2. Introdução
• Qualquer psicoterapia é, acima de tudo, um trabalho de
relação entre duas pessoas.
• Como em qualquer relação, estarão envolvidos diversos
fatores que podem levar ao sucesso ou ao fracasso da
terapia.
• Nessa relação (terapêutica), além de muitos outros,
inevitavelmente se apresentam: a aliança terapêutica, a
transferência e a contratransferencia.
3. Aliança terapêutica
• É compreendida como uma relação dual, uma formação
de compromisso entre duas pessoas, uma «união de
forças» em direção à busca da cura.(Eizirik et al, 2007)
• «Fundamenta-se no desejo consciente ou insconsciente
do paciente de cooperar e na sua disposição de aceitar a
ajuda do terapeuta na superação das dificuldades
internas». (SANDLER, 1977)
• É estabelecida com base em uma experiencia prévia, na
qual foi possível interagir com outra pessoa; «influenciada
pelas imagens das pessoas por quem foi acostumado a
ser tratado com afeição» (Freud, 1912 apud Horvath,
1958).
4. Aliança terapêutica
• Remete às relações objetais infantis. (PERES, 2009)
• Espera-se que, quanto melhor essa aliança, melhores
sejam os resultados.
• Nenhuma análise pode avançar sem a formação de uma
aliança terapêutica racional e confiável e seu
estabelecimento é a primeira tarefa antes que a neurose
de transferencia mais profunda possa ser facilitada.
■
5. Transferência
• Transferência é um fenômeno de todas as formas pelas
quais que o paciente vivencia com o psicanalista, em
experiência emocional da relação analítica, todas as
“representações” o seu próprio self, as “relações objetais”
que habitam o psiquismo e os conteúdos psíquicos
organizados como “fantasias inconscientes” e cabe ao
psicanalista perceber, distorcer e interpretar estas
integrações de presente com o passado, imaginário com o
real e o inconsciente com o consciente. (Zimerman 1999).
6. Transferência
• A transferência desempenha um papel essencial no
processo da relação terapêutica, onde as emoções
inconscientes são expostas em sentimentos bons ou ruins
dirigidos à figura do terapeuta. Etchegoyen (1987) refere-
se à transferência como algo do passado que se repete
irracionalmente em sua apresentação no presente.
• O analista se transforma no destinatário da repetição
emocional que se opera no paciente, para obstruir as
lembranças que ele, o analista, procura.
7. Transferência
• Se estabelece como resistência ao trabalho de
investigação da análise, já que o paciente atua para não se
lembrar das fantasias e experiências infantis.
• Muitos argumentam que a transferência é uma barreira
para uma terapia eficaz, contestada quando se leva em
consideração que alguns conteúdos inconscientes não
podem ser expressos verbalmente. Portanto, o processo
de transferência é valioso e a única ferramenta para
trabalhar com estas emoções.
■
8. Contratransferência
• A constante interação entre analista e paciente implica
um processo de uma recíproca introjeção, das
identificações projetivas do outro.
• Pode mobilizar no analista durante a sessão (e fora
dela), uma resposta emocional – surda ou manifesta – sob
a forma de um conjunto de sentimentos, afetos,
associações, fantasias, evocações, lapsos, imagens,
sensações corporais, etc.
• Resultado de uma interação mediante a qual o
insconsciente do analista põem-se em comunicação com o
inconsciente do analisando.
9. Contratransferência
• De acordo com Zimerman (2004) apud SCATAMBULO
et al (2008) , Freud foi o primeiro a utilizar a expressão
“contratransferência”, porém inicialmente conceituou-a
como um fenômeno que atrapalharia a análise e afirmou
que esses sentimentos, despertados pelo paciente dentro
do analista e que fazem efeito neste, seria uma prova de
que ele estaria necessitado de mais análise.
• Essa concepção durou uns 40 anos e, na atualidade,
os analistas consideram que os sentimentos
contratransferenciais podem se constituir como um
excelente instrumento de “empatia” do analista diante do
que se passa no mundo interno do paciente.
10. Contratransferência
• Assim, a contratransferência não se refere apenas
aos sentimentos do terapeuta na sessão, mas significa a
utilização, de forma ampla, da subjetividade do próprio
analista/terapeuta para a compreensão mais ampla e
profunda do seu paciente, de um modo mais completo
• Abarca não somente fenômenos visíveis à superfície,
mas, principalmente, inclui sentimentos e significados
que jazem no âmago inconsciente de cada indivíduo,
ocultos, obscuros, mas determinantes e definidores de
seu comportamento.
11. Contratransferência
• A contratransferência não é mais considerada um
empecilho ao andamento da psicoterapia, mas sim, um
recurso valioso que deve ser valorizado e utilizado na
prática clínica. (SCATANBULO et al, 2008)
■
12. Relação terapêutica
• Na relação terapêutica, o terapeuta, deve aceitar as
particularidades (positivas e negativas) das pessoas que
o procuram (ele não está ali pra julgar o cliente).
• Aqueles que estão sofrendo e buscam terapia,
provavelmente o fazem porque são punidos de algum
modo em algum contexto de sua vida.
• A aceitação incondicional do terapeuta possibilita
mostrar ao cliente que ele pode ser ele mesmo, falar o
que precisar e não ser punido por tal comportamento.
13. Relação terapêutica
• Um aspecto importante da relação terapêutica é o
vínculo. Neste, cada cliente é único em sua maneira de
se vincular.
• O terapeuta deve estar atento aos seus sinais de
vinculação e aos sinais do cliente, que vai transmitir
suas experiências de vida a cada instante.
• Em muitas situações o cliente faz relatos e revelações
nunca antes compartilhados.
• Alguns poderão ter facilidade, outros clientes demoram
diversas sessões até conseguirem expor por completo
sua verdadeira queixa.
14. Conclusão
• O estabelecimento de uma aliança terapêutica depende
de fatores ligados à realidade externa, às características
pessoais, à transferência e à contratransferência.
• A aliança terapêutica é extremamente dinâmica e varia
de acordo com o momento da terapia ou da sessão.
• A presença de uma aliança terapêutica de boa qualidade
poderá ser independente dos conflitos e da gravidade
dos sintomas do paciente.
• O terapeuta deve ter condições para adaptar-se às
expectativas dos pacientes assim como limitar as
próprias.
15. Conclusão
• Por isso, nos primeiros estágios da terapia, a prioridade
é cuidar do alicerce que se pauta em: confiança,
segurança e confidencialidade.
16. Bibliografia
• EIZIRIK, Cláudio L. A aliança terapêutica e a relação
real com o terapeuta - Psicoterapia de Orientação
Analítica: Fundamentos Teóricos e Clínicos. Porto Alegre.
Artmed. 2007.
• PERES, Rodrigo Sanches. Aliança terapêutica em
psicoterapia de orientação psicanalítica: aspectos
teóricos e manejo clínico. Estud. psicol. (Campinas),
Campinas , v. 26, n. 3, Setembro. 2009 . Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S
0103-166X2009000300011&lng=en&nrm=iso>. accesso
05 Mar. 2014.
• SANDLER, J., DARE, C. e HOLDER, A. – O paciente
e o analista: fundamentos do processo psicanalítico, Rio
de Janeiro: Imago, 1977.
17. Bibliografia
• SCATANBULO, Greice Cristina. Costa, Maria Goreti
Manchini da. PARENTE, Maria Neuza Zambonato,
HEREK, Sandra Alves de Oliveira, Milani, Rute Grossi.
Artigo científico: “Considerações a respeito da
contratransferencia na psicoterapia analítica”; Fundação
Cesumar. Disponível em
<http://www.cesumar.br/curtas/psicologia2008/trabalhos/
CONSIDERACOES_A_RESPEITO_DA_CONTRATRAN
SFERENCIA_NA_PSICOTERAPIA_ANALITICA> Acesso
em 08/03/2014.
• ZIMERMAN, David E. Fundamentos psicanalíticos:
teórica, técnica e clínica: uma abordagem didática.
Porto Alegre : Artmed, 1999.