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Pelo Professor Gilson Nunes Alto-Renascimento1480 – 1520 MichelangeloParte 3
Michelangelo, o maior escultor, pintor e arquiteto da História.
Quando sua mãe morreu tinha seis anos, foi morar com um escultor, perto da fazenda do pai, onde possuía uma mina de mármore. Mais o pai queria que estudasse gramática, até porque o pai trabalhava como administrador judicial. Mas, se desentendeu com o pai e   queria  era  ser artista, uma profissão desconhecida da época. Sebastiano del Piombo. Retrato de Michelangelo, 1520-1525.
Aos treze anos, manteve contato com o pintor Francesco Granacci. Aos 18 anos Freqüentou o atelier de Domenico Ghirlandaio. Foi influenciado pelo estilo de Giotto, Masaccio e Donatello.
As estátuas gigantescas para ostentar os grandes homens públicos e os afrescos para exaltar os santos do cristianismo. Educação através do olhar.               The Last Judgment (detail). 1534-1541. Fresco. Sistine Chapel, Vatican.
Ao criticar o trabalho de Torrigiano dei Torrigiani, foi golpedo violentamente que quebrou-lhe o nariz, carregando para sempre essa mutilação. Talvez o motivo pelo qual valorizava exaustivamente a estétca do corpo perfeito, a legitimação divina personificada no ser humano.
Entre 1488-1490 passou a estudar as esculturas do jardim do palácio dos Médici, que posteriormente os convidara para morar no palácio, pois a perfeição dos seus trabalhos era de uma grandeza divina. Posteriormente, passou a ser requisitado pela nobreza e pelo clero.
Neste ciclo de convivência, passou a freqüentar a academia dos nobres intelectuais, filósofos e professores protegidos pela nobreza. Salientando que muitos desses intelectuais eram membros influentes da igreja. O conhecimento reservado aos escolhidos.
Sentia-se um escultor grego, que personificava a alma humana na escultura. Michelangelo. Pietá, túmulo da Basílica de São Pedro, 1497. Roma.
Em apenas um ano, 1497, esculpiu a Pietá, para o Túmulo do cardeal Jean Bilheres, que morrera dois anos após a confecção da escultura. Michelangelo. Pietá, (detalhe) túmulo da Basílica de São Pedro, 1497. Roma.
Não foi o primeiro artistas, alemãs e franceses também produziam antes dele. Mais sua obra superou as demais, pela força naturalista.  Michelangelo. Pietá, (detalhe) túmulo da Basílica de São Pedro, 1497. Roma.
O rosto da virgem demasiadamente jovem para ser a mãe de cristo, ou seja, a virgem era tão pura que não envelhecia, o elixir da eternidade plena. (aos 23 anos de idade).                  Michelangelo. Pietá, (detalhe) túmulo da Basílica de São Pedro, 1497. Roma.
Imagem realista e dramática de dor, pela qual o observador não estranha o tamanho da virgem em relação ao filho, que se pusesse de pé seria bem alta, disfarçou numa volumosa roupagem que encobre o fato. Mão aberta em expressivo gesto de compaixão. Michelangelo. Pietá, túmulo da Basílica de São Pedro, 1497. Roma.
O Papa Júlio II, impressionado com o artista declarou: “Se pudesse, daria meu sangue para prolongar a vida de meu adorado artista”. Morreu aos 88 anos de idade e ainda lúcido e produzindo arte. Para seu biografo Vasari: “É, sem dúvida, um milagre que um bloco disforme de pedra poderia ter sido reduzido a uma perfeição que a natureza dificilmente é capaz de criar carne”. (1550)
O maior escultor da história da arte, aos 26 anos começou a trabalhar um bloco e mármore abandonado ao lado de uma igreja há mais de 40 anos, que inicialmente estava reservado para o escultor Duccio esculpir um profeta. Finalmente, o Davi  de cinco metros de altura, concluindo, em 1504. Michelangelo. Davi. 1501-4, Mármore, alt. 4,089 . Museu da Academia, Florença.
Conseguiu exaltar a beleza atlética dos deuses gregos, que se assemelhavam aos humanos. A estátua iria ficar exposta em uma praça pública em Florença. Porém, o povo chocado com a nudez, decapitou a estátua, em nome da moral. Quais os instrumentos de trabalho para chegar ao resultado da obra?
 Martelo e o cinzel dentado. O cinzel dentado impedia que a pedra lascasse. Diziam que quando a superfície do mármore era perfurada, se tornava uma pedra macia e amanteigada. Para dar o acabamento final a estátua ele usava uma pedra-pomes (espécie de esponja endurecida).
Trabalhava o mármore com uma furiosa energia, algumas vezes trabalhando sem parar, por muitos dias e noites, sem sair do abrigo, dormindo poucas horas, no mesmo local da obra.              O Davi, sua obra mais famosa, carregando uma funda (laçada de couro para lançar pedra) no ombro.
Foi o primeiro artista a ter uma bibliografia publicada em 1550 por Giorgio Vasari, que escreveu: “E o Senhor do Paraíso decidiu enviar à Terra um artista apto para todas as artes, cuja obra serviu para nos ensinar como atingir a perfeição”.
Quando terminou de esculpir Moises, bateu violentamente com um martelo no joelho da obra e gritou: por que não falas? Moiséis. c.1513-1516. Marble. San Pietro in Vincoli, Rome, Italy.
Atlas, parece está lutando para libertar a sua cabeça de um imenso bloco de pedra, uma luta que estará condenado a lutar por toda a eternidade. Via a natureza como inimiga, que tinha que superá-la. Michelangelo. Atlas. 1520.          Para o artista a sua função era libertar as formas que estavam dentro da pedra.
Ele perdeu a mãe e foi criado pelo pai. Representado nesta obra, quando sua mãe num gesto contorcido, a Virgem, entrega o filho (Michelangelo) ao pai São José.  Michelangelo Buonarroti. A sagrada família. 1504. Este quadro foi o precursor do Maneirismo
Teto da Capela Sistina – 1508-12. Oportuno lembrar que antes o teto já havia sido pintado pelo pintor Piermatteo d’Amelia, 1505. Sem muito sucesso. Tinha na época 33 anos de idade. Porém, a capela foi construída em 1475, quando havia nascido o artista.
Deitado de costas, com tinta pingando sobre o rosto, ora curvado, ora em pé ou ajoelhado sobre um andaime. Para o biografo Ascanio Condivi, foram os inimigos do artista que convenceram o papa a chamá-lo para pintar, pois esperavam que fracassasse, perdendo o prestígio do papado.
Michelangelo propôs  Rafael, que já trabalhava para a igreja, que pintasse o teto. Mais aceitou o convite, porém, mandou colocar tapumes para que seus inimigos não o visse trabalhando. Passou 4 anos.
O Velho testamento nos conta que Noé, proprietário de vinhedos, ficou bêbado e dormiu nu. Seu filho Cam  com o seu dedo mostra para os irmãos Jefet e Sem, que desviam os olhos.
Noé e sua família permaneciam salvos na arca.
O sacrifício, Noé construiu um altar para agradecer a Deus por ter sido salvo.
Observe o feixe de lenha, se parece com tora de madeira?
Cada tora de madeira equivale a um tendão do punho da mão.O jovem em primeiro plano entrega as víceras do cordeiro a outro jovem. Nesse gesto ele examina o punho daquele que recebe as víceras.
Do lado esquerdo,  Eva num giro de corpo quase que impossível, se volta para trás para pegar a fruta proibida, da Árvore do Conhecimento, que lhe é oferecida pela serpente.
A serpente é retratada metade mulher, metade réptil, responsabilizando a mulher pela tentação, o estigma do mal.
A Árvore do Conhecimento na qual a serpente está enroscada funciona como divisor entre a cena da esquerda em relação a direita.
Tendo comido o fruto da Árvore do Conhecimento, descobriram a diferença entre o Bem e o Mal.
O anjo com a espada, é o guardião do Jardim do Éden, ou seja, funcionário do divino.
O rosto de Eva na imagem da esquerda é uma mulher bela e livre. O rosto da Eva da direita é transfigurado de medo, enrugado, marcado pelo peso da mortalidade.
Adão com o braço direito estendido para o anjo num suplicio, como se não fosse o culpado e o braço esquerdo declinado sobre o pecado de Eva.
Um pequeno tronco junto ao dorso de Eva é uma descrição do arco aórtico com as coronárias emergindo da base, o tronco braquiocefálico, artéria carótida comum, artéria carótida interna e externa.Aos 13 anos começou a dissecar cadáveres.
A criação de Eva. O manto de Deus corresponde a estrutura de um fígado ou pulmão. Tronco da árvore que Adão repousa é semelhante a árvore braquicéfala.
Deus ordena com sua mão que Eva se levante ao lado do sonolento Adão, que dorme ancorado ao lado de uma veia do coração.
A criatura e o criador. A representação da vida através do toque.
Os olhos de Adão e de todos os anjos sem asas olham a mão esticada de deus.
A mão inerte de anão ainda não foi tocada pela energia vital de Deus.        Adão como se estivesse acabado de acordar, prestes a receber a energia da vida.
Ser criado e ser criador, Deus e Adão, homem e Deus, uma junção desigual, dois seres inigualáveis, juntos numa aproximação ao mundo dos sentidos.
Dois corpos que antecipam a magia do toque; vontades suaves de transcendência; ânsia do toque físico que completará a unidade já formada pelo espírito.O humano completará o divino que sempre existiu, no domínio intemporal do sagrado.
Quem é a mulher que aparece por baixo do braço de Deus ?
Eva, a futura esposa de Adão, que olha atentamente os seus olhos, num desejo carregado de mistérios. Olhar de tensão psicológica, como se anunciasse o pecado dos homens.
Adão, despido, ingênuo é o verdadeiro todo poderoso, o centro do universo. A imagem serena de um homem submisso, num entanto o seu peito está cheio de força. O seu poder, criador e destruidor, sobrepõem-se ao velho de barba branca (Deus).
O velho de barba branca, Deus, a primeira representação da história que a humanidade venera.
Por trás do velho, anjos sem asas, o medo de não ser, de não existir; em breve serão humanos e tornarão a serenidade de Adão, a dimensão física que levará ao paraíso, dos sonhos e sofrimentos; do mundo sagrado.
Podemos observar que os homens não são mais belos e ingênuos como Adão, quando se aproximam das cenas do dilúvio acima. A ira de Deus contra esses homens que destruíram a beleza.
Adão está posicionado no centro do teto, o homem, centro do universo, rodeado do profano que o criador lhe ofereceu. O mundo não é o paraíso celestial; é carne, é vida, é concreto, material. O homem em breve deixará de ser submisso, e tudo lhe pertence, sua forma transforma a criação.
A Vênus grega de Sandro Botticelli, que referenciava a mulher, foi substituída pela força masculina. E Deus representado como homem, uma negação as divindades femininas da Grécia antiga.  A beleza do corpo masculino superior ao feminino.
Os profetas pintados ao lado do painel central testemunham a partilha do poder masculino, a  afirmação do mundo nas mãos do ser humano.
O cérebro humano, a imagem do criador. (questão do vestibular) A) o Criador dando a consciência ao ser humano, manifestada pela função do cérebro.
Um Deus atemorizante, com suas vestes revoltas ao criar o firmamento arremessa o sol e a lua para posição do universo.
A primeira imagem da entrada na capela, Deus separando a luz da escuridão, organizando-os em um cenário atrás de si, a criação da luz. Como se uma janela abrisse para o infinito, onde o tempo perde o poder de senhor e converte-se em anfitrião, antes o que você não imaginaria ver ou conhecer.
Essas figuras masculinas nuas com corpo atlético são ignudi, que seguram medalhões de bronze que servem para ligar a história cristã à antiguidade grega. O esforço da humanidade para alcançar a redenção.
O papa perguntou quando ele terminaria a obra, respondeu: “Quando conseguir acabar!”.  Enfurecido, o papa ameaçou: “Quer que eu o atire fora do andaime neste instante?”
O para pediu ao artista que ornamentasse os profetas com cores vivas e tons dourados. O mestre respondeu que os profetas eram homens santos que desprezavam a riqueza.
Podemos observar o manto do profeta o osso temporal direito incluindo a estrutura do ouvido com o poro acústico externo.  A carta que o profeta corresponde ao arco zigomático .
Pista:Querubim aponta para a têmpora de Joel  1 - Extremidade pontiaguda do papel é igual à do arco zigomático 2 - Torção do osso perto do orifício do ouvido corresponde à torção do papel lido por Joel  3 - Os contornos do manto de Joel correspondem ao contorno do osso temporal 4 - A estrutura triangular em que Joel apóia o braço corresponde ao processo mastóide 5 - O nicho escuro abaixo do braço direito corresponde ao orifício do ouvido
Símbolos da religião da Grécia antiga e símbolos do cristianismo.
Sibila Líbia: Vivia reclusa   em caverna e mergulhada no silêncio. Em transe escrevia mensagens para os humanos, se esses não viessem pegá-las, eram levadas pelo vento. Muitas mensagens precisavam  de um interpretação para serem compreendidas. A sibila era uma mortal, se tivesse aceito o amor de Apolo poderia ser imortal.
A mais famosa sibila foi Cumas, que revelou a Enéias como entrar no inferno.Mantinha guardados livros de profecia aos quais poderiam recorrer em caso de necessidade.
Humor do artistas: quando prende parte do vestido da sibila sob um bloco de pedra, pela qual se equilibra, numa posição que se contorce para manter as páginas aberta. Sibila Líbia.
Os querubins que indicam com aos mãos a peça anatômica camuflada. Pista 1 - A sibila dirige o olhar para o ombro Pista 2 - O querubim aponta para o próprio ombro  Pista 3 - Os meninos nas colunas examinam seus ombros Pista 4 - Existe mais luz no ombro Pista 5 - Há mais realce de cor e luz na veste que oculta a peça anatômica
Detalhe: À esquerda, a parte da pintura que contém a peça anatômica, de cabeça para baixo Pista 1 - Cabeça do úmero Pista 2 - Cavidade glenóide
Michelangelo realizou a ambição de sua vida no coração do vaticano: a sabedoria da ciência e as restrições da fé. (Sibila Prisca)
Sibila Dafne ou Delphica: com poderes proféticos sob inspiração de Apolo. Os olhares são sempre direcionados para a estrutura anatômica das genitálias.
Conseguiu reunir símbolos cabalísticos, judaicos e cristãos  e uniu o seu amor pela beleza masculina ao seu amor por Deus. Estudo de Adão para Capela Sistina, 1510.
Tommaso foi um jovem  de 20 anos, que Michelangelo encontrou em Roma, quando tinha 50 anos, que o retratou em diversos desenhos, que ficou  encantado com sua  beleza física, passando a representá-lo em diversos trabalhos. O relacionamento durou até a morte do artista.
Cabeça de João Batista, o enviado, mais importante que Cristo, divergência religiosa deceparam o Santo.
20 anos depois (com  60 anos) ele foi convidado para pintar o Juízo Final, na parede do altar da Capela Sistina.  De início recusou o convite pois havia assinado contrato com a familia Della Rovere. O papa foi até a casa do artista e disse: “Cadê esse contrato? Quero rasgá-lo”.  Michelangelo. O juízo final. 13,7 x 12,2 m   1534-1541. Capela Sistina. Roma.
Aos 15 anos, Michelangelo foi fortemente influenciado pelas pregações do monge Savonarola, isso em 1490, suas pregações eram de aterrorizar as pessoas em relação ao Juízo Final e que Deus em breve desceria.  Guardando em seu pensamento por muitos anos a impressão surrealista do inferno e do castigo, revelada em seus afrescos.
Passou um ano sem receber salário pelo trabalho, passando privacidade e humilhação, chegando até ser agredido a bengalada pelo papa, irritado porque não terminava a obra. Passou cinco anos pintando a apoteose de corpos contorcidos sem nenhum gesto repedido.
Um amontoado de corpos suplicam clemência a um Deus irado. Usou o movimento dos braços e das mãos para disfarçar a genitália. Como também usou o recurso da luz para destacar a musculatura dos corpos. Jesus no centro sem barba e com cabelo curto.
 Em virtude das concepções da Reforma de Lutero. Era preciso com a pintura promover uma Contra-Reforma, e alfabetizar o fieis com  imagem do castigo.
O pulsar dos corpos que se dirigem à figura central de Cristo, ou dele desviam, lembra o acúmulo de corpos dos fiéis que ocupam as ruas de Roma, corpos em vez de carros.
Depois que o papa Paulo III viu o trabalho concluído, caiu de joelhos e implorou a Deus que não relembrasse seus pecados no dia do juízo final.
Cesena, um mestre de cerimônia do vaticano chegou para o papa e reclamou que essas imagens que haviam sido pintadas estavam obscenas era preciso mandar apagá-las. O papa respondeu que não mandava no inferno. O artista sabendo do fato, resolveu reproduzir a imagem de Biagio da Cesena simbolizando Minos, o príncipe do inferno.
Os demônios assumem a forma humana acrescidos de garras e cores diferentes. Os humanos incapazes de resistirem aos castigos, são paralisados pelo medo e arrastados para o inferno.
Muitos criticaram o Juízo Final, privado de qualquer beleza espiritual. Os órgãos genitais, nem mesmos nos prostíbulos, as pessoas seriam capazes de tapar os olhos.
Maria ao lado de Cristo ele, na posição de Juiz, ela  tem uma aparência Jovem e atraente, seu corpo externa uma sensualidade e movimento. Porém, assustada com o cenário.
Enquanto Tommaso representava a beleza física, Vittoria, viúva do marques da Pescara, representou a beleza espiritual. Representada aos pés de Maria. Sua grande paixão. A mesma morreu sem que o mesmo pudesse sequer beijar a sua face, o seu maior sonho.
 O olhar de Cristo gira até a sua esquerda, onde os condenados se precipitam aos infernos. Sua mão esquerda aponta para cicatriz ao lado do peito.
A construção teve início em 1506 pelo arquiteto Bramante, depois de sua morte em 1514, assumiu os trabalhos o Pintor Rafael Sanzio que também foi arquiteto, após sua morte em 1520, assume os trabalhos Michelangelo, como arquiteto trabalhou por 17 anos na construção da Basílica de São Pedro – 1546.
Em 1555, o papa Paulo IV pediu para que o artista tornasse o afresco adequado. Respondeu o artista: “Digam ao papa que esse é um problema de fácil resolução; basta que ele torne o mundo um lugar mais adequado, e a pintura logo se mostrará ajustada ao modelo”. Por este motivo foi chamado de “inventor delleporcherie” – Inventor das obscenidades.
Depois da morte do artista, seu aluno Daniele Ricciarelli foi convidado a cobrir algumas imagens nuas, consideradas obscenas, em 1564. Apelidado de braghettone, ou seja, cuecão.
Referencial BECKET, Wendy. A história da Pintura. São Paulo, Ática, 1997. JANSON, H. W. História Geral da Arte: o mundo antigo e a Idade Média. São Paulo: Martins Fontes, 1993. PEDRERO-SÁNCHEZ, Maria Guadalupe. História da Idade Média: textos e testemunhas. São Paulo, UNESP, 2000. PEREIRA, F. M. Esteves. Os manuscritos Iluminados. In: a iluminura em Portugal, catálogo da exposição inaugural do arquivo nacional da torre do Tombo. Porto, Lisboa, Ed. Figueirinhas, 1990. CHEVALIER, Jean et GHEERBRANT, Alain. Dicionário de símbolos. Rio de Janeiro: José Olympio, 1988. FRANCO.RJ, H. Idade Média: nascimento do Ocidente. São Paulo, Brasiliense, 1988. SPENCE, David. Grandes Artistas: vida e obra. São Paulo, Melhoramentos, 2004. Revista: História Viva: Bizâncio: o paraíso dos negócios e do saber na Idade Média. Ano: VI, nº 74, pp. 28-54. Mestres da Pintura: Michelangelo. Editora on-line, São Paulo, s/d. Galeria, revista de arte. São Paulo, Editora Telma Cristina Ferreira, Ano 4, junho/julho de 1990. pp. 62-77. Folha de São Paulo. Michelangelo ofusca mestres na Sistina. F. 10, 14 de abril de 2005. Superinteressante. O segredo de leonardo. São Paulo. Edição 205. Editora Abril, 2004. pp. 60-67. Veja. Muito além do código da Vinci. São Paulo. Edição 1956, Ano 39, nº 19, Editora Abril, 2006. pp. 126-134 www.brasilescola.com/mitologia/brasilescola.htm www.amazonline.com.br/heraldica/heraldica.htm - (tudo sobre brasões) www.arteguias.com www.logosphera.com/.../sereias/sereias.htm www.minerva.uevora.pt www.pitores.com.br www.sergioprata.com.br – (afresco) www.wga.hu/frames-e.html www.guaciara.worpress.com/.../27/a-cruz-de-cimabue/  - 27/09/2009.
Criação e autoria: Gilson Cruz Nunes                  Especialista em Artes Visuais – UFPB Professor da Disciplina de Artes das Escolas: Dr. Hortênsio de Sousa Ribeiro – Rede Estadual Pe. Antonino e Lafayete Cavalcante – Rede Municipal. Campina Grande, 12 de janeiro a 25 de fevereiro  de 2010. Paraíba - Brasil gilsonunes2000@bol.com.br – www.professorgilsonunes.blogspot.com

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Michelangelo e a Capela Sistina

  • 1. Pelo Professor Gilson Nunes Alto-Renascimento1480 – 1520 MichelangeloParte 3
  • 2. Michelangelo, o maior escultor, pintor e arquiteto da História.
  • 3. Quando sua mãe morreu tinha seis anos, foi morar com um escultor, perto da fazenda do pai, onde possuía uma mina de mármore. Mais o pai queria que estudasse gramática, até porque o pai trabalhava como administrador judicial. Mas, se desentendeu com o pai e queria era ser artista, uma profissão desconhecida da época. Sebastiano del Piombo. Retrato de Michelangelo, 1520-1525.
  • 4. Aos treze anos, manteve contato com o pintor Francesco Granacci. Aos 18 anos Freqüentou o atelier de Domenico Ghirlandaio. Foi influenciado pelo estilo de Giotto, Masaccio e Donatello.
  • 5. As estátuas gigantescas para ostentar os grandes homens públicos e os afrescos para exaltar os santos do cristianismo. Educação através do olhar. The Last Judgment (detail). 1534-1541. Fresco. Sistine Chapel, Vatican.
  • 6. Ao criticar o trabalho de Torrigiano dei Torrigiani, foi golpedo violentamente que quebrou-lhe o nariz, carregando para sempre essa mutilação. Talvez o motivo pelo qual valorizava exaustivamente a estétca do corpo perfeito, a legitimação divina personificada no ser humano.
  • 7. Entre 1488-1490 passou a estudar as esculturas do jardim do palácio dos Médici, que posteriormente os convidara para morar no palácio, pois a perfeição dos seus trabalhos era de uma grandeza divina. Posteriormente, passou a ser requisitado pela nobreza e pelo clero.
  • 8. Neste ciclo de convivência, passou a freqüentar a academia dos nobres intelectuais, filósofos e professores protegidos pela nobreza. Salientando que muitos desses intelectuais eram membros influentes da igreja. O conhecimento reservado aos escolhidos.
  • 9. Sentia-se um escultor grego, que personificava a alma humana na escultura. Michelangelo. Pietá, túmulo da Basílica de São Pedro, 1497. Roma.
  • 10. Em apenas um ano, 1497, esculpiu a Pietá, para o Túmulo do cardeal Jean Bilheres, que morrera dois anos após a confecção da escultura. Michelangelo. Pietá, (detalhe) túmulo da Basílica de São Pedro, 1497. Roma.
  • 11. Não foi o primeiro artistas, alemãs e franceses também produziam antes dele. Mais sua obra superou as demais, pela força naturalista. Michelangelo. Pietá, (detalhe) túmulo da Basílica de São Pedro, 1497. Roma.
  • 12. O rosto da virgem demasiadamente jovem para ser a mãe de cristo, ou seja, a virgem era tão pura que não envelhecia, o elixir da eternidade plena. (aos 23 anos de idade). Michelangelo. Pietá, (detalhe) túmulo da Basílica de São Pedro, 1497. Roma.
  • 13. Imagem realista e dramática de dor, pela qual o observador não estranha o tamanho da virgem em relação ao filho, que se pusesse de pé seria bem alta, disfarçou numa volumosa roupagem que encobre o fato. Mão aberta em expressivo gesto de compaixão. Michelangelo. Pietá, túmulo da Basílica de São Pedro, 1497. Roma.
  • 14. O Papa Júlio II, impressionado com o artista declarou: “Se pudesse, daria meu sangue para prolongar a vida de meu adorado artista”. Morreu aos 88 anos de idade e ainda lúcido e produzindo arte. Para seu biografo Vasari: “É, sem dúvida, um milagre que um bloco disforme de pedra poderia ter sido reduzido a uma perfeição que a natureza dificilmente é capaz de criar carne”. (1550)
  • 15. O maior escultor da história da arte, aos 26 anos começou a trabalhar um bloco e mármore abandonado ao lado de uma igreja há mais de 40 anos, que inicialmente estava reservado para o escultor Duccio esculpir um profeta. Finalmente, o Davi de cinco metros de altura, concluindo, em 1504. Michelangelo. Davi. 1501-4, Mármore, alt. 4,089 . Museu da Academia, Florença.
  • 16. Conseguiu exaltar a beleza atlética dos deuses gregos, que se assemelhavam aos humanos. A estátua iria ficar exposta em uma praça pública em Florença. Porém, o povo chocado com a nudez, decapitou a estátua, em nome da moral. Quais os instrumentos de trabalho para chegar ao resultado da obra?
  • 17. Martelo e o cinzel dentado. O cinzel dentado impedia que a pedra lascasse. Diziam que quando a superfície do mármore era perfurada, se tornava uma pedra macia e amanteigada. Para dar o acabamento final a estátua ele usava uma pedra-pomes (espécie de esponja endurecida).
  • 18. Trabalhava o mármore com uma furiosa energia, algumas vezes trabalhando sem parar, por muitos dias e noites, sem sair do abrigo, dormindo poucas horas, no mesmo local da obra. O Davi, sua obra mais famosa, carregando uma funda (laçada de couro para lançar pedra) no ombro.
  • 19. Foi o primeiro artista a ter uma bibliografia publicada em 1550 por Giorgio Vasari, que escreveu: “E o Senhor do Paraíso decidiu enviar à Terra um artista apto para todas as artes, cuja obra serviu para nos ensinar como atingir a perfeição”.
  • 20. Quando terminou de esculpir Moises, bateu violentamente com um martelo no joelho da obra e gritou: por que não falas? Moiséis. c.1513-1516. Marble. San Pietro in Vincoli, Rome, Italy.
  • 21. Atlas, parece está lutando para libertar a sua cabeça de um imenso bloco de pedra, uma luta que estará condenado a lutar por toda a eternidade. Via a natureza como inimiga, que tinha que superá-la. Michelangelo. Atlas. 1520. Para o artista a sua função era libertar as formas que estavam dentro da pedra.
  • 22. Ele perdeu a mãe e foi criado pelo pai. Representado nesta obra, quando sua mãe num gesto contorcido, a Virgem, entrega o filho (Michelangelo) ao pai São José. Michelangelo Buonarroti. A sagrada família. 1504. Este quadro foi o precursor do Maneirismo
  • 23. Teto da Capela Sistina – 1508-12. Oportuno lembrar que antes o teto já havia sido pintado pelo pintor Piermatteo d’Amelia, 1505. Sem muito sucesso. Tinha na época 33 anos de idade. Porém, a capela foi construída em 1475, quando havia nascido o artista.
  • 24. Deitado de costas, com tinta pingando sobre o rosto, ora curvado, ora em pé ou ajoelhado sobre um andaime. Para o biografo Ascanio Condivi, foram os inimigos do artista que convenceram o papa a chamá-lo para pintar, pois esperavam que fracassasse, perdendo o prestígio do papado.
  • 25. Michelangelo propôs Rafael, que já trabalhava para a igreja, que pintasse o teto. Mais aceitou o convite, porém, mandou colocar tapumes para que seus inimigos não o visse trabalhando. Passou 4 anos.
  • 26. O Velho testamento nos conta que Noé, proprietário de vinhedos, ficou bêbado e dormiu nu. Seu filho Cam com o seu dedo mostra para os irmãos Jefet e Sem, que desviam os olhos.
  • 27. Noé e sua família permaneciam salvos na arca.
  • 28.
  • 29. O sacrifício, Noé construiu um altar para agradecer a Deus por ter sido salvo.
  • 30. Observe o feixe de lenha, se parece com tora de madeira?
  • 31. Cada tora de madeira equivale a um tendão do punho da mão.O jovem em primeiro plano entrega as víceras do cordeiro a outro jovem. Nesse gesto ele examina o punho daquele que recebe as víceras.
  • 32. Do lado esquerdo, Eva num giro de corpo quase que impossível, se volta para trás para pegar a fruta proibida, da Árvore do Conhecimento, que lhe é oferecida pela serpente.
  • 33. A serpente é retratada metade mulher, metade réptil, responsabilizando a mulher pela tentação, o estigma do mal.
  • 34. A Árvore do Conhecimento na qual a serpente está enroscada funciona como divisor entre a cena da esquerda em relação a direita.
  • 35. Tendo comido o fruto da Árvore do Conhecimento, descobriram a diferença entre o Bem e o Mal.
  • 36. O anjo com a espada, é o guardião do Jardim do Éden, ou seja, funcionário do divino.
  • 37. O rosto de Eva na imagem da esquerda é uma mulher bela e livre. O rosto da Eva da direita é transfigurado de medo, enrugado, marcado pelo peso da mortalidade.
  • 38. Adão com o braço direito estendido para o anjo num suplicio, como se não fosse o culpado e o braço esquerdo declinado sobre o pecado de Eva.
  • 39. Um pequeno tronco junto ao dorso de Eva é uma descrição do arco aórtico com as coronárias emergindo da base, o tronco braquiocefálico, artéria carótida comum, artéria carótida interna e externa.Aos 13 anos começou a dissecar cadáveres.
  • 40. A criação de Eva. O manto de Deus corresponde a estrutura de um fígado ou pulmão. Tronco da árvore que Adão repousa é semelhante a árvore braquicéfala.
  • 41. Deus ordena com sua mão que Eva se levante ao lado do sonolento Adão, que dorme ancorado ao lado de uma veia do coração.
  • 42. A criatura e o criador. A representação da vida através do toque.
  • 43. Os olhos de Adão e de todos os anjos sem asas olham a mão esticada de deus.
  • 44. A mão inerte de anão ainda não foi tocada pela energia vital de Deus. Adão como se estivesse acabado de acordar, prestes a receber a energia da vida.
  • 45. Ser criado e ser criador, Deus e Adão, homem e Deus, uma junção desigual, dois seres inigualáveis, juntos numa aproximação ao mundo dos sentidos.
  • 46. Dois corpos que antecipam a magia do toque; vontades suaves de transcendência; ânsia do toque físico que completará a unidade já formada pelo espírito.O humano completará o divino que sempre existiu, no domínio intemporal do sagrado.
  • 47. Quem é a mulher que aparece por baixo do braço de Deus ?
  • 48. Eva, a futura esposa de Adão, que olha atentamente os seus olhos, num desejo carregado de mistérios. Olhar de tensão psicológica, como se anunciasse o pecado dos homens.
  • 49. Adão, despido, ingênuo é o verdadeiro todo poderoso, o centro do universo. A imagem serena de um homem submisso, num entanto o seu peito está cheio de força. O seu poder, criador e destruidor, sobrepõem-se ao velho de barba branca (Deus).
  • 50. O velho de barba branca, Deus, a primeira representação da história que a humanidade venera.
  • 51. Por trás do velho, anjos sem asas, o medo de não ser, de não existir; em breve serão humanos e tornarão a serenidade de Adão, a dimensão física que levará ao paraíso, dos sonhos e sofrimentos; do mundo sagrado.
  • 52. Podemos observar que os homens não são mais belos e ingênuos como Adão, quando se aproximam das cenas do dilúvio acima. A ira de Deus contra esses homens que destruíram a beleza.
  • 53. Adão está posicionado no centro do teto, o homem, centro do universo, rodeado do profano que o criador lhe ofereceu. O mundo não é o paraíso celestial; é carne, é vida, é concreto, material. O homem em breve deixará de ser submisso, e tudo lhe pertence, sua forma transforma a criação.
  • 54. A Vênus grega de Sandro Botticelli, que referenciava a mulher, foi substituída pela força masculina. E Deus representado como homem, uma negação as divindades femininas da Grécia antiga. A beleza do corpo masculino superior ao feminino.
  • 55. Os profetas pintados ao lado do painel central testemunham a partilha do poder masculino, a afirmação do mundo nas mãos do ser humano.
  • 56. O cérebro humano, a imagem do criador. (questão do vestibular) A) o Criador dando a consciência ao ser humano, manifestada pela função do cérebro.
  • 57. Um Deus atemorizante, com suas vestes revoltas ao criar o firmamento arremessa o sol e a lua para posição do universo.
  • 58. A primeira imagem da entrada na capela, Deus separando a luz da escuridão, organizando-os em um cenário atrás de si, a criação da luz. Como se uma janela abrisse para o infinito, onde o tempo perde o poder de senhor e converte-se em anfitrião, antes o que você não imaginaria ver ou conhecer.
  • 59. Essas figuras masculinas nuas com corpo atlético são ignudi, que seguram medalhões de bronze que servem para ligar a história cristã à antiguidade grega. O esforço da humanidade para alcançar a redenção.
  • 60. O papa perguntou quando ele terminaria a obra, respondeu: “Quando conseguir acabar!”. Enfurecido, o papa ameaçou: “Quer que eu o atire fora do andaime neste instante?”
  • 61. O para pediu ao artista que ornamentasse os profetas com cores vivas e tons dourados. O mestre respondeu que os profetas eram homens santos que desprezavam a riqueza.
  • 62. Podemos observar o manto do profeta o osso temporal direito incluindo a estrutura do ouvido com o poro acústico externo. A carta que o profeta corresponde ao arco zigomático .
  • 63. Pista:Querubim aponta para a têmpora de Joel 1 - Extremidade pontiaguda do papel é igual à do arco zigomático 2 - Torção do osso perto do orifício do ouvido corresponde à torção do papel lido por Joel 3 - Os contornos do manto de Joel correspondem ao contorno do osso temporal 4 - A estrutura triangular em que Joel apóia o braço corresponde ao processo mastóide 5 - O nicho escuro abaixo do braço direito corresponde ao orifício do ouvido
  • 64. Símbolos da religião da Grécia antiga e símbolos do cristianismo.
  • 65. Sibila Líbia: Vivia reclusa em caverna e mergulhada no silêncio. Em transe escrevia mensagens para os humanos, se esses não viessem pegá-las, eram levadas pelo vento. Muitas mensagens precisavam de um interpretação para serem compreendidas. A sibila era uma mortal, se tivesse aceito o amor de Apolo poderia ser imortal.
  • 66. A mais famosa sibila foi Cumas, que revelou a Enéias como entrar no inferno.Mantinha guardados livros de profecia aos quais poderiam recorrer em caso de necessidade.
  • 67. Humor do artistas: quando prende parte do vestido da sibila sob um bloco de pedra, pela qual se equilibra, numa posição que se contorce para manter as páginas aberta. Sibila Líbia.
  • 68. Os querubins que indicam com aos mãos a peça anatômica camuflada. Pista 1 - A sibila dirige o olhar para o ombro Pista 2 - O querubim aponta para o próprio ombro Pista 3 - Os meninos nas colunas examinam seus ombros Pista 4 - Existe mais luz no ombro Pista 5 - Há mais realce de cor e luz na veste que oculta a peça anatômica
  • 69. Detalhe: À esquerda, a parte da pintura que contém a peça anatômica, de cabeça para baixo Pista 1 - Cabeça do úmero Pista 2 - Cavidade glenóide
  • 70. Michelangelo realizou a ambição de sua vida no coração do vaticano: a sabedoria da ciência e as restrições da fé. (Sibila Prisca)
  • 71. Sibila Dafne ou Delphica: com poderes proféticos sob inspiração de Apolo. Os olhares são sempre direcionados para a estrutura anatômica das genitálias.
  • 72. Conseguiu reunir símbolos cabalísticos, judaicos e cristãos e uniu o seu amor pela beleza masculina ao seu amor por Deus. Estudo de Adão para Capela Sistina, 1510.
  • 73. Tommaso foi um jovem de 20 anos, que Michelangelo encontrou em Roma, quando tinha 50 anos, que o retratou em diversos desenhos, que ficou encantado com sua beleza física, passando a representá-lo em diversos trabalhos. O relacionamento durou até a morte do artista.
  • 74. Cabeça de João Batista, o enviado, mais importante que Cristo, divergência religiosa deceparam o Santo.
  • 75. 20 anos depois (com 60 anos) ele foi convidado para pintar o Juízo Final, na parede do altar da Capela Sistina. De início recusou o convite pois havia assinado contrato com a familia Della Rovere. O papa foi até a casa do artista e disse: “Cadê esse contrato? Quero rasgá-lo”. Michelangelo. O juízo final. 13,7 x 12,2 m 1534-1541. Capela Sistina. Roma.
  • 76. Aos 15 anos, Michelangelo foi fortemente influenciado pelas pregações do monge Savonarola, isso em 1490, suas pregações eram de aterrorizar as pessoas em relação ao Juízo Final e que Deus em breve desceria. Guardando em seu pensamento por muitos anos a impressão surrealista do inferno e do castigo, revelada em seus afrescos.
  • 77. Passou um ano sem receber salário pelo trabalho, passando privacidade e humilhação, chegando até ser agredido a bengalada pelo papa, irritado porque não terminava a obra. Passou cinco anos pintando a apoteose de corpos contorcidos sem nenhum gesto repedido.
  • 78. Um amontoado de corpos suplicam clemência a um Deus irado. Usou o movimento dos braços e das mãos para disfarçar a genitália. Como também usou o recurso da luz para destacar a musculatura dos corpos. Jesus no centro sem barba e com cabelo curto.
  • 79. Em virtude das concepções da Reforma de Lutero. Era preciso com a pintura promover uma Contra-Reforma, e alfabetizar o fieis com imagem do castigo.
  • 80. O pulsar dos corpos que se dirigem à figura central de Cristo, ou dele desviam, lembra o acúmulo de corpos dos fiéis que ocupam as ruas de Roma, corpos em vez de carros.
  • 81. Depois que o papa Paulo III viu o trabalho concluído, caiu de joelhos e implorou a Deus que não relembrasse seus pecados no dia do juízo final.
  • 82. Cesena, um mestre de cerimônia do vaticano chegou para o papa e reclamou que essas imagens que haviam sido pintadas estavam obscenas era preciso mandar apagá-las. O papa respondeu que não mandava no inferno. O artista sabendo do fato, resolveu reproduzir a imagem de Biagio da Cesena simbolizando Minos, o príncipe do inferno.
  • 83. Os demônios assumem a forma humana acrescidos de garras e cores diferentes. Os humanos incapazes de resistirem aos castigos, são paralisados pelo medo e arrastados para o inferno.
  • 84. Muitos criticaram o Juízo Final, privado de qualquer beleza espiritual. Os órgãos genitais, nem mesmos nos prostíbulos, as pessoas seriam capazes de tapar os olhos.
  • 85. Maria ao lado de Cristo ele, na posição de Juiz, ela tem uma aparência Jovem e atraente, seu corpo externa uma sensualidade e movimento. Porém, assustada com o cenário.
  • 86. Enquanto Tommaso representava a beleza física, Vittoria, viúva do marques da Pescara, representou a beleza espiritual. Representada aos pés de Maria. Sua grande paixão. A mesma morreu sem que o mesmo pudesse sequer beijar a sua face, o seu maior sonho.
  • 87. O olhar de Cristo gira até a sua esquerda, onde os condenados se precipitam aos infernos. Sua mão esquerda aponta para cicatriz ao lado do peito.
  • 88. A construção teve início em 1506 pelo arquiteto Bramante, depois de sua morte em 1514, assumiu os trabalhos o Pintor Rafael Sanzio que também foi arquiteto, após sua morte em 1520, assume os trabalhos Michelangelo, como arquiteto trabalhou por 17 anos na construção da Basílica de São Pedro – 1546.
  • 89. Em 1555, o papa Paulo IV pediu para que o artista tornasse o afresco adequado. Respondeu o artista: “Digam ao papa que esse é um problema de fácil resolução; basta que ele torne o mundo um lugar mais adequado, e a pintura logo se mostrará ajustada ao modelo”. Por este motivo foi chamado de “inventor delleporcherie” – Inventor das obscenidades.
  • 90. Depois da morte do artista, seu aluno Daniele Ricciarelli foi convidado a cobrir algumas imagens nuas, consideradas obscenas, em 1564. Apelidado de braghettone, ou seja, cuecão.
  • 91. Referencial BECKET, Wendy. A história da Pintura. São Paulo, Ática, 1997. JANSON, H. W. História Geral da Arte: o mundo antigo e a Idade Média. São Paulo: Martins Fontes, 1993. PEDRERO-SÁNCHEZ, Maria Guadalupe. História da Idade Média: textos e testemunhas. São Paulo, UNESP, 2000. PEREIRA, F. M. Esteves. Os manuscritos Iluminados. In: a iluminura em Portugal, catálogo da exposição inaugural do arquivo nacional da torre do Tombo. Porto, Lisboa, Ed. Figueirinhas, 1990. CHEVALIER, Jean et GHEERBRANT, Alain. Dicionário de símbolos. Rio de Janeiro: José Olympio, 1988. FRANCO.RJ, H. Idade Média: nascimento do Ocidente. São Paulo, Brasiliense, 1988. SPENCE, David. Grandes Artistas: vida e obra. São Paulo, Melhoramentos, 2004. Revista: História Viva: Bizâncio: o paraíso dos negócios e do saber na Idade Média. Ano: VI, nº 74, pp. 28-54. Mestres da Pintura: Michelangelo. Editora on-line, São Paulo, s/d. Galeria, revista de arte. São Paulo, Editora Telma Cristina Ferreira, Ano 4, junho/julho de 1990. pp. 62-77. Folha de São Paulo. Michelangelo ofusca mestres na Sistina. F. 10, 14 de abril de 2005. Superinteressante. O segredo de leonardo. São Paulo. Edição 205. Editora Abril, 2004. pp. 60-67. Veja. Muito além do código da Vinci. São Paulo. Edição 1956, Ano 39, nº 19, Editora Abril, 2006. pp. 126-134 www.brasilescola.com/mitologia/brasilescola.htm www.amazonline.com.br/heraldica/heraldica.htm - (tudo sobre brasões) www.arteguias.com www.logosphera.com/.../sereias/sereias.htm www.minerva.uevora.pt www.pitores.com.br www.sergioprata.com.br – (afresco) www.wga.hu/frames-e.html www.guaciara.worpress.com/.../27/a-cruz-de-cimabue/ - 27/09/2009.
  • 92. Criação e autoria: Gilson Cruz Nunes Especialista em Artes Visuais – UFPB Professor da Disciplina de Artes das Escolas: Dr. Hortênsio de Sousa Ribeiro – Rede Estadual Pe. Antonino e Lafayete Cavalcante – Rede Municipal. Campina Grande, 12 de janeiro a 25 de fevereiro de 2010. Paraíba - Brasil gilsonunes2000@bol.com.br – www.professorgilsonunes.blogspot.com