O documento discute os requisitos regulatórios e de segurança para capacetes de segurança no Brasil de acordo com a NR-06. Ele explica que os capacetes devem ser fabricados com polímeros plásticos resistentes e devem ter suspensões que amortecem impactos. Também descreve as classes A e B de capacetes e os testes exigidos pela norma NBR-8221.
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04 InfoSeg ® CAPACETES
CAPACETE DE SEGURANÇA EM POLÍMERO PLÁSTICO
E AS NOVAS EXIGÊNCIAS DA N.R.6
Esta edição buscou responder de maneira objetiva e ordenada às dúvidas
OBJETIVO que, com maior incidência, são formuladas por profissionais que utilizam,
especificam e compram capacetes.
Os capacetes de segurança devem atender à NR 06 e à norma NBR - 8221
LEGISLAÇÃO sob a égide da qual a S.S.T. emite o Certificado de Aprovação (C.A.)
correspondente.
Via de regra, fabricantes de capacetes que utilizam padrões de qualidade
DO CASCO aceitos internacionalmente, tem como matéria prima básica o Polietileno de
Alta Densidade na fabricação dos cascos.
O polietileno é um composto de combustão lenta e é resistente aos raios
ultravioletas, à ação da água e possui ainda alta resistência mecânica.
O mercado oferece modelos de cascos aba frontal Classe "B", para serviços
gerais INCLUSIVE energia elétrica, com fendas (Slot) nas abas laterais que
possibilitam o acoplamento de acessórios sem a perfuração do casco.
Tão importante quanto o casco é a suspensão, formada pela carneira e
cintas, fabricados preferencialmente em tecido, não em plástico rígido.
D A S U S P E N SÃ O
Projetos da Suspensão no formato de duplos cintos permitem que os mesmos
sejam sustentados pelo casco e não pela carneira. O deslizamento dos cintos
funciona como amortecedor em eventual impacto. Um conjunto de suspensão
deficiente pode causar graves lesões na região cervical, no caso de impacto
na parte superior do capacete.
A distância entre a face interna do casco e a parte externa dos cintos não
deve, por norma, ser menor do que 6 mm, nem maior que 9 mm, quando a
carneira (suspensão) estiver nos seus pontos de ajuste máximo e mínimo,
respectivamente.
A norma recomenda, ainda, que se utilize uma tira absorvente de suor,
fabricada em material atóxico, de forma a cobrir a porção da suspensão que
c o br e a r e gi ã o d a t e s t a .
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Estudos demonstram que produtos à base de polímeros plásticos, em contato
com os cabelos, produzem eletricidade estática, situação de risco para
DA ELETRICIDADE usuários de capacetes em áreas classificadas. Essa é a maior virtude dos
ESTÁTICA projetos que privilegiam a suspensão com cintos de tecido, estes não
a c u m u l a m e n e r gi a e s t á t ic a .
QUAIS SÃO AS DIFERENTES CLASSES DE CAPACETES ?
CLASSE A: Capacete com aba total ou frontal, tipo boné ou jóquei, para uso
DA CLASSE geral, EXCETO para trabalhos com energia elétrica.
CLASSE B: Capacete com aba total ou frontal, tipo boné ou jóquei, para uso
geral, INCLUSIVE para trabalhos com energia elétrica.
Cascos com fendas laterais (slot) possibilitam a utilização conjugada de
vários acessórios.
(NR 06-6.1.1 - Entende-se como Equipamento Conjugado de Proteção
Individual, todo aquele composto por vários dispositivos, que o fabricante
ACESSÓRIOS tenha associado contra um ou mais riscos que possam ocorrer
CONJUGADOS simultaneamente e que possam ameaçar a segurança e a saúde no trabalho).
(ÚNICO C.A.).
NOVA N.R.6
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INFORMAÇÕES ADICIONAIS
I - À luz das modificações preconizadas pela nova N.R.06, como serão emitidos os C.A. para
Capacetes?
A N.R. 06 – 6.8.1 determina que fabricantes e importadores de capacetes devem providenciar a
avaliação da conformidade do EPI no âmbito do SINMETRO.
Para cumprir esta exigência da NR 06 o INMETRO, através de uma comissão tripartite
(Governo/Fabricantes/Trabalhadores), elaborou a norma “Regra Específica Para Certificação de
Capacete de Segurança para Uso na Industria”, que norteará os procedimentos para que fabricantes
e importares sejam certificados com o selo de conformidade, emitido por laboratório credenciado pelo
INMETRO, que será necessário para a obtenção do C.A.
Para saber mais, click aqui, e obtenha gratuitamente uma cópia da “Regra Especifica Para
Certificação de Capacetes de Segurança para Uso na Industria”
II - Em que tipo de trabalho é obrigatória a utilização de capacetes classe “B"?
É obrigatória a utilização de capacetes classe "B" em trabalhos com energia elétrica, mesmo em baixa
tensão, ainda que em sistemas não energizados.
III - Como o usuário identifica a classe do capacete?
A norma NBR-8221 estabelece que o capacete de segurança deve ser identificado na parte inferior da
aba, de forma indelével, ou seja, que permaneça gravado por todo o seu período de vida útil, com o
nome do fabricante, a classe, o nº do C.A. e a data de fabricação.
IV - Pode o casco do capacete classe "B" ser perfurado, para receber acessórios como protetor
facial, abafador de ruídos, etc.?
A perfuração da parede descaracteriza a classe "B" do capacete e contraria o item 4.2 da norma. Os
capacetes com "Slot", ou seja, com fendas nas laterais nas abas, e não na parede, permitem o
acoplamento de acessórios e atendem à norma NR-06.
V- Pode-se utilizar capacete de um fabricante acoplado a acessórios de outro?
O artigo 6.1.1 da Nova NR06 não permite esta possibilidade, independentemente da eficácia, do
conforto ou outras qualidades do equipamento acessório.
Entende-se como equipamento acessório o kit Abafador de Ruídos, Protetor Facial, Carneira, ou
qualquer dispositivo projetado especificamente para ser acoplado ao capacete, através das fendas
laterais ou perfuração em sua parede. Para atender à legislação, a descrição do equipamento
acessório deve constar no C.A. do capacete, configurando-o como EPI conjugado.
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VI - Como se caracteriza a ação amortecedora da suspensão no momento do impacto?
Uma suspensão deficiente ou rígida não amortece impactos, ou seja, pode permitir que toda a força
do impacto no casco seja transmitida à coluna cervical. O efeito do impacto em uma superfície rígida
sem a devida condição de amortecimento, produz o mesmo resultado de uma bola de sinuca
arremessada contra outra: a primeira, ao chocar-se contra a segunda, transmite toda a energia à
esta, que se desloca. A suspensão deficiente pode permitir a ocorrência de lesões com gravidade na
região do pescoço do usuário, mesmo sem avarias no casco.
Cinta Jugular: É acoplada ao casco através de ganchos ou costurada à suspensão.
Suspensão com Catraca: Ajuste rápido para ganho de tempo, conforto além de segurança. Este
modelo de suspensão possui um botão giratório que permite seu perfeito ajuste a qualquer tamanho
de cabeça num mínimo espaço de tempo.
Estática: É um fenômeno que ocorre quando um material isolante sofre algum efeito mecânico (Ex.
atrito, impacto etc.) que retira ou adiciona elétrons de seus átomos superficiais, ficando o material, a
partir daí, eletrostaticamente carregado.
Quando dois materiais eletrostaticamente carregados aproximam-se, atraem-se ou repelem-se
dependendo do tipo da carga que possuem. Dependendo ainda da intensidade das cargas e da
aproximação, pode ocorrer a geração de faíscas elétricas.
VII - Quais os ensaios previstos na norma NBR-8221?
− O capacete de segurança deve atender aos padrões mínimos previstos na NBR 8221, através
dos ensaios:
1. Ensaio de Resistência ao Impacto;
2. Ensaio de Resistência à Penetração;
3. Ensaio de Inflamabilidade;
4. Ensaio de Absorção de Água;
5. Ensaio de Rigidez Dielétrica (para os capacetes casse “B”.)
VIII - Como é efetuado o ensaio de rigidez dielétrica?
− São colocados eletrodos na parte interna e externa do casco.
− Uma tensão elétrica de 20.000 V é aplicada aos eletrodos durante 03 (três) minutos.
− O casco é aprovado se não houver descarga desruptiva (arco elétrico entre os eletrodos
perfurando o casco) e se a corrente de fuga não ultrapassar 9 m A.
− A descarga disruptiva somente pode ocorrer quando o capacete for submetido à tensão de
30.000 V, ou mais.
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IX - Qual é o tempo de vida útil previsto para o capacete?
− O tempo de vida útil é indefinido, já que está diretamente relacionado com:
1. A Influência da temperatura
2. A Solicitação Mecânica
3. As Influências Químicas
Experiências em campo demonstram que, nos materiais termoplásticos, as alterações em suas
características originais são significativas após o quinto ano a partir da data de fabricação, que deve
estar impressa de maneira indelével no capacete.
Recomenda-se, portanto, que após este período amostras de no mínimo 5% do total de capacetes em
uso seja submetido aos ensaios previstos na NBR 8221.
Nota: As recomendações acima estarão prejudicadas após a implementação da “Regra Especifica para
a Certificação de Capacete de Segurança para Uso na industria” que prescreve os critérios para os
ensaios iniciais e de manutenção e controle da marca de conformidade.
Obs: Para os cascos fabricados de Material Têxtil Fenólico (Celeron) recomenda-se que o prazo para
os ensaios seja substancialmente reduzido, já que este composto tem uma propensão ao
enrijecimento, sobretudo em áreas com temperaturas elevadas, tornando-se quebradiço.
NOTA: Esta matéria destina-se unicamente a fins educativos. Seu conteúdo não sugere,
aprova ou desaprova qualquer prática em particular.
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