ComentáRio Ao Trabalho Realizado Pelo Colega JoãO Pedro Costa
Modelos de auto-avaliação de bibliotecas escolares
1. Oficina de Formação
PRÁTICAS E MODELOS DE AUTO-AVALIAÇÃO DAS BIBLIOTECAS ESCOLARES
Formadoras:
Dr.ª Elsa Conde
Dr.ª Paula Correia
Formanda:
Sílvia Maria Passos Baltazar
Outubro/Dezembro de 2009
Unidade 6
O Modelo de Auto-Avaliação da BE: metodologias
de operacionalização III
Objectivos da sessão:
- Compreender como é que a auto-avaliação pode ser concretizada para
demonstrar a contribuição da BE para o ensino e aprendizagem e a missão e
objectivos da escola.
- Ganhar familiaridade com o processo de auto-avaliação adoptado pelo
Modelo de Auto-Avaliação RBE e capacitar para a sua aplicação.
- Conhecer as técnicas e instrumentos propostos, o modo como se organizam e
podem ser usados.
Actividades:
Considerando os documentos disponíveis na Plataforma:
1) “Tópicos para apresentação da escola: campos de análise de
desempenho”, através do qual se orienta o conteúdo do texto e da
apresentação das escolas à IGE;
1
2. 2) “Quadro de Referência para a avaliação de escolas e agrupamentos, em função do qual, a
IGE elabora os seus Relatórios de Avaliação externa:
3) Uma amostra, à sua escolha, de Relatórios de avaliação externa das escolas dos anos
2006/07; 2007/08 e 2008/09
1. Elaboração de um quadro que permita cruzar o tipo de informação resultante da auto-
avaliação da BE nos seus diferentes Domínios com os Campos e Tópicos estabelecidos
pela IGE, nos quais aquela informação deve ser enquadrada.
2. Tendo por base a amostra de Relatórios de Avaliação Externa escolhidos proceder a uma
análise e comentário crítico à presença de referências a respeito das BE, nesses
Relatórios.
Realização das actividades
2. Tendo por base a amostra de Relatórios de Avaliação Externa escolhidos proceder a uma
análise e comentário crítico à presença de referências a respeito das BE, nesses
Relatórios.
Agrupamento de Escolas de Boliqueime (DREAlg – Loulé, 2008)
Existem no documento dezoito referências à Biblioteca:
Referência vaga a actividades realizadas e promovidas pela Biblioteca Escolar e a actividades no
âmbito do Plano Nacional de Leitura. Referência igualmente vaga a deslocações de alunos do JI e
4.º ano à Biblioteca. A BE é ainda referida como recurso de apoio a actividades de apoio e
complemento curricular. Referência a melhoria das condições da BE/CRE da escola-sede que
pretende ser um espaço aglutinador das aprendizagens. A referência mais específica refere-se a
elementos da equipa da biblioteca que se deslocam para contar “histórias às crianças”, uma
alusão à Hora do Conto. Referência a que “por vezes” são desenvolvidos projectos no âmbito das
2
3. ACND com a BE/CRE. Referência mais específica às actividades dinamizadas pela BE/CRE e à sua
missão de promover hábitos de leitura e de motivar para a aprendizagem, oferecendo um leque
diversificado de recursos.
Comentário: As referências à BE são, em geral, vagas e abrangem sobretudo a dinamização de
actividades, nunca a organização e gestão da mesma.
Agrupamento de Escolas de Couto de Cucujães (DREN Oliveira de Azeméis, 2008)
Neste documento existem nove referências à Biblioteca. Curiosamente, não se referem a BE/CRE,
mas sim Biblioteca ou Biblioteca escolar.
Referência ao trabalho desenvolvido pelas bibliotecas escolares e à sua importância e à
valorização que conferem ao conhecimento, na sua vertente histórica, cultural e artística.
Comentário: Uma vez mais, a referência à Biblioteca escolar é breve, sucinta, vaga e centra-se
sobretudo na sua importância enquanto centro de recursos e de divulgação e promoção do
conhecimento.
Agrupamento de Escolas D. José I (DREAlg – Vila Real de Santo António, 2008)
Existem no documento dez referências à biblioteca escolar.
Referência ao espaço enquanto recurso educativo e de apoio. Uma referência curiosa a grupos de
alunos Monitores que acompanham os colegas nas pesquisas bibliográficas e a constituição de
um grupo de “Contadores de histórias”. Referência a actividades de âmbito cultural, sessões de
escritores e outras actividades de promoção da leitura.
Comentário: Existem referências breves às actividades realizadas pela Biblioteca, com alguns
destaques para determinadas actividades.
3
4. Agrupamento de Escolas Luís António Verney (Lisboa, 2008)
O documento apresenta sete registos sobre a biblioteca.
Referência a actividades de valorização da Língua Portuguesa. Actividades no âmbito do Plano
Nacional de Leitura. Referência ao encaminhamento de alunos em aula de substituição para a
Biblioteca escolar. Referência à ampliação do espaço da Biblioteca escolar, que, após obras de
intervenção, é amplo e possui material suficiente e adequado ao público.
Comentário: As referências à biblioteca escolar são, comparativamente aos documentos atrás
analisados, em menor número, reportando-se sobretudo às actividades no âmbito do Plano
Nacional de Leitura. Não há referência à equipa da BE.
Agrupamento de Escolas de Ourique (DRA – Ourique, 2008)
O documento regista cinco referências à Biblioteca escolar, reportando-se apenas à sua
participação em projectos, nomeadamente, o Plano Nacional de Leitura.
Comentário: Este documento apresenta um número de referências à biblioteca escolar muito
inferior aos anteriormente analisados, sendo que se trata de referências vagas, sempre numa
lista onde se incluem outros projectos da escola, isto é, sem ter propriamente um destaque
específico.
Agrupamento de Escolas de São Brás de Alportel (DREAlg - São Brás de Alportel)
O documento apresenta apenas duas referências à Biblioteca Escolar.
Existe uma referência à Feira do Livro, que é organizada pela equipa da Biblioteca escolar, em
parceria com a rede concelhia de Bibliotecas, no entanto, essa informação não é apresentada.
Existem referências a actividades relacionadas com o livro e a leitura, como por exemplo, “O livro
Viajante” e “Lendo e partilhando”, “Livros sobre rodas” ou a publicação “Nos Passos de
4
5. Bernardo”, mas não há ligação explícita destas actividades com a Biblioteca escolar, o que é de
estranhar.
Comentário: Este documento apresenta referências mínimas à Biblioteca escolar, que
recentemente foi implantada num espaço próprio, amplo e acolhedor, que é do meu
conhecimento. Apesar de apresentar referências a várias actividades relacionadas com a
promoção da leitura, não há registo de que estas actividades estejam relacionadas com a acção
desenvolvida pela Biblioteca escolar, o que é de estranhar, pois é impossível que não o estejam.
Comentário final
Os documentos elaborados pelas equipas da Inspecção-geral da Educação analisados foram
escolhidos, em parte, de forma aleatória e em parte porque já tive contacto com algumas das
escolas e suas Bibliotecas Escolares, como é o caso do Agrupamento de Escolas de Ourique, o
Agrupamento de Escolas de Boliqueime e o Agrupamento de Escolas de São Brás de Alportel.
Dos documentos analisados, registei o facto de as referências às Bibliotecas Escolares serem, em
geral, bastante breves e algo vagas, reportando-se sobretudo a algumas actividade dinamizadas,
muitas vezes com alusão ao Plano Nacional de Leitura. Não reportei, por exemplo, referências
negativas relativamente às Bibliotecas Escolares desses agrupamentos, o que é, pelo menos, um
bom sinal, no entanto, creio que as informações dadas carecem de referência à organização dos
espaços, à gestão de recursos financeiros e humanos das BEs, entre outros aspectos.
A implementação do Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares irá, possivelmente,
ganhar o seu espaço próprio nestes documentos, pelo que as próximas avaliações externas terão,
quase de certeza, mais um tópico a abordar, onde será dado o relevo justo e merecido, assim se
espera, ao trabalho desenvolvido pelas Bibliotecas Escolares.
A Formanda: Sílvia Maria Passos Baltazar
São Brás de Alportel, 14 de Dezembro de 2009
5