1. Modelos teóricos em análise, variáveis
dependentes, variáveis independentes,
hipóteses experimentais
Métodos de Investigação em Psicologia
Universidade Autónoma de Lisboa
Professora Doutora Célia M.D. Sales
1 Célia Sales - UAL Mar-10
2. Conteúdos
Perguntas de investigação (Paradigma experimental vs
Paradigma descritivo)
Identificação de variáveis
Modelo teórico em análise e delineamento metodológico
Paradigma experimental:
Variáveis Dependentes
Variáveis Independentes
Hipóteses experimentais
2 Célia Sales - UAL Mar-10
3. Para a próxima semana
1. No artigo de Rodrigues & Garcia-Marques (2005)
assinalar os fragmentos que dão informação sobre:
1. Variável Dependente
2. Variável Independente
3. Hipóteses em estudo
4. Principais resultados e conclusões
2. Realizar o exercício 1 (no final desta apresentação)
3 Célia Sales - UAL Mar-10
4. Pergunta de investigação e variáveis
Será que comer cenouras faz os olhos bonitos?
A beleza dos olhos é diferente de pessoa para pessoa, é variável
A quantidade de cenoura que se come também é variável
Haverá relação entre estas duas variáveis?
Em ciência procuramos conhecer a relação entre fenómenos
que variam
4 Célia Sales - UAL Mar-10
5. Pergunta de investigação e paradigma
de investigação
Paradigma experimental Paradigma descritivo
Pergunta sobre CAUSA Pergunta sobre
ASSOCIAÇÃO
5 Célia Sales - UAL Mar-10
6. Da pergunta de investigação ao
modelo téorico em análise
Análise da literatura
Que variáveis se relacionam com o fenómeno que pretendo estudar?
Definição do modelo teórico em análise:
Que variáveis vou estudar nesta investigação? Quais as perguntas /objectivos específicos do estudo?
Como se relacionam entre si? Que hipóteses coloco? Que resultados prevejo?
O modelo mais simples relaciona duas variáveis
Quando há múltiplas variáveis, representam-se em diagrama as relações que (à luz da
literatura) prevemos existirem entre elas
6 Célia Sales - UAL Mar-10
7. Modelo teórico em análise.
Exemplo:
BURNOUT
AVALIAÇÃO COGNITIVA DO
STRESS
Exaustão emocional
Fontes Stress Despersonalização
de percebido Sentimento de auto-
stress eficácia
ESTRATÉGIAS COPING
Resolução problema IMPLICAÇÃO
Regulação emocional
Evitamento ou negação Afectiva
Normativa
Continuidade
Adaptado de Sales & Gonçalves (2007)
7 Célia Sales - UAL Mar-10
8. Do modelo teórico ao delineamento
metodológico
A investigação servirá para testar empiricamente o modelo:
Até que ponto, na realidade, encontro as relações previstas?
É com base no modelo teórico e nos objectivos específicos do
estudo, que se planeia o desenho metodológico (ou
delineamento):
Paradigma e modelo (Experimental? Correlacional?
Qualitativo?)
Operacionalização de variáveis
Escolha de técnicas de recolha de dados
Planificação da análise de dados
8 Célia Sales - UAL Mar-10
9. Exercício
Partindo das curiosidades que cada grupo enumerou durante
a semana passada, definir:
Objectivo geral do estudo
Modelo teórico em análise:
Variáveis a incluir no estudo
Relação entre si
Diagrama do modelo teórico em análise
9 Célia Sales - UAL Mar-10
11. Variável dependente v.s. variável
independente
Comer cenoura depende da beleza dos olhos?
OU
A beleza dos olhos depende de comer cenoura?
Beleza dos olhos = variável dependente (resultado, efeito)
Comer cenoura = variável independente (causa)
11 Célia Sales - UAL Mar-10
12. Exercício:
Para cada uma das seguintes perguntas de investigação,
indique a variável independente e a variável dependente:
1. O arroz faz bem à barriga das pernas?
2. O álcool aquece?
3. As mulheres são mais inteligentes do que os homens?
4. Os alunos envolvidos em bullying apresentam níveis socio-
económicos elevados?
12 Célia Sales - UAL Mar-10
13. Operacionalização de variáveis
Para podermos definir uma hipótese e fazer uma
previsão, precisamos de definir as variáveis, de maneira a
que as possamos medir…
Definição operacional
ou
Operacionalização de variáveis
13 Célia Sales - UAL Mar-10
14. Operacionalização de Variáveis
É mais fácil começar por operacionalizar a VD.
Pergunta de investigação: O arroz faz bem à barriga das
pernas?
VD = Saúde da barriga das pernas
O que são barrigas de pernas saudáveis?
• Roliças?
• Sem varizes?
• Sem gordura?
• Em forma de trapézio?
• Com um diâmetro máximo entre 30 e 40 centímetros (nas
mulheres) e 40 e 50 centímetros (nos homens)?
14 Célia Sales - UAL Mar-10
15. Exemplo
O arroz faz bem à barriga das pernas?
VD = Saúde da barriga das pernas
Definição Operacional da VD = a saúde da barriga das perna foi medida pelo
número de varizes, em ratos
VI = Comer arroz
Definição Operacional da VI = Durante os 6 primeiros meses de vida, 1 grupo de
ratos foi alimentado com arroz (50% da sua dieta) (grupo A), enquanto que a
outro grupo não foi dado arroz (grupo B).
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16. Hipótese experimental e previsão
Frase que define a relação esperada entre variáveis (“aposta”)
O estudo vai servir para verificar se a hipótese é verdadeira ou
falsa…
A uma hipótese vem associada uma previsão:
SE… (a hipótese se confirmar), ENTÃO…(obteremos estes
resultados no nosso estudo)
Exemplo:
Hipótese: O arroz melhora a saúde vascular das pernas
Previsão: SE o arroz melhora a saúde vascular das pernas,
ENTÃO o grupo A terá menos varizes que o grupo B
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17. Exercício 1
No texto que se transcreve no slide seguinte, identifique:
1. Problema em estudo
2. Variável Dependente e sua operacionalização
3. Variável Independente e sua operacionalização
4. Hipóteses experimentais
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18. Exercício 1
O objectivo deste estudo foi investigar os efeitos da activação fisiológica provocada
pelo exercício físico sobre a ansiedade. Indivíduos com níveis elevados de ansiedade
foram divididos por dois grupos. O primeiro grupo frequentou 6 sessões de 20
minutos de ginástica aeróbica de grande intensidade (60-90% da sua taxa cardíaca
máxima estimada). O segundo grupo frequentou 6 sessões de marcha lenta (1
quilómetro numa hora). Medidas de sensibilidade à ansiedade, de sensações
fisiológicas associadas à ansiedade por medo, e de traço e estado de ansiedade, foram
registadas antes do tratamento, no final do tratamento e num folllow-up de uma
semana. Investigação anterior tinha mostrado que tanto a ginástica aeróbica de
grande intensidade como programas de marcha lenta reduzem a ansiedade geral
(Sexton, Maere, & Dahl, 1989). De acordo com esses resultados, hipotetizámos que
os participantes nas condições de baixo exercício e de exercício intenso
apresentariam melhorias em todas as medidas de ansiedade, entre o pré e o pós
tratamento, e que esses ganhos se mantinham no follow-up. No entanto, esperava-se
que o grupo de exercício de elevada intensidade apresentasse uma melhoria
significativamente maior nessas medidas, em comparação com o grupo de baixa
intensidade.
(Broman-Fulks, J. J., Berman, M. E., Rabian, B. A., & Webster, M. J., 2003, p. 126)
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