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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ – UFOPA

CENTRO DE FORMAÇÃO INTERDISCIPLINAR - CFI

JORGE KYSNNEY SANTOS KAMASSURY - TURMA T5

kamassury@gmail.com

Orientador: Dr. Valdenildo dos Santos

                   DEUS E SUA UNICIDADE: UMA ABORDAGEM SEMIÓTICA

   O referente artigo tem por intento pontual menear uma análise, sob uma perspectiva
semiótica, de uma das mais famosas passagens bíblicas, na qual Moisés indaga a Deus, o
verdadeiro nome da sua divindade. Dentre as correntes de estudos semióticos, atrelar-me-
ei à Escola de Paris, liderada proficientemente por Algirdas Julien Greimas.

   O corpus de estudo serão os versículos 13 a 15, do capítulo 3, pertencente ao livro Êxodo
(Velho Testamento). O ineditismo desse estudo incorre na metodologia criteriosa e paulatina
e os enfoques que a análise semiótica aplica a fim de extrair interpretações coerentes e
minuciosas do texto em estudo, que por sua vez, não devem estar enleivadas,
necessariamente, por alguma (s) corrente(s) de cunho especulativo ou religioso.

   Cardoso reforça essa visão enunciando que para uma análise de teor semiótico, são
consideradas as diferentes etapas na realização discursiva, etapas que consideram desde a
superficialidade de um discurso até as suas estruturas mais específicas e fundamentais¹.

   Ansiando nosso plano interpretativo, a priori, ancorar-me-ei numa abordagem mais
estrutural do texto, avaliando aspectos da sintaxe narrativa, semântica narrativa e a
semântica discursiva (coerência textual e estruturas fundamentais). A posteriori descreverei
as observações que corroboram a isotopia² de unicidade fortemente presente nas palavras
do narrador textual.

   1. SINTAXE NARRATIVA

   De posse do corpus em análise podemos definir e estabelecer descrições semióticas
acerca do corpus. Ademais, para fins de assimilação e ilustração recorrerei ao seguinte
elenco de símbolos semióticos para desenvolver o estudo:

   1   CARDOSO, p.3
   2   Reiteração de quaisquer unidades semânticas (repetição de temas ou recorrência de figuras) no
       discurso, o que assegura sua linha sintagmática e sua coerência semântica. (BARROS, 2000, p. 87).
   S1: sujeito destinador, actante narrativo que determina os valores em jogo e que dota
       o destinatário-sujeito da competência modal necessário ao fazer (destinador-
       manipulador) e o sanciona, recompensando-o ou punindo-o pelas ações realizadas
       (destinador-julgador)3. Portanto, no nosso caso, esse sujeito concerne à figura de
       Deus;
      S2: sujeito destinatário-operador, actante narrativo manipulado pelo destinador, de
       quem recebe a competência modal ao fazer e é por ele reconhecido, julgado e punido
       ou recompensado, segundo as ações que realizou4. Pelo proposto, esse sujeito é
       representado por Moisés (virtualizado);
      S3: representa a quem realmente se direciona a proposta do sujeito-destinador.
       Perspicazmente, materializam-se na figura do povo israelita (está virtualizado);
      PN (programa narrativo): sintagma elementar da narrativa, quem integra estados e
       transformações, e que se define como um enunciado de fazer que rege um enunciado
       de estado5. Observamos, portanto que o PN primordial é a libertação do povo
       israelita;
      OV (objeto de valor): objeto determinado pelas aspirações e projetos do sujeito, por
       seus valores, em suma6. Salta-nos a aspiração de Deus em adquirir a crença de
       Moisés para realizar a missão;
      Valor: o termo de uma categoria semântica, selecionada e investida em um objeto
       com o qual o sujeito mantenha uma relação. É a relação com o sujeito que define o
       valor7.
      → : transformação, nessa análise implica no enunciado de fazer;
      ∩ (junção): relação que determina o estado, a situação do sujeito em relação a um
       objeto qualquer8. Notoriamente, reflete o anseio de Deus para adquirir a fé de
       Moisés.

   De posse desses termos e definições, podemos iniciar a nossa abordagem semiótica. A
seguir está esboçado o fluxo do PN do S1.




   3   BARROS, 2000, p. 85
   4   BARROS, 2000, p. 85
   5   BARROS, 2000, p. 89
   6   BARROS, 2000, p. 88
   7   BARROS, 2000, p.90
   8   BARROS, 2000, p.19
PN de competência         Atores distintos         Aquisição               Valores modais

F (libertar o povo) [s1(Deus) →s2(Moisés) ∩ Ov (proferir seu nome e adquirir a crença de
Moisés)]

      Alerta-se aqui, que o PN de Moisés (S2) assume uma configuração virtualizada, ao passo
que inferimos por pressuposição lógica que esse concretiza. O PN do S2 apresenta o seguinte
fluxo.
                                                                                                Valores

               PN de performance                           Um único Ator      Aquisição        descritivos

F (possuir a resposta para realizar a missão) [s2 (Moisés) →s2 (Moisés) ∩ Ov (o nome de
Deus e realizar a missão)]

      Esmiuçando o PN de S1, percebemos que a transformação resulta num conjunto entre o
sujeito e o objeto-valor, e porquanto, assume a tipicidade de um programa de aquisição, na
qual Deus ao conceder a resposta a Moisés visa, concomitantemente, afirmar a crença de
Moisés para consigo. Como a relação narrativa ocorre, essencialmente, entre dois sujeitos S1
(sujeito do fazer) e S2 (sujeito do estado), ela é transitiva. O critério tipológico é a
competência, haja vista que S1 doa a resposta (um valor modal) a S2 (sujeito de estado).

      Quanto ao PN de S2, inferimos que se trata também de um programa de aquisição, S2
anseia o nome de S1 para realizar sua missão; porém, sua relação narrativa é reflexiva: S 1 de
posse da resposta de S2 se tornará apto a cumprir sua função. Abaixo segue um quadro
comparativo para demonstrar as características dos programas narrativos de S1 e S2.




                              CARACTERIZAÇÃO DO PROGRAMA NARRATIVO

                                        RELAÇÃO
         NATUREZA DA FUNÇÃO           NARRATIVA/                 DENOMINAÇÃO                 CRITÉRIO
                                       DISCURSO
 S1            Aquisição                Transitiva              Crença/Libertação         Competência
 S2            Aquisição                Reflexiva        Conhecimento/Libertação          Performance
Esses programas narrativos organizam em percursos narrativos que segundo Barros,
consiste numa sequência de programas narrativos de tipos diferentes (de competência e de
performance), relacionados por pressuposição simples 9.

       Em virtude do caráter virtualizado do S2, dedica-se esta seção para o percurso
narrativo do S1. Sendo o S1 o destinador, este pode ser destinador-manipulador ou
destinador-julgador. Decerto, embasado no nosso corpus, o S1 é, mormente, um destinador-
manipulador, pois não há sanção visível no trecho.

       A manipulação meneada pelo S1 se edifica em duas etapas. Na primeira, há a
atribuição de competência, pois é vital que o sujeito-operador (S2) creia nos valores do
destinador, ou por ele, determinadas, objetivando que este se deixe manipular. Quando S1
declara seu nome, reforçando seu teor de unicidade e absoluto, faze-o almejando
sedimentar a crença de S2, quanto sua existência e confortá-lo para a libertação do S3.

       Num segundo plano, ocorre a manipulação propriamente dita, na doação dos valores
modais (dever-fazer) expressa claramente nos trechos: “... Eis como responderá aos
israelitas... Assim falarás aos israelitas...”. Com efeito, S1 concede a resposta a S2 para que
este opere o papel por aquele delegado.

       Nesse permeio, oportunamente, temos como tipicidade de manipulação mais
evidente, a intimidação. O modo incisivo e redundante da resposta e a própria condição de
divino do S1, são indicadores pontuais da intimidação que S1 lança a S2. Contudo, numa
leitura mais visceral e pormenorizada, emerge, discretamente, a manipulação por tentação.
O S2 vislumbra o seu futuro como consequência do contrato fiduciário e a realização da
missão demandada pelo S1. Cabe recordar, que essa última análise está consubstanciada na
pressuposição lógica.

       Apesar da ofuscação por parte da condição de S1 como sujeito-manipulador, o vulto
de sujeito-julgador está presente. Manifesta-se a sanção cognitiva ou interpretativa
materializada uma auto-sanção, de Deus (S1) para consigo mesmo. Ao enunciar “Eu sou o
que sou”, S1 reafirma sua própria existência, dirimindo demais interpretações, bem como,
reconhece a si próprio como único e infinitamente temporal.




    9 BARROS, 2000, p. 89
2. SEMÂNTICA NARRATIVA

   Nessa seção, a vertente analítica se avoluma com o bojo da modalização que segundo
Barros, refere-se à determinação que modifica a relação do sujeito com os valores
(modalização do ser) ou que qualifica a relação do sujeito com o seu fazer (modalização do
fazer) 10. As duas formas de modalização ocorrem nosso texto, explicitando outros aspectos
que contribuem para uma abordagem mais proeminente.

   No tocante a modalização do ser, saltam-nos as modalidades virtualizantes e as
atualizantes (instaura o sujeito). As modalidades virtualizantes presentes são o querer-fazer
(S2 aspira conceder uma denominação do S1 ao S3) e dever-fazer (S1 ordena a S2, propagar ao
S3 a resposta que ele proferiu). Quanto às modalidades atualizantes, há o saber-fazer (S2
após a obtenção do nome de S1, saberá como proceder perante o S3).

   Na esfera da modalização do ser, figura a modalização veridictória - um estado
verdadeiro quando um sujeito diferente do sujeito modalizado o diz verdadeiro – o S1
demonstra-se parecer e constitui um ser (imanência), e a modalização do querer (S2 quer
conhecer o nome de S1 a fim de confirmar seu amparo e dirimir sua insegurança, S1 quer
sedimentar a crença de S2 para consigo e libertar o S3), saber (S2 detém o saber do nome de
S1), dever (provido do conhecimento do nome de S1, S2 deve cumprir sua missão) e poder
(Detendo o apoio de S1, S2 está apto a libertar o S3).

   Vale enfocar que o objeto modalizador capital empregado pelo S1 para consolidar seu
propósito fora a voz.



   3. SEMÂNTICA DISCURSIVA

   Enveredando-nos numa observação mais exacerbada, o passo seguinte incorre na
determinação das leituras possíveis do texto, as pluriisotopias, ou seja, ocorrência de várias
interpretações. Habilmente, podemos identificar no nosso texto, sobretudo, a isotopia
temática que decorre da repetição de unidades semânticas abstratas, conduzindo a uma
coerência textual. Essa isotopia se exibe nos termos “sou”, “Deus”, e viabilizam a confecção
do seguinte quadrado, incitando e aclarando as relações das oposições.




    10 BARROS, 2000, p. 88
UNICIDADE                                                 PLURALIDADE




                NÃO-PLURALIDADE                                             NÃO-UNICIDADE



      Representativamente, as linhas uniformes com setas conotam relações de contraditórios,
as linhas, tão-só, uniformes simbolizam as relações entre complementares e as linhas
tracejadas com setas inerem a relação entre termos contrários.

      Com efeito, recorrendo a sequência lógica para o encontro da isotopia geral, teremos:

               PLURALIDADE                     NÃO-PLURALIDADE                       UNICIDADE

      Essa dimensão de unicidade, de afirmação e reconhecimento de si próprio, fica ainda
mais nítida no formato cíclico da expressão “... Eu sou o que sou...”.




                                        SOU                 SOU




      Apoiado na prática da embreagem e desembreagem da semiótica Greimasiana, ou seja,
visualizando superficialmente o contexto e retornando ao escopo de análise, verificamos
que o ideal de unicidade para as divindades da época era raro. Diferente de outras culturas
que acreditavam na existência de vários deuses (politeísmo) - como o povo grego -, essa
natureza de singularidade, nasce com os israelitas, de certo modo, para fomentar a união do
povo disperso, inseguro e impotente religiosamente.

       Embasado nessa perspectiva, percebemos que, realmente, S1 parte das parcialidades -
isotopias de divinização – para a unicidade divina. As isotopias de divinização desaguam
assim num único sentido máximo, a identidade11 consumada de S1. Essa identidade reflete a
essência de Deus, a definição da personalidade e da totalidade do ser, absoluto e não
contraditório, um verdadeiro axioma12.


 11 Na lógica, o princípio da identidade é uma das três leis básicas do raciocínio para Aristóteles, se expressa
 pela fórmula “A=A”, ou seja, todo objeto é igual a si mesmo. (JAPIASSÚ & MARCONDES, 2006, p.140)

 12   Proposição evidente em si mesma e indemonstrável. (JAPIASSÚ & MARCONDES, 2006, p. 23)
DEUS DE JACÓ
                 JAVÉ                                     DEUS DE ABRAÃO


                                         DEUS “SOU”


      DEUS DE VOSSSO PAIS                                 DEUS DE ISAAC


  A condição absoluta de Deus representa nenhuma restrição ou mácula, o princípio da
existência, pessoal e distinto do mundo, é em si e por si, independentemente de qualquer
outra coisa, possuindo em si mesmo sua própria razão de ser, não comportando nenhum
limite e sendo considerado independentemente de toda relação com um outro13.

  Desse modo, Deus exibe-se perfeito, com uma identidade completa e acabada, alicerçada
em todos os predicados inerentes e vitais à sua natureza, substancialmente idêntico a esta,
ou seja, na sua plenitude, um gozo experimentado tão-somente por uma divindade. O bojo
da totalidade de Deus, oportunamente, enquadra-se como aquilo que contém de tal forma o
que contém que forma uma unidade14.

  Logo, aceticamente, podemos inferir que a isotopia geral do texto repercute na
identidade consumada de Deus, acabada, perfeita, absoluta e totalizadora. A unicidade de
Deus é resultado, portanto, da sua identidade definida.




   4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

       O bojo analítico da semiótica nos propõe interpretar os textos consoante uma
metodologia criteriosa e minuciosa. No discorrer do estudo do nosso corpus, empregamos
conceitos e aspectos dessa metodologia (sintaxe narrativa, semântica narrativa e a
semântica discursiva) que nos nortearam a leituras mais precisas e ricas do texto, sem nos
atermos exacerbadamente no contexto. O valor da postura semiótica, portanto, incorre
nesse aspecto.

       As relações entre os sujeitos acentuaram o caráter significativo máximo do texto, a
identidade consumada de Deus que utiliza de meios variados para comprovar sua unicidade



 13 JAPIASSÚ & MARCONDES,   2006, p.1

 14 JAPIASSÚ & MARCONDES,   2006, p. 268
existencial, sua condição de absoluto e perfeito para Moisés a fim de promover a libertação
do povo israelita.

REFERÊNCIAS

BARROS, Diana Luiz Pessoa. Teoria semiótica do texto. São Paulo, ática, 2000.

JAPIASSÚ, Hilton & MARCONDES, Danilo. Dicionário básico de filosofia. Rio de janeiro, Zahar,
2006.

CARDOSO, Joel. Introdução à semiótica. UFPA.

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DEUS E SUA UNICIDADE

  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ – UFOPA CENTRO DE FORMAÇÃO INTERDISCIPLINAR - CFI JORGE KYSNNEY SANTOS KAMASSURY - TURMA T5 kamassury@gmail.com Orientador: Dr. Valdenildo dos Santos DEUS E SUA UNICIDADE: UMA ABORDAGEM SEMIÓTICA O referente artigo tem por intento pontual menear uma análise, sob uma perspectiva semiótica, de uma das mais famosas passagens bíblicas, na qual Moisés indaga a Deus, o verdadeiro nome da sua divindade. Dentre as correntes de estudos semióticos, atrelar-me- ei à Escola de Paris, liderada proficientemente por Algirdas Julien Greimas. O corpus de estudo serão os versículos 13 a 15, do capítulo 3, pertencente ao livro Êxodo (Velho Testamento). O ineditismo desse estudo incorre na metodologia criteriosa e paulatina e os enfoques que a análise semiótica aplica a fim de extrair interpretações coerentes e minuciosas do texto em estudo, que por sua vez, não devem estar enleivadas, necessariamente, por alguma (s) corrente(s) de cunho especulativo ou religioso. Cardoso reforça essa visão enunciando que para uma análise de teor semiótico, são consideradas as diferentes etapas na realização discursiva, etapas que consideram desde a superficialidade de um discurso até as suas estruturas mais específicas e fundamentais¹. Ansiando nosso plano interpretativo, a priori, ancorar-me-ei numa abordagem mais estrutural do texto, avaliando aspectos da sintaxe narrativa, semântica narrativa e a semântica discursiva (coerência textual e estruturas fundamentais). A posteriori descreverei as observações que corroboram a isotopia² de unicidade fortemente presente nas palavras do narrador textual. 1. SINTAXE NARRATIVA De posse do corpus em análise podemos definir e estabelecer descrições semióticas acerca do corpus. Ademais, para fins de assimilação e ilustração recorrerei ao seguinte elenco de símbolos semióticos para desenvolver o estudo: 1 CARDOSO, p.3 2 Reiteração de quaisquer unidades semânticas (repetição de temas ou recorrência de figuras) no discurso, o que assegura sua linha sintagmática e sua coerência semântica. (BARROS, 2000, p. 87).
  • 2. S1: sujeito destinador, actante narrativo que determina os valores em jogo e que dota o destinatário-sujeito da competência modal necessário ao fazer (destinador- manipulador) e o sanciona, recompensando-o ou punindo-o pelas ações realizadas (destinador-julgador)3. Portanto, no nosso caso, esse sujeito concerne à figura de Deus;  S2: sujeito destinatário-operador, actante narrativo manipulado pelo destinador, de quem recebe a competência modal ao fazer e é por ele reconhecido, julgado e punido ou recompensado, segundo as ações que realizou4. Pelo proposto, esse sujeito é representado por Moisés (virtualizado);  S3: representa a quem realmente se direciona a proposta do sujeito-destinador. Perspicazmente, materializam-se na figura do povo israelita (está virtualizado);  PN (programa narrativo): sintagma elementar da narrativa, quem integra estados e transformações, e que se define como um enunciado de fazer que rege um enunciado de estado5. Observamos, portanto que o PN primordial é a libertação do povo israelita;  OV (objeto de valor): objeto determinado pelas aspirações e projetos do sujeito, por seus valores, em suma6. Salta-nos a aspiração de Deus em adquirir a crença de Moisés para realizar a missão;  Valor: o termo de uma categoria semântica, selecionada e investida em um objeto com o qual o sujeito mantenha uma relação. É a relação com o sujeito que define o valor7.  → : transformação, nessa análise implica no enunciado de fazer;  ∩ (junção): relação que determina o estado, a situação do sujeito em relação a um objeto qualquer8. Notoriamente, reflete o anseio de Deus para adquirir a fé de Moisés. De posse desses termos e definições, podemos iniciar a nossa abordagem semiótica. A seguir está esboçado o fluxo do PN do S1. 3 BARROS, 2000, p. 85 4 BARROS, 2000, p. 85 5 BARROS, 2000, p. 89 6 BARROS, 2000, p. 88 7 BARROS, 2000, p.90 8 BARROS, 2000, p.19
  • 3. PN de competência Atores distintos Aquisição Valores modais F (libertar o povo) [s1(Deus) →s2(Moisés) ∩ Ov (proferir seu nome e adquirir a crença de Moisés)] Alerta-se aqui, que o PN de Moisés (S2) assume uma configuração virtualizada, ao passo que inferimos por pressuposição lógica que esse concretiza. O PN do S2 apresenta o seguinte fluxo. Valores PN de performance Um único Ator Aquisição descritivos F (possuir a resposta para realizar a missão) [s2 (Moisés) →s2 (Moisés) ∩ Ov (o nome de Deus e realizar a missão)] Esmiuçando o PN de S1, percebemos que a transformação resulta num conjunto entre o sujeito e o objeto-valor, e porquanto, assume a tipicidade de um programa de aquisição, na qual Deus ao conceder a resposta a Moisés visa, concomitantemente, afirmar a crença de Moisés para consigo. Como a relação narrativa ocorre, essencialmente, entre dois sujeitos S1 (sujeito do fazer) e S2 (sujeito do estado), ela é transitiva. O critério tipológico é a competência, haja vista que S1 doa a resposta (um valor modal) a S2 (sujeito de estado). Quanto ao PN de S2, inferimos que se trata também de um programa de aquisição, S2 anseia o nome de S1 para realizar sua missão; porém, sua relação narrativa é reflexiva: S 1 de posse da resposta de S2 se tornará apto a cumprir sua função. Abaixo segue um quadro comparativo para demonstrar as características dos programas narrativos de S1 e S2. CARACTERIZAÇÃO DO PROGRAMA NARRATIVO RELAÇÃO NATUREZA DA FUNÇÃO NARRATIVA/ DENOMINAÇÃO CRITÉRIO DISCURSO S1 Aquisição Transitiva Crença/Libertação Competência S2 Aquisição Reflexiva Conhecimento/Libertação Performance
  • 4. Esses programas narrativos organizam em percursos narrativos que segundo Barros, consiste numa sequência de programas narrativos de tipos diferentes (de competência e de performance), relacionados por pressuposição simples 9. Em virtude do caráter virtualizado do S2, dedica-se esta seção para o percurso narrativo do S1. Sendo o S1 o destinador, este pode ser destinador-manipulador ou destinador-julgador. Decerto, embasado no nosso corpus, o S1 é, mormente, um destinador- manipulador, pois não há sanção visível no trecho. A manipulação meneada pelo S1 se edifica em duas etapas. Na primeira, há a atribuição de competência, pois é vital que o sujeito-operador (S2) creia nos valores do destinador, ou por ele, determinadas, objetivando que este se deixe manipular. Quando S1 declara seu nome, reforçando seu teor de unicidade e absoluto, faze-o almejando sedimentar a crença de S2, quanto sua existência e confortá-lo para a libertação do S3. Num segundo plano, ocorre a manipulação propriamente dita, na doação dos valores modais (dever-fazer) expressa claramente nos trechos: “... Eis como responderá aos israelitas... Assim falarás aos israelitas...”. Com efeito, S1 concede a resposta a S2 para que este opere o papel por aquele delegado. Nesse permeio, oportunamente, temos como tipicidade de manipulação mais evidente, a intimidação. O modo incisivo e redundante da resposta e a própria condição de divino do S1, são indicadores pontuais da intimidação que S1 lança a S2. Contudo, numa leitura mais visceral e pormenorizada, emerge, discretamente, a manipulação por tentação. O S2 vislumbra o seu futuro como consequência do contrato fiduciário e a realização da missão demandada pelo S1. Cabe recordar, que essa última análise está consubstanciada na pressuposição lógica. Apesar da ofuscação por parte da condição de S1 como sujeito-manipulador, o vulto de sujeito-julgador está presente. Manifesta-se a sanção cognitiva ou interpretativa materializada uma auto-sanção, de Deus (S1) para consigo mesmo. Ao enunciar “Eu sou o que sou”, S1 reafirma sua própria existência, dirimindo demais interpretações, bem como, reconhece a si próprio como único e infinitamente temporal. 9 BARROS, 2000, p. 89
  • 5. 2. SEMÂNTICA NARRATIVA Nessa seção, a vertente analítica se avoluma com o bojo da modalização que segundo Barros, refere-se à determinação que modifica a relação do sujeito com os valores (modalização do ser) ou que qualifica a relação do sujeito com o seu fazer (modalização do fazer) 10. As duas formas de modalização ocorrem nosso texto, explicitando outros aspectos que contribuem para uma abordagem mais proeminente. No tocante a modalização do ser, saltam-nos as modalidades virtualizantes e as atualizantes (instaura o sujeito). As modalidades virtualizantes presentes são o querer-fazer (S2 aspira conceder uma denominação do S1 ao S3) e dever-fazer (S1 ordena a S2, propagar ao S3 a resposta que ele proferiu). Quanto às modalidades atualizantes, há o saber-fazer (S2 após a obtenção do nome de S1, saberá como proceder perante o S3). Na esfera da modalização do ser, figura a modalização veridictória - um estado verdadeiro quando um sujeito diferente do sujeito modalizado o diz verdadeiro – o S1 demonstra-se parecer e constitui um ser (imanência), e a modalização do querer (S2 quer conhecer o nome de S1 a fim de confirmar seu amparo e dirimir sua insegurança, S1 quer sedimentar a crença de S2 para consigo e libertar o S3), saber (S2 detém o saber do nome de S1), dever (provido do conhecimento do nome de S1, S2 deve cumprir sua missão) e poder (Detendo o apoio de S1, S2 está apto a libertar o S3). Vale enfocar que o objeto modalizador capital empregado pelo S1 para consolidar seu propósito fora a voz. 3. SEMÂNTICA DISCURSIVA Enveredando-nos numa observação mais exacerbada, o passo seguinte incorre na determinação das leituras possíveis do texto, as pluriisotopias, ou seja, ocorrência de várias interpretações. Habilmente, podemos identificar no nosso texto, sobretudo, a isotopia temática que decorre da repetição de unidades semânticas abstratas, conduzindo a uma coerência textual. Essa isotopia se exibe nos termos “sou”, “Deus”, e viabilizam a confecção do seguinte quadrado, incitando e aclarando as relações das oposições. 10 BARROS, 2000, p. 88
  • 6. UNICIDADE PLURALIDADE NÃO-PLURALIDADE NÃO-UNICIDADE Representativamente, as linhas uniformes com setas conotam relações de contraditórios, as linhas, tão-só, uniformes simbolizam as relações entre complementares e as linhas tracejadas com setas inerem a relação entre termos contrários. Com efeito, recorrendo a sequência lógica para o encontro da isotopia geral, teremos: PLURALIDADE NÃO-PLURALIDADE UNICIDADE Essa dimensão de unicidade, de afirmação e reconhecimento de si próprio, fica ainda mais nítida no formato cíclico da expressão “... Eu sou o que sou...”. SOU SOU Apoiado na prática da embreagem e desembreagem da semiótica Greimasiana, ou seja, visualizando superficialmente o contexto e retornando ao escopo de análise, verificamos que o ideal de unicidade para as divindades da época era raro. Diferente de outras culturas que acreditavam na existência de vários deuses (politeísmo) - como o povo grego -, essa natureza de singularidade, nasce com os israelitas, de certo modo, para fomentar a união do povo disperso, inseguro e impotente religiosamente. Embasado nessa perspectiva, percebemos que, realmente, S1 parte das parcialidades - isotopias de divinização – para a unicidade divina. As isotopias de divinização desaguam assim num único sentido máximo, a identidade11 consumada de S1. Essa identidade reflete a essência de Deus, a definição da personalidade e da totalidade do ser, absoluto e não contraditório, um verdadeiro axioma12. 11 Na lógica, o princípio da identidade é uma das três leis básicas do raciocínio para Aristóteles, se expressa pela fórmula “A=A”, ou seja, todo objeto é igual a si mesmo. (JAPIASSÚ & MARCONDES, 2006, p.140) 12 Proposição evidente em si mesma e indemonstrável. (JAPIASSÚ & MARCONDES, 2006, p. 23)
  • 7. DEUS DE JACÓ JAVÉ DEUS DE ABRAÃO DEUS “SOU” DEUS DE VOSSSO PAIS DEUS DE ISAAC A condição absoluta de Deus representa nenhuma restrição ou mácula, o princípio da existência, pessoal e distinto do mundo, é em si e por si, independentemente de qualquer outra coisa, possuindo em si mesmo sua própria razão de ser, não comportando nenhum limite e sendo considerado independentemente de toda relação com um outro13. Desse modo, Deus exibe-se perfeito, com uma identidade completa e acabada, alicerçada em todos os predicados inerentes e vitais à sua natureza, substancialmente idêntico a esta, ou seja, na sua plenitude, um gozo experimentado tão-somente por uma divindade. O bojo da totalidade de Deus, oportunamente, enquadra-se como aquilo que contém de tal forma o que contém que forma uma unidade14. Logo, aceticamente, podemos inferir que a isotopia geral do texto repercute na identidade consumada de Deus, acabada, perfeita, absoluta e totalizadora. A unicidade de Deus é resultado, portanto, da sua identidade definida. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS O bojo analítico da semiótica nos propõe interpretar os textos consoante uma metodologia criteriosa e minuciosa. No discorrer do estudo do nosso corpus, empregamos conceitos e aspectos dessa metodologia (sintaxe narrativa, semântica narrativa e a semântica discursiva) que nos nortearam a leituras mais precisas e ricas do texto, sem nos atermos exacerbadamente no contexto. O valor da postura semiótica, portanto, incorre nesse aspecto. As relações entre os sujeitos acentuaram o caráter significativo máximo do texto, a identidade consumada de Deus que utiliza de meios variados para comprovar sua unicidade 13 JAPIASSÚ & MARCONDES, 2006, p.1 14 JAPIASSÚ & MARCONDES, 2006, p. 268
  • 8. existencial, sua condição de absoluto e perfeito para Moisés a fim de promover a libertação do povo israelita. REFERÊNCIAS BARROS, Diana Luiz Pessoa. Teoria semiótica do texto. São Paulo, ática, 2000. JAPIASSÚ, Hilton & MARCONDES, Danilo. Dicionário básico de filosofia. Rio de janeiro, Zahar, 2006. CARDOSO, Joel. Introdução à semiótica. UFPA.