SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 23
VIDAS SECAS Retirantes (1936), óleo de Cândido Portinari. Guia de Literatura                                           Professor André Guerra
Guia de Literatura                                           Professor André Guerra
Reflexão:SEGUE O SECOCarlinhos Brown     A boiada seca		                   Ô chuva vem me dizer     Na enxurrada seca	                   Se posso ir lá em cima     A trovoada seca		     pra derramar você     Segue o seco sem secar	  	     Ó chuva preste atenção     que o caminho é seco		     Se o povo lá de cima      sem secar que			     vive na solidão     o espinho é seco		     Se acabar não acostumado     sem secar que			     Se acabar parado, calado     seco é o Ser Sol		     Se acabar baixinho chorando     Sem sacar que			     Se acabar meio abandonado     algum espinho seco secará	     Pode ser lágrima de São Pedro     E a água que secar		     Ou talvez um grande amor chorando     será um tiro seco		     Pode ser desabotoado céu      E secará o seu destino seca. 	     Pode ser coco derramado Guia de Literatura                                           Professor André Guerra
De quem é a culpa? Do clima? Do solo? De Deus? E o homem? Guia de Literatura                                           Professor André Guerra
CarcaráJoão do Vale CarcaráLá no sertãoÉ um bicho que avoa que nem aviãoÉ um pássaro malvadoTem o bico volteado que nem gaviãoCarcaráQuando vê roça queimadaSai voando, cantando,CarcaráVai fazer sua caçadaCarcará come inté cobra queimadaQuando chega o tempo da invernadaO sertão não tem mais roça queimadaCarcará mesmo assim num passa fomeOs burrego que nasce na baixadaCarcaráPega, mata e come CarcaráNum vai morrer de fomeCarcaráMais coragem do que homeCarcaráPega, mata e comeCarcará é malvado, é valentãoÉ a águia de lá do meu sertãoOs burrego novinho num pode andáEle puxa o umbigo inté matáCarcaráPega, mata e comeCarcaráNum vai morrer de fomeCarcaráMais coragem do que homeCarcará Guia de Literatura                                           Professor André Guerra
Guia de Literatura                                           Professor André Guerra
“Criança morta” Cândido Portinari Guia de Literatura                                           Professor André Guerra
“A culpa do crime nunca é da faca.” (Eduardo Galeano) Guia de Literatura                                           Professor André Guerra
A obra Literária Guia de Literatura                                           Professor André Guerra
ENREDO SINTÉTICO É a história de uma família de retirantes que vive em pleno agreste os sofrimentos da estiagem (...), um homem, uma mulher, seus filhos e uma cachorra tangidos pela seca e pela opressão dos que podem mandar (...). O que havia de unitário nas obras anteriores(do autor), apoiadas no eixo de um protagonista, dispersa-se (...)nos “casulos da vida isolada que são os diversos capítulos”, enfim, na desagregação a que o meio arrasta os destinos inúteis de Fabiano, Sinha Vitória, Baleia... (Alfredo Bosi – História concisa da literatura brasileira) Guia de Literatura                                           Professor André Guerra
LINGUAGEM: As frases curtas, a pontuação precisa e cortante, o uso do futuro do pretérito nas personagens em que o discurso indireto livre permite que sejam expressos os sonhos das personagens, a inexistência de diálogos, a abundância de interjeições, exclamações, sons onomatopaicos, substituindo a fala das personagens e mostrando-lhes a animalidade, constituem alguns dos elementos enriquecedores de Vidas Secas. Guia de Literatura                                           Professor André Guerra
LEMBRE-SE: • No DISCURSO DIRETO o personagem fala. Reprodução das palavras ditas pelo personagem. Normalmente, o discurso direto é encontrado nos diálogos. Ex.:“E aos conhecidos que dormiam no tronco e agüentavam cipó    de boi oferecia consolações.         ─ ‘Tenha paciência, apanhar do governo não é desfeita’” • No DISCURSO INDIRETO o narrador é quem transmite as idéias expressas pelo personagem. É o narrador quem fala, e não o personagem. Ex.:Sinha Vitória botou os filhos para dentro de casa, dizendo-   lhes que estavam sujos como papagaios. Guia de Literatura                                           Professor André Guerra
• No DISCURSO INDIRETO LIVRE não existe pensamento expresso pelo personagem. O personagem apenas pensa. O narrador reproduz a linguagem que está no pensamento do personagem. Em outros termos: a fala interior do personagem se intercala e se funde à linguagem com que o narrador relata os fatos. Ex.:“Suponha que o cevado era dele. Agora se a prefeitura tinha uma parte, estava acabado. Pois ia voltar para casa e comer a carne. Podia comer a carne? Podia ou não podia? O funcionário batera o pé agastado e Fabiano se desculpara.” Guia de Literatura                                           Professor André Guerra
OS MUNDOS   Mundo dos oprimidos Mundo dos opressores ●  FABIANO ●  SINHA VITÓRIA ●  O FILHO MAIS VELHO ●  O FILHO MAIS NOVO ●  BALEIA  E O PAPAGAIO ●  PATRÃO DE FABIANO ●  FISCAL DA PREFEITURA ●  SOLDADO AMARELO Guia de Literatura                                           Professor André Guerra
E Tomás da Bolandeira? Está entre os opressores ou entre os oprimidos? Guia de Literatura                                           Professor André Guerra
O elemento Humano em Vidas Secas Guia de Literatura                                           Professor André Guerra
Fabiano Brutalidade Limitação Inocência Angústia Conflito Sonho Guia de Literatura                                           Professor André Guerra
A Animalização do Homem Guia de Literatura                                           Professor André Guerra
O BICHO Vi ontem um bichoNa imundície do pátioCatando comida entre os detritos.Quando achava alguma coisa,Não examinava nem cheirava:Engolia com voracidade.O bicho não era um cão,Não era um gato,Não era um rato.O bicho, meu Deus, era um homem.   Manuel Bandeira -Rio,                      27 de dezembro de 1947 Guia de Literatura                                           Professor André Guerra
Súplica cearenseLuiz Gonzaga Oh! Deus, perdoe este pobre coitadoQue de joelhos rezou um bocadoPedindo pra chuva cair sem pararOh! Deus, será que o senhor se zangouE só por isso o sol se arretirouFazendo cair toda chuva que háSenhor, eu pedi para o sol se esconder um tiquinhoPedir pra chover, mas chover de mansinhoPra ver se nascia uma planta no chão Meu Deus, se eu não rezei direito o Senhor me perdoe,  Eu acho que a culpa foiDesse pobre que nem sabe fazer oraçãoMeu Deus, perdoe eu encher os meus olhos de águaE ter-lhe pedido cheinho de mágoaPro sol inclemente se arretirarDesculpe eu pedir a toda hora pra chegar o invernoDesculpe eu pedir para acabar com o infernoQue sempre queimou o meu Ceará Guia de Literatura                                           Professor André Guerra
Fotografia de Chema Madoz Guia de Literatura                                           Professor André Guerra
Temas A exploração Homem X  meio As diferentes reações diante das adversidades Guia de Literatura                                           Professor André Guerra
“O Sertanejo é, antes de tudo, um forte” (Euclides da Cunha) Guia de Literatura                                           Professor André Guerra

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Was ist angesagt? (20)

Sagarana
SagaranaSagarana
Sagarana
 
Macunaíma...
Macunaíma...Macunaíma...
Macunaíma...
 
Graciliano Ramos - Pesquisa 301
Graciliano Ramos - Pesquisa 301Graciliano Ramos - Pesquisa 301
Graciliano Ramos - Pesquisa 301
 
Macunaíma
MacunaímaMacunaíma
Macunaíma
 
13 Amor - clarice lispector - pwsf
13   Amor - clarice lispector - pwsf13   Amor - clarice lispector - pwsf
13 Amor - clarice lispector - pwsf
 
Pré-Modernismo
Pré-ModernismoPré-Modernismo
Pré-Modernismo
 
Carlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de AndradeCarlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de Andrade
 
Apresentação vidas secas
Apresentação vidas secasApresentação vidas secas
Apresentação vidas secas
 
Manifesto Antropófagico
Manifesto AntropófagicoManifesto Antropófagico
Manifesto Antropófagico
 
1 fase do modernismo
1 fase do modernismo1 fase do modernismo
1 fase do modernismo
 
O movimento romântico
O movimento românticoO movimento romântico
O movimento romântico
 
Especial Clarice Lispector
Especial Clarice LispectorEspecial Clarice Lispector
Especial Clarice Lispector
 
Clarice lispector
Clarice lispectorClarice lispector
Clarice lispector
 
Modernismo fases
Modernismo fasesModernismo fases
Modernismo fases
 
Modernismo 2 fase (geração de 30)
Modernismo 2 fase (geração de 30)Modernismo 2 fase (geração de 30)
Modernismo 2 fase (geração de 30)
 
2ª Fase do Modernismo (Poesia)
2ª Fase do Modernismo (Poesia)2ª Fase do Modernismo (Poesia)
2ª Fase do Modernismo (Poesia)
 
Castro Alves - O Poeta dos Escravos
Castro Alves - O Poeta dos EscravosCastro Alves - O Poeta dos Escravos
Castro Alves - O Poeta dos Escravos
 
Livro capitães da areia, de jorge amado análise
Livro capitães da areia, de jorge amado análiseLivro capitães da areia, de jorge amado análise
Livro capitães da areia, de jorge amado análise
 
Carlos drummond de andrade
Carlos drummond de andradeCarlos drummond de andrade
Carlos drummond de andrade
 
O guarani
O guaraniO guarani
O guarani
 

Andere mochten auch

Andere mochten auch (6)

Vidas secas graciliano ramos (1)
Vidas secas   graciliano ramos (1)Vidas secas   graciliano ramos (1)
Vidas secas graciliano ramos (1)
 
Obra Vidas Secas
Obra Vidas SecasObra Vidas Secas
Obra Vidas Secas
 
Vidas secas de graciliano ramos
Vidas secas de graciliano ramosVidas secas de graciliano ramos
Vidas secas de graciliano ramos
 
Plano de aula
Plano de aulaPlano de aula
Plano de aula
 
Vidas secas
Vidas secas Vidas secas
Vidas secas
 
Projeto de Leitura - " Vidas Secas"
Projeto de Leitura - " Vidas Secas"Projeto de Leitura - " Vidas Secas"
Projeto de Leitura - " Vidas Secas"
 

Ähnlich wie Vidas secas

Ähnlich wie Vidas secas (20)

Vidas Secas Site
Vidas Secas SiteVidas Secas Site
Vidas Secas Site
 
Vidas Secas
Vidas SecasVidas Secas
Vidas Secas
 
Modernismo de 45
Modernismo de 45Modernismo de 45
Modernismo de 45
 
SIMULADO SARESP - Língua Portuguesa
SIMULADO SARESP - Língua PortuguesaSIMULADO SARESP - Língua Portuguesa
SIMULADO SARESP - Língua Portuguesa
 
Socialização 3° a vidas secas
Socialização 3° a vidas secasSocialização 3° a vidas secas
Socialização 3° a vidas secas
 
Cadernos negros
Cadernos negrosCadernos negros
Cadernos negros
 
Invenção de orfeu
Invenção de orfeuInvenção de orfeu
Invenção de orfeu
 
Poema de mil faces
Poema de mil facesPoema de mil faces
Poema de mil faces
 
Simulado spaece 1º ano
Simulado spaece 1º anoSimulado spaece 1º ano
Simulado spaece 1º ano
 
Literatura de cordel
Literatura de cordelLiteratura de cordel
Literatura de cordel
 
Modernismo brasil 1ª fase
Modernismo brasil 1ª faseModernismo brasil 1ª fase
Modernismo brasil 1ª fase
 
Tipos de NARRADOR na criação de literatura
Tipos de NARRADOR na criação de literaturaTipos de NARRADOR na criação de literatura
Tipos de NARRADOR na criação de literatura
 
Como um Estalo
Como um EstaloComo um Estalo
Como um Estalo
 
Modernismo brasil 1ª fase
Modernismo brasil 1ª faseModernismo brasil 1ª fase
Modernismo brasil 1ª fase
 
Redacao 8serie-ef
Redacao 8serie-efRedacao 8serie-ef
Redacao 8serie-ef
 
Avaliação da aprendizagem 7 anojv
Avaliação da aprendizagem 7 anojvAvaliação da aprendizagem 7 anojv
Avaliação da aprendizagem 7 anojv
 
Avaliação da aprendizagem 7 anocs
Avaliação da aprendizagem 7 anocsAvaliação da aprendizagem 7 anocs
Avaliação da aprendizagem 7 anocs
 
Elementos da narrativa
Elementos da narrativaElementos da narrativa
Elementos da narrativa
 
Intertextualidade
IntertextualidadeIntertextualidade
Intertextualidade
 
Intertextualidade
IntertextualidadeIntertextualidade
Intertextualidade
 

Mehr von Andre Guerra

Mehr von Andre Guerra (19)

Barroco I guia
Barroco I guiaBarroco I guia
Barroco I guia
 
Memórias póstumas de Brás Cubas
Memórias póstumas de Brás CubasMemórias póstumas de Brás Cubas
Memórias póstumas de Brás Cubas
 
Capitães da Areia
Capitães da AreiaCapitães da Areia
Capitães da Areia
 
Morangos mofados
Morangos mofadosMorangos mofados
Morangos mofados
 
Quinhentismo no brasil
Quinhentismo no brasilQuinhentismo no brasil
Quinhentismo no brasil
 
Naturalismo
NaturalismoNaturalismo
Naturalismo
 
Modernismo de 30
Modernismo de 30Modernismo de 30
Modernismo de 30
 
As vítimas algozes
As vítimas algozesAs vítimas algozes
As vítimas algozes
 
História da arte 1
História da arte 1História da arte 1
História da arte 1
 
Modernismo de 30
Modernismo de 30Modernismo de 30
Modernismo de 30
 
Modernismo de 30
Modernismo de 30Modernismo de 30
Modernismo de 30
 
Modernismo 1922
Modernismo   1922Modernismo   1922
Modernismo 1922
 
Senhora
SenhoraSenhora
Senhora
 
Gerações poéticas
Gerações poéticasGerações poéticas
Gerações poéticas
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Pré modernismo
Pré modernismoPré modernismo
Pré modernismo
 
Vanguardas Européias
Vanguardas EuropéiasVanguardas Européias
Vanguardas Européias
 
Leitura 2011
Leitura 2011Leitura 2011
Leitura 2011
 
Gêneros literários 3o
Gêneros literários 3oGêneros literários 3o
Gêneros literários 3o
 

Kürzlich hochgeladen

421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdfLeloIurk1
 
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para criançasJogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para criançasSocorro Machado
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)ElliotFerreira
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaHELENO FAVACHO
 
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptxApresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptxLusGlissonGud
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.Mary Alvarenga
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfTutor de matemática Ícaro
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMHELENO FAVACHO
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Ilda Bicacro
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfHELENO FAVACHO
 
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptxSlide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptxedelon1
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAHELENO FAVACHO
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Ilda Bicacro
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfEmanuel Pio
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSOLeloIurk1
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxTailsonSantos1
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 

Kürzlich hochgeladen (20)

421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
 
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para criançasJogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
 
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptxApresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
 
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptxSlide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
 
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIXAula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 

Vidas secas

  • 1. VIDAS SECAS Retirantes (1936), óleo de Cândido Portinari. Guia de Literatura Professor André Guerra
  • 2. Guia de Literatura Professor André Guerra
  • 3. Reflexão:SEGUE O SECOCarlinhos Brown A boiada seca Ô chuva vem me dizer Na enxurrada seca Se posso ir lá em cima A trovoada seca pra derramar você Segue o seco sem secar Ó chuva preste atenção que o caminho é seco Se o povo lá de cima sem secar que vive na solidão o espinho é seco Se acabar não acostumado sem secar que Se acabar parado, calado seco é o Ser Sol Se acabar baixinho chorando Sem sacar que Se acabar meio abandonado algum espinho seco secará Pode ser lágrima de São Pedro E a água que secar Ou talvez um grande amor chorando será um tiro seco Pode ser desabotoado céu E secará o seu destino seca. Pode ser coco derramado Guia de Literatura Professor André Guerra
  • 4. De quem é a culpa? Do clima? Do solo? De Deus? E o homem? Guia de Literatura Professor André Guerra
  • 5. CarcaráJoão do Vale CarcaráLá no sertãoÉ um bicho que avoa que nem aviãoÉ um pássaro malvadoTem o bico volteado que nem gaviãoCarcaráQuando vê roça queimadaSai voando, cantando,CarcaráVai fazer sua caçadaCarcará come inté cobra queimadaQuando chega o tempo da invernadaO sertão não tem mais roça queimadaCarcará mesmo assim num passa fomeOs burrego que nasce na baixadaCarcaráPega, mata e come CarcaráNum vai morrer de fomeCarcaráMais coragem do que homeCarcaráPega, mata e comeCarcará é malvado, é valentãoÉ a águia de lá do meu sertãoOs burrego novinho num pode andáEle puxa o umbigo inté matáCarcaráPega, mata e comeCarcaráNum vai morrer de fomeCarcaráMais coragem do que homeCarcará Guia de Literatura Professor André Guerra
  • 6. Guia de Literatura Professor André Guerra
  • 7. “Criança morta” Cândido Portinari Guia de Literatura Professor André Guerra
  • 8. “A culpa do crime nunca é da faca.” (Eduardo Galeano) Guia de Literatura Professor André Guerra
  • 9. A obra Literária Guia de Literatura Professor André Guerra
  • 10. ENREDO SINTÉTICO É a história de uma família de retirantes que vive em pleno agreste os sofrimentos da estiagem (...), um homem, uma mulher, seus filhos e uma cachorra tangidos pela seca e pela opressão dos que podem mandar (...). O que havia de unitário nas obras anteriores(do autor), apoiadas no eixo de um protagonista, dispersa-se (...)nos “casulos da vida isolada que são os diversos capítulos”, enfim, na desagregação a que o meio arrasta os destinos inúteis de Fabiano, Sinha Vitória, Baleia... (Alfredo Bosi – História concisa da literatura brasileira) Guia de Literatura Professor André Guerra
  • 11. LINGUAGEM: As frases curtas, a pontuação precisa e cortante, o uso do futuro do pretérito nas personagens em que o discurso indireto livre permite que sejam expressos os sonhos das personagens, a inexistência de diálogos, a abundância de interjeições, exclamações, sons onomatopaicos, substituindo a fala das personagens e mostrando-lhes a animalidade, constituem alguns dos elementos enriquecedores de Vidas Secas. Guia de Literatura Professor André Guerra
  • 12. LEMBRE-SE: • No DISCURSO DIRETO o personagem fala. Reprodução das palavras ditas pelo personagem. Normalmente, o discurso direto é encontrado nos diálogos. Ex.:“E aos conhecidos que dormiam no tronco e agüentavam cipó de boi oferecia consolações. ─ ‘Tenha paciência, apanhar do governo não é desfeita’” • No DISCURSO INDIRETO o narrador é quem transmite as idéias expressas pelo personagem. É o narrador quem fala, e não o personagem. Ex.:Sinha Vitória botou os filhos para dentro de casa, dizendo- lhes que estavam sujos como papagaios. Guia de Literatura Professor André Guerra
  • 13. • No DISCURSO INDIRETO LIVRE não existe pensamento expresso pelo personagem. O personagem apenas pensa. O narrador reproduz a linguagem que está no pensamento do personagem. Em outros termos: a fala interior do personagem se intercala e se funde à linguagem com que o narrador relata os fatos. Ex.:“Suponha que o cevado era dele. Agora se a prefeitura tinha uma parte, estava acabado. Pois ia voltar para casa e comer a carne. Podia comer a carne? Podia ou não podia? O funcionário batera o pé agastado e Fabiano se desculpara.” Guia de Literatura Professor André Guerra
  • 14. OS MUNDOS Mundo dos oprimidos Mundo dos opressores ● FABIANO ● SINHA VITÓRIA ● O FILHO MAIS VELHO ● O FILHO MAIS NOVO ● BALEIA E O PAPAGAIO ● PATRÃO DE FABIANO ● FISCAL DA PREFEITURA ● SOLDADO AMARELO Guia de Literatura Professor André Guerra
  • 15. E Tomás da Bolandeira? Está entre os opressores ou entre os oprimidos? Guia de Literatura Professor André Guerra
  • 16. O elemento Humano em Vidas Secas Guia de Literatura Professor André Guerra
  • 17. Fabiano Brutalidade Limitação Inocência Angústia Conflito Sonho Guia de Literatura Professor André Guerra
  • 18. A Animalização do Homem Guia de Literatura Professor André Guerra
  • 19. O BICHO Vi ontem um bichoNa imundície do pátioCatando comida entre os detritos.Quando achava alguma coisa,Não examinava nem cheirava:Engolia com voracidade.O bicho não era um cão,Não era um gato,Não era um rato.O bicho, meu Deus, era um homem.  Manuel Bandeira -Rio, 27 de dezembro de 1947 Guia de Literatura Professor André Guerra
  • 20. Súplica cearenseLuiz Gonzaga Oh! Deus, perdoe este pobre coitadoQue de joelhos rezou um bocadoPedindo pra chuva cair sem pararOh! Deus, será que o senhor se zangouE só por isso o sol se arretirouFazendo cair toda chuva que háSenhor, eu pedi para o sol se esconder um tiquinhoPedir pra chover, mas chover de mansinhoPra ver se nascia uma planta no chão Meu Deus, se eu não rezei direito o Senhor me perdoe, Eu acho que a culpa foiDesse pobre que nem sabe fazer oraçãoMeu Deus, perdoe eu encher os meus olhos de águaE ter-lhe pedido cheinho de mágoaPro sol inclemente se arretirarDesculpe eu pedir a toda hora pra chegar o invernoDesculpe eu pedir para acabar com o infernoQue sempre queimou o meu Ceará Guia de Literatura Professor André Guerra
  • 21. Fotografia de Chema Madoz Guia de Literatura Professor André Guerra
  • 22. Temas A exploração Homem X meio As diferentes reações diante das adversidades Guia de Literatura Professor André Guerra
  • 23. “O Sertanejo é, antes de tudo, um forte” (Euclides da Cunha) Guia de Literatura Professor André Guerra