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Domínios da Imagem, Londrina, ano V, n. 10, p. 89-96, maio 2012 89
Recebido em: 01/03/2012 Aprovado em: 30/04/2012
Leitura de Imagens e Alfabetismo Visual:
revendo alguns conceitos
Gustavo Cunha Araujo
Graduado em Artes Visuais pela Universidade Federal de Uberlândia. Atualmente é Mestrando em Educação
pela Universidade Federal de Mato Grosso, na linha de pesquisa Culturas Escolares e Linguagens. Ao longo
da formação acadêmica, tem desenvolvido pesquisas sobre fontes iconográficas, alfabetização por imagens
e docência em artes.
Ana Arlinda Oliveira
Doutora em Educação pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, com Pós-Doutorado pela
Universidade Federal de Minas Gerais. Atualmente, é professora do Instituto de Educação pela Universidade
Federal de Mato Grosso e do Programa de Pós Graduação em Educação. Pesquisadora da Linha de Pesquisa
em Culturas Escolares e Linguagens. Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em Leitura e Letramento. Ao
longo da formação acadêmica, tem desenvolvido pesquisas sobre leitura, arte educação, estudos imagéticos
na educação, literatura e alfabetização.
Resumo
Este estudo propõe analisar alguns conceitos sobre leituras de imagens propostas pelo historiador
alemão Erwin Panofsky em meados do século passado relacionadas a uma produção artística
elaborada em contexto educativo. Utilizamos como metodologias a revisão bibliográfica
pertinente ao tema e a observação in locus da experiência artística produzida. Neste sentido,
compreendemos que conceitos como leitura de imagens e alfabetismo visual estão inseridos no
bojo de estudos históricos e educacionais, implicando no conhecimento da linguagem visual e
não apenas da linguagem escrita para melhor entendimento dos significados da obra analisada.
Assim, buscamos nesta investigação produzir e socializar conhecimento resultando-o como um
processo interpretativo, reflexivo e construtivo, presentes na pesquisa de caráter qualitativo em
educação.
Palavras-chave: Leitura de Imagens; alfabetismo visual; educação e história.
Abstract
This study aims to analyze some concepts on readings of images offered by the German historian
Erwin Panofsky in the middle of last century related to an artistic production developed in an
educational context. Methodologies to be used as a literature review pertinent to the theme
and in locus observation of the artistic experience produced. In this sense, we understand that
concepts such as reading literacy and visual images are inserted in the midst of historical and
educational, involving knowledge of visual language and written language not only for better
understanding of the meanings of the work analyzed. Thus, we sought in this investigation and
socializing knowledge resulting produce it as an interpretive process, reflective and constructive
present in qualitative research in education.
Keywords: Reading Images; visual literacy; history and education.
DOI: 10.5433/2237-9126.2011anoVn10p89
Domínios da Imagem, Londrina, ano V, n. 10, p. 89-96, maio 201290
Gustavo Cunha Araujo; Ana Arlinda Oliveira
Introdução
Esta pesquisa propõe analisar alguns
conceitos de leituras de imagens propostos
pelo historiador de arte alemão Erwin
Panofsky (1892-1968) na primeira metade
do século 20, tendo como referência visual
uma iconografia produzida por um grupo de
alunos do 7º ano ensino fundamental de uma
escola municipal da cidade de Uberlândia,
Minas Gerais, para que possamos entender se
os conceitos de leitura de imagem elaborados
por este historiador é pertinente para se
entender a linguagem visual de obras/
trabalhos artísticos produzidos no contexto
escolar, contribuindo para a produção de
conhecimento e estudos sobre leituras de
imagens no âmbito educacional.
Ao problematizarmos a imagem na
educação temos percebido uma grande
proliferação de pesquisas que abordam este
tema, ressaltando questões relacionadas
a leituras de imagens na educação e suas
práticas de leitura e análises imagéticas.
Neste sentido, além de entendermos que
as mesmas também possam contribuir
para investigações pelo fato de serem
“testemunhos visuais” (BURKE, 2004),
também afirmamos que essas “mensagens
visuais” devem ser utilizadas subsidiadas
por meio do estudo da alfabetização visual,
isto é, a gramática da imagem, para que
possamos ter um melhor conhecimento dos
componentes presentes na linguagem visual
analisada ou observada e tentar entender
melhor o significado da obra.
Diante disso, este trabalho, de abordagem
qualitativa, propõe a seguinte pergunta: os
conceitos utilizados por Erwin Panofsky na
primeira metade do século passado sobre
leitura de imagens ainda são pertinentes
para se analisar uma obra/trabalho artístico
produzidos no contexto escolar nos dias de
hoje?
Para responder a esta pergunta,
adotamos inicialmente como procedimento
metodológico a revisão bibliográfica que
aborda estudos pertinentes sobre o tema
ora problematizado nesta pesquisa e a
observação in locus da produção artística
feita pelos alunos no contexto educativo
que, somadas as análises da imagem elegida
(produzida pelos discentes) neste trabalho,
pudessem nos auxiliar na produção de
reflexões e interpretações relacionados ao
objeto de estudo apresentado. Assim, a
pesquisa qualitativa, que caracteriza este
estudo, permeia as diversas formas de se
produzir conhecimento em nossa sociedade,
a qual também passa a caracterizar este
presente estudo.
O alfabetismo visual e iconografias:
pressupostos teóricos
Somos sabedores que as imagens, desde
a pré-história, são importantes meios de
comunicação que foram sendo produzidas
por diferentes meios e materiais ao longo
do tempo, além de serem também símbolos
criados pelo próprio homem e uma forma
de linguagem, fundamental para o processo
Leitura de Imagens e Alfabetismo Visual:
revendo alguns conceitos
Leitura de Imagens e Alfabetismo Visual: revendo alguns conceitos
Domínios da Imagem, Londrina, ano V, n. 10, p. 89-96, maio 2012 91
de desenvolvimento e constituição do ser
humano (SOUSA, 2007).
Com as mudanças nos modos de pensar e
de reconstituir o passado histórico ocorridos
nos últimos anos, percebemos muito o
historiador tendo cada vez mais a importante
tarefa de desvendar o passado utilizando
não apenas fontes tradicionais de pesquisa,
como textos escritos, as também somadas a
outras fontes como as iconográficas, por meio
de pesquisas que enfatizam a perspectiva
histórica cultural (BURKE, 2004).
Também ocorreram importantes
transformações e disseminações de estudos
que destacam a importância da imagem na
educação, voltada para a discussão das fontes
de pesquisa trabalhadas pelo pesquisador e
de leituras de imagens em sala de aula. Dentre
estas, as atenções dadas imagens ganharam
amplitude, ao considerá-la como objeto de
estudo para a pesquisa acadêmica.
Temos noticias que diversos estudos que
surgiram na educação nas últimas décadas
que utilizam as imagens enquanto fontes
iconográficas, juntamente com as tradicionais
fontes escritas, passaram a necessitarem de
procedimentos metodológicos de leituras
iconográficas. Por essa razão, ao longo
da história, foi se abrindo mãos de novas
evidências ou indícios1
para o pesquisador em
educação, na qual a linguagem visual passou
a assumir papel relevante nos significado das
obras, principalmente com o surgimento da
História Cultural, visto que
a história cultural, tal como entendemos,
tem por principal objeto identificar o modo
como em diferentes lugares e momentos uma
determinada realidade social é construída,
pensada, dada a ler (CHARTIER, 2002, p. 15).
De acordo com esta citação,
compreendemos que a tarefa da história
cultural pode abrir novos caminhos
metodológicos para o pesquisador, no que se
refere a estudos sobre as imagens enquanto
representações do mundo social produzidas
por grupos ou classes sociais. Desse modo,
percebemos que tais representações vão
enunciar práticas e discursos na sociedade
pautados pelas práticas culturais da escrita
e principalmente da imagem (CHARTIER,
2002).
Ao colocar esta problemática do “mundo
como representação”, Chartier (2002) vai
nos desvelar que essa reflexão pode ser
apropriada por aqueles que utilizam textos
escritos e visuais produzindo diferentes
sentidos e significações, na forma com que
estes compreendem o mundo social em sua
volta. Neste sentido, essa representação vai
se referir, primeiramente, a um conhecimento
capaz de reconstituir, por meio da imagem,
memórias “visuais” de um determinado
objeto, como por exemplo, esculturas de
personagens históricos localizadas em locais
públicos, em diferentes lugares, visto que a
leitura de imagem assumiria relevante papel
neste aspecto, ao ajudar o leitor a decifrar o
significado da obra.
Seguindo este pensamento, é relevante
pontuar os conceitos de análise de imagem
propostos pelo historiador alemão Panofsky
(1976), para que possamos analisar a
iconografia elegida para este trabalho. Desse
modo, destacamos basicamente três níveis de
análises iconográficas:
a.	 Descrição pré-iconográfica –
identificação simples de objetos
comuns em nosso meio social como
1
	 Segundo Burke (2004, p. 16), o termo “indícios” refere-se “a manuscritos, livros impressos [...] bem como a muitos tipos diferentes
de imagens [...]”.
Domínios da Imagem, Londrina, ano V, n. 10, p. 89-96, maio 201292
Gustavo Cunha Araujo; Ana Arlinda Oliveira
pessoas, animais, edificações entre
outros. Seria considerada uma
descrição natural ou informal;
b.	 Análise iconográfica – análise mais
completa, destacando a linguagem
visual da obra ou imagem, como
por exemplo, reconhecer o Cristo
Redentor como sendo a escultura de
mesmo nome localizada na cidade
de Rio de Janeiro, Brasil. Seria uma
descrição convencional ou formal;
c.	 Interpretação iconológica – Seria
uma descrição mais “subjetiva”
da imagem, quando tentamos
explicar representações através de
seu contexto histórico, em relação
a outros fenômenos culturais. É
nesse nível que as imagens oferecem
evidência útil para os historiadores
culturais.
Temos conhecimento que foram nos
estudos de Erwin Panofsky (1976) que
pesquisas sobre a análise composicional da
imagem, isto é, a linguagem visual, como
pontos, cores, planos entre outros elementos
presentes na composição iconográfica,
foram se tornando relevantes para estudar
as análises de imagens no bojo educacional.
Desse modo, considerar as especificidades
destas “mensagens visuais” é uma forma de
tentar compreender as suas significações e,
consequentemente, a produzir interpretações
relacionadas ao contexto em que foram
produzidas.
Concordamos com Chartier (2002) ao
nos desvelar que o texto visual e não apenas
o escrito é objeto de constantes leituras, nos
quais estas vão se diversificando com o passar
do tempo. As práticas de leituras associadas
a textos visuais, como as imagens, que vão
retratar lugares, momentos, memórias entre
outros. Entendemos que a imagem, enquanto
um campo da pedagogia visual inserido na
cultura escolar é rica em significados. Desse
modo, podemos afirmar a possibilidade de
uma representação histórica fiel do passado
que a imagem nos pode transmitir.
[...] as imagens nos permitem ‘imaginar’ o
passado de forma mais vivida. [...] nossa
posição face a face com uma imagem nos
coloca face a face com a história. O uso
de imagens em diferentes períodos como
objetos de devoção ou meios de persuasão, de
transmitir informações ou de oferecer prazer,
permite-lhes testemunhar antigas formas de
religião, de conhecimento, crença, deleite,
etc. embora textos também ofereçam indícios
valiosos, imagens constituem-se no melhor
guia para o poder de representações visuais
na vida religiosa e política de culturas passadas
(BURKE, 2004, p. 17).
Devemos, portanto, levar em conta
estudos sobre a importância da alfabetização
pela imagem no contexto educativo, que
também vão se referir à linguagem visual,
visto que
uma vantagem particular do testemunho de
imagens é a de que elas comunicam rápida
e claramente os detalhes de um processo [...]
(BURKE, 2004, p. 101).
Leitura de imagem e alfabetismo visual no
contexto educacional: revendo conceitos
Ao direcionar nossos olhares para os
dias atuais, percebemos uma multiplicidade
de imagens, das mais diversas formas, que
necessitam de uma melhor abordagem
e entendimento da linguagem visual, em
seu contexto, independente dos meios ou
materiais em que foram produzidas, sendo
ou por meio de impressos, ou mesmo em
equipamentos audiovisuais/tecnológicos.
Durante as aulas de artes, foram
apresentados aos alunos alguns artistas e
movimentos artísticos que trabalhavam a
técnica da colagem, sendo ressaltados artistas
Leitura de Imagens e Alfabetismo Visual: revendo alguns conceitos
Domínios da Imagem, Londrina, ano V, n. 10, p. 89-96, maio 2012 93
comooespanholPabloPicassoeomovimento
artístico denominado de Cubismo2
, além de
algumas obras/imagens produzidas por este
artista e esta manifestação artística com
destaque a esta técnica.
Neste sentido, logo após a exposição
teórica, os alunos começaram a produzir um
trabalho de colagem logo na primeira aula.
Desse modo, selecionando esta iconografia
produzida por estes discentes e, considerando
os estudos iconográficos de Panofsky (1976),
associados às contribuições teóricas da
História Cultural, é relevante pontuar esta
imagem produzida em âmbito educacional
por estes discentes, para que possamos
entender melhor a questão da alfabetização
visual no contexto educativo.
Assim, este trabalho visual foi resultado
de um trabalho realizado com alunos do 7º
ano do ensino fundamental de uma escola
municipal da cidade de Uberlândia, Minas
Gerais durante as aulas de Educação Artística
(Artes) que ocorria uma vez por semana. Esta
produção artística levou cerca de três aulas
(três semanas) para ser concluído por este
grupo de alunos, lembrando que cada aula
tinha duração de cinqüenta minutos (50min/
hora aula):
2
	 Movimento artístico que tem como característica a geometrização das formas e volumes, conferindo a mesma, na maioria das
vezes, um sentido de pintura escultórica, dada pela harmonia dos elementos e materiais utilizados na produção do trabalho.
Colagem realizada por um grupo de alunos do 7º ano do ensino fundamental de uma escola municipal
da cidade de Uberlândia, Minas Gerais. 2011
Domínios da Imagem, Londrina, ano V, n. 10, p. 89-96, maio 201294
Gustavo Cunha Araujo; Ana Arlinda Oliveira
Nesta imagem, numa análise sintática
ou pré-iconográfica, podemos perceber
elementos visuais que compõem essa obra,
como figuras geométricas, que representam
desde pessoas a diversos objetos presentes
no cotidiano, como um aparelho de celular
localizado no canto superior direito da
imagem, um carro na parte inferior esquerda
entre outros. Estes seriam exemplos de alguns
dos elementos mais básicos presentes nesta
descrição.
Na análise semântica ou iconográfica,
podemos reconhecer tal imagem como
a representação visual de uma colagem,
pelo fato de ter o conhecimento que foram
utilizados materiais como revistas, colas,
tesouras na produção desta obra em sala
de aula, visto que os elementos sobrepostos
um em cima do outro e alguns lado a lado da
composição, são características da técnica da
colagem na arte contemporânea.
Entretanto, como última descrição
relacionadaaocontextoemquefoiproduzida,
podemos descrever que tal imagem é
contemporânea, elaborada por alunos do 7º
ano do ensino fundamental de uma escola
municipal da cidade de Uberlândia, Minas
Gerais, durante as aulas de artes, ocorridas
semanalmente, utilizando a técnica da
colagem na confecção da mesma.
Neste sentido, podemos perceber que
todos esses níveis se inter-relacionam entre si,
no processo de análise de uma obra/trabalho
artístico, podendo ajudar o leitor a decifrar as
significações de uma imagem, significações
estas que podem estar na linguagem
figurativa (elementos de composição) da
obra. Desse modo,
[...] as imagens [...] enquanto sistemas
simbólicos são ricas e instáveis, o que quer
dizer que comportam um grande número de
níveis de significação (CALADO, 1994, p. 55).
Também, verificamos que a necessidade
dessa aprendizagem visual na educação
pode fazer com que os alunos entendam
as informações e significações contidas nas
linguagens visuais, gerando interpretações
e outros significados que podem ser
discrepantes de acordo com o contexto em
que foram produzidas, mas que possam
contribuir para o aprendizado e produção de
conhecimento em educação e artes.
Deacordocomestasanálises,entendemos
que a leitura de imagens, assim como a dos
textosescritos,serelacionamdiretamentecom
o estudo do alfabetismo visual, nos colocando
em busca não apenas da compreensão e
comunicação de informações ou ideias, mas
também, da codificação e decodificação de
elementos figurativos presentes nas imagens,
fundamental para o ato de se comunicar
visualmente em nossa sociedade.
Nesse sentido, e estendendo a necessidade
do desenvolvimento da ação de ler imagens
a todo profissional que atua no campo
educacional, consideramos primordial o
estudo dos conceitos de imagem e de leitura.
Para tanto, ampliamos o entendimento do
termo “leitura de imagem” na perspectiva
de que essa ação seja um procedimento
metodológico que possibilite olhar para as
imagens de forma significativa e condizente
com o tempo-espaço educativo em que
atuamos (SOUSA, 2007, p. 101).
Completando, é importante pontuarmos
que o termo alfabetismo, muito das vezes
devido a estudos sobre leitura de imagens,
se refere à capacidade de o indivíduo
compreender e se expressar por meio de
um sistema de representação escrita e visual
(CALADO, 1994).
Ao mencionar os termos “alfabetismo” e
“visual” buscamos apresentar neste trabalho
uma melhor compreensão do estudo e análise
das mensagens visuais, pelo viés histórico-
Leitura de Imagens e Alfabetismo Visual: revendo alguns conceitos
Domínios da Imagem, Londrina, ano V, n. 10, p. 89-96, maio 2012 95
social, utilizando os conceitos de leitura
de imagem do historiador alemão Erwin
Panofsky, no qual se entende ser pertinente
para analisar imagens produzidas em nossa
época, visto que assim como acontece na
alfabetização tradicional da leitura e da escrita
da sociedade contemporânea, possamos ser
também alfabetizados “visualmente”.
Considerações finais
Nos últimos anos temos observado uma
grande proliferação e disseminação rápida de
novas tecnologias e meios de comunicação
em nossa sociedade, das quais a atenção
dada às imagens, sobretudo, as formas visuais
de comunicação, foi se mostrando relevante
no bojo educacional, implicando em novos
estudos histórico-sociais que utilizam essas
mensagens visuais no contexto educacional.
É preciso, pois, ficar claro que ao abordar
estudos de teóricos como Panofsky (1976),
Burke (2004) e Chartier (2002) nos dias
atuais, estamos ressaltando a importância
de suas obras para pesquisas que abordam
estudos sobre as imagens no contexto
educacional do século 21. Tais conceitos
analisados e utilizados, somados as reflexões
produzidas por estes autores nos mostram a
relevância e a pertinência de seus trabalhos
para o campo de estudos culturais sobre a
leitura de imagens.
Resumindo, afirmamos que é possível
utilizar os conceitos de leitura de imagens
do historiador alemão Erwin Panofsky para
estudar o alfabetismo visual das imagens no
contexto educativo, o que pode nos oferecer
ummelhorentendimentodossignificadosdos
elementos figurativos presentes na obra ou
trabalho artístico produzido, principalmente
no que se refere a leitura de imagens.
Não podemos deixar de destacar neste
texto às possíveis ambigüidades encontradas
nas imagens, pois as mesmas podem ser
“lidas” de diversas formas dependendo dos
objetivos e aportes teóricos propostos. É
também devido a este fato, que a história
cultural vem nos enriquecer com descobertas
arespeitodalinguagemvisual,nosorientando
em análises e possíveis respostas a respeito
da problemática colocada neste estudo, assim
como aconteceu neste trabalho.
Ressaltando a importância do alfabetismo
visual numa determinada obra ou trabalho
artístico, entendemos que se pode trabalhar
na educação com três questões fundamentais
envolvendo as imagens: no que diz respeito à
percepção, a comunicação e a aprendizagem.
Para que isto ocorra no contexto pedagógico,
nos parece ser necessário serem asseguradas
condições para a sua efetiva execução e, uma
dessas, seria a formação de professores para
o trabalho com imagens.
As imagens e as palavras devem se
complementar, e jamais se oporem. No
âmbito escolar, quando trabalhadas juntas,
verificamos que ambas podem enriquecer
o aprendizado do aluno, no que diz respeito
aos significados de elementos visuais da obra
entendidos pelos mesmos durante as leituras
e produções de imagens. Assim, entendemos
que são duas formas de representações
que precisam estar inseridas no contexto
educacional e de aprendizado.
Estudar o alfabetismo visual é
compreender melhor os significados e
representações que as imagens, em seus
mais diferentes níveis e formas, podem nos
oferecer, analisadas no contexto educativo,
por meio de métodos de leitura de imagens
de áreas como as Artes Visuais e História
Cultural, principalmente, contribuindo para o
enriquecimento e produção de conhecimento
para a educação.
Afirmamos também que conceitos como
leitura, alfabetismo e iconografia estão
Domínios da Imagem, Londrina, ano V, n. 10, p. 89-96, maio 201296
Gustavo Cunha Araujo; Ana Arlinda Oliveira
inseridos no bojo de pesquisas produzidas
na história da educação brasileira, implicando
no conhecimento da linguagem visual e
não apenas da linguagem escrita. Ambas
se complementam e assumem um papel
fundamental e relevante para pesquisas
na educação e para a aprendizagem
educativa, no contexto escolar, produzindo
conhecimento para a educação.
Por fim, podemos concluir este artigo
afirmando que as imagens são produzidas
para se comunicar, visto que os níveis
propostos por Panofsky (1976) apresentados
durante esta pesquisa, sobre tudo relacionado
à leitura de imagem, estão relacionados aos
estudos sobre práticas e representações
dos estudos culturais, ao abordarem
diversas possibilidades de interpretações e
significações que as imagens podem oferecer
ao leitor que se apropriar de tais conceitos
durante a análise de determinada obra/
trabalho artístico produzido. Desse modo,
as imagens não são feitas simplesmente para
serem observadas, mas também para serem
“lidas”.
Referências bibliográficas
BURKE. Peter. Testemunha ocular: história e
imagem. Tradução de Vera Maria Xavier dos
Santos. Bauru: SP/EDUSC, 2004.
CALADO, Isabel. A utilização educativa das
imagens. Coleção Mundo de Saberes 8. Porto:
Porto Editora, 1994.
CHARTIER, Roger. Ahistóriacultural:entrepráticas
e representações. 2. ed. Rio de Janeiro: Bertrand,
2002.
PANOFSKY, Erwin. Iconografia e iconologia: uma
introdução ao estudo da arte da renascença.
In: Significado nas Artes Visuais. São Paulo:
Perspectiva, 1976. p. 47-87.
REY, Fernando L. Gonzalez. Pesquisa qualitativa.
Tradução de Marcel Aristides Ferrada Silva. São
Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.
SOUSA, Márcia Maria. Reflexões sobre a leitura de
imagens como ação educativa. In: Revista Olhares
e Trilhas. V.8. N.8, 2007. p. 99-108.

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LEITURA DE IMAGENS E ALFABETISMO VISUAL: REVENDO ALGUNS CONCEITOS / READING IMAGES AND VISUAL LITERACY: REVIEWING SOME CONCEPTS

  • 1. Domínios da Imagem, Londrina, ano V, n. 10, p. 89-96, maio 2012 89 Recebido em: 01/03/2012 Aprovado em: 30/04/2012 Leitura de Imagens e Alfabetismo Visual: revendo alguns conceitos Gustavo Cunha Araujo Graduado em Artes Visuais pela Universidade Federal de Uberlândia. Atualmente é Mestrando em Educação pela Universidade Federal de Mato Grosso, na linha de pesquisa Culturas Escolares e Linguagens. Ao longo da formação acadêmica, tem desenvolvido pesquisas sobre fontes iconográficas, alfabetização por imagens e docência em artes. Ana Arlinda Oliveira Doutora em Educação pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, com Pós-Doutorado pela Universidade Federal de Minas Gerais. Atualmente, é professora do Instituto de Educação pela Universidade Federal de Mato Grosso e do Programa de Pós Graduação em Educação. Pesquisadora da Linha de Pesquisa em Culturas Escolares e Linguagens. Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em Leitura e Letramento. Ao longo da formação acadêmica, tem desenvolvido pesquisas sobre leitura, arte educação, estudos imagéticos na educação, literatura e alfabetização. Resumo Este estudo propõe analisar alguns conceitos sobre leituras de imagens propostas pelo historiador alemão Erwin Panofsky em meados do século passado relacionadas a uma produção artística elaborada em contexto educativo. Utilizamos como metodologias a revisão bibliográfica pertinente ao tema e a observação in locus da experiência artística produzida. Neste sentido, compreendemos que conceitos como leitura de imagens e alfabetismo visual estão inseridos no bojo de estudos históricos e educacionais, implicando no conhecimento da linguagem visual e não apenas da linguagem escrita para melhor entendimento dos significados da obra analisada. Assim, buscamos nesta investigação produzir e socializar conhecimento resultando-o como um processo interpretativo, reflexivo e construtivo, presentes na pesquisa de caráter qualitativo em educação. Palavras-chave: Leitura de Imagens; alfabetismo visual; educação e história. Abstract This study aims to analyze some concepts on readings of images offered by the German historian Erwin Panofsky in the middle of last century related to an artistic production developed in an educational context. Methodologies to be used as a literature review pertinent to the theme and in locus observation of the artistic experience produced. In this sense, we understand that concepts such as reading literacy and visual images are inserted in the midst of historical and educational, involving knowledge of visual language and written language not only for better understanding of the meanings of the work analyzed. Thus, we sought in this investigation and socializing knowledge resulting produce it as an interpretive process, reflective and constructive present in qualitative research in education. Keywords: Reading Images; visual literacy; history and education. DOI: 10.5433/2237-9126.2011anoVn10p89
  • 2. Domínios da Imagem, Londrina, ano V, n. 10, p. 89-96, maio 201290 Gustavo Cunha Araujo; Ana Arlinda Oliveira Introdução Esta pesquisa propõe analisar alguns conceitos de leituras de imagens propostos pelo historiador de arte alemão Erwin Panofsky (1892-1968) na primeira metade do século 20, tendo como referência visual uma iconografia produzida por um grupo de alunos do 7º ano ensino fundamental de uma escola municipal da cidade de Uberlândia, Minas Gerais, para que possamos entender se os conceitos de leitura de imagem elaborados por este historiador é pertinente para se entender a linguagem visual de obras/ trabalhos artísticos produzidos no contexto escolar, contribuindo para a produção de conhecimento e estudos sobre leituras de imagens no âmbito educacional. Ao problematizarmos a imagem na educação temos percebido uma grande proliferação de pesquisas que abordam este tema, ressaltando questões relacionadas a leituras de imagens na educação e suas práticas de leitura e análises imagéticas. Neste sentido, além de entendermos que as mesmas também possam contribuir para investigações pelo fato de serem “testemunhos visuais” (BURKE, 2004), também afirmamos que essas “mensagens visuais” devem ser utilizadas subsidiadas por meio do estudo da alfabetização visual, isto é, a gramática da imagem, para que possamos ter um melhor conhecimento dos componentes presentes na linguagem visual analisada ou observada e tentar entender melhor o significado da obra. Diante disso, este trabalho, de abordagem qualitativa, propõe a seguinte pergunta: os conceitos utilizados por Erwin Panofsky na primeira metade do século passado sobre leitura de imagens ainda são pertinentes para se analisar uma obra/trabalho artístico produzidos no contexto escolar nos dias de hoje? Para responder a esta pergunta, adotamos inicialmente como procedimento metodológico a revisão bibliográfica que aborda estudos pertinentes sobre o tema ora problematizado nesta pesquisa e a observação in locus da produção artística feita pelos alunos no contexto educativo que, somadas as análises da imagem elegida (produzida pelos discentes) neste trabalho, pudessem nos auxiliar na produção de reflexões e interpretações relacionados ao objeto de estudo apresentado. Assim, a pesquisa qualitativa, que caracteriza este estudo, permeia as diversas formas de se produzir conhecimento em nossa sociedade, a qual também passa a caracterizar este presente estudo. O alfabetismo visual e iconografias: pressupostos teóricos Somos sabedores que as imagens, desde a pré-história, são importantes meios de comunicação que foram sendo produzidas por diferentes meios e materiais ao longo do tempo, além de serem também símbolos criados pelo próprio homem e uma forma de linguagem, fundamental para o processo Leitura de Imagens e Alfabetismo Visual: revendo alguns conceitos
  • 3. Leitura de Imagens e Alfabetismo Visual: revendo alguns conceitos Domínios da Imagem, Londrina, ano V, n. 10, p. 89-96, maio 2012 91 de desenvolvimento e constituição do ser humano (SOUSA, 2007). Com as mudanças nos modos de pensar e de reconstituir o passado histórico ocorridos nos últimos anos, percebemos muito o historiador tendo cada vez mais a importante tarefa de desvendar o passado utilizando não apenas fontes tradicionais de pesquisa, como textos escritos, as também somadas a outras fontes como as iconográficas, por meio de pesquisas que enfatizam a perspectiva histórica cultural (BURKE, 2004). Também ocorreram importantes transformações e disseminações de estudos que destacam a importância da imagem na educação, voltada para a discussão das fontes de pesquisa trabalhadas pelo pesquisador e de leituras de imagens em sala de aula. Dentre estas, as atenções dadas imagens ganharam amplitude, ao considerá-la como objeto de estudo para a pesquisa acadêmica. Temos noticias que diversos estudos que surgiram na educação nas últimas décadas que utilizam as imagens enquanto fontes iconográficas, juntamente com as tradicionais fontes escritas, passaram a necessitarem de procedimentos metodológicos de leituras iconográficas. Por essa razão, ao longo da história, foi se abrindo mãos de novas evidências ou indícios1 para o pesquisador em educação, na qual a linguagem visual passou a assumir papel relevante nos significado das obras, principalmente com o surgimento da História Cultural, visto que a história cultural, tal como entendemos, tem por principal objeto identificar o modo como em diferentes lugares e momentos uma determinada realidade social é construída, pensada, dada a ler (CHARTIER, 2002, p. 15). De acordo com esta citação, compreendemos que a tarefa da história cultural pode abrir novos caminhos metodológicos para o pesquisador, no que se refere a estudos sobre as imagens enquanto representações do mundo social produzidas por grupos ou classes sociais. Desse modo, percebemos que tais representações vão enunciar práticas e discursos na sociedade pautados pelas práticas culturais da escrita e principalmente da imagem (CHARTIER, 2002). Ao colocar esta problemática do “mundo como representação”, Chartier (2002) vai nos desvelar que essa reflexão pode ser apropriada por aqueles que utilizam textos escritos e visuais produzindo diferentes sentidos e significações, na forma com que estes compreendem o mundo social em sua volta. Neste sentido, essa representação vai se referir, primeiramente, a um conhecimento capaz de reconstituir, por meio da imagem, memórias “visuais” de um determinado objeto, como por exemplo, esculturas de personagens históricos localizadas em locais públicos, em diferentes lugares, visto que a leitura de imagem assumiria relevante papel neste aspecto, ao ajudar o leitor a decifrar o significado da obra. Seguindo este pensamento, é relevante pontuar os conceitos de análise de imagem propostos pelo historiador alemão Panofsky (1976), para que possamos analisar a iconografia elegida para este trabalho. Desse modo, destacamos basicamente três níveis de análises iconográficas: a. Descrição pré-iconográfica – identificação simples de objetos comuns em nosso meio social como 1 Segundo Burke (2004, p. 16), o termo “indícios” refere-se “a manuscritos, livros impressos [...] bem como a muitos tipos diferentes de imagens [...]”.
  • 4. Domínios da Imagem, Londrina, ano V, n. 10, p. 89-96, maio 201292 Gustavo Cunha Araujo; Ana Arlinda Oliveira pessoas, animais, edificações entre outros. Seria considerada uma descrição natural ou informal; b. Análise iconográfica – análise mais completa, destacando a linguagem visual da obra ou imagem, como por exemplo, reconhecer o Cristo Redentor como sendo a escultura de mesmo nome localizada na cidade de Rio de Janeiro, Brasil. Seria uma descrição convencional ou formal; c. Interpretação iconológica – Seria uma descrição mais “subjetiva” da imagem, quando tentamos explicar representações através de seu contexto histórico, em relação a outros fenômenos culturais. É nesse nível que as imagens oferecem evidência útil para os historiadores culturais. Temos conhecimento que foram nos estudos de Erwin Panofsky (1976) que pesquisas sobre a análise composicional da imagem, isto é, a linguagem visual, como pontos, cores, planos entre outros elementos presentes na composição iconográfica, foram se tornando relevantes para estudar as análises de imagens no bojo educacional. Desse modo, considerar as especificidades destas “mensagens visuais” é uma forma de tentar compreender as suas significações e, consequentemente, a produzir interpretações relacionadas ao contexto em que foram produzidas. Concordamos com Chartier (2002) ao nos desvelar que o texto visual e não apenas o escrito é objeto de constantes leituras, nos quais estas vão se diversificando com o passar do tempo. As práticas de leituras associadas a textos visuais, como as imagens, que vão retratar lugares, momentos, memórias entre outros. Entendemos que a imagem, enquanto um campo da pedagogia visual inserido na cultura escolar é rica em significados. Desse modo, podemos afirmar a possibilidade de uma representação histórica fiel do passado que a imagem nos pode transmitir. [...] as imagens nos permitem ‘imaginar’ o passado de forma mais vivida. [...] nossa posição face a face com uma imagem nos coloca face a face com a história. O uso de imagens em diferentes períodos como objetos de devoção ou meios de persuasão, de transmitir informações ou de oferecer prazer, permite-lhes testemunhar antigas formas de religião, de conhecimento, crença, deleite, etc. embora textos também ofereçam indícios valiosos, imagens constituem-se no melhor guia para o poder de representações visuais na vida religiosa e política de culturas passadas (BURKE, 2004, p. 17). Devemos, portanto, levar em conta estudos sobre a importância da alfabetização pela imagem no contexto educativo, que também vão se referir à linguagem visual, visto que uma vantagem particular do testemunho de imagens é a de que elas comunicam rápida e claramente os detalhes de um processo [...] (BURKE, 2004, p. 101). Leitura de imagem e alfabetismo visual no contexto educacional: revendo conceitos Ao direcionar nossos olhares para os dias atuais, percebemos uma multiplicidade de imagens, das mais diversas formas, que necessitam de uma melhor abordagem e entendimento da linguagem visual, em seu contexto, independente dos meios ou materiais em que foram produzidas, sendo ou por meio de impressos, ou mesmo em equipamentos audiovisuais/tecnológicos. Durante as aulas de artes, foram apresentados aos alunos alguns artistas e movimentos artísticos que trabalhavam a técnica da colagem, sendo ressaltados artistas
  • 5. Leitura de Imagens e Alfabetismo Visual: revendo alguns conceitos Domínios da Imagem, Londrina, ano V, n. 10, p. 89-96, maio 2012 93 comooespanholPabloPicassoeomovimento artístico denominado de Cubismo2 , além de algumas obras/imagens produzidas por este artista e esta manifestação artística com destaque a esta técnica. Neste sentido, logo após a exposição teórica, os alunos começaram a produzir um trabalho de colagem logo na primeira aula. Desse modo, selecionando esta iconografia produzida por estes discentes e, considerando os estudos iconográficos de Panofsky (1976), associados às contribuições teóricas da História Cultural, é relevante pontuar esta imagem produzida em âmbito educacional por estes discentes, para que possamos entender melhor a questão da alfabetização visual no contexto educativo. Assim, este trabalho visual foi resultado de um trabalho realizado com alunos do 7º ano do ensino fundamental de uma escola municipal da cidade de Uberlândia, Minas Gerais durante as aulas de Educação Artística (Artes) que ocorria uma vez por semana. Esta produção artística levou cerca de três aulas (três semanas) para ser concluído por este grupo de alunos, lembrando que cada aula tinha duração de cinqüenta minutos (50min/ hora aula): 2 Movimento artístico que tem como característica a geometrização das formas e volumes, conferindo a mesma, na maioria das vezes, um sentido de pintura escultórica, dada pela harmonia dos elementos e materiais utilizados na produção do trabalho. Colagem realizada por um grupo de alunos do 7º ano do ensino fundamental de uma escola municipal da cidade de Uberlândia, Minas Gerais. 2011
  • 6. Domínios da Imagem, Londrina, ano V, n. 10, p. 89-96, maio 201294 Gustavo Cunha Araujo; Ana Arlinda Oliveira Nesta imagem, numa análise sintática ou pré-iconográfica, podemos perceber elementos visuais que compõem essa obra, como figuras geométricas, que representam desde pessoas a diversos objetos presentes no cotidiano, como um aparelho de celular localizado no canto superior direito da imagem, um carro na parte inferior esquerda entre outros. Estes seriam exemplos de alguns dos elementos mais básicos presentes nesta descrição. Na análise semântica ou iconográfica, podemos reconhecer tal imagem como a representação visual de uma colagem, pelo fato de ter o conhecimento que foram utilizados materiais como revistas, colas, tesouras na produção desta obra em sala de aula, visto que os elementos sobrepostos um em cima do outro e alguns lado a lado da composição, são características da técnica da colagem na arte contemporânea. Entretanto, como última descrição relacionadaaocontextoemquefoiproduzida, podemos descrever que tal imagem é contemporânea, elaborada por alunos do 7º ano do ensino fundamental de uma escola municipal da cidade de Uberlândia, Minas Gerais, durante as aulas de artes, ocorridas semanalmente, utilizando a técnica da colagem na confecção da mesma. Neste sentido, podemos perceber que todos esses níveis se inter-relacionam entre si, no processo de análise de uma obra/trabalho artístico, podendo ajudar o leitor a decifrar as significações de uma imagem, significações estas que podem estar na linguagem figurativa (elementos de composição) da obra. Desse modo, [...] as imagens [...] enquanto sistemas simbólicos são ricas e instáveis, o que quer dizer que comportam um grande número de níveis de significação (CALADO, 1994, p. 55). Também, verificamos que a necessidade dessa aprendizagem visual na educação pode fazer com que os alunos entendam as informações e significações contidas nas linguagens visuais, gerando interpretações e outros significados que podem ser discrepantes de acordo com o contexto em que foram produzidas, mas que possam contribuir para o aprendizado e produção de conhecimento em educação e artes. Deacordocomestasanálises,entendemos que a leitura de imagens, assim como a dos textosescritos,serelacionamdiretamentecom o estudo do alfabetismo visual, nos colocando em busca não apenas da compreensão e comunicação de informações ou ideias, mas também, da codificação e decodificação de elementos figurativos presentes nas imagens, fundamental para o ato de se comunicar visualmente em nossa sociedade. Nesse sentido, e estendendo a necessidade do desenvolvimento da ação de ler imagens a todo profissional que atua no campo educacional, consideramos primordial o estudo dos conceitos de imagem e de leitura. Para tanto, ampliamos o entendimento do termo “leitura de imagem” na perspectiva de que essa ação seja um procedimento metodológico que possibilite olhar para as imagens de forma significativa e condizente com o tempo-espaço educativo em que atuamos (SOUSA, 2007, p. 101). Completando, é importante pontuarmos que o termo alfabetismo, muito das vezes devido a estudos sobre leitura de imagens, se refere à capacidade de o indivíduo compreender e se expressar por meio de um sistema de representação escrita e visual (CALADO, 1994). Ao mencionar os termos “alfabetismo” e “visual” buscamos apresentar neste trabalho uma melhor compreensão do estudo e análise das mensagens visuais, pelo viés histórico-
  • 7. Leitura de Imagens e Alfabetismo Visual: revendo alguns conceitos Domínios da Imagem, Londrina, ano V, n. 10, p. 89-96, maio 2012 95 social, utilizando os conceitos de leitura de imagem do historiador alemão Erwin Panofsky, no qual se entende ser pertinente para analisar imagens produzidas em nossa época, visto que assim como acontece na alfabetização tradicional da leitura e da escrita da sociedade contemporânea, possamos ser também alfabetizados “visualmente”. Considerações finais Nos últimos anos temos observado uma grande proliferação e disseminação rápida de novas tecnologias e meios de comunicação em nossa sociedade, das quais a atenção dada às imagens, sobretudo, as formas visuais de comunicação, foi se mostrando relevante no bojo educacional, implicando em novos estudos histórico-sociais que utilizam essas mensagens visuais no contexto educacional. É preciso, pois, ficar claro que ao abordar estudos de teóricos como Panofsky (1976), Burke (2004) e Chartier (2002) nos dias atuais, estamos ressaltando a importância de suas obras para pesquisas que abordam estudos sobre as imagens no contexto educacional do século 21. Tais conceitos analisados e utilizados, somados as reflexões produzidas por estes autores nos mostram a relevância e a pertinência de seus trabalhos para o campo de estudos culturais sobre a leitura de imagens. Resumindo, afirmamos que é possível utilizar os conceitos de leitura de imagens do historiador alemão Erwin Panofsky para estudar o alfabetismo visual das imagens no contexto educativo, o que pode nos oferecer ummelhorentendimentodossignificadosdos elementos figurativos presentes na obra ou trabalho artístico produzido, principalmente no que se refere a leitura de imagens. Não podemos deixar de destacar neste texto às possíveis ambigüidades encontradas nas imagens, pois as mesmas podem ser “lidas” de diversas formas dependendo dos objetivos e aportes teóricos propostos. É também devido a este fato, que a história cultural vem nos enriquecer com descobertas arespeitodalinguagemvisual,nosorientando em análises e possíveis respostas a respeito da problemática colocada neste estudo, assim como aconteceu neste trabalho. Ressaltando a importância do alfabetismo visual numa determinada obra ou trabalho artístico, entendemos que se pode trabalhar na educação com três questões fundamentais envolvendo as imagens: no que diz respeito à percepção, a comunicação e a aprendizagem. Para que isto ocorra no contexto pedagógico, nos parece ser necessário serem asseguradas condições para a sua efetiva execução e, uma dessas, seria a formação de professores para o trabalho com imagens. As imagens e as palavras devem se complementar, e jamais se oporem. No âmbito escolar, quando trabalhadas juntas, verificamos que ambas podem enriquecer o aprendizado do aluno, no que diz respeito aos significados de elementos visuais da obra entendidos pelos mesmos durante as leituras e produções de imagens. Assim, entendemos que são duas formas de representações que precisam estar inseridas no contexto educacional e de aprendizado. Estudar o alfabetismo visual é compreender melhor os significados e representações que as imagens, em seus mais diferentes níveis e formas, podem nos oferecer, analisadas no contexto educativo, por meio de métodos de leitura de imagens de áreas como as Artes Visuais e História Cultural, principalmente, contribuindo para o enriquecimento e produção de conhecimento para a educação. Afirmamos também que conceitos como leitura, alfabetismo e iconografia estão
  • 8. Domínios da Imagem, Londrina, ano V, n. 10, p. 89-96, maio 201296 Gustavo Cunha Araujo; Ana Arlinda Oliveira inseridos no bojo de pesquisas produzidas na história da educação brasileira, implicando no conhecimento da linguagem visual e não apenas da linguagem escrita. Ambas se complementam e assumem um papel fundamental e relevante para pesquisas na educação e para a aprendizagem educativa, no contexto escolar, produzindo conhecimento para a educação. Por fim, podemos concluir este artigo afirmando que as imagens são produzidas para se comunicar, visto que os níveis propostos por Panofsky (1976) apresentados durante esta pesquisa, sobre tudo relacionado à leitura de imagem, estão relacionados aos estudos sobre práticas e representações dos estudos culturais, ao abordarem diversas possibilidades de interpretações e significações que as imagens podem oferecer ao leitor que se apropriar de tais conceitos durante a análise de determinada obra/ trabalho artístico produzido. Desse modo, as imagens não são feitas simplesmente para serem observadas, mas também para serem “lidas”. Referências bibliográficas BURKE. Peter. Testemunha ocular: história e imagem. Tradução de Vera Maria Xavier dos Santos. Bauru: SP/EDUSC, 2004. CALADO, Isabel. A utilização educativa das imagens. Coleção Mundo de Saberes 8. Porto: Porto Editora, 1994. CHARTIER, Roger. Ahistóriacultural:entrepráticas e representações. 2. ed. Rio de Janeiro: Bertrand, 2002. PANOFSKY, Erwin. Iconografia e iconologia: uma introdução ao estudo da arte da renascença. In: Significado nas Artes Visuais. São Paulo: Perspectiva, 1976. p. 47-87. REY, Fernando L. Gonzalez. Pesquisa qualitativa. Tradução de Marcel Aristides Ferrada Silva. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. SOUSA, Márcia Maria. Reflexões sobre a leitura de imagens como ação educativa. In: Revista Olhares e Trilhas. V.8. N.8, 2007. p. 99-108.