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O QUE QUEREMOS COM ELA?
((sugiro uma foto grande com muita chuva))
Falta de debate e ausência de políticas públicas transformam elemento
essencial da vida em arma fatal nos grandes centros urbanos. Só no estado de
São Paulo, água da chuva provocou mais de 75 mortes em 2010.

Responsável por cerca de 75% da cobertura terrestre, quase 80% do corpo
humano e presente em qualquer atividade do homem, a água pode útil nos
estados sólido, liquido ou gasoso. Um recurso inesgotável que se renova a
cada dia em um processo natural de evaporação, condensação e precipitação,
tal qual aprendemos nos primeiros anos do ensino fundamental. Parece óbvio
que devamos cuidar bem dela, mas a sociedade ainda não sabe o que fazer
com as chuvas que assolam os grandes centros urbanos durante o verão.

Para o professor e engenheiro civil Sadalla Domingos, a falta de debate em
torno da correta utilização deste recursos não pode ser atribuída apenas à
população. Segundo ele, faltam políticos conscientes para induzir a discussão:
“Precisamos definir se queremos sofrer a cada tempestade ou se podemos
utilizar de forma inteligente a água da chuva”, diz o professor da Escola
Politécnica da USP. Ele completa dizendo que é necessário absorver a maior
parte da água, tratar e armazenar o excedente para que ela chegue em menor
quantidade e maior qualidade aos vales.

Um exemplo de descaso se tornou conhecido no Brasil inteiro nos primeiros
meses de 2010. Cerca de 12 bairros na zona leste da capital paulista ficaram
completamente alagados por quase 50 dias. A área, localizada na várzea do rio
Tietê, é ocupada por moradores que pagam impostos e são reconhecidos pela
prefeitura. A administração municipal afirma que a solução definitiva para a
região é tirar os moradores do local.

“O projeto ‘Várzea do Tietê’, do Governo do Estado, prevê um grande parque
linear com 25 Km de extensão nas margens do rio. Os bairros afetados este
ano estão incluídos no programa e a expectativa é ter a área completamente
livre até 2012”, afirma o sub-prefeito de São Miguel, Milton Roberto Persoli.
Responsável pela zeladoria da região, o administrador diz que a remoção das
famílias já começou e quase 1000 imóveis foram derrubados até agora.

Para Domingos, da Poli, “não basta olharmos apenas para as áreas de várzea.
Devemos cuidar de toda a bacia hidrográfica”. Com uma área de quase 6 mil
Km², a bacia do Alto Tietê é uma das mais complexas do país por envolver
uma grande superfície urbanizada, que passa por 35 municípios. A falta de
integração entre as cidades vizinhas prejudica muito a formulação de políticas
públicas, na opinião do professor.

Para piorar a situação, o rio tem o curso alterado na capital para direcionar
água à usina hidrelétrica de Henry Borden, localizada na cidade de Cubatão,
litoral do Estado. Segundo o professor de história da arquitetura da FAU-USP,
Carlos Faggin, o controle da barragem da Penha pode explicar a inundação
dos bairros na zona leste.

A Secretaria estadual de Saneamento e Energia não nega e informa que tal
mecanismo é de propriedade do Departamento de Águas e Energia Elétrica
(DAEE) do estado. De acordo com o órgão, o “bombeamento das águas do rio
para a represa Billings é permitido em situações emergenciais, nas quais se
inclui o controle de cheias”. De acordo com Faggin, esse problema poderia ser
facilmente resolvido com a busca de alternativas para a geração de energia no
litoral sul do estado, liberando o curso natural dos rios nas áreas urbanizadas.

No caso do rio Pinheiros, o ponto mais crítico é a Companhia de Entrepostos e
Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP). No último temporal que deixou o
lugar debaixo d’água, o prejuízo na maior central de abastecimento do país
chegou a cerca de R$ 17 milhões. Neste caso, além de estar em uma área de
várzea, a região sofre com a falta de planejamento e infra estrutura de
drenagem. A Secretaria estadual de saneamento informa que as galerias
subterrâneas foram construídas há mais de 30 anos e portanto, não estão
dimensionadas para as vazões atuais. Toda a tubulação deveria ser ampliada e
desobstruída sistematicamente, mas a prefeitura ainda não apresentou um
plano para isso.

RIO ASSOREADO
Mudanças no curso natural da água, bem como a retificação do rio, realizada
nos anos 50, não justificam o alto volume de lixo e esgoto jogados diariamente
ao longo dos 1.100 km de extensão do canal. O professor da Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo afirma que todos os dejetos arremessados nos rios e
córregos que compõe a bacia se acumulam no fundo e reduzem a capacidade
de vazão. “Os rios ficam assoreados e não há vazão suficiente para toda a
água das chuvas de verão”, diz Faggin.

O arquiteto aponta que até mesmo a construção civil pode contribuir para
reduzir o assoreamento dos canais. Segundo ele, o entulho resultante da
construção de três edifícios seria suficiente para levantar mais um. “Imagine
todo esse volume sendo jogado em locais inadequados, que é levado para o
leito dos rios com a água da chuva.” A solução nesse caso seria contar com
projetos mais bem elaborados, com mais tecnologia para reutilizar de forma
adequada o entulho descartado nas obras.

O problema também é constatado pelo subprefeito de São Miguel, na zona
leste de São Paulo. Ele afirma que em certos locais, as várzeas estão
ocupadas por aterros clandestinos. O lixo doméstico também representa um
dos grandes fatores que provocam enchente na capital paulista. Com a
capacidade de absorção natural da metrópole comprometida por causa do
asfalto, boa parte da água corre para os bueiros ou bocas de lobo, arrastando
sacos de lixo despejados de forma irregular nas calçadas.

“Não temos usina de compostagem, não reciclamos lixo na capital, o que é um
absurdo!”, diz Faggin. De acordo com ele, os dejetos vão para aterros
sanitários e fatalmente acabam caindo em rios e córregos.
RENATURALIZAÇAO
A cobertura do solo é de fato um problema nas grandes metrópoles. Só na
capital paulista, existem quase 18 mil Km de vias pavimentadas, dos quais 85%
é de material totalmente impermeável. Segundo dados de 2008, o total de
áreas verdes, parques lineares e praças, chega a 11,5 metros quadrados por
habitante, o que não é pouco segundo o arquiteto: “O problema é que os
lugares mais baixos da cidades são impermeáveis”.

A canalização dos córregos também faz com que a água da chuva volte pelos
bueiros em dias de temporal. De acordo com a prefeitura, dos 1.216 km de
canais, 500 estão debaixo da terra. Segundo assessoria de imprensa do
gabinete do Prefeito, a administração municipal trabalha atualmente com o
conceito de renaturalização de córregos.

Adotado em outros países como forma de reduzir o risco de enchentes, a idéia
é reter a água da chuva nas áreas mais altas e controlar a velocidade com que
ela chega nos locais mais baixos. Um bom exemplo desse conceito foi adotado
na zona oeste da capital e utilizou pouco mais de R$ 700 mil para recuperação
da área: A praça Dolores Ibarruri, mais conhecida como Praça das Corujas,
estava completamente abandonada às margens de um córrego a céu aberto no
bairro da vila Madalena.

Responsável pelo projeto, o arquiteto e paisagista Paulo Pelegrino explica:
“Quando havia vegetação nativa no lugar de todo esse asfalto e concreto, a
própria natureza segurava a água da chuva. O que fizemos foi construir
canaletas de pedra e cascalho para reter a enxurrada e segurar folhas, galhos
e outros tipos de dejeto”. ((TEMOS FOTO)) A solução de reproduzir o ambiente
natural em pequenas áreas verdes poderia ser “exportada” para outras regiões
da cidade, mas além da falta de interesse do poder público, Pellegrino aponta
como entrave a baixa capacidade dos engenheiros da prefeitura, contratados
muitas vezes sem um critério técnico.

Mas e nas áreas onde é praticamente impossível reproduzir o ambiente natural,
como nas vias próximas à avenida paulista, que descem de forma íngreme em
direção aos dois principais rios da cidade? Já existem estudos com pequenos
reservatórios instalados em bocas de lobo, que funcionariam como esponjas,
filtrando a água e retendo parte dela para que chegue mais limpa e em menor
velocidade aos vales. Elas fazem a função das canaletas de drenagem no
exemplo da Praça das Corujas, mas são aplicáveis em áreas densamente
povoadas e onde é praticamente impossível construir novas áreas verdes.

“Temos que acabar com esse conceito errado de querer se livrar da água
rapidamente, como se fosse algo ruim”, diz Paulo Pellegrino, que também
transfere a responsabilidade para a população. Segundo ele, galpões e
grandes áreas impermeabilizadas pela iniciativa privada poderiam ter
reservatórios próprios. “A reutilização de água da chuva deveria ser obrigatória
em grandes áreas cobertas, como shoppings centeres, indústrias e galpões”,
exemplifica o professor, que aponta também a tecnologia dos tetos verdes, em
que os locais cobertos podem ser revestidos por materiais leves e funcionariam
como jardins.

A idéia é rejeitada pelo arquiteto Paulo Faggin: “Não podemos transferir a
responsabilidade para o cidadão. Quem provocou a impermeabilização da
cidade foi o poder publico.” De acordo com ele, mesmo que todos colocassem
material drenante nas calçadas, a medida não resolveria o problema das
inundações. Há dois anos, a prefeitura lançou uma portaria exigindo que os novos
edifícios mantenham pelo menos 20% da área total permeáveis.

Para o professor Domingos, a conscientização da sociedade passa
obrigatoriamente pelas ações do poder público: “na medida em que os
administradores fizerem o papel deles, tenho certeza de que 90% da população
ficaria com vergonha de jogar uma bituca de cigarro no chão”, diz o
especialista. Só depois que prefeituras e estados aplicarem corretamente os
recursos nos espaços públicos, eles poderão cobrar iniciativas e até punir
severamente quem não se adequar às leis.


PISCINÃO
Freqüentemente especialistas apontam a construção de grandes reservatórios
como solução para o problema das enchentes na cidade de São Paulo. A idéia
é defendida pelo arquiteto Faggin: “O volume que esses piscinões podem
absorver ainda é insuficiente. A água não tem para onde ir, a não ser provocar
enchente”. Atualmente, a cidade possui 19 áreas como esta, de onde já foram
retirados aproximadamente 551 mil toneladas de sujeira desde 2005.

“O acúmulo de lixo e o dinheiro gasto para a limpeza são os principais
argumentos contra a iniciativa, que só deve ser aplicada em último caso”,
afirma o professor da Poli, Sadalla Domingos. Ele acredita que esses
reservatórios devem ser feitos da forma mais natural possível, como açudes e
áreas verdes alagáveis.

Um dos primeiros construídos na capital está abaixo da praça Charles Miller,
bem em frente ao estádio do Pacaembu, em uma área de vale que alagava
com freqüência antes da obra. O reservatório possui bombas de drenagem que
requerem manutenção constante. “Sem falar do mau cheiro que ‘brota’ do chão
logo após as chuvas”, contesta o professor. Ele afirma que o reservatório
poderia ter sido feito abaixo do campo do estádio, aproveitando a estrutura do
gramado para filtrar a água, que depois de drenada poderia ser reaproveitada
para irrigação ou banheiros da instalação.

Paulo Pellegrino também é contra a idéia de espalhar piscinões pela cidade:
“Eles criam mais problema, pois recebem lixo e geram gastos para limpar”. O
paisagista e também professor da FAU-USP compara a iniciativa à indústria da
seca do nordeste nos anos 80. “As obras rendem votos, mas só interessam às
empresas que constroem e limpam esses locais. O piscinao desvaloriza toda a
região e serve para ‘tirar água com um balde furado’”, conclui.
Apesar de algumas ações isoladas do Governo do Estado e da Prefeitura,
como remoção de moradias em áreas de risco e limpeza de bocas de lobo,
ainda falta um programa consistente para o combate às enchentes na região
metropolitana de São Paulo. O planejamento de longo prazo deve levar em
consideração as principais causas e efeitos das graves inundações. Vale
lembrar também que os prejuízos causados pelas chuvas (incluindo o dinheiro
gasto para atendimento às famílias afetadas) são infinitamente maiores do que
os investimentos em obras estruturantes.

A Falta de um projeto amplo, que contemple não apenas uma, mas todas as
cidades da bacia hidrográfica, desestimula o cidadão, que suja a cidade sem se
preocupar com as conseqüências. Não importa quem faça ou qual método vai
utilizar para reduzir o risco de enchentes, mas todos têm parte da r
esponsabilidade.


OPÇÕES DE BOX

INVESTIMENTOS

Praça das Corujas (24 mil m2): R$ 1 milhão
Drenagem (2009): R$ 309 milhões
Parques lineares: R$ 32,4 milhões
Limpeza de córregos: R$ 90 milhões
Desassoreamento: R$ 105 milhões
Atendimento às vítimas das enchentes na Zona Leste: R$ 23 milhões
Remoção de famílias das área de risco: R$ 117 milhões.

Fonte: PMSP

CHUVA SP
JAN 2010 - 481 mm
JAN 09 - 352 mm
JAN 08 - 282 mm
JAN 07 - 213 mm
JAN 06 – 347mm
JAN 05 - 324 mm
JAN 04 - 183 mm
JAN 03 - 360 mm
JAN 02 - 240 mm
JAN 01 - 092 mm (APAGÃO)
JAN 2000 - 271 mm

DEZ 2009 - 413 mm
DEZ 08 - 219 mm
DEZ 07 - 238 mm
DEZ 06 - 312 mm
DEZ 05 - 224 mm
DEZ 04 - 186 mm
DEZ 03 - 095 mm
DEZ 02 - 157 mm
       DEZ 01 - 155 mm
       DEZ 2000 - 231 mm

       Fonte: INMET


       VIAS PAVIMENTADAS NA CIDADE DE SP (2004)
       Tipo de Pavimento Extensão (m)

       TOTAL: 17.970.337,2941 100%
       Asfalto: 15.038.249,5395 83,68%
       Concreto: 340.033,4928 1,89%
       Misto: 1.887.871,7262 10,51%
       Paralelepípedo/Bloquete: 569.709,9444 3,17%

       Fonte: Mapa Digital da Cidade Elaboração


       DADOS PARA INFOGRÁFICO

       CAUSA                                   EFEITO            SOLUÇÃO               RESPONSÁVEL
A) Lixo irregular nas                      A) Entupimento   1-Campanhas de         1-Poder público induz
calçadas                    CHUVA          de bueiros       conscientização        população
                            ////////////                    2-limpeza de bocas     2- Poder público
                                                            de lobo
B) Descarte ilegal de      CIDADE          B)Assoreamento   1-coibir prática e     1-poder público
entulho                 IMPERMEÁVEL        dos canais       fiscalizar             2-poder público induz
                                                            2-incentivar           população
                        -Ruas asfaltadas                    reutilização de
                                                            entulho
C) Ocupação              -Calçadas de      C) várzeas de    1-Remoção              1-Poder público em
irregular em áreas de      concreto        rios             imediata de famílias   parceria com a
proteção ambiental                         comprometidas                           população
                            -Falta de
                         planejamento
D) Falta de áreas                          D) água chega    1-Construção de        1-Iniciativa da sociedade
verdes nas regiões                         em grande        praças com o           e execução do poder
altas                                      volume e muito   conceito de            público
                                           rápida às        renaturalização        2- Poder público
                                           varzeas          2-Pequenos
                                                            reservatórios ao
                                                            longo de vias
E) Galerias mal                            E) refluxo de    1-Novo plano de        1-Poder público
dimensionadas                              água da chuva    drenagem da
                                                            cidade

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Causas e soluções para as enchentes nos grandes centros urbanos

  • 1. O QUE QUEREMOS COM ELA? ((sugiro uma foto grande com muita chuva)) Falta de debate e ausência de políticas públicas transformam elemento essencial da vida em arma fatal nos grandes centros urbanos. Só no estado de São Paulo, água da chuva provocou mais de 75 mortes em 2010. Responsável por cerca de 75% da cobertura terrestre, quase 80% do corpo humano e presente em qualquer atividade do homem, a água pode útil nos estados sólido, liquido ou gasoso. Um recurso inesgotável que se renova a cada dia em um processo natural de evaporação, condensação e precipitação, tal qual aprendemos nos primeiros anos do ensino fundamental. Parece óbvio que devamos cuidar bem dela, mas a sociedade ainda não sabe o que fazer com as chuvas que assolam os grandes centros urbanos durante o verão. Para o professor e engenheiro civil Sadalla Domingos, a falta de debate em torno da correta utilização deste recursos não pode ser atribuída apenas à população. Segundo ele, faltam políticos conscientes para induzir a discussão: “Precisamos definir se queremos sofrer a cada tempestade ou se podemos utilizar de forma inteligente a água da chuva”, diz o professor da Escola Politécnica da USP. Ele completa dizendo que é necessário absorver a maior parte da água, tratar e armazenar o excedente para que ela chegue em menor quantidade e maior qualidade aos vales. Um exemplo de descaso se tornou conhecido no Brasil inteiro nos primeiros meses de 2010. Cerca de 12 bairros na zona leste da capital paulista ficaram completamente alagados por quase 50 dias. A área, localizada na várzea do rio Tietê, é ocupada por moradores que pagam impostos e são reconhecidos pela prefeitura. A administração municipal afirma que a solução definitiva para a região é tirar os moradores do local. “O projeto ‘Várzea do Tietê’, do Governo do Estado, prevê um grande parque linear com 25 Km de extensão nas margens do rio. Os bairros afetados este ano estão incluídos no programa e a expectativa é ter a área completamente livre até 2012”, afirma o sub-prefeito de São Miguel, Milton Roberto Persoli. Responsável pela zeladoria da região, o administrador diz que a remoção das famílias já começou e quase 1000 imóveis foram derrubados até agora. Para Domingos, da Poli, “não basta olharmos apenas para as áreas de várzea. Devemos cuidar de toda a bacia hidrográfica”. Com uma área de quase 6 mil Km², a bacia do Alto Tietê é uma das mais complexas do país por envolver uma grande superfície urbanizada, que passa por 35 municípios. A falta de integração entre as cidades vizinhas prejudica muito a formulação de políticas públicas, na opinião do professor. Para piorar a situação, o rio tem o curso alterado na capital para direcionar água à usina hidrelétrica de Henry Borden, localizada na cidade de Cubatão, litoral do Estado. Segundo o professor de história da arquitetura da FAU-USP,
  • 2. Carlos Faggin, o controle da barragem da Penha pode explicar a inundação dos bairros na zona leste. A Secretaria estadual de Saneamento e Energia não nega e informa que tal mecanismo é de propriedade do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) do estado. De acordo com o órgão, o “bombeamento das águas do rio para a represa Billings é permitido em situações emergenciais, nas quais se inclui o controle de cheias”. De acordo com Faggin, esse problema poderia ser facilmente resolvido com a busca de alternativas para a geração de energia no litoral sul do estado, liberando o curso natural dos rios nas áreas urbanizadas. No caso do rio Pinheiros, o ponto mais crítico é a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP). No último temporal que deixou o lugar debaixo d’água, o prejuízo na maior central de abastecimento do país chegou a cerca de R$ 17 milhões. Neste caso, além de estar em uma área de várzea, a região sofre com a falta de planejamento e infra estrutura de drenagem. A Secretaria estadual de saneamento informa que as galerias subterrâneas foram construídas há mais de 30 anos e portanto, não estão dimensionadas para as vazões atuais. Toda a tubulação deveria ser ampliada e desobstruída sistematicamente, mas a prefeitura ainda não apresentou um plano para isso. RIO ASSOREADO Mudanças no curso natural da água, bem como a retificação do rio, realizada nos anos 50, não justificam o alto volume de lixo e esgoto jogados diariamente ao longo dos 1.100 km de extensão do canal. O professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo afirma que todos os dejetos arremessados nos rios e córregos que compõe a bacia se acumulam no fundo e reduzem a capacidade de vazão. “Os rios ficam assoreados e não há vazão suficiente para toda a água das chuvas de verão”, diz Faggin. O arquiteto aponta que até mesmo a construção civil pode contribuir para reduzir o assoreamento dos canais. Segundo ele, o entulho resultante da construção de três edifícios seria suficiente para levantar mais um. “Imagine todo esse volume sendo jogado em locais inadequados, que é levado para o leito dos rios com a água da chuva.” A solução nesse caso seria contar com projetos mais bem elaborados, com mais tecnologia para reutilizar de forma adequada o entulho descartado nas obras. O problema também é constatado pelo subprefeito de São Miguel, na zona leste de São Paulo. Ele afirma que em certos locais, as várzeas estão ocupadas por aterros clandestinos. O lixo doméstico também representa um dos grandes fatores que provocam enchente na capital paulista. Com a capacidade de absorção natural da metrópole comprometida por causa do asfalto, boa parte da água corre para os bueiros ou bocas de lobo, arrastando sacos de lixo despejados de forma irregular nas calçadas. “Não temos usina de compostagem, não reciclamos lixo na capital, o que é um absurdo!”, diz Faggin. De acordo com ele, os dejetos vão para aterros sanitários e fatalmente acabam caindo em rios e córregos.
  • 3. RENATURALIZAÇAO A cobertura do solo é de fato um problema nas grandes metrópoles. Só na capital paulista, existem quase 18 mil Km de vias pavimentadas, dos quais 85% é de material totalmente impermeável. Segundo dados de 2008, o total de áreas verdes, parques lineares e praças, chega a 11,5 metros quadrados por habitante, o que não é pouco segundo o arquiteto: “O problema é que os lugares mais baixos da cidades são impermeáveis”. A canalização dos córregos também faz com que a água da chuva volte pelos bueiros em dias de temporal. De acordo com a prefeitura, dos 1.216 km de canais, 500 estão debaixo da terra. Segundo assessoria de imprensa do gabinete do Prefeito, a administração municipal trabalha atualmente com o conceito de renaturalização de córregos. Adotado em outros países como forma de reduzir o risco de enchentes, a idéia é reter a água da chuva nas áreas mais altas e controlar a velocidade com que ela chega nos locais mais baixos. Um bom exemplo desse conceito foi adotado na zona oeste da capital e utilizou pouco mais de R$ 700 mil para recuperação da área: A praça Dolores Ibarruri, mais conhecida como Praça das Corujas, estava completamente abandonada às margens de um córrego a céu aberto no bairro da vila Madalena. Responsável pelo projeto, o arquiteto e paisagista Paulo Pelegrino explica: “Quando havia vegetação nativa no lugar de todo esse asfalto e concreto, a própria natureza segurava a água da chuva. O que fizemos foi construir canaletas de pedra e cascalho para reter a enxurrada e segurar folhas, galhos e outros tipos de dejeto”. ((TEMOS FOTO)) A solução de reproduzir o ambiente natural em pequenas áreas verdes poderia ser “exportada” para outras regiões da cidade, mas além da falta de interesse do poder público, Pellegrino aponta como entrave a baixa capacidade dos engenheiros da prefeitura, contratados muitas vezes sem um critério técnico. Mas e nas áreas onde é praticamente impossível reproduzir o ambiente natural, como nas vias próximas à avenida paulista, que descem de forma íngreme em direção aos dois principais rios da cidade? Já existem estudos com pequenos reservatórios instalados em bocas de lobo, que funcionariam como esponjas, filtrando a água e retendo parte dela para que chegue mais limpa e em menor velocidade aos vales. Elas fazem a função das canaletas de drenagem no exemplo da Praça das Corujas, mas são aplicáveis em áreas densamente povoadas e onde é praticamente impossível construir novas áreas verdes. “Temos que acabar com esse conceito errado de querer se livrar da água rapidamente, como se fosse algo ruim”, diz Paulo Pellegrino, que também transfere a responsabilidade para a população. Segundo ele, galpões e grandes áreas impermeabilizadas pela iniciativa privada poderiam ter reservatórios próprios. “A reutilização de água da chuva deveria ser obrigatória em grandes áreas cobertas, como shoppings centeres, indústrias e galpões”, exemplifica o professor, que aponta também a tecnologia dos tetos verdes, em
  • 4. que os locais cobertos podem ser revestidos por materiais leves e funcionariam como jardins. A idéia é rejeitada pelo arquiteto Paulo Faggin: “Não podemos transferir a responsabilidade para o cidadão. Quem provocou a impermeabilização da cidade foi o poder publico.” De acordo com ele, mesmo que todos colocassem material drenante nas calçadas, a medida não resolveria o problema das inundações. Há dois anos, a prefeitura lançou uma portaria exigindo que os novos edifícios mantenham pelo menos 20% da área total permeáveis. Para o professor Domingos, a conscientização da sociedade passa obrigatoriamente pelas ações do poder público: “na medida em que os administradores fizerem o papel deles, tenho certeza de que 90% da população ficaria com vergonha de jogar uma bituca de cigarro no chão”, diz o especialista. Só depois que prefeituras e estados aplicarem corretamente os recursos nos espaços públicos, eles poderão cobrar iniciativas e até punir severamente quem não se adequar às leis. PISCINÃO Freqüentemente especialistas apontam a construção de grandes reservatórios como solução para o problema das enchentes na cidade de São Paulo. A idéia é defendida pelo arquiteto Faggin: “O volume que esses piscinões podem absorver ainda é insuficiente. A água não tem para onde ir, a não ser provocar enchente”. Atualmente, a cidade possui 19 áreas como esta, de onde já foram retirados aproximadamente 551 mil toneladas de sujeira desde 2005. “O acúmulo de lixo e o dinheiro gasto para a limpeza são os principais argumentos contra a iniciativa, que só deve ser aplicada em último caso”, afirma o professor da Poli, Sadalla Domingos. Ele acredita que esses reservatórios devem ser feitos da forma mais natural possível, como açudes e áreas verdes alagáveis. Um dos primeiros construídos na capital está abaixo da praça Charles Miller, bem em frente ao estádio do Pacaembu, em uma área de vale que alagava com freqüência antes da obra. O reservatório possui bombas de drenagem que requerem manutenção constante. “Sem falar do mau cheiro que ‘brota’ do chão logo após as chuvas”, contesta o professor. Ele afirma que o reservatório poderia ter sido feito abaixo do campo do estádio, aproveitando a estrutura do gramado para filtrar a água, que depois de drenada poderia ser reaproveitada para irrigação ou banheiros da instalação. Paulo Pellegrino também é contra a idéia de espalhar piscinões pela cidade: “Eles criam mais problema, pois recebem lixo e geram gastos para limpar”. O paisagista e também professor da FAU-USP compara a iniciativa à indústria da seca do nordeste nos anos 80. “As obras rendem votos, mas só interessam às empresas que constroem e limpam esses locais. O piscinao desvaloriza toda a região e serve para ‘tirar água com um balde furado’”, conclui.
  • 5. Apesar de algumas ações isoladas do Governo do Estado e da Prefeitura, como remoção de moradias em áreas de risco e limpeza de bocas de lobo, ainda falta um programa consistente para o combate às enchentes na região metropolitana de São Paulo. O planejamento de longo prazo deve levar em consideração as principais causas e efeitos das graves inundações. Vale lembrar também que os prejuízos causados pelas chuvas (incluindo o dinheiro gasto para atendimento às famílias afetadas) são infinitamente maiores do que os investimentos em obras estruturantes. A Falta de um projeto amplo, que contemple não apenas uma, mas todas as cidades da bacia hidrográfica, desestimula o cidadão, que suja a cidade sem se preocupar com as conseqüências. Não importa quem faça ou qual método vai utilizar para reduzir o risco de enchentes, mas todos têm parte da r esponsabilidade. OPÇÕES DE BOX INVESTIMENTOS Praça das Corujas (24 mil m2): R$ 1 milhão Drenagem (2009): R$ 309 milhões Parques lineares: R$ 32,4 milhões Limpeza de córregos: R$ 90 milhões Desassoreamento: R$ 105 milhões Atendimento às vítimas das enchentes na Zona Leste: R$ 23 milhões Remoção de famílias das área de risco: R$ 117 milhões. Fonte: PMSP CHUVA SP JAN 2010 - 481 mm JAN 09 - 352 mm JAN 08 - 282 mm JAN 07 - 213 mm JAN 06 – 347mm JAN 05 - 324 mm JAN 04 - 183 mm JAN 03 - 360 mm JAN 02 - 240 mm JAN 01 - 092 mm (APAGÃO) JAN 2000 - 271 mm DEZ 2009 - 413 mm DEZ 08 - 219 mm DEZ 07 - 238 mm DEZ 06 - 312 mm DEZ 05 - 224 mm DEZ 04 - 186 mm DEZ 03 - 095 mm
  • 6. DEZ 02 - 157 mm DEZ 01 - 155 mm DEZ 2000 - 231 mm Fonte: INMET VIAS PAVIMENTADAS NA CIDADE DE SP (2004) Tipo de Pavimento Extensão (m) TOTAL: 17.970.337,2941 100% Asfalto: 15.038.249,5395 83,68% Concreto: 340.033,4928 1,89% Misto: 1.887.871,7262 10,51% Paralelepípedo/Bloquete: 569.709,9444 3,17% Fonte: Mapa Digital da Cidade Elaboração DADOS PARA INFOGRÁFICO CAUSA EFEITO SOLUÇÃO RESPONSÁVEL A) Lixo irregular nas A) Entupimento 1-Campanhas de 1-Poder público induz calçadas CHUVA de bueiros conscientização população //////////// 2-limpeza de bocas 2- Poder público de lobo B) Descarte ilegal de CIDADE B)Assoreamento 1-coibir prática e 1-poder público entulho IMPERMEÁVEL dos canais fiscalizar 2-poder público induz 2-incentivar população -Ruas asfaltadas reutilização de entulho C) Ocupação -Calçadas de C) várzeas de 1-Remoção 1-Poder público em irregular em áreas de concreto rios imediata de famílias parceria com a proteção ambiental comprometidas população -Falta de planejamento D) Falta de áreas D) água chega 1-Construção de 1-Iniciativa da sociedade verdes nas regiões em grande praças com o e execução do poder altas volume e muito conceito de público rápida às renaturalização 2- Poder público varzeas 2-Pequenos reservatórios ao longo de vias E) Galerias mal E) refluxo de 1-Novo plano de 1-Poder público dimensionadas água da chuva drenagem da cidade