.
Em seguida pode ver-se um esquema de uma PC.
O rendimento eléctrico obtido é superior ao que se obtém no caso dos motores de combustão
interna.
Durante o processo de conversão da energia química do combustível em energia eléctrica,
liberta-se calor, o que implica que uma parte da energia química não é convertida em electricidade
12
15. Tarefa B1.1
e portanto o rendimento baixa significativamente. Em sistemas de Cogeração, o calor libertado
pode ser aproveitado, aumentando-se assim o rendimento global do sistema.
As pilhas de combustível apresentam eficiências energéticas na ordem dos 45% em termos
eléctricos e de cerca de 80% em instalações de Cogeração, em que o aproveitamento do calor
libertado permite atingir valores de eficiência global daquela gama. Com estes valores de eficiência,
estas ofuscam as micro turbinas e os motores de combustão interna e, levando em linha de conta
as perdas na transmissão e na distribuição, podem inclusivamente competir com a tecnologia de
ciclo combinado de turbina de gás.
De forma a obter-se potências mais elevadas podem associar-se várias células de combustível em
série, resultando então na denominada pilha de combustível.
O electrólito pode ser um meio líquido ou sólido e tem grande influência no desenho e
temperatura de funcionamento.
O tipo de electrólito determina quer a natureza e pureza do combustível e do oxidante, quer a
temperatura de funcionamento.
Os preços por kWe instalados são actualmente de 2000 a 3000 USD, podendo estes valores
chegar aos 1000 USD a prazo.
Neste tipo de soluções, dependendo do tipo de tecnologia, o combustível pode ser hidrogénio,
gás natural, biogás, etanol e mesmo diesel.
Dependendo das aplicações para que são direccionadas, as células de combustível necessitam
de possuir características diferentes. Por exemplo, para aplicações portáteis, o ideal é que as células
seleccionadas trabalhem à temperatura ambiente, de modo a evitar a necessidade de aquecimento
adicional e a reduzir o tempo de arranque.
Com o intuito de responder a diversas necessidades operacionais, foram desenvolvidos
diferentes tipos de células. As células de combustível podem ser caracterizadas tendo em atenção
diferentes parâmetros, nomeadamente, o electrólito, a temperatura de operação ou a espécie
química transportadora de carga. Na tabela seguinte encontram-se resumidamente os diferentes
tipos de células, bem como as suas principais características.
13
16. Tarefa B1.1
Tabela 2– Tipos de células de combustível e principais características
Tipo de Temperat Rendime
células de Electról Transporta ura de Combustí nto
combustív ito dor de Cargas operação vel eléctrico
el (ºC) (%)
Alcalina
OH-
KOH 60-120 H2 puro 35 - 55
(AFC)
Membr
Polímer
ana de
H2 puro
H+
o sólido 50-100 35 - 45
Permuta
(tolera CO2)
(Nafion)
Iónica
(PEMFC)
H2 puro
(tolera o CO2
Acido
Ácido
H+ ~220 e CO a 40
Fosfórico
fosfórico
aproximadam
(PAFC)
ente 1 %)
H2, CO,
Carbon
Carbon
CH4, outros
ato de
ato 2-
CO3 ~650 hidrocarbonet >50
potássio e
Fundido
os (tolera o
de lítio
(MCFC)
CO2)
H2, CO,
Óxido
CH4, outros
Oxido
sólido
~1000 >50
hidrocarbonet
Sólido
(ytria, O2-
os (tolera o
(SOFC)
Zirconia)
CO2)
As pilhas de combustível podem ser categorizadas de acordo com o material do electrólito e,
consequentemente, com as aplicações de baixa media ou alta temperatura.
Apesar das elevadas temperaturas de funcionamento das MCFC e SOFC resultarem em
eficiências termodinâmicas mais baixas, uma melhor cinética, bem como a opção de se utilizar os
gases de escape com elevada temperatura, compensam esse facto.
As pilhas de hidrogénio de elevadas temperaturas oferecem ainda a vantagem da reformação
interna, em que o calor produzido na reacção electro química é simultaneamente usado por
14
17. Tarefa B1.1
reformar Gás Natural ou outros combustíveis em hidrogénio dentro da chaminé, diminuindo o
esforço de arrefecimento requerido já que mais eficientemente se usa o calor.
Outra característica das pilhas de combustível de alta temperatura reside no facto de não
necessitar de níveis de pureza tão elevados do combustível.
As pilhas de hidrogénio de alta temperatura apresentam eficiências na ordem dos 50%
existindo inclusivamente projectos de demonstração na Holanda.
Espera-se que no futuro, juntando pilhas de combustível (SOFC) a turbinas a gás, usando o
calor dos gases de escape, seja possível atingir eficiência na ordem dos 60%. Também as pilhas de
hidrogénio da tecnologia MCFC podem ser acopladas a turbinas de vapor com eficiências
energéticas um pouco inferiores.
Por tudo isto, são as pilhas de hidrogénio de elevadas temperaturas as mais indicadas para
aplicações estacionárias.
No que diz respeito às tecnologias PAFC e PEMFC, estas incluem-se na categoria de baixa
temperatura de funcionamento. Estas requerem um processamento do combustível mais complexo
pois só podem funcionar com hidrogénio molecular puro. Assim sendo, neste tipo de pilha é
necessário um reformador para converter o combustível primário em hidrogénio.
Finalmente, no que diz respeito à tecnologia AFC, estas foram desenvolvidas no âmbito da
investigação espacial. O seu elevado custo de produção tem levado a algum atraso no seu
desenvolvimento
3.1.1. CÉLULAS DE COMBUSTÍVEL PEMFC E DMFC
As células de combustível com membrana de permuta iónica PEMFC (CCMPI em português),
possuem este nome devido à membrana polimérica especial usada como electrólito. O combustível
mais usado é hidrogénio puro (Kordesch et al, 1996). Estas células podem usar combustíveis
alternativos, que são previamente convertidos em hidrogénio, nomeadamente o metanol, etanol,
metano, etc (Cappadonia et al, 2000). O único produto líquido resultante é a água, evitando-se
assim problemas de corrosão. A membrana mais usada é constituída por Nafion, que quando
humidificada conduz protões do ânodo para o cátodo. Devido à exigência de humidificação as
temperaturas de operação deste tipo de células são relativamente baixas (inferiores a 100 ºC),
mesmo trabalhando sob pressão (Hoogers, 2003). Como as temperaturas de operação são baixas, é
necessário o uso de um catalisador para aumentar a velocidade da reacção. O catalisador usado é a
platina, em pequenas quantidades, representando o seu custo uma pequena parte do custo total
15
18. Tarefa B1.1
da célula. A platina usada para estas temperaturas é altamente sensível ao envenenamento pelo
CO e tolera o CO2 (Joon, 1998).
As PEMFC não têm problemas de corrosão, têm um processo de fabrico simples e permitem
trabalhar a elevadas densidades de corrente.
Existe uma variante deste tipo de células, que são as células com alimentação directa de
metanol (DMFC). Em termos de transporte e armazenamento, este combustível apresenta grandes
vantagens sobre o hidrogénio: é líquido à temperatura ambiente, podendo ser facilmente
transportável e armazenado (Hirshenhofer et al., 1998). Os principais problemas desta célula são o
facto de o metanol se difundir através da membrana do ânodo para o cátodo e as perdas
electroquímicas no ânodo. Estes dois factores diminuem a eficiência da célula. Estes inconvenientes
poderão ser ultrapassados através de uma investigação mais profunda sobre este assunto,
tornando-se esta célula particularmente útil para aplicações portáteis e meios de transporte
(Larminie, 2002).
Em seguida apresentam-se as reacções que se dão no ânodo e no cátodo para as PEMFC
(respectivamente (0.1) e (0.2)).
Reacções PEMFC
H 2 ( g ) → 2 H + (aq ) + 2e − (0.1)
1
O2 ( g ) + 2 H + (aq ) + 2e− → H 2O(l ) (0.2)
2
Por outro lado para as DMFC as reacções que se dão no ânodo e no cátodo são
respectivamente (0.3) e (0.4).
Reacções DMFC
CH 3OH (aq ) + H 2O(l ) → CO2 ( g ) + 6e − + 6 H + (aq ) (0.3)
3
6 H + (aq ) + 6e − + O2 ( g ) → 3H 2O(l ) (0.4)
2
16
19. Tarefa B1.1
3.1.2. CÉLULAS DE COMBUSTÍVEL AFC
As células de combustível alcalinas (AFC), foram o primeiro tipo de células a aparecer, têm
uma das histórias mais longas de todos os tipos de células de combustível, tendo sido desenvolvidas
como um sistema de trabalho pelo investigador pioneiro F.T. Bacon desde 1930. Esta tecnologia foi
muito desenvolvida nos programas espaciais Gemini e Apollo e foi um passo chave para colocar o
homem na Lua. Nestas células, o electrólito utilizado é uma solução concentrada de KOH para
temperaturas elevadas e menos concentrada para temperaturas inferiores (Larminie, 2002). As CCA
apresentam um grande problema, que é a adsorção do CO2 pelos electrólitos alcalinos usados
(NaOH, KOH), o que eventualmente reduz a condutividade do electrólito. Sendo assim, não pode
ser usado como combustível hidrogénio impuro contendo CO2 e o ar tem de ser limpo de modo a
não conter CO2 (necessária a utilização prévia de um oxidante). O problema das velocidades de
reacção baixas (baixas temperaturas), é superado usando eléctrodos porosos, contendo platina e
operando a pressões elevadas. Devido a estes inconvenientes, as AFC apenas conseguiram
conquistar alguns mercados especiais, tal como as aplicações espaciais. Algumas tentativas
comerciais foram feitas para mudar tal facto, como foi o caso da ZETEK/ZEVCO que utilizou este
tipo de célula nos táxis de Londres e em camiões, e a ETAING GmbH que utilizou este tipo de
células em navios (Hoogers, 2003).
A grande vantagem das células AFC é o seu preço, são bastante baratas. Tal facto ajuda a
que esta tecnologia penetre num mercado altamente especializado para sistemas de propulsão em
recinto fechado, como veículos de transporte nos aeroportos, ou em vários segmentos no sector
dos equipamentos portáteis (Hoogers, 2003).
Abaixo apresentam-se as reacções que se dão no ânodo e no cátodo (respectivamente (0.5) e
(0.6)).
Reacções AFC
H 2 ( g ) + 2OH − (aq ) → 2 H 2O(l ) + 2e− (0.5)
1
O2 ( g ) + H 2O(l ) + 2e − → 2OH − (aq ) (0.6)
2
3.1.3. CÉLULAS DE COMBUSTÍVEL PAFC
17
20. Tarefa B1.1
As células de combustível de ácido fosfórico (PAFC, ou CCAF em português) foram
desenvolvidas para o mercado de geração de energia de média escala. Foram as primeiras células
produzidas comercialmente, existindo muitas unidades de 200 kW instaladas na Europa e nos
Estados Unidos (Larminie, 2002).
As PAFC operam a uma temperatura de 200 ºC usando como electrólito o H3PO4 fundido.
Este electrólito é relativamente estável quando comparado com outros ácidos comuns. Assim, as
PAFC podem produzir energia eléctrica a temperaturas elevadas. Além disso, o uso de um ácido
concentrado facilita a gestão da água na célula uma vez que minimiza a pressão de vapor da água.
O suporte utilizado para o ácido é o carboneto de silício e o catalisador é a platina (Kordesch e
Simader, 1996).
Porém, em comparação com as duas células de combustível a baixa temperatura (AFC,
PEMFC), as PAFC apenas atingem densidades de corrente moderadas.
Estas células também são sensíveis ao envenenamento pelo CO e são tolerantes no que diz
respeito ao CO2 (Joon, 1998).
Em seguida apresentam-se as reacções que se dão no ânodo e no cátodo (respectivamente
(0.7) e (0.8)).
Reacções PAFC
H 2 ( g ) → 2 H + (aq ) + 2e − (0.7)
1
O2 ( g ) + 2 H + (aq ) + 2e− → H 2O(l ) (0.8)
2
3.1.4. CÉLULAS DE COMBUSTÍVEL MCFC
As células de carbonato fundido (MCFC) funcionam na gama de temperaturas de 600-700 ºC
e utilizam como electrólito uma combinação de carbonatos alcalinos (Na, K, Li) estabilizados num
suporte de LiAlO2. A altas temperaturas, os carbonatos alcalinos formam um sal que possui uma
alta condutividade de iões carbonato. Como catalisador pode-se usar o níquel no ânodo e óxido de
níquel no cátodo, não sendo necessário o uso de metais nobres (Hirschenhofer et al., 1998). Apesar
desta aparente simplicidade e funcionalidade, o problema reside na natureza do electrólito, que é
extremamente corrosivo.
Abaixo apresentam-se as reacções que se dão no ânodo e no cátodo (respectivamente (0.9) e
(0.10)).
18
21. Tarefa B1.1
Reacções MCFC
H 2 ( g ) + CO32 − → H 2O( g ) + CO2 ( g ) + 2e− (0.9)
1
O2 ( g ) + CO2 ( g ) + 2e− → CO32 − (0.10)
2
3.1.5. CÉLULAS DE COMBUSTÍVEL SOFC
As células de combustível de óxido sólido (SOFC) funcionam na gama de temperaturas de
600-1000 ºC e utilizam como electrólito um metal óxido sólido e não poroso, usualmente Y2O3
estabilizado em ZrO2. Tipicamente o ânodo é Co-ZrO2 ou Ni-ZrO2 e o cátodo é Sr-LaMnO3.
Em seguida apresentam-se as reacções que se dão no ânodo e no cátodo (respectivamente
(0.11) e (0.12)).
Reacções SOFC
H 2 ( g ) + O2 − → H 2O(l ) + 2e− (0.11)
1
O2 ( g ) + 2e− → O 2− (0.12)
2
Estes dois últimos tipos de células de combustível (óxido sólido e carbonato fundido), que
funcionam a altas temperaturas, são principalmente utilizadas para potências elevadas (da ordem
dos MW), em sistemas estacionários de conversão energética. Nestes sistemas o electrólito consiste
em materiais de transporte de aniões, como O2- e CO32-, que são os portadores de carga.
Estes dois tipos de células de combustível têm duas vantagens principais sobre as células de
baixa temperatura. A primeira vantagem é de poderem alcançar altos rendimentos energéticos,
cerca de 60 % dos protótipos alcançam rendimentos superiores a 45 %. Isto torna-as
particularmente atractivas para a geração eficiente de energia estacionária (Hoogers, 2003). A
segunda vantagem são as altas temperaturas de operação, que permitem o uso de combustíveis
com misturas de H2/CO, de modo que o necessário processo de conversão do combustível pode
acontecer na própria célula. Isto reduz a complexidade destes sistemas quando comparados com os
sistemas que possuem células que operam a baixas temperaturas e requerem a geração de
hidrogénio como um passo prévio adicional. Existe também a possibilidade de integração destas
células em ciclos de turbinas a vapor ou a gás.
19
22. Tarefa B1.1
O facto das células de combustível a altas temperaturas não poderem ser facilmente
desligadas é aceitável para o sector estacionário, mas provavelmente só aplicável para este tipo de
sectores (Hoogers, 2003), dada a sua inércia de funcionamento.
3.2. LEVANTAMENTO –
DA INFORMAÇÃO DISPONIBILIZADA PELOS FORNECEDORES MODELOS
COMERCIALIZADOS
No âmbito da presente tarefa foi efectuado um levantamento de informação quanto aos
modelos actualmente comercializados e quanto aos estados actuais de desenvolvimento dos
diferentes tipos de células de combustível.
Da pesquisa efectuada concluiu-se que consoante a aplicação desejada quer o tipo de célula
quer o tipo de combustível é diferente. Consequentemente a rede de fornecedores será igualmente
diferente.
Para pequenas aplicações estacionárias:
• Células a Combustível de 0.5 kW a 10 kW
• Pequenos equipamentos portáteis: computadores portáteis e telemóveis
• Mercado residencial, comercial e serviços, com funções de fornecimento de energia ininterrupta
• 80 empresas no mundo inteiro,
• 900 pequenos sistemas estacionários em funcionamento
• Maioria dos sistemas nesta área utiliza a tecnologia de célula a combustível PEMFC (Membrana
de permuta de Protões). As SOFC (célula a combustível de Óxido Sólido) também começam a
surgir neste mercado.
• O combustível preferido para estas aplicações é o gás natural e propano e o metanol para as
PEMFC (que de facto passarão a ser DMFC);
• Actualmente este mercado não pode trazer um retorno atractivo, pois além dos preços estarem
muito altos, a vida útil destas primeiras gerações ainda não são satisfatórias (é necessário uma
durabilidade de 5 anos),neste momento apenas duram pouco mais de 1 ano;
• Nas áreas comercial e de serviços (telecomunicações, bancos, etc.), o sistema de reserva de
energia, tem-se revelado um mercado de aplicação interessante, necessitando apenas um regime
de funcionamento esporádico (Axane e Plug Power).
20
23. Tarefa B1.1
• Cerca de 80% dos fabricantes nestas aplicações estão nos (EUA);
• Os custos são superiores a 4000 €/kW
Para Grandes aplicações estacionárias:
• De entre todas, é a aplicação mais testada e investigada nos últimos 30 anos
• Nos últimos 2 anos existem muitos casos de sistemas de demonstração
• Potência de saída de 10 kW, embora a média seja próxima de 200kW
• As menores são MCFC de 250kW e as maiores de PAFC com 11MW.
• Existem 650 sistemas construídos e em operação no mundo inteiro
• competem neste mercado as tecnologias SOFC e MCFC, ocupando o espaço que
• pertencia às PAFC (CC de Ácido Fosfórico)
• As aplicações com MCFC e a SOFC, são tecnologias de alta temperatura de operação e com alta
eficiência, onde o calor rejeitado pode ser aproveitado e/ou ser integrado a uma turbina a gás.
Utilizam módulos de 250kW
• As PEMFC é outra das tecnologias emergentes nesta área de aplicação, mas com módulos mais
pequenos 75kW. As empresas envolvidas são Ballard Power e Nuvera.
• Vários combustíveis são utilizados como fonte de hidrogénio (gás natural, etanol, biogas, metano
da fermentação, metano do carvão mineral)
• As principais instalações de células a combustível estacionárias acima de 10kW estão no Japão e
na América do Norte, principalmente nos EUA
• A Alemanha lidera o mercado europeu com 60% da capacidade instalada (o maior sistema é de
200kW)
Depois de caracterizadas estas diferenças procedeu-se à recolha e sistematização da informação
disponibilizada pelos fornecedores de células de combustível.
Para tal começou-se por seleccionar uma série de fornecedores e, a partir dessa listagem procurar
a informação disponível para os diferentes tipos de células de combustível. Os fornecedores foram
escolhidos com base em informações disponibilizadas por outros promotores de projectos de
demonstração. De todas os existentes foram escolhidos os que, para além de terem sido
21
24. Tarefa B1.1
recomendados, apresetavam uma maior informação e uma maior experiência no fabrico e
desenvolvimento deste tipo de tecnologia.
Fornecedores seleccionados:
• Astris, Energi Inc. (Canadá) www.astris.ca
• EFOY (Alemanha) www.smartfuelcell.de
• H2 Industrial (Dinamarca) www.h2industrial.com
• ElectroChem, Inc. (EUA) www.fuelcell.com
• Toshiba International Fuel www.toshiba.co.jp/product/fc/fce/
Cells, Inc. (Japão)
www.plugpower.com
• Plug Power(EUA – Holanda)
www.nuvera.com
• Nuvera (EUA – Itália)
www.fce.com
• Fuel Cell Energy (EUA)
www.ztekcorp.com
• ZTEC Corporation (EUA)
www.ballard.com
• BALLARD (Canadá)
www.h2economy.com
• H2 Economy (Arménia)
• Ceramic Fuel Cells Limited www.cfcl.com.au
(Austrália)
www.delphi.com
• DELPHI (EUA)
www.htceramix.ch
• HT Ceramix (Suiça)
www.axane.fr
• Axane (França)
• Fuji Electric Company, Ltd. www.fujielectric.co.jp/eng/
(Japão)
www.acumentrics.com
• Acumentrics (EUA)
www.utcpower.com
• UTC Power (EUA)
www.powergeneration.siemens.co
• Siemens (Alemanha)
m
22
25. Tarefa B1.1
3.2.1. CÉLULAS DE COMBUSTÍVEL PEMFC E DMFC
As características das células de combustíveis PEMFC e DMFC comercializadas são
apresentadas de seguida.
Fornecedor NUVERA
A Nuvera comercializa um módulo de nova geração de pilhas de combustível PEM,
denominado PowerFlowTM.
Em resposta às necessidades do mercado, PowerFlow é uma pilha combustível completa,
inteiramente automatizada e projectada para ser instalada em veículos e equipamentos industriais.
Caracteristicas técnicas
Potência eléctrica de saída …................................. 0 a 5,0 kW
Tensão................................................................... 36 ou 48 VDC
Eficiência eléctrica………....................................... 52 %
Volume....................................................................81 l
Combustível............................................................ Hidrogénio
Exhaust Emissions................................................... Vapor Água
Operating Temperature........................................... 0ºC a 35ºC
Nível de ruído.......................................................... 66 dBA
Figura 1 – Pilha de combustível PowerflowTM
23
26. Tarefa B1.1
Fornecedor BALLARD
Este fornecedor comercializa pilhas de combustível tipo PEM por forma a responder à
procura do mercado por células de elevada eficiência e durabilidade. Os modelos de seguida
apresentados são os comercialmente denominados por Mark 902 e Mark 1030.
O modulo de células de combustível Mark 902 pertence à quarta geração de células de
combustível da BALLARD e foi projectado especificamente para a utilização em veículos de
passageiros e permite obter uma potência máxima de 85 kW em funcionamento continuo.
Este módulo (Mark 902) permite igualmente obter configurações que debitam potências
eléctricas compreendidas entre 10 kW e 300 kW dependendo do tipo de utilização e dos
requerimentos do projecto.
Figura 2 – Pilha de combustível MARK 902
Caracteristicas técnicas:
Tipo de célula: PEM
Desempenho : 85 kWe contínuos
Corrente eléctrica: 300 Amps1
Tensão DC: 284 Volts2
Combustível : Hidrogénio
Oxidante : Ar
Temperatura de operação (nominal): 80°C
Pressão nominal de combustível: 1 a 2 barg
Pressão nominal do ar: 1 a 2 barg
Dimensões: 805 x 375 x 250 mm
Peso: 96 kg
Volume: 75 litros
24
27. Tarefa B1.1
Um outro produto comercializado é a pilha de combustível Mark1030 que utiliza um liquida
refrigerante. Em anexo à célula, um dispositivo de monitorização da tensão da pilha é fornecido. As
características desta pilha são as seguintes:
Características técnicas:
Tipo de célula: PEM
Desempenho : 13200 kWe
Corrente eléctrica: 35 Amps1
Combustível: Gás rico em Hidrogénio (>72% H2) e com < 10 ppm CO
Oxidante: Ar filtrado
Temperatura armazenamento: 0 a 40°C
Temperatura arranque: > 0 °C
Humidade relativa: 90 a 110%
Dimensões : 430 x 171 x 231 mm
Peso 20,5 kg
Volume 17 litros
Figura 3 – Pilha de combustível MARK 1030
Fornecedor EFOY
25
28. Tarefa B1.1
A EFOY comercializa células de combustível com alimentação directa de metanol (DMFC)
capaz de fornecerem 600, 1200, 1600 Wh de energia .
A série comercializada de células de combustível consiste em três modelos: A EFOY 600 que
fornece uma energia eléctrica de 600 Wh por dia, O EFOY 1200 que fornece uma energia eléctrica
de 1.200 Wh por dia, sendo o sucessor directo da célula combustível SFC A50.
O EFOY 1600 é, por sua vez o modelo apropriado para procuras de energia mais elevada,
capaz de fornecer 1600 Wh de energia eléctrica por dia, uma corrente até 130 A-hora. O seu peso
é de 7,5 kg e o seu tamanho é de 43.5 x 20.0 x 27.6 cm.
Todas as células combustíveis de SFC operam com cartuchos de combustível próprios para
este tipo de células, um método seguro e conveniente de alimentar a pilha. Os cartuchos são
normalizados de acordo com padrões técnicos alemães. Com um único M10 cartucho de 10 litros é
possível gerar mais de 600 A-hora de electricidade. Os recipientes de maior capacidade estão
disponíveis a pedido do cliente.
Figura 4 – Pilha de combustível EFOY 1600
Fornecedor H2 Industrial
A pilha da célula combustível com alimentação directa de metanol (DMFC)
comercializada pela H2 Industrial consiste num conjunto de 15 unidades de células electricamente
ligadas em série. Cada unidade da pilha é alimentada com metanol e ar através de um distribuidor
gás/ líquido.
Cada célula consiste numa placa bipolar de fluxo e de uma MEA. A MEA (membrane
electrode assembly) é o conjunto formado pelos eléctrodos, placas de carbono e a membrana
polimérica. A membrana tem neste caso uma área activa de 90 cm2.
Descrição técnica:
Saída eléctrica 100 W, máximo 150 W
Corrente da pilha 18 A
Tensão da pilha 6 W
26
29. Tarefa B1.1
Eficiência 35%
Número de células ligadas em série: 15
Dimensões da pilha: 145 mm x 145 mm x 163.5 mm
Peso da pilha 4 kg
Fonte de combustível metanol de 1.0 M °
Figura 5 – Pilha de combustível DMFC da H2 industrial.
Fornecedor H2 economy
Este fornecedor apresenta a comercialização de uma série de pilhas de combustível
denominado por ProFC™ .
As pilhas de combustível são compostas por 1 a 10-células produzindo assim de 12 a 100 W
de potencia eléctrica com uma tensão 0,6 a 6,0 V. Usado juntamente com um conversor AC-DC,
consegue-se alimentar aplicações como por exemplo computadores portáteis.
27
30. Tarefa B1.1
Figura 6 – Pilhas de combustível ProFCTM.
Fornecedor axane
A série de pilhas de combustível comercializada (Comm PacTM Base) pode fornecer energia
eléctrica de um modo contínuo e a sua acção pode ser complementada com o auxílio de energias
renováveis tais como energia solar e eólica.
Características técnicas:
Tipo de célula PEM
Gama de potência De 0,5 a 10 kW (1 a 2 módulos)
Capacidade de sobrecarga De 5 a 20 kW (dependendo da
configuração)
Voltagem 110V AC / 60 Hz
230 V AC / 50 Hz
48 V DC
Saída Sinusoidal THD1 < 5 % com carga resistiva
Poluição sonora 45 dba a 1 m
Peso 60 kg sem hidrogénio
Dimensão 150x170x210 cm
Máxima potência Transiente instantâneo
Temperatura de 55 °C a 70 °C
armazenamento
28
31. Tarefa B1.1
Temperatura de operação -40 °C a 45 °C
Figura 7 – Pilhas de combustível Comm PacTM.
Fornecedor Plug Power
A Plug Power comercializa sistemas de pilhas de combustível (PEM). A sistemas disponíveis
pertencentes à série GenCore fornecem energia eléctrica com tensões de 48Vdc ou 120Vdc
consoante o modelo. O combustível de alimentação é o Hidrogénio.
Características dos produtos 5B48 R5U120
Desempenho Taxa de produção
0 a 5000 W 0 a 5000 W
liquida
125,9 a 136,2
Voltagem ajustável 46 a 56 VDC (48)
VDC (120)
Gama de operação da 125,9 a 139,8
42 a 60 VDC
voltagem VDC
Gama de operação da
0 a 109 A 0 a 39.9 A
intensidade de corrente
Combustível 99,95 % em base 99,95 % em base
Hidrogénio gasoso
seca seca
80 +/- 16 psig (5,5 80 +/- 16 psig (5,5
Pressão de alimentação
+/-1.1 bar) +/-1.1 bar)
Composição 40 l/min a 3000 W 40 l/min a 3000
29
32. Tarefa B1.1
W
75 l/min a 5000
75 l/min a 5000 W
W
Operação Temperatura ambiente -40 ºC a 46 ºC -40 ºC a 46 ºC
0 % a 95 % (não 0 % a 95 % (não
Humidade relativa
condensados) condensados)
-197 ft a 6000 ft 197 ft a 6000 ft
Altitude
(-60 m a 1829 m ) (-60 m a 1829 m )
44” a 26” W x
44” a 26” W x 24”
Propriedades Dimensões 24” D (112 x 66 x 61
D (112 x 66 x 61 cm)
físicas cm)
Peso 500 Lbs (227 kg) 500 Lbs (227 kg)
Segurança Certificação FOC Classe A FOC Classe A
1,75 l/min
Emissões Água 1,75 l/min máximo
máximo
CO, CO2, NOx, SO2 < 1 ppm < 1 ppm
Ruído 60 dBA @1m 60 dBA @1m
Figura 8 – Pilhas de combustível Gen Core.
Fornecedor Electro Chem, Inc.
30
33. Tarefa B1.1
As pilhas de combustível da ElectroChem são fabricadas de modo a terem níveis elevados
de usabilidade e fiabilidade. A pilha EFC50-ST pode operar sem humidificação externa a pressões
superiores a 3 atm. A versatilidade destas pilhas permite que sejam alimentadas com H2 e O2, ou
com ar não sendo necessária a re-circulação de gases. As potências eléctricas fornecidas estão
entre: 10 e 20 W por célula.
Figura 9 – Pilhas de combustível Gen Core.
3.2.2. CÉLULAS DE COMBUSTÍVEL SOFC
Fornecedor Ceramic Fuel Cells Limited
A Ceramic Fuel Cells Limited é uma das principais companhias principais do mundo no
desenvolvimento contínuo da célula combustível de alta temperatura (SOFC), tendo projectado
uma pilha SOFC de 1kW e a partir dela produziu um sistema de produção de energia eléctrica e
calor a partir de uma pilha combustível do óxido (SOFC) (CHP) denominado Net~Gen.
A Net~Gen é uma unidade pré-comercial da demonstração, que permite avaliar o potencial
do dispositivo. Estes testes de campo permitem explorar mais o potencial da produção eficiente e
limpa de electricidade a partir dos sistemas micro-CHP com SOFC, tais como a Net~Gen.
A Ceramic Fuel Cells Limited está a produzir quantidades limitadas deste tipo de unidades.
Características técnicas
31
34. Tarefa B1.1
Energia eléctrica 1kW
Calor 1 kW
≈ 40 %
Eficiência eléctrica
≈ 80 %
Eficiência total
Voltagem – 1 ph 220/240 VAC 50
Hz
Dimensões 700x600x1200
mm
Peso 150 kg
Figura 10 – Unidade Net-Gen.
Para além das células de combustível e respectivos sistemas combinados de produção de
electricidade e calor, a Ceramic Fuel Cells Limited desenvolveu também uma estação de teste
Esta estação de teste é constituída por plataforma funcional e versátil que contém o
equipamento essencial tal como unidade da aquisição de dados (DAQ), controlo de caudais,
sistema de humidificação do combustível e sistema total de segurança para a unidade.
.
Fornecedor Delphi
O fornecedor DELPHI tem neste momento uma unidade de demonstração de células de
combustível SOFC denominado SECA.
32
35. Tarefa B1.1
Esta unidade produziu 4,24 kW de potência eléctrica quando alimentado a metano,
apresentado uma eficiência eléctrica de 37 por cento. Os resultados dos testes de durabilidade
mostram uma degradação de apenas 7% em 1.500 horas da operação.
Figura 11 – Unidade SECA.
Fornecedor ZTEC Corporation
O fornecedor ZTEC comercializa um produto denominado de EHVAC™ que usa um sistema
da células de combustível SOFC juntamente com um chiller de absorção, sendo um sistema
eficiente de produção de electricidade, calor e ventilação (EHVAC™). Esta configuração utiliza de
forma eficiente a exaustão das células SOFC para aquecer ou refrigerar um edifício.
Para a Cogeração o gás natural alimenta o reformador, onde é convertido a hidrogénio e a
monóxido de carbono antes de ser alimentada nas células combustíveis.
As reacções electroquímicas entre o combustível e o ar ocorrem no interior das células
combustíveis e produzem electricidade. A exaustão quente da célula combustível é então
conduzida ao chiller.
33
36. Tarefa B1.1
Figura 12–Sistema EHVAC.
Fornecedor HT Ceramix
A unidade de demonstração HoTbox™ é um sistema completo de demonstração de uma pilha
de combustível (SOFC) com potência de 500W. O sistema inclui também um isolamento contra as
baixas temperaturas, os controlos, um computador pessoal integrado num painel com software
dedicado, uma bateria ácida de ligação.
O sistema funciona com hidrogénio ou gás de reformação, e a pilha opera a uma temperatura
de 750°C. Este sistema é inteiramente autónomo e está equipado com uma bateria para o
arranque independente.
Foi projectado de forma a garantir uma fácil acessibilidade da pilha para manutenção. A
unidade de demonstração HoTbox™ é ideal para os clientes que pretendam ter uma unidade de
SOFC para mostrar as sua potencialidades, ou para aqueles interessados em testar o HoTbox™
num sistema já existente.
34
37. Tarefa B1.1
Figura 13 – Unidade Hotbox.
O combustível usado é o hidrogénio ou gás rico em hidrogénio proveniente da reformação
e a potência eléctrica fornecida é de 0.5 a 2 kW.
Fornecedor Siemens
Devido à necessidade de desenvolvimento e melhoria de desempenho do produto e,
sobretudo, a redução de custo uma nova série de geradores de energia foi desenvolvida.
A eficiência elevada e o aspecto ecológico das células combustíveis SOFC foram já bastante
estudadas pela Siemens Power Generation para aplicações estacionárias. A validação do produto e
a redução de custo são agora objectivos principais para o mercado das aplicações estacionárias.
O objectivo fundamental deste estudo de sistemas denominados SECA é desenvolver um
SOFC revolucionário que possa ser fabricado em grande escala para uma grande variedade de
aplicações com um custo mais baixo em relação aos componentes actuais. A fim de atingir estes
objectivos, a pesquisa em novos materiais está a decorrer.
Existe então a expectativa de começar a produzir produtos de pequena escala de SOFC
operando com gás natural ou em combustíveis líquidos disponíveis, tais como o querosene ou o
diesel.
35
38. Tarefa B1.1
Existe actualmente já um produto pré-comercial da Siemens Power Generation denominado
SFC-200. Consiste num sistema SOFC de cogeneração com potência de 125 kW, alimentado a gás
natural à pressão atmosférica, com eficiência eléctrica de 44-47% na potência nominal. Uma
eficiência total de >80% é esperada.
Figura 14 –Sistema SFC-200.
Para além do produto acima descrito foi efectuada uma extensa pesquisa, por parte da
Siemens Power Generation, no desenvolvimento de um protótipo de 5 kW que operasse com gás
natural, baseados em pilhas tubulares da Siemens power generation.
Como resultado dessa pesquisas e de um acordo cooperativo com a empresa Fuel Cell
Technologies (FCT), a Siemens Power Generation é actualmente o fornecedor de um sistema de
geração de energia eléctrica e calor com tecnologia SOFC de potência 5 kW a operar com gás
natural.
Figura 15 – Sistema FCT 5 kW SOFC.
Fornecedor Acumentrics
Este fornecedor comercializa os modelos RP-SOFC-5000 (5 kWe) e o RP-SOFC-10000 (10 kWe).
36
39. Tarefa B1.1
As pilhas de combustivel RP-SOFC podem ser alimentadas directamente com gás natural, propano ou
outros combustíveis similares. Isto permite eficiências eléctricas que variam entre 40%-50%. A alta
temperatura de operação permite aproveitar o calor gerado pela pilha aumentando a eficiência global para
valores acima dos 75%.
Características técnicas:
RP-SOFC-5000 [RP-SOFC-10000]
Saída eléctrica:
Potência de saída da SOFC: 5 kW / 5 kVA [10 kW / 10 kVA]
Tensão de saída: 120/240 V AC mono-fásicos
Corrente eléctrica: 31 amps [62 amps]
Tempo de arranque: Aquecimento de 10-30 min
Combustivel usado:
Tipos de combustível: gás natural, metano (standard)
propano, etanol, metanol e hidrogénio (opcional)
Dimensões: 68” L x 36” W x 60” H [68” L x 36” W x 72” H]
Peso: < 1,200 lbs [< 1,500 lbs]
Temperatura de operação: -20 a 120 degF
Emissões acústicas: 65 dBA
Manutenção:
Filtro de entrada do ar: Limpeza anual
Filtro de enxofre: Mudar após 9000 horas de operação
Garantia: Um ano.
Figura 16 – Pilha RP-SOFC-5000.
37
40. Tarefa B1.1
3.2.3. CÉLULAS DE COMBUSTÍVEL AFC
Fornecedor Astris, Energi Inc.
A POWERSTACK™ MC250 comercializada pela Astris é uma pilha monopolar, com células de
combustível alcalinas. Este produto é modular, permitindo obter potências na gama dos 300 W -
10 kW. Com a eliminação da platina e o uso de um electrólito barato, a POWERSTACK™ MC250
tem um custo muito mais baixo do que outras células combustíveis de baixa temperatura. O uso do
hidróxido de potássio como um electrólito permite que o POWERSTACK™ MC250 opere a
temperaturas inferiores a 0ºC. Com a baixa temperatura de operação e nenhuma exigência de
humidificação para o arranque, a MC250 tem um tempo de arranque rápido.
As pilhas operam com o hidrogénio e o ar, à pressão atmosférica.
Figura 17 – Pilha POWERSTACKTM MC250.
A LABCELL 200 é uma pilha de células de combustível alcalinas de tamanho médio, apropriada
para demonstração laboratorial. O LC200 pode ser completamente desmontada e remontada a fim
de se poder observar os seus componentes, tais como o cátodo e o ânodo. As pilhas têm potências
de saída até 240 W. Operam com o hidrogénio e o ar, à pressão atmosférica.
38
41. Tarefa B1.1
Figura 18 – Pilha LABCELL 200.
A última geração de pilhas AFC correspondente à série POWERSTACKTM MC 250 apresenta
melhorias significativas na densidade energética e sistemas de controlo inteligentes que requerem
uma intervenção mínima do utilizador. De referir o Modelo Portátil E8 com uma potência de 2,4
kW adequado parar uma série de aplicações portáteis e estacionárias.
Figura 19 – Modelo E8 - POWERSTACK™ MC250.
Este modelo apresenta uma potência nominal de 2,4 kW e fornece 48 VDC de energia
eléctrica com 50 amp de corrente. Este modelo contém duas pilhas POWERSTACK™ MC250-
1200W.
Esta unidade é alimentada por um reservatório externo de hidrogénio armazenado numa
gama de pressão entre 6-200 bar. À potência nominal, o consume de combustível é de 1600
litros/hora. A eficiência eléctrica do modelo é de 50%.A unidade completa é completa por um
sistema que inclui um micro processador que efectua o controlo de toda a operação.
Modelo E8 Gerador portátil AFC
Desempenho
Potencia Nominal 2,4 kW
39
42. Tarefa B1.1
Voltagem nominal 48 +10/-4V DC
Intensidade de corrente nominal 50 A
Máxima intensidade de corrente 60 A
Pilhas de combustível 2 x MC250 -1200W
Tempo útil de vida 2000h
Combustível Hidrogénio
Consumo de hidrogénio (à 1,6 Nm3/h
potencia nominal)
Pressão de alimentação 6 -200 bar (100 – 3000 psi)
Armazenamento do combustível Externo
Electrólito 8 M KOH
Eficiência do sistema > 50 %
Tempo de arranque < 3 min (48 VDC instantâneo)
Ambiente
Temperatura ambiente 0 - 40 ºC
Humidade relativa 5 – 95 %
Geral
Dimensões 72 x 61 x 61 cm
(58,5 x 24 x 24 in)
Peso 125 kg (275 lbs)
3.2.4. CÉLULAS DE COMBUSTÍVEL PAFC
Fornecedor UTC Power
UTC Fuel Cells, formerly ONSI, localizada no South Windsor, Connecticut, comercializa um
sistema de célula de combustível: a estação 200-kW PC25™ PAFC.
A célula de combustível de ácido fosfórico (PAFC): usa ácido fosfórico líquido como
electrólito. A estação PureCell™ 200, é produzida desde 1991, é uma estação PAFC. A PureCell™
200 é altamente eficiente – eficiência total de 85% é atingida quando o calor produzido pela célula
combustível é usado para a co-geração. As estações PAFC têm geralmente grandes dimensões, são
pesadas e requerem um tempo de aquecimento. Dadas estas características as estações PACF são
usadas principalmente em aplicações estacionárias.
40
43. Tarefa B1.1
Figura 20 – Estação PureCell™ 200
O sistema PureCell™ é limpo, eficiente e uma estação de células de combustível de
confiança. Produz 200 kW de energia e cerca de 900.000 Btu/hr de calor para aplicações
combinadas de calor/energia.
A solução base do sistema PureCell™ 200 é uma unidade que funciona ligada à rede e opera
em paralelo com esta. Pode-se ainda optar por uma configuração de dupla modalidade, que
permite à unidade operar ligada à rede ou independente da rede, mudando de modalidade
automaticamente ou por comando.
Características
• Emissões baixas (melhores que CARB 07)
• Baixo perfil sonoro (60 dBA)
• Eficiências energéticas superiores a 90%
• Funcionamento com gás natural ou gás proveniente de digestores anaeróbicos
Fornecedor Fuji Electric Company, Ltd.
A Fuji Electric Company, Ltd constrói e comercializa a FP-100, uma estação PCAF de
100kW.
Fornecedor Toshiba International Fuel Cells, Inc.
41
44. Tarefa B1.1
Central de produção de energia a pilha de combustível de 200kW: Pc25TMC
Esta central fornece energia limpa, fiável para hospitais, escritórios, hotéis, trabalhos
industriais por todo o Mundo. Situada dentro ou fora das instalações, no telhado ou na cave, as
pilhas de combustível geram energia perto dos elementos a alimentar, portanto não existem
preocupações de maior em termos de baixa voltagem, limitações de carga, qualidade e fiabilidade.
Características de PC25TMC
Baixo custo
Compacta e leve
Fiável
Não - poluente
Múltiplos combustíveis
Várias opções, incluindo a operação remota do sistema
Colocação flexível
Características
200 kW (AC, NET)
Voltagem saída/ frequência 400V (50Hz), 480V (60Hz)
Eficiência eléctrica 40% (LHV, AC, NET)
Eficiência de energia 41% (LHV)/ 60ºC água
térmica/temperatura quente
Gás natural (43Nm3/h)
Consumo de combustível
Emissões NOx: < 5ppm; SOx:
desprezável
Ruído Próximo de 60dB a 10m da
instalação
Qualidade: água pura;
Águas residuais
Quantidade: próximo de 0
Qualidade: água da rede ou
Forneciment
água pura
Forneciment o água
Quantidade: perto de 0
o
Forneciment Quatro (4) cilindros contendo
7Nm3 para um ciclo
o azoto
Módulo
5,5m x 3,0m x 3,0m/
fornecimento
Dimensões/ 18,2tons
energia
peso
Módulo 4,1m x 1,3m x 1,2m/
arrefecimento 0,7tons
Instalação Interior ou exterior
Funcionamento/ Interface Automático, funcionamento
42
45. Tarefa B1.1
eléctrica autónomo/ ligação à rede
Opções
Recuperação térmica Água alta temp. (90~120ºC) + água quente (60ºC)
Propano (LPG)
Combustível
Gás proveniente de digestores anaeróbicos
Ligação à rede/ independente da rede
Interface eléctrica
Fornecimento DC
Monitorização de performance e diagnóstico
Monitorização
remota
Manutenção
Frequência Item Duração
Manutenção durante a A cada 3000 horas de + Limpeza de filtros
1 dia
operação funcionamento + Substituição de resina WTS
+ Bombas de serviço
Manutenção anual Anualmente + Inspecção/ limpeza permutadores calor e Aproximadamente 4 dias
tanque
+ Substituição CSA
Inspecção A cada 5 anos
+ Substituição catalisadores
Figura 21 – Estação PureCell™ 200
3.2.5. CÉLULAS DE COMBUSTÍVEL MCFC
Fornecedor Fuel Cells Energy
43
46. Tarefa B1.1
Fuel Cell Energy é vista como a principal empresa de desenvolvimento de tecnologia de MCFC.
A empresa comercializa estações com uma gama de potências de 250 kW a 1000 kW as quais
designa por Direct Fuel Cell™.
Modelo DFC® 300A – 250 kW
Figura 22 – Modelo DFC® 300A.
Dimensões:
Altura 10,5 in
Largura 9 in
Comprimento 28,1in
Emissões:
NOx < 0.3 ppmv
SOx <0.01 ppmv
CO <10 ppmv
VOC <10 ppmv
Calor Disponível
Temperatura de Exaustão ≈ 650° F
Caudal de Exaustão 3,000 lbs/hr
Calor disponível de exaustão 300,000 Btu/hr
Características:
Potência: 250 kW
Tensão: 480 VAC, 50 ou 60 Hz
Possibilidade de geração combinada de electricidade e calor
Sistema modular
Reformação interna do combustível
44
47. Tarefa B1.1
Poucas partes móveis
Sistema compacto
Flexibilidade de combustível
Benefícios
Energia Ultra limpa
Eficiente
Operação silenciosa
Energia de elevada qualidade
Modelo DFC® 1500 – 1 MW
Figura 23– Modelo DFC® 1500 – 1 MW
Dimensões:
Altura 26,5 in
Largura 43 in
Comprimento 40 in
Emissões:
NOx < 0.3 ppmv
SOx <0.01 ppmv
CO <10 ppmv
VOC <10 ppmv
Calor Disponível
Temperatura de Exaustão ≈ 650° F
Caudal de Exaustão 13,800 lbs/hr
Calor disponível de exaustão 1,4 mm Btu/hr
45
48. Tarefa B1.1
Características:
Potência: 1000 kW
Tensão: 480 VAC, 50 ou 60 Hz
Possibilidade de geração combinada de electricidade e calor
Sistema modular
Reformação interna do combustível
Sistema compacto
Flexibilidade de combustível
Benefícios
Energia limpa
Eficiente
Operação silenciosa
Energia de elevada qualidade
DFC® 3000 - 2 MW
Figura 24 – DFC® 3000 - 2 MW
Dimensões:
Altura 27,5 in
Largura 49,4 in
Comprimento 59,6 in
Emissões:
NOx < 0.3 ppmv
SOx <0.01 ppmv
CO <10 ppmv
VOC <10 ppmv
46
49. Tarefa B1.1
Calor Disponível
Temperatura de Exaustão ≈ 650° F
Caudal de Exaustão 27,200 lbs/hr
Calor disponível de exaustão ≈ 2,8 mm Btu/hr
Características:
2000 kW net
480 VAC, 50 ou 60 Hz
By-product heat availability
Modular and scalable
Internal fuel reforming
Poucas partes móveis
Small package
Flexibilidade de combustível
Benefícios
Energia limpa
Eficiente
Easily sited
Operação silenciosa
Energia de elevada qualidade
47
50. Tarefa B1.1
4. C ONCLUSÕES G ERAIS
Dependendo das aplicações para que são direccionadas, as células de combustível necessitam de
possuir características diferentes. Por exemplo, para aplicações portáteis, o ideal é que as células
seleccionadas trabalhem à temperatura ambiente, de modo a evitar a necessidade de aquecimento
adicional e a reduzir o tempo de arranque.
Com o intuito de responder a diversas necessidades operacionais, foram desenvolvidos
diferentes tipos de células. As células de combustível podem ser caracterizadas tendo em atenção
diferentes parâmetros, nomeadamente, o electrólito e a temperatura de operação ou a espécie
química transportadora de carga.
48
51. Tarefa B1.1
5. REFERÊNCIAS B IBLIOGRÁFICAS
• Cappadonia, M., Stimmins, U., Kordesch, K., Oliveira, J.C., (2002), Fuel Cells, Ullmann’s
Encyclopedia of Industrial Chemistry, John Wiley & Sons, Inc.
• Hirschenhofer, J. H., Stauffer, D. B., Engleman, R. R., Klett, M. G., 1998, Fuel Cells Handbook
(revision 4), Morgantown West Virginia, US DOE.
• Hoogers, G., 2003, Fuel Cell Technology Handbook, CRC Press LLC.
• Joon, K., 1998, Fuel cells- a 21st century power system, Journal of Power Sources, 71 12-18.
• Kordesch, K., Simader, G., 1996, Fuel cells and their applications, VCH Publishers.
• Larminie, J., 2002, Fuel Cells, Kirk-Othmer Encyclopedia of Chemical Technology, John Wiley &
Sons, Inc.
Catálogos de pilhas de combustível comercializados disponíveis em:
www.astris.ca
www.smartfuelcell.de
www.h2industrial.com
www.fuelcell.com
www.toshiba.co.jp/product/fc/fce/
www.plugpower.com
www.nuvera.com
www.fce.com
www.ztekcorp.com
49
53. Tarefa B1.2
Contactos com utilizadores e
visitas a instalações de demonstração
54. Tarefa B1.2
ÍNDICE
1. Resumo da tarefa……………………………………………………………………………………..53
2. Introdução……………………………………………………………………………………………..54
3. Actividade I&D Realizada…………………………………………………………………………….55
3.1. Levantamento de informação acerca de projectos de demonstração com utilização do
biogás como combustivel. ...................................................................................................... 55
3.1.1 Projectos de demonstração com alimentação de biogás a células de combustível tipo
MCFC.................................................................................................................................... 55
3.1.2 Projectos de demonstração com alimentação de biogás a células de combustível tipo
PEMFC. ................................................................................................................................. 57
3.1.2.1 Projecto de demonstração do Instituto de Engenharia Agricola (ATB), Potsdam,
Alemanha.............................................................................................................................. 58
3.1.2.2 Projecto instalado numa fazenda de Minnesota usando biogás proveniente de
estrume bovino...................................................................................................................... 58
3.1.3 Projectos de demonstração com alimentação de biogás a células de combustível tipo
SOFC..................................................................................................................................... 59
3.1.3.1 Projecto de demonstração BioSOFC – Programa Life - Espanha ............................... 63
3.1.4.1 Projecto de demonstração situado em Penrose, Califórnia....................................... 64
3.1.4.1.1 Historial do projecto ........................................................................................... 64
3.1.4.1.2 Descrição do sistema de pré-tratamento de biogás e resultados obtidos ............... 64
3.1.4.1.3 Descrição Projecto de demonstração. Principais resultados ................................... 66
3.2 – Visitas a instalações de demonstração ....................................................................... 69
4. Conclusões Gerais……………………………………………………………………………………71
5. Referências Bibliográficas…………………………………………………………………………….72
52
55. Tarefa B1.2
1. RESUMO DA TAREFA
No decorrer desta tarefa serão efectuados contactos e visitas a unidades de demonstração já em
operação e será feita uma avaliação das experiências obtidas pelos utilizadores das mesmas
nomeadamente no que concerne os aspectos referentes à operacionalidade e manutenção dessas
instalações.
53
56. Tarefa B1.2
2. INTRODUÇÃO
NTRODUÇÃO
As pilhas de combustível (PC), enquanto solução de produção de energia eléctrica ou produção
combinada de calor e electricidade (co-geração), estão, nos seus vários domínios de aplicação,
numa fase pré-comercial. Espera-se que nos próximos cinco anos demonstrem a sua
competitividade económica face às soluções convencionais de produção de energia, e que se
verifique a sua progressiva penetração no mercado das soluções alternativas à produção
convencional de energia. Este prazo esperado de cinco anos poderá vir a ser reduzido se a pressão
da resolução dos problemas ambientais relacionados com o aquecimento global devido ao efeito
de estufa vier a colocar uma maior urgência na obtenção de resultados numa diminuição efectiva
do volume de CO2 emitido para a atmosfera por unidade de energia produzida. Tal situação poderá
fazer com que as formas de energia de origem em combustíveis fósseis (carvão e petróleo e gás
natural) possam ver a sua produção penalizada ou, se venham a criar quadros de benefícios sobre
custos evitados de emissão de CO2 que mais directamente apoiem soluções como as das pilhas de
combustível.
Actualmente existem em todo o mundo vários projectos de demonstração a operar com
diferentes tipos de combustível e com diferentes tipos de células de combustível.
Para atingir os objectivos e propósito desta tarefa foi efectuado um levantamento de informação
acerca dos projectos de investigação existentes. Esta pesquisa foi focalizada para os que usam o
biogás como combustível.
Dos contactos com promotores de projectos foi possível validar a exequibilidade deste tipo de
instalações de demonstração.
54
57. Tarefa B1.2
3. ACTIVIDADE I&D R EALIZADA
3.1. LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÃO ACERCA DE PROJECTOS DE DEMONSTRAÇÃO COM
UTILIZAÇÃO DO BIOGÁS COMO COMBUSTIVEL.
O uso de células de combustível é uma tecnologia emergente que pode promover o uso limpo,
eficiente, e económico da energia do biogás, apresentado contudo alguns problemas sendo um
deles a variabilidade de composição molar do gás que depende da fonte e varia com tempo.
O biogás pode ser usado em diferentes tipos de células de combustível, preferencialmente em
células de combustível de alta temperatura (MCFC, SOFC) desde que se promova, antes da
reformação, a remoção dos compostos de enxofre e hidrocarbonetos halogenados. Estas células
são mais tolerantes às impurezas e operam com misturas H2/CO/CO2, alguns dos elementos
presentes no biogás.
Quanto às células de combustível de baixa temperatura (PEMFC e PAFC) a utilização de biogás
como combustível é também possível desde que se assegure a montante do processo de
reformação externa a remoção dos compostos de enxofre, NH3, hidrocarbonetos halogenados. Os
níveis do CO terão de ser obrigatoriamente menores do que 10 ppm.
Existem actualmente vários projectos de demonstração em funcionamento, com a utilização de
biogás como combustível, cujos resultados provam a exequibilidade técnica do projecto de
demonstração a ser instalado no âmbito do projecto EDEN. Estes projectos utilizam diferentes tipos
de células de combustível sendo que o biogás que serve de combustível tem também diferentes
origens.
3.1.1 PROJECTOS DE DEMONSTRAÇÃO COM ALIMENTAÇÃO DE BIOGÁS A CÉLULAS DE
COMBUSTÍVEL TIPO MCFC.
Estas células de combustível (MCFC) usam uma solução líquida de carbonatos de lítio, sódio
e/ou de potássio, embebidos numa matriz sólida para formar um eletrólito. Estas células prometem
altas eficiências de conversão de combustível em electricidade, cerca de 60% normalmente, ou um
factor global de conversão energética de 85% com a aplicação de co-geração, e operam a uns
650º C. A alta temperatura de operação é necessária para alcançar uma condutividade suficiente
do eletrólito. Devido a esta alta temperatura, os catalisadores de metais nobres não são exigidos
para os processos eletroquímicos de redução e oxidação, na célula de combustível. Até agora, as
55
58. Tarefa B1.2
células MCFCs tem sido operadas com hidrogénio, monóxido de carbono, gás natural, propano. A
sua utilização com biogás tem sido igualmente testada estando em fase de demonstração. Um dos
projectos de pesquisa propõe, como caminho de optimização destes sistemas, a adaptação das
células MCFC com um módulo quente (MTU, para o uso com biogás (Ott e Tamm, 2003).
Na Europa existem actualmente no âmbito da utilização das células de combustível de alta
temperatura tipo MCFC quatro principais instalações de demonstração:
- Universidade de Nitra, Eslováquia, projecto de demonstração a operar com biogás a partir de
resíduos agrícolas. Apresenta 2.400 horas de operação no primeiro ciclo, acima de 3300 horas no
segundo ciclo e desde Dezembro de 2003 em funcionamento contínuo. Promotor do projecto:
Universidade de Nitra.
- Centro de desenvolvimento industrial, Seaborne GmbH, Owschlag, Alemanha, projecto de
demonstração a operar com biogás obtido a partir de resíduos industriais, 2.200 horas de
operação. Promotores do projecto: MTU CFC Solutions GmbH, Seaborne (Alemanha)
- Asten, Linz AG, Austria, projecto de demonstração a operar com biogás obtido a partir de
digestão anaeróbia de desperdícios de uma unidade de tratamento de água, 2.300 horas de
operação. Promotores do projecto: Profactor, STUDIA e Linz AG (Austria)
- Aterro sanitário Urbaser, Pinto, Espanha, projecto de demonstração a operar com gás de
aterro, iniciado em Fevereiro de 2004. Promotores do projecto: Urbaser, CIEMAT (Espanha)
56
59. Tarefa B1.2
Projectos de demonstração - MCFC
Localização na Europa
Eslováquia
Origem do biogás:
Resíduos agrícolas
Owschl
Alemanha
ag
Nitra,
Origem do biogás:
Eslováquia
Resíduos industriais
Austria
Origem do biogás:
Linz,
Tratamento de águas
Pinto Austria
residuais
,
Figura 1 – Localização das instalações de demonstração com MCFCs alimentadas com biogás.
3.1.2 PROJECTOS DE DEMONSTRAÇÃO COM ALIMENTAÇÃO DE BIOGÁS A CÉLULAS DE
COMBUSTÍVEL TIPO PEMFC.
Estas células operam a temperaturas relativamente baixas (cerca de 80º C), têm alta
densidade de potência e podem variar rapidamente sua potência de saída, contudo são sensíveis às
impurezas presentes no combustível, pelo que a sua utilização com biogás envolve cuidados
especiais.
Os sistemas de PEMFC estão a ser desenvolvidos para uso estacionário com gás natural
como combustível. Como este tipo de célula de combustível pode apenas utilizar-se o hidrogénio; o
gás natural necessita ser reformado originando um gás rico em hidrogénio.
As primeiras experiências de sistemas de PEMFC abastecidas por gás natural estão em fase de
demonstração e apresentam uma eficiência de 25% para 5 kWel (Koschowitz, 2003) até 35% em
células de 200 kWel (Pokojski, 2001). A optimização de um sistema de 1 kWel na Universidade
Gesamthochschule em Essen atingiu uma eficiência eléctrica máxima de 42% (Schmitz, 2002).
Como o biogás tem propriedades similares ao gás natural torna-se um combustível
renovável eficaz. Contudo o biogás tem uma capacidade energética mais baixa, e apresenta na sua
composição dióxido de carbono e impurezas prejudiciais tais como como compostos e amónia de
enxofre.
57
60. Tarefa B1.2
A intenção das pesquisas que actualmente estão em curso é desenvolver e testar sistemas
de PEMFC como uma tecnologia eficaz e eficiente para gerar a energia eléctrica a partir do biogás.
A pesquisa está ser focalizada, numa primeira fase, na verificação da compatibilidade dos biogás
com PEMFC e na optimização dos parâmetros do sistema.
Existem actualmente alguns projectos de demonstração a operar, dos quais destacamos um
instalado na Alemanha (Potsdam) e um outro numa quinta no Minnesota (EUA).
As descrições destes projectos são de seguida apresentadas
3.1.2.1 PROJECTO DE DEMONSTRAÇÃO INSTITUTO ENGENHARIA AGRICOLA (ATB),
DO DE
POTSDAM, ALEMANHA.
O Instituto de Engenharia Agrícola (ATB) tem neste momento a operar um projecto de
demonstração de células de combustível tipo PEM com alimentação de biogás. A equipa de
investigadores, conduzida pelo Dr. Volkhard Scholz no Instituto da engenharia agrícola Bornim
(ATB Potsdam), usa uma célula combustível tipo PEM com potência de 1 kWel para a produção
combinada de electricidade e calor.
A célula combustível usada tem a configuração base dos sistemas vocacionados para uso
doméstico e que funcionam no gás natural. Tendo sido adaptado para responder às diferentes
exigências de desempenho para este caso específico.
Comparado com o gás natural, o biogás possui uma densidade energética mais baixa e
requer a purificação por causa da presença de outros gases prejudiciais. Assim sendo o gás usado
neste projecto é desulfurizado numa etapa preliminar e reformado a um gás rico em hidrogénio,
antes de alimentar o sistema da célula combustível com potência de 1 kWel.
O biogás usado provém de uma instalação piloto de bio-metanização em fase sólida
existente no instituto.
Os resultados entretanto obtidos confirmam a aplicabilidade do uso das PEMFC com biogás.
De facto eficiências eléctricas superiores a 38% foram obtidas, com emissões de poluentes gasoso
baixos. A operação requereu igualmente baixo nível de manutenção.
3.1.2.2 PROJECTO MINNESOTA
INSTALADO NUMA FAZENDA DE USANDO BIOGÁS
PROVENIENTE DE ESTRUME BOVINO.
58