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ARTIGO ORIGINAL

Relação eletromiográfica integrada dos músculos vasto
medial oblíquo e vasto lateral longo na marcha em
sujeitos com e sem síndrome de dor femoropatelar
Gilmar Moraes Santos1,2, Karina Gramani Say2, Flávio Pulzato2, Anamaria Siriani de Oliveira3,
Débora Bevilaqua-Grossi3 e Vanessa Monteiro-Pedro2




RESUMO                                                                      Palavras-chave: Marcha. Relação eletromiográfica. Síndrome de dor femoropatelar.

   O objetivo deste estudo foi determinar se existe diferença na            Keywords:        Gait. Electromiographic ratio. Patellofemoral pain syndrome.

ativação dos músculos vasto medial oblíquo (VMO) e vasto lateral            Palabras-clave: Trote. Relación electromiográfica. Síndrome de dolor femoropatelar.

longo (VLL) durante a marcha em esteira plana e inclinada a 5°
entre sujeitos clinicamente normais e portadores da síndrome da
dor femoropatelar (SDFP). Dados eletromiográficos foram obtidos
                                                                            VLL ratio in the two tested conditions than the subject of the PFPS
dos músculos VMO e VLL em 15 sujeitos clinicamente normais e
                                                                            group. The findings suggest that the ratio of the electric activity of
em 12 portadores da SDFP. O valor da relação VMO / VLL foi deter-
                                                                            the VMO and VLL muscles in individuals with and without SDFP is
minado a partir da média de oito passadas, em cada condição,
                                                                            equal in the gait on flat surface as well as slanted to 5 degrees.
obtidas durante 12s. O teste t de Student mostrou não haver dife-
rença significativa na relação VMO / VLL entre os dois grupos, in-
dependente da condição. Apesar de não haver diferença significa-            RESUMEN
tiva, os sujeitos do grupo controle mostraram maiores valores na
                                                                            Relación electromiográfica integrada de los músculos vasto
relação VMO / VLL, nas duas condições testadas, do que os sujei-
                                                                            medial oblicuo y vasto lateral largo en marcha en individuos
tos do grupo SDFP. Os achados sugerem que a relação da ativida-
                                                                            con y sin síndrome de dolor femoropatelar
de elétrica dos músculos VMO e VLL, em indivíduos com e sem
SDFP, é igual na marcha, tanto em superfície plana como em com                 El objetivo de este estudio ha sido determinar si existe diferen-
inclinação de 5°.                                                           cia en la activación de los músculos vasto medial oblicuo (VMO) y
                                                                            vasto lateral largo (VLL) durante la caminada en cinta plana ergo-
                                                                            métrica e inclinada a 5° entre individuos clínicamente normales y
ABSTRACT
                                                                            portadores de síndrome de dolor femoropatelar (SDFP). Datos elec-
Integrated electromyographic ratio of the vastus medialis                   tromiográficos se obtuvieron de los músculos VMO y VLL en 15
oblique and vastus lateralis longus muscles in gait in                      sujetos clínicamente normales y 12 portadores de SDFP. El valor
subjects with and without patellofemoral pain syndrome                      de la relación VMO / VLL se determinó a partir de la media de 8
                                                                            pasadas, a cada condición, durante 12 s. El test t de Student mos-
   The aim of this study was to determine if there is difference
                                                                            tró que no hay diferencia significativa en la relación VMO / VLL en-
between the vastus medialis oblique and vastus lateralis longus
                                                                            tre los dos grupos, independiente de la condición. A pesar de no
(VMO / VLL) muscles activation during treadmill gait level and as-
                                                                            haber diferencia significativa, los integrantes del grupo control
cending to 5% degree between healthy subjects and others with
                                                                            mostraron mayores valores en VMO / VLL, durante las dos condici-
patellofemoral pain syndrome. Electromyographic data from the
                                                                            ones probadas que los del grupo SDFP. Los hallazgos sugieren
VMO and VLL muscles were obtained in 15 subjects without and
                                                                            que la relación de actividad eléctrica de los músculos VMO y VLL,
12 with patellofemoral pain syndrome (PFPS) during treadmill gait
                                                                            en individuos con y sin SDFP es igual en el trote tanto en superfi-
with and without 5 degrees inclination. The value of the VMO /
                                                                            cie plana como la que tiene inclinación de 5°.
VLL ratio was determined from the mean of 8 strides, in each
condition, during 12 s. The t-Student test did not show significant
difference in the VMO / VLL ratio between the two groups, regard-           INTRODUÇÃO
less the condition. Although there was not significant difference,
                                                                                A síndrome da dor femoropatelar (SDFP) é um problema usual(1),
the subjects of the control group showed higher values in the VMO/
                                                                            sendo uma das desordens mais comuns que afetam o mecanis-
                                                                            mo extensor do joelho(2), ocorrendo mais freqüentemente em mu-
                                                                            lheres(3). Sua incidência varia entre 10 e 40%, as maiores taxas
                                                                            ocorrendo em atletas(4). O fator etiológico mais aceito para a SDFP
1. UDESC, Departamento de Prevenção, Avaliação e Reabilitação, Floria-      é o deslocamento anormal da patela(5). Nessa situação, ocorreria
    nópolis, SC.                                                            um desequilíbrio entre os músculos estabilizadores primários da
2. UFSCar, Departamento de Fisioterapia, Laboratório de Avaliação e In-     patela. A força gerada pelo músculo vasto lateral (VL), não sendo
    tervenção em Ortopedia e Traumatologia-LAIOT, São Carlos, SP.           adequadamente equilibrada pela força medial do vasto medial
3. USP-FMRP, Departamento de Biomecânica, Medicina e Reabilitação           oblíquo (VMO), resulta em deslocamento lateral e mau alinhamento
    do Aparelho Locomotor, Laboratório de Análise da Postura e do Movi-     da patela(6).
    mento Humano-LAPOMH, Ribeirão Preto, SP.                                    Sujeitos com SDFP freqüentemente desenvolvem deslocamen-
Recebido em 29/10/05. Versão final recebida em 1/2/06. Aceito em 20/8/06.   to lateral excessivo da patela, que poderia ser causado pela fra-
Endereço para correspondência: Gilmar Moraes Santos, Rua Prof. Bayer        queza do VMO. Este é o principal estabilizador medial da pate-
Filho, 125, Coqueiros – 88080-300 – Florianópolis,SC. E-mail: d2gms@udes.   la(3,7). Para manter o alinhamento normal é necessário haver um
br                                                                          equilíbrio na ativação dos músculos VMO e VL. Dessa forma, a
Rev Bras Med Esporte _ Vol. 13, Nº 1 – Jan/Fev, 2007                                                                                                        17
relação anormal no padrão de ativação desses músculos poderia          a amplitude funcional do movimento, fazendo com que pacientes
alterar a dinâmica da articulação femoropatelar(8). Além disso, está   com SDFP tolerem melhor os exercícios em CCF e, conseqüente-
bem estabelecido na literatura que a relação VMO / VL representa       mente, exibam melhores resultados funcionais após um progra-
a medida quantitativa da participação relativa de VMO e VL duran-      ma de reabilitação. No entanto, a importância da atividade muscu-
te a contração muscular. Segundo McConnell(8), a relação VMO /         lar em exercícios em CCA e CCF não tem sido extensivamente
VL deveria ser de 1:1 em sujeitos clinicamente normais e signifi-      estudada, especialmente durante a marcha, que é considerada
cativamente menor naqueles com SDFP. Portanto, o treinamento           um exercício em CCF(23).
e /ou fortalecimento do VMO torna-se uma parte do programa de             Diante do exposto, o objetivo deste estudo foi determinar se
reabilitação nos sujeitos com SDFP(1,8-9).                             existe diferença na relação VMO / VLL durante a marcha em estei-
    Alguns estudos eletromiográficos investigaram a relação dos        ra plana e inclinada a 5° em sujeitos clinicamente normais e em
músculos VMO e VL em diferentes exercícios, tais como em ca-           portadores de SDFP.
deia cinética fechada (subir e descer escadas; agachamento; leg
press) e em cadeia cinética aberta (contrações isotônicas e iso-
                                                                       MÉTODOS
métricas de extensão e flexão do joelho)(10-12). Souza e Gross(11)
compararam a relação eletromiográfica (EMG) dos músculos VMO /           Sujeitos
VL entre sujeitos saudáveis e com SDFP unilateral em contrações          Participaram do estudo 27 sujeitos do sexo feminino (18-29
isotônicas de subir e descer escadas e isométricas máximas e           anos), 12 com SDFP e 15 clinicamente normais (GC). O protocolo
submáximas do quadríceps femoral. Os sujeitos saudáveis exibi-         experimental deste estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em
ram significativamente maiores valores na relação VMO / VL do que      Pesquisa com Seres Humanos institucional e, antes da participa-
os sujeitos com SDFP durante as contrações isométricas. Esses          ção, o termo de consentimento formal foi obtido de cada um dos
autores deduziram que pacientes com SDFP têm padrões de ati-           voluntários. As características antropométricas dos sujeitos são
vação anormais nas razões VMO / VL. Boucher et al.(12) avaliaram a     apresentadas na tabela 1.
relação VMO / VL em 18 sujeitos com e sem SDFP durante contra-
ções isométricas máximas em três diferentes ângulos de flexão
do joelho (15°, 30° e 90°). Esses autores também encontraram                                           TABELA 1
diminuição significativa na relação VMO /VL nos sujeitos com SDFP,              Média e desvio-padrão dos valores de idade, altura, peso
especialmente naqueles com maiores valores de ângulo Q, suge-                    e dominância dos sujeitos clinicamente normais (GC –
rindo redução na atividade do VMO. Além disso, relataram que os                  n = 15) e com disfunção femoropatelar (SDFP – n = 12)

exercícios próximos da extensão final poderiam aumentar o dese-             Características              GC                    SDFP                P
quilíbrio muscular na relação VMO / VL.
    Por outro lado, Cerny(10) não encontrou diferença significativa       Idade (anos)              21,66 (± 2,82)         20,50 (± 2,34)         0,48
                                                                          Altura (m)                01,64 (± 0,07)         01,63 (± 0,07)         0,81
entre indivíduos sadios e portadores de SDFP ao analisar a relação        Peso (kg)                 57,76 (± 5,96)         52,81 (± 7,73)         0,77
VMO / VL durante uma série de exercícios em cadeia cinética aberta        Dominância direita         15 (100%)              7 (58,34%)
e fechada; o autor conclui que nenhum exercício utilizado recru-          Dominância esquerda        00 00(0%)              5 (41,66%)
tou seletivamente o músculo VMO. Sheehy et al.(13) não encontra-
ram diferenças na relação dos picos de ativação VMO / VL entre
indivíduos sadios e portadores de SDFP durante exercícios de su-          Os critérios de inclusão para os participantes do grupo com SDFP
bida e descida de um step, sugerindo não haver desequilíbrios          foram de dor anterior ou retropatelar no mínimo em três das se-
entre esses músculos em ambos os grupos estudados. Assim,              guintes atividades: sentar prolongado; subir /descer escadas; aga-
alguns autores refutam a idéia de desequilíbrio muscular entre         char, ajoelhar, correr; praticar esporte e na contração isométrica
VMO e VL, questionando os programas de fortalecimento seleti-          do quadríceps. Além disso, deveriam apresentar dor à palpação
vo do VMO bem como a causa do deslocamento patelar anormal(2,          patelar, dor na articulação femoropatelar de no mínimo 2 na escala
10,14)
       .                                                               visual analógica (EVA) de 10cm na última semana, início insidioso
    A contração excêntrica do quadríceps, na fase de apoio do ciclo    de dor não relacionado a etiologia traumatológica e ainda dor, de
da marcha, é considerada o mecanismo absorvedor dinâmico pri-          qualquer grandeza, em dois testes funcionais, agachamento bila-
mário de choque durante a aceitação de peso(15). Entretanto, para      teral a 90° e descer um step de 25cm, ambos com 30s de dura-
pacientes com SDFP, o aumento da flexão do joelho na resposta a        ção(24,25). Foram excluídos sujeitos que relatassem história de ci-
carga e da contração do quadríceps elevaria as forças de reação        rurgia no joelho, lesão meniscal e /ou ligamentar e se tivessem
na articulação femoropatelar, induzindo alterações biomecânicas        feito fisioterapia nos últimos seis meses.
na articulação femoropatelar(16). Clinicamente, sujeitos com dor fe-      Os critérios de inclusão(16,24-25) considerados para os sujeitos cli-
moropatelar relatam limitações na marcha, particularmente durante      nicamente normais foram: (a) ausência de qualquer história de dor,
o subir /descer escadas e andar em planos inclinados. O descon-        trauma, lesão meniscal ou ligamentar na articulação do joelho; (b)
forto associado com essas atividades geralmente resulta em mo-         sem presença de doença neurológica ou do sistema osteomioarti-
dificação nos padrões da marcha, numa tentativa de reduzir as          cular; (c) sem qualquer problema nas articulações do quadril e do
demandas musculares e, conseqüentemente, a dor(17).                    pé; (d) não tenham feito nenhuma cirurgia e /ou se submetido a
    Apesar de existirem estudos sobre a análise dos parâmetros da      fisioterapia no membro inferior; (e) não apresentar dor durante a
marcha em sujeitos com disfunção femoropatelar(2,16-18), nenhum        realização dos testes funcionais de agachamento e step; e (f) apre-
deles avaliou a relação VMO / VLL durante essa atividade funcio-       sentar menos de dois dos mesmos sinais clínicos considerados
nal, tanto em sujeitos clinicamente saudáveis como naqueles com        para o grupo SDFP.
SDFP. Além disso, a literatura consultada evidenciou controvérsia
em relação ao comportamento da atividade elétrica dos músculos           Instrumentação
vastos na marcha em superfície inclinada, relatando aumento(19)           A atividade elétrica dos músculos VMO e VLL foi captada por
ou não(20) na atividade desses músculos. Adicionalmente, alguns        eletrodos de superfície bipolares ativos simples diferenciais (EMG
autores(21-22) têm sugerido que exercícios em cadeia cinética fe-      System do Brasil), constituídos por duas barras de prata-cloreto
chada (CCF) são mais seguros do que exercícios em cadeia cinéti-       de prata com 10mm de comprimento, 1mm de largura e 2mm de
ca aberta (CCA) para sujeitos com SDFP. Pois exercícios em CCF         altura cada, posicionadas paralelamente e separadas entre si por
produzem estresse mínimo na articulação femoropatelar durante          10mm. Esses eletrodos permitem amplificação diferencial de 50x,
18                                                                                                     Rev Bras Med Esporte _ Vol. 13, Nº 1 – Jan/Fev, 2007
com impedância de entrada de 10GΩ e faixa de rejeição de modo
comum (130dB até 60Hz). Os eletrodos foram conectados a um
modo condicionador de sinais de oito canais (EMG System do Bra-
sil) e foram amplificados e filtrados por um filtro Butterworth pas-
sa-banda (20Hz-500Hz). Os sinais eletromiográficos dos múscu-
los VMO e VLL foram então digitalizados por uma placa conversora
A/D de 12 bits de faixa de resolução dinâmica e a freqüência de
amostragem foi ajustada em 2KHz, com faixa de entrada de ± 10V.

   Procedimentos
   Antes da colocação dos eletrodos a pele foi tricotomizada, lim-
pa com álcool e levemente abrasada para reduzir a impedância e
eliminar eventuais interferências. Os eletrodos para o VMO foram           Figura 1 – Exemplo dos sinais elétricos do músculos VMO e VLL norma-
                                                                           lizados para o cálculo da integral matemática da área abaixo da envoltória
colocados aproximadamente 4cm superiormente à borda súpero-
medial da patela(8) e orientado 55° em relação ao eixo do fêmur(7).
Para o músculo VLL, os eletrodos foram posicionados aproxima-                Análise estatística
damente 11cm superiormente à borda súpero-lateral da patela com               Utilizou-se o teste de Shapiro-Wilks para verificar a distribuição
inclinação de 15° ao eixo do fêmur(26). De acordo com o estudo             normal dos dados. As características dos sujeitos (idade, altura e
anatômico de Weinstabl et al.(26), a posição do eletrodo do VLL no         peso) e os valores do ângulo Q foram comparados entre os gru-
presente estudo seria similar à da colocação do eletrodo para o            pos usando teste t de Student. Para verificar a diferença na inten-
músculo VL nas outras investigações(1,6,8-14,16-17,24,27). O eletrodo de   sidade da dor após andar na esteira foi aplicado o teste U de Mann-
referência foi fixado logo acima do tornozelo do membro estuda-            Whitney. A diferença na relação VMO/ VLL entre os dois grupos,
do. Também foi fixado um foot-switch no calcanhar (do membro               bem como a diferença entre as condições (superfície plana x su-
estudado) dos sujeitos, sincronizado com os sinais eletromiográfi-         perfície inclinada) foi testada por Anova two way com medidas
cos, que gerava um nível diferente de voltagem quando em conta-            repetidas. Todos os níveis de significância foram determinados
to com o solo, permitindo identificar as diferentes fases da mar-          como p ≤ 0,05. As análises estatísticas foram realizadas com o
cha. Toque do calcanhar do solo até o próximo toque ipsilateral foi        programa Statistica 5.0.
definido como uma passada, sendo considerados 100% do tem-
po da passada(28).
                                                                           RESULTADOS
   Para coleta dos dados eletromiográficos, os sujeitos andaram
em uma esteira elétrica (Pro-action Fitness) primeiro sem inclina-            Os resultados deste estudo não evidenciaram diferenças esta-
ção e após com inclinação de 5°. Essa ordem foi escolhida para             tisticamente significantes na relação VMO/ VLL entre as médias
facilitar o procedimento experimental e acreditamos que essa or-           do GC e SDFP (tabela 2). Embora não fosse encontrada diferença
dem não influenciaria os resultados, pois o tempo entre as duas            significativa entre os dois grupos, a relação VMO/ VLL foi maior
condições foi de aproximadamente um minuto. A velocidade da                nos sujeitos do grupo controle, independente da condição (esteira
esteira foi predeterminada para cada indivíduo calculando-se a ve-         plana ou inclinada a 5o).
locidade média de uma caminhada no solo por 5m em três tenta-
tivas. Os valores da velocidade média de cada grupo foram simila-                                            TABELA 2
res (GC – 3,9 ± 0,3km/h); SDFP – 3,8 ± 0,4km/h), não havendo                       Relação eletromiográfica integrada VMO/ VL durante o andar
diferença estatística significativa entre eles.                                    na esteira em superfície plana e em inclinada a 5° em sujeitos
                                                                                 clinicamente normais (GC – n = 15) e portadores de SDFP (n = 12)
  A avaliação eletromiográfica foi obtida da musculatura do mem-
bro dominante no GC (aquele utilizado para chutar uma bola), en-               Condição                       Média (± DP)               F          P
quanto o lado acometido ou com maior acometimento no caso de
                                                                                                        GC               SDFP
SDFP bilateral foi avaliado no grupo SDPF.
                                                                              Sup. plana           1,03 (± 0,25)      1,01 (± 0,17)    0,59     0,45
                                                                              Sup. inclinada       1,08 (± 0,30)      0,99 (± 0,24)
   Análise dos dados
    Os sinais eletromiográficos brutos foram processados para ob-
                                                                              Também não foram encontradas diferenças estatisticamente
tenção do envoltório linear seguindo as etapas de retificação em
                                                                           significativas no valor do ângulo Q entre os sujeitos do GC e SDFP,
onda completa, alisamento por filtragem com Butterworth de 4ª
                                                                           embora estes últimos apresentem tendência de maiores valores
ordem e freqüência de corte de 5Hz. As amplitudes dos envoltó-
                                                                           que os dos clinicamente normais (tabela 3).
rios lineares foram normalizadas pela média do valor da amplitude
retificada e alisada e, na base do tempo da atividade(27), pela dura-
ção total da passada ajustada para 100% usando uma rotina mate-                                               TABELA 3
mática adequadamente elaborada no programa Matlab 6.08 (figura                            Média, desvio-padrão e teste t para os valores do
1). Optamos pela normalização pela média, pois alguns estudos(29-                        ângulo Q dos sujeitos do GC (n = 15) e SDFP (n = 12)
31)
    notaram maior eficiência e aplicabilidade desse tipo de normali-          Variável          GC (n = 15)         GDFP (n = 10)        t          p
zação durante atividades dinâmicas, além de demonstrarem me-
nor variabilidade(32) quando comparados com outros métodos.                   Ângulo Q          17,9° (± 3,6)        19,5° (± 3,3)     1,16     0,25

  O valor da amplitude do envoltório linear foi determinado para
todos os músculos em função do toque do calcanhar no solo atra-               Na figura 2 são mostrados os dados de intensidade de dor após
vés da integração trapezoidal do envelope linear(29). Essa integra-        andar na esteira (EST), dos sujeitos do SDFP e GC. O teste U de
ção foi calculada a partir da média de oito passadas, coletadas no         Mann-Whitney evidenciou que não houve diferença significativa
período de 12 segundos de cada sujeito de ambos os grupos.                 durante o andar na esteira, tanto em superfície plana como em
Posteriormente, foi calculado o quociente da amplitude eletromio-          inclinada. Os resultados também mostraram que os sujeitos do
gráfica do VMO pela amplitude do VL, ou relação VMO/ VLL.                  SDFP já apresentavam alguma dor antes da realização dos testes.
Rev Bras Med Esporte _ Vol. 13, Nº 1 – Jan/Fev, 2007                                                                                                    19
0,35                                           ção de carga. Segundo esses autores, essas diferenças poderiam
                                                                          explicar a maior incidência de síndrome femoropatelar em mulhe-
                                                    0,3
                            0,3                                           res. Além disso, cuidados devem ser tomados ao comparar resul-
                                                                          tados de sujeitos saudáveis e sujeitos com patologia no joelho em
 Intensidade da dor (cm)




                           0,25
                                                                          função do tipo de exercício investigado na avaliação EMG, como,
                                                                          por exemplo, exercícios com esforço isométrico máximo e sub-
                            0,2
                                                                          máximo seriam diferentes de exercícios isotônicos.
                                                                             Nossos resultados mostraram ainda que, apesar de não haver
                           0,15
                                                                          diferença significativa entre os grupos, houve tendência de os su-
                            0,1
                                                                          jeitos clinicamente normais terem maior relação VMO/ VLL do que
                                                                          os sujeitos com SDFP, tanto durante a marcha em superfície plana
                           0,05
                                                                          quanto em inclinada. Apesar de não sabermos se as diferenças
                                                                          encontradas no nosso estudo – 0,02 (marcha em superfície plana)
                             0
                                  0
                                                                          e 0,09 (marcha em superfície inclinada) – na relação VMO/ VLL
                                  GC               SDFP                   seriam clinicamente significativas, é possível acreditar que a ten-
Figura 2 – Intensidade de dor percebida pelos sujeitos do GC (n = 15) e
                                                                          dência na diminuição dessa relação poderia estar ligada à redução
SDFP (n = 12) após andar na esteira                                       na força de estabilização medial da patela(10); no entanto, mais es-
                                                                          tudos são necessários para comprovar essa suposição.
                                                                             No presente estudo, em relação aos valores absolutos de cada
                                                                          músculo, os sujeitos com SDFP mostraram maior ativação na su-
DISCUSSÃO
                                                                          perfície inclinada, tanto no VMO (plana – 651,82; inclinada – 783,64)
   Os resultados deste estudo não indicaram diferenças significa-         como VLL (plana – 656,45; inclinada – 818,18), mas especialmen-
tivas na relação VMO/ VLL entre os sujeitos considerados clinica-         te no músculo VLL. Embora a razão mais comum para diminuição
mente normais e aqueles com SDFP, independente de a marcha                na relação VMO / VLL seja a redução na atividade do músculo
em esteira ser realizada com ou sem inclinação. Esses resultados          VMO(1,8,12), nossos resultados indicaram que a redução no valor da
estão de acordo com os obtidos por Cerny(10). Este, apesar de não         relação VMO/ VLL encontrado nos sujeitos com SDFP está rela-
ter encontrado diferença significativa, seus resultados mostraram         cionada a maior recrutamento do músculo VLL, especialmente
que, nos exercícios em CCF (wall slide; descer escada; simulação          durante a marcha em superfície inclinada. Além disso, os resulta-
de uma passada), os sujeitos clinicamente normais possuíam maior          dos mostraram que para os sujeitos do grupo controle houve au-
relação VMO/ VL do que os sujeitos com SDFP. Esse resultado,              mento na relação VMO/ VLL entre as duas condições testadas,
apesar de o tipo de exercício ter sido diferente, também foi en-          especialmente na atividade do músculo VMO, evidenciando que
contrado no nosso estudo tanto na marcha em superfície plana              nesses sujeitos há equilíbrio entre os estabilizadores primários da
(GC – 1,03; SDFP – 1,01) como na inclinada (GC – 1,08; SDFP –             patela.
0,99). É importante salientar que os valores acima de 1 na relação           Finalizando, acreditamos que novos estudos são necessários
VMO/ VLL indicam que o VMO foi mais ativado que seu antago-               para investigar o comportamento da atividade elétrica muscular
nista, enquanto que valores abaixo de 1 revelam que o VLL foi o           durante um período de tempo maior, a fim de melhor compreen-
mais recrutado durante a atividade.                                       der a utilização da esteira como um equipamento para a avaliação,
   Uma possível explicação para os achados do nosso estudo se-            o tratamento e o treinamento de sujeitos com SDFP.
ria a ausência de efusão e a presença de dor mínima (0,3 em uma
escala de 0 a 10), tanto antes como depois do andar na esteira nas
                                                                          CONCLUSÃO
duas condições avaliadas, nos sujeitos com SDFP. Segundo Spen-
cer et al.(31) a diminuição na atividade do músculo quadríceps tem           Este estudo, nas condições experimentais utilizadas, verificou
origem na inibição reflexa, provocada pela dor e efusão.                  que sujeitos clinicamente normais e com síndrome de dor femo-
   Outra provável explicação estaria relacionada ao valor do ângu-        ropatelar apresentaram relação VMO/ VLL similar tanto no andar
lo Q (SDFP – 19,5°), que é um indicador de mau alinhamento me-            na esteira em superfície plana quanto em inclinada. Os resultados
cânico do membro inferior, similar aos sujeitos do GC (17,9°). Se-        também mostraram tendência de os sujeitos do GC apresenta-
gundo Boucher et al.(12), quando o mau alinhamento mecânico do            rem maior relação VMO/ VLL do que os sujeitos com SDFP, embo-
membro inferior é leve (ângulo Q menor que 22°), a relação VMO/           ra isso necessite ser comprovado em outros estudos.
VL nos sujeitos com SDFP é similar à dos sujeitos clinicamente
normais. Além disso, acreditamos que a atividade proposta, por
                                                                          Todos os autores declararam não haver qualquer potencial confli-
ser um exercício em CCF e, conseqüentemente, com sustenta-
                                                                          to de interesses referente a este artigo.
ção de peso, poderia dificultar o deslocamento lateral da patela(33).
   Por outro lado, Souza e Gross(11) mostraram que a relação VMO/
VL foi significativamente maior em sujeitos clinicamente normais          REFERÊNCIAS
quando comparados com sujeitos com dor femoropatelar. É pos-
                                                                          1. McConnell JS. The management of chondromalacia patellae: a long-term solu-
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tados diferentes encontrados entre nosso estudo e o de Souza e            2. Powers CM, Landel R, Perry J. Timing and intensity of vastus muscle activity
Gross(11). Em nosso estudo utilizamos dados eletromiográficos                during functional activities in subjects with and without patello-femoral pain. Phys
normalizados pela média da amplitude do envelope linear em oito              Ther. 1996;76(9):945-55.
passadas, enquanto que Souza e Gross(11) utilizaram dados não             3. Fulkerson JP, Arendt EA. Anterior knee pain in females. Clin Orthop Relat Res.
normalizados. Além disso, as atividades funcionais avaliadas fo-             2000;(372):69-73.
ram diferentes, ou seja, descer escadas versus marcha, bem como           4. Harrison E, Magee D. Patellofemoral pain syndrome: the ongoing challenges in
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a amostra, homens e mulheres no estudo de Souza e Gross(11) e                tation Medicine. 2001;13(2):253-68.
somente mulheres no presente estudo. Em relação à seleção da              5. Insall J. Patellar malalignment syndrome. Orthop Clin North Am. 1979;10:117-22.
amostra, de acordo com Csintalan et al.(34), homens e mulheres            6. Owings MT, Grabiner MD. Motor control of the vastus medialis oblique and vas-
apresentam diferenças quanto à área e à pressão de contato fe-               tus lateralis muscle is disrupted during eccentric contractions in subjects with
moropatelar bem como na resposta dos músculos vastos à aplica-               patellofemoral pain. Am J Sports Med. 2002;30(4):483-7.

20                                                                                                             Rev Bras Med Esporte _ Vol. 13, Nº 1 – Jan/Fev, 2007
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Rev Bras Med Esporte _ Vol. 13, Nº 1 – Jan/Fev, 2007                                                                                                                            21

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Relação VMO/VLL na marcha com e sem SDFP

  • 1. ARTIGO ORIGINAL Relação eletromiográfica integrada dos músculos vasto medial oblíquo e vasto lateral longo na marcha em sujeitos com e sem síndrome de dor femoropatelar Gilmar Moraes Santos1,2, Karina Gramani Say2, Flávio Pulzato2, Anamaria Siriani de Oliveira3, Débora Bevilaqua-Grossi3 e Vanessa Monteiro-Pedro2 RESUMO Palavras-chave: Marcha. Relação eletromiográfica. Síndrome de dor femoropatelar. O objetivo deste estudo foi determinar se existe diferença na Keywords: Gait. Electromiographic ratio. Patellofemoral pain syndrome. ativação dos músculos vasto medial oblíquo (VMO) e vasto lateral Palabras-clave: Trote. Relación electromiográfica. Síndrome de dolor femoropatelar. longo (VLL) durante a marcha em esteira plana e inclinada a 5° entre sujeitos clinicamente normais e portadores da síndrome da dor femoropatelar (SDFP). Dados eletromiográficos foram obtidos VLL ratio in the two tested conditions than the subject of the PFPS dos músculos VMO e VLL em 15 sujeitos clinicamente normais e group. The findings suggest that the ratio of the electric activity of em 12 portadores da SDFP. O valor da relação VMO / VLL foi deter- the VMO and VLL muscles in individuals with and without SDFP is minado a partir da média de oito passadas, em cada condição, equal in the gait on flat surface as well as slanted to 5 degrees. obtidas durante 12s. O teste t de Student mostrou não haver dife- rença significativa na relação VMO / VLL entre os dois grupos, in- dependente da condição. Apesar de não haver diferença significa- RESUMEN tiva, os sujeitos do grupo controle mostraram maiores valores na Relación electromiográfica integrada de los músculos vasto relação VMO / VLL, nas duas condições testadas, do que os sujei- medial oblicuo y vasto lateral largo en marcha en individuos tos do grupo SDFP. Os achados sugerem que a relação da ativida- con y sin síndrome de dolor femoropatelar de elétrica dos músculos VMO e VLL, em indivíduos com e sem SDFP, é igual na marcha, tanto em superfície plana como em com El objetivo de este estudio ha sido determinar si existe diferen- inclinação de 5°. cia en la activación de los músculos vasto medial oblicuo (VMO) y vasto lateral largo (VLL) durante la caminada en cinta plana ergo- métrica e inclinada a 5° entre individuos clínicamente normales y ABSTRACT portadores de síndrome de dolor femoropatelar (SDFP). Datos elec- Integrated electromyographic ratio of the vastus medialis tromiográficos se obtuvieron de los músculos VMO y VLL en 15 oblique and vastus lateralis longus muscles in gait in sujetos clínicamente normales y 12 portadores de SDFP. El valor subjects with and without patellofemoral pain syndrome de la relación VMO / VLL se determinó a partir de la media de 8 pasadas, a cada condición, durante 12 s. El test t de Student mos- The aim of this study was to determine if there is difference tró que no hay diferencia significativa en la relación VMO / VLL en- between the vastus medialis oblique and vastus lateralis longus tre los dos grupos, independiente de la condición. A pesar de no (VMO / VLL) muscles activation during treadmill gait level and as- haber diferencia significativa, los integrantes del grupo control cending to 5% degree between healthy subjects and others with mostraron mayores valores en VMO / VLL, durante las dos condici- patellofemoral pain syndrome. Electromyographic data from the ones probadas que los del grupo SDFP. Los hallazgos sugieren VMO and VLL muscles were obtained in 15 subjects without and que la relación de actividad eléctrica de los músculos VMO y VLL, 12 with patellofemoral pain syndrome (PFPS) during treadmill gait en individuos con y sin SDFP es igual en el trote tanto en superfi- with and without 5 degrees inclination. The value of the VMO / cie plana como la que tiene inclinación de 5°. VLL ratio was determined from the mean of 8 strides, in each condition, during 12 s. The t-Student test did not show significant difference in the VMO / VLL ratio between the two groups, regard- INTRODUÇÃO less the condition. Although there was not significant difference, A síndrome da dor femoropatelar (SDFP) é um problema usual(1), the subjects of the control group showed higher values in the VMO/ sendo uma das desordens mais comuns que afetam o mecanis- mo extensor do joelho(2), ocorrendo mais freqüentemente em mu- lheres(3). Sua incidência varia entre 10 e 40%, as maiores taxas ocorrendo em atletas(4). O fator etiológico mais aceito para a SDFP 1. UDESC, Departamento de Prevenção, Avaliação e Reabilitação, Floria- é o deslocamento anormal da patela(5). Nessa situação, ocorreria nópolis, SC. um desequilíbrio entre os músculos estabilizadores primários da 2. UFSCar, Departamento de Fisioterapia, Laboratório de Avaliação e In- patela. A força gerada pelo músculo vasto lateral (VL), não sendo tervenção em Ortopedia e Traumatologia-LAIOT, São Carlos, SP. adequadamente equilibrada pela força medial do vasto medial 3. USP-FMRP, Departamento de Biomecânica, Medicina e Reabilitação oblíquo (VMO), resulta em deslocamento lateral e mau alinhamento do Aparelho Locomotor, Laboratório de Análise da Postura e do Movi- da patela(6). mento Humano-LAPOMH, Ribeirão Preto, SP. Sujeitos com SDFP freqüentemente desenvolvem deslocamen- Recebido em 29/10/05. Versão final recebida em 1/2/06. Aceito em 20/8/06. to lateral excessivo da patela, que poderia ser causado pela fra- Endereço para correspondência: Gilmar Moraes Santos, Rua Prof. Bayer queza do VMO. Este é o principal estabilizador medial da pate- Filho, 125, Coqueiros – 88080-300 – Florianópolis,SC. E-mail: d2gms@udes. la(3,7). Para manter o alinhamento normal é necessário haver um br equilíbrio na ativação dos músculos VMO e VL. Dessa forma, a Rev Bras Med Esporte _ Vol. 13, Nº 1 – Jan/Fev, 2007 17
  • 2. relação anormal no padrão de ativação desses músculos poderia a amplitude funcional do movimento, fazendo com que pacientes alterar a dinâmica da articulação femoropatelar(8). Além disso, está com SDFP tolerem melhor os exercícios em CCF e, conseqüente- bem estabelecido na literatura que a relação VMO / VL representa mente, exibam melhores resultados funcionais após um progra- a medida quantitativa da participação relativa de VMO e VL duran- ma de reabilitação. No entanto, a importância da atividade muscu- te a contração muscular. Segundo McConnell(8), a relação VMO / lar em exercícios em CCA e CCF não tem sido extensivamente VL deveria ser de 1:1 em sujeitos clinicamente normais e signifi- estudada, especialmente durante a marcha, que é considerada cativamente menor naqueles com SDFP. Portanto, o treinamento um exercício em CCF(23). e /ou fortalecimento do VMO torna-se uma parte do programa de Diante do exposto, o objetivo deste estudo foi determinar se reabilitação nos sujeitos com SDFP(1,8-9). existe diferença na relação VMO / VLL durante a marcha em estei- Alguns estudos eletromiográficos investigaram a relação dos ra plana e inclinada a 5° em sujeitos clinicamente normais e em músculos VMO e VL em diferentes exercícios, tais como em ca- portadores de SDFP. deia cinética fechada (subir e descer escadas; agachamento; leg press) e em cadeia cinética aberta (contrações isotônicas e iso- MÉTODOS métricas de extensão e flexão do joelho)(10-12). Souza e Gross(11) compararam a relação eletromiográfica (EMG) dos músculos VMO / Sujeitos VL entre sujeitos saudáveis e com SDFP unilateral em contrações Participaram do estudo 27 sujeitos do sexo feminino (18-29 isotônicas de subir e descer escadas e isométricas máximas e anos), 12 com SDFP e 15 clinicamente normais (GC). O protocolo submáximas do quadríceps femoral. Os sujeitos saudáveis exibi- experimental deste estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em ram significativamente maiores valores na relação VMO / VL do que Pesquisa com Seres Humanos institucional e, antes da participa- os sujeitos com SDFP durante as contrações isométricas. Esses ção, o termo de consentimento formal foi obtido de cada um dos autores deduziram que pacientes com SDFP têm padrões de ati- voluntários. As características antropométricas dos sujeitos são vação anormais nas razões VMO / VL. Boucher et al.(12) avaliaram a apresentadas na tabela 1. relação VMO / VL em 18 sujeitos com e sem SDFP durante contra- ções isométricas máximas em três diferentes ângulos de flexão do joelho (15°, 30° e 90°). Esses autores também encontraram TABELA 1 diminuição significativa na relação VMO /VL nos sujeitos com SDFP, Média e desvio-padrão dos valores de idade, altura, peso especialmente naqueles com maiores valores de ângulo Q, suge- e dominância dos sujeitos clinicamente normais (GC – rindo redução na atividade do VMO. Além disso, relataram que os n = 15) e com disfunção femoropatelar (SDFP – n = 12) exercícios próximos da extensão final poderiam aumentar o dese- Características GC SDFP P quilíbrio muscular na relação VMO / VL. Por outro lado, Cerny(10) não encontrou diferença significativa Idade (anos) 21,66 (± 2,82) 20,50 (± 2,34) 0,48 Altura (m) 01,64 (± 0,07) 01,63 (± 0,07) 0,81 entre indivíduos sadios e portadores de SDFP ao analisar a relação Peso (kg) 57,76 (± 5,96) 52,81 (± 7,73) 0,77 VMO / VL durante uma série de exercícios em cadeia cinética aberta Dominância direita 15 (100%) 7 (58,34%) e fechada; o autor conclui que nenhum exercício utilizado recru- Dominância esquerda 00 00(0%) 5 (41,66%) tou seletivamente o músculo VMO. Sheehy et al.(13) não encontra- ram diferenças na relação dos picos de ativação VMO / VL entre indivíduos sadios e portadores de SDFP durante exercícios de su- Os critérios de inclusão para os participantes do grupo com SDFP bida e descida de um step, sugerindo não haver desequilíbrios foram de dor anterior ou retropatelar no mínimo em três das se- entre esses músculos em ambos os grupos estudados. Assim, guintes atividades: sentar prolongado; subir /descer escadas; aga- alguns autores refutam a idéia de desequilíbrio muscular entre char, ajoelhar, correr; praticar esporte e na contração isométrica VMO e VL, questionando os programas de fortalecimento seleti- do quadríceps. Além disso, deveriam apresentar dor à palpação vo do VMO bem como a causa do deslocamento patelar anormal(2, patelar, dor na articulação femoropatelar de no mínimo 2 na escala 10,14) . visual analógica (EVA) de 10cm na última semana, início insidioso A contração excêntrica do quadríceps, na fase de apoio do ciclo de dor não relacionado a etiologia traumatológica e ainda dor, de da marcha, é considerada o mecanismo absorvedor dinâmico pri- qualquer grandeza, em dois testes funcionais, agachamento bila- mário de choque durante a aceitação de peso(15). Entretanto, para teral a 90° e descer um step de 25cm, ambos com 30s de dura- pacientes com SDFP, o aumento da flexão do joelho na resposta a ção(24,25). Foram excluídos sujeitos que relatassem história de ci- carga e da contração do quadríceps elevaria as forças de reação rurgia no joelho, lesão meniscal e /ou ligamentar e se tivessem na articulação femoropatelar, induzindo alterações biomecânicas feito fisioterapia nos últimos seis meses. na articulação femoropatelar(16). Clinicamente, sujeitos com dor fe- Os critérios de inclusão(16,24-25) considerados para os sujeitos cli- moropatelar relatam limitações na marcha, particularmente durante nicamente normais foram: (a) ausência de qualquer história de dor, o subir /descer escadas e andar em planos inclinados. O descon- trauma, lesão meniscal ou ligamentar na articulação do joelho; (b) forto associado com essas atividades geralmente resulta em mo- sem presença de doença neurológica ou do sistema osteomioarti- dificação nos padrões da marcha, numa tentativa de reduzir as cular; (c) sem qualquer problema nas articulações do quadril e do demandas musculares e, conseqüentemente, a dor(17). pé; (d) não tenham feito nenhuma cirurgia e /ou se submetido a Apesar de existirem estudos sobre a análise dos parâmetros da fisioterapia no membro inferior; (e) não apresentar dor durante a marcha em sujeitos com disfunção femoropatelar(2,16-18), nenhum realização dos testes funcionais de agachamento e step; e (f) apre- deles avaliou a relação VMO / VLL durante essa atividade funcio- sentar menos de dois dos mesmos sinais clínicos considerados nal, tanto em sujeitos clinicamente saudáveis como naqueles com para o grupo SDFP. SDFP. Além disso, a literatura consultada evidenciou controvérsia em relação ao comportamento da atividade elétrica dos músculos Instrumentação vastos na marcha em superfície inclinada, relatando aumento(19) A atividade elétrica dos músculos VMO e VLL foi captada por ou não(20) na atividade desses músculos. Adicionalmente, alguns eletrodos de superfície bipolares ativos simples diferenciais (EMG autores(21-22) têm sugerido que exercícios em cadeia cinética fe- System do Brasil), constituídos por duas barras de prata-cloreto chada (CCF) são mais seguros do que exercícios em cadeia cinéti- de prata com 10mm de comprimento, 1mm de largura e 2mm de ca aberta (CCA) para sujeitos com SDFP. Pois exercícios em CCF altura cada, posicionadas paralelamente e separadas entre si por produzem estresse mínimo na articulação femoropatelar durante 10mm. Esses eletrodos permitem amplificação diferencial de 50x, 18 Rev Bras Med Esporte _ Vol. 13, Nº 1 – Jan/Fev, 2007
  • 3. com impedância de entrada de 10GΩ e faixa de rejeição de modo comum (130dB até 60Hz). Os eletrodos foram conectados a um modo condicionador de sinais de oito canais (EMG System do Bra- sil) e foram amplificados e filtrados por um filtro Butterworth pas- sa-banda (20Hz-500Hz). Os sinais eletromiográficos dos múscu- los VMO e VLL foram então digitalizados por uma placa conversora A/D de 12 bits de faixa de resolução dinâmica e a freqüência de amostragem foi ajustada em 2KHz, com faixa de entrada de ± 10V. Procedimentos Antes da colocação dos eletrodos a pele foi tricotomizada, lim- pa com álcool e levemente abrasada para reduzir a impedância e eliminar eventuais interferências. Os eletrodos para o VMO foram Figura 1 – Exemplo dos sinais elétricos do músculos VMO e VLL norma- lizados para o cálculo da integral matemática da área abaixo da envoltória colocados aproximadamente 4cm superiormente à borda súpero- medial da patela(8) e orientado 55° em relação ao eixo do fêmur(7). Para o músculo VLL, os eletrodos foram posicionados aproxima- Análise estatística damente 11cm superiormente à borda súpero-lateral da patela com Utilizou-se o teste de Shapiro-Wilks para verificar a distribuição inclinação de 15° ao eixo do fêmur(26). De acordo com o estudo normal dos dados. As características dos sujeitos (idade, altura e anatômico de Weinstabl et al.(26), a posição do eletrodo do VLL no peso) e os valores do ângulo Q foram comparados entre os gru- presente estudo seria similar à da colocação do eletrodo para o pos usando teste t de Student. Para verificar a diferença na inten- músculo VL nas outras investigações(1,6,8-14,16-17,24,27). O eletrodo de sidade da dor após andar na esteira foi aplicado o teste U de Mann- referência foi fixado logo acima do tornozelo do membro estuda- Whitney. A diferença na relação VMO/ VLL entre os dois grupos, do. Também foi fixado um foot-switch no calcanhar (do membro bem como a diferença entre as condições (superfície plana x su- estudado) dos sujeitos, sincronizado com os sinais eletromiográfi- perfície inclinada) foi testada por Anova two way com medidas cos, que gerava um nível diferente de voltagem quando em conta- repetidas. Todos os níveis de significância foram determinados to com o solo, permitindo identificar as diferentes fases da mar- como p ≤ 0,05. As análises estatísticas foram realizadas com o cha. Toque do calcanhar do solo até o próximo toque ipsilateral foi programa Statistica 5.0. definido como uma passada, sendo considerados 100% do tem- po da passada(28). RESULTADOS Para coleta dos dados eletromiográficos, os sujeitos andaram em uma esteira elétrica (Pro-action Fitness) primeiro sem inclina- Os resultados deste estudo não evidenciaram diferenças esta- ção e após com inclinação de 5°. Essa ordem foi escolhida para tisticamente significantes na relação VMO/ VLL entre as médias facilitar o procedimento experimental e acreditamos que essa or- do GC e SDFP (tabela 2). Embora não fosse encontrada diferença dem não influenciaria os resultados, pois o tempo entre as duas significativa entre os dois grupos, a relação VMO/ VLL foi maior condições foi de aproximadamente um minuto. A velocidade da nos sujeitos do grupo controle, independente da condição (esteira esteira foi predeterminada para cada indivíduo calculando-se a ve- plana ou inclinada a 5o). locidade média de uma caminhada no solo por 5m em três tenta- tivas. Os valores da velocidade média de cada grupo foram simila- TABELA 2 res (GC – 3,9 ± 0,3km/h); SDFP – 3,8 ± 0,4km/h), não havendo Relação eletromiográfica integrada VMO/ VL durante o andar diferença estatística significativa entre eles. na esteira em superfície plana e em inclinada a 5° em sujeitos clinicamente normais (GC – n = 15) e portadores de SDFP (n = 12) A avaliação eletromiográfica foi obtida da musculatura do mem- bro dominante no GC (aquele utilizado para chutar uma bola), en- Condição Média (± DP) F P quanto o lado acometido ou com maior acometimento no caso de GC SDFP SDFP bilateral foi avaliado no grupo SDPF. Sup. plana 1,03 (± 0,25) 1,01 (± 0,17) 0,59 0,45 Sup. inclinada 1,08 (± 0,30) 0,99 (± 0,24) Análise dos dados Os sinais eletromiográficos brutos foram processados para ob- Também não foram encontradas diferenças estatisticamente tenção do envoltório linear seguindo as etapas de retificação em significativas no valor do ângulo Q entre os sujeitos do GC e SDFP, onda completa, alisamento por filtragem com Butterworth de 4ª embora estes últimos apresentem tendência de maiores valores ordem e freqüência de corte de 5Hz. As amplitudes dos envoltó- que os dos clinicamente normais (tabela 3). rios lineares foram normalizadas pela média do valor da amplitude retificada e alisada e, na base do tempo da atividade(27), pela dura- ção total da passada ajustada para 100% usando uma rotina mate- TABELA 3 mática adequadamente elaborada no programa Matlab 6.08 (figura Média, desvio-padrão e teste t para os valores do 1). Optamos pela normalização pela média, pois alguns estudos(29- ângulo Q dos sujeitos do GC (n = 15) e SDFP (n = 12) 31) notaram maior eficiência e aplicabilidade desse tipo de normali- Variável GC (n = 15) GDFP (n = 10) t p zação durante atividades dinâmicas, além de demonstrarem me- nor variabilidade(32) quando comparados com outros métodos. Ângulo Q 17,9° (± 3,6) 19,5° (± 3,3) 1,16 0,25 O valor da amplitude do envoltório linear foi determinado para todos os músculos em função do toque do calcanhar no solo atra- Na figura 2 são mostrados os dados de intensidade de dor após vés da integração trapezoidal do envelope linear(29). Essa integra- andar na esteira (EST), dos sujeitos do SDFP e GC. O teste U de ção foi calculada a partir da média de oito passadas, coletadas no Mann-Whitney evidenciou que não houve diferença significativa período de 12 segundos de cada sujeito de ambos os grupos. durante o andar na esteira, tanto em superfície plana como em Posteriormente, foi calculado o quociente da amplitude eletromio- inclinada. Os resultados também mostraram que os sujeitos do gráfica do VMO pela amplitude do VL, ou relação VMO/ VLL. SDFP já apresentavam alguma dor antes da realização dos testes. Rev Bras Med Esporte _ Vol. 13, Nº 1 – Jan/Fev, 2007 19
  • 4. 0,35 ção de carga. Segundo esses autores, essas diferenças poderiam explicar a maior incidência de síndrome femoropatelar em mulhe- 0,3 0,3 res. Além disso, cuidados devem ser tomados ao comparar resul- tados de sujeitos saudáveis e sujeitos com patologia no joelho em Intensidade da dor (cm) 0,25 função do tipo de exercício investigado na avaliação EMG, como, por exemplo, exercícios com esforço isométrico máximo e sub- 0,2 máximo seriam diferentes de exercícios isotônicos. Nossos resultados mostraram ainda que, apesar de não haver 0,15 diferença significativa entre os grupos, houve tendência de os su- 0,1 jeitos clinicamente normais terem maior relação VMO/ VLL do que os sujeitos com SDFP, tanto durante a marcha em superfície plana 0,05 quanto em inclinada. Apesar de não sabermos se as diferenças encontradas no nosso estudo – 0,02 (marcha em superfície plana) 0 0 e 0,09 (marcha em superfície inclinada) – na relação VMO/ VLL GC SDFP seriam clinicamente significativas, é possível acreditar que a ten- Figura 2 – Intensidade de dor percebida pelos sujeitos do GC (n = 15) e dência na diminuição dessa relação poderia estar ligada à redução SDFP (n = 12) após andar na esteira na força de estabilização medial da patela(10); no entanto, mais es- tudos são necessários para comprovar essa suposição. No presente estudo, em relação aos valores absolutos de cada músculo, os sujeitos com SDFP mostraram maior ativação na su- DISCUSSÃO perfície inclinada, tanto no VMO (plana – 651,82; inclinada – 783,64) Os resultados deste estudo não indicaram diferenças significa- como VLL (plana – 656,45; inclinada – 818,18), mas especialmen- tivas na relação VMO/ VLL entre os sujeitos considerados clinica- te no músculo VLL. Embora a razão mais comum para diminuição mente normais e aqueles com SDFP, independente de a marcha na relação VMO / VLL seja a redução na atividade do músculo em esteira ser realizada com ou sem inclinação. Esses resultados VMO(1,8,12), nossos resultados indicaram que a redução no valor da estão de acordo com os obtidos por Cerny(10). Este, apesar de não relação VMO/ VLL encontrado nos sujeitos com SDFP está rela- ter encontrado diferença significativa, seus resultados mostraram cionada a maior recrutamento do músculo VLL, especialmente que, nos exercícios em CCF (wall slide; descer escada; simulação durante a marcha em superfície inclinada. Além disso, os resulta- de uma passada), os sujeitos clinicamente normais possuíam maior dos mostraram que para os sujeitos do grupo controle houve au- relação VMO/ VL do que os sujeitos com SDFP. Esse resultado, mento na relação VMO/ VLL entre as duas condições testadas, apesar de o tipo de exercício ter sido diferente, também foi en- especialmente na atividade do músculo VMO, evidenciando que contrado no nosso estudo tanto na marcha em superfície plana nesses sujeitos há equilíbrio entre os estabilizadores primários da (GC – 1,03; SDFP – 1,01) como na inclinada (GC – 1,08; SDFP – patela. 0,99). É importante salientar que os valores acima de 1 na relação Finalizando, acreditamos que novos estudos são necessários VMO/ VLL indicam que o VMO foi mais ativado que seu antago- para investigar o comportamento da atividade elétrica muscular nista, enquanto que valores abaixo de 1 revelam que o VLL foi o durante um período de tempo maior, a fim de melhor compreen- mais recrutado durante a atividade. der a utilização da esteira como um equipamento para a avaliação, Uma possível explicação para os achados do nosso estudo se- o tratamento e o treinamento de sujeitos com SDFP. ria a ausência de efusão e a presença de dor mínima (0,3 em uma escala de 0 a 10), tanto antes como depois do andar na esteira nas CONCLUSÃO duas condições avaliadas, nos sujeitos com SDFP. Segundo Spen- cer et al.(31) a diminuição na atividade do músculo quadríceps tem Este estudo, nas condições experimentais utilizadas, verificou origem na inibição reflexa, provocada pela dor e efusão. que sujeitos clinicamente normais e com síndrome de dor femo- Outra provável explicação estaria relacionada ao valor do ângu- ropatelar apresentaram relação VMO/ VLL similar tanto no andar lo Q (SDFP – 19,5°), que é um indicador de mau alinhamento me- na esteira em superfície plana quanto em inclinada. Os resultados cânico do membro inferior, similar aos sujeitos do GC (17,9°). Se- também mostraram tendência de os sujeitos do GC apresenta- gundo Boucher et al.(12), quando o mau alinhamento mecânico do rem maior relação VMO/ VLL do que os sujeitos com SDFP, embo- membro inferior é leve (ângulo Q menor que 22°), a relação VMO/ ra isso necessite ser comprovado em outros estudos. VL nos sujeitos com SDFP é similar à dos sujeitos clinicamente normais. Além disso, acreditamos que a atividade proposta, por Todos os autores declararam não haver qualquer potencial confli- ser um exercício em CCF e, conseqüentemente, com sustenta- to de interesses referente a este artigo. ção de peso, poderia dificultar o deslocamento lateral da patela(33). Por outro lado, Souza e Gross(11) mostraram que a relação VMO/ VL foi significativamente maior em sujeitos clinicamente normais REFERÊNCIAS quando comparados com sujeitos com dor femoropatelar. É pos- 1. McConnell JS. The management of chondromalacia patellae: a long-term solu- sível que diferença metodológica seja a responsável pelos resul- tion. Australian Journal of Physiotherapy. 1986;32(4):215-23. tados diferentes encontrados entre nosso estudo e o de Souza e 2. Powers CM, Landel R, Perry J. Timing and intensity of vastus muscle activity Gross(11). Em nosso estudo utilizamos dados eletromiográficos during functional activities in subjects with and without patello-femoral pain. Phys normalizados pela média da amplitude do envelope linear em oito Ther. 1996;76(9):945-55. passadas, enquanto que Souza e Gross(11) utilizaram dados não 3. Fulkerson JP, Arendt EA. Anterior knee pain in females. Clin Orthop Relat Res. normalizados. Além disso, as atividades funcionais avaliadas fo- 2000;(372):69-73. ram diferentes, ou seja, descer escadas versus marcha, bem como 4. Harrison E, Magee D. Patellofemoral pain syndrome: the ongoing challenges in etiology, diagnosis, and management. Critical Reviews in Physical and Rehabili- a amostra, homens e mulheres no estudo de Souza e Gross(11) e tation Medicine. 2001;13(2):253-68. somente mulheres no presente estudo. Em relação à seleção da 5. Insall J. Patellar malalignment syndrome. Orthop Clin North Am. 1979;10:117-22. amostra, de acordo com Csintalan et al.(34), homens e mulheres 6. Owings MT, Grabiner MD. Motor control of the vastus medialis oblique and vas- apresentam diferenças quanto à área e à pressão de contato fe- tus lateralis muscle is disrupted during eccentric contractions in subjects with moropatelar bem como na resposta dos músculos vastos à aplica- patellofemoral pain. Am J Sports Med. 2002;30(4):483-7. 20 Rev Bras Med Esporte _ Vol. 13, Nº 1 – Jan/Fev, 2007
  • 5. 7. Lieb FJ, Perry J. Quadriceps function: an anatomic and mechanical study using 22. Steinkamp LA, Dillingham MF, Markel MD. Biomechanical considerations in pa- amputaded limbs. J Bone Joint Surg Am. 1968;50(8):1535-48. tellofemoral joint rehabilitation. Am J Sports Med. 1993;21:438-44. 8. McConnell J. Management of patellofemoral problems. Man Ther. 1996;1(2):60- 23. Wilk KE, Reinold MM. Principles of patellofemoral rehabilitation. Sports Medicine 6. and Arthroscopy Review. 2001;9:325-36. 9. Hanten WP, Schulthies SS. Exercise effect on electromyographic activity of the 24. Cowan SM, Hodges PW, Bennell KL, Crossley KM. Altered vastii recruitment vastus medialis oblique and vastus lateralis muscles. Phys Ther. 1990;70:561-5. when people with patellofemoral pain syndrome complete a postural task. Arch 10. Cerny K. Vastus medialis oblique / vastus lateralis muscle activity ratios for select- Phys Med Rehabil. 2002;83:989-95. ed exercises in persons with and without patellofemoral pain syndrome. Phys 25. Loudon JK, Wiesnert D, Goist-Foley HL, Asjest C, Loudon K. Intrarater reliability Ther. 1995;75:672-83. of functional performance tests for subjects with patellofemoral pain syndrome. 11. Souza DR, Gross MT. Comparison of vastus medialis obliquus:vastus lateralis J Athl Train. 2002;37(3):256-61. muscle integrated electromyographic ratios between healthy subjects and pa- 26. Weinstabl R, Scharf W, Firbas W. The extensor apparatus of knee joint and its tients with patellofemoral pain. Phys Ther. 1991;71:310-20. peripheral vasti: anatomic investigation and clinival relevance. Surg Radiol Anat. 12. Boucher JP, King MA, Lefebvre R, Pépin A. Quadriceps femoris muscle activity in 1999;11:17-22. patellofemoral pain syndrome. Am J Sports Med. 1992;20:527-32. 27. Yang JF, Winter DA. Electromyographic amplitude normalization methods: im- 13. Sheehy P, Burdett RG, Irrgang JJ, Vanswearingen J. An electromyographic study proving sensitivity as diagnostic tools in gait analysis. Arch Phys Med Rehabil. of vastus medialis oblique and vastus lateralis activity while ascending and de- 1984;65:517-21. scending steps. J Orthop Sports Phys Ther. 1998;27:423-9. 28. Ericson MO, Nissel R, Ekholm J. Quantified electromyography of lower-limb 14. Powers CM. Patellar kinematics, part 1: The influence of vastus muscle activity muscles during level walking. Scand J Rehabil Med. 1986;18:159-63. in subjects with and without patellofemoral pain. Phys Ther. 2000;80(10):956-64. 29. Benoit DL, Lamontagne M, Cerulli G, Liti A. The clinical significance of electromyo- 15. Perry J. Gait analysis: normal and pathological function. Thorofare: Slack Inc., graphy normalization techniques in subjects with anterior cruciate ligament injury 1992. during treadmill walking. Gait Posture. 2003;18(2):56-63. 16. Powers CM, Perry J, Hsu A, Hislop HJ. Are patellofemoral pain and quadriceps femoris muscle torque associated with locomotor function? Phys Ther. 1997; 30. Winter DA. Kinematic and kinetic patterns in human gait: variability and compen- 77(10):1063-78. sating effects. Human Movement Science. 1984;3:51-76. 17. Powers CM, Heino JG, Rao S, Perry J. The influence of patellofemoral pain on 31. Spencer JD, Hayes KC, Alexander IJ. Knee joint effusion and quadriceps reflex lower limb loading during gait. Clin Biomech. 1999;14:722-8. inhibition in man. Arch Phys Med Rehabil. 1984;65:171-7. 18. Nadeau S, Gravel D, Hébert LJ, Arsenault AB, Lepage Y. Gait study of patients 32. Knutson LM, Soderberg GL, Ballantyne BT. A study of various normalization pro- with patellofemoral pain syndrome. Gait Posture. 1997;5:21-7. cedures for within day electromyographic data. J Electromyogr Kinesiol. 1994; 19. Brandel BR. Functional roles of the calf and vastus muscles in locomotion. Am J 4(1):47-59. Phys Med. 1977;56(2):59-74. 33. Powers CM, Ward SR, Fredericson M, Guillet M, Shellock FG. Patellofemoral 20. Ciccotti MG, Kerlan RK, Perry J, Pink M. An electromyographic analysis of the kinematics during weight-bearing and non-weight-bearing knee extension in per- knee during functional activities. The normal profile. Am J Sports Med. 1994; sons with lateral subluxation of the patella: a preliminary study. J Orthop Sports 22(5):645-50. Phys Ther. 2003;33(11):677-85. 21. Hungerford DS, Barry M. Biomechanics of the patellofemoral joint. Clin Orthop 34. Csintalan RP, Schulz MM, Woo J, McMahon PJ, Lee TQ. Gender differences in Relat Res. 1979;(144):9-15. patellofemoral joint biomechanics. Clin Orthop Relat Res. 2002;(402):260-9. Rev Bras Med Esporte _ Vol. 13, Nº 1 – Jan/Fev, 2007 21