O documento apresenta um portfólio de moda de Gustavo Augusto Rodrigues produzido em Fortaleza em 2013. O portfólio inclui resumos de pesquisas e trabalhos realizados no curso de Design de Moda, como croquis de modelagem, produção de moda e moda cearense. Também apresenta entrevistas com a estilista Andrea Cerqueira sobre sua carreira e a evolução da moda cearense.
2. Moda já deixou de ser sinônimo de futilidade e
improvisação há muito tempo, é uma arte onde retrata
transformações, é o termo que abrange tudo que
envolve todos os estilos e a cultura, reflete a sociedade
em sua volta sendo possível entender um grupo, um país,
naquele período pela moda então praticada.
Este material acadêmico tem com objetivo mostrar
algumas pesquisas e trabalhos, até agora feito no curso
de Design de Moda.
14. Moda Cearense.
Se antes as confecções e os ateliês funcionavam de maneira amadora nos quintais domésticos e se trabalhava quase sempre de
maneira autodidata, limitada a própria rede de conhecimento local, muita coisa mudou. A história do ensino superior em moda no
Estado começa com a UFC, que criou sua graduação em Estilismo e Moda em 1994 consequência dos bons resultados de um curso
de extensão. A tradição do Ceará no setor, o aquecimento da economia nos últimos anos e a maior demanda por profissionais da
área levaram outras faculdades cearenses a investirem em bacharelados e graduações tecnológicas em moda. A informação focada
em logística, marketing, estilo, história e gestão contribui para uma formação mais adequada e coloca o Estado entre os grandes
produtores e referências do mercado nacional de moda. Estilistas criam, com qualidade, em um tempo global; modelos pisam com
segurança nas passarelas daqui e de outros cenários; empresários apostam cada vez mais na moda como negócio, no
aprimoramento de seus funcionários, na pesquisa e no valor da informação; e as indústrias, apesar da concorrência chinesa e outros
entraves fiscais, continuam produzindo regularmente no abastecimento do mercado interno e externo. Segundo a Associação
Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), atualmente, o Estado ocupa o quinto lugar no ranking dos polos produtores de
moda do País.
Calçados, artigos de couro, têxteis e vestuário já se consolidaram como os mais importantes itens cearenses que ganham o
mundo todos os dias. O grande sucesso entre os calçados cearenses no mercado internacional são os produtos feitos de plástico e de
borracha, sobretudo os chinelos e as sandálias micro porosas: produtos de baixo valor agregado, o que os torna bastantes
competitivos no mercado. O polo do Cariri tem um histórico de desenvolvimento em comércio exterior significante.
Os eventos de moda são importantes principalmente por estimular a aproximação entre produtores e comerciantes e de ambos com
os consumidores. As feiras são oportunidades para trocar informações, buscar inspirações, conquistar novas parcerias e estreitar o
relacionamento com clientes. Elas representam, muitas vezes o início dos negócios. Grandes exemplos dos eventos: Fortaleza Fashion
Week, Ceará Summer Fashion, Moda Íntima Ceará e o Dragão fashion Brasil .
Matérias e entrevistas para o Blog Coisa de Moda.
15. CM: Qual a diferença que você vê na moda cearense nos últimos anos?
AC: Vejo muita gente nova se arriscando, empreendendo, dispostas a ir em frente sem medo se alguém vai julgar o trabalho o produto. Percebo o quanto de gente está no
mercado, isso gera competitividade faz com que o mercado perceba com que essas pessoas estão ai, que tem que ganhar um pouco melhor. Hoje um estilista tem carteira
assinada, na minha época um estilista não tinha carteira assinada isso já é uma grande vantagem.
CM: O que você acha que está faltando na moda cearense?
AC: Acho que falta às pessoas olharem para outros mercados, as pessoas ficam muito presas ao feminino adulto. Falta olharem mais para o infantil, moda praia, moda
fitness, lingerie, o mercado está precisando muito de designers de joias, sapatos, bolsas. As pessoas precisam vê outros horizontes.
CM: O que você diria as jovens de como trabalhar com moda?
AC: Botar a mão na massa! Já tive algumas estagiarias e vi muita gente não esta interessada em aprender. Muita gente esta interessada mesmo é em ir para o shopping se
vestir e acha que isso é fazer moda. A primeira coisa que eu pergunto a um estagiário quando chega aqui na minha empresa é se ele sabe como colocar um botão e a
maioria não sabe, então penso, ele vai sair daqui pelo menos sabendo pregar um botão e muitas vezes ele acha que estamos fazendo de auxiliar de acabamento, então é
muito complicado eu acho que as pessoas precisam ter humildade querer aprender o processo desde o inicio. Hoje tem pessoas aqui na Jolie! Jolie! que chegaram aqui sem
saber nada e hoje fazem peças lindíssimas, então acho que as pessoas devem ter mais humildade e colocar a mão na massa.
Andrea Cerqueira formou-se em 2005 em Design de Moda pela Faculdade Católica do Ceará, e de lá pra cá vem dando um
show com suas criações voltadas pra o público feminino infantil. Proprietária da marca Jolie! Jolie!, Sempre buscando suprir as
necessidades do público consumidor de moda infantil que sente dificuldades na hora de encontrar peças com estilo. Andrea
sempre preocupada com o valor cultural vem fazendo com que a arte se torne sua maior fonte de inspiração.
Andrea Cerqueira
Coisa de Moda: Quando você se descobriu estilista e quando veio essa inspiração?
Andrea Cerqueira: Desde muito nova costumava customizar minhas roupas, foi quando eu me vi mexer nas minhas coisas, na época
não se falava muito de moda só tinha a UFC e a minha turma foi à primeira da Faculdade Católica do Ceará. Fazia o ensino médio no
Marista, foi quando o diretor percebeu que me vestia de uma forma diferente, e me chamou juntamente com algumas amigas pra
conhecer as salas da faculdade de moda. Chegando lá percebi que era aquilo que queria e era ali que queria ficar, sempre me
interessei muito por publicidade e jornalismo, mais naquele momento vi que meu ramo era criação.
CM: Como foi chegar em casa e dizer vou ser estilista?
AC : Péssimo! Meu pai não me apoiou muito por conta dele ser químico têxtil e ver como realmente é o dia a dia dos estilistas, pois ele q
um retorno mais rápido.
CM: Quando você elabora uma coleção o que você usa como fonte de inspiração?
AC: Para mim tudo começa antes dos desenhos. Eu costumo muito observar sinais, não sou de está buscando em revista, mas quando busco, olho em revista de adulto,
geralmente o mercado infantil gira mais atrasado. Quando ciei a Jolie! Jolie! juntei esse universo do lúdico e do cultural e meu objetivo maior foi chegar aos pais e saber o
que eles queriam vestir nos filhos.
CM: Como vem sendo o teu cotidiano profissional?
AC: Puxado! Já trabalhei em outras empresas como estilista e percebi que uma coisa e você terminar seu expediente e ir pra casa e se você quiser ate esquece o trabalho, e
aqui no caso são 24 horas por dia de muita preocupação desde a conta de energia até projetos futuros. Não tenho do que reclamar é muito puxado mais é muito bom.
CM: Qual a diferença que você vê na moda cearense nos últimos anos?
AC: Vejo muita gente nova se arriscando, empreendendo, dispostas a ir em frente sem medo se alguém vai julgar o trabalho o produto. Percebo o quanto de gente está no
mercado, isso gera competitividade faz com que o mercado perceba com que essas pessoas estão ai, que tem que ganhar um pouco melhor. Hoje um estilista tem carteira
assinada, na minha época um estilista não tinha carteira assinada isso já é uma grande vantagem.
16. Além do prestígio no mundo da moda, o trabalho de Lino começava a ser reconhecido nas artes plásticas também. Em 1988, o Stedelijk
Museu, de Amsterdã, havia arrematado um vídeo com o registro das criações do estilista.
O livro
O livro dedicado ao estilista paraense tem como foco principal sua incansável pesquisa técnica e desenvolvimento de materiais. Com o
preciosismo da alta-costura, trabalha com minúcia as matérias mais inusitadas, valorizando o trabalho manual e os elementos nativos. As fotos
de detalhes de suas peças nos permitem conhecer a riqueza e a originalidade com que Lino trabalha elementos simples como a palha ou
exóticos como as peles de cobra e escamas de peixe. Descrições dos procedimentos técnicos nos permitem imaginar as movimentações do
ateliê. Como num verdadeiro laboratório de experimentações, é possível acompanhar os complexos procedimentos que levam o material bruto
a se transformar em tecidos delicados e requintados. Com sua criação atemporal e artística, Lino não se furta aos desafios formais, investiga as
características de caimento e constrói suas coleções com o mesmo rigor com o qual une, um a um, milimétricos pedaços de tecidos. Também é
focalizado seu trabalho com figurinos de teatro e cinema.
SPRING/SUMMER 2013
Coleção repleta de transparências e detalhes, onde as modelos desfilavam fazendo uma misteriosa e sensual interpretação com os braços.
Lino Villaventura mantém sua postura de que inspiração não se explica, apenas sente-se, apresentando uma coleção performática, onde o
público nem sentiu a ausência de um tema ao apreciar as criações luxuosas do estilista.
Lino Villaventura
Lino Villaventura é considerado um dos maiores estilistas brasileiros da atualidade. Tem renome internacional, mas diz
não dar muita bola para isso. Nascido em Belém do Pará mais radicou-se no Ceará Antônio Marques dos Santos Neto
(Lino Villaventura). Sua carreira começou por acaso, em 1975, quando fez um colete bordado para presentear Inez
Villaventura, sua namorada na época, Lino ficou famoso por criar novas texturas, nervuras e patchworks em suas
criações. Em 1982 lança em Fortaleza a marca "Lino Villaventura" em parceria com Inez Villaventura. Foi um dos
primeiros estilistas brasileiros a voltar os olhos para o mercado internacional. Em 1989, já com pouco mais de dez anos
de carreira e referência na moda brasileira, foi convidado pelo Itamaraty para representar o Brasil em uma feira
internacional em Osaka, no Japão, a "World Trade Fashion". A participação rendeu visibilidade, com um destaque no
jornal britânico Financial Times. Lino não perdeu as oportunidades e logo estava com roupas em lojas de Tóquio, Osaka,
Londres e Nova York
17.
18. Vionnet
No último semestre de 2012 fiz uma pesquisa sobre a famosa grife vionnet onde
fiquei apaixonado pela a história da criadora Madeleine Vionnet.
Nascida em Chilleurs-aux-Bois em 1876 era conhecida como "arquiteto entre
costureiras", impressionando o mundo da alta-costura com sua abordagem totalmente
inovadora, suas habilidades e o perfeito equilíbrio entre a experimentação e a
elegância. O inventor do viés cortado, é a rainha célebre de drapeados, que ela testou
usando cortes longos de crepe de chine, gabardine e cetim em manequins de medição
80 centímetros. Inspirando-se a arte grega, ela criou peças que se agarravam à forma
do corpo, com uma fluidez que ecoou seus movimentos. Na verdade, ela dizia:
"Quando uma mulher sorri, então, seu vestido deve sorrir também“. O enviesado
conferiu mais fluidez às modelagens, e conforto. Utilizava sedas, musselines, cetins e
veludos. Os drapeados também são características de seu repertório, e surgiram em
suas peças graças à paixão pela Grécia Antiga.
Alguns modelos de Madeleine Vionnet: