Este documento discute a importância de uma abordagem comunicacional no ensino de línguas, promovendo a produção autossustentável de materiais didáticos por alunos. Defende que o aprendizado de línguas deve ir além de uma perspectiva técnica e considerar o contexto social e político dos alunos. Também propõe que os alunos produzam seus próprios materiais didáticos para compartilhar com colegas.
Competência comunicacional e produção de materiais didáticos
1. III FALA – Forum Acadêmico de Linguística Aplicada
Ética na pesquisa e Ética na docência: Caminhos e descaminhos no ensino-aprendizagem de
línguas
“Mudar o mundo, meu amigo Sancho, não é loucura, não é utopia, é justiça!”
"Competência Comunicacional: uma proposta auto sustentável
de produção de materiais de aprendizagem de línguas"
Gerson Araujo de Moura (MSc em Línguística Aplicada)
O5/12/2014
2. Competência comunicacional: A produção de linguagem que propicia a comunicação em
múltiplos ambientes de uso de maneira dialógica assimcomo o empoderamento do sujeito.
Valores
Figura 01 – “Mandala Comunicacional” – In Moura 2005
3. A “mandala comunicacional” apresentada anteriormente foi construída a partir de
construtos teóricos propostos por Chomsky (1966); Hymes (1972); Widdowson
(2005); Almeida Filho (2005); Baktin (1992); Canale & Swain (1980); Silva (2000);
Basso (2001); Alvarenga ( 1999); Prabhu (1986); Bandeira (2003) Sant’Ana (2005);
Costa (2005) entre outros.
Tabela 01 – Legenda da “mandala comunicacional” –
4. A dimensão liquida, azulada representa o uso comunicacional da linguagem nos
dias de hoje que flui de maneira mais veloz e líquida do que em outras décadas
como afirma Bauman (2001) e Brown (2003):
É perceptível na mandala que uma dimensão não exclui a outra, pelo contrário
fortalece, amplia e dinamiza os ambientes em que a língua circula. Percebe-se ainda
a densa, coerente e rica contribuição teórica de vários pesquisadores a partir da
produção do professor José Carlos de Almeida Filho.
5. Trata-se do uso da linguagem além de uma perspectiva técnica, funcional ou
instrumental. Não aprendemos línguas apenas para um uso específico ou sem vínculo com o
ambiente onde circula o sujeito. Em uma perspectiva comunicacional de LE a linguagem não
se desenvolve sozinha, sem nexo com o contexto político de vivência da língua ou de maneira
esquizofrênica.
A linguagem perpassa valores, atitudes, espaços políticos, culturais, sociais e
comportamentais complexos. Isto já basta para respeitar as particularidades de cada sujeito e
do meio onde ele convive e promover ambientes de aprendizagem de línguas não com a visão
de quem faz uso de uma língua superior e emprestada, mas com a perspectiva do sujeito ser
capaz de criar e produzir insumo e sentidos novos também na nova língua que está sendo
aprendida.
Bem outras palavras circular com dignidade no meio em que vive utilizando a linguagem
como meio para apropriar-se de novos saberes e posicionar-se na sociedade como cidadão que
tem consciência da importância do seu papel de contribuir para uma sociedade cada vez mais
igualitária, tolerante e pacífica. Acredito que trata-se de uma proposta de ensino ética, moral
e pertinente.
6. "O discurso não é simplesmente aquilo que traduz as lutas ou os
sistemas de dominação, mas aquilo por que, pelo que se luta, o poder do
qual nos queremos apoderar" (Michel Foucault)
Então Qual poder nós queremos apoderar em nossas escolas? O poder de decidir o futuro do
aluno? O poder de deter o conhecimento? O poder de mostrar caminhos? O poder de escolher
quem merece – de acordo com nossos critérios -aprender uma língua? Qual? O que propomos
para construção de uma vivência nas escolas progressivamente mais ética? Quais valores e
princípios consideramos relevantes?
Não penso que aprendemos línguas para vivermos presos em suas estruturas, mas para
ofertarmos sentimentos, compartilharmos ideias e assumirmos nosso espaço político no
mundo. Achamos confortável pensar que o ensino de línguas deve ser objetivo, preciso e com
os pés no chão, mas como aponta o poeta por que focar na forma se a beleza está no sonhar? A
ideia de praticidade, produtividade e eficácia está enraizada em uma visão capitalista,
tecnicista, competitiva e idealista que talvez atenda a demanda de parte da sociedade, mas será
que corresponde aos anseios de quem aprende?
Um caminho que proponho para minimizar o tecnicismo e consumismo mercadológico de
materiais didáticos é motivar a produção auto sustentável de materiais de aprendizagem. Uma
ideia é a produção feita por alunos em processo de aprendizagem que podem ser utilizados por
outros aprendizes.
7. ANEXO: EXEMPLO DE PRODUÇÃO LITERÁRIA PRODUZIDO PELOS
ALUNOS PARA SEUS PARES E ELES MESMOS
Sites que propiciam uma escrita criativa:
https://storybird.com/
http://goanimate.com/
A produção dos livros dos alunos do CILC estão disponibilizados nos blogs:
http://esl-cilc-english-students-writings.blogspot.com.br/
http://englishstudentsatcilc.blogspot.com.br/
Ou:
www.slideshare.com ou www.storybird.com
18. THE END
Author: Irene Gomes Pereira
Editorial Supervisor: Teacher: Gerson A. Moura
Illustrator: Zuzol
Publisher: www.storybird.com
Period: II Semester - Summer 2014
A project from ‘Cilc’s Writing Club’: “Café Literário”
CILC: Centro Interescolar de Línguas de Ceilândia
19. Page line Where it says... It should have said...
How would you grade this story from 10 to 100? - Grade: ( ) Why?
What did you think about this story? Did you like it? Why?
SUGESTIONS TO IMPROVE THE STORY...
20. Então, vamos compartilhar pra realizar...
https://www.facebook.com/tirasarmandinho/photos - 2014
Muitíssimo Grato pela atenção!
E-mail: gerson.moura66@hotmail.com
21. Bibliografia
ALMEIDA FILHO, J. C. P. A Abordagem Orientadora da Ação do Professor. In: Parâmetros Atuais para o
Ensino de Português – Língua Estrangeira. Campinas: Pontes, 1997.
ALVARENGA, M. B. Configuração de Competências de um Professor de Língua Estrangeira (Inglês):
Implicações para a Formação em Serviço. 1999. 239 f. Tese (Doutorado em Linguística Aplicada). Campinas:
Unicamp.
BANDEIRA, G. M. Por Que Ensino Como Ensino? Manifestação e Atribuição de Origem das teorias informais
no ensinar de professores de LE (Inglês). Brasília, 2003. Dissertação de Mestrado – Universidade de Brasília.
BASSO, E. A. A Construção Social das Competências Necessárias ao Professor de Língua Estrangeira: Entre o
Real e o Ideal – Um Curso de Letras em estudo. Campinas, Unicamp: 2001. 284 f. Tese (Doutorado em
Línguistica Aplicada)
BAUMAN, Z.. Modernidade Líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.
COSTA, C. M.. Entre a Razão e a Sensibilidade: A Estética na Formação Profissional de LE (Inglês).
Dissertação de Mestrado em Linguística Aplicada. Universidade de Brasília. Brasília, 2005.
HYMES, D. H. On Communicative Competence. In: BRUMFIT, C. J.; JOHNSON, K. (Eds.) The
Communicative Approach to Language Teaching. Oxford: Oxford University Press, 1979.
MOURA, G. A. A Hominização da Linguagem do Professor de LE: Da Prática Funcional à Práxis
Comunicacional. Dissertação de Mestrado em Lingüística Aplicada. Departamento de Línguas Estrangeiras e
Tradução do Instituto de Letras. UnB, Brasília, 2005.
PAVEU, M.A. Palavras anteriores. Os pré-discursos entre a memória e a cognição. Disponível em
http://revistas.usp.br/flp/article/view/59786 em 27/09/2014 (23:36)
PRABHU, N. S. Second Language Pedagogy. Oxford: Oxford University Press, 1988.
SANT’ANA, J. S. A práxis competente na aula de LE: quando o como e o porquê ajudam a ensinar melhor.
Dissertação de Mestrado em Lingüística Aplicada. Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução do
Instituto de Letras. UnB, Brasília, 2005.
SILVA, V. L. T. Imaginário, Fluência Oral: Construto e Realidade Num Curso de Letras/LE. Campinas. SP:
[s.n], 2000.
WIDDOWSON, H. G. O Ensino de Línguas para a Comunicação; tradução: José Carlos Paes de Almeida Filho.
Campinas, SP: Pontes, 1988.