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5º Encontro Internacional
de História ColonialCultura, Escravidão e Poder na Expansão Ultramarina, Séculos XVI ao XIX
Universidade Federal de Alagoas
Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Artes
Curso de História
Grupo de Estudos América Colonial
19 a 22 de agosto de 2014
Massayó, Comarca das Alagoas
CADERNO DE RESUMOS
Maceió, 2014
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
Reitor
Eurico de Barros Lôbo Filho
Vice-reitora
Rachel Rocha de Almeida Barros
Diretora da Edufal
Maria Stela Torres Barros Lameiras
Conselho Editorial Edufal
Maria Stela Torres Barros Lameiras (Presidente)
Anderson de Alencar Menezes
Bruno César Cavalcanti
Cícero Péricles de Oliveira Carvalho
Eurico Eduardo Pinto de Lemos
Fernando Antônio Gomes de Andrade
Janaína Xisto de Barros Lima
José Ivamilson Silva Barbalho
Roseline Vanessa Oliveira Machado
Simoni Plentz Meneghetti
	 Coordenação Editorial:	 Fernanda Lins
	 Revisão ortográfica:	 Antonio Felipe P. Caetano
	 Capa e diagramação:	 Edmilson Vasconcelos
	 Supervisão gráfica:	 Márcio Roberto Vieira de Melo
Catalogação na fonte
Universidade Federal de Alagoas
Biblioteca Central – Divisão de Tratamento Técnico
Bibliotecária Responsável: Valter dos Santos Andrade
E56	 Encontro Internacional de História Colonial (5 : 2014 : Maceió, AL).
		 Caderno de resumos do 5º Encontro Internacional de História Colonial:
	 Cultura, escravidão e poder na expansão ultramarina, século XVI ao XIX.
	 Maceió, 19 a 22 de agosto de 2014 / organizadores: Antonio Felipe P. Caetano,
	 Gian Carlo de Melo Silva. – Maceió: EDUFAL, 2014.
		 173 p.
		 1. História – Congressos. 2. Brasil – História – Período colonial, 1500-1822.
	 I. Caetano, Antonio Felipe pereira, org. II. Silva, Gian Carlo de Melo, org.
	 III. Universidade Federal de Alagoas. IV. Instituto de Ciências Humanas,
	 Comunicação e Artes. V. Curso de História. VI. Grupo de Estudos América
	 Colonial. VII. Títulos.
CDU: 981.02/.034
ISBN 978-857177-844-3
Direitos desta edição reservados à
Edufal - Editora da Universidade Federal de Alagoas
Centro de Interesse Comunitário (CIC)
Av. Lourival Melo Mota, s/n - Campus A. C. Simões
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Editora afiliada:
COMISSÃO ORGANIZADORA
Alex Rolim Machado
Antonio Filipe Pereira Caetano
Arthur Almeida Santos de Carvalho Curvelo
Dimas Bezerra Marques
Gian Carlo de Melo Silva
Lanuza Maria Carnaúba Pedrosa
COMISSÃO CIENTÍFICA
Acácio Jose Lopes Catarino – Universidade Federal da Paraíba
Antonio Filipe Pereira Caetano – Universidade Federal de Alagoas
Fátima Martins Lopes – Universidade Federal do Rio Grande do Norte
George Félix Cabral de Souza – Universidade Federal de Pernambuco
Gian Carlo de Melo Silva – Universidade Federal de Alagoas
Kalina Vanderlei Silva – Universidade de Pernambuco
Maria Emilia Monteiro Porto – Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Márcia Eliane Alves de Sousa Mello – Universidade Federal do Amazonas
Pollyanna Gouveia Mendonça Muniz – Universidade Federal do Maranhão
Ricardo Pinto de Medeiros – Universidade Federal de Pernambuco
Rafael Chambouleyron – Universidade Federal do Pará
Suely Creusa Cordeiro de Almeida – Universidade Federal Rural de Pernambuco
SECRETARIA DO EVENTO
Gian Carlo de Melo Silva – Universidade Federal de Alagoas
CADERNO DE RESUMOS
Antonio Filipe Pereira Caetano – Universidade Federal de Alagoas
ÍNDICE
Apresentação................................................................................................................................................................7
Programação ............................................................................................................................................................... 9
Distribuição das Salas ..............................................................................................................................................11
Simpósio Temático 1 ..............................................................................................................................................13
Arquitetar o discurso: artes, literatura e arquitetura nos espaços coloniais
Simpósio Temático 2 .............................................................................................................................................22
Clero, Religiosidade e Inquisição no Espaço Ibero-americano (séculos XVI-XIX)
Simpósio Temático 3 .............................................................................................................................................36
Contrabando, descaminhos e ilicitudes na América Portuguesa
Simpósio Temático 4 .............................................................................................................................................46
Conquistar e Defender: os militares na construção da América Portuguesa
Simpósio Temático 5 .............................................................................................................................................53
Cultura e Educação na América Portuguesa
Simpósio Temático 6 .............................................................................................................................................62
Cultura Política e Hierarquias Sociais no Antigo Regime Português
Simpósio Temático 7 .............................................................................................................................................75
Elites, Trajetórias e Estratégias nos Impérios Coloniais Ibéricos
Simpósio Temático 8 .............................................................................................................................................88
Fronteiras e Relações Transfronteiriças na América Colonial
Simpósio Temático 9 .............................................................................................................................................96
Impérios Ibéricos no Antigo Regime: política, sociedade e cultura
Simpósio Temático 10 ...........................................................................................................................................111
Jesuítas, modernidade e colonialismo: Américas, Ásia e África
Simpósio Temático 11 ...........................................................................................................................................121
Magistraturas Ultramarinas: administração da justiça e poderes locais no Brasil colonial
Simpósio Temático 12 .........................................................................................................................................129
Os Agentes das ”Dinâmicas de Mestiçagens” na Ibero-América, séculos XV a XIX
Simpósio Temático 13 .........................................................................................................................................140
Populações e Famílias na América Ibérica: pluralidades por desvendar
Simpósio Temático 14 .........................................................................................................................................148
Revoltas, Lutas Políticas e Inconfidências no Brasil Colonial: episódios e interpretações
Apresentação de Posteres ...........................................................................................................................152
Anotações ................................................................................................................................................................164
APRESENTAÇÃO
Criado em 2006, na Capitania da Paraíba,
o Encontro Nordestino de História Colonial
tinha como pressuposto discutir as temáticas
concernentes à experiência colonial em suas mais
diversas localidades americanas e, por que não
dizer, africanas e asiáticas na Época Moderna.
Realizado a cada dois anos, em 2008, o
mesmo já estava na Capitania do Rio Grande
Norte, local onde se tornou Internacional por
sua vasta abrangência de temáticas e, sobretudo,
pela grande participação de pesquisadores e
professores de outros países. Tal feito não só
consolidou no território nacional a atividade
de extensão, como se tornou um ponto de
parada obrigatória de toda nau estrangeira
que visava  atracar nos estudos coloniais da
modernidade.
De lá para cá, o EIHC já passou pelas
capitanias de Pernambuco e pelo antigo Estado
do Maranhão e Grão-Pará, mas especificamente
na Capitania do Pará. Divulgando pesquisas,
trocando experiências, promovendo debates
científicos e, mais do que isso, consolidando os
estudos sobre o mundo colonial, este evento, em
2014, retorna à Capitania de Pernambuco! No
entanto, por conta de sua vastidão, a localidade
escolhida para este momento era aquela
denominada de “as parte do sul” ou, a partir de
1712, a Comarca das Alagoas.
A criação desta nova jurisdição somente
atestava a especificidade e a diferença que as
localidades do “sul da Capitania de Pernambuco”
tinham em relação às Vilas de Olinda e Recife.
Assim, dentro da comarca três vilas se destacam:
a Vila de São Francisco de Penedo, considerada
pelos agentes coloniais a mais “selvagem”; a Vila
de Porto Calvo, com características similares
ao mundo açucareiro da sede da capitania; e a
Vila de Santa Maria Magdalena Alagoas do Sul,
considerada importante por sua centralidade
e pelos portos do Francês e Jaraguá escoarem a
produção local.
Fora justamente nesta última vila que se
sediou a “cabeça da Comarca”, hegemonizando
o território e nomeando o que, em 1817, após a
insurreição pernambucana, se convencionou
chamar de Capitania/Província das Alagoas.
Se foi traíra naquele momento à causa dos
insubordinados pernambucanos, pouco
importa! O que se destaca, naquele episódio, é
a concretização da demarcação de um espaço
diferenciado dentro da capitania, com vida
própria,  com atividades camarária específicas,
com uma economia consolidada e com súditos
portugueses que não se afinavam mais com a
sede da Capitania de Pernambuco!
Enfim, é neste espaço reconhecidamente
lembrado pelo banquete feito pelos índios caétes
ao Bispo Fernandes Sardinha, pelo celebre
personagem de Calabar no período flamengo e
pelos habitantes Mocambos de Palmares que
ocorrerá o V ENCONTRO INTERNACIONAL
DE HISTÓRIA COLONIAL. Por conta disso, a
temática proposta não podia ser diferente:
CULTURA, ESCRAVIDÃO E PODER NA
EXPANSÃO ULTRAMARINA (SÉCULOS XVI AO
XIX). Com 2 conferências, 9 mesas redondas, 14
simpósios temáticos e 11 minicursos, o encontro
se vislumbra como o maior de sua história.
Por tudo isso, as páginas que se seguem
apontam o crescimento da produção na área
colonial e a consolidação de um nicho de
pesquisa que só tende a demonstrar a grandeza
da pesquisa história no Brasil e demais áreas
ultramarinas.
Maceió, julho de 2014
Antonio Filipe Pereira Caetano
Gian Carlo de Melo Silva
PROGRAMAÇÃO
Todas as atividades serão realizadas no Centro de Convenções Ruth Cardoso
19 de agosto de 2014
09:00-12:00 – Credenciamento. Local: Hall
12:00-14:00 – Almoço
14:00-18:00 – Simpósios Temáticos. Local: Salas Temáticas
19:00-21:00 – Conferência de Abertura: Maria Beatriz Nizza da Silva.
20 de agosto de 2014
09:00-10:30 – Minicursos. Local: Salas Temáticas
10:30-12:00 – Mesas Redondas. Local: Salas Temáticas
12:00-14:00 – Almoço
14:00-18:00 – Simpósios Temáticos. Local: Local: Salas Temáticas
19:00-21:00 – Jantar de adesão
21 de agosto de 2014
09:00-10:30 – Minicursos. Local: Salas Temáticas
10:30-12:00 – Mesas Redondas. Local: Salas Temáticas
12:00-14:00 – Almoço
14:00-18:00 – Simpósios Temáticos. Local: Salas Temáticas
19:00-21:00 – Lançamento de Livros. Local: Salas Temáticas
22 de agosto de 2014
09:00-10:30 – Minicursos. Local: Salas Temáticas
10:30-12:00 – Mesas Redondas. Local: Salas Temáticas
12:00-14:00 – Almoço
14:00-18:00 – Simpósios Temáticos/Banners/Reunião Administrativa
19:00-21:00 – Conferência de Encerramento: Stuart B. Schwartz
DISTRIBUIÇÃO DAS SALAS
Atividades Nome Dia/Local
Conferências
Abertura: Maria Beatriz Nizza da Silva Auditório Central
Encerramento: Stuart Schwartz Auditório Central
Mesas Redondas
01: Agentes das Dinâmicas Coloniais: comércio, circulação e construção de
sociabilidades na América Portuguesa (séculos XVI-XVIII)
21/08 - Sala Explosão Estelar
02: Caminhos de Pesquisa sobre Cultura Material na América Portuguesa 21/08 - Auditório B
03: “Dinâmicas de Mestiçagens”: um conceito para a Ibero-América 20/08 - Auditório B
04: Espaço e relações sociais na América Portuguesa 20/08 - Sala Explosão Estelar
05: Inquisição e Cristãos-novos no Brasil e na Europa Moderna 22/08 - Sala Explosão Estelar
06: O Atlântico Sul na Imaginação Imperial Portuguesa: crônicas, cartografias, corpos
e outras inscrições
22/08 - Auditório B
07: O Brasil na Monarquia Hispânica: dinâmicas políticas e mercantis em tempos de
transversalidades culturais (1580-1640)
20/08 - Sala Universidade
08: Pelos Labirintos do Brasil Holandês: Religiosidade, Guerra, Paisagem Política e
Vida Escrava em Tempos de Ocupação
22/08 - Sala Universidade
09: Repensando Espaços e Protagonistas: a Companhia de Jesus na América ibérica colonial 21/08 - Sala Universidade
Simpósios Temáticos
01: Arquitetar o discurso: artes, literatura e arquitetura nos espaços coloniais Sala Lâmpada Elétrica
02: Clero, Religiosidade e Inquisição no Espaço Ibero-americano (séculos XVI-XIX) Sala Oxigênio
03: Contrabando, descaminhos e ilicitudes na América Portuguesa Sala Transistor
04: Conquistar e Defender: os militares na construção da América Portuguesa Sala Enciclopédia
05: Cultura e Educação na América Portuguesa Sala Televisão
06: Cultura Política e Hierarquias Sociais no Antigo Regime Português Sala Computador
07: Elites, Trajetórias e Estratégias nos Impérios Coloniais Ibéricos Sala Automóvel
08: Fronteiras e Relações Transfronteiriças na América Colonial Sala Sistema Binário
09: Impérios Ibéricos no Antigo Regime: política, sociedade e cultura Sala Quark
10: Jesuítas, modernidade e colonialismo: Américas, Ásia e África Sala Mineralogia
11: Magistraturas Ultramarinas: administração da justiça e poderes locais no Brasil
colonial
Sala Raios X
12: Os Agentes das ”Dinâmicas de Mestiçagens” na Ibero-América, séculos XV a XIX Sala Linguística
13: Populações e Famílias na América Ibérica: pluralidades por desvendar Sala Plástico
14: Revoltas, Lutas Políticas e Inconfidências no Brasil Colonial: episódios e
interpretações
Sala Avião
Minicursos
01: África revisitada: conceitos, fontes e métodos Sala Lâmpada Elétrica
02:  Arquitetura e natureza no período colonial: apontamentos para a pesquisa e o
ensino de história
Sala Enciclopédia
03: Histórias de Vida, Fragmentos Históricos: Percursos metodológicos e trajetórias
biográficas dos ouvidores na América portuguesa
Sala Sistema Binário
04:  História e Imagem em Frans Post: A Paisagem Política do Brasil Holandês na
Cultura Visual dos Países Baixos do Séc. XVII
Sala Raios X
05: História Indígena e História Ambiental na América Portuguesa: animais, plantas e
espaços de trocas, circulações e vivências socioambientais (séculos XVI- XIX)
Sala Computador
06: Inquisição e Jesuítas: relações e trajetórias na América e Índia portuguesas Sala Hereditariedade
07: O Comércio de Africanos para a Bahia Colonial Sala Mineralogia
08: O Uso do Atlas Digital da América Lusa Sala Plástico
09: Os Árcades Ultramarinos e suas Relações com o Universo Cultural e Político do
Império Português na Segunda Metade do Século XVIII
Sala Avião
10: Poder, resistência e necessidade: a monopolização dos serviços postais pela Coroa
na América Portuguesa (séculos XVII- XIX)
Sala Automóvel
Banners Apresentação de trabalhos de discentes
22/08 – Hall do Centro de
Convenções Ruth Cardoso
Lançamento de Livros Publicações 21/08 – Estande Edufal
Jantar de Adesão Confraternização 20/08 – Hotel Jatiúca
Reunião Administrativa Discussão da sede do evento 2016 22/08 – Sala EIHC
SIMPÓSIO TEMÁTICO 1
Arquitetar o discurso: artes, literatura e arquitetura nos espaços coloniais
Coordenadores: Roberta Guimarães Franco (Universidade Federal de Lavras) & 
João Henrique dos Santos (Universidade Federal do Rio de Janeiro)
Dia 19 de agosto de 2014
A RESIDÊNCIA DE BREJO DE SANTO INÁCIO – UMA DAS TRÊS SEDES
ADMINISTRATIVAS DAS FAZENDAS JESUÍTICAS DO PERÍODO COLONIAL
PIAUIENSE, DEIXADAS POR MAFRENSE
Maria Betânia Guerra Negreiros Furtado
betaniaguerra@uol.com.br
Em 1711, com a morte de Domingos Afonso
Mafrense,osjesuítasdoColégiodaBahiatomaram
posse das fazendas que este havia deixado em
testamento para os inacianos no Piauí. Consta
que eram mais de 30 estabelecimentos rurais
localizados na região centro-sul do Estado.
Estas fazendas, divididas em grupos, eram
administradas pelos padres em residências que
funcionavam como sedes administrativas. Eram
três as residências no Piauí quando da expulsão
da ordem em 1760, Brejo de Santo Inácio, Brejo
de São João e Nazaré. Os jesuítas não mantinham
moradafixanoestado,umsuperioralipermanecia
para o gerenciamento das fazendas e catequese
da escassa população local. Era Brejo de Santo
Inácio a principal residência. As ruínas da casa
e capela que lhe serviu de sede foram demolidas
e em seu lugar, erguidas novas edificações. O
motivo e o porquê é o objeto deste artigo.
Um bracarense na Vila de São João Del Rei: A atuação de Francisco de
Lima Cerqueira na igreja de São Francisco de Assis
Patricia Urias
patriciauriasbh@hotmail.com
O presente resumo consiste numa abordagem
acerca do mestre de obras e arquiteto Francisco
de Lima Cerqueira, assim como sobre a sua
trajetória profissional na Capitania de Minas
Gerais, tendo como enfoque a sua atuação na
Vila de São João Del Rei1, sobretudo na igreja de
São Francisco Assis.
14CADERNODERESUMOS
A ARTE A SERVIÇO DA FÉ E DA COROA NA ARQUITETURA DA BELÉM COLONIAL E
SUAS RELAÇÕES COM A NATUREZA LOCAL
Domingos Sávio de Castro Oliveira
dscoliveira2008@gmail.com
É possível identificar na arte produzida em Belém
no século XVIII, dois momentos significativos
que, em geral, são estudados de forma separada
pela historiografia e historiografia da arte da
região. Tendo como marcos históricos a chegada
da Comissão Demarcadora de Limites, em 1753, e
a expulsão dos jesuítas, em 1759, é objetivo deste
artigo, fazer uma reflexão a respeito do que foi
produzido em termos de artes visuais nesses
períodos (pinturas de brutesco, esculturas,
talha, arquitetura), suas relações com a natureza
do local, os usos dos elementos dessa natureza e
suas simbologias, associados aos objetivos para
os quais essas artes eram produzidas, observando
analogias entre os dois momentos e traçando
paralelos entre eles. São analisados basicamente
os templos inaciano e carmelita e outros traça do
arquiteto italiano Antonio Landi que em Belém
viveu entre os anos de 1753 e 1791.
A linguagem da arquitetura religiosa expressa na iconografia
azulejar dos conventos franciscanos no nordeste do Brasil colonial
Ivan Cavalcanti Filho
icavalcantifilho@yahoo.com.br
Entre os recursos que os franciscanos utilizaram
como meio didático-pedagógico para a difusão
da fé católica, os painéis azulejares tiveram papel
de destaque, sobretudo numa sociedade colonial
onde a informação deveria estar consonante com
o discurso da Metrópole mediante a sistemática
do Padroado Régio. Neste contexto os frades
menores puderam, no século XVIII, prover suas
casas conventuais fundadas no nordeste do Brasil
de magníficos silhares de azulejos historiados,
alusivos a passagens bíblicas e a episódios da
vida de personagens vinculados à Ordem onde a
arquitetura religiosa via de regra compunha seu
cenário imagético. O objetivo do presente ensaio
é destacar a linguagem dos edifícios eclesiásticos
representados nesses painéis fazendo sua devida
conexão com o modelo de arquitetura religiosa
produzida na época e com o ideário a ele atrelado,
tanto sob o ponto de vista morfológico como
conceitual.
Capelas com planta centralizada: uma singular arquitetura dos
séculos XVII e XVIII no Nordeste do Brasil
Maria Berthilde Moura Filha
berthilde_ufpb@yahoo.com.br
Quatro capelas localizadas nos estados da
Bahia e Paraíba constituem o objeto de estudo
desta comunicação. Estas têm em comum as
seguintes características: foram edificadas entre
15 5ºEncontroInternacionaldeHistóriaColonial
o final do século XVI e o início do século XVIII;
estão situadas na área rural associadas a uma
casa senhorial ou um engenho de açúcar; foram
concebidas sob o partido de planta centralizada.
Considerando o reduzido número de exemplares
similares na arquitetura religiosa brasileira, estas
formam um conjunto singular sobre o qual se
investiga os caminhos que levaram à apropriação
detalpartidoarquitetônicoemumarealidadetão
distante dos centros de erudição, procedendo a
uma revisão da restrita literatura para buscar os
modelos de referência oriundos ora da “tradição”
portuguesa, ora da “erudição” da tratadística
presente em Portugal.
Os estudos de arquitetura de Francisco de Holanda
Rogéria Olimpio dos Santos
rogeriaolimpio@gmail.com
Em seu pequeno tratado Da fábrica que falece à
cidade de Lisboa concluído em 1571, o arquiteto,
pintor, tratadista e iluminador Francisco
de Holanda propõe a D. Sebastião uma
reestruturação urbanística de Lisboa segundo
os modelos antigos e modernos que viu, mediu
e desenhou com as próprias mãos durante
sua viagem a Itália, entre 1538 e 1541. Esses
desenhos, resultantes da viagem de estudos à
Itália efetuada sob as ordens de D. João III e
do Infante D. Luís com o objetivo de estudar a
arquitetura militar italiana e as obras de arte
antiga, são os que foram reunidos no Álbum
das Antigualhas. Este artigo é parte dos
estudos desenvolvidos para a tese intitulada
O Álbum das Antigualhas de Francisco de Holanda e
pretende analisar as propostas arquitetônicas
constantes do tratado de 1571 comparando-
as com os estudos realizados durante sua
viagem.
Mãos à obra: construtores e artistas durante a expansão urbana da
vila do Recife no setecentos
Renata Bezerra de Freitas Barbosa
renatabfb@hotmail.com
No século XVIII a então vila do Recife vivencia
uma intensa expansão urbana, extrapolando os
limites dos bairros do Recife e de Santo Antônio,
passando também a incrementar a ocupação de
outras localidades vizinhas. Essa dinâmica de
crescimento populacional e físico é acompanhada
de perto pelos setores ligados à construção e à
arte, que estimulados pelo aumento no número
de construções civis e religiosas dão início a
um movimento de organização profissional. E,
com isso, tentam estabelecer e/ou consolidar
hierarquias, contribuindo significativamente para
a dinâmica da vida social e igualmente para a vida
cultural da vila no setecentos. O presente artigo
possuicomoobjetivotratardainserçãodosartistas
e dos trabalhadores ligados à construção civil
neste contexto de expansão urbana vivenciado na
vila do Recife durante o século XVIII.
16CADERNODERESUMOS
Dia 20 de agosto de 2014
A arquitetura do açúcar na dinâmica colonial:
um estudo de três antigos engenhos de Alagoas
Catarina Agudo Menezes
catarina.agudo@usp.br
Entre as atividades econômicas que
caracterizaram a colonização do Brasil, a
produçãoecomercializaçãodeaçúcarfoiumadas
que mais se consolidaram em terras brasileiras,
principalmentenaregiãoNordeste.Estaatividade
demandou uma forma espacial bastante peculiar,
que marcou a paisagem brasileira, sobretudo
nos séculos XVII e XVIII, com a instalação de
vários engenhos de açúcar. Sob o enfoque de três
antigos engenhos de Alagoas – estado que até
os dias de hoje é permeado por vastos campos
de cana-de-açúcar e pontuado por diversas e
modernas usinas – o presente trabalho pretende
analisar como a materialidade destes complexos
produtivos se inseriu na dinâmica arquitetônica
colonial, bem como de que maneira seus atuais
remanescentes traduzem à contemporaneidade
aspectos técnicos, culturais e sociais de um Brasil
aparentemente remoto.
Urbanização em Vila Rica: estudos com técnicas de sistemas de
informação
Christiane Montalvão
chris.montalvao@hotmail.com
Esta comunicação busca apresentar a pesquisa
em andamento no âmbito do programa de
pós-graduação em História da Universidade
Federal de Juiz de Fora cujo objetivo é estudar
a distribuição da população urbana de Vila
Rica entre os fins do século XVIII e inícios do
século XIX por meio de técnicas componentes
do Sistema de Informação Geográfica (SIG).
A reunião de dados históricos e geográficos
permitirá a geração de mapas bi- ou
tridimensionais com os resultados obtidos.
O objetivo é produzir um mapa capaz de
reconstruir a dinâmica social e do espaço de
Vila Rica no período estabelecido.
Memórias entre relatos: a construção da paisagem às margens do Rio
Paraguaçu
Evelyne Enoque Cruz
evelyne_cruz@hotmail.com
Emsetratandodahistóriadaocupaçãoterritorial
do Brasil, partindo do estudo das gêneses das
vilas e cidades coloniais nordestinas, busca-se,
também,analisarodesenhourbanocolonialeseus
vínculos com a matriz portuguesa. A pesquisa se
volta a responder a indagações quanto a possíveis
modelos transplantados da Coroa para o Brasil.
Relatos de viajantes, um destes é Gabriel Soares
de Sousa, viajante inquietado pela paisagem, se
coloca a descrever com minúcias o que o olhar
colonizador destaca num relato datado em 1587.
O recorte estudado é a região do Rio Paraguaçu,
17 5ºEncontroInternacionaldeHistóriaColonial
no Recôncavo Baiano, na tentativa de criar links
entre as edificações aparentemente singulares e
isoladas ao longo da margem, mas que compõem
uma teia urbana. A pesquisa ganha corpo com a
participação de alguns agentes, que junto com o
próprio relato compõem as fontes inspiradoras
para a discussão que se propõe: palavras, imagens
e o sensível.
Textos, imagens e a criação de um signo chamado Vila
Roseline Vanessa Oliveira Machado
roselineoliveira@gmail.com
A instalação das primeiras vilas brasileiras de
colonização portuguesa seguiu algum modelo
predefinido? Partindo do pressuposto de que a
formação dos espaços habitados nesse contexto
carrega um procedimento de instalação que
atenta para as características do sítio, este artigo
consiste no estudo comparativo do desenho
urbano de seis vilas seiscentistas situadas na
então Capitania de Pernambuco. O estudo,
desenvolvido em nível de Doutorado, privilegiou
textoseimagenselaboradasduranteoséculoXVII
e teve como objetivo identificar os condicionantes
de instalação, reconhecer elementos chaves da
implantação das vilas e como estes se articulam na
definiçãodeseusdesenhosurbanos.Osresultados
obtidos revelaram que as vilas derivam de uma
série de gestos afirmativos da existência de uma
lógica comum de assentamento, na medida em
que apresentavam aspectos de ocupação e
estruturação urbana recorrentes.
AS CIDADES HISTÓRICAS E O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO NO BRASIL COLONIAL:
QUESTÕES E EMBATES
José Antônio de Sousa
saosilvestre31@gmail.com
As cidades históricas foram alvo de planejamento
urbano na era colonial? Essa indagação pode
ser analisada a partir das características do
processo de urbanização, na ótica das posturas
da coroa lusitana, que refletem as estratégias
militares de dominação e defesa do território,
no combate as invasões estrangeiras na costa e
sertões. Velhas discussões acerca de paradigmas
duais: planejamento urbano, espontaneidade,
regularidade ou irregularidade, são discutidas
por Sérgio B. de Holanda “Raízes do Brasil”,
Robert Smith, “Arquitetura Colonial”, Nestor G. R.
Filho “Contribuição ao Estudo da Evolução Urbana
do Brasil”, Paulo F. Santos “Formação de Cidades no
Brasil Colonial”, Roberta M. Delson “Novas Vilas
para o Brasil Colônia” e Manuel C. Teixeira “Os
modelos Urbanos Brasileiros das Cidades Portuguesas”.
Essas obras debatem as questões postas aqui e
abrem caminhos para uma série de trabalhos.
“Já por força, ou já por arte”: diálogos e conflitos na experiência
colonial no nordeste brasileiro, nas últimas décadas do século XVIII
Rodrigo Gerolineto Fonseca
rodrigo.gerolineto@gmail.com
Na segunda metade do século XVIII, sob o
influxo do racionalismo, o império português
produziu grande volume de informações
sobre os espaços e os povos de seus domínios
18CADERNODERESUMOS
coloniais. Além dos relatórios e descrições
abundantes na esfera administrativa,
encontram-se outros repositórios que
permitem averiguar sentidos e interesses
vinculados aos diferentes sujeitos que
participaram da experiência colonial.
No intuito de identificar tais sentidos e
estratégias, o presente texto procura analisar
diferentes repositórios, desde discursos
encomiásticos, o afresco Concórdia Fratrum
existente em quinta do marquês de Pombal
em Portugal, até a arte rupestre abundante
no sertão nordestino, cujos significados eram
polêmicos naquele período.
Uma Rua Chamada Direita
João Henrique dos Santos
joaohenrique@fau.ufrj.br
A Rua Direita, atual Rua Primeiro de Março, foi
das primeiras ruas a ser abertas na cidade do Rio
deJaneiro,marcandoadescidadoscolonizadores
para a várzea. Através de sua história é possível
mostrar a transferência do eixo de poder do
Morro do Castelo para a Rua Direita e seus
arredores, e sua consolidação no fim do período
colonial, especialmente após a chegada da
Família Real Portuguesa, em 1808. Para além da
história registrada nos documentos impressos,
as edificações da Rua Direita testemunham
não apenas o estabelecimento desse eixo de
poder como também a evolução arquitetônica e
urbanística da Cidade.
O período Pombalino e a política regalista no contexto colonial:
Mendonça Furtado e sua relação com os eclesiáticos seculares em
Grão-Pará e Maranhão (1751-1759)
Estevão Barbosa Damacena
estevaodamacena@gmail.com
Este presente trabalho tem por objetivos
estudar e analisar as políticas reformadoras
protagonizadas por Pombal na esfera colonial.
A discussão historiográfica acerca das chamadas
“reformas pombalinas” tem várias vertentes.
Entretanto, a problemática que este presente
trabalho tem por epicentro é no que tange a
política “regalista” ou “episcopalista” praticada
pelo consulado pombalino no âmbito colonial.
Mais especificamente, teremos por recorte o
Estado de Grão-Pará e Maranhão em meados do
XVIII durante o governo de Mendonça Xavier
de Mendonça Furtado, irmão do Marquês
de Pombal. Perceberemos que durante a sua
gestão no governo do Estado, o governador
tentou alinhar o contexto político-religioso da
colônia à visão ilustrada do projeto pombalino,
inclusive da total submissão da igreja ao estado.
Importante ressaltar que a relação dos bispos
locais com o novo governador “ilustrado” não foi
isenta de conflitos. E é justamente esta relação
que permeia este trabalho.
19 5ºEncontroInternacionaldeHistóriaColonial
Dia 21 de agosto de 2014
A OPERÍSTICA COLONIAL DA SEMANA TEATRALIZADA EM MONTE SANTO - BAHIA
Jadilson Pimentel dos Santos
jadangelus@bol.com.br
	
O Monte Santo, coração místico do sertão,
preserva, desde épocas coloniais, vários rituais
católicosquesemantempraticamenteintocados.
Esse conjunto ritualístico encenado na cidade
sagrada dos sertanejos, localizado do nordeste da
Bahia, evoca um teatro de moralidades iniciado
desde o final do século XVIII, pelo italiano
Frei Apolonio de Todi. Nesse espaço sagrado
sertanejo, a Semana Santa é encenada tendo
como cenário a grande montanha que margeia a
cidade,ecomopersonagensumconjuntodecinco
imagens de vestir que traduz toda dramática
barroca da Paixão de Cristo. Esse conjunto
escultórico: Nossa Senhora da Soledade, São João
Batista, Nossa Senhora das Dores, Senhor dos
Passos e o Cristo Morto, alimenta há séculos o
orgulho e religiosidade do povo montesantense.
Nesse sentido, esse trabalho pretende divulgar,
pautado em informações colhidas em fotografias,
depoimentosepesquisademestrado,oricoacervo
do patrimônio imaterial e iconográfico presente
no sertão do norte da Bahia. Sendo assim, é de
considerável importância o conhecimento dessas
festas e devoções religiosas para um melhor
exercício histórico e artístico do fenômeno
ocorrido no interior da Bahia, denominado
Canudos lançando luzes sobre essa questão
comparando-a, revelando-a e divulgando-a, essa
que é uma das poucas obras que conta a memória
das gentes dos sertões e do empreendimento
missioneiro do frei italiano Apolônio de Todi.
Os modos de alimentar no Brasil Colonial: um estudo dos registros
holandeses seiscentistas
Melissa Mota Alcides
motamelissa@yahoo.com.br
No contexto do período colonial brasileiro, os
registros textuais e imagéticos legados pelos
cientistas e naturalistas da comitiva de Maurício
de Nassau, nos permite entender a importância
dos significados e das propriedades culturalmente
atribuídas às espécies vegetais, no que tange ao
modoparticulardeelegeroqueservedealimentoe
de como prepará-los. Neste sentido, a comida tem
uma função básica, ligada à cultura material, que
diz respeito, em primeiro lugar, à subsistência e
desta forma evidencia uma relação bem específica
nas trocas culturais entre o negro, o índio e o
branco. Neste trabalho, portanto, pretende-se
revisitar os registros produzidos no século XVII,
enfocando os modos de alimentar e produzir os
alimentos, como forma de entender os costumes
alimentares no período em tela, através de uma
abordagem histórico-antropológica.
20CADERNODERESUMOS
Revisitar a história colonial: estratégias literárias para reler o passado
Roberta Guimarães Franco
robertagf@uol.com.br
É possível perceber, dentre vários romances
contemporâneos em língua portuguesa, um
constante de retorno ao passado colonial, seja
por uma necessidade de reafirmação identitária
e/ou por uma busca de reconstrução de
memórias distintas das oficiais. Independente
dos interesses que envolvem a criação literária
acerca do passado, é evidente, em escritores
como Pepetela, Mia Couto e Ana Miranda, o
interesse interdisciplinar ao colocar em diálogo
a escrita ficcional e a historiografia, tendo em
vista que, para construir seus romances, esses
autores buscam referencias fontes documentais.
O objetivo do nosso trabalho é mostrar como
essa releitura do período colonial coloca em
evidências sujeitos considerados subalternos.
A prática da música e suas fronteiras: a arte liberal entre a
escravidão e o trabalho mecânico nas margens do Atlântico (séculos
XVII – XVIII)
Luiz Domingos do Nascimento Neto
professorluizdnn@gmail.com
Privilegiando uma abordagem sociocultural
da história buscaremos discutir neste texto a
inserção da música na relação entre: trabalho
mecânico e arte liberal na sociedade do período
moderno,levandoemconsideraçãododiferencial
causado pela amplitude do trabalho escravo na
Colônia, muito mais intenso e efetivo do que em
Portugal ao longo do século XVIII. Neste cenário,
onde grande parte dos músicos eram homens de
cor, por vezes sua arte e os ofícios mecânicos
se confundiam, revelando assim os estigmas
do trabalho braçal que sobre caíam nas costas
dos artistas. Neste sentido, através da analise
documental e bibliografia tentaremos apontar
táticas e estratégias mobilizadas por músicos
para demonstrar a dignidade de sua arte e se
distanciar da mácula da escravidão.
A arte da cantaria entre Portugal e Sergipe: o caso da Igreja jesuíta
do Engenho Retiro (século XVIII)
Janaina Cardoso de Mello
Janainamello@uol.com.br
Dentre as produções artísticas nos espaços
coloniais da América, ressalta-se a técnica
da cantaria, cuja utilização em escultura
expandiu-se á partir do século XV em Portugal
e na Espanha, chegando em Sergipe no início
do século XVIII, com a primeira edificação
jesuíta, a Igreja do Engenho Retiro na cidade de
Laranjeiras. A técnica da cantaria aplicada na
arquitetura colonial buscava lavrar a rocha rija
e grande em formas geométricas ou figurativas
para aplicação em construções, com finalidade
ornamental e/ou estrutural. Destaca-se nesse
trabalho, além do contexto histórico e artítisco
no uso das cantarias como um discurso imagético
pedagógico propagador das ideologias religiosas
jesuítas, também o desenvolvimento dos ofícios
21 5ºEncontroInternacionaldeHistóriaColonial
O caminhar da imagem
Ana Karolina Barbosa Corado Carneiro
karolcorado@gmail.com
Este trabalho consiste em um dos resultados
da pesquisa de iniciação científica desenvolvida
junto ao Grupo de Pesquisa Estudos da
Paisagem, UFAL. Trata da análise comparativa
de registros visuais seiscentistas até fotografias
atuais do primeiro núcleo habitado da cidade
de Penedo, buscando reconhecer as mudanças
e permanências de sua paisagem edificada.
Nesse processo, a ideia é também compreender
as motivações dos registros enquanto
representações sociais. Para além do olhar sobre
a própria imagem e de revisão de literatura acerca
da análise iconográfica, vem sendo realizadas
visitas ao lugar para identificar os fragmentos
paisagísticos focados no conjunto imagético.
Em síntese, o que se tem notado nesse processo
de investigação é como a arquitetura de origem
colonial ainda hoje é onipresente em registros
contemporâneos da cidade.
O indígena nos relatos de Alexandre Rodrigues Ferreira
Maria Ariádina Cidade Almeida
almeida.ariadina@gmail.com
Desde o seu processo de colonização, a região
amazônica foi compreendida a partir de
um conjunto de representações, que apesar
de toda critica posterior construída, ainda
persiste, muitas vezes sob a forma de senso
comum. Grande parte dessas representações
nasceram e se perpetuaram através dos relatos
e das imagens que os cronistas e naturalistas
europeus deixaram, sobre o espaço geográfico e
as culturas amazônicas. Entre os séculos XVIII
à XX, as expedições continuaram preservando
seu caráter exploratório, agora não apenas para
delimitar território e identificar riquezas, mas
para classificar a fauna, a flora e seus habitantes.
Em alguns destes relatos, o indígena é visto
como preguiçoso, insolente, incapaz, ingênuo,
monstruosoeatébomselvagem.Assim,pretende-
se com este simpósio, apresentar, os relatos
da viagem filosófica de Alexandre Rodrigues
Ferreira, compreendendo como este relato
construiu um imaginário do indígena baseado no
numa visão simplificada e eurocêntrica.
mecânicos dos séculos XVIII e XIX na formação
das identidades locais. O trabalho segue as
noções de “representação social” (Chartier) e
“poder simbólico” (Bourdieu).
SIMPÓSIO TEMÁTICO 2
Clero, Religiosidade e Inquisição no Espaço Ibero-americano (séculos XVI-XIX)
Coordenadores: Aldair Carlos Rodrigues (UNICAMP),  Angelo Adriano Faria de Assis (UFV), Pollyanna Gouveia
Mendonça Muniz (UFMA) & Yllan de Mattos (UNESP) 
Dia 19 de agosto de 2014
O Santo Ofício sob cerco:
a suspensão da Inquisição portuguesa na década de 1670
Yllan de Mattos
yllanmattos@yahoo.com.br
A pesquisa que ora apresenta-se tem como
objetivo compreender o processo que culminou
nas suspensões do Santo Ofício português,
entre os anos de 1674 e 1681. Os cristãos-novos
produziram diversos documentos em Roma que
invalidavam a ação do Santo Ofício lusitano,
qualificando-o como arbitrário, interesseiro nos
bens materiais e injusto. Os inquisidores, por
sua vez, responderam cada queixa afirmando
sua autonomia face ao papado e explicando
os pormenores de sua prática jurídica. O local
dessa disputa fora a própria Congregação
do Santo Ofício romano, na qual mediaram
seus cardeais e o próprio papa. Nesse sentido,
analisaremos as diversas correspondências,
os opúsculos produzidos e os textos oficiais
fomentados nessa lide que vicejou como um
pedidodemisericórdia(perdão)eterminoucom
a exigência de justiça pelos réus do famigerado
Tribunal da Inquisição.
As estratégias da família de Antônio Fernandes d’Elvas – homens de
negócios, Coroa espanhola e Inquisição
Ana Hutz
ana.hutz@gmail.com
Antônio Fernandes d’Elvas teve contratos de
fornecimento de escravos na América portuguesa
e nas Índias de Castela, além de possuir contratos
na ponta africana do tráfico. Possivelmente ele
foi um dos maiores traficantes de escravos do
primeiro quartel do século XVII. Tratava-se de
umhomemrico,poderosoebemrelacionado,cujo
avô havia sido fidalgo da Casa Real portuguesa.
Era, contudo, cristão novo, casado com Elena
Rodrigues, filha do rico homem de negócios
Jorge Rodrigues Solis, um dos responsáveis
pela negociação do perdão geral junto a Filipe
III no início do século XVII. Nesse artigo nos
debruçamos sobre os principais negócios da
família Fernandes d’Elvas, o alcance de sua rede
comercial, as relações entre essa e outras famílias
cristãs novas, sua nobilitação e suas relações com
a Coroa e com a Inquisição.
23 5ºEncontroInternacionaldeHistóriaColonial
SORTILÉGIOS E PRÁTICAS HETERODOXAS NO ESPAÇO IBERO-AMERICANO:
MISTICISMO RECÔNDITO NAS ÓPERAS DE ANTÔNIO JOSÉ DA SILVA, O JUDEU
Josevânia Souza de Jesus Fonseca
souzajosevania@gmail.com
O presente trabalho objetiva refletir sobre os
sortilégios e práticas heterodoxas presentes na
obra do comediógrafo Antônio José da Silva,
também conhecido pela alcunha “O Judeu”,
cristão-novo que viveu entre os anos de 1705 e
1739, tendo sua vida encerrada pela Inquisição de
Lisboa após ser condenado por relapsia no crime
de judaísmo. Em suas óperas, o Judeu deixou
transparecer um elemento central da cosmovisão
dos judaizantes, a arte mágica, referenciado
constantemente nas cenas que remetem à
feitiçaria e a feiticeiros, a fórmulas mágicas para
transformações, aos encantamentos diversos,
aos transes, orações e visões. Esses elementos
compõem o universo dos principais personagens
do teatro de Antônio José da Silva, a exemplo do
cavaleiro andante D. Quixote, do escravo filósofo
Esopo, do Anfitrião, e do Jasão.
CLÉRIGOS SERVIDORES DO SANTO OFÍCIO NA AMAZÔNIA SETECENTISTA:
COMISSÁRIOS, PADRES E PROPRIETÁRIOS DE TERRA
João Antônio Fonseca Lacerda Lima
jafllacerda@yahoo.com.br
Dentre a grande trama inquisitorial de vigilância,
podemos destacar os Comissários do Santo Ofício.
A comissaria era o posto mais alto da hierarquia
inquisitorial local, e, no entender dos Regimentos
da Inquisição Portuguesa, os comissários deveriam
ser pessoas eclesiásticas, dotadas de “prudência” e
“virtude”, cabendo-lhes realizar diligências, coletar
depoimentos e realizar prisões. Naturalmente, um
cargodetamanhaimportânciaatraiumuitosclérigos
nocontextodaAmazôniasetecentista,clérigosestes
que atuavam tanto na burocracia diocesana quanto
na inquisitorial. Para além desta atuação nas raias
da Igreja, estavam engendrados nos jogos sociais,
sobretudo na obtenção e exploração de terras.
Neste sentido, este trabalho objetiva apresentar
as várias facetas destes agentes, evidenciando suas
experiências como padres, comissários do Santo
Ofício e proprietários de terras. Enfim, eram padres
na cura das almas; eram comissários na cura da fé; e
eram proprietários na cura de suas terras.
Entre o Facto e o Ficto : A inquisição e sua vítimas recriadas pela Literatura
Angelo Adriano Faria de Assis
angeloassis@ufv.br
É conhecido o avanço dos estudos acerca da
intolerância inquisitorial no Brasil durante as
últimas décadas. Hoje, já falamos da quarta ou
quinta gerações de pesquisadores da estrutura,
representantes e funcionamento do Santo Ofício,
desuapresençanaAméricaportuguesaedevítimas
que sofreram com a ação do Tribunal. Mas não
se limita à historiografia os estudos e produções
sobre o tema. Música, poesia, teatro, romance:
Alguns textos literários têm se debruçado sobre o
assunto, e a ficção ajudado à História na narrativa
das perseguições inquisitorias. Algumas destes
textosrecuperamoumemsorecriamatrajetóriade
personagens realmente vitimados pela Inquisição,
usando documentação do Santo Ofício para dar
veracidade às descrições... Este trabalho objetiva
24CADERNODERESUMOS
analisar como algumas destas obras descrevem
as práticas do Santo Ofício e dos indivíduos que
foram denunciados e/ou processados pelo Santo
Tribunal.
Vigilância, Distinção & Honra: Inquisição e dinâmica dos poderes
locais nos sertões das Minas setecentistas
Luiz Fernando Rodrigues Lopes
Luizfernando_fl@yahoo.com.br
Ao observarmos a constituição das elites locais
na freguesia de Nossa Senhora da Conceição de
Guarapiranga, região de fronteira entre a dita
“civilização” e as “gentes incultas” na capitania de
Minas Gerais do século XVIII, percebemos que
homens potencialmente distintos - portugueses,
brancos e com relevante cabedal - buscaram,
dentre outros meios, a habilitação de Familiar
do Santo Ofício como estratégia de ascensão
social e afirmação de status, graças ao atestado
de limpeza de sangue que a carta de agente
da Inquisição simbolizava. Deste modo, esta
comunicaçãopretendeexporosresultadosdeuma
investigação que reconstituiu a trajetória de nove
agentes inquisitoriais da localidade, destacando,
sobretudo, suas redes de sociabilidades e o modo
pelo qual estes personagens se valeram dos
vínculos mercantis dos quais partilhavam para
afiançarem posição prestigiosa na sociedade em
que estavam inseridos.
Modos de produção de espaço nas colônias neerlandesas do
século XVII: apontamentos para um estudo comparado do caso
das comunidades judaicas do Brasil, Curação, Suriname e Nieuw
Amsterdam (Século XVII)
Daniel Oliveira Breda
danielbreda@yahoo.com.br
O mundo colonial neerlandês na América
caracterizou-se, em ampla medida e com
pontuaisexceções,comoumarededeentrepostos
comerciais onde estabeleceu-se uma cultura
urbana. Dentro da diversidade étnica e religiosa
destes entrepostos, um grupo teve destaque por
suaidiossincrasiareligiosaesuadiferenciadarede
de relacionamento transnacional e transcolonial,
osjudeussefaradim.Numenfoquelocal,vê-seque
produziram espaço social, garantindo direitos e
produzindo mecanismos identitários na vivência
comunitária. Para o Caribe e América do Norte
neerlandeses, foram vários sefaradim que haviam
vivido no Brasil. Muitas das negociações e
práticas que levaram a um notável trânsito social
no Brasil neerlandês, são detectáveis no contexto
de Willemstad (Curaçao), e Nieuw Amsterdam.
Iniciamos uma discussão sobre o reflexo da
experiência sefaradim no Brasil neerlandês sobre
a negociação prévia de direitos, e os modos de
produção de espaço, físico, econômico e social.
25 5ºEncontroInternacionaldeHistóriaColonial
Hereges judaizantes: uma família de cristãos-novos fluminenses nas
malhas da Inquisição
Monique Silva de Oliveira
moniquesilvadeoliveira@gmail.com
A comunicação pretende se debruçar sobre
um dos momentos emblemáticos da atuação
inquisitorial na América Portuguesa: a primeira
metade do século XVIII na capitania do Rio de
Janeiro,quandomuitoscristãos-novostornam-se
réus do Tribunal Lisboeta e caem nas malhas da
Inquisição.Adespeitodeexistiremalgumasobras
historiográficas importantes sobre o assunto
– como A Inquisição contra as mulheres, de Lina
Gorenstein- e um significativo corpusdocumental
para o recorte citado, muitos casos, histórias,
trajetórias, ainda carecem ser explorados. Por
esse motivo, os Azeredo, integrantes de uma
família cristã-nova fluminense processada no
período, serão analisados com intuito de fornecer
novas nuances e reflexões sobre esse importante
momento da repressão inquisitorial.
ESPAÇOS DE PODERES LOCAIS: a Familiatura do Santo Ofício como
mecanismo de promoção social ao Senado da Câmara do Recife colonial
Davi Celestino da Silva
Silvadavi.mundo@yahoo.com.br
Falar de elites locais é sem sombra de dúvida
um ponto chave nos dias de hoje para se
compreender melhor a história de Portugal, e
conseguinte a do Brasil. A historiografia colonial
vem mostrando cada vez a importância desses
indivíduos na construção da grande colcha de
retalho que fora o Império Português, junto às
instituições portuguesas, a exemplo do Tribunal
do Santo Ofício, instituição de grande relevância
no seio do organograma burocrático português.
No caso da Familiatura Inquisitorial, esta
logrou de privilégios, honrarias, mercês, cargos e
ofícios a homens que outrora eram classificados
e colocados à margem da sociedade colonial do
Brasilportuguês.Situaçãoestadevidoaoconceito
sociológico forjado pelo modelo de Antigo
Regime, em que valores como: distinção social,
status e poder, eram dispositivos imprescindíveis
nas sociedades da América portuguesa àqueles
que julgavam- se diferentes dos demais.
Direito e punição no Antigo regime português: aproximações
e distanciamentos entre os Regimentos inquisitoriais e as
Ordenações filipinas
Monique Marques Nogueira Lima
monimnl@hotmail.com
Os instrumentos legais de aplicação do Direito
no mundo jurídico português do Antigo Regime
vêm sendo tomados como objetos de análise
do historiador há algum tempo. Nessa mesma
tendência, o que se pretende na pesquisa ora
proposta é relacionar dois importantes códigos
26CADERNODERESUMOS
que pertenciam à cultura política de Portugal –
as Ordenações filipinas de 1603 e os Regimentos
da Inquisição. Assim, por meio da ideia central
de ordem, foi possível pinçar algumas categorias
fundamentais de acusados – hereges, loucos e
escravos – que permitiram avaliar parcialmente
as aproximações e distanciamentos entre as
práticas judiciárias hiantes nas documentações
confrontadas. Ademais, para além dos estudos
dedicados à compreensão do Estado e suas
formas de cominação, se fez possível perceber
que o olhar específico sobre os códigos revelam
muito sobre os pactos de verdades estabelecidos
entre os sujeitos jurídicos de determinada época.
Dia 20 de agosto de 2014
Quando os negros não são passivos: a resistência negra através da
religiosidade
João Antônio Damasceno Moreira
fox.moreira@hotmail.com
O presente trabalho busca a compreensão
das inúmeras estratégias desenvolvidas pela
população negra nas Minas dos setecentos,
frente às intricadas teias das relações sociais
na colônia. Nos cadernos do promotor da
Inquisição de Lisboa, podemos encontrar
inúmeros testemunhos destes conflitos em que
muito além da resistência, percebemos também
a cumplicidade de interesses que muitas vezes
associava as classes em prol do alcance de
benefícios e vantagens que atendessem aos
anseios de todos. Exemplo instigante desses
testemunhos é o caso da escrava Florência de
Souza Portella que através da religiosidade
mágico-popular, enfrentou a configuração social
vigenteeconseguiuvantagens,respeitoepoder.É
sobre essa documentação que esta comunicação
procura refletir.
Um bígamo, três cúmplices: todos processados pela Inquisição
Lucas Maximiliano Monteiro
lucas.monteiro@iffarroupilha.edu.br
O objetivo deste trabalho é apresentar o caso de
quatro personagens: Manuel da Silva, Manuel
Cristovão, Noutel Seco e Antônio Borges. O
primeiro foi acusado de bigamia e, durante
seu depoimento, disse que Cristovão e Noutel
haviam dado a notícia da morte de sua primeira
esposa. Estes últimos foram presos e processados
pela inquisição sob a acusação de mentir ao Juízo
Eclesiástico e desrespeito ao sagrado sacramento
do matrimônio. O mesmo ocorreu com Antônio
Borges. Por meio deste caso em específico, é
possível perceber o que era compreendido como
pecado no final do século XVII. A bigamia, visto
como pecado por apresentar um desrespeito
ao sacramento do matrimônio era perseguida
pelos inquisidores e, por via dos processos
inquisitoriais dos demais envolvidos, percebe-
se que essa assimilação foi estendida aos
três homens que deram falso testemunho no
Processo Eclesiástico. Além disso, estas fontes
documentais também apresentam a eficácia do
aparelho repressivo inquisitorial, já que todos
os envolvidos não demoraram a estar em Lisboa
para enfrentarem os inquisidores.
27 5ºEncontroInternacionaldeHistóriaColonial
Reconhecimento e Heresia: a antinomia feminina nas práticas mágico-
religiosas a partir da Primeira Visitação do Santo Ofício à América
portuguesa (1591-1595)
Marcus Vinicius Reis
mv.historia@gmail.com
A Primeira Visitação do Santo Ofício trouxe
consigo uma série de denúncias de mulheres, em
sua maioria, voltadas para a suposta relação da
própria mulher com a magia religiosa, resultando,
inclusive em dois processos inquisitoriais
contra Maria Gonçalves e Felícia Tourinho.
Investigaremos, portanto, não somente o quadro
de crenças e práticas que circularam entre a
figura feminina, mas os laços culturais em torno
da participação da mulher nas práticas mágico-
religiosas, seja como agentes ativas desse processo
ou como interessadas em contar com indivíduos
– mulheres, principalmente – reconhecidos pela
capacidade de mediação com o sobrenatural
nesse espaço. Trata-se de um estudo em torno
das relações de gênero ancoradas à participação
feminina no campo da religiosidade na Época
Moderna, em especial, no corte em questão,
tendo na presença até então inédita de uma
comitiva do Santo Ofício o espaço ideal para nos
debruçarmos na problemática levantada.
INQUISIÇÃO E RELIGIOSIDADE NA BAHIA COLONIAL (SÉCULO XVIII):
A PRÁTICA RELIGIOSA DO ESCRAVO MATHEUS PEREIRA MACHADO
Priscila Natividade de Jesus
pinknatividade@gmail.com
Em meados do século XVIII, residiu na Vila de
jacobina – BA um escravo por nome de Matheus
Pereira Machado, que sob acusação de feitiçaria
e sacrilégio por porte de bolsa de mandinga
fora processado e condenado a degredo pela
Inquisição portuguesa. Matheus Machado era
um adolescente de apenas 16 anos, natural do
Sítio de São José da Pororoca atual distrito de
Feira de Santana- BA, mas quando acusado
morava na vila de Jacobina. A partir do caso deste
mandingueiro as discussões acerca da Inquisição
portuguesa, prática cultural, religiosidade, e
“poder” das bolsas de mandinga ganham ênfase
em nosso trabalho, que tem como objetivo maior
discutir a importância do referido amuleto para
seus usuários (em sua grande maioria negros) no
contexto do Brasil colonial.
RAREFEITA TRAJETÓRIA DO MAMELUCO SIMÃO ROIZ: DAS “TEIAS DE FALSOS
ENGANOS” À PRISÃO INQUISITORIAL (1587-1593)
Andreza Silva Mattos
hist.andreza@yahoo.com.br
Em meados de 1590, o mameluco Simão Roiz
partiu de Sergipe do Conde, no Recôncavo
Baiano, em direção ao sertão norte da Bahia com
um agrupamento de soldados a fim de “descer”
índios para levá-los ao Engenho de Sergipe.
No sertão, deixou florescer seu lado gentil por
28CADERNODERESUMOS
encontrar a “brecha” que lhe permitiu praticar
ações que foram de encontro aos dogmas
católicos, comendo carne na quaresma. Sua
rarefeita trajetória nos permite ainda conhecer
os conflitos, ou seja, as “teias de falsos enganos”
tecidas entre os soldados mamelucos e os jesuítas
pelo controle dos gentios. Compreenderemos
Simão Roiz como um alvo dos aparatos
repressivos do poder inquisitorial que recebeu
como recompensa por sua atuação uma punição
da qual, provavelmente, jamais esquecera.
Faremos uso da abordagem microhistórica,
utilizando como fontes primordiais os processos
inquisitoriais da Primeira Visitação.
ENTRE “BICHOS” E “SEVANDIJAS”: UMA ANÁLISE DA SOCIABILIDADE ESCRAVA EM
UM PROCESSO DE CURA DO ESTADO DO GRÃO-PARÁ E MARANHÃO (1764)
Maria Rosalina Bulcão Loureiro
robulou@hotmail.com
A visitação do Santo Ofício a região do Grão
Pará e Maranhão produziu rico material para
a análise de indivíduos inseridos na sociedade
colonial. O processo do escravo José Mandinga,
denunciado ao Santo Ofício após a cura de
uma escrava gravemente enferma, levando-a a
expelir “bichos” e “sevandijas” oferece um debate
acerca dos processos de saúde, doença e cura
que circulavam entre os segmentos sociais da
Colônia, tornando-se prática usual a busca pelos
serviços de curandeiros para extirpar os males
não apenas do corpo, mas do espírito. Assim,
tais fontes, embora sob o crivo do inquisidor,
permite visualizar as tensões e negociações entre
grupos aparentemente antagônicos, favorecendo
o aparecimento de um fato incomum a estrutura
escravocrata, no qual indivíduos marginalizados
inserem-se em um contexto mais complexo
do que se poderia conjecturar da condição de
escravos.
Palavras amatórias e poesias luxuriosas:
confissão e imoralidade no mundo ibero-americano (1640-1750)
Jaime Ricardo Teixeira Gouveia
Jaime.ricardo@gmail.com
A solitatio ad turpia, mais vulgarmente solicitação,
era um delito punível pelo Tribunal do Santo
Ofício da Inquisição no período proposto por
esta comunicação. Na acepção inquisitorial, a
solicitação designava todas as situações em que
um confessor, valendo-se da sua autoridade,
do seu ministério e do momento recatado em
que ocorria a administração do sacramento
da penitência, aproveitava para satisfazer os
seus desejos carnais, ou manifestava apenas
essa intenção, utilizando para tal, uma série
diversificada de meios. A comunicação que
proponho pretende centrar-se num domínio que
tenho vindo a estudar de há vários anos a esta
parte: os artifícios utilizados pelos párocos para
levar a cabo os seus imorais intentos e a vigilância
e repressão que lhes era movida pelas instâncias
judiciais competentes na matéria. Nesse
contexto, recorrendo à documentação original,
analisarei com mais minúcia, as solicitações
que na metrópole e na colônia ocorriam com o
recurso à palavra oral e escrita e o choque entre o
sagrado e o profano que nesse momento ocorria.
29 5ºEncontroInternacionaldeHistóriaColonial
Concubinatos, violência e solicitação no cotidiano do clero secular
da capitania de Pernambuco (1750 – 1800)
Gustavo Augusto Mendonça dos Santos
gustavo.ams@hotmail.com
O presente trabalho tem como objetivo fazer
um levantamento das práticas cotidianas dos
clérigos seculares de Pernambuco as quais
transgrediam as normativas legais aplicadas
ao Império português na segunda metade do
século XVIII. De modo mais específico iremos
demonstrar em números quais foram os casos de
concubinatos, solicitações e praticas violentas
realizadasporclérigosdohábitodeSãoPedronas
freguesias do litoral de Pernambuco entre 1750 e
1800. Buscaremos ainda debater até que ponto
estas ações constituíam transgressões da norma
ou eram práticas sociais aceitas na América
portuguesa, tendo por base sua frequência e a
forma como a população reagia diante delas.
A bigamia nos Sertões: casar segunda vez na capitania do Ceará
Grande (1752-1798)
Adson Rodrigo Silva Pinheiro
adson.rodrigo@gmail.com
Este trabalho tem por objetivo analisar casos
de bigamia na capitania do Ceará durante
a segunda metade do século XVIII, a fim de
entender as motivações para se contrair um
segundo casamento em “face de Igreja” e de que
“estratégias” os sujeitos históricos se valiam para
realizar um novo matrimônio, sendo a primeira
mulheraindaviva.Ademais,essaanáliseauxiliana
compreensão da dinâmica em torno da atuação da
Igreja Católica em seus múltiplos organismos de
vigilânciaedecontroledapopulaçãoeumaanálise
mais penetrada do cotidiano do Ceará Grande,
marcado por relações em torno da transitoriedade
propícia aos Sertões e de aspectoscircunscritos à
honra,àsexualidadeeàfamília.Abasedocumental
é composta de Processos Inquisitoriais presentes
no Arquivo da Torre do Tombo (1752-1798),
os Regimentos Inquisitoriais, as Constituições
do Arcebispado da Bahia, Livros de Tombo de
Paróquias e as Ordenações do Reino
Dia 21 de agosto de 2014
Blasfêmias e proposições: a “libertinagem” de consciência no
setecentos mineiro
Rafael José de Sousa
rafaeljose-mg@hotmail.com
O presente trabalho busca a compreensão,
através da análise das denúncias arroladas nos
cadernos do Promotor da Inquisição de Lisboa
referentes às blasfêmias e proposições heréticas,
do desenvolvimento nas Minas setecentistas de
ideias contrárias às imposições da ortodoxia, além
da racionalidade das pessoas em seus cotidianos,
na convivência direta com povos e culturas dos
30CADERNODERESUMOS
mais variados matizes. Na língua ferina dos
mineiros também reverberaram as injustiças e
desigualdades oriundas da sociedade colonial,
como a justificativa ao escravismo e a condenação
das religiões “impuras”. Como fio condutor
desta pesquisa, traçamos as ideias e o cotidiano
do Sargento Mor Romão Fagundes do Amaral,
que como outros, ousara proferir, que o Sumo
Pontífice era um homem como qualquer outro,
que Nossa Senhora não ficara virgem após o parto,
que a fornicação não era pecado e que o corpo de
Cristo nunca estava presente na comunhão.
O cálice proibido: contatos interétnicos entre missionários
carmelitas e indígenas Tarairiú na capitania da Paraíba
Gláucia de Souza Freire
glauciasf1@yahoo.com.br
Entre as décadas de 1730 e 1740, em Boa Vista,
aldeamento indígena (Xukuru e Kanindé)
localizado na capitania da Paraíba, carmelitas
foram acusados pelo capitão-mor da Paraíba,
Pedro Monteiro de Macedo, de usar o vinho da
acácia jurema, que desencadeava êxtase religioso,
em um ritual que deviam combater. Sentimentos
transgressores estavam ligados, neste evento,
a práticas de agenciamento e burla, onde um
contato interétnico, também inserido em uma
perspectiva mística, provocou códigos que
revelam movimentos de hibridismo. Partindo
de uma análise baseada na Micro-História e no
paradigma indiciário, mantendo um diálogo com
a Antropologia, essa comunicação visa refletir
acerca dos contatos interétnicos ocorridos,
assim como os elementos místico-religiosos que
aproximaram indivíduos Tarairiú e carmelitas
em transgressão ao ideal catequético colonial.
SÉCULO XIX, O SÉCULO DOS PROFETAS BRASILEIROS: OS DESDOBRAMENTOS DO
MILENARISMO PORTUGUÊS EM TERRAS BRASÍLICAS
Priscilla Pinheiro Quirino
priscillapquirino@hotmail.com
A proposta que aqui trazemos é o eixo
norteador de nossa pesquisa doutoral a qual visa
compreender a formação, a construção de uma
identidade e a atuação dos Professores Régios
em Pernambuco entre 1759 e 1825. A escolha de
tal temática reside no desdobramento de nossa
Tese de Mestrado, defendida em 2009, aonde
abordamos os impactos da denominada primeira
fase das Reformas Pombalinas na Vila de Recife
e na Cidade de Olinda entre 1759 e 1772. Assim,
pretendemos apresentar os primeiros esboços
nãoapenasdosprincípiospedagógicosepolíticos
o Estado Português delineou a formação e os
limites de atuação da prática dos professores,
mas a emergência de uma identidade docente –
a partir do momento em que eles se viam como
agentes de transformação cultural e necessários
para a criação de súditos leais à Coroa – e os
conflitos e percalços que esses mestres sofreram
para exercer seus magistérios em Pernambuco
entre a segunda metade do século XVIII e início
do XIX.
31 5ºEncontroInternacionaldeHistóriaColonial
Entre o catolicismo e o calvinismo: a apostasia de eclesiásticos no
Brasil Holandês
Regina de Carvalho Ribeiro
regininhacribeiro@gmail.com
Oobjetivodacomunicaçãoéanalisararesistência
eacolaboraçãodecertoseclesiásticosaodomínio
holandês no litoral nordestino seiscentista,
entre 1630 a 1654. A perspectiva é investigar a
atuação de determinados padre católicos que,
na fase inicial das guerras pernambucanas,
resistiram à entrada neerlandesa, mas, mediante
a tolerância religiosa flamenga, aceitaram
permanecer no território, chegando a colaborar
abertamente com Maurício de Nassau. Durante
o período identificado como “pax nassoviana”
pelo historiador Evaldo Cabral de Mello,
alguns padres se destacaram pela forte amizade
mantida com o governador dos holandeses e
pelos estreitos vínculos estabelecidos com o
calvinismo, o que lhes rendeu denúncias de
apostasia. Portanto, são protagonizados quatro
casos: o Frei Manoel Calado, o Frei Antônio
Caldeira, o padre Belchior Manoel Garrido e o
padre Manoel de Morais.
O Degredo às Galés e a Ação Inquisitorial nas Capitanias de cima
(séc. XVI)
Emãnuel Luiz Souza e Silva
emanoss@ig.com.br
Esta comunicação tem como objetivo analisar
a ação inquisitorial na América Portuguesa,
priorizando os sentenciados a cumprirem
o degredo nas Galés del Rei. Esta pena era
considerada uma das mais severas entre as
punições aplicadas pelo Tribunal do Santo
Ofício Português. Mediante a análise dos
processos inquisitoriais movidos contra
moradores das Capitanias de cima durante o
século XVI, propomos observar quais foram
os crimes que tiveram como punição este tipo
de degredo e demais informações provenientes
desta documentação.
Trocas cotidianas e valores religiosos nas cartas de perdão de D.
Felipe II
Luciana Mendes Gandelman
lucianagandelman@yahoo.com.br
As cartas de perdão tem sido um importante
instrumento da historiografia para discutir
tanto questões relacionadas às relações de
poder, em especial aquelas referentes ao
monarca e seus súditos, quanto problemas
acerca dos comportamentos morais e sexuais
das comunidades locais no período moderno.
Na presente comunicação pretende-se
avaliar por meio das cartas de perdão os
valores morais e religiosos expressos pelas
populações do reino em relação às trocas e a
circulação de recursos cotidianos na virada
do século XVII.
32CADERNODERESUMOS
“Regulamento  para os Missionários” em questão: reflexões centrais
sobre a práxis franciscana
Idelbrando Alves de Lima
del_historia@hotmail.com
Em busca da fé: vivência, participação e devoção dos terceiros
Carmelitas em Minas Gerais
Nívea Maria Leite Mendonça
niveajf@hotmail.com
A Igreja Católica, através da atuação de
suas Ordens Religiosas e Congregações, foi
responsável pela catequização dos nativos
brasileiros. Portanto, o presente trabalho tem
por objetivo realizar uma análise histórica
sobre a práxis franciscana desenvolvida nos
aldeamentos da Capitania Real da Paraíba,
entre o período de 1589 e 1619, atentando
especialmente para o “Regulamento para os
Missionários” de 1606, evidenciando, desta
forma, a vivência religiosa entre franciscanos
e nativos.
PRESCRIÇÕES SOBRE A MORTE NOS ESCRITOS RELIGIOSOS DO BRASIL COLONIAL
(SÉCULOS XVII E XVIII)
Clara Braz dos Santos
clara.huf@gmail.com
Entre os séculos XVII e XVIII, no Brasil,
diversos escritos religiosos e de cunho moral
(sermões, panegíricos, livros devocionais,
parábolas e sonetos) produzidos por clérigos
da Igreja Católica, bem como por outros
letrados, divulgaram aos seus diversos ouvintes
e/ou leitores – desde colonos a escravos – um
conjunto de regras e ensinamentos relacionados
à temática da morte, destacando a necessidade
de nunca se esquecerem que eram mortais, e
da importância, para a salvação de suas almas,
do desprendimento das questões mundanas e
das práticas viciosas, através do pensamento
constante na morte e da preparação para o bem
morrer. Nesse sentido, meu propósito nessa
comunicação é mapear nessa literatura sobre
a morte, quais eram os vícios mais condenados
e como era possível obter a salvação da alma.
Dito de outro modo, haveria diferenças entre
os vícios de colonos (as) e escravos (as)? O que
compreendia a salvação na colônia?
A participação de leigos em Minas Gerais foi
favorecida pela união da Coroa com a Igreja
através do Padroado; essa participação laica em
associações religiosas foi à expressão encontrada
pelos fiéis que, incorporados na Igreja eram
constituídos como Povo de Deus, estes leigos
se tornaram participantes efetivos da Igreja
onde ela não podia exercer, plenamente, sua
função. Nosso objetivo neste artigo é refletir
sobre a participação desses leigos que levaram e
difundiram as práticas das associações religiosas,
em especial da Ordem Terceira Carmelita, num
lugar onde a igreja se fazia presente somente
através destes fiéis leigos, cuja participação era
indispensável para a promoção da fé e da cultura
mística do sagrado.
33 5ºEncontroInternacionaldeHistóriaColonial
Arte e heresia nos recantos da cidade da Bahia
Grayce Mayre Bonfim Souza
graycebs@yahoo.com.br
Abordaremos nesta comunicação a controversa
trajetória de Isidoro José Pereira e Costa,
homem branco, natural de Lisboa e assistente
na vizinhança do noviciado dos padres da
Companhia de Jesus na cidade da Bahia, oficial
de cravador e artífice de ópera de figura, que
teve denúncia conduzida pelo Comissário do
Santo Ofício Bernardo Germano de Almeida
para o Tribunal da Inquisição. Tal acusação
teve por base testemunhos que o apontavam
com declaradamente ateu e proferir proposições
heréticas tais como: a descrença na vida eterna
e ressurreição; proclamava que o inferno, o
purgatório e a excomunhão eram invenções
utilizadas pela Igreja para manter medo entre os
fiéis; e que a fornicação em todas as suas formas e
níveis de parentesco não era pecado, mas prática
natural e necessária para o aumento da geração,
dentre outras proposições arroladas no sumário
contra ele montado no período de 1750 a 1764.
Dia 22 de agosto de 2014
Peculiaridades eclesiásticas no Grão-Pará: O momento da transição da
diocese de Frei João de São José Queirós para Geraldo José de Abranches
Sarah dos Santos Araújo
sarah_hatake@hotmail.com
Por meio de relatos de visitas pastorais,
documentos inquisitoriais, além de cartas régias
e ofícios do Conselho Ultramarino, vamos
apresentar algumas particularidades do período
de mudança na administração da diocese do
Grão-Pará de D. Fr. João de São José Queirós
(1760-1763) para o Inquisidor-Visitador Geraldo
José de Abranches (1763-1773). Demonstrando
alguns aspectos da atuação e saída do bispado
do primeiro, por ordem régia no ano de 1763,
e, por conseguinte, a chegada e instalação da
Visita Inquisitorial à região chefiada por Geraldo
José de Abranches que fora ainda indicado para
ser vigário capitular da sede vacante. Por meio
das representações que permeiam a trajetória
dessas duas figuras no Grão-Pará, avaliando
administração e atuação na diocese no período
da transição de um para o outro, teremos uma
visão mais ampla do contexto. Principalmente
ao tratarmos do momento particular da Visita
do Santo Ofício em que o Inquisidor-Visitador
se torna vigário capitular, tendo duas jurisdições
alinhadas sobre a mesma pessoa, através da qual
poderemos vislumbrar ao início de sua atuação
a articulação de suas funções em exercício na
diocese.
Notas sobre a contribuição da Igreja na organização do espaço
territorial cearense durante o século XVIII
Clovis Ramiro Jucá Neto
clovisj@uol.com.br
OartigodiscuteosprimórdiosdafixaçãodaIgreja
no espaço cearense. Contribui com a reflexão
identificando as áreas do território e os pontos de
fixação. Na cartografia retrospectiva e histórica
34CADERNODERESUMOS
O trabalho traz como objetivo a análise das
dimensõeserepercussõesdapráticadaescravidão
no interior do Convento da Soledade. A clausura
envolveu um grupo heterogêneo de mulheres,
identifica as primeiras capelas, os aldeamentos,
as igrejas matrizes e as freguesias. Estabelece
a relação entre a gênese dos aglomerados e a
construção das primeiras ermidas. Também
evidencia a pouca importância da capitania para
o Estado português considerando o número de
freguesias coladas instaladas no território. Se no
Dom frei Manoel da Cruz, o governo do bispado e as redes clientelares
(Maranhão, 1739-1747)
Kate Dayanne Araujo Soares
katedasoares@yahoo.com.br
Durante o período que governou o bispado
do Maranhão, dom frei Manoel da Cruz
enviou correspondência frequente para sua
rede clientelar em Portugal, que tinha como
membros o padre reformador frei Gaspar da
Encarnação, o Cardeal João da Mota e Silva,
o padre jesuíta João Batista Carbone e o rei
dom João V. A proposta dessa comunicação
é investigaro funcionamento dessa rede e as
estratégias usadas pelo bispo para conseguir
benefícios para melhor governar sua diocese.
Colações e ordenações sacerdotais: o clero no Maranhão colonial
Pollyanna Gouveia Mendonça Muniz
pollyannagm@yahoo.com.br
início do século XVIII o território se apresenta
como um grande vazio a ser ocupado; no
alvorecer do século XIX, uma rede eclesiástica
constituída por 17 freguesias, 22 igrejas matrizes
e cerca de 47 capelas organizava o espaço
territorial da capitania. O Ceará encontrava-se
definitivamente ocupado pela igreja.
Esta comunicação discute os trâmites para
a ordenação sacerdotal dando destaque aos
processos de Habilitação degeneree VitaetMoribus
que avaliavam a ascendência e os costumes
dos candidatos ao sacerdócio. Num segundo
momento, a análise tratará dos concursos para
colação sacerdotal destacando as diferentes
estratégias e os discursos utilizados para
conseguir boas colocações na Igreja. O palco
desse estudo é o bispado do Maranhão no século
XVIII.
com diversas dimensões que extrapolavam a do
mero isolamento. A presença de escravas e servas
na instituição assegurava a continuidade do tipo
de vida que a reclusa levava antes de ingressar
As diversas faces da reclusão feminina: considerações sobre a
presença de escravas e servas no Convento da Soledade (Salvador,
século XVIII)
Adínia Santana Ferreira
adinia@gmail.com
35 5ºEncontroInternacionaldeHistóriaColonial
no convento e que, em tese, deveria romper, uma
vez que se recolheu em uma instituição religiosa
centrada no isolamento, contemplação e nos
votos de pobreza, humildade e obediência.
Reflexos da Jacobeia na Capitania de Pernambuco: o governo de D. José
Fialho (1725-1738) e as reformas de cunho rigorista
Bruno Kawai Souto Maior de Melo
bruno.kawai@yahoo.com.br
O início do século XVIII foi marcado por
consideráveis reformas na estrutura do
catolicismo Português, que produziram
profundas modificações nas concepções
eclesiológicas, morais e teológicas da Igreja
Portuguesa de aquém e além mar. Dentre os
movimentos reformistas de caráter rigorista
que figuraram no período, temos a jacobeia, que
buscava restaurar a estreita observância dos
regulares, o exame de consciência, a frequência
aos sacramentos, sobretudo a confissão, a
mortificação dos vícios, o desprezo pelo mundo
e a austeridade no modo de se vestir. O presente
trabalhosepropõeaavaliarosreflexosdacartilha
dos jacobeus na capitania de Pernambuco
durante a primeira metade do século XVIII,
quando a governação espiritual do bispado de
Olinda estava sob a regência de D. José Fialho
(1725-1738), representante em âmbito local do
movimento.
Os cabidos das catedrais do Brasil colonial: carreiras eclesiásticas e
dinâmicas sociais
Hugo Daniel Ribeiro da Silva
hribeirodasilva@hotmail.com
Apesar da sua importância no quadro da
administração diocesana, os cabidos das
catedrais do Brasil colonial têm merecido
reduzida atenção por parte da historiografia.
Com esta comunicação pretende-se, em primeiro
lugar, refletir sobre quais as fontes disponíveis
para o estudo destas instituições e quais as
dificuldades que elas nos colocam, em particular
dada a sua escassez. Em segundo lugar serão
enunciadas algumas propostas de investigação
e questões que se encontram em aberto, mas,
sobretudo, serão apresentados alguns resultados
de uma pesquisa em curso.
SIMPÓSIO TEMÁTICO 3
Contrabando, descaminhos e ilicitudes na América Portuguesa
Coordenadores: Paulo Cavalcante de Oliveira Junior (UNIRIO) & 
Ernst Pijning (Minot State University)
Dia 19 de agosto de 2014
A Alfândega do Rio de Janeiro: uma análise da economia e poder no
Império ultramarino português (c.1640-c.1700)
Helena de Cassia Trindade de Sá
helenatrindade@globo.com
A presente comunicação tem por objetivo fazer
uma análise das práticas econômicas e sociais
desenvolvidas nas Alfândegas Coloniais, com
destaque para a Alfândega do Rio de Janeiro. Por
intermédio do viés fiscal buscar-se-á examinar,
não só a estrutura administrativa alfandegária
com suas diversas camadas de poder, como
também a importância dessa instituição para
a montagem do Antigo Sistema Colonial e
expansão dos negócios ultramarinos.
O PORTO DO RECIFE E A ALFÂNDEGA DE PERNAMBUCO
Luanna Maria Ventura dos Santos Oliveira
luannaventura@gmail.com
O presente tema tem como objetivo analisar as
relações de poder na instituição da Alfândega
de Pernambuco nos setecentos. Buscamos
compreender em nossa pesquisa quais produtos
chegavam ao Porto do Recife na segunda
metade do século XVIII, e como a Alfândega de
Pernambuco controlava e limitava as inúmeras
estratégiasdeburlarafiscalizaçãoreal.Atravésda
documentação encontrada no APEJE e no AHU,
conseguimos identificar quais cargos existiam
na Alfândega de Pernambuco, além dos estatutos
que a regiam, bem como se deveria atuar na
fiscalização dos portos. Nossa pesquisa adentrar
a um universo ainda pouco explorado, o aparelho
burocrático da alfândega de Pernambuco,
objetivando enriquecer as discussões sobre a
circulação de mercadorias no Atlântico, além
das influências desses “funcionários” nas redes
comerciais colônias.
37 5ºEncontroInternacionaldeHistóriaColonial
Desordem no porto: as arribadas forçadas e a prática de ilicitudes no
século XVIII
Paulo Cavalcante
paulocavalcante@unirio.br
Esta comunicação põe em causa as chegadas
ou entradas não programadas de navios nos
portos ou demais lugares da costa do Estado do
Brasil nas primeiras décadas do século XVIII.
Chamadas ainda hoje no direito náutico de
“arribadas forçadas”, essa movimentação, longe
de ser fortuita ou surpreendente, por decorrer
de algum motivo que impedisse a continuidade
da viagem, em grande medida era calculada e
abundante. Isso porque, de fato, constituía parte
do arsenal de ardis da prática ilegal do comércio
que visavam burlar as regras instituídas. Não foi
por outra razão que, para além da legislação geral
sobre a atividade comercial, a Coroa expediu
orientações específicas sobre como proceder
“com os navios estrangeiros que vierem ao Estado
do Brasil”. Vamos explorar essas regras com o
objetivo de trazer à luz o conjunto dinâmico de
interações entre a expressão da vontade do que
o Estado queria ver praticado e a materialidade
daquilo que efetivamente se praticava.
Os tesoureiros e seladores da Alfândega de Salvador: a prática social
do descaminho, 1714-1722
Hyllo Nader de Araújo Salles
hyllo.nader@gmail.com
O presente trabalho tem por objeto de estudo
os tesoureiros e os seladores da Alfândega de
Salvador e a prática social do descaminho nesse
lócus privilegiado, a Alfândega, entre 1714 – ano
do (re)estabelecimento da cobrança da dízima
da Alfândega e do regimento estabelecido
pelo marquês de Angeja – e 1722 – ano em
que a cobrança da dízima fora submetida ao
sistema de contratos. As fontes utilizadas são as
pertencentes à segunda série dos documentos
avulsos da capitania da Bahia do Projeto Resgate
do Arquivo Histórico Ultramarino e o Livro
Quarto da Alfândega de Salvador custodiado
pelo Arquivo Nacional – Rio de Janeiro. Tendo
em vista a natureza e a diversidade das fontes
que alicerçam a presente pesquisa, a metodologia
considerada a mais adequada a ser utilizada foi
a baseada nos procedimentos usuais de coleta,
sistematização e análise crítica dos dados
levantados.
Arribadas nos trópicos: negociações e conflitos no contexto do
cotidiano da navegação na Capitania do Rio de Janeiro (1763-1808)
Cesar Augusto Ornellas Ramos
cesarornellas@hotmail.com
O presente trabalho consiste no resultado
preliminar das análises realizadas acerca do
cotidiano da navegação no litoral da Capitania
do Rio de Janeiro, no decorrer da segunda metade
do século XVIII, com ênfase para os Autos de
Exame de navios, evidenciando a intensificação
38CADERNODERESUMOS
Dia 20 de agosto de 2014
O contrabando no memorialismo luso-brasileiro
Marieta Pinheiro de Carvalho
marietacarvalho@ig.com.br
da afluência de embarcações mercantes e de
guerra ao Rio de Janeiro, então capital do Vice-
Reino do Estado do Brasil. Nosso propósito é
discutir os limites entre normas e transgressões
que balizavam as visitas de autoridades luso-
brasileiras aos navios fundeados, especialmente
às embarcações arribadas. Dentre os objetivos
da abordagem em questão podemos destacar
análise do perfil das tripulações e dos
passageiros, a natureza das cargas transportadas
e, principalmente, as estratégias de negociação
entre capitães de embarcações e funcionários a
serviçodaCoroaportuguesa,mapeandoconflitos
e cumplicidades sob o sol dos trópicos.
“Todo o mundo sabe, que as colônias ultramarinas [são] sempre
estabelecidas com o preciso objeto da utilidade da Metrópole”
Rodrigo Ricupero
Ricupero@usp.br
Em 1772, em resposta aos protestos ingleses
pela apreensão de um navio no Rio de Janeiro, o
Marquês de Pombal, defendendo enfaticamente
o “exclusivo colonial”, escreveu “todoomundosabe,
que as colônias ultramarinas [são] sempre estabelecidas
com o preciso objeto da utilidade da Metrópole...”.
Alguns anos depois, no anônimo “Roteiro do
Maranhão a Goiás pela capitania do Piauí”, tal ideia
é desenvolvida, para o autor desse trabalho,
caberia às colônias produzir as matérias-
primas que seriam, em seguida, beneficiadas na
metrópole e depois exportadas, inclusive para a
própria colônia. Tal concepção sobre a relação
colônia/metrópole não é encontrada em textos e
documentos dos séculos XVI e XVII produzidos
em Portugal ou em seu Império, aparecendo,
contudo, cada vez com mais força e clareza ao
longo do XVIII. O objetivo desta comunicação
é discutir a formação e o desenvolvimento de
uma consciência do fato colonial (e de seus
desdobramentos práticos), tanto do lado da
Coroa e de seus funcionários, como do lado dos
moradores das partes do Brasil, indo do século
XVI até às vésperas da independência em 1822,
quando José Bonifácio, no Manifesto de Agosto
desse ano, clamou contra o “restabelecimento do
odioso sistema colonial”.
No final do século XVIII e no início do
XIX, o contrabando era uma realidade que
preocupava os estadistas portugueses. Tal
prática interferia em um ponto central das
relações entre metrópole e colônia: o exclusivo
comercial. Em função disso, a temática esteve
constantemente presente na correspondência
entre a Corte e o vice-reinado. E a despeito
das ações efetuadas por parte das autoridades
coloniais, as dificuldades enfrentadas para coibi-
lo eram muitas, uma vez que em vários casos,
as atividades contrabandistas contavam com o
auxílio de habitantes da colônia ou de agentes
oficiais, encarregados na prática de combatê-
lo. O objetivo dessa comunicação é analisar
um conjunto de escritos sobre o contrabando,
39 5ºEncontroInternacionaldeHistóriaColonial
desenvolvidos nesse período, com discussões
que tentavam apresentar soluções para reduzir
ou coibir tal prática. Mais propriamente, a ideia é
perceber como esses textos se articulavam a uma
política maior de desenvolvimento do império
português.
Diferentes escritos e uma única preocupação: a preservação do
comércio exclusivo com a América, século XVIII
Valter Lenine Fernandes
valterlenine@usp.br
“Sendo tão grandes os interesses do comércio com os
estrangeiros, são ainda maiores os seus lucros quando ele
se faz para as próprias colônias. Não só este comércio é o
maisútil,mastambémomenosarriscado.”Combasena
citação de Sebastião de José de Carvalho e Melo
e de outros contemporâneos, a título de exemplo
Geronimo de Uztariz, a presente comunicação
analisará os níveis de consciência das políticas
de controle do comércio das Metrópoles
portuguesa e espanhola com as suas colônias na
América. O que tem de comum na análise desses
escritos? A preocupação com leis, medidas e com
as ações dos administradores das Alfândegas e
ou Aduanas. Portanto, apresentaremos algumas
das reflexões acerca da principal instituição de
preservação do comércio exclusivo das Coroas
portuguesa e espanhola.
Rotas e caminhos: circulando entre as Américas portuguesa e
espanhola
Lina Maria Brandão de Aras
laras@ufba.br
As rotas estabelecidas entre o Império
português e espanhol na América Colonial foram
identificadas e traçadas em cartografia utilizada
amplamente na bibliografia específica. O estudo
sobre as relações comerciais entre um lado e
outra, separados por demarcações oriundas de
tratados e acordos diplomáticos não impediram
o estabelecimento de outros caminhos entre
regiões fronteiriças e mesmo geograficamente
distantes. Desta forma, objetivo discutir os
caminhos percorridos por fora dessa cartografia
e demonstrar que os mesmos tanto serviam para
a circulação de pessoas e mercadorias como para
ampliar a circulação dos impressos proibidos na
América portuguesa.
Os “fundos vivos da contravenção”: o contrabando de escravos na
Colônia do Sacramento (1740-1777)
Fábio Kühn
fabio.kuhn@ufrgs.br e fkuhn1@gmail.com
Após o final do Asiento britânico no Rio da
Prata, ocorrido no final da década de 1730,
os portugueses estabelecidos na Colônia do
Sacramento passaram a contrabandear para os
domínios espanhóis uma crescente quantidade
de escravos africanos, enviados para a praça
40CADERNODERESUMOS
platina desde a Bahia e o Rio de Janeiro. O
trabalho pretende explorar alguns aspectos
desse comércio ilícito, analisando em primeiro
lugar as dimensões desse tráfico, a partir de
algumas estimativas contemporâneas. Um
segundo ponto procura analisar as formas
de introdução dessa peculiar mercadoria em
Buenos Aires, discutindo questões como a
existência da corrupção e a conivência dos
agentes da administração colonial que, em
tese, deveriam reprimir tais atividades. Por fim,
utilizando os dados dos registros de óbitos de
escravos, pretende-se evidenciar quais eram os
agentes mercantis envolvidos no comércio dos
“fundos vivos da contravenção”.
Tudo é Contrabando: a integração da ilegalidade na sociedade
Brasileira oitocentista
Ernst Pijning
ernst.pijning@minotstateu.edu
Esta palestra é uma proposta como deve se
estudar o assunto de contrabando no Brasil
colonial? Como o contrabando foi um fenômeno
integral na sociedade deve se demonstrar a
ligação entre geografia, diplomacia, sistema
judicial, burocracia e discurso público. Esta
palestra é um “up-date” do meu artigo publicado
na Revista História Brasileira que dialoga com a
historiografia mais recente sobre o assunto.
Dia 21 de agosto de 2014
A atuação dos diretores de povoações durante a política do
Diretório dos Índios (1757-1798): a busca por uma análise de caráter
histórico de suas infrações a lei
Vinícius Zúniga Melo
vinicius.zuniga@hotmail.com
Este trabalho tem como objetivo analisar
a atuação dos diretores de povoações de
índios, durante o período do Diretório dos
Índios (1757-1798), no Vale Amazônico. Parte
da historiografia consolidou a ideia de que
foram estes sujeitos, devido as suas infrações
cometidas principalmente em relação a mão de
obra indígena, os principais responsáveis pelo
fracasso da lei. Este estudo, por outro lado,
busca apontar algumas das dificuldades dos
diretores na realização do ofício, nos levando
a pensar em até que ponto seria vantajoso
a ocupação do dito posto. Além disso, ao
constatar que uma série de outros sujeitos
também transgrediam as normas do Diretório,
e utilizavam-se indevidamente do trabalho
indígena, este estudo busca fornecer um
caráter histórico as ações empreendidas pelos
diretores. Isto é, em um universo marcado pela
disputa em torno da mão de obra indígena,
infringir a lei era o horizonte possível.
41 5ºEncontroInternacionaldeHistóriaColonial
TENSÕES E CONFLITOS EM TORNO DA POLÍTICA INDÍGENA DOS HABSBURGOS
ESPANHÓIS NO BRASIL COLÔNIA
Miguel Luciano Bispo dos Santos
miguellucianobispo@hotmail.com
A nossa proposta de pesquisa está voltada para
analisar a questão da escravidão indígena na
América portuguesa no período compreendido
entre 1580 e 1611, durante a União Ibérica (1580-
1640). Entendemos que a análise da colonização
brasileira durante o período filipino exige a
ultrapassagem da discussão da historiografia
mais tradicional sobre a maior ou menor
autonomia de Portugal e suas colônias neste
período. Apesar da relativa autonomia político-
administrativa de Portugal, estabelecida
e regularizada por Felipe II nas Cortes do
Tomar (abril de 1581), podemos perceber na
documentação que houve, em alguns momentos,
uma ingerência direta da administração
espanhola nos negócios portugueses no Brasil,
sobretudo, na situação jurídica dos ameríndios.
Nesse sentido, trataremos das leis indígenas de
1595, 1605, 1609 e 1611 e as tensões geradas na
aplicação dessas normas régias aqui na colônia,
que envolvia funcionários régios, colonos e
eclesiásticas.
Os comportamentos à margem da Lei: a esfera fazendária no Rio
Grande de São Pedro no século XVIII
Paula Andrea Dombkowitsch Arpini
paularpini@terra.com.br
O trabalho se propõe a fazer uma análise dos
comportamentos à margem da lei, percebendo
o que era, de fato, transgressão às normas e
quais práticas políticas consideradas comuns
na lógica da sociedade de Antigo Regime.
Buscaremos assim, compreender a diferença
entre a transgressão à lei, bem como os limites do
que era tolerado. A partir do estudo de biografias
coletivas na esfera fazendária no Rio Grande
de São Pedro, no século XVIII, pretendemos
investigar as práticas ilegais em termos de redes
sociais, buscando perceber como a corrupção
permitiu aos sujeitos formar cadeias informais
de mando, influência e poder na Colônia. Nesse
sentido, encontramos na provedoria da Fazenda
Real uma instituição permeada por práticas ditas
ilegais, que têm sua própria lógica de existência
em redes de poder, legitimadas pela monarquia
corporativa em uma concepção de ilegalidade
tolerada.
A estrada proibida da Bahia: Entre o caminho e os descaminhos
(1694 – 1716)
Pollyanna Precioso Neves
pollyanna.neves.87@gmail.com
A conjuntura da descoberta do ouro na região
das Minas exigiu da Metrópole novas estratégias
administrativas e fiscais de mando e poder, para
assim,controlarofluxodepessoasemercadorias.
E, principalmente, evitar o desvio do ouro. A
proibição da entrada de fazendas pela Estrada
42CADERNODERESUMOS
da Bahia constitui parte de tais medidas, numa
política de “ilhamento” da região mineradora.
Assim sendo, procuraremos deslindar as
tentativasdecoibirodescaminhopelaEstradado
Sertão e as contendas entre os potentados locais
e os agentes da Coroa, de um lado. E de outro,
comooscolonossearticulavamparacontornartal
A OCUPAÇÃO DO SUL MARANHENSE
Philipe Luiz Trindade de Azevedo
Philipe.azevedo021@hotmail.com
ordem, continuando a transitar pela dita estrada.
A partir da análise dos Autos de Denunciação e
Tomadia da Superintendência do Rio das Velhas,
bandos, ordens régias e o Regimento de 1702
para reconstruir o movimento que constituiu as
tentativas de Portugal de expandir as fronteiras
da colonização nas Minas.
“Sem ofensa das leis, com seu direito”: a prática social do direito no
mundo colonial
Marcos Guimarães Sanches
m.g.sanches@oi.com.br
A discussão sobre práticas lícitas e ilícitas
no mundo colonial exige uma reflexão sobre
os paradigmas jurídicos que informam tal
classificação como a natureza do direito no
Antigo Regime, o problema da existência de um
direito colonial, ou no nosso caso, de um direito
luso-brasileiro, e, particularmente, a natureza
da exploração das conquistas, revisando por
consequências o atributo nacional do direito
na perspectiva consagrada no Oitocentos.
A presente comunicação apropria o caráter
dialéticodasrelaçõesdametrópoleesuascolônias
e sua variabilidade no tempo, investigando das
diversas rebeliões de caráter fiscal, tidas como
práticas ilícitas e até anti coloniais, a luz da
cultura jurídica do Antigo Regime e inseridas
nos quadros estruturais da sociedade da época
moderna.
Dinâmica administrativa e de jurisdições no início do período Filipino
na Capitania do Rio de Janeiro
Maria Isabel de Siqueira
misrjhistoria@gmail.com
A carta do Provedor da Fazenda Real da
Capitania do Rio de Janeiro, no início do século
XVII, nos revela a questão de como foi a dinâmica
administrativa e de jurisdições durante a União
das Coroas Ibéricas no Estado do Brasil. O
cotidiano das autoridades coloniais, dos jesuítas
e do grupo de índios que, entre idas e vindas,
respondemasquestõesdasbasesdacomunicação
política,configuraramamanutençãodasrelações
entre a Coroa e a Colônia
AcolonizaçãodosuldoMaranhãoestáintimamente
ligadaaoprocessodeexpansãodasterrasdirecionadas
para a atividade pecuarista, no início do século
XVIII. As entradas de fazendeiros afugentavam,
prendiam, ou exterminavam os indígenas para
garantir a posse da terra. Desde 1747 apresentam-se
43 5ºEncontroInternacionaldeHistóriaColonial
incursões que deveriam fazer frente aos indígenas,
que segundo as cartas oficiais, cometiam assaltos,
mortes e outras barbaridades contra os fazendeiros
que se estabeleciam no sul do Maranhão (na região
dos Pastos Bons) e do Piauí (nas áreas próximas à
ribeira do Parnaguá e do Gurgueia, por exemplo).
Este trabalho tem por objetivo apresentar a frente
de colonização pecuária apontada no Maranhão e
discorrer sobre a dinâmica das guerras justas que
atendiam aos anseios da Fazenda Real.
Dia 22 de agosto de 2014
Lavras sem paga: redes de contrabando e cristãos-novos nas Minas
setecentistas
Paula Túlio
paulatulio@uol.com.br
	
Em 1731, Manoel Albuquerque e Aguilar, Homem
de Negócio, morador de Vila Rica das Minas
de Ouro Preto, foi preso em Lisboa quando
regressava da Europa, por suspeita de judaizar.
Com ele foram apreendidos vários papeis de
diamantes. A maior fortuna encontrada, nos
inventários mineiros. O que consta é que ele
era um dos maiores traficantes de diamantes e
ouro nas Minas, comprava, vendia e despachava
para Inglaterra, Holanda e Portugal. Manoel
Aguilar era sócio de Inácio de Souza Ferreira,
tanto no contrabando de diamantes como na
Casa da Moeda clandestina, instituída no Vale
do Paraopeba entre 1729 e 1732. A partir do
seu processo Inquisitorial, pretendo abordar
as potencialidades apresentadas pela fonte,
para compreender alguns dos mecanismos do
funcionamento do mercado de diamante e ouro
com ênfase nas redes pessoais que sustentavam
tal comércio.
Filhos de ninguém: a prática do abandono domiciliar no mundo luso-
brasileiro em perspectiva comparada
Ana Silvia Volpi Scott
asvscott@gmail.com
Jonathan Fachini da Silva
J_fachini@hotmail.com
O caso da exposição de crianças no mundo
luso-brasileiro tem sido bastante estudado nas
últimas décadas e os pesquisadores recorrem
às fontes produzidas pelas instituições que
receberam os pequenos enjeitados para analisar
toda a problemática que cercava esse processo.
Proporcionalmente muito menos estudos
foram produzidos sobre a prática do abandono
nas portas das casas. Atendendo à proposta
do workshop, esta comunicação pretende
dar uma contribuição, portanto, ao fenômeno
do abandono que ocorria fora do âmbito das
instituições de acolhimento, privilegiando
o estudo dessa prática em áreas onde não
haviam sido instaladas as Casas da Roda.
Nessa oportunidade, abordaremos o abandono
de crianças comparando-se a região noroeste
de Portugal e freguesias do sul da América
Portuguesa, entre os finais do século XVIII e
início do XIX. As fontes básicas são os assentos
44CADERNODERESUMOS
de batizado. Paralelamente à análise quantitativa
do abandono, procuraremos identificar os lares
que recebiam as crianças expostas. A questão que
norteia acomunicaçãoé pensaroabandono como
o resultado de contextos variados que podem
de ser resultado de momentos de crise familiar
(gravidez indesejada) e/ou vulnerabilidade
social.
AS MULHERES E A PRÁTICA DO DESCAMINHO (SÃO PAULO E PERNAMBUCO,
SÉCULO XVII)
Letícia dos Santos Ferreira
ferreira.leticiadossantos@gmail.com
A comunicação tem por objetivo discutir a
prática do descaminho atentando para o papel
desempenhado pelas mulheres, principalmente,
no caso do pagamento do donativo do dote
e paz. Durante o desenvolvimento da tese
de doutoramento verificamos a presença de
mulheres de origens sociais diversas entre as
listas de contribuintes, bem como, entre aqueles
que tiveram seus bens confiscados pela coroa
devido ao não pagamento do donativo em
questão. Entendemos que a recusa ao pagamento
de contribuições devidas ao rei era uma das
muitas formas de descaminhos na Época
Moderna. Tal temática não tem sido abordada
pela historiografia e se insere em um novo projeto
de pesquisa que pretendemos desenvolver.
Lucratividade e governança no comércio açucareiro em tempos de
guerra no mar
Daniel Strum
danistrum@usp.br
Este trabalho procura rever o debate sobre a
lucratividade do comércio açucareiro a partir do
exame dos contratos de “dinheiro a ganho e risco”.
Nesses contratos, um investidor emprestava certo
valorparaumagenteinvestirduranteumaviagem;
comocontrapartida,sechegassecomoresultadoa
salvo, o agente lhe devolveria o principal mais uma
taxafixa,independentementedolucroouprejuízo
da empresa. O investidor arcava com os riscos de
força maior, enquanto o agente hipotecava algum
bem como garantia do pagamento. Esse trabalho
avoca que o contraste entre as porcentagens
cobradas nesses empréstimos e os prêmios de
seguro oferece o melhor indicativo da taxa de
lucratividade esperada desse setor. A frequência
do recurso a esses contratos e aos seguros, e os
tipos de meios de pagamento para o empréstimo
refletem ajustes dos mecanismos de governança
para lidar com a assimetria da informação em
tempos de guerra.
Dinâmicas fiscais e a desordem na América: A prática do descaminho
nas Minas setecentistas (1710-1740).
Lincoln Marques dos Santos
lincolnmarques@globo.com
O trabalho discutirá o processo de aplicação da
cobrança do quinto a partir da problematização
dos conflitos e revoltas que eclodiram nas
Minas Gerais na primeira metade do século
45 5ºEncontroInternacionaldeHistóriaColonial
XVIII e das respectivas estratégias de ação da
coroa para demarcar sua presença. O objetivo
central é descortinar os aspectos da desordem
no mundo colonial, apresentando-os como
critérios norteadores para as ações políticas
e administrativas que levaram à consolidação
da presença da coroa lusa e de seus interesses
em território americano. Nesse sentido, o caso
das Minas é singular: a partir dos eventos/
acontecimentos que marcaram sua origem,
levantaremos considerações que nos permitam
entender a construção e a institucionalização da
ordem metropolitana.
Encontro História Colonial
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Encontro História Colonial

  • 1. 5º Encontro Internacional de História ColonialCultura, Escravidão e Poder na Expansão Ultramarina, Séculos XVI ao XIX Universidade Federal de Alagoas Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Artes Curso de História Grupo de Estudos América Colonial 19 a 22 de agosto de 2014 Massayó, Comarca das Alagoas CADERNO DE RESUMOS Maceió, 2014
  • 2. UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS Reitor Eurico de Barros Lôbo Filho Vice-reitora Rachel Rocha de Almeida Barros Diretora da Edufal Maria Stela Torres Barros Lameiras Conselho Editorial Edufal Maria Stela Torres Barros Lameiras (Presidente) Anderson de Alencar Menezes Bruno César Cavalcanti Cícero Péricles de Oliveira Carvalho Eurico Eduardo Pinto de Lemos Fernando Antônio Gomes de Andrade Janaína Xisto de Barros Lima José Ivamilson Silva Barbalho Roseline Vanessa Oliveira Machado Simoni Plentz Meneghetti Coordenação Editorial: Fernanda Lins Revisão ortográfica: Antonio Felipe P. Caetano Capa e diagramação: Edmilson Vasconcelos Supervisão gráfica: Márcio Roberto Vieira de Melo Catalogação na fonte Universidade Federal de Alagoas Biblioteca Central – Divisão de Tratamento Técnico Bibliotecária Responsável: Valter dos Santos Andrade E56 Encontro Internacional de História Colonial (5 : 2014 : Maceió, AL). Caderno de resumos do 5º Encontro Internacional de História Colonial: Cultura, escravidão e poder na expansão ultramarina, século XVI ao XIX. Maceió, 19 a 22 de agosto de 2014 / organizadores: Antonio Felipe P. Caetano, Gian Carlo de Melo Silva. – Maceió: EDUFAL, 2014. 173 p. 1. História – Congressos. 2. Brasil – História – Período colonial, 1500-1822. I. Caetano, Antonio Felipe pereira, org. II. Silva, Gian Carlo de Melo, org. III. Universidade Federal de Alagoas. IV. Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Artes. V. Curso de História. VI. Grupo de Estudos América Colonial. VII. Títulos. CDU: 981.02/.034 ISBN 978-857177-844-3 Direitos desta edição reservados à Edufal - Editora da Universidade Federal de Alagoas Centro de Interesse Comunitário (CIC) Av. Lourival Melo Mota, s/n - Campus A. C. Simões Cidade Universitária, Maceió/AL Cep.: 57072-970 Contatos: www.edufal.com.br | contato@edufal.com.br | (82) 3214-1111/1113 Editora afiliada:
  • 3. COMISSÃO ORGANIZADORA Alex Rolim Machado Antonio Filipe Pereira Caetano Arthur Almeida Santos de Carvalho Curvelo Dimas Bezerra Marques Gian Carlo de Melo Silva Lanuza Maria Carnaúba Pedrosa COMISSÃO CIENTÍFICA Acácio Jose Lopes Catarino – Universidade Federal da Paraíba Antonio Filipe Pereira Caetano – Universidade Federal de Alagoas Fátima Martins Lopes – Universidade Federal do Rio Grande do Norte George Félix Cabral de Souza – Universidade Federal de Pernambuco Gian Carlo de Melo Silva – Universidade Federal de Alagoas Kalina Vanderlei Silva – Universidade de Pernambuco Maria Emilia Monteiro Porto – Universidade Federal do Rio Grande do Norte Márcia Eliane Alves de Sousa Mello – Universidade Federal do Amazonas Pollyanna Gouveia Mendonça Muniz – Universidade Federal do Maranhão Ricardo Pinto de Medeiros – Universidade Federal de Pernambuco Rafael Chambouleyron – Universidade Federal do Pará Suely Creusa Cordeiro de Almeida – Universidade Federal Rural de Pernambuco SECRETARIA DO EVENTO Gian Carlo de Melo Silva – Universidade Federal de Alagoas CADERNO DE RESUMOS Antonio Filipe Pereira Caetano – Universidade Federal de Alagoas
  • 4.
  • 5. ÍNDICE Apresentação................................................................................................................................................................7 Programação ............................................................................................................................................................... 9 Distribuição das Salas ..............................................................................................................................................11 Simpósio Temático 1 ..............................................................................................................................................13 Arquitetar o discurso: artes, literatura e arquitetura nos espaços coloniais Simpósio Temático 2 .............................................................................................................................................22 Clero, Religiosidade e Inquisição no Espaço Ibero-americano (séculos XVI-XIX) Simpósio Temático 3 .............................................................................................................................................36 Contrabando, descaminhos e ilicitudes na América Portuguesa Simpósio Temático 4 .............................................................................................................................................46 Conquistar e Defender: os militares na construção da América Portuguesa Simpósio Temático 5 .............................................................................................................................................53 Cultura e Educação na América Portuguesa Simpósio Temático 6 .............................................................................................................................................62 Cultura Política e Hierarquias Sociais no Antigo Regime Português Simpósio Temático 7 .............................................................................................................................................75 Elites, Trajetórias e Estratégias nos Impérios Coloniais Ibéricos Simpósio Temático 8 .............................................................................................................................................88 Fronteiras e Relações Transfronteiriças na América Colonial Simpósio Temático 9 .............................................................................................................................................96 Impérios Ibéricos no Antigo Regime: política, sociedade e cultura
  • 6. Simpósio Temático 10 ...........................................................................................................................................111 Jesuítas, modernidade e colonialismo: Américas, Ásia e África Simpósio Temático 11 ...........................................................................................................................................121 Magistraturas Ultramarinas: administração da justiça e poderes locais no Brasil colonial Simpósio Temático 12 .........................................................................................................................................129 Os Agentes das ”Dinâmicas de Mestiçagens” na Ibero-América, séculos XV a XIX Simpósio Temático 13 .........................................................................................................................................140 Populações e Famílias na América Ibérica: pluralidades por desvendar Simpósio Temático 14 .........................................................................................................................................148 Revoltas, Lutas Políticas e Inconfidências no Brasil Colonial: episódios e interpretações Apresentação de Posteres ...........................................................................................................................152 Anotações ................................................................................................................................................................164
  • 7. APRESENTAÇÃO Criado em 2006, na Capitania da Paraíba, o Encontro Nordestino de História Colonial tinha como pressuposto discutir as temáticas concernentes à experiência colonial em suas mais diversas localidades americanas e, por que não dizer, africanas e asiáticas na Época Moderna. Realizado a cada dois anos, em 2008, o mesmo já estava na Capitania do Rio Grande Norte, local onde se tornou Internacional por sua vasta abrangência de temáticas e, sobretudo, pela grande participação de pesquisadores e professores de outros países. Tal feito não só consolidou no território nacional a atividade de extensão, como se tornou um ponto de parada obrigatória de toda nau estrangeira que visava  atracar nos estudos coloniais da modernidade. De lá para cá, o EIHC já passou pelas capitanias de Pernambuco e pelo antigo Estado do Maranhão e Grão-Pará, mas especificamente na Capitania do Pará. Divulgando pesquisas, trocando experiências, promovendo debates científicos e, mais do que isso, consolidando os estudos sobre o mundo colonial, este evento, em 2014, retorna à Capitania de Pernambuco! No entanto, por conta de sua vastidão, a localidade escolhida para este momento era aquela denominada de “as parte do sul” ou, a partir de 1712, a Comarca das Alagoas. A criação desta nova jurisdição somente atestava a especificidade e a diferença que as localidades do “sul da Capitania de Pernambuco” tinham em relação às Vilas de Olinda e Recife. Assim, dentro da comarca três vilas se destacam: a Vila de São Francisco de Penedo, considerada pelos agentes coloniais a mais “selvagem”; a Vila de Porto Calvo, com características similares ao mundo açucareiro da sede da capitania; e a Vila de Santa Maria Magdalena Alagoas do Sul, considerada importante por sua centralidade e pelos portos do Francês e Jaraguá escoarem a produção local. Fora justamente nesta última vila que se sediou a “cabeça da Comarca”, hegemonizando o território e nomeando o que, em 1817, após a insurreição pernambucana, se convencionou chamar de Capitania/Província das Alagoas. Se foi traíra naquele momento à causa dos insubordinados pernambucanos, pouco importa! O que se destaca, naquele episódio, é a concretização da demarcação de um espaço diferenciado dentro da capitania, com vida própria,  com atividades camarária específicas, com uma economia consolidada e com súditos portugueses que não se afinavam mais com a sede da Capitania de Pernambuco! Enfim, é neste espaço reconhecidamente lembrado pelo banquete feito pelos índios caétes ao Bispo Fernandes Sardinha, pelo celebre personagem de Calabar no período flamengo e pelos habitantes Mocambos de Palmares que ocorrerá o V ENCONTRO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA COLONIAL. Por conta disso, a temática proposta não podia ser diferente: CULTURA, ESCRAVIDÃO E PODER NA EXPANSÃO ULTRAMARINA (SÉCULOS XVI AO XIX). Com 2 conferências, 9 mesas redondas, 14 simpósios temáticos e 11 minicursos, o encontro se vislumbra como o maior de sua história. Por tudo isso, as páginas que se seguem apontam o crescimento da produção na área colonial e a consolidação de um nicho de pesquisa que só tende a demonstrar a grandeza da pesquisa história no Brasil e demais áreas ultramarinas. Maceió, julho de 2014 Antonio Filipe Pereira Caetano Gian Carlo de Melo Silva
  • 8.
  • 9. PROGRAMAÇÃO Todas as atividades serão realizadas no Centro de Convenções Ruth Cardoso 19 de agosto de 2014 09:00-12:00 – Credenciamento. Local: Hall 12:00-14:00 – Almoço 14:00-18:00 – Simpósios Temáticos. Local: Salas Temáticas 19:00-21:00 – Conferência de Abertura: Maria Beatriz Nizza da Silva. 20 de agosto de 2014 09:00-10:30 – Minicursos. Local: Salas Temáticas 10:30-12:00 – Mesas Redondas. Local: Salas Temáticas 12:00-14:00 – Almoço 14:00-18:00 – Simpósios Temáticos. Local: Local: Salas Temáticas 19:00-21:00 – Jantar de adesão 21 de agosto de 2014 09:00-10:30 – Minicursos. Local: Salas Temáticas 10:30-12:00 – Mesas Redondas. Local: Salas Temáticas 12:00-14:00 – Almoço 14:00-18:00 – Simpósios Temáticos. Local: Salas Temáticas 19:00-21:00 – Lançamento de Livros. Local: Salas Temáticas 22 de agosto de 2014 09:00-10:30 – Minicursos. Local: Salas Temáticas 10:30-12:00 – Mesas Redondas. Local: Salas Temáticas 12:00-14:00 – Almoço 14:00-18:00 – Simpósios Temáticos/Banners/Reunião Administrativa 19:00-21:00 – Conferência de Encerramento: Stuart B. Schwartz
  • 10.
  • 11. DISTRIBUIÇÃO DAS SALAS Atividades Nome Dia/Local Conferências Abertura: Maria Beatriz Nizza da Silva Auditório Central Encerramento: Stuart Schwartz Auditório Central Mesas Redondas 01: Agentes das Dinâmicas Coloniais: comércio, circulação e construção de sociabilidades na América Portuguesa (séculos XVI-XVIII) 21/08 - Sala Explosão Estelar 02: Caminhos de Pesquisa sobre Cultura Material na América Portuguesa 21/08 - Auditório B 03: “Dinâmicas de Mestiçagens”: um conceito para a Ibero-América 20/08 - Auditório B 04: Espaço e relações sociais na América Portuguesa 20/08 - Sala Explosão Estelar 05: Inquisição e Cristãos-novos no Brasil e na Europa Moderna 22/08 - Sala Explosão Estelar 06: O Atlântico Sul na Imaginação Imperial Portuguesa: crônicas, cartografias, corpos e outras inscrições 22/08 - Auditório B 07: O Brasil na Monarquia Hispânica: dinâmicas políticas e mercantis em tempos de transversalidades culturais (1580-1640) 20/08 - Sala Universidade 08: Pelos Labirintos do Brasil Holandês: Religiosidade, Guerra, Paisagem Política e Vida Escrava em Tempos de Ocupação 22/08 - Sala Universidade 09: Repensando Espaços e Protagonistas: a Companhia de Jesus na América ibérica colonial 21/08 - Sala Universidade Simpósios Temáticos 01: Arquitetar o discurso: artes, literatura e arquitetura nos espaços coloniais Sala Lâmpada Elétrica 02: Clero, Religiosidade e Inquisição no Espaço Ibero-americano (séculos XVI-XIX) Sala Oxigênio 03: Contrabando, descaminhos e ilicitudes na América Portuguesa Sala Transistor 04: Conquistar e Defender: os militares na construção da América Portuguesa Sala Enciclopédia 05: Cultura e Educação na América Portuguesa Sala Televisão 06: Cultura Política e Hierarquias Sociais no Antigo Regime Português Sala Computador 07: Elites, Trajetórias e Estratégias nos Impérios Coloniais Ibéricos Sala Automóvel 08: Fronteiras e Relações Transfronteiriças na América Colonial Sala Sistema Binário 09: Impérios Ibéricos no Antigo Regime: política, sociedade e cultura Sala Quark 10: Jesuítas, modernidade e colonialismo: Américas, Ásia e África Sala Mineralogia 11: Magistraturas Ultramarinas: administração da justiça e poderes locais no Brasil colonial Sala Raios X 12: Os Agentes das ”Dinâmicas de Mestiçagens” na Ibero-América, séculos XV a XIX Sala Linguística 13: Populações e Famílias na América Ibérica: pluralidades por desvendar Sala Plástico 14: Revoltas, Lutas Políticas e Inconfidências no Brasil Colonial: episódios e interpretações Sala Avião Minicursos 01: África revisitada: conceitos, fontes e métodos Sala Lâmpada Elétrica 02:  Arquitetura e natureza no período colonial: apontamentos para a pesquisa e o ensino de história Sala Enciclopédia 03: Histórias de Vida, Fragmentos Históricos: Percursos metodológicos e trajetórias biográficas dos ouvidores na América portuguesa Sala Sistema Binário 04:  História e Imagem em Frans Post: A Paisagem Política do Brasil Holandês na Cultura Visual dos Países Baixos do Séc. XVII Sala Raios X 05: História Indígena e História Ambiental na América Portuguesa: animais, plantas e espaços de trocas, circulações e vivências socioambientais (séculos XVI- XIX) Sala Computador 06: Inquisição e Jesuítas: relações e trajetórias na América e Índia portuguesas Sala Hereditariedade 07: O Comércio de Africanos para a Bahia Colonial Sala Mineralogia 08: O Uso do Atlas Digital da América Lusa Sala Plástico 09: Os Árcades Ultramarinos e suas Relações com o Universo Cultural e Político do Império Português na Segunda Metade do Século XVIII Sala Avião 10: Poder, resistência e necessidade: a monopolização dos serviços postais pela Coroa na América Portuguesa (séculos XVII- XIX) Sala Automóvel Banners Apresentação de trabalhos de discentes 22/08 – Hall do Centro de Convenções Ruth Cardoso Lançamento de Livros Publicações 21/08 – Estande Edufal Jantar de Adesão Confraternização 20/08 – Hotel Jatiúca Reunião Administrativa Discussão da sede do evento 2016 22/08 – Sala EIHC
  • 12.
  • 13. SIMPÓSIO TEMÁTICO 1 Arquitetar o discurso: artes, literatura e arquitetura nos espaços coloniais Coordenadores: Roberta Guimarães Franco (Universidade Federal de Lavras) &  João Henrique dos Santos (Universidade Federal do Rio de Janeiro) Dia 19 de agosto de 2014 A RESIDÊNCIA DE BREJO DE SANTO INÁCIO – UMA DAS TRÊS SEDES ADMINISTRATIVAS DAS FAZENDAS JESUÍTICAS DO PERÍODO COLONIAL PIAUIENSE, DEIXADAS POR MAFRENSE Maria Betânia Guerra Negreiros Furtado betaniaguerra@uol.com.br Em 1711, com a morte de Domingos Afonso Mafrense,osjesuítasdoColégiodaBahiatomaram posse das fazendas que este havia deixado em testamento para os inacianos no Piauí. Consta que eram mais de 30 estabelecimentos rurais localizados na região centro-sul do Estado. Estas fazendas, divididas em grupos, eram administradas pelos padres em residências que funcionavam como sedes administrativas. Eram três as residências no Piauí quando da expulsão da ordem em 1760, Brejo de Santo Inácio, Brejo de São João e Nazaré. Os jesuítas não mantinham moradafixanoestado,umsuperioralipermanecia para o gerenciamento das fazendas e catequese da escassa população local. Era Brejo de Santo Inácio a principal residência. As ruínas da casa e capela que lhe serviu de sede foram demolidas e em seu lugar, erguidas novas edificações. O motivo e o porquê é o objeto deste artigo. Um bracarense na Vila de São João Del Rei: A atuação de Francisco de Lima Cerqueira na igreja de São Francisco de Assis Patricia Urias patriciauriasbh@hotmail.com O presente resumo consiste numa abordagem acerca do mestre de obras e arquiteto Francisco de Lima Cerqueira, assim como sobre a sua trajetória profissional na Capitania de Minas Gerais, tendo como enfoque a sua atuação na Vila de São João Del Rei1, sobretudo na igreja de São Francisco Assis.
  • 14. 14CADERNODERESUMOS A ARTE A SERVIÇO DA FÉ E DA COROA NA ARQUITETURA DA BELÉM COLONIAL E SUAS RELAÇÕES COM A NATUREZA LOCAL Domingos Sávio de Castro Oliveira dscoliveira2008@gmail.com É possível identificar na arte produzida em Belém no século XVIII, dois momentos significativos que, em geral, são estudados de forma separada pela historiografia e historiografia da arte da região. Tendo como marcos históricos a chegada da Comissão Demarcadora de Limites, em 1753, e a expulsão dos jesuítas, em 1759, é objetivo deste artigo, fazer uma reflexão a respeito do que foi produzido em termos de artes visuais nesses períodos (pinturas de brutesco, esculturas, talha, arquitetura), suas relações com a natureza do local, os usos dos elementos dessa natureza e suas simbologias, associados aos objetivos para os quais essas artes eram produzidas, observando analogias entre os dois momentos e traçando paralelos entre eles. São analisados basicamente os templos inaciano e carmelita e outros traça do arquiteto italiano Antonio Landi que em Belém viveu entre os anos de 1753 e 1791. A linguagem da arquitetura religiosa expressa na iconografia azulejar dos conventos franciscanos no nordeste do Brasil colonial Ivan Cavalcanti Filho icavalcantifilho@yahoo.com.br Entre os recursos que os franciscanos utilizaram como meio didático-pedagógico para a difusão da fé católica, os painéis azulejares tiveram papel de destaque, sobretudo numa sociedade colonial onde a informação deveria estar consonante com o discurso da Metrópole mediante a sistemática do Padroado Régio. Neste contexto os frades menores puderam, no século XVIII, prover suas casas conventuais fundadas no nordeste do Brasil de magníficos silhares de azulejos historiados, alusivos a passagens bíblicas e a episódios da vida de personagens vinculados à Ordem onde a arquitetura religiosa via de regra compunha seu cenário imagético. O objetivo do presente ensaio é destacar a linguagem dos edifícios eclesiásticos representados nesses painéis fazendo sua devida conexão com o modelo de arquitetura religiosa produzida na época e com o ideário a ele atrelado, tanto sob o ponto de vista morfológico como conceitual. Capelas com planta centralizada: uma singular arquitetura dos séculos XVII e XVIII no Nordeste do Brasil Maria Berthilde Moura Filha berthilde_ufpb@yahoo.com.br Quatro capelas localizadas nos estados da Bahia e Paraíba constituem o objeto de estudo desta comunicação. Estas têm em comum as seguintes características: foram edificadas entre
  • 15. 15 5ºEncontroInternacionaldeHistóriaColonial o final do século XVI e o início do século XVIII; estão situadas na área rural associadas a uma casa senhorial ou um engenho de açúcar; foram concebidas sob o partido de planta centralizada. Considerando o reduzido número de exemplares similares na arquitetura religiosa brasileira, estas formam um conjunto singular sobre o qual se investiga os caminhos que levaram à apropriação detalpartidoarquitetônicoemumarealidadetão distante dos centros de erudição, procedendo a uma revisão da restrita literatura para buscar os modelos de referência oriundos ora da “tradição” portuguesa, ora da “erudição” da tratadística presente em Portugal. Os estudos de arquitetura de Francisco de Holanda Rogéria Olimpio dos Santos rogeriaolimpio@gmail.com Em seu pequeno tratado Da fábrica que falece à cidade de Lisboa concluído em 1571, o arquiteto, pintor, tratadista e iluminador Francisco de Holanda propõe a D. Sebastião uma reestruturação urbanística de Lisboa segundo os modelos antigos e modernos que viu, mediu e desenhou com as próprias mãos durante sua viagem a Itália, entre 1538 e 1541. Esses desenhos, resultantes da viagem de estudos à Itália efetuada sob as ordens de D. João III e do Infante D. Luís com o objetivo de estudar a arquitetura militar italiana e as obras de arte antiga, são os que foram reunidos no Álbum das Antigualhas. Este artigo é parte dos estudos desenvolvidos para a tese intitulada O Álbum das Antigualhas de Francisco de Holanda e pretende analisar as propostas arquitetônicas constantes do tratado de 1571 comparando- as com os estudos realizados durante sua viagem. Mãos à obra: construtores e artistas durante a expansão urbana da vila do Recife no setecentos Renata Bezerra de Freitas Barbosa renatabfb@hotmail.com No século XVIII a então vila do Recife vivencia uma intensa expansão urbana, extrapolando os limites dos bairros do Recife e de Santo Antônio, passando também a incrementar a ocupação de outras localidades vizinhas. Essa dinâmica de crescimento populacional e físico é acompanhada de perto pelos setores ligados à construção e à arte, que estimulados pelo aumento no número de construções civis e religiosas dão início a um movimento de organização profissional. E, com isso, tentam estabelecer e/ou consolidar hierarquias, contribuindo significativamente para a dinâmica da vida social e igualmente para a vida cultural da vila no setecentos. O presente artigo possuicomoobjetivotratardainserçãodosartistas e dos trabalhadores ligados à construção civil neste contexto de expansão urbana vivenciado na vila do Recife durante o século XVIII.
  • 16. 16CADERNODERESUMOS Dia 20 de agosto de 2014 A arquitetura do açúcar na dinâmica colonial: um estudo de três antigos engenhos de Alagoas Catarina Agudo Menezes catarina.agudo@usp.br Entre as atividades econômicas que caracterizaram a colonização do Brasil, a produçãoecomercializaçãodeaçúcarfoiumadas que mais se consolidaram em terras brasileiras, principalmentenaregiãoNordeste.Estaatividade demandou uma forma espacial bastante peculiar, que marcou a paisagem brasileira, sobretudo nos séculos XVII e XVIII, com a instalação de vários engenhos de açúcar. Sob o enfoque de três antigos engenhos de Alagoas – estado que até os dias de hoje é permeado por vastos campos de cana-de-açúcar e pontuado por diversas e modernas usinas – o presente trabalho pretende analisar como a materialidade destes complexos produtivos se inseriu na dinâmica arquitetônica colonial, bem como de que maneira seus atuais remanescentes traduzem à contemporaneidade aspectos técnicos, culturais e sociais de um Brasil aparentemente remoto. Urbanização em Vila Rica: estudos com técnicas de sistemas de informação Christiane Montalvão chris.montalvao@hotmail.com Esta comunicação busca apresentar a pesquisa em andamento no âmbito do programa de pós-graduação em História da Universidade Federal de Juiz de Fora cujo objetivo é estudar a distribuição da população urbana de Vila Rica entre os fins do século XVIII e inícios do século XIX por meio de técnicas componentes do Sistema de Informação Geográfica (SIG). A reunião de dados históricos e geográficos permitirá a geração de mapas bi- ou tridimensionais com os resultados obtidos. O objetivo é produzir um mapa capaz de reconstruir a dinâmica social e do espaço de Vila Rica no período estabelecido. Memórias entre relatos: a construção da paisagem às margens do Rio Paraguaçu Evelyne Enoque Cruz evelyne_cruz@hotmail.com Emsetratandodahistóriadaocupaçãoterritorial do Brasil, partindo do estudo das gêneses das vilas e cidades coloniais nordestinas, busca-se, também,analisarodesenhourbanocolonialeseus vínculos com a matriz portuguesa. A pesquisa se volta a responder a indagações quanto a possíveis modelos transplantados da Coroa para o Brasil. Relatos de viajantes, um destes é Gabriel Soares de Sousa, viajante inquietado pela paisagem, se coloca a descrever com minúcias o que o olhar colonizador destaca num relato datado em 1587. O recorte estudado é a região do Rio Paraguaçu,
  • 17. 17 5ºEncontroInternacionaldeHistóriaColonial no Recôncavo Baiano, na tentativa de criar links entre as edificações aparentemente singulares e isoladas ao longo da margem, mas que compõem uma teia urbana. A pesquisa ganha corpo com a participação de alguns agentes, que junto com o próprio relato compõem as fontes inspiradoras para a discussão que se propõe: palavras, imagens e o sensível. Textos, imagens e a criação de um signo chamado Vila Roseline Vanessa Oliveira Machado roselineoliveira@gmail.com A instalação das primeiras vilas brasileiras de colonização portuguesa seguiu algum modelo predefinido? Partindo do pressuposto de que a formação dos espaços habitados nesse contexto carrega um procedimento de instalação que atenta para as características do sítio, este artigo consiste no estudo comparativo do desenho urbano de seis vilas seiscentistas situadas na então Capitania de Pernambuco. O estudo, desenvolvido em nível de Doutorado, privilegiou textoseimagenselaboradasduranteoséculoXVII e teve como objetivo identificar os condicionantes de instalação, reconhecer elementos chaves da implantação das vilas e como estes se articulam na definiçãodeseusdesenhosurbanos.Osresultados obtidos revelaram que as vilas derivam de uma série de gestos afirmativos da existência de uma lógica comum de assentamento, na medida em que apresentavam aspectos de ocupação e estruturação urbana recorrentes. AS CIDADES HISTÓRICAS E O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO NO BRASIL COLONIAL: QUESTÕES E EMBATES José Antônio de Sousa saosilvestre31@gmail.com As cidades históricas foram alvo de planejamento urbano na era colonial? Essa indagação pode ser analisada a partir das características do processo de urbanização, na ótica das posturas da coroa lusitana, que refletem as estratégias militares de dominação e defesa do território, no combate as invasões estrangeiras na costa e sertões. Velhas discussões acerca de paradigmas duais: planejamento urbano, espontaneidade, regularidade ou irregularidade, são discutidas por Sérgio B. de Holanda “Raízes do Brasil”, Robert Smith, “Arquitetura Colonial”, Nestor G. R. Filho “Contribuição ao Estudo da Evolução Urbana do Brasil”, Paulo F. Santos “Formação de Cidades no Brasil Colonial”, Roberta M. Delson “Novas Vilas para o Brasil Colônia” e Manuel C. Teixeira “Os modelos Urbanos Brasileiros das Cidades Portuguesas”. Essas obras debatem as questões postas aqui e abrem caminhos para uma série de trabalhos. “Já por força, ou já por arte”: diálogos e conflitos na experiência colonial no nordeste brasileiro, nas últimas décadas do século XVIII Rodrigo Gerolineto Fonseca rodrigo.gerolineto@gmail.com Na segunda metade do século XVIII, sob o influxo do racionalismo, o império português produziu grande volume de informações sobre os espaços e os povos de seus domínios
  • 18. 18CADERNODERESUMOS coloniais. Além dos relatórios e descrições abundantes na esfera administrativa, encontram-se outros repositórios que permitem averiguar sentidos e interesses vinculados aos diferentes sujeitos que participaram da experiência colonial. No intuito de identificar tais sentidos e estratégias, o presente texto procura analisar diferentes repositórios, desde discursos encomiásticos, o afresco Concórdia Fratrum existente em quinta do marquês de Pombal em Portugal, até a arte rupestre abundante no sertão nordestino, cujos significados eram polêmicos naquele período. Uma Rua Chamada Direita João Henrique dos Santos joaohenrique@fau.ufrj.br A Rua Direita, atual Rua Primeiro de Março, foi das primeiras ruas a ser abertas na cidade do Rio deJaneiro,marcandoadescidadoscolonizadores para a várzea. Através de sua história é possível mostrar a transferência do eixo de poder do Morro do Castelo para a Rua Direita e seus arredores, e sua consolidação no fim do período colonial, especialmente após a chegada da Família Real Portuguesa, em 1808. Para além da história registrada nos documentos impressos, as edificações da Rua Direita testemunham não apenas o estabelecimento desse eixo de poder como também a evolução arquitetônica e urbanística da Cidade. O período Pombalino e a política regalista no contexto colonial: Mendonça Furtado e sua relação com os eclesiáticos seculares em Grão-Pará e Maranhão (1751-1759) Estevão Barbosa Damacena estevaodamacena@gmail.com Este presente trabalho tem por objetivos estudar e analisar as políticas reformadoras protagonizadas por Pombal na esfera colonial. A discussão historiográfica acerca das chamadas “reformas pombalinas” tem várias vertentes. Entretanto, a problemática que este presente trabalho tem por epicentro é no que tange a política “regalista” ou “episcopalista” praticada pelo consulado pombalino no âmbito colonial. Mais especificamente, teremos por recorte o Estado de Grão-Pará e Maranhão em meados do XVIII durante o governo de Mendonça Xavier de Mendonça Furtado, irmão do Marquês de Pombal. Perceberemos que durante a sua gestão no governo do Estado, o governador tentou alinhar o contexto político-religioso da colônia à visão ilustrada do projeto pombalino, inclusive da total submissão da igreja ao estado. Importante ressaltar que a relação dos bispos locais com o novo governador “ilustrado” não foi isenta de conflitos. E é justamente esta relação que permeia este trabalho.
  • 19. 19 5ºEncontroInternacionaldeHistóriaColonial Dia 21 de agosto de 2014 A OPERÍSTICA COLONIAL DA SEMANA TEATRALIZADA EM MONTE SANTO - BAHIA Jadilson Pimentel dos Santos jadangelus@bol.com.br O Monte Santo, coração místico do sertão, preserva, desde épocas coloniais, vários rituais católicosquesemantempraticamenteintocados. Esse conjunto ritualístico encenado na cidade sagrada dos sertanejos, localizado do nordeste da Bahia, evoca um teatro de moralidades iniciado desde o final do século XVIII, pelo italiano Frei Apolonio de Todi. Nesse espaço sagrado sertanejo, a Semana Santa é encenada tendo como cenário a grande montanha que margeia a cidade,ecomopersonagensumconjuntodecinco imagens de vestir que traduz toda dramática barroca da Paixão de Cristo. Esse conjunto escultórico: Nossa Senhora da Soledade, São João Batista, Nossa Senhora das Dores, Senhor dos Passos e o Cristo Morto, alimenta há séculos o orgulho e religiosidade do povo montesantense. Nesse sentido, esse trabalho pretende divulgar, pautado em informações colhidas em fotografias, depoimentosepesquisademestrado,oricoacervo do patrimônio imaterial e iconográfico presente no sertão do norte da Bahia. Sendo assim, é de considerável importância o conhecimento dessas festas e devoções religiosas para um melhor exercício histórico e artístico do fenômeno ocorrido no interior da Bahia, denominado Canudos lançando luzes sobre essa questão comparando-a, revelando-a e divulgando-a, essa que é uma das poucas obras que conta a memória das gentes dos sertões e do empreendimento missioneiro do frei italiano Apolônio de Todi. Os modos de alimentar no Brasil Colonial: um estudo dos registros holandeses seiscentistas Melissa Mota Alcides motamelissa@yahoo.com.br No contexto do período colonial brasileiro, os registros textuais e imagéticos legados pelos cientistas e naturalistas da comitiva de Maurício de Nassau, nos permite entender a importância dos significados e das propriedades culturalmente atribuídas às espécies vegetais, no que tange ao modoparticulardeelegeroqueservedealimentoe de como prepará-los. Neste sentido, a comida tem uma função básica, ligada à cultura material, que diz respeito, em primeiro lugar, à subsistência e desta forma evidencia uma relação bem específica nas trocas culturais entre o negro, o índio e o branco. Neste trabalho, portanto, pretende-se revisitar os registros produzidos no século XVII, enfocando os modos de alimentar e produzir os alimentos, como forma de entender os costumes alimentares no período em tela, através de uma abordagem histórico-antropológica.
  • 20. 20CADERNODERESUMOS Revisitar a história colonial: estratégias literárias para reler o passado Roberta Guimarães Franco robertagf@uol.com.br É possível perceber, dentre vários romances contemporâneos em língua portuguesa, um constante de retorno ao passado colonial, seja por uma necessidade de reafirmação identitária e/ou por uma busca de reconstrução de memórias distintas das oficiais. Independente dos interesses que envolvem a criação literária acerca do passado, é evidente, em escritores como Pepetela, Mia Couto e Ana Miranda, o interesse interdisciplinar ao colocar em diálogo a escrita ficcional e a historiografia, tendo em vista que, para construir seus romances, esses autores buscam referencias fontes documentais. O objetivo do nosso trabalho é mostrar como essa releitura do período colonial coloca em evidências sujeitos considerados subalternos. A prática da música e suas fronteiras: a arte liberal entre a escravidão e o trabalho mecânico nas margens do Atlântico (séculos XVII – XVIII) Luiz Domingos do Nascimento Neto professorluizdnn@gmail.com Privilegiando uma abordagem sociocultural da história buscaremos discutir neste texto a inserção da música na relação entre: trabalho mecânico e arte liberal na sociedade do período moderno,levandoemconsideraçãododiferencial causado pela amplitude do trabalho escravo na Colônia, muito mais intenso e efetivo do que em Portugal ao longo do século XVIII. Neste cenário, onde grande parte dos músicos eram homens de cor, por vezes sua arte e os ofícios mecânicos se confundiam, revelando assim os estigmas do trabalho braçal que sobre caíam nas costas dos artistas. Neste sentido, através da analise documental e bibliografia tentaremos apontar táticas e estratégias mobilizadas por músicos para demonstrar a dignidade de sua arte e se distanciar da mácula da escravidão. A arte da cantaria entre Portugal e Sergipe: o caso da Igreja jesuíta do Engenho Retiro (século XVIII) Janaina Cardoso de Mello Janainamello@uol.com.br Dentre as produções artísticas nos espaços coloniais da América, ressalta-se a técnica da cantaria, cuja utilização em escultura expandiu-se á partir do século XV em Portugal e na Espanha, chegando em Sergipe no início do século XVIII, com a primeira edificação jesuíta, a Igreja do Engenho Retiro na cidade de Laranjeiras. A técnica da cantaria aplicada na arquitetura colonial buscava lavrar a rocha rija e grande em formas geométricas ou figurativas para aplicação em construções, com finalidade ornamental e/ou estrutural. Destaca-se nesse trabalho, além do contexto histórico e artítisco no uso das cantarias como um discurso imagético pedagógico propagador das ideologias religiosas jesuítas, também o desenvolvimento dos ofícios
  • 21. 21 5ºEncontroInternacionaldeHistóriaColonial O caminhar da imagem Ana Karolina Barbosa Corado Carneiro karolcorado@gmail.com Este trabalho consiste em um dos resultados da pesquisa de iniciação científica desenvolvida junto ao Grupo de Pesquisa Estudos da Paisagem, UFAL. Trata da análise comparativa de registros visuais seiscentistas até fotografias atuais do primeiro núcleo habitado da cidade de Penedo, buscando reconhecer as mudanças e permanências de sua paisagem edificada. Nesse processo, a ideia é também compreender as motivações dos registros enquanto representações sociais. Para além do olhar sobre a própria imagem e de revisão de literatura acerca da análise iconográfica, vem sendo realizadas visitas ao lugar para identificar os fragmentos paisagísticos focados no conjunto imagético. Em síntese, o que se tem notado nesse processo de investigação é como a arquitetura de origem colonial ainda hoje é onipresente em registros contemporâneos da cidade. O indígena nos relatos de Alexandre Rodrigues Ferreira Maria Ariádina Cidade Almeida almeida.ariadina@gmail.com Desde o seu processo de colonização, a região amazônica foi compreendida a partir de um conjunto de representações, que apesar de toda critica posterior construída, ainda persiste, muitas vezes sob a forma de senso comum. Grande parte dessas representações nasceram e se perpetuaram através dos relatos e das imagens que os cronistas e naturalistas europeus deixaram, sobre o espaço geográfico e as culturas amazônicas. Entre os séculos XVIII à XX, as expedições continuaram preservando seu caráter exploratório, agora não apenas para delimitar território e identificar riquezas, mas para classificar a fauna, a flora e seus habitantes. Em alguns destes relatos, o indígena é visto como preguiçoso, insolente, incapaz, ingênuo, monstruosoeatébomselvagem.Assim,pretende- se com este simpósio, apresentar, os relatos da viagem filosófica de Alexandre Rodrigues Ferreira, compreendendo como este relato construiu um imaginário do indígena baseado no numa visão simplificada e eurocêntrica. mecânicos dos séculos XVIII e XIX na formação das identidades locais. O trabalho segue as noções de “representação social” (Chartier) e “poder simbólico” (Bourdieu).
  • 22. SIMPÓSIO TEMÁTICO 2 Clero, Religiosidade e Inquisição no Espaço Ibero-americano (séculos XVI-XIX) Coordenadores: Aldair Carlos Rodrigues (UNICAMP),  Angelo Adriano Faria de Assis (UFV), Pollyanna Gouveia Mendonça Muniz (UFMA) & Yllan de Mattos (UNESP)  Dia 19 de agosto de 2014 O Santo Ofício sob cerco: a suspensão da Inquisição portuguesa na década de 1670 Yllan de Mattos yllanmattos@yahoo.com.br A pesquisa que ora apresenta-se tem como objetivo compreender o processo que culminou nas suspensões do Santo Ofício português, entre os anos de 1674 e 1681. Os cristãos-novos produziram diversos documentos em Roma que invalidavam a ação do Santo Ofício lusitano, qualificando-o como arbitrário, interesseiro nos bens materiais e injusto. Os inquisidores, por sua vez, responderam cada queixa afirmando sua autonomia face ao papado e explicando os pormenores de sua prática jurídica. O local dessa disputa fora a própria Congregação do Santo Ofício romano, na qual mediaram seus cardeais e o próprio papa. Nesse sentido, analisaremos as diversas correspondências, os opúsculos produzidos e os textos oficiais fomentados nessa lide que vicejou como um pedidodemisericórdia(perdão)eterminoucom a exigência de justiça pelos réus do famigerado Tribunal da Inquisição. As estratégias da família de Antônio Fernandes d’Elvas – homens de negócios, Coroa espanhola e Inquisição Ana Hutz ana.hutz@gmail.com Antônio Fernandes d’Elvas teve contratos de fornecimento de escravos na América portuguesa e nas Índias de Castela, além de possuir contratos na ponta africana do tráfico. Possivelmente ele foi um dos maiores traficantes de escravos do primeiro quartel do século XVII. Tratava-se de umhomemrico,poderosoebemrelacionado,cujo avô havia sido fidalgo da Casa Real portuguesa. Era, contudo, cristão novo, casado com Elena Rodrigues, filha do rico homem de negócios Jorge Rodrigues Solis, um dos responsáveis pela negociação do perdão geral junto a Filipe III no início do século XVII. Nesse artigo nos debruçamos sobre os principais negócios da família Fernandes d’Elvas, o alcance de sua rede comercial, as relações entre essa e outras famílias cristãs novas, sua nobilitação e suas relações com a Coroa e com a Inquisição.
  • 23. 23 5ºEncontroInternacionaldeHistóriaColonial SORTILÉGIOS E PRÁTICAS HETERODOXAS NO ESPAÇO IBERO-AMERICANO: MISTICISMO RECÔNDITO NAS ÓPERAS DE ANTÔNIO JOSÉ DA SILVA, O JUDEU Josevânia Souza de Jesus Fonseca souzajosevania@gmail.com O presente trabalho objetiva refletir sobre os sortilégios e práticas heterodoxas presentes na obra do comediógrafo Antônio José da Silva, também conhecido pela alcunha “O Judeu”, cristão-novo que viveu entre os anos de 1705 e 1739, tendo sua vida encerrada pela Inquisição de Lisboa após ser condenado por relapsia no crime de judaísmo. Em suas óperas, o Judeu deixou transparecer um elemento central da cosmovisão dos judaizantes, a arte mágica, referenciado constantemente nas cenas que remetem à feitiçaria e a feiticeiros, a fórmulas mágicas para transformações, aos encantamentos diversos, aos transes, orações e visões. Esses elementos compõem o universo dos principais personagens do teatro de Antônio José da Silva, a exemplo do cavaleiro andante D. Quixote, do escravo filósofo Esopo, do Anfitrião, e do Jasão. CLÉRIGOS SERVIDORES DO SANTO OFÍCIO NA AMAZÔNIA SETECENTISTA: COMISSÁRIOS, PADRES E PROPRIETÁRIOS DE TERRA João Antônio Fonseca Lacerda Lima jafllacerda@yahoo.com.br Dentre a grande trama inquisitorial de vigilância, podemos destacar os Comissários do Santo Ofício. A comissaria era o posto mais alto da hierarquia inquisitorial local, e, no entender dos Regimentos da Inquisição Portuguesa, os comissários deveriam ser pessoas eclesiásticas, dotadas de “prudência” e “virtude”, cabendo-lhes realizar diligências, coletar depoimentos e realizar prisões. Naturalmente, um cargodetamanhaimportânciaatraiumuitosclérigos nocontextodaAmazôniasetecentista,clérigosestes que atuavam tanto na burocracia diocesana quanto na inquisitorial. Para além desta atuação nas raias da Igreja, estavam engendrados nos jogos sociais, sobretudo na obtenção e exploração de terras. Neste sentido, este trabalho objetiva apresentar as várias facetas destes agentes, evidenciando suas experiências como padres, comissários do Santo Ofício e proprietários de terras. Enfim, eram padres na cura das almas; eram comissários na cura da fé; e eram proprietários na cura de suas terras. Entre o Facto e o Ficto : A inquisição e sua vítimas recriadas pela Literatura Angelo Adriano Faria de Assis angeloassis@ufv.br É conhecido o avanço dos estudos acerca da intolerância inquisitorial no Brasil durante as últimas décadas. Hoje, já falamos da quarta ou quinta gerações de pesquisadores da estrutura, representantes e funcionamento do Santo Ofício, desuapresençanaAméricaportuguesaedevítimas que sofreram com a ação do Tribunal. Mas não se limita à historiografia os estudos e produções sobre o tema. Música, poesia, teatro, romance: Alguns textos literários têm se debruçado sobre o assunto, e a ficção ajudado à História na narrativa das perseguições inquisitorias. Algumas destes textosrecuperamoumemsorecriamatrajetóriade personagens realmente vitimados pela Inquisição, usando documentação do Santo Ofício para dar veracidade às descrições... Este trabalho objetiva
  • 24. 24CADERNODERESUMOS analisar como algumas destas obras descrevem as práticas do Santo Ofício e dos indivíduos que foram denunciados e/ou processados pelo Santo Tribunal. Vigilância, Distinção & Honra: Inquisição e dinâmica dos poderes locais nos sertões das Minas setecentistas Luiz Fernando Rodrigues Lopes Luizfernando_fl@yahoo.com.br Ao observarmos a constituição das elites locais na freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Guarapiranga, região de fronteira entre a dita “civilização” e as “gentes incultas” na capitania de Minas Gerais do século XVIII, percebemos que homens potencialmente distintos - portugueses, brancos e com relevante cabedal - buscaram, dentre outros meios, a habilitação de Familiar do Santo Ofício como estratégia de ascensão social e afirmação de status, graças ao atestado de limpeza de sangue que a carta de agente da Inquisição simbolizava. Deste modo, esta comunicaçãopretendeexporosresultadosdeuma investigação que reconstituiu a trajetória de nove agentes inquisitoriais da localidade, destacando, sobretudo, suas redes de sociabilidades e o modo pelo qual estes personagens se valeram dos vínculos mercantis dos quais partilhavam para afiançarem posição prestigiosa na sociedade em que estavam inseridos. Modos de produção de espaço nas colônias neerlandesas do século XVII: apontamentos para um estudo comparado do caso das comunidades judaicas do Brasil, Curação, Suriname e Nieuw Amsterdam (Século XVII) Daniel Oliveira Breda danielbreda@yahoo.com.br O mundo colonial neerlandês na América caracterizou-se, em ampla medida e com pontuaisexceções,comoumarededeentrepostos comerciais onde estabeleceu-se uma cultura urbana. Dentro da diversidade étnica e religiosa destes entrepostos, um grupo teve destaque por suaidiossincrasiareligiosaesuadiferenciadarede de relacionamento transnacional e transcolonial, osjudeussefaradim.Numenfoquelocal,vê-seque produziram espaço social, garantindo direitos e produzindo mecanismos identitários na vivência comunitária. Para o Caribe e América do Norte neerlandeses, foram vários sefaradim que haviam vivido no Brasil. Muitas das negociações e práticas que levaram a um notável trânsito social no Brasil neerlandês, são detectáveis no contexto de Willemstad (Curaçao), e Nieuw Amsterdam. Iniciamos uma discussão sobre o reflexo da experiência sefaradim no Brasil neerlandês sobre a negociação prévia de direitos, e os modos de produção de espaço, físico, econômico e social.
  • 25. 25 5ºEncontroInternacionaldeHistóriaColonial Hereges judaizantes: uma família de cristãos-novos fluminenses nas malhas da Inquisição Monique Silva de Oliveira moniquesilvadeoliveira@gmail.com A comunicação pretende se debruçar sobre um dos momentos emblemáticos da atuação inquisitorial na América Portuguesa: a primeira metade do século XVIII na capitania do Rio de Janeiro,quandomuitoscristãos-novostornam-se réus do Tribunal Lisboeta e caem nas malhas da Inquisição.Adespeitodeexistiremalgumasobras historiográficas importantes sobre o assunto – como A Inquisição contra as mulheres, de Lina Gorenstein- e um significativo corpusdocumental para o recorte citado, muitos casos, histórias, trajetórias, ainda carecem ser explorados. Por esse motivo, os Azeredo, integrantes de uma família cristã-nova fluminense processada no período, serão analisados com intuito de fornecer novas nuances e reflexões sobre esse importante momento da repressão inquisitorial. ESPAÇOS DE PODERES LOCAIS: a Familiatura do Santo Ofício como mecanismo de promoção social ao Senado da Câmara do Recife colonial Davi Celestino da Silva Silvadavi.mundo@yahoo.com.br Falar de elites locais é sem sombra de dúvida um ponto chave nos dias de hoje para se compreender melhor a história de Portugal, e conseguinte a do Brasil. A historiografia colonial vem mostrando cada vez a importância desses indivíduos na construção da grande colcha de retalho que fora o Império Português, junto às instituições portuguesas, a exemplo do Tribunal do Santo Ofício, instituição de grande relevância no seio do organograma burocrático português. No caso da Familiatura Inquisitorial, esta logrou de privilégios, honrarias, mercês, cargos e ofícios a homens que outrora eram classificados e colocados à margem da sociedade colonial do Brasilportuguês.Situaçãoestadevidoaoconceito sociológico forjado pelo modelo de Antigo Regime, em que valores como: distinção social, status e poder, eram dispositivos imprescindíveis nas sociedades da América portuguesa àqueles que julgavam- se diferentes dos demais. Direito e punição no Antigo regime português: aproximações e distanciamentos entre os Regimentos inquisitoriais e as Ordenações filipinas Monique Marques Nogueira Lima monimnl@hotmail.com Os instrumentos legais de aplicação do Direito no mundo jurídico português do Antigo Regime vêm sendo tomados como objetos de análise do historiador há algum tempo. Nessa mesma tendência, o que se pretende na pesquisa ora proposta é relacionar dois importantes códigos
  • 26. 26CADERNODERESUMOS que pertenciam à cultura política de Portugal – as Ordenações filipinas de 1603 e os Regimentos da Inquisição. Assim, por meio da ideia central de ordem, foi possível pinçar algumas categorias fundamentais de acusados – hereges, loucos e escravos – que permitiram avaliar parcialmente as aproximações e distanciamentos entre as práticas judiciárias hiantes nas documentações confrontadas. Ademais, para além dos estudos dedicados à compreensão do Estado e suas formas de cominação, se fez possível perceber que o olhar específico sobre os códigos revelam muito sobre os pactos de verdades estabelecidos entre os sujeitos jurídicos de determinada época. Dia 20 de agosto de 2014 Quando os negros não são passivos: a resistência negra através da religiosidade João Antônio Damasceno Moreira fox.moreira@hotmail.com O presente trabalho busca a compreensão das inúmeras estratégias desenvolvidas pela população negra nas Minas dos setecentos, frente às intricadas teias das relações sociais na colônia. Nos cadernos do promotor da Inquisição de Lisboa, podemos encontrar inúmeros testemunhos destes conflitos em que muito além da resistência, percebemos também a cumplicidade de interesses que muitas vezes associava as classes em prol do alcance de benefícios e vantagens que atendessem aos anseios de todos. Exemplo instigante desses testemunhos é o caso da escrava Florência de Souza Portella que através da religiosidade mágico-popular, enfrentou a configuração social vigenteeconseguiuvantagens,respeitoepoder.É sobre essa documentação que esta comunicação procura refletir. Um bígamo, três cúmplices: todos processados pela Inquisição Lucas Maximiliano Monteiro lucas.monteiro@iffarroupilha.edu.br O objetivo deste trabalho é apresentar o caso de quatro personagens: Manuel da Silva, Manuel Cristovão, Noutel Seco e Antônio Borges. O primeiro foi acusado de bigamia e, durante seu depoimento, disse que Cristovão e Noutel haviam dado a notícia da morte de sua primeira esposa. Estes últimos foram presos e processados pela inquisição sob a acusação de mentir ao Juízo Eclesiástico e desrespeito ao sagrado sacramento do matrimônio. O mesmo ocorreu com Antônio Borges. Por meio deste caso em específico, é possível perceber o que era compreendido como pecado no final do século XVII. A bigamia, visto como pecado por apresentar um desrespeito ao sacramento do matrimônio era perseguida pelos inquisidores e, por via dos processos inquisitoriais dos demais envolvidos, percebe- se que essa assimilação foi estendida aos três homens que deram falso testemunho no Processo Eclesiástico. Além disso, estas fontes documentais também apresentam a eficácia do aparelho repressivo inquisitorial, já que todos os envolvidos não demoraram a estar em Lisboa para enfrentarem os inquisidores.
  • 27. 27 5ºEncontroInternacionaldeHistóriaColonial Reconhecimento e Heresia: a antinomia feminina nas práticas mágico- religiosas a partir da Primeira Visitação do Santo Ofício à América portuguesa (1591-1595) Marcus Vinicius Reis mv.historia@gmail.com A Primeira Visitação do Santo Ofício trouxe consigo uma série de denúncias de mulheres, em sua maioria, voltadas para a suposta relação da própria mulher com a magia religiosa, resultando, inclusive em dois processos inquisitoriais contra Maria Gonçalves e Felícia Tourinho. Investigaremos, portanto, não somente o quadro de crenças e práticas que circularam entre a figura feminina, mas os laços culturais em torno da participação da mulher nas práticas mágico- religiosas, seja como agentes ativas desse processo ou como interessadas em contar com indivíduos – mulheres, principalmente – reconhecidos pela capacidade de mediação com o sobrenatural nesse espaço. Trata-se de um estudo em torno das relações de gênero ancoradas à participação feminina no campo da religiosidade na Época Moderna, em especial, no corte em questão, tendo na presença até então inédita de uma comitiva do Santo Ofício o espaço ideal para nos debruçarmos na problemática levantada. INQUISIÇÃO E RELIGIOSIDADE NA BAHIA COLONIAL (SÉCULO XVIII): A PRÁTICA RELIGIOSA DO ESCRAVO MATHEUS PEREIRA MACHADO Priscila Natividade de Jesus pinknatividade@gmail.com Em meados do século XVIII, residiu na Vila de jacobina – BA um escravo por nome de Matheus Pereira Machado, que sob acusação de feitiçaria e sacrilégio por porte de bolsa de mandinga fora processado e condenado a degredo pela Inquisição portuguesa. Matheus Machado era um adolescente de apenas 16 anos, natural do Sítio de São José da Pororoca atual distrito de Feira de Santana- BA, mas quando acusado morava na vila de Jacobina. A partir do caso deste mandingueiro as discussões acerca da Inquisição portuguesa, prática cultural, religiosidade, e “poder” das bolsas de mandinga ganham ênfase em nosso trabalho, que tem como objetivo maior discutir a importância do referido amuleto para seus usuários (em sua grande maioria negros) no contexto do Brasil colonial. RAREFEITA TRAJETÓRIA DO MAMELUCO SIMÃO ROIZ: DAS “TEIAS DE FALSOS ENGANOS” À PRISÃO INQUISITORIAL (1587-1593) Andreza Silva Mattos hist.andreza@yahoo.com.br Em meados de 1590, o mameluco Simão Roiz partiu de Sergipe do Conde, no Recôncavo Baiano, em direção ao sertão norte da Bahia com um agrupamento de soldados a fim de “descer” índios para levá-los ao Engenho de Sergipe. No sertão, deixou florescer seu lado gentil por
  • 28. 28CADERNODERESUMOS encontrar a “brecha” que lhe permitiu praticar ações que foram de encontro aos dogmas católicos, comendo carne na quaresma. Sua rarefeita trajetória nos permite ainda conhecer os conflitos, ou seja, as “teias de falsos enganos” tecidas entre os soldados mamelucos e os jesuítas pelo controle dos gentios. Compreenderemos Simão Roiz como um alvo dos aparatos repressivos do poder inquisitorial que recebeu como recompensa por sua atuação uma punição da qual, provavelmente, jamais esquecera. Faremos uso da abordagem microhistórica, utilizando como fontes primordiais os processos inquisitoriais da Primeira Visitação. ENTRE “BICHOS” E “SEVANDIJAS”: UMA ANÁLISE DA SOCIABILIDADE ESCRAVA EM UM PROCESSO DE CURA DO ESTADO DO GRÃO-PARÁ E MARANHÃO (1764) Maria Rosalina Bulcão Loureiro robulou@hotmail.com A visitação do Santo Ofício a região do Grão Pará e Maranhão produziu rico material para a análise de indivíduos inseridos na sociedade colonial. O processo do escravo José Mandinga, denunciado ao Santo Ofício após a cura de uma escrava gravemente enferma, levando-a a expelir “bichos” e “sevandijas” oferece um debate acerca dos processos de saúde, doença e cura que circulavam entre os segmentos sociais da Colônia, tornando-se prática usual a busca pelos serviços de curandeiros para extirpar os males não apenas do corpo, mas do espírito. Assim, tais fontes, embora sob o crivo do inquisidor, permite visualizar as tensões e negociações entre grupos aparentemente antagônicos, favorecendo o aparecimento de um fato incomum a estrutura escravocrata, no qual indivíduos marginalizados inserem-se em um contexto mais complexo do que se poderia conjecturar da condição de escravos. Palavras amatórias e poesias luxuriosas: confissão e imoralidade no mundo ibero-americano (1640-1750) Jaime Ricardo Teixeira Gouveia Jaime.ricardo@gmail.com A solitatio ad turpia, mais vulgarmente solicitação, era um delito punível pelo Tribunal do Santo Ofício da Inquisição no período proposto por esta comunicação. Na acepção inquisitorial, a solicitação designava todas as situações em que um confessor, valendo-se da sua autoridade, do seu ministério e do momento recatado em que ocorria a administração do sacramento da penitência, aproveitava para satisfazer os seus desejos carnais, ou manifestava apenas essa intenção, utilizando para tal, uma série diversificada de meios. A comunicação que proponho pretende centrar-se num domínio que tenho vindo a estudar de há vários anos a esta parte: os artifícios utilizados pelos párocos para levar a cabo os seus imorais intentos e a vigilância e repressão que lhes era movida pelas instâncias judiciais competentes na matéria. Nesse contexto, recorrendo à documentação original, analisarei com mais minúcia, as solicitações que na metrópole e na colônia ocorriam com o recurso à palavra oral e escrita e o choque entre o sagrado e o profano que nesse momento ocorria.
  • 29. 29 5ºEncontroInternacionaldeHistóriaColonial Concubinatos, violência e solicitação no cotidiano do clero secular da capitania de Pernambuco (1750 – 1800) Gustavo Augusto Mendonça dos Santos gustavo.ams@hotmail.com O presente trabalho tem como objetivo fazer um levantamento das práticas cotidianas dos clérigos seculares de Pernambuco as quais transgrediam as normativas legais aplicadas ao Império português na segunda metade do século XVIII. De modo mais específico iremos demonstrar em números quais foram os casos de concubinatos, solicitações e praticas violentas realizadasporclérigosdohábitodeSãoPedronas freguesias do litoral de Pernambuco entre 1750 e 1800. Buscaremos ainda debater até que ponto estas ações constituíam transgressões da norma ou eram práticas sociais aceitas na América portuguesa, tendo por base sua frequência e a forma como a população reagia diante delas. A bigamia nos Sertões: casar segunda vez na capitania do Ceará Grande (1752-1798) Adson Rodrigo Silva Pinheiro adson.rodrigo@gmail.com Este trabalho tem por objetivo analisar casos de bigamia na capitania do Ceará durante a segunda metade do século XVIII, a fim de entender as motivações para se contrair um segundo casamento em “face de Igreja” e de que “estratégias” os sujeitos históricos se valiam para realizar um novo matrimônio, sendo a primeira mulheraindaviva.Ademais,essaanáliseauxiliana compreensão da dinâmica em torno da atuação da Igreja Católica em seus múltiplos organismos de vigilânciaedecontroledapopulaçãoeumaanálise mais penetrada do cotidiano do Ceará Grande, marcado por relações em torno da transitoriedade propícia aos Sertões e de aspectoscircunscritos à honra,àsexualidadeeàfamília.Abasedocumental é composta de Processos Inquisitoriais presentes no Arquivo da Torre do Tombo (1752-1798), os Regimentos Inquisitoriais, as Constituições do Arcebispado da Bahia, Livros de Tombo de Paróquias e as Ordenações do Reino Dia 21 de agosto de 2014 Blasfêmias e proposições: a “libertinagem” de consciência no setecentos mineiro Rafael José de Sousa rafaeljose-mg@hotmail.com O presente trabalho busca a compreensão, através da análise das denúncias arroladas nos cadernos do Promotor da Inquisição de Lisboa referentes às blasfêmias e proposições heréticas, do desenvolvimento nas Minas setecentistas de ideias contrárias às imposições da ortodoxia, além da racionalidade das pessoas em seus cotidianos, na convivência direta com povos e culturas dos
  • 30. 30CADERNODERESUMOS mais variados matizes. Na língua ferina dos mineiros também reverberaram as injustiças e desigualdades oriundas da sociedade colonial, como a justificativa ao escravismo e a condenação das religiões “impuras”. Como fio condutor desta pesquisa, traçamos as ideias e o cotidiano do Sargento Mor Romão Fagundes do Amaral, que como outros, ousara proferir, que o Sumo Pontífice era um homem como qualquer outro, que Nossa Senhora não ficara virgem após o parto, que a fornicação não era pecado e que o corpo de Cristo nunca estava presente na comunhão. O cálice proibido: contatos interétnicos entre missionários carmelitas e indígenas Tarairiú na capitania da Paraíba Gláucia de Souza Freire glauciasf1@yahoo.com.br Entre as décadas de 1730 e 1740, em Boa Vista, aldeamento indígena (Xukuru e Kanindé) localizado na capitania da Paraíba, carmelitas foram acusados pelo capitão-mor da Paraíba, Pedro Monteiro de Macedo, de usar o vinho da acácia jurema, que desencadeava êxtase religioso, em um ritual que deviam combater. Sentimentos transgressores estavam ligados, neste evento, a práticas de agenciamento e burla, onde um contato interétnico, também inserido em uma perspectiva mística, provocou códigos que revelam movimentos de hibridismo. Partindo de uma análise baseada na Micro-História e no paradigma indiciário, mantendo um diálogo com a Antropologia, essa comunicação visa refletir acerca dos contatos interétnicos ocorridos, assim como os elementos místico-religiosos que aproximaram indivíduos Tarairiú e carmelitas em transgressão ao ideal catequético colonial. SÉCULO XIX, O SÉCULO DOS PROFETAS BRASILEIROS: OS DESDOBRAMENTOS DO MILENARISMO PORTUGUÊS EM TERRAS BRASÍLICAS Priscilla Pinheiro Quirino priscillapquirino@hotmail.com A proposta que aqui trazemos é o eixo norteador de nossa pesquisa doutoral a qual visa compreender a formação, a construção de uma identidade e a atuação dos Professores Régios em Pernambuco entre 1759 e 1825. A escolha de tal temática reside no desdobramento de nossa Tese de Mestrado, defendida em 2009, aonde abordamos os impactos da denominada primeira fase das Reformas Pombalinas na Vila de Recife e na Cidade de Olinda entre 1759 e 1772. Assim, pretendemos apresentar os primeiros esboços nãoapenasdosprincípiospedagógicosepolíticos o Estado Português delineou a formação e os limites de atuação da prática dos professores, mas a emergência de uma identidade docente – a partir do momento em que eles se viam como agentes de transformação cultural e necessários para a criação de súditos leais à Coroa – e os conflitos e percalços que esses mestres sofreram para exercer seus magistérios em Pernambuco entre a segunda metade do século XVIII e início do XIX.
  • 31. 31 5ºEncontroInternacionaldeHistóriaColonial Entre o catolicismo e o calvinismo: a apostasia de eclesiásticos no Brasil Holandês Regina de Carvalho Ribeiro regininhacribeiro@gmail.com Oobjetivodacomunicaçãoéanalisararesistência eacolaboraçãodecertoseclesiásticosaodomínio holandês no litoral nordestino seiscentista, entre 1630 a 1654. A perspectiva é investigar a atuação de determinados padre católicos que, na fase inicial das guerras pernambucanas, resistiram à entrada neerlandesa, mas, mediante a tolerância religiosa flamenga, aceitaram permanecer no território, chegando a colaborar abertamente com Maurício de Nassau. Durante o período identificado como “pax nassoviana” pelo historiador Evaldo Cabral de Mello, alguns padres se destacaram pela forte amizade mantida com o governador dos holandeses e pelos estreitos vínculos estabelecidos com o calvinismo, o que lhes rendeu denúncias de apostasia. Portanto, são protagonizados quatro casos: o Frei Manoel Calado, o Frei Antônio Caldeira, o padre Belchior Manoel Garrido e o padre Manoel de Morais. O Degredo às Galés e a Ação Inquisitorial nas Capitanias de cima (séc. XVI) Emãnuel Luiz Souza e Silva emanoss@ig.com.br Esta comunicação tem como objetivo analisar a ação inquisitorial na América Portuguesa, priorizando os sentenciados a cumprirem o degredo nas Galés del Rei. Esta pena era considerada uma das mais severas entre as punições aplicadas pelo Tribunal do Santo Ofício Português. Mediante a análise dos processos inquisitoriais movidos contra moradores das Capitanias de cima durante o século XVI, propomos observar quais foram os crimes que tiveram como punição este tipo de degredo e demais informações provenientes desta documentação. Trocas cotidianas e valores religiosos nas cartas de perdão de D. Felipe II Luciana Mendes Gandelman lucianagandelman@yahoo.com.br As cartas de perdão tem sido um importante instrumento da historiografia para discutir tanto questões relacionadas às relações de poder, em especial aquelas referentes ao monarca e seus súditos, quanto problemas acerca dos comportamentos morais e sexuais das comunidades locais no período moderno. Na presente comunicação pretende-se avaliar por meio das cartas de perdão os valores morais e religiosos expressos pelas populações do reino em relação às trocas e a circulação de recursos cotidianos na virada do século XVII.
  • 32. 32CADERNODERESUMOS “Regulamento  para os Missionários” em questão: reflexões centrais sobre a práxis franciscana Idelbrando Alves de Lima del_historia@hotmail.com Em busca da fé: vivência, participação e devoção dos terceiros Carmelitas em Minas Gerais Nívea Maria Leite Mendonça niveajf@hotmail.com A Igreja Católica, através da atuação de suas Ordens Religiosas e Congregações, foi responsável pela catequização dos nativos brasileiros. Portanto, o presente trabalho tem por objetivo realizar uma análise histórica sobre a práxis franciscana desenvolvida nos aldeamentos da Capitania Real da Paraíba, entre o período de 1589 e 1619, atentando especialmente para o “Regulamento para os Missionários” de 1606, evidenciando, desta forma, a vivência religiosa entre franciscanos e nativos. PRESCRIÇÕES SOBRE A MORTE NOS ESCRITOS RELIGIOSOS DO BRASIL COLONIAL (SÉCULOS XVII E XVIII) Clara Braz dos Santos clara.huf@gmail.com Entre os séculos XVII e XVIII, no Brasil, diversos escritos religiosos e de cunho moral (sermões, panegíricos, livros devocionais, parábolas e sonetos) produzidos por clérigos da Igreja Católica, bem como por outros letrados, divulgaram aos seus diversos ouvintes e/ou leitores – desde colonos a escravos – um conjunto de regras e ensinamentos relacionados à temática da morte, destacando a necessidade de nunca se esquecerem que eram mortais, e da importância, para a salvação de suas almas, do desprendimento das questões mundanas e das práticas viciosas, através do pensamento constante na morte e da preparação para o bem morrer. Nesse sentido, meu propósito nessa comunicação é mapear nessa literatura sobre a morte, quais eram os vícios mais condenados e como era possível obter a salvação da alma. Dito de outro modo, haveria diferenças entre os vícios de colonos (as) e escravos (as)? O que compreendia a salvação na colônia? A participação de leigos em Minas Gerais foi favorecida pela união da Coroa com a Igreja através do Padroado; essa participação laica em associações religiosas foi à expressão encontrada pelos fiéis que, incorporados na Igreja eram constituídos como Povo de Deus, estes leigos se tornaram participantes efetivos da Igreja onde ela não podia exercer, plenamente, sua função. Nosso objetivo neste artigo é refletir sobre a participação desses leigos que levaram e difundiram as práticas das associações religiosas, em especial da Ordem Terceira Carmelita, num lugar onde a igreja se fazia presente somente através destes fiéis leigos, cuja participação era indispensável para a promoção da fé e da cultura mística do sagrado.
  • 33. 33 5ºEncontroInternacionaldeHistóriaColonial Arte e heresia nos recantos da cidade da Bahia Grayce Mayre Bonfim Souza graycebs@yahoo.com.br Abordaremos nesta comunicação a controversa trajetória de Isidoro José Pereira e Costa, homem branco, natural de Lisboa e assistente na vizinhança do noviciado dos padres da Companhia de Jesus na cidade da Bahia, oficial de cravador e artífice de ópera de figura, que teve denúncia conduzida pelo Comissário do Santo Ofício Bernardo Germano de Almeida para o Tribunal da Inquisição. Tal acusação teve por base testemunhos que o apontavam com declaradamente ateu e proferir proposições heréticas tais como: a descrença na vida eterna e ressurreição; proclamava que o inferno, o purgatório e a excomunhão eram invenções utilizadas pela Igreja para manter medo entre os fiéis; e que a fornicação em todas as suas formas e níveis de parentesco não era pecado, mas prática natural e necessária para o aumento da geração, dentre outras proposições arroladas no sumário contra ele montado no período de 1750 a 1764. Dia 22 de agosto de 2014 Peculiaridades eclesiásticas no Grão-Pará: O momento da transição da diocese de Frei João de São José Queirós para Geraldo José de Abranches Sarah dos Santos Araújo sarah_hatake@hotmail.com Por meio de relatos de visitas pastorais, documentos inquisitoriais, além de cartas régias e ofícios do Conselho Ultramarino, vamos apresentar algumas particularidades do período de mudança na administração da diocese do Grão-Pará de D. Fr. João de São José Queirós (1760-1763) para o Inquisidor-Visitador Geraldo José de Abranches (1763-1773). Demonstrando alguns aspectos da atuação e saída do bispado do primeiro, por ordem régia no ano de 1763, e, por conseguinte, a chegada e instalação da Visita Inquisitorial à região chefiada por Geraldo José de Abranches que fora ainda indicado para ser vigário capitular da sede vacante. Por meio das representações que permeiam a trajetória dessas duas figuras no Grão-Pará, avaliando administração e atuação na diocese no período da transição de um para o outro, teremos uma visão mais ampla do contexto. Principalmente ao tratarmos do momento particular da Visita do Santo Ofício em que o Inquisidor-Visitador se torna vigário capitular, tendo duas jurisdições alinhadas sobre a mesma pessoa, através da qual poderemos vislumbrar ao início de sua atuação a articulação de suas funções em exercício na diocese. Notas sobre a contribuição da Igreja na organização do espaço territorial cearense durante o século XVIII Clovis Ramiro Jucá Neto clovisj@uol.com.br OartigodiscuteosprimórdiosdafixaçãodaIgreja no espaço cearense. Contribui com a reflexão identificando as áreas do território e os pontos de fixação. Na cartografia retrospectiva e histórica
  • 34. 34CADERNODERESUMOS O trabalho traz como objetivo a análise das dimensõeserepercussõesdapráticadaescravidão no interior do Convento da Soledade. A clausura envolveu um grupo heterogêneo de mulheres, identifica as primeiras capelas, os aldeamentos, as igrejas matrizes e as freguesias. Estabelece a relação entre a gênese dos aglomerados e a construção das primeiras ermidas. Também evidencia a pouca importância da capitania para o Estado português considerando o número de freguesias coladas instaladas no território. Se no Dom frei Manoel da Cruz, o governo do bispado e as redes clientelares (Maranhão, 1739-1747) Kate Dayanne Araujo Soares katedasoares@yahoo.com.br Durante o período que governou o bispado do Maranhão, dom frei Manoel da Cruz enviou correspondência frequente para sua rede clientelar em Portugal, que tinha como membros o padre reformador frei Gaspar da Encarnação, o Cardeal João da Mota e Silva, o padre jesuíta João Batista Carbone e o rei dom João V. A proposta dessa comunicação é investigaro funcionamento dessa rede e as estratégias usadas pelo bispo para conseguir benefícios para melhor governar sua diocese. Colações e ordenações sacerdotais: o clero no Maranhão colonial Pollyanna Gouveia Mendonça Muniz pollyannagm@yahoo.com.br início do século XVIII o território se apresenta como um grande vazio a ser ocupado; no alvorecer do século XIX, uma rede eclesiástica constituída por 17 freguesias, 22 igrejas matrizes e cerca de 47 capelas organizava o espaço territorial da capitania. O Ceará encontrava-se definitivamente ocupado pela igreja. Esta comunicação discute os trâmites para a ordenação sacerdotal dando destaque aos processos de Habilitação degeneree VitaetMoribus que avaliavam a ascendência e os costumes dos candidatos ao sacerdócio. Num segundo momento, a análise tratará dos concursos para colação sacerdotal destacando as diferentes estratégias e os discursos utilizados para conseguir boas colocações na Igreja. O palco desse estudo é o bispado do Maranhão no século XVIII. com diversas dimensões que extrapolavam a do mero isolamento. A presença de escravas e servas na instituição assegurava a continuidade do tipo de vida que a reclusa levava antes de ingressar As diversas faces da reclusão feminina: considerações sobre a presença de escravas e servas no Convento da Soledade (Salvador, século XVIII) Adínia Santana Ferreira adinia@gmail.com
  • 35. 35 5ºEncontroInternacionaldeHistóriaColonial no convento e que, em tese, deveria romper, uma vez que se recolheu em uma instituição religiosa centrada no isolamento, contemplação e nos votos de pobreza, humildade e obediência. Reflexos da Jacobeia na Capitania de Pernambuco: o governo de D. José Fialho (1725-1738) e as reformas de cunho rigorista Bruno Kawai Souto Maior de Melo bruno.kawai@yahoo.com.br O início do século XVIII foi marcado por consideráveis reformas na estrutura do catolicismo Português, que produziram profundas modificações nas concepções eclesiológicas, morais e teológicas da Igreja Portuguesa de aquém e além mar. Dentre os movimentos reformistas de caráter rigorista que figuraram no período, temos a jacobeia, que buscava restaurar a estreita observância dos regulares, o exame de consciência, a frequência aos sacramentos, sobretudo a confissão, a mortificação dos vícios, o desprezo pelo mundo e a austeridade no modo de se vestir. O presente trabalhosepropõeaavaliarosreflexosdacartilha dos jacobeus na capitania de Pernambuco durante a primeira metade do século XVIII, quando a governação espiritual do bispado de Olinda estava sob a regência de D. José Fialho (1725-1738), representante em âmbito local do movimento. Os cabidos das catedrais do Brasil colonial: carreiras eclesiásticas e dinâmicas sociais Hugo Daniel Ribeiro da Silva hribeirodasilva@hotmail.com Apesar da sua importância no quadro da administração diocesana, os cabidos das catedrais do Brasil colonial têm merecido reduzida atenção por parte da historiografia. Com esta comunicação pretende-se, em primeiro lugar, refletir sobre quais as fontes disponíveis para o estudo destas instituições e quais as dificuldades que elas nos colocam, em particular dada a sua escassez. Em segundo lugar serão enunciadas algumas propostas de investigação e questões que se encontram em aberto, mas, sobretudo, serão apresentados alguns resultados de uma pesquisa em curso.
  • 36. SIMPÓSIO TEMÁTICO 3 Contrabando, descaminhos e ilicitudes na América Portuguesa Coordenadores: Paulo Cavalcante de Oliveira Junior (UNIRIO) &  Ernst Pijning (Minot State University) Dia 19 de agosto de 2014 A Alfândega do Rio de Janeiro: uma análise da economia e poder no Império ultramarino português (c.1640-c.1700) Helena de Cassia Trindade de Sá helenatrindade@globo.com A presente comunicação tem por objetivo fazer uma análise das práticas econômicas e sociais desenvolvidas nas Alfândegas Coloniais, com destaque para a Alfândega do Rio de Janeiro. Por intermédio do viés fiscal buscar-se-á examinar, não só a estrutura administrativa alfandegária com suas diversas camadas de poder, como também a importância dessa instituição para a montagem do Antigo Sistema Colonial e expansão dos negócios ultramarinos. O PORTO DO RECIFE E A ALFÂNDEGA DE PERNAMBUCO Luanna Maria Ventura dos Santos Oliveira luannaventura@gmail.com O presente tema tem como objetivo analisar as relações de poder na instituição da Alfândega de Pernambuco nos setecentos. Buscamos compreender em nossa pesquisa quais produtos chegavam ao Porto do Recife na segunda metade do século XVIII, e como a Alfândega de Pernambuco controlava e limitava as inúmeras estratégiasdeburlarafiscalizaçãoreal.Atravésda documentação encontrada no APEJE e no AHU, conseguimos identificar quais cargos existiam na Alfândega de Pernambuco, além dos estatutos que a regiam, bem como se deveria atuar na fiscalização dos portos. Nossa pesquisa adentrar a um universo ainda pouco explorado, o aparelho burocrático da alfândega de Pernambuco, objetivando enriquecer as discussões sobre a circulação de mercadorias no Atlântico, além das influências desses “funcionários” nas redes comerciais colônias.
  • 37. 37 5ºEncontroInternacionaldeHistóriaColonial Desordem no porto: as arribadas forçadas e a prática de ilicitudes no século XVIII Paulo Cavalcante paulocavalcante@unirio.br Esta comunicação põe em causa as chegadas ou entradas não programadas de navios nos portos ou demais lugares da costa do Estado do Brasil nas primeiras décadas do século XVIII. Chamadas ainda hoje no direito náutico de “arribadas forçadas”, essa movimentação, longe de ser fortuita ou surpreendente, por decorrer de algum motivo que impedisse a continuidade da viagem, em grande medida era calculada e abundante. Isso porque, de fato, constituía parte do arsenal de ardis da prática ilegal do comércio que visavam burlar as regras instituídas. Não foi por outra razão que, para além da legislação geral sobre a atividade comercial, a Coroa expediu orientações específicas sobre como proceder “com os navios estrangeiros que vierem ao Estado do Brasil”. Vamos explorar essas regras com o objetivo de trazer à luz o conjunto dinâmico de interações entre a expressão da vontade do que o Estado queria ver praticado e a materialidade daquilo que efetivamente se praticava. Os tesoureiros e seladores da Alfândega de Salvador: a prática social do descaminho, 1714-1722 Hyllo Nader de Araújo Salles hyllo.nader@gmail.com O presente trabalho tem por objeto de estudo os tesoureiros e os seladores da Alfândega de Salvador e a prática social do descaminho nesse lócus privilegiado, a Alfândega, entre 1714 – ano do (re)estabelecimento da cobrança da dízima da Alfândega e do regimento estabelecido pelo marquês de Angeja – e 1722 – ano em que a cobrança da dízima fora submetida ao sistema de contratos. As fontes utilizadas são as pertencentes à segunda série dos documentos avulsos da capitania da Bahia do Projeto Resgate do Arquivo Histórico Ultramarino e o Livro Quarto da Alfândega de Salvador custodiado pelo Arquivo Nacional – Rio de Janeiro. Tendo em vista a natureza e a diversidade das fontes que alicerçam a presente pesquisa, a metodologia considerada a mais adequada a ser utilizada foi a baseada nos procedimentos usuais de coleta, sistematização e análise crítica dos dados levantados. Arribadas nos trópicos: negociações e conflitos no contexto do cotidiano da navegação na Capitania do Rio de Janeiro (1763-1808) Cesar Augusto Ornellas Ramos cesarornellas@hotmail.com O presente trabalho consiste no resultado preliminar das análises realizadas acerca do cotidiano da navegação no litoral da Capitania do Rio de Janeiro, no decorrer da segunda metade do século XVIII, com ênfase para os Autos de Exame de navios, evidenciando a intensificação
  • 38. 38CADERNODERESUMOS Dia 20 de agosto de 2014 O contrabando no memorialismo luso-brasileiro Marieta Pinheiro de Carvalho marietacarvalho@ig.com.br da afluência de embarcações mercantes e de guerra ao Rio de Janeiro, então capital do Vice- Reino do Estado do Brasil. Nosso propósito é discutir os limites entre normas e transgressões que balizavam as visitas de autoridades luso- brasileiras aos navios fundeados, especialmente às embarcações arribadas. Dentre os objetivos da abordagem em questão podemos destacar análise do perfil das tripulações e dos passageiros, a natureza das cargas transportadas e, principalmente, as estratégias de negociação entre capitães de embarcações e funcionários a serviçodaCoroaportuguesa,mapeandoconflitos e cumplicidades sob o sol dos trópicos. “Todo o mundo sabe, que as colônias ultramarinas [são] sempre estabelecidas com o preciso objeto da utilidade da Metrópole” Rodrigo Ricupero Ricupero@usp.br Em 1772, em resposta aos protestos ingleses pela apreensão de um navio no Rio de Janeiro, o Marquês de Pombal, defendendo enfaticamente o “exclusivo colonial”, escreveu “todoomundosabe, que as colônias ultramarinas [são] sempre estabelecidas com o preciso objeto da utilidade da Metrópole...”. Alguns anos depois, no anônimo “Roteiro do Maranhão a Goiás pela capitania do Piauí”, tal ideia é desenvolvida, para o autor desse trabalho, caberia às colônias produzir as matérias- primas que seriam, em seguida, beneficiadas na metrópole e depois exportadas, inclusive para a própria colônia. Tal concepção sobre a relação colônia/metrópole não é encontrada em textos e documentos dos séculos XVI e XVII produzidos em Portugal ou em seu Império, aparecendo, contudo, cada vez com mais força e clareza ao longo do XVIII. O objetivo desta comunicação é discutir a formação e o desenvolvimento de uma consciência do fato colonial (e de seus desdobramentos práticos), tanto do lado da Coroa e de seus funcionários, como do lado dos moradores das partes do Brasil, indo do século XVI até às vésperas da independência em 1822, quando José Bonifácio, no Manifesto de Agosto desse ano, clamou contra o “restabelecimento do odioso sistema colonial”. No final do século XVIII e no início do XIX, o contrabando era uma realidade que preocupava os estadistas portugueses. Tal prática interferia em um ponto central das relações entre metrópole e colônia: o exclusivo comercial. Em função disso, a temática esteve constantemente presente na correspondência entre a Corte e o vice-reinado. E a despeito das ações efetuadas por parte das autoridades coloniais, as dificuldades enfrentadas para coibi- lo eram muitas, uma vez que em vários casos, as atividades contrabandistas contavam com o auxílio de habitantes da colônia ou de agentes oficiais, encarregados na prática de combatê- lo. O objetivo dessa comunicação é analisar um conjunto de escritos sobre o contrabando,
  • 39. 39 5ºEncontroInternacionaldeHistóriaColonial desenvolvidos nesse período, com discussões que tentavam apresentar soluções para reduzir ou coibir tal prática. Mais propriamente, a ideia é perceber como esses textos se articulavam a uma política maior de desenvolvimento do império português. Diferentes escritos e uma única preocupação: a preservação do comércio exclusivo com a América, século XVIII Valter Lenine Fernandes valterlenine@usp.br “Sendo tão grandes os interesses do comércio com os estrangeiros, são ainda maiores os seus lucros quando ele se faz para as próprias colônias. Não só este comércio é o maisútil,mastambémomenosarriscado.”Combasena citação de Sebastião de José de Carvalho e Melo e de outros contemporâneos, a título de exemplo Geronimo de Uztariz, a presente comunicação analisará os níveis de consciência das políticas de controle do comércio das Metrópoles portuguesa e espanhola com as suas colônias na América. O que tem de comum na análise desses escritos? A preocupação com leis, medidas e com as ações dos administradores das Alfândegas e ou Aduanas. Portanto, apresentaremos algumas das reflexões acerca da principal instituição de preservação do comércio exclusivo das Coroas portuguesa e espanhola. Rotas e caminhos: circulando entre as Américas portuguesa e espanhola Lina Maria Brandão de Aras laras@ufba.br As rotas estabelecidas entre o Império português e espanhol na América Colonial foram identificadas e traçadas em cartografia utilizada amplamente na bibliografia específica. O estudo sobre as relações comerciais entre um lado e outra, separados por demarcações oriundas de tratados e acordos diplomáticos não impediram o estabelecimento de outros caminhos entre regiões fronteiriças e mesmo geograficamente distantes. Desta forma, objetivo discutir os caminhos percorridos por fora dessa cartografia e demonstrar que os mesmos tanto serviam para a circulação de pessoas e mercadorias como para ampliar a circulação dos impressos proibidos na América portuguesa. Os “fundos vivos da contravenção”: o contrabando de escravos na Colônia do Sacramento (1740-1777) Fábio Kühn fabio.kuhn@ufrgs.br e fkuhn1@gmail.com Após o final do Asiento britânico no Rio da Prata, ocorrido no final da década de 1730, os portugueses estabelecidos na Colônia do Sacramento passaram a contrabandear para os domínios espanhóis uma crescente quantidade de escravos africanos, enviados para a praça
  • 40. 40CADERNODERESUMOS platina desde a Bahia e o Rio de Janeiro. O trabalho pretende explorar alguns aspectos desse comércio ilícito, analisando em primeiro lugar as dimensões desse tráfico, a partir de algumas estimativas contemporâneas. Um segundo ponto procura analisar as formas de introdução dessa peculiar mercadoria em Buenos Aires, discutindo questões como a existência da corrupção e a conivência dos agentes da administração colonial que, em tese, deveriam reprimir tais atividades. Por fim, utilizando os dados dos registros de óbitos de escravos, pretende-se evidenciar quais eram os agentes mercantis envolvidos no comércio dos “fundos vivos da contravenção”. Tudo é Contrabando: a integração da ilegalidade na sociedade Brasileira oitocentista Ernst Pijning ernst.pijning@minotstateu.edu Esta palestra é uma proposta como deve se estudar o assunto de contrabando no Brasil colonial? Como o contrabando foi um fenômeno integral na sociedade deve se demonstrar a ligação entre geografia, diplomacia, sistema judicial, burocracia e discurso público. Esta palestra é um “up-date” do meu artigo publicado na Revista História Brasileira que dialoga com a historiografia mais recente sobre o assunto. Dia 21 de agosto de 2014 A atuação dos diretores de povoações durante a política do Diretório dos Índios (1757-1798): a busca por uma análise de caráter histórico de suas infrações a lei Vinícius Zúniga Melo vinicius.zuniga@hotmail.com Este trabalho tem como objetivo analisar a atuação dos diretores de povoações de índios, durante o período do Diretório dos Índios (1757-1798), no Vale Amazônico. Parte da historiografia consolidou a ideia de que foram estes sujeitos, devido as suas infrações cometidas principalmente em relação a mão de obra indígena, os principais responsáveis pelo fracasso da lei. Este estudo, por outro lado, busca apontar algumas das dificuldades dos diretores na realização do ofício, nos levando a pensar em até que ponto seria vantajoso a ocupação do dito posto. Além disso, ao constatar que uma série de outros sujeitos também transgrediam as normas do Diretório, e utilizavam-se indevidamente do trabalho indígena, este estudo busca fornecer um caráter histórico as ações empreendidas pelos diretores. Isto é, em um universo marcado pela disputa em torno da mão de obra indígena, infringir a lei era o horizonte possível.
  • 41. 41 5ºEncontroInternacionaldeHistóriaColonial TENSÕES E CONFLITOS EM TORNO DA POLÍTICA INDÍGENA DOS HABSBURGOS ESPANHÓIS NO BRASIL COLÔNIA Miguel Luciano Bispo dos Santos miguellucianobispo@hotmail.com A nossa proposta de pesquisa está voltada para analisar a questão da escravidão indígena na América portuguesa no período compreendido entre 1580 e 1611, durante a União Ibérica (1580- 1640). Entendemos que a análise da colonização brasileira durante o período filipino exige a ultrapassagem da discussão da historiografia mais tradicional sobre a maior ou menor autonomia de Portugal e suas colônias neste período. Apesar da relativa autonomia político- administrativa de Portugal, estabelecida e regularizada por Felipe II nas Cortes do Tomar (abril de 1581), podemos perceber na documentação que houve, em alguns momentos, uma ingerência direta da administração espanhola nos negócios portugueses no Brasil, sobretudo, na situação jurídica dos ameríndios. Nesse sentido, trataremos das leis indígenas de 1595, 1605, 1609 e 1611 e as tensões geradas na aplicação dessas normas régias aqui na colônia, que envolvia funcionários régios, colonos e eclesiásticas. Os comportamentos à margem da Lei: a esfera fazendária no Rio Grande de São Pedro no século XVIII Paula Andrea Dombkowitsch Arpini paularpini@terra.com.br O trabalho se propõe a fazer uma análise dos comportamentos à margem da lei, percebendo o que era, de fato, transgressão às normas e quais práticas políticas consideradas comuns na lógica da sociedade de Antigo Regime. Buscaremos assim, compreender a diferença entre a transgressão à lei, bem como os limites do que era tolerado. A partir do estudo de biografias coletivas na esfera fazendária no Rio Grande de São Pedro, no século XVIII, pretendemos investigar as práticas ilegais em termos de redes sociais, buscando perceber como a corrupção permitiu aos sujeitos formar cadeias informais de mando, influência e poder na Colônia. Nesse sentido, encontramos na provedoria da Fazenda Real uma instituição permeada por práticas ditas ilegais, que têm sua própria lógica de existência em redes de poder, legitimadas pela monarquia corporativa em uma concepção de ilegalidade tolerada. A estrada proibida da Bahia: Entre o caminho e os descaminhos (1694 – 1716) Pollyanna Precioso Neves pollyanna.neves.87@gmail.com A conjuntura da descoberta do ouro na região das Minas exigiu da Metrópole novas estratégias administrativas e fiscais de mando e poder, para assim,controlarofluxodepessoasemercadorias. E, principalmente, evitar o desvio do ouro. A proibição da entrada de fazendas pela Estrada
  • 42. 42CADERNODERESUMOS da Bahia constitui parte de tais medidas, numa política de “ilhamento” da região mineradora. Assim sendo, procuraremos deslindar as tentativasdecoibirodescaminhopelaEstradado Sertão e as contendas entre os potentados locais e os agentes da Coroa, de um lado. E de outro, comooscolonossearticulavamparacontornartal A OCUPAÇÃO DO SUL MARANHENSE Philipe Luiz Trindade de Azevedo Philipe.azevedo021@hotmail.com ordem, continuando a transitar pela dita estrada. A partir da análise dos Autos de Denunciação e Tomadia da Superintendência do Rio das Velhas, bandos, ordens régias e o Regimento de 1702 para reconstruir o movimento que constituiu as tentativas de Portugal de expandir as fronteiras da colonização nas Minas. “Sem ofensa das leis, com seu direito”: a prática social do direito no mundo colonial Marcos Guimarães Sanches m.g.sanches@oi.com.br A discussão sobre práticas lícitas e ilícitas no mundo colonial exige uma reflexão sobre os paradigmas jurídicos que informam tal classificação como a natureza do direito no Antigo Regime, o problema da existência de um direito colonial, ou no nosso caso, de um direito luso-brasileiro, e, particularmente, a natureza da exploração das conquistas, revisando por consequências o atributo nacional do direito na perspectiva consagrada no Oitocentos. A presente comunicação apropria o caráter dialéticodasrelaçõesdametrópoleesuascolônias e sua variabilidade no tempo, investigando das diversas rebeliões de caráter fiscal, tidas como práticas ilícitas e até anti coloniais, a luz da cultura jurídica do Antigo Regime e inseridas nos quadros estruturais da sociedade da época moderna. Dinâmica administrativa e de jurisdições no início do período Filipino na Capitania do Rio de Janeiro Maria Isabel de Siqueira misrjhistoria@gmail.com A carta do Provedor da Fazenda Real da Capitania do Rio de Janeiro, no início do século XVII, nos revela a questão de como foi a dinâmica administrativa e de jurisdições durante a União das Coroas Ibéricas no Estado do Brasil. O cotidiano das autoridades coloniais, dos jesuítas e do grupo de índios que, entre idas e vindas, respondemasquestõesdasbasesdacomunicação política,configuraramamanutençãodasrelações entre a Coroa e a Colônia AcolonizaçãodosuldoMaranhãoestáintimamente ligadaaoprocessodeexpansãodasterrasdirecionadas para a atividade pecuarista, no início do século XVIII. As entradas de fazendeiros afugentavam, prendiam, ou exterminavam os indígenas para garantir a posse da terra. Desde 1747 apresentam-se
  • 43. 43 5ºEncontroInternacionaldeHistóriaColonial incursões que deveriam fazer frente aos indígenas, que segundo as cartas oficiais, cometiam assaltos, mortes e outras barbaridades contra os fazendeiros que se estabeleciam no sul do Maranhão (na região dos Pastos Bons) e do Piauí (nas áreas próximas à ribeira do Parnaguá e do Gurgueia, por exemplo). Este trabalho tem por objetivo apresentar a frente de colonização pecuária apontada no Maranhão e discorrer sobre a dinâmica das guerras justas que atendiam aos anseios da Fazenda Real. Dia 22 de agosto de 2014 Lavras sem paga: redes de contrabando e cristãos-novos nas Minas setecentistas Paula Túlio paulatulio@uol.com.br Em 1731, Manoel Albuquerque e Aguilar, Homem de Negócio, morador de Vila Rica das Minas de Ouro Preto, foi preso em Lisboa quando regressava da Europa, por suspeita de judaizar. Com ele foram apreendidos vários papeis de diamantes. A maior fortuna encontrada, nos inventários mineiros. O que consta é que ele era um dos maiores traficantes de diamantes e ouro nas Minas, comprava, vendia e despachava para Inglaterra, Holanda e Portugal. Manoel Aguilar era sócio de Inácio de Souza Ferreira, tanto no contrabando de diamantes como na Casa da Moeda clandestina, instituída no Vale do Paraopeba entre 1729 e 1732. A partir do seu processo Inquisitorial, pretendo abordar as potencialidades apresentadas pela fonte, para compreender alguns dos mecanismos do funcionamento do mercado de diamante e ouro com ênfase nas redes pessoais que sustentavam tal comércio. Filhos de ninguém: a prática do abandono domiciliar no mundo luso- brasileiro em perspectiva comparada Ana Silvia Volpi Scott asvscott@gmail.com Jonathan Fachini da Silva J_fachini@hotmail.com O caso da exposição de crianças no mundo luso-brasileiro tem sido bastante estudado nas últimas décadas e os pesquisadores recorrem às fontes produzidas pelas instituições que receberam os pequenos enjeitados para analisar toda a problemática que cercava esse processo. Proporcionalmente muito menos estudos foram produzidos sobre a prática do abandono nas portas das casas. Atendendo à proposta do workshop, esta comunicação pretende dar uma contribuição, portanto, ao fenômeno do abandono que ocorria fora do âmbito das instituições de acolhimento, privilegiando o estudo dessa prática em áreas onde não haviam sido instaladas as Casas da Roda. Nessa oportunidade, abordaremos o abandono de crianças comparando-se a região noroeste de Portugal e freguesias do sul da América Portuguesa, entre os finais do século XVIII e início do XIX. As fontes básicas são os assentos
  • 44. 44CADERNODERESUMOS de batizado. Paralelamente à análise quantitativa do abandono, procuraremos identificar os lares que recebiam as crianças expostas. A questão que norteia acomunicaçãoé pensaroabandono como o resultado de contextos variados que podem de ser resultado de momentos de crise familiar (gravidez indesejada) e/ou vulnerabilidade social. AS MULHERES E A PRÁTICA DO DESCAMINHO (SÃO PAULO E PERNAMBUCO, SÉCULO XVII) Letícia dos Santos Ferreira ferreira.leticiadossantos@gmail.com A comunicação tem por objetivo discutir a prática do descaminho atentando para o papel desempenhado pelas mulheres, principalmente, no caso do pagamento do donativo do dote e paz. Durante o desenvolvimento da tese de doutoramento verificamos a presença de mulheres de origens sociais diversas entre as listas de contribuintes, bem como, entre aqueles que tiveram seus bens confiscados pela coroa devido ao não pagamento do donativo em questão. Entendemos que a recusa ao pagamento de contribuições devidas ao rei era uma das muitas formas de descaminhos na Época Moderna. Tal temática não tem sido abordada pela historiografia e se insere em um novo projeto de pesquisa que pretendemos desenvolver. Lucratividade e governança no comércio açucareiro em tempos de guerra no mar Daniel Strum danistrum@usp.br Este trabalho procura rever o debate sobre a lucratividade do comércio açucareiro a partir do exame dos contratos de “dinheiro a ganho e risco”. Nesses contratos, um investidor emprestava certo valorparaumagenteinvestirduranteumaviagem; comocontrapartida,sechegassecomoresultadoa salvo, o agente lhe devolveria o principal mais uma taxafixa,independentementedolucroouprejuízo da empresa. O investidor arcava com os riscos de força maior, enquanto o agente hipotecava algum bem como garantia do pagamento. Esse trabalho avoca que o contraste entre as porcentagens cobradas nesses empréstimos e os prêmios de seguro oferece o melhor indicativo da taxa de lucratividade esperada desse setor. A frequência do recurso a esses contratos e aos seguros, e os tipos de meios de pagamento para o empréstimo refletem ajustes dos mecanismos de governança para lidar com a assimetria da informação em tempos de guerra. Dinâmicas fiscais e a desordem na América: A prática do descaminho nas Minas setecentistas (1710-1740). Lincoln Marques dos Santos lincolnmarques@globo.com O trabalho discutirá o processo de aplicação da cobrança do quinto a partir da problematização dos conflitos e revoltas que eclodiram nas Minas Gerais na primeira metade do século
  • 45. 45 5ºEncontroInternacionaldeHistóriaColonial XVIII e das respectivas estratégias de ação da coroa para demarcar sua presença. O objetivo central é descortinar os aspectos da desordem no mundo colonial, apresentando-os como critérios norteadores para as ações políticas e administrativas que levaram à consolidação da presença da coroa lusa e de seus interesses em território americano. Nesse sentido, o caso das Minas é singular: a partir dos eventos/ acontecimentos que marcaram sua origem, levantaremos considerações que nos permitam entender a construção e a institucionalização da ordem metropolitana.