O documento discute o que é a adolescência, caracterizando-a como um período de descoberta da identidade e transformações físicas e emocionais. Também aborda a importância da educação sexual nessa fase e dos pais nesse processo.
1. O que é a adolescência?De uma maneira geral, a adolescência é uma etapa de vida na qual descobrimos a nossa identidade e, simultaneamente, nos surpreendemos com as descobertas alheias. Definimos a nossa personalidade e anseios, criamos esperanças e projectos que pretendemos aplicar a médio e a longo prazo.Ao longo deste processo, são reformulados os valores adquiridos durante a infância, que se assimilam numa estrutura psicológica mais desenvolvida. Nesta fase de vida, o que mais se destaca são as suas transformações, a busca desesperada de maturidade e experiencia, sede de sabedoria que provoca a quem por ela passa.Nada é definitivo ou estável.A adolescência e euDevido a alterações hormonais relacionadas com o amadurecimento físico, são despertados sentimentos sexuais, vontade de namorar e de estar com o sexo oposto, e começam as já conhecidas alterações bruscas de humor.A maioria dos adolescentes aprecia a sensação de independência, por isso, gosta de assumir responsabilidades sobre si próprio.No entanto, devido à ausência de maturidade, têm alguma dificuldade em enfrentar os desafios que lhes são propostos, e, por isso, há que se render às vantagens da dependência de adultos.Estas mudanças podem stressar o jovem, deixá-lo angustiado, visto que pode ainda não estar psicologicamente adaptado a elas. Por outro lado, o bem-estar excessivo pode levar a ataques de êxtase, por isso, em todo o caso, os pais devem ajudar o jovem a estabelecer métodos de auto-controle.Aliás, o papel de toda a família é de extrema importância, principalmente na discussão dos seguintes assuntos:Alcoolismo; Toxicodependência;Sexualidade.É preferível que esta seja feita com alguém que nutra uma relação emocionalmente estável com o jovem em questão.Fig.1.A adolescência compreende a faixa etária que vai dos 10 aos 19 anos. Caracteriza-se por mudanças físicas aceleradas e características da puberdade, diferentes do crescimento e desenvolvimento que ocorrem em ritmo constante na infância. Essas alterações surgem influenciadas por factores hereditários, ambientais, nutricionais e psicológicos (OMS, 1965).Curiosidade: O acne afecta 40% dos jovens. Várias das mais importantes dermatológicas já lançaram no mercado vários produtos para tratar este problema de pele. Uma pele limpa é uma pele saudável <br />Sexualidade na adolescência<br />Para além do nos modificar psico-emocionalmente, a adolescência também nos traz transformações físicas.<br />Analisemos então o seguinte quadro: <br />Fase Sexo Masculino Sexo Feminino 1 (Princípio da adolescência)Aumento ligeiro pénisEscurecimento da pele do escroto.Aumento dos testículos.Acidez na secreção vaginal.Aumento e amadurecimento do clítoris Aumento dos lábios vaginais. 2 (Meio da adolescência)Desenvolvem-se pêlos por todo o corpo, principalmente nas axilas e na zona púbica, formando-se o “triângulo invertido”.A voz fica mais grave.Ocorrem as primeiras ejaculações, ou seja, emissões de esperma, o que mostra que os testículos já começam a produzir espermatozóides.Aumento dos seios e elevação das auréolas. Desenvolvem-se pelos nas axilas e na zona púbica, formando-se o “triângulo invertido”-Surge a primeira menstruação, sinal de que os órgãos reprodutores já estão a funcionar. 4 (Fim da adolescência). Alargamento dos ombros, tornando-se a musculatura mais consistente Alargamento da bacia, arredondamento das formas, tornando-se mais harmoniosas. <br />A sexualidade e eu<br />O instinto sexual é algo que surge em forma de energia e que influencia todas as espécies e entende-se como um conjunto de comportamentos e acções com um único objectivo essencial para a existência de vida: a propagação da espécie. No entanto, relativamente à espécie humana, e devido à evolução dos métodos contraceptivos dos últimos 50 anos, o conceito de sexo já não é sinónimo de reprodução; a sexualidade e o instinto sexual complementam-se num conceito muito mais complexo, formando cada pessoa como entidade individual, na criação de laços afectuosos entre duas pessoas que procuram o prazer e o amor mútuos e na forma como nos relacionamos com o mundo exterior e como lidamos com o nosso “eu”.<br />A sexualidade é…<br />“…Uma energia que nos motiva a procurar o amor, contacto, ternura e sexualidade…<br />Integra-se no modo como sentimos, movemos, tocamos e somos tocados;<br />É ser sensual e ao mesmo tempo, sexual;<br />Influencia pensamentos, sentimentos, acções e interacções e por isso influencia também a nossa saúde física e mental “<br />(O.M.S.)<br />Informa-te para te protegeresA adolescência é a fase das dúvidas e das descobertas e é também nesta altura que os futuros adultos se deparam com os maiores problemas relativamente à descoberta da sua sexualidade. <br />Com efeito, neste contexto, há a referir que Portugal é um dos países onde existem mais mães adolescentes. Apesar da crescente informação disponibilizada na área da contracepção e das doenças sexualmente transmissíveis, os casos continuam a verificar-se, com todas as implicações negativas que acarretam, designadamente no campo psicológico e emocional. <br />Todavia, este problema começa exactamente em casa, onde ainda se verifica uma grande relutância por parte dos pais e encarregados de educação em abordar temas ligados à sexualidade e ao planeamento familiar. Para começar, os jovens têm que aprender à sua custa que a reprodução e a sexualidade são duas áreas distintas da função sexual. <br />Com efeito, e apesar de conscientes da necessidade de informarem os seus filhos, muitos pais optam por se remeter ao silêncio, uma vez que eles próprios não se sentem à vontade para debater este tipo de assuntos. Daqui resulta que, a dada altura da sua vida, os jovens são confrontados com uma mudança de atitude por parte dos pais, designadamente quando estes se apercebem que lhes deviam dizer algo, mas preferem, por exemplo, deixar de afagar o filho como costumavam fazer, por que ele “agora já é um homem”, ou proibir as filhas de sair até tarde, para que elas “não se metam em problemas”. <br />Muitos pais pensam que a Educação Sexual que os seus filhos recebem na escola é suficiente para os preparar para a sua vida sexual futura. Porém, esta posição está longe de ser correcta, uma vez que a informação que é passada na escola peca pela ausência da emotividade e carinho que os pais põem na sua relação com os filhos. <br />O aparecimento dos primeiros sinais de puberdade, ou seja a primeira menstruação, no caso das raparigas, e a primeira ejaculação nos rapazes, deve constituir um acontecimento positivo, que marca o início de mais uma fase do seu crescimento e que de modo algum deve ser encarada como sendo algo de negativo. Diversos estudos levados a cabo nesta área deixaram claro que os jovens que receberam uma educação centrada na informação sobre sexualidade e contracepção, iniciam a sua vida sexual mais tarde e de uma forma mais consciente. <br />O ideal é que os jovens encarem a sexualidade como uma parte integrante das suas vidas, mas que se trata de uma noção completamente diferente de reprodução. A sexualidade é uma fonte de prazer que simultaneamente fomenta a comunicação e a afectividade entre duas pessoas, mas que também pode ter um cunho reprodutivo, desde que parta do desejo expresso e consciente dos intervenientes. <br />Em relação ao número de mães adolescentes existentes em Portugal, dados fornecidos pelo Instituto Nacional de Estatística relativos a 1998, apontam para um total de 7411 nascimentos, ocorridos em mães cujas idades vão dos 12 aos 19 anos. Se por um lado se tem verificado uma maior preocupação por parte dos órgãos competentes para formar os jovens nas áreas da sexualidade e da contracepção, também é verdade que o actual ritmo de vida leva a que muitos jovens passem muito do seu tempo sozinhos em casa, carentes de afecto, o que muitas vezes determina um início prematuro da actividade sexual, nem sempre com resultados agradáveis, como o atestam os números que atrás referimos. <br />Os métodos contraceptivos <br /> <br /> <br />MÉTODOS MECÂNICOS DE CONTRACEPÇÃO<br /> D.I.U(FEMININO) DIAFRAGMA(FEMININO) PRESERVATIVO(MASCULINO) DESCRIÇÃO Filamento delgado introduzido no útero. Anel de borracha Invólucro de borracha muito fino e flexível.MODO DE ACÇÃOSuprime a ovulação.Impede que os espermatozóides atinjam o útero.Impede que os espermatozóides se difundam na vagina. EFICÁCIA92 A 99 %70 %89 %EFEITOSSECUNDÁRIOS Contracções do útero para expulsão. Fluxo menstrual abundante.Possíveis alergias. Possíveis alergias.<br /> <br />MÉTODOS QUÍMICOS DE CONTRACEPÇÃO<br /> PÍLULA ANTICONCEPCIONALESPERMICIDAS DESCRIÇÃOHormonas sintéticas semelhantes à progesterona e ao estrogénio.Cremes vaginais.MODO DE ACÇÃOSuprime a ovulação.Extermina os espermatozóides no colo uterino.EFICÁCIA99 %60 a 75 %EFEITOSSECUNDÁRIOS Pode ocorrer muitas vezes tensão arterial elevada, coágulo sanguíneo (trombose), alterações ligeiras do peso corporal, infecções vaginais, cefaleias e/ou náuseas. Possíveis alergias. <br /> <br /> <br />MÉTODOS DE CONTRACEPÇÃO MÉDICO - CIRÚRGICOS<br /> LAQUEAÇÃO DAS TROMPASVASECTOMIA DESCRIÇÃOHormonas sintéticas semelhantes à progesterona e ao estrogénio.Seccionamento ou obstrução dos canais deferentes.MODO DE ACÇÃOTorna impossível o encontro do óvulo com o espermatozóide. Fecundação impossível dada a ausência de espermatozóides no esperma.EFICÁCIA100 %100 %EFEITOSSECUNDÁRIOS Podem ocorrer distúrbios psicológicos devidos à infecundidadePodem ocorrer distúrbios psicológicos devidos à infecundidade<br /> <br />