2. O crescimento da população gerou a ocupação de
grandes áreas da superfície terrestre pelo Homem –
Ocupação Antrópica – que acarretou alterações nas
paisagens naturais.
A ocupação desordenada do território, considerando
os espaços urbanos e rurais, acarretou vários
impactos negativos ao meio ambiente.
3. Para evitar que a ocupação antrópica acentue cada vez
mais os impactos negativos, é necessário definir regras
de Ordenamento do Território.
O Ordenamento do Território é o conjunto de
processos integrados de organização do espaço
biofísico, tendo com objectivo a sua ocupação,
utilização e transformação de acordo com as
capacidades do referido espaço.
4. A ocupação antrópica gera situações de risco
especialmente no tocante à água., às zonas costeiras e
às zonas de vertente.
5. Bacias Hidrográficas
Dentre todos os agentes naturais que actuam sobre a superfície
da Terra, a água é, provavelmente, aquele que mais modificação
provoca na paisagem.
A ocupação antrópica em regiões próximas aos cursos de água
muitas vezes deve-se ao facto de muitos rios serem utilizados
para o transporte, fácil acesso à água, energia e alimento e à
existência de solos férteis.
Com o aumento da população mundial e ocupação desenfreada para
industrialização e moradia de terrenos ribeirinhos, surgiu um
problema grave no meio ambiente. Isso somado à clássica iniciativa
nociva de aterrar pântanos e banhados gera a cada temporada de
chuvas, nas margens de rios e próximo a elas, o problema da
enchente, que desabriga muitas famílias repetitivamente a cada
ano.
6. Bacias Hidrográficas
Rio – Curso de água,
superficial e regular que
pode desaguar num outro
rio, num lago ou no mar.
Bacias Hidrográficas – é o
conjunto de meios hídricos
cujos cursos (ou leitos) tem
o mesmo sentido de
drenagem e se interligam
numa única saída
8. Leito – terreno coberto pelas águas, quando não influenciado por
cheias.
9. Margem – Faixa de terreno contígua
ao leito ou sombranceiro à linha que
limita o leito das águas
Nascente - é o local do qual se inicia um
Nascente
curso de água (rio, ribeirão, córrego),
seja grande ou pequeno. As nascentes
(ou mananciais) se formam quando o
aquífero atinge a superfície e,
consequentemente, a água armazenada
no subsolo começa a minar.
Foz
Foz - é o local onde desagua um rio,
podendo dar-se em outro rio, em um
lago ou no oceano.
10. Montante - é qualquer ponto ou secção do rio que se localize antes
(isto é, em direcção à nascente) de um outro ponto referencial
fixado.
Jusante - é qualquer ponto ou secção do rio que se localize depois
(isto é, em direcção à foz) de um outro ponto referencial fixado.
Rio Douro
Nascente: Espanha - Serra de Urbion.
Montante Extensão da nascente à foz (Porto): 927 Km.
Bacia Hidrográfica: 97.682 Km2, (a maior dos rio
Ibéricos), dos quais 18.710 Km2 são em território
Jusante português.
Principais afluentes portugueses: Rio Côa, Rio Sabor,
Rio Tua, Rio Ceira, Rio Varosa, Rio Corgo, Rio Ovil, Rio
ponto referencial
Paiva, Rio Sardoura, Rio Tâmega, Rio Mau, Rio Arda, Rio
Uima, Rio Sousa .
No Douro existem oito barragens portuguesas:
Miranda, Picote e Bemposta, no Douro internacional e
Pocinho, Valeira, Régua, Carrapatelo e Crestuma, no
troço nacional.
11. Rede Hidrográfica - é o conjunto dos cursos de água
mais ou menos organizado de uma determinada
região.
12. Actividade geológica de um rio
A actividade geológica de um rio pode ser sintetizada em 3 processos:
1. Erosão: desgaste e remoção dos materiais rochosos que
constituem o leito de um rio.
2. Transporte: transporte dos detritos rochosos erodidos (carga do rio)
pela corrente de água.
A carga do rio é constituída por materiais dissolvidos, em suspensão
e materiais que se deslocam por tracção (rolamento, arrastamento e
saltação).
13. 3. Sedimentação: processo de deposição dos materiais, quer ao longo
do leito do rio, quer nas suas margens quando a capacidade de
transporte deste diminui.
A sedimentação é, geralmente ordenada de acordo com a dimensão e
peso dos detritos e com a velocidade da corrente.
Normalmente os detritos de maiores dimensões depositam-se para
montante (próximo da nascente) e os de pequena e mais finos à
jusante (próximo da foz).
Os processos de erosão, transporte e sedimentação ocorrem com
maior ou menor frequência, de acordo com as condições
climatéricas, principalmente com a pluviosidade
14. Factores condicionantes da acção geológica dos
rios
Erosão: Fundo e nas margens do rio;
A água desloca-se por acção da gravidade, sendo o declive do leito um
factor importante no comportamento do rio;
D (débito:m3/s)= A (área de secção do leito:m2) x V (velocidade
média- m/s);
A (área do leito)= L (largura) X P (profundidade);
Competência do Rio- quantidade de sedimentos transportados por
unidade de volume, contribui para a função erosiva do Rio.
Quanto maior a carga maior será a capacidade erosiva.
15. Erosão e sedimentação dos rios
É condicionada pela:
- Velocidade das águas, depende
do declive, da forma e
constituição do leito
(normalmente é maior no centro
que nas margens e à superfície
que em profundidade)
- Competência: Transporte de
sedimentos por:
- Rolamento
- Arrastamento
- Saltação
- Suspensão
- Dissolução
16. Sedimentação
Detritos depositados: areia e
cascalho.
Bancos - amontoados de
sedimentos ao longo do leito.
Quando o declive e a velocidade
diminuem e varia na razão
directa da densidade dos
detritos.
Formação de meandros –
simultânea erosão na parte
côncava de uma curva de um rio
e a sedimentação na parte
convexa da mesma.
17. Evolução dos rios
Fase juventude: Domina a erosão e o transporte; perfil irregular, declive
acentuado e formação de rápidos;
Fase de maturidade : grande capacidade de transporte, declive menos
acentuado, vales profundos e apertados, perfil mais regularizado;
Fase de senilidade: vales amplos, vertentes afastadas e degradadas, domina
a sedimentação.
Estas fases podem ser alteradas devido a :
- uma descida ou subida do nível do mar;
- alterações climatéricas; elevação dos vales fluviais
Os rios terminam no mar:
- estuários: constituem o troço final dos rios sujeitos a acções continentais
e marinhas. A sedimentação é determinada pela inversão do sentido das
marés, duas vezes por dia, de que resulta a alternância de fenómenos de
erosão e sedimentação.
- delta, onde o rio mistura-se com o mar através de vários canais ou braços.
No entanto, um delta pode considerar-se também uma região estuáriana.
Ex: Delta do Nilo, Ria de Aveiro.
20. 3. Extracção de inertes
Inertes: termo aplicado para classificar materiais resultantes de
diferentes processos naturais ou processos onde ocorre a intervenção do
Homem.
21. Zonas Costeiras
Zonas privilegiadas para actividades culturais, desportivas,
económicas, turísticas e de lazer
80% da população mundial encontra-se nestas zonas;
Portugal tem 900 km de costa.
O impacto das ondas provoca desgaste sobre a costa – Abrasão
marinha
Na transição do continente para o oceano, é possível distinguir
duas formas distintas: as arribas e as praias.
22. Arribas
As arribas são constituídas por
material rochoso consolidado, com
inclinação acentuada com pouca ou
nenhuma cobertura vegetal.
Dizem-se vivas quando predominam
fenómenos de abrasão marinha,
quando deixa de ser trabalhada pela
acção do mar diz-se morta ou fóssil.
Arriba a sul da praia do Magoito
Arriba Fóssil Lagoa de Albufeira (M. Marcelino)
23. Nos locais onde predominam forças de abrasão é possível observar um
conjunto de formas, tais como Plataforma de abrasão, as cavernas, os
leixões e os arcos litorais.
24. Na base das arribas é possível observar
plataformas de abrasão (superfícies aplanadas
e irregulares muito próximas do nível do mar),
as cavernas, os leixões e os arcos litorais. Nas
plataformas de abrasão encontram-se blocos
e outros sedimentos de grandes dimensões.
Plataforma de abrasão
Leixão da Gaivota
Caverna
Algarve
Leixão – penedo alto e isolado da
costa marítima
25. Praias
Local de acumulação de
sedimentos de variados tamanho
e formas;
Geologicamente e ecologicamente
são mais frágeis do que as
arribas;
Impedem o avanço das águas do
mar para o interior;
Por vezes em algumas praias é
possível observar dunas litorais
que assumem uma enorme
importância pois, impedem de um
modo natural o avanço das águas
do mar, protege a terra da
intensidade do vento e do avanço
das areia;
Dunas/ Piauí- Brasil
26. Dinâmica faixa litoral
A dinâmica do litoral é condicionada pela intervenção de fenómenos
naturais e antrópicos.
Fenómenos naturais
A alternância entre regressões e transgressões marinhas;
A alternância entre períodos de glaciações e interglaciações;
A deformação das margens dos continentes, devido a movimentos
tectónicos.
Fenómenos antrópicos
Agravamento do Efeito de Estufa, (queima de combustíveis fósseis e
desflorestação)
Ocupação da faixa do litoral com estruturas de lazer e de engenharia;
Diminuição da quantidade de sedimentos que chegam ao litoral;
Destruição das defesas naturais (devido ao pisoteio das dunas,
construção desordenada, arranque da cobertura vegetal e a extracção
de inertes para a construção civil).
27. Principais causas para o aumento da erosão costeira
- Diminuição, em cerca de 80% , do fluxo de sedimentos
transportados pelos rios, que ficam retidos nas albufeiras das
barragens.
- Excessiva exploração de areias nos estuários dos principais rios
portugueses.
- Destruição sistemática das dunas litorais.
- Modificação sensível do regime de ondulação costeira, pela
construção de obras portuárias sem um estudo exaustivo de
avaliação do impacto ambiental.
28. Medidas de prevenção
Obras de engenharia: enrocamentos ou paredões, quebra-
mares e molhes ou esporões;
Alimentação artificial em sedimentos em certas praias;
POOC (Planos de Ordenamento da Orla costeira): Identificar
áreas de risco, promover a reabilitação, requalificar as praias
balneares, estabelecer regras para a utilização da orla
costeira.
FINISTERRA- Programa de Intervenção na Orla Costeira
29. No sentido de minimizar os efeitos da erosão costeira e de
estabilizar a linha da costa, podem ser tomadas diversas medidas. As
medidas leves, consideradas actualmente mais desejáveis que as medidas
estruturais pesadas ( “obras de protecção”) , passam pela protecção e
estabilização das dunas, utilizando plantas e estruturas de estacas e pela
dragagem de areias no alto mar e sua deposição nas praias. O inconveniente
deste tipo de intervenção prende-se com o seu elevado custo, uma vez que
precisa de ser repetido periodicamente.
Em termos de estabilização pesada, existem estruturas paralelas e
estruturas perpendiculares à costa.
• Obras longitudinais aderentes: enrocamentos ou paredões.
• Obras longitudinais não aderentes; quebra-mar
• Obras transversais: molhes e esporões
30. Obras longitudinais aderentes: enrocamentos ou
paredões.
Enrocamentos ou paredões– colocação de grande quantidade de enormes
blocos rochosos dispostos paralelamente à costa. O inconveniente dos
enrocamentos é o seu elevado custo e a necessidade de ser renovado,
aproximadamente, de 4 em 4 anos.
31. Obras longitudinais não aderentes
Quebra-mar - muros
dispostos no mar
paralelamente à costa.
Os quebra-mar
provocam a deflecção
da energia das ondas,
provocando um
estreitamento da praia
e eventualmente o seu
desaparecimento.
32. Obras transversais: molhes e esporões
Molhe - pontão, ou estrutura alongada que é introduzida nos mares ou
oceanos, afixada no leito aquático por meio de bases que o sustentam
firmemente, e que permitam que emerja da superfície aquática.
Constituí o único meio de se atracar uma embarcação nas costa que não
contam com águas suficientemente profundas.
33. Os esporões estruturas perpendiculares à costa constituindo uma
oposição ao transporte litoral de areias que se faz, geralmente, de Norte
para Sul, daí resultando uma deficiente retenção de areias a sul, a que
está associada uma erosão intensa.
34. É evidente que as medidas de protecção da linha da costa podem ser
eficazes na protecção de construções, mas raramente o são na
preservação das praias.
Ordenamento do território
35. Zonas de vertente
São locais de erosão rápida e
intensa, provocada:
a) pela água das chuvas: Erosão lenta e
gradual, os materiais arrancados às
vertentes são, quase sempre, em
pequena quantidade e de pequenas
dimensões.
b) por movimentos de terreno -
movimentos em massa: movimentação
brusca e inesperada, ao longo de uma
vertente.
36. Erosão das vertentes
Movimentos de vertente no interior da caldeira do Faial
Cicatriz do movimento de vertente
38. Causas dos movimentos em massa
• Factores Condicionantes – correspondem às
condições mais ou menos permanentes que podem
favorecer ou não os movimentos em massa.
- Força da gravidade
- Contexto geológico
- Tipo e características das rochas
- Inclinação da vertente
- Grau de alteração e fracturação
• Factores desencadeantes – correspondem a factores que resultam de
alguma alteração que foi introduzida numa determinada vertente.
- Precipitação
- Acção Antrópica : destruição do coberto vegetal, remoção de
terrenos para construção.
- Sismos e tempestades no mar.
39. Acção Antrópica
Terreno antes da construção
Deslizamento
de materiais
Terreno saturado em água
Terreno sem cobertura
vegetal (removida)