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ESCOLA SECUNDÁRIA
                                   DE CALDAS DAS
                                   TAIPAS



             Oficina de Formação
As tarefas de exploração e investigação no ensino
       e na aprendizagem da Matemática



                 2.ª Sessão
2



Tarefas Matemáticas
Ponte (2005) considera quatro tipos de tarefas matemáticas.


                       Desafio reduzido


                    Exercício   Exploração
        Fechado                                 Aberto

                   Problema     Investigação


                        Desafio elevado
3

Os programa de Matemática e a APM recomendam, que os alunos
estejam envolvidos em atividades que promovam o desenvolvimento
do pensamento matemático e não apenas na aprendizagem
mecânica de regras e procedimentos.

O programa de Matemática A (DES, 2001) destaca a importância das
tarefas a selecionar, as quais deverão contribuir para o
desenvolvimento do pensamento científico, levando o estudante a
intuir, conjeturar, experimentar, provar, avaliar e ainda para o reforço
das atitudes de autonomia e de cooperação.

Aprender Matemática não é simplesmente compreender a
Matemática já feita, mas ser capaz de descobrir, de explorar e de
investigar (Braumann, 2002).

A importância da realização de investigações matemáticas pelos
alunos tem vindo a ser defendida por vários autores (e.g., Ernest,
1996; Mason, 1996; Ponte et al., 2003; Santos et al., 2002) por
favorecer o envolvimento dos alunos na sua aprendizagem.
4




Conclusões de alguns estudos empíricos
Segurado (1997) num estudo com alunos do 6.º ano:
• As tarefas de exploração e investigação proporcionam aos alunos
  um contexto rico em desafios e que os alunos se sentiram
  motivados e empenhados na sua realização.
• A realização deste tipo de tarefas desenvolve nos alunos processos
  de raciocínio necessários à compreensão e construção da
  Matemática.
• Os alunos com o decorrer da experiência melhoraram a capacidade
  de comunicação matemática, assumindo a argumentação um lugar
  de destaque.
• No final do estudo, os alunos participantes alteraram, de algum
  modo, as suas conceções em relação à Matemática.
5


Rocha (2003) durante um estudo com alunos do 7.º ano, conclui que:
• De um modo geral, o envolvimento dos alunos em atividades de
  investigação matemática conduziu a mudanças significativas nas
  suas conceções e atitudes. A definição de Matemática apresentada
  pelos alunos passou a ter em conta aspetos como o pensamento
  matemático e o processo de descoberta, deixando de a reduzir a
  um corpo de conhecimento construído e acabado.
• Os alunos aprenderam a valorizar os processos em detrimento dos
  resultados.
• Os alunos consideram-se mais autónomos em relação ao professor
  e valorizaram o processo de construção de conhecimento no qual
  estavam envolvidos.

Fonseca (1999) num estudo com alunos do 8.º ano:
• Um ambiente de sala de aula onde se valorize uma metodologia de
  trabalho em pequeno grupo e se privilegie a resolução de
  problemas e a realização de investigações matemáticas favorece o
  “fazer Matemática”. Promove a comunicação, a cooperação e a
  autonomia dos alunos.
6


Fonseca (2000) no seu estudo com alunos do 10.º ano:
• Houve uma evolução dos alunos a vários níveis do discurso na sala
  de aula. Passaram a envolver-se mais nas investigações, tornaram-
  se mais autónomos , passaram a valorizar tanto as respostas como
  os processos utilizados e a considerar várias hipóteses de resposta
  para uma questão.

Azevedo (2009) num estudo com alunos do 10.º ano:
• A realização de tarefas de exploração e investigação contribuiu
  para desenvolver nos alunos capacidades importantes como a
  identificação de regularidades, a formulação, teste e justificação de
  conjeturas e para o desenvolvimento da capacidade de
  comunicação matemática.
• As discussões e reflexões sobre as tarefas permitem a clarificação
  de pensamentos intuitivos e alargam o tipo de estratégias dos
  alunos.
7



Etapas de uma investigação
Na realização de investigações matemáticas identificam-se quatro
etapas.

                                Exploração inicial
                                e a formulação de
                                     questões

                                  Formulação de
    Etapas de
                                    conjeturas
       uma
   investigação                       Teste e
                                 reformulação de
                                    conjeturas

                                  Justificação e
                                      prova
8

Dinâmica de uma aula com tarefas de natureza
exploratória e investigativa
Uma aula com tarefas abertas tem características próprias, podendo,
de certa forma, ser influenciada por diversos fatores. Alguns deles
relacionados com a forma como a aula é planeada.
O professor ao construir/adaptar a tarefa deve ponderar diferentes
aspetos, tais como:
(1) o conteúdo matemático;
(2) os conhecimentos necessários para a realiza da tarefa;
(3) as características e especificidades do grupo turma,
nomeadamente experiências anteriores, capacidades e conhecimentos
prévios dos alunos;
(4) os recursos e materiais de apoio que podem ser usados;
(5) o currículo e alguns constrangimentos de espaço e tempo.
9


Outros aspetos a ter em conta:
• O grau de estrutura da tarefa;
• O tipo de linguagem utilizada na redação dos enunciados das
   tarefas. Por exemplo:
“indica se existem características comuns…” e “ investiga se existem
   características comuns…”
O professor para além da seleção e adaptação das tarefas a propor
aos alunos tem que tomar um conjunto variado de opções
relacionadas com questões da organização e gestão da sala de aula.
Por exemplo:
• o modo como os alunos vão trabalhar na aula, se individualmente
   se em pequenos grupos;
• a constituição dos grupos;
• a forma como a tarefa vai ser apresentada;
• o momento em que haverá trabalho em grande grupo e o modo
   como vão ser confrontados os processos usados.
10




De acordo com vários autores a estrutura de uma aula com tarefas de
natureza exploratória e investigativa envolve três fases:




 Introdução da tarefa


                  Desenvolvimento da tarefa


                                 Discussão dos resultados
11


Introdução da tarefa
Momento extremamente importante, dele pode depender tudo o
resto, embora deva ser curto, de modo que os alunos não percam o
interesse pela tarefa.

                         Método misto

A introdução da tarefa   Por escrito

                         Oralmente




É relevante que os alunos sejam informados sobre o papel que o
professor pretende desempenhar. Eles devem saber que o professor
os pode apoiar, mas que o desenvolvimento da atividade depende
principalmente da sua iniciativa.
12


Desenvolvimento da tarefa
Deve haver o cuidado para que a aula se centre na atividade do
aluno, nas suas ideias e pesquisas.

Ao professor cabe-lhe compreender como se vai processando o
trabalho dos alunos. Apoiá-los sempre que seja necessário, tendo
contudo o cuidado de não dar as respostas.

Mesmo quando os alunos seguem caminhos que não os levarão ao
sucesso, o professor deve-lhes dar tempo para que seja a
experiência a mostrar-lhes o erro. Porém, é relevante que o professor
não deixe que uma exploração que leva ao erro se prolongue por
muito tempo, poderá provocar desmotivação.
É fundamental que os alunos se sintam à vontade, que interajam
entre si e que lhes seja dado tempo para colocarem questões,
exprimirem as suas ideias e discutirem com os colegas.
13


Discussão dos resultados
Os momentos de discussão:

• são propícios para promover a reflexão acerca do trabalho
  realizado e para a partilha.

• permitem clarificar ideias e desenvolver nos alunos capacidades
  de comunicação matemática e de argumentação.

• permitem que os alunos estabeleçam conexões entre este tipo de
  trabalho e outros conhecimentos pessoais sobre a aprendizagem
  da disciplina. Muitas vezes, durante a fase de discussão, são
  descobertas novas relações e formuladas novas conjeturas.
14




Nestes momentos ao professor cabe-lhe o papel de moderador e
orientador. Ele deve garantir que sejam comunicados os resultados e
os processos encontrados e deve estimular os alunos a
questionarem-se mutuamente e a procurar convencer os outros do
valor dos seus argumentos.




A altura para realizar a discussão dos resultados pode ser variável.
Tanto quanto possível, deve rematar a atividade, ou ser realizada
imediatamente depois. No entanto, por vezes existe necessidade de
proporcionar momentos de discussão durante a realização da tarefa.
15



Dilemas e dificuldades dos professores
• Dosear o apoio a prestar aos alunos (apoiar os alunos sem dar as
  respostas).
• Estabelecer o que será razoável pedir aos alunos para justificar ou
  provar as suas conjeturas.
• Fazer sentir aos alunos a necessidade da prova e em definir os
  limites entre o que carece de prova e o que pode ser aceite como
  evidente.
• Estimular e sustentar a participação dos alunos e gerir as suas
  intervenções é uma tarefa que se reveste de grande complexidade.
• Estimular o espírito crítico dos alunos (muitas vezes os alunos não
  se preocupam em contestar e argumentar, assumindo que se algo
  está incorrecto, o professor logo dirá).
16




• Os diferentes ritmos de trabalho dos alunos ( o professor não pode
  esperar pelos mais demorados todo tempo necessário. Se o fizer
  corre o risco de haver uma dispersão por parte dos alunos e de
  perder o controlo da aula).



• As limitações de tempo e a extensão dos programas curriculares
  podem influenciar uma decisão, que de algum modo entra em
  contradição com o significado de investigar ( o professor enfrenta o
  dilema de dar oportunidade ou não que as ideias que surgiram
  sejam discutidas).
17



Fonseca (2002) ao apresentar algumas reflexões sobre um estudo
que envolveu alunos dos 2.º e 3.º anos do curso de Matemática e
Ciências da Natureza, nas disciplinas de Geometria e de
Transformações Geométricas refere que a metodologia utilizada numa
aula que envolve este tipo de atividade é:
• matematicamente difícil por não ser possível antecipar todas as
  dificuldades que os alunos possam vir a ter.
• Pedagogicamente difícil, por ser necessário decidir quando
  intervir e como intervir, que sugestões dar aos alunos quando
  surgem situações de impasse – esperar mais algum tempo ou
  lançar alguma questão que os ajude a prosseguir, assim como
  gerir o tempo necessário para a realização da tarefa.
• Pessoalmente difícil, pelo facto de por vezes o professor se sentir
  na posição de não saber, o que é desconfortável e pouco usual.
18




A autora refere que nem sempre actuou como pretendia fazê-lo.
Quando os alunos a questionavam, em vez de dar uma resposta
metacognitiva, por vezes dava a sua opinião, para além do
desejável.



Uma aula que envolve a exploração de tarefas abertas impõe novos
desafios quer a professores quer a alunos, contudo, a solução não é
voltar para a “zona de conforto” do paradigma do exercício, mas sim
actuar no novo ambiente, no qual o desafio é enfrentar o grau de
incerteza que o caracteriza.
19

As dificuldades dos alunos na realização de
explorações e investigações
Diversos trabalhos empíricos têm mostrado que os alunos apresentam
dificuldades nos vários processos da actividade investigativa.


 Exploração Entender a investigação como um todo tendem a dar
   inicial  resposta alínea a alínea sem as relacionar entre si.


             Os alunos não formulam explicitamente questões, nem as
 Formulação
 de questões discutem com detalhe.

              Os alunos revelam dificuldades em entender o estatuto
 Formulação de uma conjetura, tendem a considerá-la como
de conjeturas conclusão.
20




  Teste de    Não existe na maior parte dos alunos uma preocupação
 conjeturas   forte em testar e refinar as suas conjeturas.




Justificação Os alunos por si sentem pouca necessidade de justificar
  e prova    e provar as suas conjecturas.



             Os alunos inicialmente tendem a valorizar os produtos
Comunicação relativamente aos processos, reduzindo-se os seus
 do trabalho registos à enumeração de descobertas, sem a
  realizado  apresentação de procedimentos nem justificação.
21



 Mas, os alunos para além das dificuldades, também revelam
capacidades:
(1) no uso de estratégias geométricas e na integração destas com
    estratégias aritméticas e algébricas para chegar a conjeturas;

(2) no uso de      estratégias   de   generalização   para   alcançar
    conjecturas;
(3) no uso de estratégias de raciocínio que indicam uma notável
    flexibilidade intelectual.

O que sugere que quanto maior atenção for dada a este tipo de
trabalho na sala de aula, maior será o progresso esperado.
ESCOLA SECUNDÁRIA
                                   DE CALDAS DAS
                                   TAIPAS



             Oficina de Formação
As tarefas de exploração e investigação no ensino
       e na aprendizagem da Matemática



                 2.ª Sessão

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Ensino da Matemática por meio de tarefas exploratórias

  • 1. ESCOLA SECUNDÁRIA DE CALDAS DAS TAIPAS Oficina de Formação As tarefas de exploração e investigação no ensino e na aprendizagem da Matemática 2.ª Sessão
  • 2. 2 Tarefas Matemáticas Ponte (2005) considera quatro tipos de tarefas matemáticas. Desafio reduzido Exercício Exploração Fechado Aberto Problema Investigação Desafio elevado
  • 3. 3 Os programa de Matemática e a APM recomendam, que os alunos estejam envolvidos em atividades que promovam o desenvolvimento do pensamento matemático e não apenas na aprendizagem mecânica de regras e procedimentos. O programa de Matemática A (DES, 2001) destaca a importância das tarefas a selecionar, as quais deverão contribuir para o desenvolvimento do pensamento científico, levando o estudante a intuir, conjeturar, experimentar, provar, avaliar e ainda para o reforço das atitudes de autonomia e de cooperação. Aprender Matemática não é simplesmente compreender a Matemática já feita, mas ser capaz de descobrir, de explorar e de investigar (Braumann, 2002). A importância da realização de investigações matemáticas pelos alunos tem vindo a ser defendida por vários autores (e.g., Ernest, 1996; Mason, 1996; Ponte et al., 2003; Santos et al., 2002) por favorecer o envolvimento dos alunos na sua aprendizagem.
  • 4. 4 Conclusões de alguns estudos empíricos Segurado (1997) num estudo com alunos do 6.º ano: • As tarefas de exploração e investigação proporcionam aos alunos um contexto rico em desafios e que os alunos se sentiram motivados e empenhados na sua realização. • A realização deste tipo de tarefas desenvolve nos alunos processos de raciocínio necessários à compreensão e construção da Matemática. • Os alunos com o decorrer da experiência melhoraram a capacidade de comunicação matemática, assumindo a argumentação um lugar de destaque. • No final do estudo, os alunos participantes alteraram, de algum modo, as suas conceções em relação à Matemática.
  • 5. 5 Rocha (2003) durante um estudo com alunos do 7.º ano, conclui que: • De um modo geral, o envolvimento dos alunos em atividades de investigação matemática conduziu a mudanças significativas nas suas conceções e atitudes. A definição de Matemática apresentada pelos alunos passou a ter em conta aspetos como o pensamento matemático e o processo de descoberta, deixando de a reduzir a um corpo de conhecimento construído e acabado. • Os alunos aprenderam a valorizar os processos em detrimento dos resultados. • Os alunos consideram-se mais autónomos em relação ao professor e valorizaram o processo de construção de conhecimento no qual estavam envolvidos. Fonseca (1999) num estudo com alunos do 8.º ano: • Um ambiente de sala de aula onde se valorize uma metodologia de trabalho em pequeno grupo e se privilegie a resolução de problemas e a realização de investigações matemáticas favorece o “fazer Matemática”. Promove a comunicação, a cooperação e a autonomia dos alunos.
  • 6. 6 Fonseca (2000) no seu estudo com alunos do 10.º ano: • Houve uma evolução dos alunos a vários níveis do discurso na sala de aula. Passaram a envolver-se mais nas investigações, tornaram- se mais autónomos , passaram a valorizar tanto as respostas como os processos utilizados e a considerar várias hipóteses de resposta para uma questão. Azevedo (2009) num estudo com alunos do 10.º ano: • A realização de tarefas de exploração e investigação contribuiu para desenvolver nos alunos capacidades importantes como a identificação de regularidades, a formulação, teste e justificação de conjeturas e para o desenvolvimento da capacidade de comunicação matemática. • As discussões e reflexões sobre as tarefas permitem a clarificação de pensamentos intuitivos e alargam o tipo de estratégias dos alunos.
  • 7. 7 Etapas de uma investigação Na realização de investigações matemáticas identificam-se quatro etapas. Exploração inicial e a formulação de questões Formulação de Etapas de conjeturas uma investigação Teste e reformulação de conjeturas Justificação e prova
  • 8. 8 Dinâmica de uma aula com tarefas de natureza exploratória e investigativa Uma aula com tarefas abertas tem características próprias, podendo, de certa forma, ser influenciada por diversos fatores. Alguns deles relacionados com a forma como a aula é planeada. O professor ao construir/adaptar a tarefa deve ponderar diferentes aspetos, tais como: (1) o conteúdo matemático; (2) os conhecimentos necessários para a realiza da tarefa; (3) as características e especificidades do grupo turma, nomeadamente experiências anteriores, capacidades e conhecimentos prévios dos alunos; (4) os recursos e materiais de apoio que podem ser usados; (5) o currículo e alguns constrangimentos de espaço e tempo.
  • 9. 9 Outros aspetos a ter em conta: • O grau de estrutura da tarefa; • O tipo de linguagem utilizada na redação dos enunciados das tarefas. Por exemplo: “indica se existem características comuns…” e “ investiga se existem características comuns…” O professor para além da seleção e adaptação das tarefas a propor aos alunos tem que tomar um conjunto variado de opções relacionadas com questões da organização e gestão da sala de aula. Por exemplo: • o modo como os alunos vão trabalhar na aula, se individualmente se em pequenos grupos; • a constituição dos grupos; • a forma como a tarefa vai ser apresentada; • o momento em que haverá trabalho em grande grupo e o modo como vão ser confrontados os processos usados.
  • 10. 10 De acordo com vários autores a estrutura de uma aula com tarefas de natureza exploratória e investigativa envolve três fases: Introdução da tarefa Desenvolvimento da tarefa Discussão dos resultados
  • 11. 11 Introdução da tarefa Momento extremamente importante, dele pode depender tudo o resto, embora deva ser curto, de modo que os alunos não percam o interesse pela tarefa. Método misto A introdução da tarefa Por escrito Oralmente É relevante que os alunos sejam informados sobre o papel que o professor pretende desempenhar. Eles devem saber que o professor os pode apoiar, mas que o desenvolvimento da atividade depende principalmente da sua iniciativa.
  • 12. 12 Desenvolvimento da tarefa Deve haver o cuidado para que a aula se centre na atividade do aluno, nas suas ideias e pesquisas. Ao professor cabe-lhe compreender como se vai processando o trabalho dos alunos. Apoiá-los sempre que seja necessário, tendo contudo o cuidado de não dar as respostas. Mesmo quando os alunos seguem caminhos que não os levarão ao sucesso, o professor deve-lhes dar tempo para que seja a experiência a mostrar-lhes o erro. Porém, é relevante que o professor não deixe que uma exploração que leva ao erro se prolongue por muito tempo, poderá provocar desmotivação. É fundamental que os alunos se sintam à vontade, que interajam entre si e que lhes seja dado tempo para colocarem questões, exprimirem as suas ideias e discutirem com os colegas.
  • 13. 13 Discussão dos resultados Os momentos de discussão: • são propícios para promover a reflexão acerca do trabalho realizado e para a partilha. • permitem clarificar ideias e desenvolver nos alunos capacidades de comunicação matemática e de argumentação. • permitem que os alunos estabeleçam conexões entre este tipo de trabalho e outros conhecimentos pessoais sobre a aprendizagem da disciplina. Muitas vezes, durante a fase de discussão, são descobertas novas relações e formuladas novas conjeturas.
  • 14. 14 Nestes momentos ao professor cabe-lhe o papel de moderador e orientador. Ele deve garantir que sejam comunicados os resultados e os processos encontrados e deve estimular os alunos a questionarem-se mutuamente e a procurar convencer os outros do valor dos seus argumentos. A altura para realizar a discussão dos resultados pode ser variável. Tanto quanto possível, deve rematar a atividade, ou ser realizada imediatamente depois. No entanto, por vezes existe necessidade de proporcionar momentos de discussão durante a realização da tarefa.
  • 15. 15 Dilemas e dificuldades dos professores • Dosear o apoio a prestar aos alunos (apoiar os alunos sem dar as respostas). • Estabelecer o que será razoável pedir aos alunos para justificar ou provar as suas conjeturas. • Fazer sentir aos alunos a necessidade da prova e em definir os limites entre o que carece de prova e o que pode ser aceite como evidente. • Estimular e sustentar a participação dos alunos e gerir as suas intervenções é uma tarefa que se reveste de grande complexidade. • Estimular o espírito crítico dos alunos (muitas vezes os alunos não se preocupam em contestar e argumentar, assumindo que se algo está incorrecto, o professor logo dirá).
  • 16. 16 • Os diferentes ritmos de trabalho dos alunos ( o professor não pode esperar pelos mais demorados todo tempo necessário. Se o fizer corre o risco de haver uma dispersão por parte dos alunos e de perder o controlo da aula). • As limitações de tempo e a extensão dos programas curriculares podem influenciar uma decisão, que de algum modo entra em contradição com o significado de investigar ( o professor enfrenta o dilema de dar oportunidade ou não que as ideias que surgiram sejam discutidas).
  • 17. 17 Fonseca (2002) ao apresentar algumas reflexões sobre um estudo que envolveu alunos dos 2.º e 3.º anos do curso de Matemática e Ciências da Natureza, nas disciplinas de Geometria e de Transformações Geométricas refere que a metodologia utilizada numa aula que envolve este tipo de atividade é: • matematicamente difícil por não ser possível antecipar todas as dificuldades que os alunos possam vir a ter. • Pedagogicamente difícil, por ser necessário decidir quando intervir e como intervir, que sugestões dar aos alunos quando surgem situações de impasse – esperar mais algum tempo ou lançar alguma questão que os ajude a prosseguir, assim como gerir o tempo necessário para a realização da tarefa. • Pessoalmente difícil, pelo facto de por vezes o professor se sentir na posição de não saber, o que é desconfortável e pouco usual.
  • 18. 18 A autora refere que nem sempre actuou como pretendia fazê-lo. Quando os alunos a questionavam, em vez de dar uma resposta metacognitiva, por vezes dava a sua opinião, para além do desejável. Uma aula que envolve a exploração de tarefas abertas impõe novos desafios quer a professores quer a alunos, contudo, a solução não é voltar para a “zona de conforto” do paradigma do exercício, mas sim actuar no novo ambiente, no qual o desafio é enfrentar o grau de incerteza que o caracteriza.
  • 19. 19 As dificuldades dos alunos na realização de explorações e investigações Diversos trabalhos empíricos têm mostrado que os alunos apresentam dificuldades nos vários processos da actividade investigativa. Exploração Entender a investigação como um todo tendem a dar inicial resposta alínea a alínea sem as relacionar entre si. Os alunos não formulam explicitamente questões, nem as Formulação de questões discutem com detalhe. Os alunos revelam dificuldades em entender o estatuto Formulação de uma conjetura, tendem a considerá-la como de conjeturas conclusão.
  • 20. 20 Teste de Não existe na maior parte dos alunos uma preocupação conjeturas forte em testar e refinar as suas conjeturas. Justificação Os alunos por si sentem pouca necessidade de justificar e prova e provar as suas conjecturas. Os alunos inicialmente tendem a valorizar os produtos Comunicação relativamente aos processos, reduzindo-se os seus do trabalho registos à enumeração de descobertas, sem a realizado apresentação de procedimentos nem justificação.
  • 21. 21 Mas, os alunos para além das dificuldades, também revelam capacidades: (1) no uso de estratégias geométricas e na integração destas com estratégias aritméticas e algébricas para chegar a conjeturas; (2) no uso de estratégias de generalização para alcançar conjecturas; (3) no uso de estratégias de raciocínio que indicam uma notável flexibilidade intelectual. O que sugere que quanto maior atenção for dada a este tipo de trabalho na sala de aula, maior será o progresso esperado.
  • 22. ESCOLA SECUNDÁRIA DE CALDAS DAS TAIPAS Oficina de Formação As tarefas de exploração e investigação no ensino e na aprendizagem da Matemática 2.ª Sessão