2. “O orgulho tem posto a perder
numerosos médiuns dotados das mais
belas faculdades, que, sem ele, seriam
instrumentos excelentes e muito úteis”
Allan Kardec - “O Livro dos
Médiuns” cap. XVII, questão nº 211
3. Entre os adeptos do Espiritismo, encontram-se aqueles que
são convocados às tarefas mediúnicas visando ao
esclarecimento, consolo e socorro aos sofredores
do corpo e da alma.
4. Não basta ao médium espírita ter uma mediunidade
formada, adestradas suas faculdades e atirar-se
precipitadamente ao trabalho.
5. É preciso, para serviço tão delicado e
complexo, preparar-se interiormente, lutando
continuamente, com todas as energias da alma, contra a
ignorância e a imperfeição moral que carrega em si
mesmo se deseja realmente ser um bom instrumento nas
mãos dos Benfeitores Espirituais.
6. Para seguir Jesus e simpatizar com os Bons Espíritos, é
indispensável ao médium trabalhar incansavelmente
pelo seu aperfeiçoamento, esforçando-se por destruir as
monstruosidades do orgulho domiciliadas em seu
próprio coração.
7. O médium que permanece cego às próprias imperfeições
e deficiências, indiferente às necessidades da reforma
íntima, poderá trabalhar muito na
mediunidade, mas, ao invés de ser um instrumento
útil, constituir-se-á um trabalhador indisciplinado com
muitas dificuldades de adaptação aos princípios
evangélico e distante da faixa mental dos instrutores do
Além.
8. Enorme absurdo comete o espírita possuidor de
faculdades que, produzindo frutos espirituais de
paz, alívio, consolo, recuperação e cura para milhares de
pessoas, se julga dispensado de instrução, de
aprendizado, de disciplina, de educação e de reforma
íntima.
9. O médium necessitará exercitar as energias da
inteligência e do coração, na educação de si mesmo.
O mestre Allan Kardec, na questão nº 228 de “O Livro
dos Médiuns”, descreve as principais características dos
médiuns orgulhosos, as quais vamos
discriminar, efetuando breve análise.
10. “Confiança absoluta na superioridade das
comunicações obtidas”
É a aceitação apressada de tudo que provém de sua
mediunidade, sem o uso do bom senso.
11. “Desprezo pelas que não vieram por seu intermédio.”
O que os outros médiuns produzem não tem para ele
valor, não merece ser lido ou respeitado. Julga-se
melhor e auto suficiente. É aqui que começam a
separação e a rivalidade dos médiuns e dos grupos.
12. “Consideração irrefletida pelos grandes nomes.”
Nas comunicações recebidas, estão mais preocupados
com os nomes famosos do que com o conteúdo. Acima de
todos os ideais, o que mais desejam são: a fama, a
admiração e os elogios.
13. “Rejeição de conselhos.”
Não dão atenção aos conselhos dos ensinos de Kardec e
nem de alguém que, conhecendo melhor a Doutrina, tem
a intenção de esclarecê-lo.
14. “Repulsa a qualquer crítica.”
Toda observação prudente e análise ponderada de seus
trabalhos é considerada um absurdo, um ato de
violência, porque não aceitam a verdade e não querem
clarear o entendimento sobre as leis espirituais.
15. “Afastamento dos que podem dar opiniões
desinteressadas.”
Fazem tudo para não terem em sua companhia
confrades que estudam a Doutrina, pois não querem
aprender, mudar de ideias, aperfeiçoarem trabalhos e
melhores sentimentos.
16. “Confiança na própria habilidade, apesar da falta de
experiência.”
Pensam que podem facilmente dominar qualquer
espírito ignorante, zombeteiro, rebelde ou pseudo sábio
com sua força mediúnica e suas ordens enérgicas.
Acreditam ingenuamente que nunca foram ou será
enganado por nenhum espírito falso profeta.
17. Os médiuns orgulhosos, ainda que possuam força
espiritual e grandes possibilidades psíquicas, caem
facilmente nas redes invisíveis de espíritos dominadores
e hipócritas, como nos declara o Codificador Allan
Kardec:
18. “Tornados presas de espíritos mentirosos, suas
qualidades primeiro perverteram-se, depois se
aniquilaram e mais de um se viu humilhado por
amargas decepções”.
19. Estes tais médiuns trabalham na mediunidade o
máximo que podem, cultivando o orgulho mascarado de
humildade, indiferentes à disciplina, aprendizado e
educação evangélica, ausentes dos mais simples
raciocínios em torno das lições profundamente
esclarecedoras do mestre Allan Kardec.
20. Estes médiuns são aqueles cegos de quem o Divino
Mestre advertiu: “O pior cego é aquele que não quer
ver”, E, realmente, esses médiuns orgulhosos não querem
enxergar a Luz da Verdade pela óptica da razão.
Prejudicam mais do que realmente colaboram com o
progresso do Espiritismo.
21. O Espiritismo não veio somente apresentar fenômenos
mediúnicos para a visão externa da multidão de
ignorantes, pois sua finalidade essencial é o fenômeno da
educação moral.