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José Paulo Vasconcelos




                          CATEGORIAS DA NARRATIVA


    1.1.          O texto narrativo

       A narrativa é o género literário que permite contar ou relatar factos, acontecimentos
– ou sequências de acções encadeadas –, efectivamente ocorridos ou inventados.
       A narrativa não se limita, aos textos narrativos literários; encontra-se igualmente em
diversas situações e contextos comunicacionais: narrativa de imprensa, historiografia,
relatórios, anedotas, simples conversas diárias (em que frequentemente se recontam factos,
episódios), etc. O modo narrativo pode, concretizar-se em suportes expressivos diversos, do
verbal ao icónico, passando por modalidades mistas (telenovela, banda desenhada, cinema,
narrativa literária, etc.).


                                                   GARRIDO, Ana et allii, Antologia 10º, Lisboa Editora, Lisboa, 2007




            1.1.1. O Conto

       O conto é um género do modo narrativo, tal como o romance e a novela e distingue-se
destes, em primeiro lugar, pela sua reduzida extensão. Sendo uma narrativa curta, o conto
apresenta algumas características estruturais como o pequeno número de personagens
(frequentemente uma personagem ou um par que, centralizando a intriga, conferem unidade à
narrativa), a concentração no espaço e no tempo e a linearidade e unidade da acção.
As descrições do espaço são inexistentes ou breves, excepto nos chamados contos de
espaço, nos quais essa categoria narrativa domina a acção e se constitui quase como uma
personagem. Do mesmo modo, são geralmente breves os retratos das personagens cuja
caracterização é sobretudo indirecta.


       Em Portugal, o conto floresceu no século XIX, com Alexandre Herculano, Camilo Castelo
Branco, Eça de Queirós, Trindade Coelho, Fialho de Almeida. No século XX, muitos escritores
portugueses experimentaram este género narrativo, tendo alguns deles atingido um nível de
excelência tal que os seus nomes passaram a estar associados ao conto, como uma espécie de
representantes deste género. É o caso de Miguel Torga, Manuel da Fonseca, Sophia de Mello
Breyner ou Vergílio Ferreira.


                                                  PINTO, Elisa Costa et allii, Plural 10º, Lisboa Editora, Lisboa, 2007




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José Paulo Vasconcelos



               Num texto narrativo, a história – conjunto de acções, descrições,
               diálogos – é chamada diegese.
               É esta palavra (diegese) que dará origem a adjectivos como
               autodiegético, homodiegético, heterodiegético, extradiegético,
               intradiegético.




    1.2.           Acção

       A acção é o desenvolvimento de factos e eventos, ocorridos num período de tempo e
num determinado local e que são associados a uma ou mais personagens. Ou seja, é um
conjunto de acontecimentos relacionados entre si que se desenrolam num determinado espaço
e tempo.
       Uma narrativa constrói-se em torno de uma acção principal ou nuclear, articulada
eventualmente com acções ou intrigas secundárias, de âmbito mais ou menos reduzido.



            1.2.1. Acção principal

       A acção principal é o conjunto de sequências narrativas (momentos de avanço da
história) que detém maior importância ou relevo. É a história principal de que se fala.



                              Lê o conto e discute com os teus colegas o assunto e o tema do mesmo.
                              Que história se conta? Sobre que é que o autor quer falar? Quais são as
                              expressões ou palavras que não percebeste? Depois de teres chegado a
                              conclusões com o grupo:
                              Faz uma síntese da acção principal do conto (máximo: 100 palavras)
                              apresentando o conto a quem não o conhece.



            1.2.2. Acção secundária

       A sua importância define-se em relação à acção principal, de que depende, por vezes;
relata acontecimentos de menor relevo. Em narrativas muito pequenas, não chega a existir. É
constituída por sequências narrativas consideradas marginais, relativamente à acção principal,
embora geralmente se articulem com ela. Permite caracterizar melhor os contextos sociais,
culturais, ideológicos em que a acção principal se insere.



            1.2.3. Narrativa fechada e narrativa aberta

       A narrativa é fechada se termina com a diegese completamente solucionada. É aberta, se
não revela o destino final das personagens ou se há consequências directas da acção principal
que não são “solucionadas”.


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            1.2.4. Sequências narrativas e sua articulação

       A sucessão de factos e acontecimentos que constituem a acção agrupam-se em
sequências, que formam blocos narrativos semanticamente (de significado) coesos e que o
leitor reconhece intuitivamente.
       As sequências de uma narrativa articulam-se entre si pelos processos seguintes:


                  ► Encadeamento
       As sequências narrativas sucedem-se umas às outras de acordo com a sua ordenação
cronológica; há um ordenamento temporal das acções.




                  ► Encaixe
       As sequências surgem inseridas no interior de outra sequência que as engloba,
correspondendo geralmente a narradores diferentes;




                  ► Alternância
       Duas ou mais histórias são contadas de forma intercalada e uma sequência é
interrompida para dar lugar a outra, revezando-se assim sequências de origem diversa (como
acontece, por norma, nas telenovelas).




                              Encontra as sequências narrativas essenciais neste conto (os momentos de
                              avanço na diegese).
                              Como se articulam entre si?




    1.3.           Personagens


            1.3.1. Relevo

       Quanto ao relevo podemos considerar as personagens como principais (protagonista ou
herói), secundárias e ainda figurantes.




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                 ► Protagonista, personagem principal ou herói
       Desempenha um papel central; a sua actuação é fundamental para o desenvolvimento da
acção. São as personagens principais que modelam e fazem avançar a intriga.


                 ► Personagem secundária
       Assume um papel de menor relevo que o do protagonista, sendo ainda relevante para o
desenrolar da acção. Pode participar na intriga, mas não a determina.


                 ► Figurante
       Tem um papel irrelevante no desenrolar da acção, cabendo-lhe, no entanto, o papel de
ilustrar um ambiente ou um espaço social de que é representante.

                              Que tipo de personagens (quanto ao seu relevo) é possível encontrar neste
                              conto? Como se justifica o reduzido número de personagens intervenientes
                              neste conto?




            1.3.2. Composição

       A composição de uma personagem tem a ver com a forma como essa figura ficcional é
construída, a sua densidade e complexidade psicológicas.


                 ► Personagem modelada ou redonda
       Personagem dinâmica, dotada de densidade psicológica, capaz de alterar o seu
comportamento      e,   por   conseguinte,    de    evoluir        ao   longo   da   narrativa.   Pode      ter
comportamentos inesperados.
       É dinâmica; possui densidade psicológica, vida interior, e por isso pode surpreende o
leitor pelo seu comportamento.


                 ► Personagem plana ou desenhada
       Personagem estática, sem evolução, sem grande vida interior; por outras palavras: a
personagem plana comporta-se da mesma forma previsível ao longo de toda a narrativa.
       É estática; caracteriza-se por possuir um conjunto limitado de traços que se mantêm
inalterados ao longo da narração.


                 ► Personagem-tipo
       Representa um grupo profissional ou social, sendo-lhe atribuídas as qualidades e/ou
defeitos dessa classe ou grupo (cf. a maioria das personagens vicentinas).




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                  ► Personagem colectiva
       Representa um grupo de indivíduos que age como se os animasse uma só vontade;
actuam em grupo e como se fossem um (cf. o Povo na Crónica de D.João I, de Fernão Lopes).

                                Que tipo de personagens (quanto à sua composição) é possível encontrar
                                neste conto? Como definir a personagem principal quanto à sua
                                composição?



            1.3.3. Caracterização

       A caracterização de uma personagem é a soma de informações, fornecidas pelo texto
narrativo, sobre o que ela faz, como é, o que pensa.
       É a caracterização que nos “desenha” as personagens.


                  ► Processo
       O processo narrativo de caracterização pode ser feito de duas maneiras:


                    › Directa
       As     características   (atributos,    qualidades,        informações)   das   personagens     são
apresentadas directa e explicitamente pela própria personagem – autocaracterização – ou
por outras personagens ou narrador – heterocaracterização.
       Esta caracterização é feita sobretudo com recurso a adjectivos e nomes.


                    › Indirecta
       As personagens são caracterizadas a partir do que fazem e de como agem. Não há a
indicação explícita das suas características. É pelas suas atitudes, comportamentos e acções
que o leitor tem de deduzir a caracterização da personagem.
       Esta caracterização é feita sobretudo com recurso a verbos e advérbios.


                  ► Tipo
       A caracterização das personagens (directa ou indirecta) pode ser feita em várias
vertentes:


                    › Física
       São abordadas as características físicas, corporais da personagem.


                    › Psicológica
       São referidas as características de personalidade, de maneira de ser, de valores morais e
estéticos da personagem.




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                   › Social
       São identificadas as características da vida social da personagem, em termos de
profissão, de vida em sociedade, de relação com os outros e com as circunstâncias políticas.

                              Há muita caracterização das personagens neste conto? Que tipo de
                              caracterização predomina? Porquê?



            1.3.4. Funções actanciais

       As personagens desempenham, muitas vezes (mas nem sempre) certas funções
narrativas ou actantes da narração e que se podem resumir neste esquema:


                                   adjuvante à sujeito ß oponente
                                                     Ô
                                  destinador à objecto à destinatário


                 ► Sujeito
       Personagem ou entidade empenhada na procura ou consecução de um objectivo,
representado no objecto. Aquele que quer obter alguma coisa (o objecto).


                 ► Objecto
       Personagem, entidade ou o que o sujeito procura obter ou atingir. Aquele ou aquilo que é
desejado e procurado.


                 ► Adjuvante
       Personagem, entidade ou o que quer que facilite a obtenção do objecto por parte do
sujeito. Aquele (ou aquilo) que favorece a busca que o sujeito faz do objecto.


                 ► Oponente
       Personagem, entidade ou o que quer que dificulte a obtenção do objecto por parte do
sujeito. Aquele (ou aquilo) que dificulta a busca que o sujeito faz do objecto.


                 ► Destinador
       Personagem, entidade ou força superior que decide a favor ou contra a obtenção do
objecto pelo sujeito. Aquele que permite ao sujeito obter o objecto.


                 ► Destinatário
       Personagem ou entidade sobre quem recai a decisão favorável ou desfavorável do
destinador. Aquele(s) que é(são) atingido(s) pela conquista (ou não) que o sujeito faz do
objecto.

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               0 actante não é, necessariamente, uma personagem humana; pode
               ser uma força superior, um animal, um objecto, um conceito, um
               valor moral. Assim, por exemplo, o «Destino» pode ser o destinador; o
               «auxiliar mágico» ou a «astúcia», adjuvantes; a «noite», dependendo
               do contexto, pode ser oponente, como o rival do herói, etc.


                              É possível aplicar o esquema actancial a este conto? Podemos aplicar
                              apenas um esquema ou teremos que aplicar mais do que um? Porquê?



    1.4.            Espaço

       Esta categoria da narrativa refere o cenário onde decorre a acção, o contexto que a
envolve. Por isso, mais do que se limitar a referências a um espaço físico e delimitado, o
“espaço” na narrativa refere-se também a atmosferas sociais e psicológicas



            1.4.1. Físico

       O espaço físico é de carácter predominantemente visual. Refere-se a cenários
geográficos, localizações, interiores, decorações, objectos, etc.
       É o cenário físico (que se pode ver), o espaço real, interior ou exterior, onde se
movimentam as personagens e se sucedem os acontecimentos.



            1.4.2. Social

       O espaço social é a recriação de uma envolvência cultural, social e económica da época
ou local onde decorre a diegese.
       Retrata hábitos, valores, ambientes sobretudo através de símbolos, de personagens-tipo
ou de figurantes.



            1.4.3. Psicológico

       O espaço psicológico é o mais complexo de definir. É o local interior das personagens
onde vivem os pensamentos, as reflexões, as divagações, os sentimentos, as emoções. É uma
espécie de “cenário da mente”, onde podemos conhecer em profundidade as motivações e
expectativas de cada personagem.
       Normalmente traduzido por longos monólogos, este espaço psicológico é, muitas vezes,
independente do espaço físico e do espaço social.

                              Neste conto, há referências ao espaço físico? Como é esse espaço físico? E
                              o espaço social? Há situações em que seja perceptível o espaço psicológico?



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    1.5.           Tempo


            1.5.1. Tempo cronológico / da história

       O tempo cronológico (tempo histórico) refere-se ao momento histórico em que se passa
a acção. Relaciona-se com datas, períodos, épocas, estações, e pode ser encontrado em
informantes ou indícios.



            1.5.2. Tempo psicológico

       O tempo sentido pelas personagens.
       Refere-se à vivência do tempo pelas personagens, ao modo como elas o experimentam,
sentem, vivem e recordam.
       Um dia pode ter sido longo e penoso para uma personagem e ter sido breve e radioso
para outra. O tempo psicológico é a percepção subjectiva e individual, em consonância com o
seu estado de espírito, do tempo histórico.



                             Em que tempo histórico se passa a acção? Como foi possível chegar a essa
                             conclusão? Há expressão do tempo psicológico? Como é esse tempo?




            1.5.3. Tempo do discurso

       O tempo do discurso resulta do tratamento ou elaboração do tempo cronológico pelo
narrador.
       Este, normalmente, rearranja, a ordem e a extensão temporal dos acontecimentos
históricos de forma a construir uma narrativa mais apelativa e estruturada.
       No processo de reordenação das sequências narrativas, o narrador pode optar por:


                 ► Ordem linear
       As sequências narrativas seguem a sua ordem histórica, não havendo lugar a alterações
da linha sequencial do tempo.
       Os acontecimentos mais antigos são narrados primeiros. Os mais recentes, por último.


                 ► Anacronia
       Falamos de anacronia sempre que há uma alteração à ordem temporal.
       Essa anacronia pode revestir-se de várias estratégias:



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                 › Analepses
       Recuo na linha do tempo a momentos já passados e anteriores ao tempo do discurso. O
narrador recorda ou evoca acontecimentos que pertencem ao passado do momento da
enunciação.


                 › Prolepses
       Avanço no tempo. Há uma antevisão ou a antecipação de eventos que são posteriores ao
presente da acção.
       Normalmente, a prolepse implica sempre uma focalização omnisciente do narrador (só
assim ele pode saber o que nenhuma das personagens pode saber: o futuro do momento em
que se fala).




       Já no que se refere à coincidência entre o tempo do discurso e o tempo da acção, ao
ritmo narrativo, o narrador pode optar por:




                ► Isocronia
       O tempo do discurso tende a ser rigorosamente igual ao tempo da acção.
       O exemplo mais perfeito são os diálogos reproduzidos sem qualquer intervenção do
narrador – nesse caso, o tempo de duração da narração é igual (tanto quanto possível) ao
tempo em que decorreu a acção.


                ► Anisocronia
       A duração do tempo do discurso difere muito da duração do tempo das acções narradas.
       Normalmente o tempo do discurso é mais breve e rápido do que o tempo cronológico,
mas também pode acontecer o contrário.
       A anisocronia é conseguida através de:


                 › Resumos / sumários
       Há uma clara condensação dos acontecimentos, conferindo um ritmo muito rápido à
narração. O tempo da história aparece reduzido no discurso. Uma noite pode ser referida numa
simples frase. Três meses podem passar num parágrafo.


                 › Elipses
       Ainda mais redutora do que os resumos/sumários é a elipse. Neste caso não há só um
resumo da acção histórica, mas a supressão, a omissão completa desse tempo cronológico.


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                   › Pausas
       Pelo contrário, o narrador pode também estender o tempo do discurso, tornando-o mais
longo que o tempo histórico. Acontece isso com as descrições longas e pormenorizadas, com
as reflexões, com as divagações do narrador.

                              Neste conto, como se relaciona o tempo do discurso com o tempo da
                              diegese? A ordem das sequências cronológicas é linear? Há anacronias
                              importantes? Há anisocronias significativas?



    1.6.           Narrador

       A definição do conceito de narrador deve partir da sua distinção inequívoca
relativamente ao conceito de autor.
       O autor é uma pessoa empírica (com existência real) que, num determinado momento
histórico, escreveu a narrativa. Tem um nome, uma data de nascimento, um Bilhete de
Identidade, come e bebe, e uma profissão: escritor.
        O narrador é uma invenção do autor, uma entidade fictícia, de natureza textual, a
quem cabe realizar o acto de narrar. Vive apenas no texto.
       Por outras palavras, o autor é uma entidade transitória e histórica, capaz de se distanciar
ideológica e esteticamente do texto que escreveu, enquanto o narrador é inerente a esse
mesmo texto e dele indissociável.



            1.6.1. Participação

       O narrador pode ter diversos graus de participação na história. Pode ser uma entidade
exterior à história, pode fazer parte da história ou pode mesmo narrar a sua história.


                 ► Heterodiegético
       O narrador não faz parte da diegese. A história narrada é apenas conhecida pelo
narrador, mas este nada tem a ver com a história em si.
       O narrador heterodiegético é, muitas vezes, um narrador de “grau zero”, ou seja, um
narrador imperceptível, que reconta uma história exterior a si e de forma a que a sua presença
não seja notada nem relevante. Este anula a sua presença atrás de uma voz anónima que
narra uma história.
       Pode também chamar-se “narrador não participante”.


                 ► Homodiegético
       O Narrador é uma personagem da diegese.



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       Participa na história como personagem secundária ou mero figurante, relatando a história
de acordo com as informações que lha são facultadas por essa sua situação na narrativa.
       Pode também chamar-se “narrador participante”.


                  ► Autodiegético
       O Narrador é a personagem principal da diegese.
       Participa directa e activamente na narração da sua história. O discurso é na primeira
pessoa.
       Pode também chamar-se “narrador participante”.
               Não se deve confundir uma narração autodiegética com uma
               autobiografia. A autobiografia conta os acontecimentos reais e
               históricos da vida do autor. A narrativa autodiegética conta os
               acontecimentos ficcionais (inventados) de um narrador (criado pelo
               autor).


                              Qual o grau de participação do narrador neste conto?




            1.6.2. Focalização

       A focalização (ou também chamada “ciência”) tem a ver com a forma como o narrador
(que não o autor!) conhece o desenrolar da história e a perspectiva que este adopta face aos
acontecimentos narrados.


                  ► Externa
       O narrador limita a narrativa à representação das características superficiais e
materialmente observáveis de uma personagem, de um espaço ou de certas acções, ou seja,
ele não detém um ponto de vista privilegiado, só «vê» o que um espectador hipotético veria.
       A informação facultada é, assim, limitada ao exterior dos elementos da história, de modo
a construir um relato objectivo e desapaixonado, relativamente aos eventos e às personagens
da narrativa; a adopção deste ponto de vista narrativo mostra a influência, na literatura, das
técnicas cinematográficas.


                  ► Interna
       O narrador adopta o ponto de vista de uma personagem inserida na ficção, o que
normalmente resulta na redução da quantidade dos elementos informativos que pode relatar.
Com efeito, a informação disponível por este narrador tem de ser coerente com a capacidade
de conhecimento da personagem cujo ponto de vista adopta.




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José Paulo Vasconcelos


       O narrador vê e conhece a acção como uma (ou mais) personagem da acção. Pode
eventualmente saber mais do que aquilo que se “vê” de fora, mas apenas sabe aquilo que a
personagem adoptada sabe.
       É a perspectiva dos narradores homodiegétícos e autodiegéticos mas pode, também, ser
adoptada por um narrador heterodiegético, por motivos de estratégia narrativa.


                 ► Omnisciente
       O narrador faz uso de uma capacidade de conhecimento praticamente ilimitada em
relação ao universo da história; pode, por isso, explicar as motivações das personagens,
revelar o que elas pensam, antecipar a referência a acontecimentos ainda não ocorridos no
tempo da história e desconhecidos das personagens, descrever espaços interiores e exteriores,
percorridos ou sonhados pelas personagens, etc.
       É uma perspectiva só possível a um narrador heterodiegético.
       Neste caso, o narrador aproxima-se do conhecimento do autor.

                             Qual a focalização adoptada pelo narrador neste conto? A focalização
                             mantêm-se ao longo de todo o conto ou apresenta variações?




            1.6.3. Posição

                 ► Objectiva
       O narrador assume, face àquilo que narra, uma atitude neutra, não tomando partido, não
revelando simpatias ou antipatias, não exprimindo juízos de valor.
       O narrador tenta passar, tanto quanto possível, ao lado de julgamentos e compromissos
ideológicos.


                 ► Subjectiva
       O narrador toma um partido a propósito daquilo que narra. O leitor apercebe-se com
facilidade qual a posição defendida pelo narrador (que não o autor!).
       Neste caso, o narrador adopta frequentemente adjectivos ou expressões valorativas
(“bom”; “apropriado”; “erradamente”, etc.)

                             No conto analisado qual a posição do narrador em relação ao narrado? É
                             um narrador objectivo ou subjectivo? Qual prevalece?




    1.7.           Narratário

       O narratário é a entidade fictícia a quem o narrador se dirige de forma explícita ou não.


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José Paulo Vasconcelos


       Pode ser uma entidade pertencente à narração (narratário intradiegético) e, como tal,
identificável no texto, ou um sujeito não explicitamente mencionado, exterior à história
(narratário extradiegético).
       Muitas vezes o narratário é uma entidade incaracterizada, difícil de identificar. Não se
deve, todavia, confundir com o leitor, este, uma individualidade real.

                               Há a identificação clara de um narratário? Alguma vez o narrador se dirige
                               directa ou indirectamente ao narratário? Se sim, onde e como?




    1.8.           Discurso


            1.8.1. Modos de expressão

                 ► Diálogo
       Forma de comunicação verbal em que locutor e interlocutor alternam de posições. O
diálogo constitui a base expressiva do conto.
       Dentro dos diálogos, devemos considerar três formas diferentes:


                   › diálogo em discurso directo
       A fala das personagens é representada directamente, reproduzindo-se as suas conversas.
Geralmente, este tipo de representação recorre ao uso de travessão ou aspas, embora, por
vezes, no conto moderno, o autor não utilize tais sinais.


                   › diálogo em discurso indirecto
       A fala das personagens em vez de ser repetida (tal como foi enunciada) é narrada de
forma abreviada ou interpretada.


                   › diálogo em discurso indirecto livre
       Trata-se da fusão entre a terceira e a primeira pessoas narrativas, isto é, as palavras
proferidas pelas personagens surgem inseridas no discurso indirecto através do qual o
narrador narra a história.



                               Neste conto há exemplos de diálogo? Na forma de discurso directo,
                               discurso indirecto ou indirecto livre? Exemplos? O diálogo ocupa ou não
                               uma parte importante do texto?




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José Paulo Vasconcelos



                 ► Monólogo
       Forma de expressão em que o locutor é também o interlocutor (fala de si para si).
       O Monólogo é apenas uma variante do diálogo: é um diálogo interior, onde o «eu» se
desdobra em dois: o «eu» que fala e o «eu» que escuta. Traduz o fluxo de consciência da
personagem sem qualquer intervenção organizadora do narrador.
       A reprodução do monólogo recorre muitas vezes à grafia do discurso directo (travessões
ou aspas)

                             Há exemplos de monólogos no conto? Porque é que o autor recorre ao
                             monólogo?




            1.8.2. Modos de representação

                 ► Narração
       Momentos de avanço na acção em que se faz o relato dos acontecimentos.
       Em contraste com a descrição, a narração constitui o relato de eventos e de conflitos em
que se desenvolve a acção. Através da representação (narração) de acções há uma progressão
na história.

                             Este conto tem, evidentemente, vários momentos de narração. Escolhe um
                             que ilustre claramente o avanço da acção.


                 ► Descrição
       Momento de pausa na narrativa em que o narrador dá (descreve) informações sobre
personagens, objectos ou espaços.
       Através da descrição são fornecidas informações que nos permitem aceder a traços
caracterizadores dos vários elementos, precisando informações importantes sobre a localização
espácio-temporal e caracterizando personagens e objectos.

                             O conto em análise tem momentos de descrição? Quais? As descrições são
                             importantes para a construção da história? Têm em si informações
                             relevantes para a compreensão global do texto? Quais?




            1.8.3. Modos de reflexão

                 ► Digressão
       Fala-se em digressão sempre que a dinâmica narrativa é interrompida para que o
narrador formule asserções, comentários ou reflexões, normalmente de teor genérico e




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José Paulo Vasconcelos


transcendendo o concreto dos eventos relatados. Por isso, a reflexão ou digressão
corresponde, em princípio, a um momento de suspensão do tempo da história.
       A digressão está intimamente ligada à ideologia que a obra veicula, mas serve também
outros intuitos: preparar a apresentação de personagens, afrouxar o ritmo do desenvolvimento
da narrativa , incrementar uma atmosfera de suspense pelo retardamento de revelações
importantes ou, até, servir de elemento ornamental.

                               O conto em análise tem momentos de reflexão? Quais? Com que intenção?
                               Ouve-se a voz do autor?




    1.9.           Para saber mais:


            1.9.1. Livros:

       BRAGANÇA, António, Introdução ao Estudo do Texto Literário, Livraria Escolar Infante,
                     Porto, 1975
       PAIS, Amélia Pinto, Saber Português – Livro Auxiliar, Areal Editores, Porto, 1995
       Glossário de Termos Literários, Ed. Min. Educação, DES, Lisboa, 2001
       REIS, Carlos e LOPES, Ana Cristina, Dicionário de Narratologia, Liv. Almedina, Coimbra



            1.9.2. Internet:

       http://pwp.netcabo.pt/0511134301/narrativ.htm
       http://www.slideshare.net/profteresa/p-pcategorias-narrativa
       http://proftwebquests.no.sapo.pt/finfo_catnarr.pdf




E.S.S.M.O                                      03-06-2008                               Página 15 de 17
José Paulo Vasconcelos




    1.10.              Indíce

       1.1.     O TEXTO NARRATIVO.................................................................................................. 1

            1.1.1.    O CONTO ....................................................................................................1

       1.2.     ACÇÃO ......................................................................................................................... 2

            1.2.1.    ACÇÃO PRINCIPAL ............................................................................................2
            1.2.2.    ACÇÃO SECUNDÁRIA .........................................................................................2
            1.2.3.    NARRATIVA FECHADA E NARRATIVA ABERTA ..................................................................2
            1.2.4.    SEQUÊNCIAS NARRATIVAS E SUA ARTICULAÇÃO ...............................................................3
                         ►    Encadeamento....................................................................................3
                         ►    Encaixe ............................................................................................3
                         ►    Alternância .......................................................................................3

       1.3.     PERSONAGENS............................................................................................................ 3

            1.3.1.    RELEVO ......................................................................................................3
                         ►    Protagonista, personagem principal ou herói ..............................................4
                         ►    Personagem secundária.........................................................................4
                         ►    Figurante..........................................................................................4
            1.3.2.    COMPOSIÇÃO ................................................................................................4
                         ►    Personagem modelada ou redonda ...........................................................4
                         ►    Personagem plana ou desenhada .............................................................4
                         ►    Personagem-tipo.................................................................................4
                         ►    Personagem colectiva...........................................................................5
            1.3.3.    CARACTERIZAÇÃO ............................................................................................5
                         ►    Processo ...........................................................................................5
                         ►    Tipo ................................................................................................5
            1.3.4.    FUNÇÕES ACTANCIAIS ........................................................................................6
                         ►    Sujeito .............................................................................................6
                         ►    Objecto ............................................................................................6
                         ►    Adjuvante .........................................................................................6
                         ►    Oponente..........................................................................................6
                         ►    Destinador ........................................................................................6
                         ►    Destinatário ......................................................................................6

       1.4.     ESPAÇO ....................................................................................................................... 7

            1.4.1.    FÍSICO .......................................................................................................7
            1.4.2.    SOCIAL ......................................................................................................7
            1.4.3.    PSICOLÓGICO ................................................................................................7


E.S.S.M.O                                                        03-06-2008                                                    Página 16 de 17
José Paulo Vasconcelos


       1.5.     TEMPO......................................................................................................................... 8

            1.5.1.    TEMPO CRONOLÓGICO / DA HISTÓRIA ........................................................................8
            1.5.2.    TEMPO PSICOLÓGICO ........................................................................................8
            1.5.3.    TEMPO DO DISCURSO .........................................................................................8
                         ►    Ordem linear .....................................................................................8
                         ►    Anacronia .........................................................................................8
                         ►    Isocronia...........................................................................................9
                         ►    Anisocronia .......................................................................................9

       1.6.     NARRADOR ...............................................................................................................10

            1.6.1.    PARTICIPAÇÃO ............................................................................................. 10
                         ►    Heterodiegético................................................................................ 10
                         ►    Homodiegético ................................................................................. 10
                         ►    Autodiegético .................................................................................. 11
            1.6.2.    FOCALIZAÇÃO .............................................................................................. 11
                         ►    Externa .......................................................................................... 11
                         ►    Interna........................................................................................... 11
                         ►    Omnisciente .................................................................................... 12
            1.6.3.    POSIÇÃO ................................................................................................... 12
                         ►    Objectiva........................................................................................ 12
                         ►    Subjectiva....................................................................................... 12

       1.7.     NARRATÁRIO ............................................................................................................12

       1.8.     DISCURSO.................................................................................................................13

            1.8.1.    MODOS DE EXPRESSÃO ..................................................................................... 13
                         ►    Diálogo........................................................................................... 13
                         ►    Monólogo ........................................................................................ 14
            1.8.2.    MODOS DE REPRESENTAÇÃO ................................................................................ 14
                         ►    Narração......................................................................................... 14
                         ►    Descrição ........................................................................................ 14
            1.8.3.    MODOS DE REFLEXÃO ...................................................................................... 14
                         ►    Digressão ........................................................................................ 14

       1.9.     PARA SABER MAIS:...................................................................................................15

            1.9.1.    LIVROS: ................................................................................................... 15
            1.9.2.    INTERNET:................................................................................................. 15

       1.10. INDÍCE ...................................................................................................................... 16




E.S.S.M.O                                                       03-06-2008                                                    Página 17 de 17

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  • 1. José Paulo Vasconcelos CATEGORIAS DA NARRATIVA 1.1. O texto narrativo A narrativa é o género literário que permite contar ou relatar factos, acontecimentos – ou sequências de acções encadeadas –, efectivamente ocorridos ou inventados. A narrativa não se limita, aos textos narrativos literários; encontra-se igualmente em diversas situações e contextos comunicacionais: narrativa de imprensa, historiografia, relatórios, anedotas, simples conversas diárias (em que frequentemente se recontam factos, episódios), etc. O modo narrativo pode, concretizar-se em suportes expressivos diversos, do verbal ao icónico, passando por modalidades mistas (telenovela, banda desenhada, cinema, narrativa literária, etc.). GARRIDO, Ana et allii, Antologia 10º, Lisboa Editora, Lisboa, 2007 1.1.1. O Conto O conto é um género do modo narrativo, tal como o romance e a novela e distingue-se destes, em primeiro lugar, pela sua reduzida extensão. Sendo uma narrativa curta, o conto apresenta algumas características estruturais como o pequeno número de personagens (frequentemente uma personagem ou um par que, centralizando a intriga, conferem unidade à narrativa), a concentração no espaço e no tempo e a linearidade e unidade da acção. As descrições do espaço são inexistentes ou breves, excepto nos chamados contos de espaço, nos quais essa categoria narrativa domina a acção e se constitui quase como uma personagem. Do mesmo modo, são geralmente breves os retratos das personagens cuja caracterização é sobretudo indirecta. Em Portugal, o conto floresceu no século XIX, com Alexandre Herculano, Camilo Castelo Branco, Eça de Queirós, Trindade Coelho, Fialho de Almeida. No século XX, muitos escritores portugueses experimentaram este género narrativo, tendo alguns deles atingido um nível de excelência tal que os seus nomes passaram a estar associados ao conto, como uma espécie de representantes deste género. É o caso de Miguel Torga, Manuel da Fonseca, Sophia de Mello Breyner ou Vergílio Ferreira. PINTO, Elisa Costa et allii, Plural 10º, Lisboa Editora, Lisboa, 2007 E.S.S.M.O 03-06-2008 Página 1 de 17
  • 2. José Paulo Vasconcelos Num texto narrativo, a história – conjunto de acções, descrições, diálogos – é chamada diegese. É esta palavra (diegese) que dará origem a adjectivos como autodiegético, homodiegético, heterodiegético, extradiegético, intradiegético. 1.2. Acção A acção é o desenvolvimento de factos e eventos, ocorridos num período de tempo e num determinado local e que são associados a uma ou mais personagens. Ou seja, é um conjunto de acontecimentos relacionados entre si que se desenrolam num determinado espaço e tempo. Uma narrativa constrói-se em torno de uma acção principal ou nuclear, articulada eventualmente com acções ou intrigas secundárias, de âmbito mais ou menos reduzido. 1.2.1. Acção principal A acção principal é o conjunto de sequências narrativas (momentos de avanço da história) que detém maior importância ou relevo. É a história principal de que se fala. Lê o conto e discute com os teus colegas o assunto e o tema do mesmo. Que história se conta? Sobre que é que o autor quer falar? Quais são as expressões ou palavras que não percebeste? Depois de teres chegado a conclusões com o grupo: Faz uma síntese da acção principal do conto (máximo: 100 palavras) apresentando o conto a quem não o conhece. 1.2.2. Acção secundária A sua importância define-se em relação à acção principal, de que depende, por vezes; relata acontecimentos de menor relevo. Em narrativas muito pequenas, não chega a existir. É constituída por sequências narrativas consideradas marginais, relativamente à acção principal, embora geralmente se articulem com ela. Permite caracterizar melhor os contextos sociais, culturais, ideológicos em que a acção principal se insere. 1.2.3. Narrativa fechada e narrativa aberta A narrativa é fechada se termina com a diegese completamente solucionada. É aberta, se não revela o destino final das personagens ou se há consequências directas da acção principal que não são “solucionadas”. E.S.S.M.O 03-06-2008 Página 2 de 17
  • 3. José Paulo Vasconcelos 1.2.4. Sequências narrativas e sua articulação A sucessão de factos e acontecimentos que constituem a acção agrupam-se em sequências, que formam blocos narrativos semanticamente (de significado) coesos e que o leitor reconhece intuitivamente. As sequências de uma narrativa articulam-se entre si pelos processos seguintes: ► Encadeamento As sequências narrativas sucedem-se umas às outras de acordo com a sua ordenação cronológica; há um ordenamento temporal das acções. ► Encaixe As sequências surgem inseridas no interior de outra sequência que as engloba, correspondendo geralmente a narradores diferentes; ► Alternância Duas ou mais histórias são contadas de forma intercalada e uma sequência é interrompida para dar lugar a outra, revezando-se assim sequências de origem diversa (como acontece, por norma, nas telenovelas). Encontra as sequências narrativas essenciais neste conto (os momentos de avanço na diegese). Como se articulam entre si? 1.3. Personagens 1.3.1. Relevo Quanto ao relevo podemos considerar as personagens como principais (protagonista ou herói), secundárias e ainda figurantes. E.S.S.M.O 03-06-2008 Página 3 de 17
  • 4. José Paulo Vasconcelos ► Protagonista, personagem principal ou herói Desempenha um papel central; a sua actuação é fundamental para o desenvolvimento da acção. São as personagens principais que modelam e fazem avançar a intriga. ► Personagem secundária Assume um papel de menor relevo que o do protagonista, sendo ainda relevante para o desenrolar da acção. Pode participar na intriga, mas não a determina. ► Figurante Tem um papel irrelevante no desenrolar da acção, cabendo-lhe, no entanto, o papel de ilustrar um ambiente ou um espaço social de que é representante. Que tipo de personagens (quanto ao seu relevo) é possível encontrar neste conto? Como se justifica o reduzido número de personagens intervenientes neste conto? 1.3.2. Composição A composição de uma personagem tem a ver com a forma como essa figura ficcional é construída, a sua densidade e complexidade psicológicas. ► Personagem modelada ou redonda Personagem dinâmica, dotada de densidade psicológica, capaz de alterar o seu comportamento e, por conseguinte, de evoluir ao longo da narrativa. Pode ter comportamentos inesperados. É dinâmica; possui densidade psicológica, vida interior, e por isso pode surpreende o leitor pelo seu comportamento. ► Personagem plana ou desenhada Personagem estática, sem evolução, sem grande vida interior; por outras palavras: a personagem plana comporta-se da mesma forma previsível ao longo de toda a narrativa. É estática; caracteriza-se por possuir um conjunto limitado de traços que se mantêm inalterados ao longo da narração. ► Personagem-tipo Representa um grupo profissional ou social, sendo-lhe atribuídas as qualidades e/ou defeitos dessa classe ou grupo (cf. a maioria das personagens vicentinas). E.S.S.M.O 03-06-2008 Página 4 de 17
  • 5. José Paulo Vasconcelos ► Personagem colectiva Representa um grupo de indivíduos que age como se os animasse uma só vontade; actuam em grupo e como se fossem um (cf. o Povo na Crónica de D.João I, de Fernão Lopes). Que tipo de personagens (quanto à sua composição) é possível encontrar neste conto? Como definir a personagem principal quanto à sua composição? 1.3.3. Caracterização A caracterização de uma personagem é a soma de informações, fornecidas pelo texto narrativo, sobre o que ela faz, como é, o que pensa. É a caracterização que nos “desenha” as personagens. ► Processo O processo narrativo de caracterização pode ser feito de duas maneiras: › Directa As características (atributos, qualidades, informações) das personagens são apresentadas directa e explicitamente pela própria personagem – autocaracterização – ou por outras personagens ou narrador – heterocaracterização. Esta caracterização é feita sobretudo com recurso a adjectivos e nomes. › Indirecta As personagens são caracterizadas a partir do que fazem e de como agem. Não há a indicação explícita das suas características. É pelas suas atitudes, comportamentos e acções que o leitor tem de deduzir a caracterização da personagem. Esta caracterização é feita sobretudo com recurso a verbos e advérbios. ► Tipo A caracterização das personagens (directa ou indirecta) pode ser feita em várias vertentes: › Física São abordadas as características físicas, corporais da personagem. › Psicológica São referidas as características de personalidade, de maneira de ser, de valores morais e estéticos da personagem. E.S.S.M.O 03-06-2008 Página 5 de 17
  • 6. José Paulo Vasconcelos › Social São identificadas as características da vida social da personagem, em termos de profissão, de vida em sociedade, de relação com os outros e com as circunstâncias políticas. Há muita caracterização das personagens neste conto? Que tipo de caracterização predomina? Porquê? 1.3.4. Funções actanciais As personagens desempenham, muitas vezes (mas nem sempre) certas funções narrativas ou actantes da narração e que se podem resumir neste esquema: adjuvante à sujeito ß oponente Ô destinador à objecto à destinatário ► Sujeito Personagem ou entidade empenhada na procura ou consecução de um objectivo, representado no objecto. Aquele que quer obter alguma coisa (o objecto). ► Objecto Personagem, entidade ou o que o sujeito procura obter ou atingir. Aquele ou aquilo que é desejado e procurado. ► Adjuvante Personagem, entidade ou o que quer que facilite a obtenção do objecto por parte do sujeito. Aquele (ou aquilo) que favorece a busca que o sujeito faz do objecto. ► Oponente Personagem, entidade ou o que quer que dificulte a obtenção do objecto por parte do sujeito. Aquele (ou aquilo) que dificulta a busca que o sujeito faz do objecto. ► Destinador Personagem, entidade ou força superior que decide a favor ou contra a obtenção do objecto pelo sujeito. Aquele que permite ao sujeito obter o objecto. ► Destinatário Personagem ou entidade sobre quem recai a decisão favorável ou desfavorável do destinador. Aquele(s) que é(são) atingido(s) pela conquista (ou não) que o sujeito faz do objecto. E.S.S.M.O 03-06-2008 Página 6 de 17
  • 7. José Paulo Vasconcelos 0 actante não é, necessariamente, uma personagem humana; pode ser uma força superior, um animal, um objecto, um conceito, um valor moral. Assim, por exemplo, o «Destino» pode ser o destinador; o «auxiliar mágico» ou a «astúcia», adjuvantes; a «noite», dependendo do contexto, pode ser oponente, como o rival do herói, etc. É possível aplicar o esquema actancial a este conto? Podemos aplicar apenas um esquema ou teremos que aplicar mais do que um? Porquê? 1.4. Espaço Esta categoria da narrativa refere o cenário onde decorre a acção, o contexto que a envolve. Por isso, mais do que se limitar a referências a um espaço físico e delimitado, o “espaço” na narrativa refere-se também a atmosferas sociais e psicológicas 1.4.1. Físico O espaço físico é de carácter predominantemente visual. Refere-se a cenários geográficos, localizações, interiores, decorações, objectos, etc. É o cenário físico (que se pode ver), o espaço real, interior ou exterior, onde se movimentam as personagens e se sucedem os acontecimentos. 1.4.2. Social O espaço social é a recriação de uma envolvência cultural, social e económica da época ou local onde decorre a diegese. Retrata hábitos, valores, ambientes sobretudo através de símbolos, de personagens-tipo ou de figurantes. 1.4.3. Psicológico O espaço psicológico é o mais complexo de definir. É o local interior das personagens onde vivem os pensamentos, as reflexões, as divagações, os sentimentos, as emoções. É uma espécie de “cenário da mente”, onde podemos conhecer em profundidade as motivações e expectativas de cada personagem. Normalmente traduzido por longos monólogos, este espaço psicológico é, muitas vezes, independente do espaço físico e do espaço social. Neste conto, há referências ao espaço físico? Como é esse espaço físico? E o espaço social? Há situações em que seja perceptível o espaço psicológico? E.S.S.M.O 03-06-2008 Página 7 de 17
  • 8. José Paulo Vasconcelos 1.5. Tempo 1.5.1. Tempo cronológico / da história O tempo cronológico (tempo histórico) refere-se ao momento histórico em que se passa a acção. Relaciona-se com datas, períodos, épocas, estações, e pode ser encontrado em informantes ou indícios. 1.5.2. Tempo psicológico O tempo sentido pelas personagens. Refere-se à vivência do tempo pelas personagens, ao modo como elas o experimentam, sentem, vivem e recordam. Um dia pode ter sido longo e penoso para uma personagem e ter sido breve e radioso para outra. O tempo psicológico é a percepção subjectiva e individual, em consonância com o seu estado de espírito, do tempo histórico. Em que tempo histórico se passa a acção? Como foi possível chegar a essa conclusão? Há expressão do tempo psicológico? Como é esse tempo? 1.5.3. Tempo do discurso O tempo do discurso resulta do tratamento ou elaboração do tempo cronológico pelo narrador. Este, normalmente, rearranja, a ordem e a extensão temporal dos acontecimentos históricos de forma a construir uma narrativa mais apelativa e estruturada. No processo de reordenação das sequências narrativas, o narrador pode optar por: ► Ordem linear As sequências narrativas seguem a sua ordem histórica, não havendo lugar a alterações da linha sequencial do tempo. Os acontecimentos mais antigos são narrados primeiros. Os mais recentes, por último. ► Anacronia Falamos de anacronia sempre que há uma alteração à ordem temporal. Essa anacronia pode revestir-se de várias estratégias: E.S.S.M.O 03-06-2008 Página 8 de 17
  • 9. José Paulo Vasconcelos › Analepses Recuo na linha do tempo a momentos já passados e anteriores ao tempo do discurso. O narrador recorda ou evoca acontecimentos que pertencem ao passado do momento da enunciação. › Prolepses Avanço no tempo. Há uma antevisão ou a antecipação de eventos que são posteriores ao presente da acção. Normalmente, a prolepse implica sempre uma focalização omnisciente do narrador (só assim ele pode saber o que nenhuma das personagens pode saber: o futuro do momento em que se fala). Já no que se refere à coincidência entre o tempo do discurso e o tempo da acção, ao ritmo narrativo, o narrador pode optar por: ► Isocronia O tempo do discurso tende a ser rigorosamente igual ao tempo da acção. O exemplo mais perfeito são os diálogos reproduzidos sem qualquer intervenção do narrador – nesse caso, o tempo de duração da narração é igual (tanto quanto possível) ao tempo em que decorreu a acção. ► Anisocronia A duração do tempo do discurso difere muito da duração do tempo das acções narradas. Normalmente o tempo do discurso é mais breve e rápido do que o tempo cronológico, mas também pode acontecer o contrário. A anisocronia é conseguida através de: › Resumos / sumários Há uma clara condensação dos acontecimentos, conferindo um ritmo muito rápido à narração. O tempo da história aparece reduzido no discurso. Uma noite pode ser referida numa simples frase. Três meses podem passar num parágrafo. › Elipses Ainda mais redutora do que os resumos/sumários é a elipse. Neste caso não há só um resumo da acção histórica, mas a supressão, a omissão completa desse tempo cronológico. E.S.S.M.O 03-06-2008 Página 9 de 17
  • 10. José Paulo Vasconcelos › Pausas Pelo contrário, o narrador pode também estender o tempo do discurso, tornando-o mais longo que o tempo histórico. Acontece isso com as descrições longas e pormenorizadas, com as reflexões, com as divagações do narrador. Neste conto, como se relaciona o tempo do discurso com o tempo da diegese? A ordem das sequências cronológicas é linear? Há anacronias importantes? Há anisocronias significativas? 1.6. Narrador A definição do conceito de narrador deve partir da sua distinção inequívoca relativamente ao conceito de autor. O autor é uma pessoa empírica (com existência real) que, num determinado momento histórico, escreveu a narrativa. Tem um nome, uma data de nascimento, um Bilhete de Identidade, come e bebe, e uma profissão: escritor. O narrador é uma invenção do autor, uma entidade fictícia, de natureza textual, a quem cabe realizar o acto de narrar. Vive apenas no texto. Por outras palavras, o autor é uma entidade transitória e histórica, capaz de se distanciar ideológica e esteticamente do texto que escreveu, enquanto o narrador é inerente a esse mesmo texto e dele indissociável. 1.6.1. Participação O narrador pode ter diversos graus de participação na história. Pode ser uma entidade exterior à história, pode fazer parte da história ou pode mesmo narrar a sua história. ► Heterodiegético O narrador não faz parte da diegese. A história narrada é apenas conhecida pelo narrador, mas este nada tem a ver com a história em si. O narrador heterodiegético é, muitas vezes, um narrador de “grau zero”, ou seja, um narrador imperceptível, que reconta uma história exterior a si e de forma a que a sua presença não seja notada nem relevante. Este anula a sua presença atrás de uma voz anónima que narra uma história. Pode também chamar-se “narrador não participante”. ► Homodiegético O Narrador é uma personagem da diegese. E.S.S.M.O 03-06-2008 Página 10 de 17
  • 11. José Paulo Vasconcelos Participa na história como personagem secundária ou mero figurante, relatando a história de acordo com as informações que lha são facultadas por essa sua situação na narrativa. Pode também chamar-se “narrador participante”. ► Autodiegético O Narrador é a personagem principal da diegese. Participa directa e activamente na narração da sua história. O discurso é na primeira pessoa. Pode também chamar-se “narrador participante”. Não se deve confundir uma narração autodiegética com uma autobiografia. A autobiografia conta os acontecimentos reais e históricos da vida do autor. A narrativa autodiegética conta os acontecimentos ficcionais (inventados) de um narrador (criado pelo autor). Qual o grau de participação do narrador neste conto? 1.6.2. Focalização A focalização (ou também chamada “ciência”) tem a ver com a forma como o narrador (que não o autor!) conhece o desenrolar da história e a perspectiva que este adopta face aos acontecimentos narrados. ► Externa O narrador limita a narrativa à representação das características superficiais e materialmente observáveis de uma personagem, de um espaço ou de certas acções, ou seja, ele não detém um ponto de vista privilegiado, só «vê» o que um espectador hipotético veria. A informação facultada é, assim, limitada ao exterior dos elementos da história, de modo a construir um relato objectivo e desapaixonado, relativamente aos eventos e às personagens da narrativa; a adopção deste ponto de vista narrativo mostra a influência, na literatura, das técnicas cinematográficas. ► Interna O narrador adopta o ponto de vista de uma personagem inserida na ficção, o que normalmente resulta na redução da quantidade dos elementos informativos que pode relatar. Com efeito, a informação disponível por este narrador tem de ser coerente com a capacidade de conhecimento da personagem cujo ponto de vista adopta. E.S.S.M.O 03-06-2008 Página 11 de 17
  • 12. José Paulo Vasconcelos O narrador vê e conhece a acção como uma (ou mais) personagem da acção. Pode eventualmente saber mais do que aquilo que se “vê” de fora, mas apenas sabe aquilo que a personagem adoptada sabe. É a perspectiva dos narradores homodiegétícos e autodiegéticos mas pode, também, ser adoptada por um narrador heterodiegético, por motivos de estratégia narrativa. ► Omnisciente O narrador faz uso de uma capacidade de conhecimento praticamente ilimitada em relação ao universo da história; pode, por isso, explicar as motivações das personagens, revelar o que elas pensam, antecipar a referência a acontecimentos ainda não ocorridos no tempo da história e desconhecidos das personagens, descrever espaços interiores e exteriores, percorridos ou sonhados pelas personagens, etc. É uma perspectiva só possível a um narrador heterodiegético. Neste caso, o narrador aproxima-se do conhecimento do autor. Qual a focalização adoptada pelo narrador neste conto? A focalização mantêm-se ao longo de todo o conto ou apresenta variações? 1.6.3. Posição ► Objectiva O narrador assume, face àquilo que narra, uma atitude neutra, não tomando partido, não revelando simpatias ou antipatias, não exprimindo juízos de valor. O narrador tenta passar, tanto quanto possível, ao lado de julgamentos e compromissos ideológicos. ► Subjectiva O narrador toma um partido a propósito daquilo que narra. O leitor apercebe-se com facilidade qual a posição defendida pelo narrador (que não o autor!). Neste caso, o narrador adopta frequentemente adjectivos ou expressões valorativas (“bom”; “apropriado”; “erradamente”, etc.) No conto analisado qual a posição do narrador em relação ao narrado? É um narrador objectivo ou subjectivo? Qual prevalece? 1.7. Narratário O narratário é a entidade fictícia a quem o narrador se dirige de forma explícita ou não. E.S.S.M.O 03-06-2008 Página 12 de 17
  • 13. José Paulo Vasconcelos Pode ser uma entidade pertencente à narração (narratário intradiegético) e, como tal, identificável no texto, ou um sujeito não explicitamente mencionado, exterior à história (narratário extradiegético). Muitas vezes o narratário é uma entidade incaracterizada, difícil de identificar. Não se deve, todavia, confundir com o leitor, este, uma individualidade real. Há a identificação clara de um narratário? Alguma vez o narrador se dirige directa ou indirectamente ao narratário? Se sim, onde e como? 1.8. Discurso 1.8.1. Modos de expressão ► Diálogo Forma de comunicação verbal em que locutor e interlocutor alternam de posições. O diálogo constitui a base expressiva do conto. Dentro dos diálogos, devemos considerar três formas diferentes: › diálogo em discurso directo A fala das personagens é representada directamente, reproduzindo-se as suas conversas. Geralmente, este tipo de representação recorre ao uso de travessão ou aspas, embora, por vezes, no conto moderno, o autor não utilize tais sinais. › diálogo em discurso indirecto A fala das personagens em vez de ser repetida (tal como foi enunciada) é narrada de forma abreviada ou interpretada. › diálogo em discurso indirecto livre Trata-se da fusão entre a terceira e a primeira pessoas narrativas, isto é, as palavras proferidas pelas personagens surgem inseridas no discurso indirecto através do qual o narrador narra a história. Neste conto há exemplos de diálogo? Na forma de discurso directo, discurso indirecto ou indirecto livre? Exemplos? O diálogo ocupa ou não uma parte importante do texto? E.S.S.M.O 03-06-2008 Página 13 de 17
  • 14. José Paulo Vasconcelos ► Monólogo Forma de expressão em que o locutor é também o interlocutor (fala de si para si). O Monólogo é apenas uma variante do diálogo: é um diálogo interior, onde o «eu» se desdobra em dois: o «eu» que fala e o «eu» que escuta. Traduz o fluxo de consciência da personagem sem qualquer intervenção organizadora do narrador. A reprodução do monólogo recorre muitas vezes à grafia do discurso directo (travessões ou aspas) Há exemplos de monólogos no conto? Porque é que o autor recorre ao monólogo? 1.8.2. Modos de representação ► Narração Momentos de avanço na acção em que se faz o relato dos acontecimentos. Em contraste com a descrição, a narração constitui o relato de eventos e de conflitos em que se desenvolve a acção. Através da representação (narração) de acções há uma progressão na história. Este conto tem, evidentemente, vários momentos de narração. Escolhe um que ilustre claramente o avanço da acção. ► Descrição Momento de pausa na narrativa em que o narrador dá (descreve) informações sobre personagens, objectos ou espaços. Através da descrição são fornecidas informações que nos permitem aceder a traços caracterizadores dos vários elementos, precisando informações importantes sobre a localização espácio-temporal e caracterizando personagens e objectos. O conto em análise tem momentos de descrição? Quais? As descrições são importantes para a construção da história? Têm em si informações relevantes para a compreensão global do texto? Quais? 1.8.3. Modos de reflexão ► Digressão Fala-se em digressão sempre que a dinâmica narrativa é interrompida para que o narrador formule asserções, comentários ou reflexões, normalmente de teor genérico e E.S.S.M.O 03-06-2008 Página 14 de 17
  • 15. José Paulo Vasconcelos transcendendo o concreto dos eventos relatados. Por isso, a reflexão ou digressão corresponde, em princípio, a um momento de suspensão do tempo da história. A digressão está intimamente ligada à ideologia que a obra veicula, mas serve também outros intuitos: preparar a apresentação de personagens, afrouxar o ritmo do desenvolvimento da narrativa , incrementar uma atmosfera de suspense pelo retardamento de revelações importantes ou, até, servir de elemento ornamental. O conto em análise tem momentos de reflexão? Quais? Com que intenção? Ouve-se a voz do autor? 1.9. Para saber mais: 1.9.1. Livros: BRAGANÇA, António, Introdução ao Estudo do Texto Literário, Livraria Escolar Infante, Porto, 1975 PAIS, Amélia Pinto, Saber Português – Livro Auxiliar, Areal Editores, Porto, 1995 Glossário de Termos Literários, Ed. Min. Educação, DES, Lisboa, 2001 REIS, Carlos e LOPES, Ana Cristina, Dicionário de Narratologia, Liv. Almedina, Coimbra 1.9.2. Internet: http://pwp.netcabo.pt/0511134301/narrativ.htm http://www.slideshare.net/profteresa/p-pcategorias-narrativa http://proftwebquests.no.sapo.pt/finfo_catnarr.pdf E.S.S.M.O 03-06-2008 Página 15 de 17
  • 16. José Paulo Vasconcelos 1.10. Indíce 1.1. O TEXTO NARRATIVO.................................................................................................. 1 1.1.1. O CONTO ....................................................................................................1 1.2. ACÇÃO ......................................................................................................................... 2 1.2.1. ACÇÃO PRINCIPAL ............................................................................................2 1.2.2. ACÇÃO SECUNDÁRIA .........................................................................................2 1.2.3. NARRATIVA FECHADA E NARRATIVA ABERTA ..................................................................2 1.2.4. SEQUÊNCIAS NARRATIVAS E SUA ARTICULAÇÃO ...............................................................3 ► Encadeamento....................................................................................3 ► Encaixe ............................................................................................3 ► Alternância .......................................................................................3 1.3. PERSONAGENS............................................................................................................ 3 1.3.1. RELEVO ......................................................................................................3 ► Protagonista, personagem principal ou herói ..............................................4 ► Personagem secundária.........................................................................4 ► Figurante..........................................................................................4 1.3.2. COMPOSIÇÃO ................................................................................................4 ► Personagem modelada ou redonda ...........................................................4 ► Personagem plana ou desenhada .............................................................4 ► Personagem-tipo.................................................................................4 ► Personagem colectiva...........................................................................5 1.3.3. CARACTERIZAÇÃO ............................................................................................5 ► Processo ...........................................................................................5 ► Tipo ................................................................................................5 1.3.4. FUNÇÕES ACTANCIAIS ........................................................................................6 ► Sujeito .............................................................................................6 ► Objecto ............................................................................................6 ► Adjuvante .........................................................................................6 ► Oponente..........................................................................................6 ► Destinador ........................................................................................6 ► Destinatário ......................................................................................6 1.4. ESPAÇO ....................................................................................................................... 7 1.4.1. FÍSICO .......................................................................................................7 1.4.2. SOCIAL ......................................................................................................7 1.4.3. PSICOLÓGICO ................................................................................................7 E.S.S.M.O 03-06-2008 Página 16 de 17
  • 17. José Paulo Vasconcelos 1.5. TEMPO......................................................................................................................... 8 1.5.1. TEMPO CRONOLÓGICO / DA HISTÓRIA ........................................................................8 1.5.2. TEMPO PSICOLÓGICO ........................................................................................8 1.5.3. TEMPO DO DISCURSO .........................................................................................8 ► Ordem linear .....................................................................................8 ► Anacronia .........................................................................................8 ► Isocronia...........................................................................................9 ► Anisocronia .......................................................................................9 1.6. NARRADOR ...............................................................................................................10 1.6.1. PARTICIPAÇÃO ............................................................................................. 10 ► Heterodiegético................................................................................ 10 ► Homodiegético ................................................................................. 10 ► Autodiegético .................................................................................. 11 1.6.2. FOCALIZAÇÃO .............................................................................................. 11 ► Externa .......................................................................................... 11 ► Interna........................................................................................... 11 ► Omnisciente .................................................................................... 12 1.6.3. POSIÇÃO ................................................................................................... 12 ► Objectiva........................................................................................ 12 ► Subjectiva....................................................................................... 12 1.7. NARRATÁRIO ............................................................................................................12 1.8. DISCURSO.................................................................................................................13 1.8.1. MODOS DE EXPRESSÃO ..................................................................................... 13 ► Diálogo........................................................................................... 13 ► Monólogo ........................................................................................ 14 1.8.2. MODOS DE REPRESENTAÇÃO ................................................................................ 14 ► Narração......................................................................................... 14 ► Descrição ........................................................................................ 14 1.8.3. MODOS DE REFLEXÃO ...................................................................................... 14 ► Digressão ........................................................................................ 14 1.9. PARA SABER MAIS:...................................................................................................15 1.9.1. LIVROS: ................................................................................................... 15 1.9.2. INTERNET:................................................................................................. 15 1.10. INDÍCE ...................................................................................................................... 16 E.S.S.M.O 03-06-2008 Página 17 de 17