SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 17
Downloaden Sie, um offline zu lesen
Sopros cardíacos




Prof. Roberto Heinisch
Mecanismos de formação dos
             sopros
• A corrente sanguínea normal é laminar.
   – Camadas de células sanguíneas se superpõem umas às outras,
     e o deslizamento de uma camada sobre a outra se faz
     silenciosamente. (Rever no livro de Fisiologia).
• Quando o fluxo se torna turbilhonar há possibilidade de
  aparecimento de sopro.
   – As camadas de células sanguíneas apresentam entrechoques.
• O diâmetro do vaso, a velocidade de circulação do
  sangue e a viscosidade sanguínea são variáveis que
  podem modificar o padrão laminar da corrente
  sanguínea.

                            Assad JE. Sopros cardíacos. R.M. , 1982; 11(6): 26- 38.
Mecanismos de formação dos
            sopros
1. A circulação sanguínea normal é
   silenciosa.
2. A produção de sopro ocorre no
   turbilhonamento.
3. O frêmito é a sensação tátil do sopro.
4. Para perceber frêmito é preciso que o
   sopro seja de grande intensidade.

                    Assad JE. Sopros cardíacos. R.M. , 1982; 11(6): 26- 38.
Mecanismos de formação dos
            sopros
1. Corrente veloz em tubo de calibre uniforme:
   nas síndromes hipercinéticas.
2. Súbito aumento do calibre do vaso: dilatação
   aneurismática, dilatação pós-estenótica.
3. Obstrução localizada: estenoses valvares.
4. Regurgitação: o sangue segue um sentido
   diferente daquele da corrente sanguínea
   normal: insuficiência valvar.

                      Assad JE. Sopros cardíacos. R.M. , 1982; 11(6): 26- 38.
Mecanismos de formação dos
            sopros
1. Aumento da velocidade da corrente sangüínea.
   Ex.: Anemia, exercício físico, febre.
2. Diminuição da viscosidade sangüínea. Ex.:
   Anemia.
3. Passagem do sangue através de uma área
   estreitada. Ex. Defeitos valvares.
4. Passagem do sangue por uma área dilatada.
   Ex. Defeitos valvares, aneurismas.
Sopros – características
               semiológicas
• Definir o período do ciclo cardíaco em que
  ocorre (relacionar com o pulso arterial)
  – Sopro sistólico – coincide com o pulso
     •   Protossistólico – terço inicial da sístole
     •   Mesossistólico – terço médio da sístole
     •   Telessistólico – terço final da sístole
     •   Holossistólico – todo o período da sístole
  – Sopro diastólico – não coincide com o pulso
     • Os sopros diastólicos são sempre patológicos.
     • Proto, Meso, tele e holodiastólico
Sopros – características
              semiológicas
• LOCALIZAÇÃO: Definir o local de máxima
  ausculta. Serve de orientação para o
  diagnóstico.
• IRRADIAÇÃO: Deslocar o estetoscópio para
  outras regiões (axila, pescoço, borda esternal
  direita, região interescapular, topo da cabeça).
• INTENSIDADE: Com frêmito, tem forte
  intensidade. Critérios cruzes (+ a ++++)
  –   +/4+       = muito suaves
  –   ++/4+      = intensidade moderada
  –   +++/4+     = sopros intensos (com frêmito)
  –   ++++/4+    = sopros muito intensos (com frêmito)
Sopros – características
            semiológicas
• TIMBRE, TONALIDADE, QUALIDADE:
  Suave/ rude/ musical/ aspirativo/ em jato
  de vapor/ granuloso/ piante e ruflar.
• MODIFICAÇÕES:
  – Com a respiração: os sopros do lado direito
    do coração tendem a ser mais intensos na
    inspiração (aumenta o retorno venoso).
Sopros - manobras
• Respiração:
   – Inspiração
   – Expiração
   – Valsalva
• Alteração na postura:
   –   Decúbito lateral esquerdo
   –   Sentado c/ o tórax inclinado para frente
   –   Agachada/ ortostática (em pé)
   –   Ortostática/ agachada
• Exercício:
   – Isométrico (Handgrip) – durante 20 a 30 seg.
O’ Rourke RA. Abordagem do paciente com um sopro cardíaco. In: Goldman L, Braunwald E.
Cardiologia na clínica geral. Rio de Janeiro: Granabara Koogan, 2000. Cap. 13, págs. 147-164.
Efeitos das manobras para o
        diagnóstico dos sopros.
                  N. Eng. J. Med. 1988; 318:1572-8

Manobra Resposta Sopro                     Sensib.   Especif.
Inspiração    ↑           Lado Direito     100%      88%
Expiração     ↓           Lado Direito     100%      88%
Valsalva      ↑           Mioc. Hipert.    65%       96%
Ortostática               Mioc. Hipert.    95%       84%
              ↑
Agachada      ↓           Mioc. Hipert.    95%       85%
Eleva perna               Mioc. Hipert.    85%       91%
              ↓
Aperto mão                Mioc. Hipert.    85%       75%
              ↓
Aperto mão                I.M.; C.I.V.     68%       92%
              ↑
Abordagem do paciente com sopro
      cardíaco – decisões:
• Há necessidade de profilaxia para endocardite?
• ... de profilaxia para febre reumática?
• Há restrição para atividade física?
• Necessita avaliação cardíaca adicional?
• Na avaliação de risco para cirurgia cardíaca, há
  aumento do risco?
• Na avaliação para atividade profissional, exame
  de admissão em emprego, há evidência de
  cardiopatia?
• Na gravidez, é uma gravidez de alto risco?
    O’ Rourke RA. Abordagem do paciente com um sopro cardíaco. In: Goldman L, Braunwald E.
    Cardiologia na clínica geral. Rio de Janeiro: Granabara Koogan, 2000. Cap. 13, págs. 147-164.
Causas de sopros cardíacos
•     Estenose valvar aórtica ou pulmonar
•     Estados hipercinéticos (anemia, febre...)
•     Dilatação da aorta
•     Sopro inocente
•     Comunicação interatrial
•     Comunicação interventricular
•     Insuficiência valvar aórtica ou pulmonar
•     Insuficiência valvar mitral ou tricúspide
•     Estenose valvar mitral ou tricúspide
•     Persistência da canal arterial
•     Tumores nos átrios
    O’ Rourke RA. Abordagem do paciente com um sopro cardíaco. In: Goldman L, Braunwald E.
    Cardiologia na clínica geral. Rio de Janeiro: Granabara Koogan, 2000. Cap. 13, págs. 147-164.
Sopros inocentes
• Sopro de Still: é o sopro inocente mais comum, a
  tonalidade é musical e vibratória, é mais auscultado na
  borda esquerda do esterno, é sistólico, curto, de
  pequena intensidade. Diagnóstico diferencial com
  Miocardiopatia hipertrófica obstrutiva e com
  Comunicação interventricular.
• Sopro pulmonar inocente: é menos freqüente,
  auscultado na borda superior esquerda do esterno, em
  posição supina, sistólico, pequena intensidade, com
  segunda bulha normal. Diagnóstico diferencial com
  Estenose pulmonar, Comunicação interatrial e estados
  hipercinéticos.
Abordagem do paciente com um sopro –
      indicações de Ecocardiografia
• Sinais ou sintomas de Insuficiência cardíaca,
  síncope e/ou isquemia.
• Sinais de endocardite ou tromboembolismo.
• Qualquer sopro diastólico ou contínuo.
• Sopro holossistólico ou telessistólico.
• Sopro intenso, grau III/IV ou >
• Outros achados anormais no exame das artérias
  ou na ausculta cardíaca (como estalidos, clicks,
  alteração na fonese de bulhas, alteração na
  duração e amplitude do pulso arterial).

O’ Rourke RA. Abordagem do paciente com um sopro cardíaco. In: Goldman L, Braunwald E.
Cardiologia na clínica geral. Rio de Janeiro: Granabara Koogan, 2000. Cap. 13, págs. 147-164.
Sopros patológicos
• Da estenose valvar mitral:
   – Diastólico, apical, irradia para a axila, baixa freqüência, ruflar,
     B1 hiperfonética, estalido de abertura, diminue com a
     inspiração.
• Da insuficiência valvar mitral:
   – Sistólico, apical, irradia p/ axila, timbre aumentado, B1
     hipofonética, aumenta de intensidade c/ handgrip
• Da estenose valvar aórtica:
   – Sistólico, crescendo/decrescendo, aórtico, irradia p/ pescoço, B1
     normal, estalido aórtico, aumenta de intensidade qdo de cócoras
• Da insuficiência valvar aórtica:
   – Diastólico, em descrescendo, foco aórtico acessório, aumenta
     de intensidade c/ handgrip
Sopros sistólicos
1. Insuficiência valvar mitral
2. Ejeção acelerada em grande artérias
3. Dilatação arco aórtico ou do tronco da
   artéria pulmonar
4. Alterações nas cúspides da valva aórtica
   ou pulmonar sem estenose
5. Obstrução da saída do ventrículo
Sugestões de Sites na internet
• Laboratório de Ciências Cardiovasculares
  – www.hu.ufsc.br/~cardiologia
• The Auscultation Assistant
  – www.wilkes.med.ucla.edu/intro.html

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Insuficiência cardíaca 2017
Insuficiência cardíaca 2017Insuficiência cardíaca 2017
Insuficiência cardíaca 2017pauloalambert
 
Radiografia normal do tórax
Radiografia normal do tóraxRadiografia normal do tórax
Radiografia normal do tóraxFlávia Salame
 
Gasometria arterial
Gasometria arterialGasometria arterial
Gasometria arterialresenfe2013
 
Troboembolia Pulmonar
Troboembolia PulmonarTroboembolia Pulmonar
Troboembolia PulmonarElyse Santos
 
Apresentação exame físico cabeça
Apresentação exame físico cabeçaApresentação exame físico cabeça
Apresentação exame físico cabeçaGuilherme Decanini
 
Monitorização da oxigenação arterial
Monitorização da oxigenação arterialMonitorização da oxigenação arterial
Monitorização da oxigenação arterialresenfe2013
 
Bulhas Cardíacas
Bulhas CardíacasBulhas Cardíacas
Bulhas CardíacasKelvia Dias
 
Insuficiência Cardíaca Congestiva - ICC
Insuficiência Cardíaca Congestiva - ICCInsuficiência Cardíaca Congestiva - ICC
Insuficiência Cardíaca Congestiva - ICCCíntia Costa
 
Propedêutica pulmonar
Propedêutica pulmonarPropedêutica pulmonar
Propedêutica pulmonardapab
 
Avaliação Cardiovascular
Avaliação CardiovascularAvaliação Cardiovascular
Avaliação Cardiovascularresenfe2013
 
Insuficiência Respiratória Aguda (IRpA) e Síndrome do Desconforto Respiratóri...
Insuficiência Respiratória Aguda (IRpA) e Síndrome do Desconforto Respiratóri...Insuficiência Respiratória Aguda (IRpA) e Síndrome do Desconforto Respiratóri...
Insuficiência Respiratória Aguda (IRpA) e Síndrome do Desconforto Respiratóri...José Alexandre Pires de Almeida
 
Infarto agudo do miocárdio
Infarto agudo do miocárdioInfarto agudo do miocárdio
Infarto agudo do miocárdiojaquerpereira
 
Valvulopatia Aórtica e Pulmonar
Valvulopatia Aórtica e PulmonarValvulopatia Aórtica e Pulmonar
Valvulopatia Aórtica e Pulmonarresenfe2013
 
Sistema cardiocirculatório
Sistema cardiocirculatório Sistema cardiocirculatório
Sistema cardiocirculatório Raul Tomé
 
Cristalóides e colóides na prática clínica
Cristalóides e colóides na prática clínicaCristalóides e colóides na prática clínica
Cristalóides e colóides na prática clínicaArquivo-FClinico
 
Cópia de semiologia do tórax
Cópia de semiologia do tóraxCópia de semiologia do tórax
Cópia de semiologia do tóraxJucie Vasconcelos
 
Acidente Vascular Encefálico
Acidente Vascular EncefálicoAcidente Vascular Encefálico
Acidente Vascular EncefálicoBrenda Lahlou
 
Cardiopatias congenitas
Cardiopatias congenitasCardiopatias congenitas
Cardiopatias congenitasdapab
 

Was ist angesagt? (20)

Insuficiência cardíaca 2017
Insuficiência cardíaca 2017Insuficiência cardíaca 2017
Insuficiência cardíaca 2017
 
Radiografia normal do tórax
Radiografia normal do tóraxRadiografia normal do tórax
Radiografia normal do tórax
 
Gasometria arterial
Gasometria arterialGasometria arterial
Gasometria arterial
 
Troboembolia Pulmonar
Troboembolia PulmonarTroboembolia Pulmonar
Troboembolia Pulmonar
 
Apresentação exame físico cabeça
Apresentação exame físico cabeçaApresentação exame físico cabeça
Apresentação exame físico cabeça
 
Monitorização da oxigenação arterial
Monitorização da oxigenação arterialMonitorização da oxigenação arterial
Monitorização da oxigenação arterial
 
Bulhas Cardíacas
Bulhas CardíacasBulhas Cardíacas
Bulhas Cardíacas
 
Insuficiência Cardíaca Congestiva - ICC
Insuficiência Cardíaca Congestiva - ICCInsuficiência Cardíaca Congestiva - ICC
Insuficiência Cardíaca Congestiva - ICC
 
Propedêutica pulmonar
Propedêutica pulmonarPropedêutica pulmonar
Propedêutica pulmonar
 
Semiologia cardiaca
Semiologia cardiacaSemiologia cardiaca
Semiologia cardiaca
 
Avaliação Cardiovascular
Avaliação CardiovascularAvaliação Cardiovascular
Avaliação Cardiovascular
 
Insuficiência Respiratória Aguda (IRpA) e Síndrome do Desconforto Respiratóri...
Insuficiência Respiratória Aguda (IRpA) e Síndrome do Desconforto Respiratóri...Insuficiência Respiratória Aguda (IRpA) e Síndrome do Desconforto Respiratóri...
Insuficiência Respiratória Aguda (IRpA) e Síndrome do Desconforto Respiratóri...
 
Infarto agudo do miocárdio
Infarto agudo do miocárdioInfarto agudo do miocárdio
Infarto agudo do miocárdio
 
Valvulopatia Aórtica e Pulmonar
Valvulopatia Aórtica e PulmonarValvulopatia Aórtica e Pulmonar
Valvulopatia Aórtica e Pulmonar
 
Sistema cardiocirculatório
Sistema cardiocirculatório Sistema cardiocirculatório
Sistema cardiocirculatório
 
Cristalóides e colóides na prática clínica
Cristalóides e colóides na prática clínicaCristalóides e colóides na prática clínica
Cristalóides e colóides na prática clínica
 
Semiologia Cardiovascular
Semiologia CardiovascularSemiologia Cardiovascular
Semiologia Cardiovascular
 
Cópia de semiologia do tórax
Cópia de semiologia do tóraxCópia de semiologia do tórax
Cópia de semiologia do tórax
 
Acidente Vascular Encefálico
Acidente Vascular EncefálicoAcidente Vascular Encefálico
Acidente Vascular Encefálico
 
Cardiopatias congenitas
Cardiopatias congenitasCardiopatias congenitas
Cardiopatias congenitas
 

Ähnlich wie Sopros cardíacos

Sopros cardíacos
Sopros cardíacosSopros cardíacos
Sopros cardíacosgisa_legal
 
Valvulopatia (Davyson Sampaio Braga)
Valvulopatia (Davyson Sampaio Braga)Valvulopatia (Davyson Sampaio Braga)
Valvulopatia (Davyson Sampaio Braga)Davyson Sampaio
 
Síndromes respiratórias 2017
Síndromes respiratórias 2017Síndromes respiratórias 2017
Síndromes respiratórias 2017pauloalambert
 
Semiologia vascular
Semiologia vascularSemiologia vascular
Semiologia vascularLAC
 
Insuficiencia aortica
Insuficiencia aorticaInsuficiencia aortica
Insuficiencia aorticaLionelGama
 
1189249092 413.arritemia cardica-ppoint
1189249092 413.arritemia cardica-ppoint1189249092 413.arritemia cardica-ppoint
1189249092 413.arritemia cardica-ppointPelo Siro
 
AULA SINAIS VITAIS PARA ENFERMAGEM - TEORIA E PRÁTICA
AULA SINAIS VITAIS PARA ENFERMAGEM - TEORIA E PRÁTICAAULA SINAIS VITAIS PARA ENFERMAGEM - TEORIA E PRÁTICA
AULA SINAIS VITAIS PARA ENFERMAGEM - TEORIA E PRÁTICARaissaEufrazio
 
Trabajo cardiología
Trabajo cardiologíaTrabajo cardiología
Trabajo cardiologíaGema FL
 
Coraçao e anomalias congenitas
Coraçao e anomalias congenitasCoraçao e anomalias congenitas
Coraçao e anomalias congenitasLUAH
 
Desenvolvimento do coração e anomalias congênitas
Desenvolvimento do coração e anomalias congênitasDesenvolvimento do coração e anomalias congênitas
Desenvolvimento do coração e anomalias congênitasLUAH
 
Exame Físico Cardiologia (Davyson Sampaio Braga)
Exame Físico Cardiologia (Davyson Sampaio Braga)Exame Físico Cardiologia (Davyson Sampaio Braga)
Exame Físico Cardiologia (Davyson Sampaio Braga)Davyson Sampaio
 
123425127 arritemia cardica-ass
123425127 arritemia cardica-ass123425127 arritemia cardica-ass
123425127 arritemia cardica-assPelo Siro
 
Propedêutica dos ruidos cardiacos
Propedêutica dos ruidos cardiacosPropedêutica dos ruidos cardiacos
Propedêutica dos ruidos cardiacospauloalambert
 
Interpretecg 130605172503-phpapp02
Interpretecg 130605172503-phpapp02Interpretecg 130605172503-phpapp02
Interpretecg 130605172503-phpapp02Gisele Guerreiro
 
Interpretecg 130605172503-phpapp02
Interpretecg 130605172503-phpapp02Interpretecg 130605172503-phpapp02
Interpretecg 130605172503-phpapp02Gisele Guerreiro
 
Arritmias
ArritmiasArritmias
Arritmias030887
 
Estudo de caso apresentação
Estudo de caso apresentaçãoEstudo de caso apresentação
Estudo de caso apresentaçãovanessa270433
 

Ähnlich wie Sopros cardíacos (20)

Sopros cardíacos
Sopros cardíacosSopros cardíacos
Sopros cardíacos
 
Valvulopatia (Davyson Sampaio Braga)
Valvulopatia (Davyson Sampaio Braga)Valvulopatia (Davyson Sampaio Braga)
Valvulopatia (Davyson Sampaio Braga)
 
Síndromes respiratórias 2017
Síndromes respiratórias 2017Síndromes respiratórias 2017
Síndromes respiratórias 2017
 
Semiologia vascular
Semiologia vascularSemiologia vascular
Semiologia vascular
 
Insuficiencia aortica
Insuficiencia aorticaInsuficiencia aortica
Insuficiencia aortica
 
Ciclo cardíaco
Ciclo cardíacoCiclo cardíaco
Ciclo cardíaco
 
Aph (parte2)
Aph (parte2)Aph (parte2)
Aph (parte2)
 
1189249092 413.arritemia cardica-ppoint
1189249092 413.arritemia cardica-ppoint1189249092 413.arritemia cardica-ppoint
1189249092 413.arritemia cardica-ppoint
 
AULA SINAIS VITAIS PARA ENFERMAGEM - TEORIA E PRÁTICA
AULA SINAIS VITAIS PARA ENFERMAGEM - TEORIA E PRÁTICAAULA SINAIS VITAIS PARA ENFERMAGEM - TEORIA E PRÁTICA
AULA SINAIS VITAIS PARA ENFERMAGEM - TEORIA E PRÁTICA
 
Trabajo cardiología
Trabajo cardiologíaTrabajo cardiología
Trabajo cardiología
 
Cap 06 sinais-vitais
Cap 06 sinais-vitaisCap 06 sinais-vitais
Cap 06 sinais-vitais
 
Coraçao e anomalias congenitas
Coraçao e anomalias congenitasCoraçao e anomalias congenitas
Coraçao e anomalias congenitas
 
Desenvolvimento do coração e anomalias congênitas
Desenvolvimento do coração e anomalias congênitasDesenvolvimento do coração e anomalias congênitas
Desenvolvimento do coração e anomalias congênitas
 
Exame Físico Cardiologia (Davyson Sampaio Braga)
Exame Físico Cardiologia (Davyson Sampaio Braga)Exame Físico Cardiologia (Davyson Sampaio Braga)
Exame Físico Cardiologia (Davyson Sampaio Braga)
 
123425127 arritemia cardica-ass
123425127 arritemia cardica-ass123425127 arritemia cardica-ass
123425127 arritemia cardica-ass
 
Propedêutica dos ruidos cardiacos
Propedêutica dos ruidos cardiacosPropedêutica dos ruidos cardiacos
Propedêutica dos ruidos cardiacos
 
Interpretecg 130605172503-phpapp02
Interpretecg 130605172503-phpapp02Interpretecg 130605172503-phpapp02
Interpretecg 130605172503-phpapp02
 
Interpretecg 130605172503-phpapp02
Interpretecg 130605172503-phpapp02Interpretecg 130605172503-phpapp02
Interpretecg 130605172503-phpapp02
 
Arritmias
ArritmiasArritmias
Arritmias
 
Estudo de caso apresentação
Estudo de caso apresentaçãoEstudo de caso apresentação
Estudo de caso apresentação
 

Sopros cardíacos

  • 2. Mecanismos de formação dos sopros • A corrente sanguínea normal é laminar. – Camadas de células sanguíneas se superpõem umas às outras, e o deslizamento de uma camada sobre a outra se faz silenciosamente. (Rever no livro de Fisiologia). • Quando o fluxo se torna turbilhonar há possibilidade de aparecimento de sopro. – As camadas de células sanguíneas apresentam entrechoques. • O diâmetro do vaso, a velocidade de circulação do sangue e a viscosidade sanguínea são variáveis que podem modificar o padrão laminar da corrente sanguínea. Assad JE. Sopros cardíacos. R.M. , 1982; 11(6): 26- 38.
  • 3. Mecanismos de formação dos sopros 1. A circulação sanguínea normal é silenciosa. 2. A produção de sopro ocorre no turbilhonamento. 3. O frêmito é a sensação tátil do sopro. 4. Para perceber frêmito é preciso que o sopro seja de grande intensidade. Assad JE. Sopros cardíacos. R.M. , 1982; 11(6): 26- 38.
  • 4. Mecanismos de formação dos sopros 1. Corrente veloz em tubo de calibre uniforme: nas síndromes hipercinéticas. 2. Súbito aumento do calibre do vaso: dilatação aneurismática, dilatação pós-estenótica. 3. Obstrução localizada: estenoses valvares. 4. Regurgitação: o sangue segue um sentido diferente daquele da corrente sanguínea normal: insuficiência valvar. Assad JE. Sopros cardíacos. R.M. , 1982; 11(6): 26- 38.
  • 5. Mecanismos de formação dos sopros 1. Aumento da velocidade da corrente sangüínea. Ex.: Anemia, exercício físico, febre. 2. Diminuição da viscosidade sangüínea. Ex.: Anemia. 3. Passagem do sangue através de uma área estreitada. Ex. Defeitos valvares. 4. Passagem do sangue por uma área dilatada. Ex. Defeitos valvares, aneurismas.
  • 6. Sopros – características semiológicas • Definir o período do ciclo cardíaco em que ocorre (relacionar com o pulso arterial) – Sopro sistólico – coincide com o pulso • Protossistólico – terço inicial da sístole • Mesossistólico – terço médio da sístole • Telessistólico – terço final da sístole • Holossistólico – todo o período da sístole – Sopro diastólico – não coincide com o pulso • Os sopros diastólicos são sempre patológicos. • Proto, Meso, tele e holodiastólico
  • 7. Sopros – características semiológicas • LOCALIZAÇÃO: Definir o local de máxima ausculta. Serve de orientação para o diagnóstico. • IRRADIAÇÃO: Deslocar o estetoscópio para outras regiões (axila, pescoço, borda esternal direita, região interescapular, topo da cabeça). • INTENSIDADE: Com frêmito, tem forte intensidade. Critérios cruzes (+ a ++++) – +/4+ = muito suaves – ++/4+ = intensidade moderada – +++/4+ = sopros intensos (com frêmito) – ++++/4+ = sopros muito intensos (com frêmito)
  • 8. Sopros – características semiológicas • TIMBRE, TONALIDADE, QUALIDADE: Suave/ rude/ musical/ aspirativo/ em jato de vapor/ granuloso/ piante e ruflar. • MODIFICAÇÕES: – Com a respiração: os sopros do lado direito do coração tendem a ser mais intensos na inspiração (aumenta o retorno venoso).
  • 9. Sopros - manobras • Respiração: – Inspiração – Expiração – Valsalva • Alteração na postura: – Decúbito lateral esquerdo – Sentado c/ o tórax inclinado para frente – Agachada/ ortostática (em pé) – Ortostática/ agachada • Exercício: – Isométrico (Handgrip) – durante 20 a 30 seg. O’ Rourke RA. Abordagem do paciente com um sopro cardíaco. In: Goldman L, Braunwald E. Cardiologia na clínica geral. Rio de Janeiro: Granabara Koogan, 2000. Cap. 13, págs. 147-164.
  • 10. Efeitos das manobras para o diagnóstico dos sopros. N. Eng. J. Med. 1988; 318:1572-8 Manobra Resposta Sopro Sensib. Especif. Inspiração ↑ Lado Direito 100% 88% Expiração ↓ Lado Direito 100% 88% Valsalva ↑ Mioc. Hipert. 65% 96% Ortostática Mioc. Hipert. 95% 84% ↑ Agachada ↓ Mioc. Hipert. 95% 85% Eleva perna Mioc. Hipert. 85% 91% ↓ Aperto mão Mioc. Hipert. 85% 75% ↓ Aperto mão I.M.; C.I.V. 68% 92% ↑
  • 11. Abordagem do paciente com sopro cardíaco – decisões: • Há necessidade de profilaxia para endocardite? • ... de profilaxia para febre reumática? • Há restrição para atividade física? • Necessita avaliação cardíaca adicional? • Na avaliação de risco para cirurgia cardíaca, há aumento do risco? • Na avaliação para atividade profissional, exame de admissão em emprego, há evidência de cardiopatia? • Na gravidez, é uma gravidez de alto risco? O’ Rourke RA. Abordagem do paciente com um sopro cardíaco. In: Goldman L, Braunwald E. Cardiologia na clínica geral. Rio de Janeiro: Granabara Koogan, 2000. Cap. 13, págs. 147-164.
  • 12. Causas de sopros cardíacos • Estenose valvar aórtica ou pulmonar • Estados hipercinéticos (anemia, febre...) • Dilatação da aorta • Sopro inocente • Comunicação interatrial • Comunicação interventricular • Insuficiência valvar aórtica ou pulmonar • Insuficiência valvar mitral ou tricúspide • Estenose valvar mitral ou tricúspide • Persistência da canal arterial • Tumores nos átrios O’ Rourke RA. Abordagem do paciente com um sopro cardíaco. In: Goldman L, Braunwald E. Cardiologia na clínica geral. Rio de Janeiro: Granabara Koogan, 2000. Cap. 13, págs. 147-164.
  • 13. Sopros inocentes • Sopro de Still: é o sopro inocente mais comum, a tonalidade é musical e vibratória, é mais auscultado na borda esquerda do esterno, é sistólico, curto, de pequena intensidade. Diagnóstico diferencial com Miocardiopatia hipertrófica obstrutiva e com Comunicação interventricular. • Sopro pulmonar inocente: é menos freqüente, auscultado na borda superior esquerda do esterno, em posição supina, sistólico, pequena intensidade, com segunda bulha normal. Diagnóstico diferencial com Estenose pulmonar, Comunicação interatrial e estados hipercinéticos.
  • 14. Abordagem do paciente com um sopro – indicações de Ecocardiografia • Sinais ou sintomas de Insuficiência cardíaca, síncope e/ou isquemia. • Sinais de endocardite ou tromboembolismo. • Qualquer sopro diastólico ou contínuo. • Sopro holossistólico ou telessistólico. • Sopro intenso, grau III/IV ou > • Outros achados anormais no exame das artérias ou na ausculta cardíaca (como estalidos, clicks, alteração na fonese de bulhas, alteração na duração e amplitude do pulso arterial). O’ Rourke RA. Abordagem do paciente com um sopro cardíaco. In: Goldman L, Braunwald E. Cardiologia na clínica geral. Rio de Janeiro: Granabara Koogan, 2000. Cap. 13, págs. 147-164.
  • 15. Sopros patológicos • Da estenose valvar mitral: – Diastólico, apical, irradia para a axila, baixa freqüência, ruflar, B1 hiperfonética, estalido de abertura, diminue com a inspiração. • Da insuficiência valvar mitral: – Sistólico, apical, irradia p/ axila, timbre aumentado, B1 hipofonética, aumenta de intensidade c/ handgrip • Da estenose valvar aórtica: – Sistólico, crescendo/decrescendo, aórtico, irradia p/ pescoço, B1 normal, estalido aórtico, aumenta de intensidade qdo de cócoras • Da insuficiência valvar aórtica: – Diastólico, em descrescendo, foco aórtico acessório, aumenta de intensidade c/ handgrip
  • 16. Sopros sistólicos 1. Insuficiência valvar mitral 2. Ejeção acelerada em grande artérias 3. Dilatação arco aórtico ou do tronco da artéria pulmonar 4. Alterações nas cúspides da valva aórtica ou pulmonar sem estenose 5. Obstrução da saída do ventrículo
  • 17. Sugestões de Sites na internet • Laboratório de Ciências Cardiovasculares – www.hu.ufsc.br/~cardiologia • The Auscultation Assistant – www.wilkes.med.ucla.edu/intro.html