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Resumo



O presente trabalho visa analisar a relação dos internautas com a coleta seletiva de
lixo na cidade de Blumenau SC, por meio da rede social Twitter. O estudo
desenvolve o produto “Recicla Blumenau”, para que através da ferramenta da web,
sejam divulgadas informações, dicas, tabelas e imagens a respeito da importância
da preservação do meio ambiente. Com caráter informativo e abordagem
quantitativa, a partir de revisão teórica e questionário virtual junto aos internautas
ligados a twitters focados ao assunto. Pretende-se chamar a atenção para o
jornalismo especializado no meio ambiente, busca-se compreender o desafio de
informar tendo por base os 140 caracteres que a ferramenta oferece, bem como
acompanhar a evolução que a ferramenta desenvolverá durante o processo.




Palavras-Chave: Twitter; Redes Sociais Digitais; Meio Ambiente; Coleta Seletiva
de Lixo; Reciclagem.
2




Abstract


The present work intends to analyze the relation between the Internet users and the
selective waste collection at the city of Blumenau – SC, by using the Twitter social
network. The study develops the product “Recicla Blumenau”, in order to - by the
use of this web tool – divulge information, tips, charts and images about the
importance of the environment preservation. With informative character and
quantitative approach, through the theoretical revision and a virtual questionnaire
applied with the Internet users who have a Twitter account and who are focused on
this subject in this network. Thereby, it pretends to call the attention for the
journalism specialized in environment, it tries to comprehend the challenge of
informing with the limitation of 140 characters that the tool offers, as like to
accompany the evolution that the tool will develop during the process.




Keywords: Twitter, digital social networks, environment, selective waste collection,
recycling.
3




   1. Introdução



      Cento e quarenta caracteres. É com essa proposta que a rede social Twitter
vem cativando cada vez mais os internautas em todo mundo. Os usuários do
Twitter não têm um perfil definido nem um padrão de interesses, são estudantes,
órgãos públicos e privados, instituições religiosas, veículos de comunicação,
organizações, profissionais dos mais diversos setores, além destes, adiciona-se o
universo de indivíduos presentes no Word Wide Web.
      O Twitter é uma rede social relativamente nova, originada em 2006.
(RECUERO, 2009). Além das utilidades comuns das redes sociais digitais, como
por exemplo, o encontro e recados entre os envolvidos, o Twitter vem sendo usado
como outras formas de comunicação entre os internautas, como críticas, protestos
e campanhas. A rede caiu nas graças dos veículos especializados em
comunicação, dificilmente se encontram sites especializados em notícias que ainda
não tenha seu perfil no twitter. A sua praticidade e simplificação é o que leva a um
crescimento contínuo de sua utilização. Os microtextos deixam a informação mais
concisa e objetiva.
      E por que não usar esta ferramenta para chamar a atenção dos internautas
para o assunto meio ambiente? Pensando assim, surgiu a idéia de se conectar ao
Twitter para alertar e informar sobre a coleta seletiva e reciclagem de lixo em
Blumenau, SC. O “Recicla Blumenau”, além de informar diariamente sobre locais e
horários que recebem a coleta seletiva na cidade, também serve para alertar a
respeito dos cuidados que se deve ter com a separação e conservação do lixo,
novidades e pesquisas realizadas sobre meio ambiente, ações e eventos
realizados na cidade e região que ressaltem o tema escolhido, bem como abrir
espaço para a comunidade ser ouvida a respeito do assunto, assim aumentando os
elos entre a sociedade e órgãos relacionados com a coleta seletiva e reciclagem.
      Com esta iniciativa, a intenção deste trabalho é poder colaborar com a
conscientização dos moradores de Blumenau, a respeito da importância de separar
o lixo corretamente para que cada um faça sua parte e assim contribua para a
preservação do meio ambiente.
4




      1.1 Justificativa



A preocupação com o meio ambiente e a busca pelos caminhos que se deve seguir
para preservá-lo são cada vez mais necessárias. (ERBOLATO, 1981). A partir
desse pensamento surgiu a necessidade da criação de um veículo de comunicação
que fortaleça o laço entre os envolvidos. A infinidade de assuntos que tratam do
meio ambiente é notória, mas foi necessário desenvolver um sub-tema, que foi a
coleta seletiva e a reciclagem de lixo. A partir daí foi detectado que na sociedade
atual, o tempo dedicado a informar e se informar sobre esse assunto é cada vez
mais curto, (TRIGUEIRO, 2005). Assim ocorre a idéia de estabelecer um veículo
prático, simplificado e interativo, nasce assim o TWITTER RECICLA BLUMENAU.
          A partir dos objetivos destacados neste trabalho, buscou-se conscientizar e
informar os participantes do www.twitter.com/reciclablumenau a respeito da coleta
seletiva e reciclagem em Blumenau. Na cidade de aproximadamente 300 mil
habitantes, são produzidos por mês cerca de seis mil toneladas de lixo, sendo que
deste total apenas 220 toneladas mensais estão sendo recicladas no município1.
          Diante desta realidade, evidenciou-se a necessidade de um canal de
informação e interatividade com a comunidade blumenauense. Neste canal são
informados diariamente os locais e horários que o caminhão de coleta passa nas
ruas e bairros da cidade, além de links para outras páginas da web que tragam
informações relevantes sobre o tema. Os usuários do twitter participam através da
interatividade proporcionada pela plataforma através de comentários e perguntas
postadas na página. Desta forma busca-se colaborar para que a disseminação da
consciência social e ecológica seja um assunto de maior importância e interesse na
comunidade blumenauense.
          A questão socioambiental também é um dos aspectos que motivou este
trabalho, na realidade atual onde a preocupação com as atividades sociais esta
cada vez mais presente, a reciclagem é uma fonte de renda, além auxiliar na
preservação do meio ambiente.



1
    Em depoimento à pesquisadora em 14 de maio de 2010, Marcos Froeschlin, Gerente de Resíduos
Sólidos do SAMAE.
5




2. Objetivos



2.1 Objetivo Geral:



   Criar uma ferramenta utilizando uma rede social digital, através de um twitter
sobre reciclagem de lixo em Blumenau SC, focando na coleta seletiva de lixo na
cidade.




2.2 Objetivos específicos:




   a) Trazer informações utilizando o twitter RECICLA BLUMENAU com
      elementos sobre coleta seletiva de lixo, reciclagem e preservação do
      meio-ambiente;
   b) Expor a praticidade da comunicação através da internet, destacando o
      tema escolhido, através do twitter, utilizar outras ferramentas de apoio
      para informar sobre o assunto;
   c) Revelar as possibilidades que o twitter oferece sobre meio ambiente,
      destacar ações que levem a conscientização do tema escolhido;
   d) Relatar a construção do Twitter, alimentação de informações acerca do
      tema, divulgação entre os twitteiros, seguidores e seguidos;
   e) Revelar o desafio de informar os internautas através de uma ferramenta
      que permite apenas a publicação de cada informação com no máximo
      140 caracteres, tomando como referência o RECILA BLUMENAU.
6


3. Fundamentação Teórica




3.1 Novas Mídias


As novas mídias surgem como uma maneira de se diferenciar das mídias
tradicionais, tais como televisão, rádio e jornal impresso. As novas mídias definem-
se por novas tecnologias e métodos de comunicação. As mídias inseridas dentro
da internet se multiplicam e mudam a cada dia, a cada hora. Indo por este
caminho, novas perspectivas são abertas para os indivíduos, tanto para sua
inserção econômica quanto para o exercício da cidadania (PICKERING apud
SANTOS, 2007).
      Alguns autores compreendem as novas mídias como relativamente novas,
uma vez que mídias hoje consideradas convencionais, tais como rádio e televisão,
em outra época já foram consideradas novas, Manovich afirma que:




                   Em vez de reservar o termo “novas mídias” para nos referirmos aos usos
                   culturais das presentes tecnologias do computador ou redes de
                   computadores, alguns autores sugeriram que todas as mídias modernas e
                   as tecnologias de comunicações passam por sua “etapa de nova mídia”. Em
                   outras palavras, em algum momento, a fotografia, o telefone, o cinema, a
                   televisão, foram “novas mídias”. (MANOVICH, 2001, p. 37)


      De acordo com a compreensão corrente, as novas mídias estão vinculadas
ao uso do computador para distribuição e exibição de informações. Manovich
(2001) aponta como relevante e central na caracterização das novas mídias não
apenas a função do computador na distribuição e exibição de informações, mas
também na produção de conteúdos de mídia. O autor sugere que estaríamos no
meio de uma revolução das novas mídias, cujo impacto já pode ser observado. De
acordo com Manovich ( apud SANTOS, 2001):


                   Essa nova revolução é seguramente mais profunda que as anteriores e nós
                   estamos apenas começando a registrar seus efeitos iniciais. De fato, a
                   introdução da prensa afetou apenas um estágio da comunicação cultural – a
                   distribuição de mídia. Da mesma forma, a introdução da fotografia afetou
                   apenas um tipo de comunicação cultural – imagens estáticas. Em contraste,
                   a revolução da mídia do computador afeta todos os estágios da
                   comunicação, incluindo a aquisição, manipulação, armazenamento e
                   distribuição; ela também afeta todos os tipos de mídia – textos, imagens
7


                    estáticas, imagens em movimento, som e construção de espaços
                    (MANOVICH apud SANTOS, 2001, p. 19)


      As transformações que acontecem quando uma mídia nova surge podem ser
por vezes assustadoras, a história mostra que quando um novo mecanismo de
mídia surge o antecessor com a mesma potência sente-se ameaçado. Foi assim
quando o rádio ameaçou o jornal impresso, ou quando a televisão intimidou o rádio,
mas o tempo comprovou que há espaço para todos. Tendo em vista essa nova
fase, que proporciona uma interatividade nunca antes experimentada é necessário
observar de perto os efeitos que ela vai produzindo, pois a tecnologia atual permite
um salto na história das mídias.
      A mudança das mídias convencionais para as novas mídias é cada vez mais
constante. As pessoas físicas, empresas e organizações cada vez se utilizam mais
das mídias eletrônicas e consecutivamente das novas mídias para se conectarem
aos seus contatos e clientes. Há 10 anos autores como Wilson Dizard já notavam
as mídias eletrônicas como promessas de veículos cada vez mais fortalecidos nas
comunicações.

                    A mídia de massa é uma pequena parte das instituições sociais e
                    econômicas que estão sendo moldadas por essa mudança. Os bancos e
                    outras organizações financeiras, por exemplo, dependem quase que
                    totalmente das novas ligações computador/comunicações. O setor da mídia
                    apenas começa a alcançá-los. Cada vez mais, ela vê seu futuro papel como
                    o de um provedor eletrônico de produtos de informação e entretenimento.
                    (DIZARD, 2000, p.56)




      A conexão permitida pelas novas mídias proporciona um contato único com
o receptor, o papel de provedor citado no texto acima, representa apenas uma
parte do que realmente pode ser explorado com o forte laço de conectividade.
Estas novas ligações proporcionam além de um contato mais próximo e íntimo,
uma maior captação de preferências e interesses que podem ser pesquisadas e
analisadas pelos meios eletrônicos.
      Para Ferrari (2004), existem dois pontos fundamentais na diferença das
mídias tradicionais e das novas mídias. As tradicionais buscam alcançar uma
grande quantidade de pessoas e assim agradar oferecendo um determinado tipo
de conteúdo, já a mídia digital busca atingir o indivíduo multimídia, aquele que sabe
o tipo de notícia que procura e com preferências editorias específicas.
8


                   A grande diferença entre mídia tradicional impressa e a digital passa pelo
                   seguinte conceito: a tradicional tem como objetivo falar com uma grande
                   quantidade de pessoas; oferecer conteúdo jornalístico capaz de agradar,
                   por exemplo, mais de um milhão de assinantes da maior revista semanal
                   brasileira. Ou, no caso da TV, de propagar um programa de entrevistas, de
                   auditório ou mesmo jornalístico para todos os lares brasileiros. (FERRARI,
                   2004, p.53)



      Seguindo este conceito cabe ainda destacar que a mídia tradicional
apresenta seu produto como um negócio já consagrado, deste modo já tem seu
público definido, visando assim a produção de conteúdos homogêneos que alcance
o maior número de receptores possível.
      Pollyana Ferrari ainda faz um contraponto entre a mídia tradicional e a
digital, com comentários sobre os avanços da tecnologia para o jornalismo.


                    A mídia digital, nascida graças aos avanços tecnológicos e à solidificação
                   da era da informação, consegue atingir o indivíduo digital – um único ser
                   com suas preferências editoriais e vontades consumistas, um cidadão que
                   cresceu jogando videogame e interagindo com o mundo eletrônico. Os
                   jovens entre 18 e 25 anos são hoje potencias consumidores da nova mídia
                   interativa. (FERRARI, 2004, p.53)




      Deste modo compreende-se que as novas mídias nascem da evolução dos
mecanismos tecnológicos de comunicação. Essas novas ferramentas são utilizadas
para atingir cada vez mais um número significativo e diversificado de receptores.
Porém nos casos das mídias digitais acontece de forma diferente, busca-se atingir
um público mais fiel e com preferências evidentes.


   3.1.1 Redes Sociais Digitais


      Com a evolução das novas mídias, os estudos ao seu respeito também foi
ganhando espaço. Dentro desta nova proposta midiática surgem as redes sociais
digitais. O crescimento dos usuários que utilizam estas redes cresce na medida em
que novas redes surgem e evoluem, como veremos neste trabalho.
      O estudo sobre as redes sociais demonstra que sua análise e pesquisa vêm
muito antes das redes sociais na internet. De acordo com Recuero,
9


                    Os primeiros passos da teoria das redes encontram-se principalmente nos
                    trabalhos do matemático Ëuler que criou o primeiro teorema da teoria dos
                    grafos. Um grafo é uma representação de um conjunto de nós conectados
                    por arestas que, em conjunto, formam uma rede. (RECUERO, 2009, p. 2)


        Se analisarmos a teoria de Euler, é possível notar que somos cercados por
estas redes. Os nós formados no local de trabalho, podem estar conectados os
nós formados pelos amigos particulares, que pó sua vez se conectam com outros
nós representados pelos familiares e assim formando uma rede.
        Conforme Lèvy (2000, p. 36) redes sociais são um conjunto de nós
interconectados, onde as pessoas são os nós e os laços sociais, as conexões. Os
laços sociais são compostos de interações. Uma interação repetitiva gera um laço
social. Existem dois tipos de laços sociais: Os fortes, quando há proximidade, em
que as pessoas interagem e confiam umas nas outras, nas informações
repassadas. E os fracos, onde há um menor grau de confiança, ou seja, não há
tanta confiança e credibilidade no conteúdo e na interação.
        Estes graus de proximidade podem ser calculados em quantidade de
interações, às vezes mais outras menos. Porém a qualidade, desta confiança em
que o autor se refere é por vezes difícil de ser contabilizada, uma vez que a
confiança pode ser relativizada. Portanto a conexão existente entre as redes pode
ser diluída ou fortalecida, dependendo da confiança depositada em cada um dos
nós.
        Ainda na “Teoria dos Nós”, Castells (1999) afirma que a rede pode se
multiplicar de forma ilimitada. Depende de como os atores se integram e expandem
interesses em comum. Para o autor, redes são estruturas abertas capazes de
expandir de forma ilimitada, integrando novos nós desde que consigam comunicar-
se dentro da rede, ou seja, desde que compartilhem os mesmos códigos de
comunicação. Prova destas integrações são as redes que geram um grau de
interesse expressivo, como por exemplo, uma rede de interesses de uma
comunidade, quanto maior o grau de cumplicidade dos nós maior sua
interatividade.
       Segundo Recuero (2009), as redes podem ser definidas como um conjunto de
dois elementos, sendo um deles os atores, que seriam as pessoas, instituições ou
grupos, sendo estes os nós da rede. E as conexões, que seriam as interações e os
laços sociais.
10


                    Uma rede, assim, é uma metáfora para observar os padrões de conexão de
                    um grupo social, a partir das conexões estabelecidas entre os diversos
                    atores. A abordagem da rede tem, assim, seu foco na estrutura social, onde
                    não é possível isolar os atores sociais e nem suas conexões. (RECUERO,
                    2009, p. 23)



      Os estudos das estruturas das redes sociais na internet são relativamente
recentes, alguns autores concordam que as topologias das redes sociais são
constituídas através dos laços sociais estabelecidos pelos atores presentes nas
redes. Exemplo disso é o trecho do estudo realizado por Recuero (2009):



                    Augusto de Franco (2008) aponta que as topologias são essenciais para a
                    compreensão das redes sociais. Para ele, assim como para outros autores,
                    a metafora da rede é essencial justamente por possibilitar a percepção de
                    topologias mais ou menos eficientes para a ação dos gruppos sociais.
                    Franco parte de um memorando de Paul Baran (1964) para discutir que as
                    redes sociais possuem três topologias básicas possíveis: distribuida,
                    centralizada e desentralizada. (apud RECUERO, 2009, p. 56)



      Embora as redes sociais e os sites de redes sociais na internet se
confundam, é importante ressaltar a diferença entre eles, os sites de redes sociais
são o espaços virtuais para a expressão das redes sociais na internet, onde os
atores se comunicam mediados por um computador. (RECUERO, 2009, p. 52).
      As redes sociais na internet tem sido amplamente utilizadas, algumas são
mais conhecida e usadas em algumas partes do mundo, as redes sociais digitais
usadas para fins particulares, acabaram ficando popularmente chamadas de
“página de perfil”, como é o caso do Orkut, a rede social digital mais usada no
Brasil, lá os atores postam recados, fotos, vídeos e existe também uma ferramenta
que oferece ao usuário expor todos os dadosparticulares, um verdadeiro perfil, com
espaço para apontar desde sua comida preferida até o local de trabalho.
      A lista de redes sociais na internet cresce a cada dia, algumas das mais
conhecidas e utilizadas são: Orkut, Fotolog, Flickr, Facebook, Myspace, Twitter e
Plurk. Por atingir um sem número de usuários, as redes sociais digitais estão
servindo de veículo para difundir informação, elas representam um canal interativo
onde a informação é oferecida, distribuída e dividida pelos internautas.

                    Outro elemento que é característico das redes sociais na internet é a sua
                    capacidade e difundir informações através das conexões existentes entre os
                    atores. Essa capacidade alterou de forma significativa os fluxos de
11


                         informação dentro da própria rede. O surgimento da Internet proporcionou
                         que as pessoas pudessem difundir informações de forma mais rápida e
                         mais interativa. Tal mudança criou novos canais e, ao mesmo tempo, uma
                         pluralidade de novas informações circulando nos grupos sociais.
                         (RECUERO, 2009, p. 116)



        As redes sociais se tornaram um mecanismo de descoberta e nteração
praticamente sem limites na internet. A troca de informações através da ferramenta
tem despertado a atenção e a curiosidade dos usuários, a possíbilidade de partilhar
estas informações entre os usuários da redes sociais digitais faz com que seu uso
se torne cada vez mais pluralizado.
        A circulação de informação através das redes sociais é evidente, em São
                                                                        2
Paulo, maior cidade da América Latina, os flashmobs                         são frequentes. A notícia
avisando do encontro circula na rede e em poucas horas a aglomeração dos
usuários acontece no local previamente determinado pelo flashmob, que foi
recebido pela internet e muitas vezes acessado pelos aparelhos móveis. O primeiro
flash mob no Brasil aconteceu em São Paulo no dia 4 de abril de 2009,
denominado "International Pillow Fight Day" - o Dia Mundial da Guerra de
Travesseiros, o encontro foi organizado pela internet e reuniu cerca de 500 pessoas no
Parque do Ibirapuera3.




    3.1.2 Blogs e web blogs



        Em meio às tantas ferramentas jornalísticas presentes na rede, os blogs e
web blogs surgem como um elemento praticado com freqüência. Segundo Blood
(2000), blog é um formato típico de produção e disponibilização de conteúdo na
web caracterizado pela apresentação de informações em ordem cronológica
inversa e também da possibilidade de listar links que apontem para sites similares
ou sugeridos. Enquanto formato, o blog tem sido apropriado para as mais diversas
finalidades (apud AMARAL, RECUERO E MONTARDO, 2008, p. 29).

2
  Flashmob: é a abreviação em inglês de “flash mobilization”, que traduzido para o português quer dizer
mobilização instantânea ou temporária, geralmente organizada através de celulares e internet, na maioria das
vezes sem um propósito claro.
3
  Disponível em http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL1087883-5605,00.html Acesso em 29/05/2010.
12


       De acordo com Zago (2008), em sua tese: “O Twitter como suporte para
produção e difusão de conteúdos jornalísticos”, os blogs têm formato dinâmico e
facilmente podem ser renovados. A autora ainda destaca a característica do micro
conteúdo existente nos blogs e seus semelhantes.
       Os formatos presentes nos blogs podem ser facilmente modificados,
inclusive com a possibilidade de personalização, como por exemplo, o lay-out de
um blog pode apresentar fotos do usuário no fundo de tela, ou até mesmo
proporcionar a quem acessa a página um som ou música previamente selecionada
pelo blogueiro.
                   Além do formato de publicação em ordem cronológica inversa, os blogs se
                   caracterizam pela publicação de micro conteúdo, ou seja, conteúdo voltado
                   para as especificidades da leitura na tela de um computador, diferentemente
                   de outros formatos como portal, a unidade de conteúdo do formato blog é o
                   post, e não a página. (ZAGO, 2008, p.3)


       O conteúdo de um blog geralmente é apresentado de maneira simplificada
ou exemplificada, tanto pode ser um blog com intuito de diário, ou com intenção de
contar as novidades. Pequenas lojas ou comerciantes se utilizam da ferramenta
blog para estreitar os laços com as clientes, nos blogs são postadas, por exemplo,
fotos das mercadorias recém chegadas, uma maneira de chamar a atenção para as
compras.
       Segundo Zago (2008, p.3), o formato blog originou outros diversos formatos,
como o fotolog em que as imagens e fotografias são o conteúdo principal, os
videologs onde os vídeos predominam, os audioblogs em que os arquivo de áudio
prevalecem, e os moblogs, blogs atualizados por dispositivos móveis, como o
celular.
       Estas variações existentes a partir dos blogs podem ser consideradas
oriundas da diversificação que o formato blog apresenta. A partir dele as
possibilidades de execução de mecanismos como vídeo, imagens e áudio são
aplicadas e assim servindo como um apoio ao texto postado no blog e seus
variáveis.


3.1.3 Microblogs


       Seguindo a tendência dos blogs, os aplicativos ganharam ainda mais
elementos, tendo em vista a facilidade de seu uso, surgiu a necessidade de
13


diminuir o formato, porém sem tirar as características da ordem inversa e da
simplificação da mensagem. Acompanhando a linha dos blogs, em 2006 surgiram
na Califórnia os microblogs.


                    Além dos blogs, surgiram há dois anos, na Califórnia, os microblogs,
                    criados por um grupo de amigos com o objetivo de compartilhar suas rotinas
                    – um deles, Evan williams, que foi o criador de Bloogger. A principal
                    ferramenta do gênero é o Twitter, no qual cada usuário tem uma rede de
                    amigos, que recebem automaticamente as postagens de seus contatos em
                    mensagens curtas de até 140 caracteres, podendo ser enviadas e lidas pela
                    web, por programas de mensagens instantâneas (MSN Messenger) ou por
                    telefone celular. (AMARAL, RECUERO e MONTARDO, 2009, p. 171)


       Os microblogs podem ser considerados blogs de forma mais simplificada, a
idéia da ordem cronológica invertida e outras características dos blogs ainda
permanecem neste formato. O que se destaca no microblog é o tamanho da
postagem, no twitter, por exemplo, a quantidade de caracteres presentes em cada
atualização não pode passar de 140. (ZAGO, 2008, p.3)
       A adoção dos microblogs por meios de comunicação on line foi rápida.
Surgiu como uma maneira de chamar a atenção para as manchetes, e guiar o leitor
até o texto original. (AMARAL, RECUERO e MONTARDO, 2009, p. 269).
       Além de chamar a atenção do leitor através da manchete o microblog
também pode ser utilizado como pílulas de informação, numa frase podem conter
informações básicas para o receptor entender o que é o fato, onde ocorreu e por
que.

                  Com links, notas curtas e atualizações contínuas, prende a atenção do
                  internauta para as reportagens de maior fôlego e contextualizadas que serão
                  exploradas nas edições online ou impressas. Essas pequenas “pílulas” de
                  notícias curtas vão construindo um nó de informações que pode desencadear
                  na expectativa para a leitura das matérias jornalísticas mais aprofundadas
                  sobre o tema em foco do dia. Por isso, talvez, se deva a adoção rápida dos
                  microblogs por jornais online consagrados, como The New York Times e
                  BBC, que perceberam que surgia um novo fenômeno na internet com
                  características apropriadas para “chamadas” de suas notícias principais.
                  (AMARAL, RECUERO e MONTARDO, 2009, p. 269)



       É interessante notar a evolução dos microblogs em relação aos usuários.
Assim como os blogs, considerados de caráter pessoal, foram ganhando espaço e
força e acabaram conquistando os meios de comunicação mais conhecido s e
reconhecidos do mundo, como é o caso de jornais como os citados no texto acima.
14


        A conquista do twitter sob os meios tradicionais de comunicação pode ser
comprovada acessando a plataforma e procurando o nome do veículo que se
queira encontrar. O que talvez ainda não tenha acontecido é uma melhor
exploração dos veículos no que diz respeito à receptividade dos twitteiros, a
maioria dos twitters consagrados de notícias, estão mais preocupados em dar a
notícia do que interagir com o internauta. (TORDIVELLI, 2010, p. 9)
        A busca pelo leitor através das manchetes possibilitadas pelos posts do
twitter, já é facilmente percebida. Porém o que ainda não está totalmente sendo
explorado é o mecanismo que a ferramenta oferece, a possibilidade do espaço
aberto para ouvir o que o leito tem a dizer.




3.1.3 Twitter



        O Twitter foi fundando como um projeto da empresa norte americana Odeo,
por Jack Dorsey, Biz Stone e Evan Williams, em 2007. Um de seus fundadores,
Stone, foi funcionário da Google, e participou do desenvolvimento do Blogger, outro
serviço de mídia social de grande repercussão. (NEIVA, 2009, p.19-13)
        Em vídeo explicativo de como aconteceu a criação do twitter Evan Willians o
co-fundador do twitter conta que ainda em 2006 a plataforma era um projeto
paralelo de sua empresa Odeo. “Devemos seguir nossos instintos mesmo quando
você não consegue necessariamente justificá-los ou mesmo saber aonde eles vão
te levar”4.
        Conforme Mischaud (2007), a popularidade do Twitter começou a crescer a
partir de março de 2007. (apud ZAGO, 2008, p. 4). Semelhante ao blog, ele ficou
particularmente conhecido como microblog, e difundiu-se rapidamente na rede.
        Durante a Twitter´s Chirp, conferência do Twitter para desenvolvedores que
aconteceu nos dias 14 e 15 de abril deste ano em San Francisco (EUA), Biz Stone,
co-fundador do site, apresentou algumas estatísticas. Entre os dados divulgados
está o número total de usuários cadastrados até a data, que era de mais de 105
milhões. O Twitter anunciou ainda que 300 mil novos perfis são criados diariamente


4
  Disponível em http://www.tradeblog.com.br/2009/09/01/evan-willians-revela-como-nasceu-o-twitter/ Acesso
em 02/06/2010.
15


e que o site recebe 180 milhões de visitantes únicos por mês. O número de
usuários ativos não foi divulgado. 5
           Em pesquisa realizada entre os dias 16 de outubro e 16 de dezembro de
2009, O Instituto Sysomos analisou o perfil de 13 milhões de usuários ativos do
Twitter. A pesquisa revelou que a rede social reúne no Brasil o segundo maior
grupo de usuários. Ficando atrás apenas dos Estados Unidos, que soma cerca de
50% do total de membros ativos do serviço de microblogs. De acordo com a
pesquisa do instituto, especializado em análises de redes sociais, os brasileiros
representam 8% do total de usuários do Twitter, contra apenas 2% registrados em
junho passado. Deste modo, os brasileiros representam a segunda população mais
ativa da rede social, a frente da Grã-Bretanha (7,2%), Canadá (4,3%) e Alemanha
(2,49%). 6
           No dia 12 de maio de 2009, o site www.twittercentral.com.br lançou o
primeiro Censo do uso do Twitter no Brasil. O objetivo é coletar dados estatísticos
para uma aproximação demográfica da Twittosfera no Brasil7.

                          A pesquisa não tem data prevista para término. Nossa meta é atingir cerca
                          de 70mil respostas, acreditamos ser um número muito baixo comparado ao
                          universo do Twitter no Brasil. Segundo o Ibope, o Twitter no Brasil possui
                          3,5 milhões de usuários. Mas afinal, onde estão todos esses usuários?
                          Acreditamos que seja uma afirmação errônea e não ultrapasse 200/300 mil
                          usuários. A medição do IBOPE Nielsen Online registra apenas quem
                          acessou o serviço, seja ele usuário ou não, então o objetivo do nosso Censo
                                                                                                    8
                          é mostrar realmente quais e quantos são os usuários do Twitter no Brasil.



           A participação na pesquisa pode ser feita por qualquer pessoa ou empresa
que utilize o Twitter, o processo é simples, são oito tópicos a serem preenchidos e
pode ser acessado através da URL: http://twittercentral.com.br/censo/. Os
resultados parciais da pesquisa também podem ser acessados a qualquer
momento pelos usuários, para isso só é necessário seguir os links: Resumo
gráfico: http://migre.me/1EGY , e resultados em tempo real: http://migre.me/1EJ4.



5
  Disponível em http://tecnologia.ig.com.br/noticia Acesso em 02/06/2010.
6
  Idem
7
  Disponível em http://twittercentral.com.br/140br-censo-de-uso-do-twitter-no-brasil/ Acesso em 02/06//2010.

8
    Idem
16


      A adaptação do jornalismo para formatos de tamanhos diminuídos na
internet tem se evidenciado. “... a utilização de microblogs como o Twitter como
ferramenta jornalística tem aos poucos se consolidado, em decorrência da
versatilidade do sistema de publicação em um microblog.” (ZAGO, 2008, p. 7)
      A facilidade e a mobilidade têm sido papel fundamental na popularidade do
Twitter. De acordo com Aguiar (2009) “A postagem de mensagens sobre o clima, o
trânsito, acidentes e fenômenos naturais dá ao site um caráter de utilidade pública”.
      Por ter a instantaneidade como principal característica, o Twitter desponta
como ferramenta de interação imediata e apresenta ainda a possibilidade da
mesma mensagem correr rapidamente por diversas redes ao mesmo tempo.


                    A possibilidade de comunicação entre os usuários através dos mecanismos
                    de interação o assemelha a um mensageiro instantâneo. Em todas essas
                    funções, a necessidade de comunicação está claramente expressa. A
                    veiculação desses conteúdos em tempo real e de qualquer lugar mantém os
                    usuários do site informados e interconectados, recebendo e enviando
                    mensagens sobre os assuntos e acontecimentos que mais lhes interessam.
                    (AGUIAR, 2009, p.4)


      O Twitter é uma plataforma de comunicação que permite aos usuários
escrever e ler mensagens com até 140 caracteres. A essência básica da
ferramenta consiste numa página de recados, onde os participantes, chamados de
twitters ou twitteiros, podem criar uma rede social digital e acompanhar as
atualizações das pessoas de sua rede, os participantes da rede são denominados
de seguidores e seguidos.


                    O Twitter é estruturado com seguidores e pessoas a seguir, onde cada
                    twitter pode escolher quem deseja seguir e ser seguido por outros. Há
                    também a possibilidade de enviar mensagens em modo privado para outros
                    usuários. A janela particular de cada usuário contém, assim, todas as
                    mensagens públicas emitidas por aqueles indivíduos a quem ele segue.
                    Mensagens direcionadas também são possíveis, a partir do uso da “@”
                    antes do nome do destinatário. Cada página particular pode ser
                    personalizada pelo twitter através da construção de um pequeno perfil.
                    (RECUERO, 2009, P. 174)


     A partir do momento em que o internauta começa fazer parte da rede ele já
pode se conectar aos demais participantes. Ao ingressar no twitter a pessoa pode
ser seguidor de quem quiser e automaticamente fica sabendo de tudo que as
pessoas vêm ou fazem, caso seja feita uma postagem no respectivo microblog.
     O twitter parte de uma pergunta básica a ser respondida como minipost:
17


“What are you doing ?”, traduzido para o português: “O que você está fazendo ?”,
na janela da resposta, como já foi citado, pode ser publicado de cada vez um texto
com no máximo 140 caracteres9. Embora o twitter tenha atingido um número
considerável de participantes no Brasil a apresentação e o lay-out da rede social
ainda não têm tradução para o português.
        Criar uma conta no twitter é simples, basta acessar na sua página,
www.twitter.com, no link em verde: “SIGN UP NOW”. Em seguida basta digitar
primeiramente o nome, depois o nome ou apelido de preferência para o login,
escolher a senha, adicionar um e-mail para contato, e digitar os caracteres que
aparecem na figura a fim de evitar possíveis fakes.
        Com a página básica pronta o usuário pode modificar e personalizar as cores,
fundos e fontes da estrutura. Clicando no link “Find accounts and follow them”, em
português, “encontre contas e as siga”, é possível acessar outros atores
participantes da rede e tornar-se seguidor, da mesma forma estará disponível para
ser acessado e seguido. A partir daí surgem o envio e troca de mensagens, que
podem ser diretas ou indiretas. As mensagens que se destinam para uma pessoa
específica, “são possíveis a partir do uso do @ antes do nome do destinatário.”
(RECUERO, 2009, p.173)
        Dentro das opções de ferramentas disponibilizadas na plataforma ainda estão
presentes o reply (resposta pública a uma postagem, como um comentário de
blog), a direct message (mensagem direta e particular) e o retweet (republicação de
uma postagem). Dentre os três recursos, o retweet é o mecanismo responsável
pela disseminação de links e mensagens, ele permite a ponte entre redes
diferentes. Retweetar significa receber uma postagem e republicá-la em sua própria
rede, assim os outros contatos presentes na rede também podem fazer o mesmo e
a mensagem pode se disseminar por incontáveis vezes10.
        O tempo real e instantâneo das postagens e do recebimento das mensagens
no twitter é um dos diferenciais que destaca o serviço. Em entrevista a “Revista
Unimed Blumenau”, o comunicador multimídia Marcelo Tas destaca esta
característica para definir o twitter. Ele está entre as 10 pessoas mais seguidas no
Brasil, no dia 07 de junho de 2010 contabilizava 594.690 followers.


9
    Observação direta desta pesquisadora. Disponível em: www.twitter.com Acesso em: 31 mar. 2010.

10
     Idem
18




                      É uma maquina de cutucar corações e mentes na velocidade da luz. O limite
                      é a sua imaginação. Muita gente acha que o limite do twitter são 140
                      caracteres, mas acho que com poucas palavras você pode contar uma
                      história ou anexar um link com vídeo ou texto. Acho também que o twitter é
                      uma máquina de captar. (TORDIVELLI, 2010, p. 9)




        Com os serviços de utilização simplificados o Twitter vem se consolidado em
seu seguimento. Em Blumenau a ferramenta tem ganhado adeptos a cada dia,
Twitters de serviços públicos podem confirmar seu crescimento, foi o caso do
Twitter da Defesa Civil11, criado no dia 26 de abril de 2010, durante a ameaça da
última enchente na cidade. Nos dois primeiros dias, o serviço contabilizou a adesão
de mais de 800 participantes em sua rede. A intenção dos usuários era de
acompanhar a constante atualização com informações a respeito do nível do Rio
Itajaí-Açu, podendo assim tomar precauções sobre os efeitos da possível enchente,
que acabou não acontecendo.




     3.2 Comunicação e Meio Ambiente


     3.2.1 O meio ambiente na mídia


     A preocupação social com o meio ambiente é recente se comparada com a
     idade do planeta Terra, 4,6 bilhões de anos. Segundo Brügger (2004), os
     movimentos ecológicos eram praticamente inexistentes antes da década de
     1960, e no Brasil emerge a partir da década de 1970. Parte desta expansão
     pode se atribuir ao fato de que na década de 60 os veículos e meios de
     comunicação também evoluíram e puderam destacar o assunto, de acordo com
     o crescimento das mídias o meio ambiente também ganhou seu destaque.


                      A emergência da questão ambiental, em nível global, é historicamente nova.
                      Historicamente novas são também as tentativas globais de conscientização
                      ambiental, mas a questão ambiental sempre esteve associada, como não
                      poderia deixar de ser, a fatores econômicos, políticos e culturais, entre
                      outros. Assim, as preocupações que antes ocorriam sob a forma de focos


11
 Disponível em http://twitter.com/DefesaCivilBNU Acesso em 23/05/2010.
19


                         isolados deram lugar a movimentos planetários de caráter social, sendo o
                         “movimento ecológico” um exemplo. (BRÜGGER, 2004, p. 30)


          O foco da mídia para a questão ambiental não está presente há muito
tempo, os fatores políticos e econômicos ajudaram a expor os problemas
ambientais, porém com focos isolados. Com o tempo a questão ambiental foi
conquistando seu espaço e ganhando força.
          Na década de 80 surgem editorias nos meios de comunicação brasileiros
específicas para assuntos ambientais ou ecológicos. Erbolato (1981) defende a
idéia de que a denúncia pelos meios de comunicação referente aos efeitos nocivos
ao meio ambiente deve ser urgente e amplamente difundida.
          O meio ambiente tem pressa, pois sofre com os efeitos nocivos que recebe
da humanidade, existe inúmeras maneira de difundir a idéia da preservação, um
exemplo disso é noticiá-la.




                         Jornalisticamente, devem ser feitos levantamentos e denuncias de tudo
                         quanto prejudique a vida humana, seja na cidade, seja nos campos, a ser
                         impedida a fabricação de produtos que possam causar a destruição de
                         animais. Talvez seja essa, hoje, uma das mais prioritárias missões que se
                         possa atribuir a imprensa, pois se tudo caminhar como atualmente, é difícil
                         saber o que acontecerá dentro de um ou dois decênios. (ERBOLATO, 1981,
                         p.154)


          Na atual realidade a mídia se tornou uma aliada para que se possa
     compreender melhor todo e qualquer assunto. Em sites de pesquisa, como por
     exemplo, o Google12, facilmente se pode obter pesquisas, dados e informações.
     E quando o que interessa é um aprofundamento sobre algum determinado tema,
     é só digitar as palavras chaves em algum site de busca na internet e surge um
     verdadeiro bombardeio com links que levam a inúmeros outros sites. Assim
     acontece se a palavra meio ambiente for digitada. Porém a disseminação da
     informação pela mídia nesse determinado tema ainda não é de fato relevante. O
     meio ambiente ainda não parece ser um fato relevante na mídia atual, não se vê
     com facilidade programas relacionado ao assunto e o abordando de uma forma
     ambiental.




12
     Observação Direta, Disponível em: www.google.com.br Acesso em: 08 mai 2010.
20


                     Na era da informação, na Idade Mídia, em que os profissionais da
                     comunicação pertencem ao que se convencionou chamar de Quarto Poder,
                     meio ambiente ainda é uma questão periférica, porque não alcançou o
                     sentido mais amplo, que extrapola a fauna e a flora. O interessante é que
                     esse sentido mais amplo está na origem d expressão “meio ambiente”, que
                     reúne dois substantivos redundantes: meio (do latin mediu) significa tudo
                     aquilo que nos cerca, um espaço onde nós também estamos inseridos;
                     (TRIGUEIRO, 2005, p.288)


       O autor chama atenção para o sentido real a palavra meio ambiente, que
acaba sendo muito abrangente e generalizado. A palavra em sua origem semântica
acaba tendo uma conotação simplificada demais, é preciso analisar profundamente
o que ela realmente quer dizer e o que de fato representa.


                     ...enquanto ambiente é uma palavra composto por dois vocábulos latinos –
                     a preposição amb (o) (ao redor, à volta) e o verbo ire (ir). Ambiente,
                     portanto, seria tudo que vai à volta. Mas dizer que meio ambiente é tudo
                     seria simplificar demais a questão. Uma das boas definições é aquela que
                     meio ambiente “é um conjunto de fatores naturais, sociais e culturais que
                     envolvem um indivíduo e com os quais ele interage, influenciando e sendo
                     influenciado por eles.” (TRIGUEIRO, 2005, p.288)


       Deste modo fica mais claro compreender o que de fato representa a palavra
meio ambiente e o que ela envolve, além de significar somente um vocábulo. André
Trigueiro (2005) relata em seu livro, que o espaço oferecido ao meio ambiente
pelos meios de comunicação é pequeno, a notícia factual é o que move a mídia.
Neste quadro o meio ambiente não se encaixa com facilidade uma vez que os
impactos ambientais demoram cerca de 50 ou 100 anos para se concretizar.
Mencionando a mídia eletrônica o autor destaca a volatilidade do tempo da notícia.
“O timing do noticiário, portanto, é acelerado, e com a evolução das tecnologias na
área da comunicação tende a ser cada vez mais instantâneo e interativo”.
(TRIGUEIRO, 2005, p.290)
       É possível ainda analisar a relação da idade do planeta Terra com o tempo
de duração de um programa de notícias. A comparação exemplifica a pressa da
instantaneidade e interatividade necessárias num noticiário e o tempo sem demora
da evolução do planeta.


                     No tempo histórico, num planeta de 4,6 bilhões de anos, um século voa. No
                     tempo do noticiário, como já vimos, o prazo de validade das notícias se
                     esgota normalmente em um dia. A questão aqui parece ser a seguinte:
                     numa sociedade cada vez mais imediatista (na qual o prestígio da
                     informação on line só faz crescer), o que vai acontecer daqui a algumas
21


                     décadas tem cada vez menos importância. Algumas questões, como a
                     escassez crescente de água, a progressão geométrica do volume de lixo e o
                     ritmo acelerado e desertificação do solo, tornam-se menos interessantes se
                     comparadas com outros assuntos que têm o apelo factual, que se resolvem
                     numa escala de tempo bem definida e que respondem aos interesses
                     imediatistas de quem consome noticia. (TRIGUEIRO, 2005, P. 290)



       A relação do tempo com os períodos de acontecimentos em eventos da
natureza também e explorada. O factual tem um poder maior nas notícias do que
um evento natural que demora anos ou séculos para se concretizar, talvez esse um
dos grandes motivos para a mídia desprezar certas notícias relacionadas ao meio
ambiente.
       A função da mídia de noticiar os problemas e as soluções relacionadas com
a preservação do meio ambiente é evidente, mas há o outro lado, a
responsabilidade que os órgãos têm de municiar os veículos de comunicação com
informações, dados e ações relacionadas com o tema. Notamos esta preocupação
nas palavras de Philippi Jr. et. al. (1999).


                     A comunicação social é um dos instrumentos mais valiosos para a obtenção
                     de apoios institucionais, sociais, políticos e financeiros para projetos de
                     responsabilidade do órgão ambiental. A informação correta e confiável, a
                     divulgação adequada de indicadores de qualidade ambiental, a
                     demonstração de resultados efetivamente obtidos em parcerias
                     institucionais e com a participação da sociedade, criam clima propício para a
                     importância das ações desenvolvidas, e freqüentemente revertem em
                     beneficio para o andamento dos planos, programas e projetos do sistema de
                     gestão ambiental. Cabe, pois, à administração instrumentalizar, de forma
                     adequada, o fornecimento de informações e a comunicação social da
                     instituição. (PHILIPPI JR. et al., 1999, p. 53)



       Deste modo fica claro a importância da participação tanto dos jornalistas em
relatar as notícias, como também das assessorias de empresas e profissionais
responsáveis por disseminar a informação através da imprensa, fazendo assim um
trabalho em conjunto em prol do meio ambiente.
       O papel da mídia para informar sobre o meio ambiente é de fundamental
importância, Erbolato (1981), desta forma entendemos que quanto maior for a
participação dos jornalistas em se preocuparem com esta questão maior também
será o envolvimento dos receptores da notícia.
22




3.2.2 Coleta Seletiva e Reciclagem


           A coleta seletiva de lixo e a reciclagem ganham cada vez mais espaço na
importância sobre meio ambiente, porém ainda não estão suficientemente
difundidos, “...dos mais de cinco mil e quinhentos municípios brasileiros, mais de
cinco mil convivem com os problemas de lixões operados de forma inadequada.”
(PHILIPPI JR. et. al.,1999, p. 23).
           De     acordo      com     o    artigo     de    Alexandre        Spatuzza   na   Revista
Sustentabilidade13 “o Brasil gerou 8% mais lixo em 2009, mas a coleta seletiva
estacionou”. O texto também aponta que segundo o Panorama de Resíduos
Sólidos de 2009, apresentado em 26 de maio de 2010, a geração de resíduos
atingiu 57 milhões de toneladas em 2009, 7,7% acima do volume gerado em 2008,
enquanto o volume coletado aumentou 8%, chegando em 50 milhões de toneladas
no ano. O incremento na geração de resíduos é resultado do aumento de renda e
do crescimento econômico, neste ano a população cresceu cerca de 1%. Segundo
dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública, ABRELPE, cada
brasileiro gerou em média 1,15 kg por dia, no ano passado, 6,6% mais do que em
2008. (SPATUZZA, 2010).
           Assim é visível que ganhando mais o brasileiro gasta mais, gerando assim
um volume de lixo maior, e em contraponto colaborando mais para a contaminação
e acumulo de resíduos, que poderiam ser evitados se houvesse maior
conscientização do problema.
           Em entrevista para a Revista Sustentabilidade, o Diretor Executivo da
ABRELPE, Carlos Roberto Vieira alertou para o problema da falta de políticas
públicas para a gestão de resíduos, ele diz que a coleta seletiva continua sendo
implementada por iniciativas pontuais por empresas ou entidades e ações
informais. “O resultado disso é que o setor de reciclagem não avançou muito entre
2008 e 2009”. Devido a estes aspectos a falta de avanço no setor impediu as
empresas de gerenciamento de resíduos de investirem em novas tecnologias de
reciclagem e abrirem novos negócios, uma tendência mundial no setor.
(SPATUZZA, 2010).


13
     Disponível em: www.revistasustentabilidade.com.br Acesso em: 27 mai. 2010.
23


      O incentivo privado para campanhas de conscientização e apoio para
reciclagem é importante, porém não é suficiente, ainda falta muito para que o Brasil
avance na questão de políticas públicas que destaque a questão da coleta seletiva
e reciclagem.
      Segundo Vieira, as regiões que mais se desenvolveram foram as regiões Sul
e Sudeste, pois aumentaram seus índices de destinação correta para 76,2% de
67,4% e para 78,7% de 73,4% respectivamente por meio de políticas
convencionais de gestão de resíduos. “A região Sul é a que mais está próxima de
destinar todo seu lixo adequadamente, pois lá faltam cerca de 5.500 toneladas
diárias, o que pode ser resolvido com a construção de um o dois aterros sanitários”,
conclui Vieira. (SPATUZZA, 2010).
      De acordo com o artigo, a região sul é a que mais se destaca na destinação
correta do lixo, e não falta muito para o problema ser solucionado, com mais
incentivo e informação, a adequação do sistema de coleta e armazenagem do lixo
pode ser resolvida em pouco tempo.
      Um exemplo vem da cidade de Porto Alegre no RS. Na capital gaúcha a
coleta seletiva e gerenciamento de resíduos já são trabalhados há mais de 20
anos, e não são apenas órgãos públicos e empresas que se empenham na causa,
todos que residem na cidade estão envolvidos no processo, uma pesquisa
organizada por Menegat e Almeida (2004) diz que:


                    A coleta seletiva, iniciada em julho de 1990, recolhe materiais pré-
                    separados espontaneamente pelos moradores e é executada
                    semanalmente em todos os bairros. Desde sua implantação ate 1997, foram
                    recuperadas mais de 15% dos resíduos secos produzidos. (MENEGAT,
                    ALMEIDA, 2004 p. 222).


      Em Porto Alegre o gerenciamento de resíduos sólidos está obtendo
resultados significativos através do Programa de Gerenciamento Integrado de
Resíduos Sólidos – GIRS/POA (MENEGAT, ALMEIDA, 2004). A função do
programa é diminuir a produção de lixo, a reciclagem e o reaproveitamento de
resíduos sólidos, além de atividades de prestação de serviços. Segundo Menegat e
Almeida (2004), neste programa além de diminuir a quantidade de resíduos
dispostos nos aterros sanitários, a cidade também gerou renda a partir da
reciclagem, mas para isso foi necessário implementar ações de educação
ambiental e conscientizar a população da importância da separação do lixo.
24




3.2.3 Coleta Seletiva e Reciclagem em Blumenau




      O município de Blumenau possui 300 mil habitantes, estes distribuídos em
uma área de 531 Km², sendo 36% área urbana e 64% área rural. De acordo com o
Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto o SAMAE, em Blumenau a Coleta
Seletiva de lixo atinge 1358 ruas de um total de cerca de 4.300 em toda cidade, ou
seja, 31% das ruas do município recebem a coleta seletiva de lixo. São dez
veículos que circulam pelas ruas e bairros coletando o lixo de segunda a sexta-
feira.(FURTUNATO, 2010).
      O SAMAE é um órgão público responsável pelo tratamento de água e esgoto
da cidade, e é encarregado também de fazer a coleta e dar destino ao lixo
produzido no município, quem gerencia este processo é o setor de Resíduos
Sólidos da autarquia. Em depoimento a esta pesquisadora, o Gerente de Resíduos
Sólidos, Marcos Froeschlin, conta que o blumenauense produz uma média de 250
toneladas de lixo por dia, enquanto por mês são recicladas apenas 220 toneladas.
Ou seja, o total reciclado por mês não equivale ao total recolhido do lixo em um dia
de coleta. Aproximadamente apenas 4% do lixo seco recolhido por mês é reciclado
pelo SAMAE.


                    O SAMAE tem um objetivo traçado que é atingir 20% do que é possível ser
                    reciclado do lixo domestico, ou seja, em torno de 24 toneladas por dia ou
                    544 toneladas por mês, sendo este valor um tanto quanto pequeno para o
                    potencial de reciclagem que a cidade possui. (FURTUNATO, 2009, p.3)


       Ainda em depoimento para esta pesquisa, Froeschlin, explica que o SAMAE
tem uma parceria com uma Associação de Catadores de Materiais Recicláveis, a
RECIBLU. O acordo entre os dois é o seguinte: o SAMAE fornece toda a parte da
funcionabilidade e logística, ou seja, os caminhões, os dois galpões onde o lixo é
separado e armazenado, as máquinas que auxiliam na separação, esteira e
prensa, e os demais materiais necessários para a seleção dos produtos.
      Em contraponto a RECIBLU entra com a mão de obra necessária para que o
trabalho de coleta e separação aconteça. São 84 associados, sendo que 63
25


trabalham diretamente na central de Reciclagem que fica localizado na Rua Eng.
Udo Deeke, ao lado Terminal Aterro, no bairro Salto do Norte, os outros 21
trabalham no centro da cidade no setor de transbordo, um ponto menor de coleta
que fica localizado no bairro da Velha, próximo a Vila Germânica14. Depois que o
material passa pela triagem, separação e armazenagem a própria RECIBLU se
encarrega de comercializá-lo, não existe divisão de lucros entre o SAMAE e a
RECIBLU, todo valor arrecadado é dividido entre os sócios. O que gera um
rendimento médio para cada associado de R$ 850,00 mensais15. Neste aspecto a
reciclagem deixa de ser somente uma preocupação ambiental e divide espaço com
a questão social, gerando emprego e renda. (FURTUNATO, 2009).
       A gerência de resíduos sólidos está satisfeita com a parceria, pois não
precisa manter uma equipe de funcionários para fazer o trabalho, os únicos
funcionários que cedem são os motoristas dos caminhões, pois os coletores fazem
parte da associação. Esta parceria começou em agosto de 2009, mas nem sempre
a coleta foi assim:


                      A coleta seletiva em Blumenau teve início em 1990, através de ações da
                      Fundação Cultural, e atuava com o slogan “Reciclar também é cultura”. Em
                      1992, o Departamento de Serviço Urbano (DSU) assumiu a coleta seletiva,
                      mais tarde, em 1993, a Sociedade Promocional do Menor Trabalhador de
                      Blumenau – PROMENOR passou a gerenciar a coleta seletiva.
                      (FURTUNATO, 2009, p.2)


       De acordo com o ambientalista Ronaldo Furtunato, em depoimento a esta
pesquisadora, no início da década de 90 a coleta seletiva na cidade era difundida
por um caráter mais social do que ambiental, era a oportunidade de jovens com
situação econômica desfavorável arrecadarem recursos para auxiliar nos gastos da
família. “Procura-se agora através da educação ambiental recuperar o foco
socioambiental para assim equilibrar os dois fatores’. (FURTUNATO, 2009, p.2)
       Na fala do ambientalista é possível notar a preocupação existente no
equilíbrio     dos fatores sociais que também fazem parte da coleta seletiva e
reciclagem de lixo na cidade. Deste modo a participação não só da comunidade
ultrapassa a barreira da questão ambiental, que pode ser encarada como problema



14
   Em depoimento à pesquisadora em 14 de maio de 2010, Clarice Oliveira, responsável pela
contabilidade da RECIBLU.
15
   Idem
26


a longo prazo e passa a ser identificada em âmbito social, gerando assim uma
maior urgência pelo aspecto econômico.


                    Atualmente, o investimento em educação ambiental é pesado, todo esse
                    esforço é para recuperar o prestígio que o projeto já teve e cada vez mais
                    elevar a porcentagem de coleta e triagem que já foi muito significativa no
                    período em que a PROMENOR, hoje PRO-FAMILIA era responsável pela
                    coleta, isso por se tratar de uma secretaria de cunho totalmente social, essa
                    entidade ainda possui participação no programa, porém muito tímida.
                    (FURTUNATO, 2009, p. 3)


      A educação ambiental liderada pelo biólogo e educador ambiental do
SAMAE, Ronaldo Furtunato visa difundir a idéia de cooperação e respeito do
cidadão para com o meio ambiente e a causa social envolvia no processo da
reciclagem. Entre as ações aplicadas na comunidade para promover a
conscientização    estão    palestras      em     escolas,      panfletagem,       publicidade
convencional e o contato por telefone, em que o indivíduo pode questionar, sugerir
melhorias e esclarecer dúvidas.
      Desta forma entendemos que a questões ligadas a reciclagem e coleta de
lixo na cidade de Blumenau ainda têm um longo e trabalhoso caminho a percorrer,
porém iniciativas como as de conscientização e busca de envolvimento com a
comunidade estão sendo aplicadas.




   3.3 Critérios de Noticiabilidade



      Os critérios de noticiabilidade ajudam a estabelecer a busca por respostas
sobre o porquê de alguns acontecimentos se transformarem em notícias e
ganharem manchetes dos meios de comunicação enquanto outros recebem menor
importância ou simplesmente são descartados. Estas questões são amplamente
estudadas e tem mobilizado pesquisadores e teóricos.
      Os critérios ajudam a diferenciar o que é notícia do que é apenas
acontecimento, separando o fato em diversas modalidades ou valores. Para Gans
(1979), a aplicação dos critérios deve ser avaliada da seguinte forma:
                    Os critérios devem ser fácil e rapidamente aplicáveis, de forma que as
                    escolhas possam ser feitas sem demasiada reflexão. Para, além disso, a
                    simplicidade do raciocínio ajuda os jornalistas a evitarem incertezas
                    excessivas, quanto ao fato de terem ou não efetuada a escolha apropriada.
27


                       Por outro lado, os critérios devem ser flexíveis para poderem adaptar-se à
                       infinita variedade de acontecimentos disponíveis; alem disso, devem ser
                       relacionáveis e comparáveis, dado que a oportunidade de uma notícia
                       depene sempre das outras notícias igualmente disponíveis. (GANS apud
                       Wolf, 1985, p.174)



        De acordo com Traquina (2005), a cada notícia devem ser estabelecidas
diferentes importâncias, ou seja, a análise de cada fato merece e precisam ser
estudada. Os valores da notícia são o que determinam “se um acontecimento ou
assunto é susceptível de se tornar notícia, isto é, de ser julgado como merecedor
de ser transformado em matéria noticiável e, por isso, possuindo valor notícia”
(TRAQUINA, 2005, p. 63).
        Mauro Wolf (1999) definiu seis critérios que auxiliam jornalistas a decidir
quais    acontecimentos       serão    notícia.   São     eles:   proximidade,      atualidade,
identificação social, intensidade, ineditismo e identificação humana. Além disso,
Rosa e Cunha (1999) apontam que são necessários clareza, precisão, objetividade,
rapidez. De acordo com Ericson, Baranek e Chan (apud Traquina, 2005), são seis
os   valores-notícia     de    construção:     simplificação,     amplificação,     relevância,
personalização, dramatização e consonância.
        Como este estudo visa uma análise de como se dá a notícia veiculada em
uma mídia de nova tecnologia, analisaremos os seguintes critérios: proximidade,
simplificação, atualidade e objetividade. Vamos a eles:
        Proximidade: este critério é definido pelos fatos que afetam o indivíduo de
        maneira direta e indireta, ou seja, um indivíduo apresenta mais interesse em
        fatos que se aproximem ou o afetem diretamente e os aproximam da noticia.
        No caso deste estudo pode ser o aquecimento global de forma indireta, bem
        como a poluição do Rio Itajaí-Açu de forma direta.
        Simplificação: aplicar a notícia de forma simples e inteligível. De maneira
        que o receptor possa captar a notícia de forma rápida e clara.
        Principalmente em se tratando de web texto, onde quem lê busca agilidade e
        rapidez de informação. “Os jornalistas têm obrigação de escrever de uma
        forma fácil de compreender; por simplificação, portanto, entendemos tornar a
        notícia menos ambígua, reduzir a natureza polissêmica do acontecimento”.
        (TRAQUINA, 2005, p.91).
28


       Atualidade: este aspecto é importante na escolha do tema deste trabalho,
       por se tratar de um assunto que se renova e muda a cada dia. As pesquisas
       publicadas que noticiam números atualizados, como por exemplo: a coleta
       seletiva cresceu 8% no ultimo ano no país; Blumenau contempla mais 15
       ruas com a coleta seletiva de lixo.
       Relevância: quanto maior for a importância e mais impacto tiver um
       acontecimento sobre as pessoas, mais hipóteses tem de ser registradas
       como notícia. Exemplo disso é a questão ambiental, se cada indivíduo se
       sentir afetado pela notícia maior relevância ela terá sobre o papel do
       indivíduo em fazer a sua parte.


       No que se trata de critérios de noticiabilidade no caso de um twitter, uma
forma nova de mídia, de se expor a notícia e o desafio de informar a partir de 140
caracteres, as escolhas devem ser tomadas a partir desta nova forma que se cria,
e de um modelo novo de se fazer jornalismo.


                    O jornalismo experimenta uma interface entre a mídia de massa e a mídia
                    de funções pós-massiva na construção do tempo real na relação com o
                    espaço urbano e a mobilidade. A reapropriação destas ferramentas para a
                    produção jornalística introduz novos critérios de noticiabilidade.
                    Compreender estas mutações é fundamental para um enquadramento
                    conceitual do próprio futuro do jornalismo num ambiente de convergência e
                    de digitalização midiática. (SILVA, 2008, p.1)


       Os critérios de noticiabilidade são os instrumentos que o jornalista tem para
fazer seu trabalho de maneira equilibrada e sem excessos e definir quais critérios
serão usados em cada texto. É de fundamental importância para a credibilidade da
noticia.


                    ...noticiabilidade corresponde ao conjunto de critérios, operações e
                    instrumentos de que os jornais se utilizam para escolher, diariamente,
                    dentre um número indefinido de acontecimentos, a quantidade finita e
                    tendencialmente estável de notícias. (AGUIAR, 2006, p. 10)


       Buscando assim equilibrar um fato que se sobrepõe a outro e visando a
excelência da informação. Sem destacar os interesses particulares, trazendo em
evidência o que de fato é mais importante ser noticiado.
29


4. Relatos de Produção

4.1 Pré Produção



Que tema e produto serão usados para o desenvolvimento deste PEC-JOR? Esta
pergunta desencadeou preocupação no final da primeira aula do 7º semestre. Claro
que já existia uma vaga idéia, a de explorar as novas mídias, mas qual delas? O
material teórico existente sobre o assunto seria suficiente? E o tema? Como já
havia sido exaustivamente discutido em aula, teria que ser algo que despertasse
interesse e fosse prazeroso pesquisar. A resposta veio, a questão sócio-ambiental
sempre despertou interessou, a reciclagem de lixo é uma preocupação que existia
há algum tempo. E o produto foi eleito a partir do desafio. Já que a escolha era
usar uma mídia nova: porque não escolher o Twitter? Uma ferramenta ainda pouco
pesquisada e analisada se comparado a outras mídias. O caminho era procurar
entender melhor esse mecanismo novo que tem envolvido e seduzido tanto os
internautas.
      As leituras diárias e rotineiras de jornais, revistas e sites na internet
começaram a se transformar em busca por material, mesmo que essa não fosse a
intenção inicial da leitura. Pronto, já existia uma linha de raciocínio criada, qual
seriam os objetivos a serem alcançados e o principal, o que mais serviu de
incentivo, era fato que a escolha não beneficiaria apenas a esta pesquisadora, mas
poderia   ser   utilizado   por   outras      pessoas.   E   foi   assim   que    o
www.twitter.com/reciclablumenau foi criado.



4.2 Produção




      A partir da escolha, começa a pesquisa, vieram então as sugestões de
leituras, autores, e muitos sites na internet. Surpreendentemente foi encontrado um
material satisfatório em relação ao Twitter, quase que 100% na própria internet.
Livros disponibilizados em PDF nos sites especializados eram achados com certa
facilidade. A pesquisa sobre meio ambiente revelou um material numeroso e
facilmente encontrado na biblioteca da FURB.
30


      Ainda no caminho da pesquisa, iniciou-se a análise de alguns PECs de
alunos já formados, para auxiliar na estrutura do trabalho. Isso ajudou a elaborar a
parte teórica, mas na maioria dos exemplos que eram lidos, a parte teórica era feita
primeiro para depois dar continuidade com o produto propriamente dito. Foi
decidido fazer o inverso, havia pressa para começar o funcionamento do twitter, e
saber de fato como poderia ser utilizado para a finalidade escolhida.
      O nome “reciclablumenau” foi pensado a partir da idéia de incentivar a
cidade em participar ativamente da coleta seletiva de lixo. O ícone verde com
setas, representando a reciclagem foi escolhido devido a ser facilmente identificado
com o assunto.
      A criação da URL aconteceu no dia 31 de março, as postagens eram
principalmente sobre as datas e horários em que a coleta seletiva passava nas
ruas contempladas no município. Na semana seguinte a cidade recebeu mais
quatro caminhões para auxiliar na coleta seletiva, houve uma entrega solene da
prefeitura para a SAMAE/RECIBLU. O evento foi acompanhado por esta
pesquisadora, e no mesmo dia a notícia e um link para as fotos da entrega já
estavam postadas no twitter. E assim seguiram-se os dias, com postagens diárias
sobre pontos e horários da coleta, dicas, novidades, curiosidades, etc. Os
seguidores começaram tímidos, mas foram crescendo e até a finalização deste
trabalho já contabilizavam 155.
      A interação com os seguidos e seguidores também foi gradativa,
primeiramente determinou-se seguir twitters ligados ao meio ambiente, coleta
seletiva e reciclagem, mas como a idéia inicial era atingir os twitteiros de
Blumenau, delimitou-se então a idéia de enviar mensagens para twitters
conhecidos e bem seguidos da cidade, como por exemplo, @santacombr, @furb,
@BlumenauNews, @BlumenauAgora, @fabrito, @unimedblumenau, entre outros.
      Assim que os seguidores começaram a se utilizar do serviço e gostaram da
idéia, começaram também a indicar o @reciclablumenau para sua própria rede.
Neste momento começava também a interatividade com os seguidores. Perguntas
em mensagens diretas e indiretas começaram a surgir: “E a Paulo Zimmermann e
transversais, nada... tô certo?”; “Espero ansiosamente a coleta na Joãozinho
Haeger, Centro, senão 3 meses de reciclagem vão ao lixo comum.”; “tem alguma
ligação com a Reciblu? Estou realizando um trabalho sobre o beneficiamento de
pet na cidade.”
31


      A sinceridade foi presença constante no contato com os seguidores, se
alguma informação fosse desconhecida, mensagens dizendo que em breve seria
respondido eram disparadas. E assim que fosse esclarecido com o SAMAE, as
duvida dos usuários eram sanadas. Outra preocupação constante foi a de deixar
claro que aquele era um produto experimental e acadêmico e que não fazia parte
da administração municipal. A descrição do twitter @reciclablumenau é: “projeto
experimental em comunicação social – COLETA SELETIVA E RECICLAGEM DE
LIXO EM BLUMENAU SC.”
      A dedicação para a atualização do serviço era constante, bem como a
preocupação para que as informações pudessem satisfazer os usuários, embora
em alguns períodos esta pesquisa tenha passado por dificuldades, como por
exemplo, a falta de acesso a internet. A busca por sites que pudessem ser usados
como fonte de pesquisa e indicação através de links era constante, bem como a
busca por informações locais em veículos de comunicação e fontes oficiais como o
site da prefeitura e do próprio SAMAE.
      O contato com o SAMAE começou com a primeira visita ao local de destino
da coleta, a unidade do Aterro, na ocasião em que esta pesquisadora se fez
presente para registrar a entrega dos caminhões. Naquele dia aconteceu o primeiro
contato com a assessora de imprensa do SAMAE, Ivana Cunha e o educador
ambiental do órgão, o Ronaldo Furtunato. Os dois se mostraram interessados no
projeto e se prontificaram em ajudar no que fosse necessário, a partir daí o contato
aconteceu através de telefone e email, não foram poucas as vezes que ocorreram
ligações com meia dúzia de dúvidas, da pesquisadora e dos twitteiros que queriam
respostas rápidas.
      O questionário de pesquisa buscou entender melhor a ferramenta e a
explorar como se davam questões que envolvessem o tema meio ambiente. As
perguntas foram aplicadas através do próprio twitter, e enviadas para os
seguidores, algumas vezes retwitados para outras redes. As participações dos
atores sempre foram muito importantes, pois além de enriquecer a pesquisa,
também serviram de incentivo para o estudo.
      As perguntas foram desenvolvidas para buscar compreender questões
ligadas ao funcionamento e a relação dos usuários com o Twitter, bem como
entender a participação dos twitteiros com o assunto escolhido como tema, a coleta
seletiva e a reciclagem. Como a maioria dos seguidores é de Blumenau e região,
32


algumas vezes as respostas vinham com outros questionamentos ou dúvidas, que
em seguida eram retornados com as respostas.
      A aplicação das perguntas e classificação das respostas se deu da seguinte
maneira: Cada questão era twittada várias vezes durante um dia, conforme as
respostas chegavam eram contabilizadas, porém as respostas de cada pergunta
seguiam o padrão de um dia. Cada dia tinha uma pergunta diferente e as respostas
consideradas eram apenas daquele dia em que a questão foi disparada. Critérios
como sexo, idade e grau social não foram levados em consideração, uma vez que
no twitter estão presentes empresas, ONGs, entre outros. Durante a semana do dia
31 de maio ao dia 5 de junho, foram aplicadas seis questões no twitter
@reciclablumenau. Foram elas:


   a) Há quanto tempo você utiliza o twitter? Mais de 4 anos? De 3 a 4 anos? De
      1 a 2 anos? De 6 meses a 1ano ? Menos de 6 meses?
   b) Você usa o twitter para: ( ) se comunicar com seu seguidores e seguidos
      ( ) informação ( ) opinião ( ) pesquisa ( ) distração.
   c) Para você que característica é essencial num tweet? ( )clareza
      ( )objetividade ( ) concisão .
   d) Você separa o lixo orgânico do lixo reciclável?( ) sim ( ) não.
   e) Você acha que 140 caracteres são suficientes para informar sobre meio
      ambiente?( ) sim ( ) não.
   f) Marque com um X o que você acha da Coleta Seletiva de lixo em Blumenau.
      ( ) Ótima   ( ) Boa ( ) Regular    ( ) Ruim ( ) Péssima.

      A partir das respostas os dados foram compilados no programa Excel e
convertidos em percentagem. Entre um tweet e outro com as perguntas, era
disparado também um tweet explicativo para os internautas: “Seguidores, conto
com o apoio de todos para responder as perguntas que seguem durante os
próximos dias. Obrigada”. E quando as respostas chegavam, uma mensagem
direta era disparada, “Obrigada pela participação.” Deste modo obteve-se os
dados, que foram convertidos em gráficos, e que se apresentam a seguir.
      A partir do questionário comprovou-se que mais de 45% dos usuários
estavam inseridos na rede a menos de seis meses, e nenhum deles usavam a
ferramenta a mais de três anos.
33



                                    0   0

                           18,18%
                                                          45,45%              Menos de 6 meses
                                                                              De 6 meses a 1 ano
                                                                              De 1 a 2 anos
                  36,36%
                                                                              De 3 a 4 anos
                                                                              Mais de 4 anos




        Gráfico 1 – Tempo de utilização do Twitter pelos seguidores do @reciclablumenau.
                     (Em Percentagem). Fonte: Elaboração da pesquisadora.



       Foi possível também confirmar através do questionário, qual a preferência
dos twitteiros sobre o que eles buscam na rede. Na pergunta que se refere à
preferência do uso do twitter, foi possível notar que quase 30% utilizam a
ferramenta para opinião e apenas 5,88% usa a plataforma para diversão.


                                                                   se comunicar com seu
                                5,88%
                                                                   seguidores e seguidos
                                        11,77%                     informação
                      23,53%                     11,77%

                                                                   Opinião
                       17,64%                    29,41%
                                                                   Pesquisa


                                                                   Distração




Gráfico 2 – Preferência dos seguidores do @reciclablumenau em relação à utilização do twitter.
(Em Percentagem). Fonte: Elaboração da pesquisadora.



       Quando as questões começaram a envolver o tema meio ambiente os
seguidores responderam de forma positiva em relação à participação para a
preservação. Quando questionados se separavam o lixo reciclável, mais de 90%
responderam positivamente. Neste aspecto foi possível entender que os usuários
do twitter @reciclablumenau realmente se importam com o tema abordado e
34


contribuem dentro do que é possível entender, com coleta seletiva e reciclagem de
lixo.

                                   8,33%




                                                                              Sim
                                                                              Não
                                                       91,66%




Gráfico 3 – Seguidores do @reciclablumenau que fazem a separação do lixo orgânico do reciclável.
(Em Percentagem). Fonte: Elaboração da pesquisadora.



        Quando os seguidores foram consultados se 140 caracteres eram
suficientes para informar sobre meio ambiente, a maioria também foi mantida.



                                    12,5


                                                                               Sim
                                                                               Não
                                                87,5




Gráfico 4 – Opinião dos seguidores do @reciclablumenau questionados sobre a possibilidade de
140 caracteres serem suficientes para informar sobre meio ambiente. (Em Percentagem).
Fonte: Elaboração da pesquisadora.



        Este dado foi recebido com felicidade, pois reforçou o incentivo e continuar
informando sobre o meio ambiente através do Twitter. Confirmou-se a aprovação
da forma de se informar sobre o tema escolhido através da nova mídia escolhida
par r andamento a este projeto.
        Sobre a satisfação dos seguidores a respeito da qualidade da coleta seletiva
de lixo em Blumenau foi possível verificar que mais de 40% classificam o serviço
como Regular, e os demais resultados se equivalem.
35




                             14,28%     14,28%
                                                                     Ótima
                   14,28%                         14,28%
                                                                     Boa
                                                                     Regular
                                                                     Ruim
                                   42,86%
                                                                     Péssima




Grau de satisfação dos seguidores do @reciclablumenau sobre a qualidade de coleta seletiva em
Blumenau. (Em Percentagem). Fonte: Elaboração da pesquisadora.

       O questionário serviu para clarear a participação os atores na rede, pelo
menos dos participantes envolvidos numa rede voltada para o público regional e
ligados as questões ambientais. Foi possível notar a carência da informação a
respeito da coleta seletiva e reciclagem na cidade, nas respostas que se referiam
ao grau de satisfação com coleta na cidade, surgiu o comentário de que estaria
faltando mais informação sobre o assunto. Assim foi possível concluir que um
mecanismo como o twitter é uma opção que pode ser explorada para passar
informação e obter um feedback dos cidadãos que se preocupam com o assunto.




4.3 Pós Produção e Finalização



       Diante da ferramenta funcionando, e o mais importante, obtendo retorno
positivo com a interatividade dos participantes, optou-se por mais um contato com
o SAMAE. Desta vez uma reunião com o órgão e a assessoria de imprensa foi
solicitada por esta pesquisadora, a intenção era tirar as últimas dúvidas e fazer
uma proposta.
       O encontro, desta vez mais formal, aconteceu na sala da administração dos
Resíduos Sólidos, alguns dados e números foram atualizados, sendo de
fundamental relevância para a montagem do trabalho. Por fim o twitter
@reciclablumenau foi oferecido para o órgão, para que fosse uma ferramenta
oficial. A resposta positiva foi imediata, ficou acordado que posteriormente a
36


entrega do presente trabalho, o SAMAE usaria a ferramenta oficialmente. E se
comprometendo a alimentar diariamente com informações e notícias pertinentes,
porém     esta   pesquisadora    poderia      continuar   participando   como   principal
colaboradora.




5. Considerações Finais


        O trabalho aqui desenvolvido foi impulsionado pelo desejo de realizar um
produto informativo que contribua na conscientização ambiental por meio de uma
nova mídia que embora pouco estudada, vem crescendo em número de usuários e
em acessos diários. Buscou-se compreender melhor como a notícia apresentada
neste tipo de mecanismo pode colaborar para a qualificação do produto jornalístico.
        Este trabalho foi muito enriquecedor, pois ajudou a compreender melhor
uma nova mídia, que se apresenta como um novo segmento de comunicação para
o mercado jornalístico. O Twitter vem possibilitar o chamado jornalismo em tempo
real, onde as informações podem ser atualizadas de um dispositivo móvel de
qualquer lugar e a qualquer hora. Se bem utilizada pode oferecer um valoroso meio
de obtenção de notícias, além de proporcionar informação, a ferramenta também
pode ser usada como canal direto com o receptor, valorizando o feedback. A
maneira de informar através de manchetes foi um desafio e ao mesmo tempo uma
forma de incentivar as leituras para as reportagens completas por meio de links.
        A contribuição ambiental foi uma das maiores motivações para o
desenvolvimento deste projeto, poder informar e esclarecer dúvidas sobre um
assunto de vital importância para a sociedade foi compensador. Quando a
interatividade dos usuários começou a aparecer, o resultado também começou a se
revelar, era sinal de que a ferramenta estava sendo de fato útil.
        Por fim, pude concluir que os receptores interessados em saber mais sobre
meio ambiente e seus efeitos existem, o que ainda falta são mecanismos e meios
de comunicação que os possibilitem. Essa tarefa depende de quem faz a notícia,
ou seja, os jornalistas e profissionais da comunicação têm uma grande missão pela
frente, para isso basta reciclar as idéias.
37


Referências Bibliográficas



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um estudo preliminar. Trabalho apresentado ao NP de Jornalismo, do VI dos
Núcleos de Pesquisa em Comunicação da Intercom. UnB, 2006.


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Serviço do Jornalismo. Trabalho apresentado no Intercom Junior, na Divisão
Temática de Jornalismo, do XI Congresso de Ciências da Comunicação na Região
Nordeste, Teresina, 2009.


BRUGGER, Paula. Educação ou Adestramento ambiental. 2. ed. Chapecó:
Argos,2004.


CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. A era da informação, economia,
sociedade e cultura; São Paulo: Paz e Terra, 1999.


DIZARD JR, Wilzon. A Nova Mídia - A Comunicação de Massa na Era da
Informação. Jorge Zahar Editor; 2000.


ERBOLATO, Mário L. Técnicas e Decodificação em Jornalismo (Redação,
Captação e Edição no Jornal Diário). Petrópolis: Vozes, 1981.


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2003.


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LÉVY, Pierre, “ Cibercultura”, Artes & Oficios, Ed. 34, Porto Alegre, 2000.
38


MENEGAT, Rualdo(Org)             e ALMEIDA, Gerson. (Org). Desenvolvimento
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NEIVA, Paula. Entrevista. Veja, São Paulo, n. 2135, p19 – 23, 14 out.2009.


PHILIPPI JR. Arlindo; MAGLIO. Ivan Carlos; COIMBRA. José de A.A.; FRANCO.
Roberto    Messias.    Município       e   Meio   Ambiente.   Perspectivas   para   a
Municipalização da Gestão Ambiental no Brasil. São Paulo: Associação nacional de
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RECUERO, Raquel . Redes Sociais na Internet. 1ª ed. Porto Alegre: Sulina, 2009.


RECUERO, Raquel (Org.) ; AMARAL, Adriana (Org.) ; MONTARDO, Sandra (Org.)
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criação, elaboração e administração. São Paulo: STS, 1999.


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SILVA, Fernando Firmino. Jornalismo live streaming: tempo real, mobilidade e
espaço urbano. Trabalho apresentado no VI Encontro Nacional de Pesquisadores
em Jornalismo UMESP, São Paulo, 2008.


SPATUZZA, Alexandre. Reciclagem. Disponível em:
www.revistasustentabilidade.com.br. Acesso em: 05 mai 2010.


TORDIVELLI, Mariana. O Twitter é uma máquina de cutucar corações e mentes.
Revista Unimed Blumenau, n.45, p.8–11, jan./fev. 2010.


TRAQUINA, N. Teorias do Jornalismo, Vol. II: A tribo jornalística: uma
comunidade interpretativa transnacional. Florianópolis: Insular, 2005.
39


TRIGUEIO, André. Mundo Sustentável: Abrindo espaço na mídia para um planeta
em transformação. São Paulo: Globo, 2005.


WOLF, Mauro. A Teoria funcionalista das comunicações de massa. 5ª ed.
Lisboa: Presença, 1999.


ZAGO, Gabriela. O Twitter como suporte para produção e difusão de
conteúdos jornalísticos. Trabalho apresentado no 6º Encontro Nacional de
Pesquisadores em Jornalismo, realizado em São Bernardo do Campo, SP, 2008.

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  • 1. 1 Resumo O presente trabalho visa analisar a relação dos internautas com a coleta seletiva de lixo na cidade de Blumenau SC, por meio da rede social Twitter. O estudo desenvolve o produto “Recicla Blumenau”, para que através da ferramenta da web, sejam divulgadas informações, dicas, tabelas e imagens a respeito da importância da preservação do meio ambiente. Com caráter informativo e abordagem quantitativa, a partir de revisão teórica e questionário virtual junto aos internautas ligados a twitters focados ao assunto. Pretende-se chamar a atenção para o jornalismo especializado no meio ambiente, busca-se compreender o desafio de informar tendo por base os 140 caracteres que a ferramenta oferece, bem como acompanhar a evolução que a ferramenta desenvolverá durante o processo. Palavras-Chave: Twitter; Redes Sociais Digitais; Meio Ambiente; Coleta Seletiva de Lixo; Reciclagem.
  • 2. 2 Abstract The present work intends to analyze the relation between the Internet users and the selective waste collection at the city of Blumenau – SC, by using the Twitter social network. The study develops the product “Recicla Blumenau”, in order to - by the use of this web tool – divulge information, tips, charts and images about the importance of the environment preservation. With informative character and quantitative approach, through the theoretical revision and a virtual questionnaire applied with the Internet users who have a Twitter account and who are focused on this subject in this network. Thereby, it pretends to call the attention for the journalism specialized in environment, it tries to comprehend the challenge of informing with the limitation of 140 characters that the tool offers, as like to accompany the evolution that the tool will develop during the process. Keywords: Twitter, digital social networks, environment, selective waste collection, recycling.
  • 3. 3 1. Introdução Cento e quarenta caracteres. É com essa proposta que a rede social Twitter vem cativando cada vez mais os internautas em todo mundo. Os usuários do Twitter não têm um perfil definido nem um padrão de interesses, são estudantes, órgãos públicos e privados, instituições religiosas, veículos de comunicação, organizações, profissionais dos mais diversos setores, além destes, adiciona-se o universo de indivíduos presentes no Word Wide Web. O Twitter é uma rede social relativamente nova, originada em 2006. (RECUERO, 2009). Além das utilidades comuns das redes sociais digitais, como por exemplo, o encontro e recados entre os envolvidos, o Twitter vem sendo usado como outras formas de comunicação entre os internautas, como críticas, protestos e campanhas. A rede caiu nas graças dos veículos especializados em comunicação, dificilmente se encontram sites especializados em notícias que ainda não tenha seu perfil no twitter. A sua praticidade e simplificação é o que leva a um crescimento contínuo de sua utilização. Os microtextos deixam a informação mais concisa e objetiva. E por que não usar esta ferramenta para chamar a atenção dos internautas para o assunto meio ambiente? Pensando assim, surgiu a idéia de se conectar ao Twitter para alertar e informar sobre a coleta seletiva e reciclagem de lixo em Blumenau, SC. O “Recicla Blumenau”, além de informar diariamente sobre locais e horários que recebem a coleta seletiva na cidade, também serve para alertar a respeito dos cuidados que se deve ter com a separação e conservação do lixo, novidades e pesquisas realizadas sobre meio ambiente, ações e eventos realizados na cidade e região que ressaltem o tema escolhido, bem como abrir espaço para a comunidade ser ouvida a respeito do assunto, assim aumentando os elos entre a sociedade e órgãos relacionados com a coleta seletiva e reciclagem. Com esta iniciativa, a intenção deste trabalho é poder colaborar com a conscientização dos moradores de Blumenau, a respeito da importância de separar o lixo corretamente para que cada um faça sua parte e assim contribua para a preservação do meio ambiente.
  • 4. 4 1.1 Justificativa A preocupação com o meio ambiente e a busca pelos caminhos que se deve seguir para preservá-lo são cada vez mais necessárias. (ERBOLATO, 1981). A partir desse pensamento surgiu a necessidade da criação de um veículo de comunicação que fortaleça o laço entre os envolvidos. A infinidade de assuntos que tratam do meio ambiente é notória, mas foi necessário desenvolver um sub-tema, que foi a coleta seletiva e a reciclagem de lixo. A partir daí foi detectado que na sociedade atual, o tempo dedicado a informar e se informar sobre esse assunto é cada vez mais curto, (TRIGUEIRO, 2005). Assim ocorre a idéia de estabelecer um veículo prático, simplificado e interativo, nasce assim o TWITTER RECICLA BLUMENAU. A partir dos objetivos destacados neste trabalho, buscou-se conscientizar e informar os participantes do www.twitter.com/reciclablumenau a respeito da coleta seletiva e reciclagem em Blumenau. Na cidade de aproximadamente 300 mil habitantes, são produzidos por mês cerca de seis mil toneladas de lixo, sendo que deste total apenas 220 toneladas mensais estão sendo recicladas no município1. Diante desta realidade, evidenciou-se a necessidade de um canal de informação e interatividade com a comunidade blumenauense. Neste canal são informados diariamente os locais e horários que o caminhão de coleta passa nas ruas e bairros da cidade, além de links para outras páginas da web que tragam informações relevantes sobre o tema. Os usuários do twitter participam através da interatividade proporcionada pela plataforma através de comentários e perguntas postadas na página. Desta forma busca-se colaborar para que a disseminação da consciência social e ecológica seja um assunto de maior importância e interesse na comunidade blumenauense. A questão socioambiental também é um dos aspectos que motivou este trabalho, na realidade atual onde a preocupação com as atividades sociais esta cada vez mais presente, a reciclagem é uma fonte de renda, além auxiliar na preservação do meio ambiente. 1 Em depoimento à pesquisadora em 14 de maio de 2010, Marcos Froeschlin, Gerente de Resíduos Sólidos do SAMAE.
  • 5. 5 2. Objetivos 2.1 Objetivo Geral: Criar uma ferramenta utilizando uma rede social digital, através de um twitter sobre reciclagem de lixo em Blumenau SC, focando na coleta seletiva de lixo na cidade. 2.2 Objetivos específicos: a) Trazer informações utilizando o twitter RECICLA BLUMENAU com elementos sobre coleta seletiva de lixo, reciclagem e preservação do meio-ambiente; b) Expor a praticidade da comunicação através da internet, destacando o tema escolhido, através do twitter, utilizar outras ferramentas de apoio para informar sobre o assunto; c) Revelar as possibilidades que o twitter oferece sobre meio ambiente, destacar ações que levem a conscientização do tema escolhido; d) Relatar a construção do Twitter, alimentação de informações acerca do tema, divulgação entre os twitteiros, seguidores e seguidos; e) Revelar o desafio de informar os internautas através de uma ferramenta que permite apenas a publicação de cada informação com no máximo 140 caracteres, tomando como referência o RECILA BLUMENAU.
  • 6. 6 3. Fundamentação Teórica 3.1 Novas Mídias As novas mídias surgem como uma maneira de se diferenciar das mídias tradicionais, tais como televisão, rádio e jornal impresso. As novas mídias definem- se por novas tecnologias e métodos de comunicação. As mídias inseridas dentro da internet se multiplicam e mudam a cada dia, a cada hora. Indo por este caminho, novas perspectivas são abertas para os indivíduos, tanto para sua inserção econômica quanto para o exercício da cidadania (PICKERING apud SANTOS, 2007). Alguns autores compreendem as novas mídias como relativamente novas, uma vez que mídias hoje consideradas convencionais, tais como rádio e televisão, em outra época já foram consideradas novas, Manovich afirma que: Em vez de reservar o termo “novas mídias” para nos referirmos aos usos culturais das presentes tecnologias do computador ou redes de computadores, alguns autores sugeriram que todas as mídias modernas e as tecnologias de comunicações passam por sua “etapa de nova mídia”. Em outras palavras, em algum momento, a fotografia, o telefone, o cinema, a televisão, foram “novas mídias”. (MANOVICH, 2001, p. 37) De acordo com a compreensão corrente, as novas mídias estão vinculadas ao uso do computador para distribuição e exibição de informações. Manovich (2001) aponta como relevante e central na caracterização das novas mídias não apenas a função do computador na distribuição e exibição de informações, mas também na produção de conteúdos de mídia. O autor sugere que estaríamos no meio de uma revolução das novas mídias, cujo impacto já pode ser observado. De acordo com Manovich ( apud SANTOS, 2001): Essa nova revolução é seguramente mais profunda que as anteriores e nós estamos apenas começando a registrar seus efeitos iniciais. De fato, a introdução da prensa afetou apenas um estágio da comunicação cultural – a distribuição de mídia. Da mesma forma, a introdução da fotografia afetou apenas um tipo de comunicação cultural – imagens estáticas. Em contraste, a revolução da mídia do computador afeta todos os estágios da comunicação, incluindo a aquisição, manipulação, armazenamento e distribuição; ela também afeta todos os tipos de mídia – textos, imagens
  • 7. 7 estáticas, imagens em movimento, som e construção de espaços (MANOVICH apud SANTOS, 2001, p. 19) As transformações que acontecem quando uma mídia nova surge podem ser por vezes assustadoras, a história mostra que quando um novo mecanismo de mídia surge o antecessor com a mesma potência sente-se ameaçado. Foi assim quando o rádio ameaçou o jornal impresso, ou quando a televisão intimidou o rádio, mas o tempo comprovou que há espaço para todos. Tendo em vista essa nova fase, que proporciona uma interatividade nunca antes experimentada é necessário observar de perto os efeitos que ela vai produzindo, pois a tecnologia atual permite um salto na história das mídias. A mudança das mídias convencionais para as novas mídias é cada vez mais constante. As pessoas físicas, empresas e organizações cada vez se utilizam mais das mídias eletrônicas e consecutivamente das novas mídias para se conectarem aos seus contatos e clientes. Há 10 anos autores como Wilson Dizard já notavam as mídias eletrônicas como promessas de veículos cada vez mais fortalecidos nas comunicações. A mídia de massa é uma pequena parte das instituições sociais e econômicas que estão sendo moldadas por essa mudança. Os bancos e outras organizações financeiras, por exemplo, dependem quase que totalmente das novas ligações computador/comunicações. O setor da mídia apenas começa a alcançá-los. Cada vez mais, ela vê seu futuro papel como o de um provedor eletrônico de produtos de informação e entretenimento. (DIZARD, 2000, p.56) A conexão permitida pelas novas mídias proporciona um contato único com o receptor, o papel de provedor citado no texto acima, representa apenas uma parte do que realmente pode ser explorado com o forte laço de conectividade. Estas novas ligações proporcionam além de um contato mais próximo e íntimo, uma maior captação de preferências e interesses que podem ser pesquisadas e analisadas pelos meios eletrônicos. Para Ferrari (2004), existem dois pontos fundamentais na diferença das mídias tradicionais e das novas mídias. As tradicionais buscam alcançar uma grande quantidade de pessoas e assim agradar oferecendo um determinado tipo de conteúdo, já a mídia digital busca atingir o indivíduo multimídia, aquele que sabe o tipo de notícia que procura e com preferências editorias específicas.
  • 8. 8 A grande diferença entre mídia tradicional impressa e a digital passa pelo seguinte conceito: a tradicional tem como objetivo falar com uma grande quantidade de pessoas; oferecer conteúdo jornalístico capaz de agradar, por exemplo, mais de um milhão de assinantes da maior revista semanal brasileira. Ou, no caso da TV, de propagar um programa de entrevistas, de auditório ou mesmo jornalístico para todos os lares brasileiros. (FERRARI, 2004, p.53) Seguindo este conceito cabe ainda destacar que a mídia tradicional apresenta seu produto como um negócio já consagrado, deste modo já tem seu público definido, visando assim a produção de conteúdos homogêneos que alcance o maior número de receptores possível. Pollyana Ferrari ainda faz um contraponto entre a mídia tradicional e a digital, com comentários sobre os avanços da tecnologia para o jornalismo. A mídia digital, nascida graças aos avanços tecnológicos e à solidificação da era da informação, consegue atingir o indivíduo digital – um único ser com suas preferências editoriais e vontades consumistas, um cidadão que cresceu jogando videogame e interagindo com o mundo eletrônico. Os jovens entre 18 e 25 anos são hoje potencias consumidores da nova mídia interativa. (FERRARI, 2004, p.53) Deste modo compreende-se que as novas mídias nascem da evolução dos mecanismos tecnológicos de comunicação. Essas novas ferramentas são utilizadas para atingir cada vez mais um número significativo e diversificado de receptores. Porém nos casos das mídias digitais acontece de forma diferente, busca-se atingir um público mais fiel e com preferências evidentes. 3.1.1 Redes Sociais Digitais Com a evolução das novas mídias, os estudos ao seu respeito também foi ganhando espaço. Dentro desta nova proposta midiática surgem as redes sociais digitais. O crescimento dos usuários que utilizam estas redes cresce na medida em que novas redes surgem e evoluem, como veremos neste trabalho. O estudo sobre as redes sociais demonstra que sua análise e pesquisa vêm muito antes das redes sociais na internet. De acordo com Recuero,
  • 9. 9 Os primeiros passos da teoria das redes encontram-se principalmente nos trabalhos do matemático Ëuler que criou o primeiro teorema da teoria dos grafos. Um grafo é uma representação de um conjunto de nós conectados por arestas que, em conjunto, formam uma rede. (RECUERO, 2009, p. 2) Se analisarmos a teoria de Euler, é possível notar que somos cercados por estas redes. Os nós formados no local de trabalho, podem estar conectados os nós formados pelos amigos particulares, que pó sua vez se conectam com outros nós representados pelos familiares e assim formando uma rede. Conforme Lèvy (2000, p. 36) redes sociais são um conjunto de nós interconectados, onde as pessoas são os nós e os laços sociais, as conexões. Os laços sociais são compostos de interações. Uma interação repetitiva gera um laço social. Existem dois tipos de laços sociais: Os fortes, quando há proximidade, em que as pessoas interagem e confiam umas nas outras, nas informações repassadas. E os fracos, onde há um menor grau de confiança, ou seja, não há tanta confiança e credibilidade no conteúdo e na interação. Estes graus de proximidade podem ser calculados em quantidade de interações, às vezes mais outras menos. Porém a qualidade, desta confiança em que o autor se refere é por vezes difícil de ser contabilizada, uma vez que a confiança pode ser relativizada. Portanto a conexão existente entre as redes pode ser diluída ou fortalecida, dependendo da confiança depositada em cada um dos nós. Ainda na “Teoria dos Nós”, Castells (1999) afirma que a rede pode se multiplicar de forma ilimitada. Depende de como os atores se integram e expandem interesses em comum. Para o autor, redes são estruturas abertas capazes de expandir de forma ilimitada, integrando novos nós desde que consigam comunicar- se dentro da rede, ou seja, desde que compartilhem os mesmos códigos de comunicação. Prova destas integrações são as redes que geram um grau de interesse expressivo, como por exemplo, uma rede de interesses de uma comunidade, quanto maior o grau de cumplicidade dos nós maior sua interatividade. Segundo Recuero (2009), as redes podem ser definidas como um conjunto de dois elementos, sendo um deles os atores, que seriam as pessoas, instituições ou grupos, sendo estes os nós da rede. E as conexões, que seriam as interações e os laços sociais.
  • 10. 10 Uma rede, assim, é uma metáfora para observar os padrões de conexão de um grupo social, a partir das conexões estabelecidas entre os diversos atores. A abordagem da rede tem, assim, seu foco na estrutura social, onde não é possível isolar os atores sociais e nem suas conexões. (RECUERO, 2009, p. 23) Os estudos das estruturas das redes sociais na internet são relativamente recentes, alguns autores concordam que as topologias das redes sociais são constituídas através dos laços sociais estabelecidos pelos atores presentes nas redes. Exemplo disso é o trecho do estudo realizado por Recuero (2009): Augusto de Franco (2008) aponta que as topologias são essenciais para a compreensão das redes sociais. Para ele, assim como para outros autores, a metafora da rede é essencial justamente por possibilitar a percepção de topologias mais ou menos eficientes para a ação dos gruppos sociais. Franco parte de um memorando de Paul Baran (1964) para discutir que as redes sociais possuem três topologias básicas possíveis: distribuida, centralizada e desentralizada. (apud RECUERO, 2009, p. 56) Embora as redes sociais e os sites de redes sociais na internet se confundam, é importante ressaltar a diferença entre eles, os sites de redes sociais são o espaços virtuais para a expressão das redes sociais na internet, onde os atores se comunicam mediados por um computador. (RECUERO, 2009, p. 52). As redes sociais na internet tem sido amplamente utilizadas, algumas são mais conhecida e usadas em algumas partes do mundo, as redes sociais digitais usadas para fins particulares, acabaram ficando popularmente chamadas de “página de perfil”, como é o caso do Orkut, a rede social digital mais usada no Brasil, lá os atores postam recados, fotos, vídeos e existe também uma ferramenta que oferece ao usuário expor todos os dadosparticulares, um verdadeiro perfil, com espaço para apontar desde sua comida preferida até o local de trabalho. A lista de redes sociais na internet cresce a cada dia, algumas das mais conhecidas e utilizadas são: Orkut, Fotolog, Flickr, Facebook, Myspace, Twitter e Plurk. Por atingir um sem número de usuários, as redes sociais digitais estão servindo de veículo para difundir informação, elas representam um canal interativo onde a informação é oferecida, distribuída e dividida pelos internautas. Outro elemento que é característico das redes sociais na internet é a sua capacidade e difundir informações através das conexões existentes entre os atores. Essa capacidade alterou de forma significativa os fluxos de
  • 11. 11 informação dentro da própria rede. O surgimento da Internet proporcionou que as pessoas pudessem difundir informações de forma mais rápida e mais interativa. Tal mudança criou novos canais e, ao mesmo tempo, uma pluralidade de novas informações circulando nos grupos sociais. (RECUERO, 2009, p. 116) As redes sociais se tornaram um mecanismo de descoberta e nteração praticamente sem limites na internet. A troca de informações através da ferramenta tem despertado a atenção e a curiosidade dos usuários, a possíbilidade de partilhar estas informações entre os usuários da redes sociais digitais faz com que seu uso se torne cada vez mais pluralizado. A circulação de informação através das redes sociais é evidente, em São 2 Paulo, maior cidade da América Latina, os flashmobs são frequentes. A notícia avisando do encontro circula na rede e em poucas horas a aglomeração dos usuários acontece no local previamente determinado pelo flashmob, que foi recebido pela internet e muitas vezes acessado pelos aparelhos móveis. O primeiro flash mob no Brasil aconteceu em São Paulo no dia 4 de abril de 2009, denominado "International Pillow Fight Day" - o Dia Mundial da Guerra de Travesseiros, o encontro foi organizado pela internet e reuniu cerca de 500 pessoas no Parque do Ibirapuera3. 3.1.2 Blogs e web blogs Em meio às tantas ferramentas jornalísticas presentes na rede, os blogs e web blogs surgem como um elemento praticado com freqüência. Segundo Blood (2000), blog é um formato típico de produção e disponibilização de conteúdo na web caracterizado pela apresentação de informações em ordem cronológica inversa e também da possibilidade de listar links que apontem para sites similares ou sugeridos. Enquanto formato, o blog tem sido apropriado para as mais diversas finalidades (apud AMARAL, RECUERO E MONTARDO, 2008, p. 29). 2 Flashmob: é a abreviação em inglês de “flash mobilization”, que traduzido para o português quer dizer mobilização instantânea ou temporária, geralmente organizada através de celulares e internet, na maioria das vezes sem um propósito claro. 3 Disponível em http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL1087883-5605,00.html Acesso em 29/05/2010.
  • 12. 12 De acordo com Zago (2008), em sua tese: “O Twitter como suporte para produção e difusão de conteúdos jornalísticos”, os blogs têm formato dinâmico e facilmente podem ser renovados. A autora ainda destaca a característica do micro conteúdo existente nos blogs e seus semelhantes. Os formatos presentes nos blogs podem ser facilmente modificados, inclusive com a possibilidade de personalização, como por exemplo, o lay-out de um blog pode apresentar fotos do usuário no fundo de tela, ou até mesmo proporcionar a quem acessa a página um som ou música previamente selecionada pelo blogueiro. Além do formato de publicação em ordem cronológica inversa, os blogs se caracterizam pela publicação de micro conteúdo, ou seja, conteúdo voltado para as especificidades da leitura na tela de um computador, diferentemente de outros formatos como portal, a unidade de conteúdo do formato blog é o post, e não a página. (ZAGO, 2008, p.3) O conteúdo de um blog geralmente é apresentado de maneira simplificada ou exemplificada, tanto pode ser um blog com intuito de diário, ou com intenção de contar as novidades. Pequenas lojas ou comerciantes se utilizam da ferramenta blog para estreitar os laços com as clientes, nos blogs são postadas, por exemplo, fotos das mercadorias recém chegadas, uma maneira de chamar a atenção para as compras. Segundo Zago (2008, p.3), o formato blog originou outros diversos formatos, como o fotolog em que as imagens e fotografias são o conteúdo principal, os videologs onde os vídeos predominam, os audioblogs em que os arquivo de áudio prevalecem, e os moblogs, blogs atualizados por dispositivos móveis, como o celular. Estas variações existentes a partir dos blogs podem ser consideradas oriundas da diversificação que o formato blog apresenta. A partir dele as possibilidades de execução de mecanismos como vídeo, imagens e áudio são aplicadas e assim servindo como um apoio ao texto postado no blog e seus variáveis. 3.1.3 Microblogs Seguindo a tendência dos blogs, os aplicativos ganharam ainda mais elementos, tendo em vista a facilidade de seu uso, surgiu a necessidade de
  • 13. 13 diminuir o formato, porém sem tirar as características da ordem inversa e da simplificação da mensagem. Acompanhando a linha dos blogs, em 2006 surgiram na Califórnia os microblogs. Além dos blogs, surgiram há dois anos, na Califórnia, os microblogs, criados por um grupo de amigos com o objetivo de compartilhar suas rotinas – um deles, Evan williams, que foi o criador de Bloogger. A principal ferramenta do gênero é o Twitter, no qual cada usuário tem uma rede de amigos, que recebem automaticamente as postagens de seus contatos em mensagens curtas de até 140 caracteres, podendo ser enviadas e lidas pela web, por programas de mensagens instantâneas (MSN Messenger) ou por telefone celular. (AMARAL, RECUERO e MONTARDO, 2009, p. 171) Os microblogs podem ser considerados blogs de forma mais simplificada, a idéia da ordem cronológica invertida e outras características dos blogs ainda permanecem neste formato. O que se destaca no microblog é o tamanho da postagem, no twitter, por exemplo, a quantidade de caracteres presentes em cada atualização não pode passar de 140. (ZAGO, 2008, p.3) A adoção dos microblogs por meios de comunicação on line foi rápida. Surgiu como uma maneira de chamar a atenção para as manchetes, e guiar o leitor até o texto original. (AMARAL, RECUERO e MONTARDO, 2009, p. 269). Além de chamar a atenção do leitor através da manchete o microblog também pode ser utilizado como pílulas de informação, numa frase podem conter informações básicas para o receptor entender o que é o fato, onde ocorreu e por que. Com links, notas curtas e atualizações contínuas, prende a atenção do internauta para as reportagens de maior fôlego e contextualizadas que serão exploradas nas edições online ou impressas. Essas pequenas “pílulas” de notícias curtas vão construindo um nó de informações que pode desencadear na expectativa para a leitura das matérias jornalísticas mais aprofundadas sobre o tema em foco do dia. Por isso, talvez, se deva a adoção rápida dos microblogs por jornais online consagrados, como The New York Times e BBC, que perceberam que surgia um novo fenômeno na internet com características apropriadas para “chamadas” de suas notícias principais. (AMARAL, RECUERO e MONTARDO, 2009, p. 269) É interessante notar a evolução dos microblogs em relação aos usuários. Assim como os blogs, considerados de caráter pessoal, foram ganhando espaço e força e acabaram conquistando os meios de comunicação mais conhecido s e reconhecidos do mundo, como é o caso de jornais como os citados no texto acima.
  • 14. 14 A conquista do twitter sob os meios tradicionais de comunicação pode ser comprovada acessando a plataforma e procurando o nome do veículo que se queira encontrar. O que talvez ainda não tenha acontecido é uma melhor exploração dos veículos no que diz respeito à receptividade dos twitteiros, a maioria dos twitters consagrados de notícias, estão mais preocupados em dar a notícia do que interagir com o internauta. (TORDIVELLI, 2010, p. 9) A busca pelo leitor através das manchetes possibilitadas pelos posts do twitter, já é facilmente percebida. Porém o que ainda não está totalmente sendo explorado é o mecanismo que a ferramenta oferece, a possibilidade do espaço aberto para ouvir o que o leito tem a dizer. 3.1.3 Twitter O Twitter foi fundando como um projeto da empresa norte americana Odeo, por Jack Dorsey, Biz Stone e Evan Williams, em 2007. Um de seus fundadores, Stone, foi funcionário da Google, e participou do desenvolvimento do Blogger, outro serviço de mídia social de grande repercussão. (NEIVA, 2009, p.19-13) Em vídeo explicativo de como aconteceu a criação do twitter Evan Willians o co-fundador do twitter conta que ainda em 2006 a plataforma era um projeto paralelo de sua empresa Odeo. “Devemos seguir nossos instintos mesmo quando você não consegue necessariamente justificá-los ou mesmo saber aonde eles vão te levar”4. Conforme Mischaud (2007), a popularidade do Twitter começou a crescer a partir de março de 2007. (apud ZAGO, 2008, p. 4). Semelhante ao blog, ele ficou particularmente conhecido como microblog, e difundiu-se rapidamente na rede. Durante a Twitter´s Chirp, conferência do Twitter para desenvolvedores que aconteceu nos dias 14 e 15 de abril deste ano em San Francisco (EUA), Biz Stone, co-fundador do site, apresentou algumas estatísticas. Entre os dados divulgados está o número total de usuários cadastrados até a data, que era de mais de 105 milhões. O Twitter anunciou ainda que 300 mil novos perfis são criados diariamente 4 Disponível em http://www.tradeblog.com.br/2009/09/01/evan-willians-revela-como-nasceu-o-twitter/ Acesso em 02/06/2010.
  • 15. 15 e que o site recebe 180 milhões de visitantes únicos por mês. O número de usuários ativos não foi divulgado. 5 Em pesquisa realizada entre os dias 16 de outubro e 16 de dezembro de 2009, O Instituto Sysomos analisou o perfil de 13 milhões de usuários ativos do Twitter. A pesquisa revelou que a rede social reúne no Brasil o segundo maior grupo de usuários. Ficando atrás apenas dos Estados Unidos, que soma cerca de 50% do total de membros ativos do serviço de microblogs. De acordo com a pesquisa do instituto, especializado em análises de redes sociais, os brasileiros representam 8% do total de usuários do Twitter, contra apenas 2% registrados em junho passado. Deste modo, os brasileiros representam a segunda população mais ativa da rede social, a frente da Grã-Bretanha (7,2%), Canadá (4,3%) e Alemanha (2,49%). 6 No dia 12 de maio de 2009, o site www.twittercentral.com.br lançou o primeiro Censo do uso do Twitter no Brasil. O objetivo é coletar dados estatísticos para uma aproximação demográfica da Twittosfera no Brasil7. A pesquisa não tem data prevista para término. Nossa meta é atingir cerca de 70mil respostas, acreditamos ser um número muito baixo comparado ao universo do Twitter no Brasil. Segundo o Ibope, o Twitter no Brasil possui 3,5 milhões de usuários. Mas afinal, onde estão todos esses usuários? Acreditamos que seja uma afirmação errônea e não ultrapasse 200/300 mil usuários. A medição do IBOPE Nielsen Online registra apenas quem acessou o serviço, seja ele usuário ou não, então o objetivo do nosso Censo 8 é mostrar realmente quais e quantos são os usuários do Twitter no Brasil. A participação na pesquisa pode ser feita por qualquer pessoa ou empresa que utilize o Twitter, o processo é simples, são oito tópicos a serem preenchidos e pode ser acessado através da URL: http://twittercentral.com.br/censo/. Os resultados parciais da pesquisa também podem ser acessados a qualquer momento pelos usuários, para isso só é necessário seguir os links: Resumo gráfico: http://migre.me/1EGY , e resultados em tempo real: http://migre.me/1EJ4. 5 Disponível em http://tecnologia.ig.com.br/noticia Acesso em 02/06/2010. 6 Idem 7 Disponível em http://twittercentral.com.br/140br-censo-de-uso-do-twitter-no-brasil/ Acesso em 02/06//2010. 8 Idem
  • 16. 16 A adaptação do jornalismo para formatos de tamanhos diminuídos na internet tem se evidenciado. “... a utilização de microblogs como o Twitter como ferramenta jornalística tem aos poucos se consolidado, em decorrência da versatilidade do sistema de publicação em um microblog.” (ZAGO, 2008, p. 7) A facilidade e a mobilidade têm sido papel fundamental na popularidade do Twitter. De acordo com Aguiar (2009) “A postagem de mensagens sobre o clima, o trânsito, acidentes e fenômenos naturais dá ao site um caráter de utilidade pública”. Por ter a instantaneidade como principal característica, o Twitter desponta como ferramenta de interação imediata e apresenta ainda a possibilidade da mesma mensagem correr rapidamente por diversas redes ao mesmo tempo. A possibilidade de comunicação entre os usuários através dos mecanismos de interação o assemelha a um mensageiro instantâneo. Em todas essas funções, a necessidade de comunicação está claramente expressa. A veiculação desses conteúdos em tempo real e de qualquer lugar mantém os usuários do site informados e interconectados, recebendo e enviando mensagens sobre os assuntos e acontecimentos que mais lhes interessam. (AGUIAR, 2009, p.4) O Twitter é uma plataforma de comunicação que permite aos usuários escrever e ler mensagens com até 140 caracteres. A essência básica da ferramenta consiste numa página de recados, onde os participantes, chamados de twitters ou twitteiros, podem criar uma rede social digital e acompanhar as atualizações das pessoas de sua rede, os participantes da rede são denominados de seguidores e seguidos. O Twitter é estruturado com seguidores e pessoas a seguir, onde cada twitter pode escolher quem deseja seguir e ser seguido por outros. Há também a possibilidade de enviar mensagens em modo privado para outros usuários. A janela particular de cada usuário contém, assim, todas as mensagens públicas emitidas por aqueles indivíduos a quem ele segue. Mensagens direcionadas também são possíveis, a partir do uso da “@” antes do nome do destinatário. Cada página particular pode ser personalizada pelo twitter através da construção de um pequeno perfil. (RECUERO, 2009, P. 174) A partir do momento em que o internauta começa fazer parte da rede ele já pode se conectar aos demais participantes. Ao ingressar no twitter a pessoa pode ser seguidor de quem quiser e automaticamente fica sabendo de tudo que as pessoas vêm ou fazem, caso seja feita uma postagem no respectivo microblog. O twitter parte de uma pergunta básica a ser respondida como minipost:
  • 17. 17 “What are you doing ?”, traduzido para o português: “O que você está fazendo ?”, na janela da resposta, como já foi citado, pode ser publicado de cada vez um texto com no máximo 140 caracteres9. Embora o twitter tenha atingido um número considerável de participantes no Brasil a apresentação e o lay-out da rede social ainda não têm tradução para o português. Criar uma conta no twitter é simples, basta acessar na sua página, www.twitter.com, no link em verde: “SIGN UP NOW”. Em seguida basta digitar primeiramente o nome, depois o nome ou apelido de preferência para o login, escolher a senha, adicionar um e-mail para contato, e digitar os caracteres que aparecem na figura a fim de evitar possíveis fakes. Com a página básica pronta o usuário pode modificar e personalizar as cores, fundos e fontes da estrutura. Clicando no link “Find accounts and follow them”, em português, “encontre contas e as siga”, é possível acessar outros atores participantes da rede e tornar-se seguidor, da mesma forma estará disponível para ser acessado e seguido. A partir daí surgem o envio e troca de mensagens, que podem ser diretas ou indiretas. As mensagens que se destinam para uma pessoa específica, “são possíveis a partir do uso do @ antes do nome do destinatário.” (RECUERO, 2009, p.173) Dentro das opções de ferramentas disponibilizadas na plataforma ainda estão presentes o reply (resposta pública a uma postagem, como um comentário de blog), a direct message (mensagem direta e particular) e o retweet (republicação de uma postagem). Dentre os três recursos, o retweet é o mecanismo responsável pela disseminação de links e mensagens, ele permite a ponte entre redes diferentes. Retweetar significa receber uma postagem e republicá-la em sua própria rede, assim os outros contatos presentes na rede também podem fazer o mesmo e a mensagem pode se disseminar por incontáveis vezes10. O tempo real e instantâneo das postagens e do recebimento das mensagens no twitter é um dos diferenciais que destaca o serviço. Em entrevista a “Revista Unimed Blumenau”, o comunicador multimídia Marcelo Tas destaca esta característica para definir o twitter. Ele está entre as 10 pessoas mais seguidas no Brasil, no dia 07 de junho de 2010 contabilizava 594.690 followers. 9 Observação direta desta pesquisadora. Disponível em: www.twitter.com Acesso em: 31 mar. 2010. 10 Idem
  • 18. 18 É uma maquina de cutucar corações e mentes na velocidade da luz. O limite é a sua imaginação. Muita gente acha que o limite do twitter são 140 caracteres, mas acho que com poucas palavras você pode contar uma história ou anexar um link com vídeo ou texto. Acho também que o twitter é uma máquina de captar. (TORDIVELLI, 2010, p. 9) Com os serviços de utilização simplificados o Twitter vem se consolidado em seu seguimento. Em Blumenau a ferramenta tem ganhado adeptos a cada dia, Twitters de serviços públicos podem confirmar seu crescimento, foi o caso do Twitter da Defesa Civil11, criado no dia 26 de abril de 2010, durante a ameaça da última enchente na cidade. Nos dois primeiros dias, o serviço contabilizou a adesão de mais de 800 participantes em sua rede. A intenção dos usuários era de acompanhar a constante atualização com informações a respeito do nível do Rio Itajaí-Açu, podendo assim tomar precauções sobre os efeitos da possível enchente, que acabou não acontecendo. 3.2 Comunicação e Meio Ambiente 3.2.1 O meio ambiente na mídia A preocupação social com o meio ambiente é recente se comparada com a idade do planeta Terra, 4,6 bilhões de anos. Segundo Brügger (2004), os movimentos ecológicos eram praticamente inexistentes antes da década de 1960, e no Brasil emerge a partir da década de 1970. Parte desta expansão pode se atribuir ao fato de que na década de 60 os veículos e meios de comunicação também evoluíram e puderam destacar o assunto, de acordo com o crescimento das mídias o meio ambiente também ganhou seu destaque. A emergência da questão ambiental, em nível global, é historicamente nova. Historicamente novas são também as tentativas globais de conscientização ambiental, mas a questão ambiental sempre esteve associada, como não poderia deixar de ser, a fatores econômicos, políticos e culturais, entre outros. Assim, as preocupações que antes ocorriam sob a forma de focos 11 Disponível em http://twitter.com/DefesaCivilBNU Acesso em 23/05/2010.
  • 19. 19 isolados deram lugar a movimentos planetários de caráter social, sendo o “movimento ecológico” um exemplo. (BRÜGGER, 2004, p. 30) O foco da mídia para a questão ambiental não está presente há muito tempo, os fatores políticos e econômicos ajudaram a expor os problemas ambientais, porém com focos isolados. Com o tempo a questão ambiental foi conquistando seu espaço e ganhando força. Na década de 80 surgem editorias nos meios de comunicação brasileiros específicas para assuntos ambientais ou ecológicos. Erbolato (1981) defende a idéia de que a denúncia pelos meios de comunicação referente aos efeitos nocivos ao meio ambiente deve ser urgente e amplamente difundida. O meio ambiente tem pressa, pois sofre com os efeitos nocivos que recebe da humanidade, existe inúmeras maneira de difundir a idéia da preservação, um exemplo disso é noticiá-la. Jornalisticamente, devem ser feitos levantamentos e denuncias de tudo quanto prejudique a vida humana, seja na cidade, seja nos campos, a ser impedida a fabricação de produtos que possam causar a destruição de animais. Talvez seja essa, hoje, uma das mais prioritárias missões que se possa atribuir a imprensa, pois se tudo caminhar como atualmente, é difícil saber o que acontecerá dentro de um ou dois decênios. (ERBOLATO, 1981, p.154) Na atual realidade a mídia se tornou uma aliada para que se possa compreender melhor todo e qualquer assunto. Em sites de pesquisa, como por exemplo, o Google12, facilmente se pode obter pesquisas, dados e informações. E quando o que interessa é um aprofundamento sobre algum determinado tema, é só digitar as palavras chaves em algum site de busca na internet e surge um verdadeiro bombardeio com links que levam a inúmeros outros sites. Assim acontece se a palavra meio ambiente for digitada. Porém a disseminação da informação pela mídia nesse determinado tema ainda não é de fato relevante. O meio ambiente ainda não parece ser um fato relevante na mídia atual, não se vê com facilidade programas relacionado ao assunto e o abordando de uma forma ambiental. 12 Observação Direta, Disponível em: www.google.com.br Acesso em: 08 mai 2010.
  • 20. 20 Na era da informação, na Idade Mídia, em que os profissionais da comunicação pertencem ao que se convencionou chamar de Quarto Poder, meio ambiente ainda é uma questão periférica, porque não alcançou o sentido mais amplo, que extrapola a fauna e a flora. O interessante é que esse sentido mais amplo está na origem d expressão “meio ambiente”, que reúne dois substantivos redundantes: meio (do latin mediu) significa tudo aquilo que nos cerca, um espaço onde nós também estamos inseridos; (TRIGUEIRO, 2005, p.288) O autor chama atenção para o sentido real a palavra meio ambiente, que acaba sendo muito abrangente e generalizado. A palavra em sua origem semântica acaba tendo uma conotação simplificada demais, é preciso analisar profundamente o que ela realmente quer dizer e o que de fato representa. ...enquanto ambiente é uma palavra composto por dois vocábulos latinos – a preposição amb (o) (ao redor, à volta) e o verbo ire (ir). Ambiente, portanto, seria tudo que vai à volta. Mas dizer que meio ambiente é tudo seria simplificar demais a questão. Uma das boas definições é aquela que meio ambiente “é um conjunto de fatores naturais, sociais e culturais que envolvem um indivíduo e com os quais ele interage, influenciando e sendo influenciado por eles.” (TRIGUEIRO, 2005, p.288) Deste modo fica mais claro compreender o que de fato representa a palavra meio ambiente e o que ela envolve, além de significar somente um vocábulo. André Trigueiro (2005) relata em seu livro, que o espaço oferecido ao meio ambiente pelos meios de comunicação é pequeno, a notícia factual é o que move a mídia. Neste quadro o meio ambiente não se encaixa com facilidade uma vez que os impactos ambientais demoram cerca de 50 ou 100 anos para se concretizar. Mencionando a mídia eletrônica o autor destaca a volatilidade do tempo da notícia. “O timing do noticiário, portanto, é acelerado, e com a evolução das tecnologias na área da comunicação tende a ser cada vez mais instantâneo e interativo”. (TRIGUEIRO, 2005, p.290) É possível ainda analisar a relação da idade do planeta Terra com o tempo de duração de um programa de notícias. A comparação exemplifica a pressa da instantaneidade e interatividade necessárias num noticiário e o tempo sem demora da evolução do planeta. No tempo histórico, num planeta de 4,6 bilhões de anos, um século voa. No tempo do noticiário, como já vimos, o prazo de validade das notícias se esgota normalmente em um dia. A questão aqui parece ser a seguinte: numa sociedade cada vez mais imediatista (na qual o prestígio da informação on line só faz crescer), o que vai acontecer daqui a algumas
  • 21. 21 décadas tem cada vez menos importância. Algumas questões, como a escassez crescente de água, a progressão geométrica do volume de lixo e o ritmo acelerado e desertificação do solo, tornam-se menos interessantes se comparadas com outros assuntos que têm o apelo factual, que se resolvem numa escala de tempo bem definida e que respondem aos interesses imediatistas de quem consome noticia. (TRIGUEIRO, 2005, P. 290) A relação do tempo com os períodos de acontecimentos em eventos da natureza também e explorada. O factual tem um poder maior nas notícias do que um evento natural que demora anos ou séculos para se concretizar, talvez esse um dos grandes motivos para a mídia desprezar certas notícias relacionadas ao meio ambiente. A função da mídia de noticiar os problemas e as soluções relacionadas com a preservação do meio ambiente é evidente, mas há o outro lado, a responsabilidade que os órgãos têm de municiar os veículos de comunicação com informações, dados e ações relacionadas com o tema. Notamos esta preocupação nas palavras de Philippi Jr. et. al. (1999). A comunicação social é um dos instrumentos mais valiosos para a obtenção de apoios institucionais, sociais, políticos e financeiros para projetos de responsabilidade do órgão ambiental. A informação correta e confiável, a divulgação adequada de indicadores de qualidade ambiental, a demonstração de resultados efetivamente obtidos em parcerias institucionais e com a participação da sociedade, criam clima propício para a importância das ações desenvolvidas, e freqüentemente revertem em beneficio para o andamento dos planos, programas e projetos do sistema de gestão ambiental. Cabe, pois, à administração instrumentalizar, de forma adequada, o fornecimento de informações e a comunicação social da instituição. (PHILIPPI JR. et al., 1999, p. 53) Deste modo fica claro a importância da participação tanto dos jornalistas em relatar as notícias, como também das assessorias de empresas e profissionais responsáveis por disseminar a informação através da imprensa, fazendo assim um trabalho em conjunto em prol do meio ambiente. O papel da mídia para informar sobre o meio ambiente é de fundamental importância, Erbolato (1981), desta forma entendemos que quanto maior for a participação dos jornalistas em se preocuparem com esta questão maior também será o envolvimento dos receptores da notícia.
  • 22. 22 3.2.2 Coleta Seletiva e Reciclagem A coleta seletiva de lixo e a reciclagem ganham cada vez mais espaço na importância sobre meio ambiente, porém ainda não estão suficientemente difundidos, “...dos mais de cinco mil e quinhentos municípios brasileiros, mais de cinco mil convivem com os problemas de lixões operados de forma inadequada.” (PHILIPPI JR. et. al.,1999, p. 23). De acordo com o artigo de Alexandre Spatuzza na Revista Sustentabilidade13 “o Brasil gerou 8% mais lixo em 2009, mas a coleta seletiva estacionou”. O texto também aponta que segundo o Panorama de Resíduos Sólidos de 2009, apresentado em 26 de maio de 2010, a geração de resíduos atingiu 57 milhões de toneladas em 2009, 7,7% acima do volume gerado em 2008, enquanto o volume coletado aumentou 8%, chegando em 50 milhões de toneladas no ano. O incremento na geração de resíduos é resultado do aumento de renda e do crescimento econômico, neste ano a população cresceu cerca de 1%. Segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública, ABRELPE, cada brasileiro gerou em média 1,15 kg por dia, no ano passado, 6,6% mais do que em 2008. (SPATUZZA, 2010). Assim é visível que ganhando mais o brasileiro gasta mais, gerando assim um volume de lixo maior, e em contraponto colaborando mais para a contaminação e acumulo de resíduos, que poderiam ser evitados se houvesse maior conscientização do problema. Em entrevista para a Revista Sustentabilidade, o Diretor Executivo da ABRELPE, Carlos Roberto Vieira alertou para o problema da falta de políticas públicas para a gestão de resíduos, ele diz que a coleta seletiva continua sendo implementada por iniciativas pontuais por empresas ou entidades e ações informais. “O resultado disso é que o setor de reciclagem não avançou muito entre 2008 e 2009”. Devido a estes aspectos a falta de avanço no setor impediu as empresas de gerenciamento de resíduos de investirem em novas tecnologias de reciclagem e abrirem novos negócios, uma tendência mundial no setor. (SPATUZZA, 2010). 13 Disponível em: www.revistasustentabilidade.com.br Acesso em: 27 mai. 2010.
  • 23. 23 O incentivo privado para campanhas de conscientização e apoio para reciclagem é importante, porém não é suficiente, ainda falta muito para que o Brasil avance na questão de políticas públicas que destaque a questão da coleta seletiva e reciclagem. Segundo Vieira, as regiões que mais se desenvolveram foram as regiões Sul e Sudeste, pois aumentaram seus índices de destinação correta para 76,2% de 67,4% e para 78,7% de 73,4% respectivamente por meio de políticas convencionais de gestão de resíduos. “A região Sul é a que mais está próxima de destinar todo seu lixo adequadamente, pois lá faltam cerca de 5.500 toneladas diárias, o que pode ser resolvido com a construção de um o dois aterros sanitários”, conclui Vieira. (SPATUZZA, 2010). De acordo com o artigo, a região sul é a que mais se destaca na destinação correta do lixo, e não falta muito para o problema ser solucionado, com mais incentivo e informação, a adequação do sistema de coleta e armazenagem do lixo pode ser resolvida em pouco tempo. Um exemplo vem da cidade de Porto Alegre no RS. Na capital gaúcha a coleta seletiva e gerenciamento de resíduos já são trabalhados há mais de 20 anos, e não são apenas órgãos públicos e empresas que se empenham na causa, todos que residem na cidade estão envolvidos no processo, uma pesquisa organizada por Menegat e Almeida (2004) diz que: A coleta seletiva, iniciada em julho de 1990, recolhe materiais pré- separados espontaneamente pelos moradores e é executada semanalmente em todos os bairros. Desde sua implantação ate 1997, foram recuperadas mais de 15% dos resíduos secos produzidos. (MENEGAT, ALMEIDA, 2004 p. 222). Em Porto Alegre o gerenciamento de resíduos sólidos está obtendo resultados significativos através do Programa de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos – GIRS/POA (MENEGAT, ALMEIDA, 2004). A função do programa é diminuir a produção de lixo, a reciclagem e o reaproveitamento de resíduos sólidos, além de atividades de prestação de serviços. Segundo Menegat e Almeida (2004), neste programa além de diminuir a quantidade de resíduos dispostos nos aterros sanitários, a cidade também gerou renda a partir da reciclagem, mas para isso foi necessário implementar ações de educação ambiental e conscientizar a população da importância da separação do lixo.
  • 24. 24 3.2.3 Coleta Seletiva e Reciclagem em Blumenau O município de Blumenau possui 300 mil habitantes, estes distribuídos em uma área de 531 Km², sendo 36% área urbana e 64% área rural. De acordo com o Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto o SAMAE, em Blumenau a Coleta Seletiva de lixo atinge 1358 ruas de um total de cerca de 4.300 em toda cidade, ou seja, 31% das ruas do município recebem a coleta seletiva de lixo. São dez veículos que circulam pelas ruas e bairros coletando o lixo de segunda a sexta- feira.(FURTUNATO, 2010). O SAMAE é um órgão público responsável pelo tratamento de água e esgoto da cidade, e é encarregado também de fazer a coleta e dar destino ao lixo produzido no município, quem gerencia este processo é o setor de Resíduos Sólidos da autarquia. Em depoimento a esta pesquisadora, o Gerente de Resíduos Sólidos, Marcos Froeschlin, conta que o blumenauense produz uma média de 250 toneladas de lixo por dia, enquanto por mês são recicladas apenas 220 toneladas. Ou seja, o total reciclado por mês não equivale ao total recolhido do lixo em um dia de coleta. Aproximadamente apenas 4% do lixo seco recolhido por mês é reciclado pelo SAMAE. O SAMAE tem um objetivo traçado que é atingir 20% do que é possível ser reciclado do lixo domestico, ou seja, em torno de 24 toneladas por dia ou 544 toneladas por mês, sendo este valor um tanto quanto pequeno para o potencial de reciclagem que a cidade possui. (FURTUNATO, 2009, p.3) Ainda em depoimento para esta pesquisa, Froeschlin, explica que o SAMAE tem uma parceria com uma Associação de Catadores de Materiais Recicláveis, a RECIBLU. O acordo entre os dois é o seguinte: o SAMAE fornece toda a parte da funcionabilidade e logística, ou seja, os caminhões, os dois galpões onde o lixo é separado e armazenado, as máquinas que auxiliam na separação, esteira e prensa, e os demais materiais necessários para a seleção dos produtos. Em contraponto a RECIBLU entra com a mão de obra necessária para que o trabalho de coleta e separação aconteça. São 84 associados, sendo que 63
  • 25. 25 trabalham diretamente na central de Reciclagem que fica localizado na Rua Eng. Udo Deeke, ao lado Terminal Aterro, no bairro Salto do Norte, os outros 21 trabalham no centro da cidade no setor de transbordo, um ponto menor de coleta que fica localizado no bairro da Velha, próximo a Vila Germânica14. Depois que o material passa pela triagem, separação e armazenagem a própria RECIBLU se encarrega de comercializá-lo, não existe divisão de lucros entre o SAMAE e a RECIBLU, todo valor arrecadado é dividido entre os sócios. O que gera um rendimento médio para cada associado de R$ 850,00 mensais15. Neste aspecto a reciclagem deixa de ser somente uma preocupação ambiental e divide espaço com a questão social, gerando emprego e renda. (FURTUNATO, 2009). A gerência de resíduos sólidos está satisfeita com a parceria, pois não precisa manter uma equipe de funcionários para fazer o trabalho, os únicos funcionários que cedem são os motoristas dos caminhões, pois os coletores fazem parte da associação. Esta parceria começou em agosto de 2009, mas nem sempre a coleta foi assim: A coleta seletiva em Blumenau teve início em 1990, através de ações da Fundação Cultural, e atuava com o slogan “Reciclar também é cultura”. Em 1992, o Departamento de Serviço Urbano (DSU) assumiu a coleta seletiva, mais tarde, em 1993, a Sociedade Promocional do Menor Trabalhador de Blumenau – PROMENOR passou a gerenciar a coleta seletiva. (FURTUNATO, 2009, p.2) De acordo com o ambientalista Ronaldo Furtunato, em depoimento a esta pesquisadora, no início da década de 90 a coleta seletiva na cidade era difundida por um caráter mais social do que ambiental, era a oportunidade de jovens com situação econômica desfavorável arrecadarem recursos para auxiliar nos gastos da família. “Procura-se agora através da educação ambiental recuperar o foco socioambiental para assim equilibrar os dois fatores’. (FURTUNATO, 2009, p.2) Na fala do ambientalista é possível notar a preocupação existente no equilíbrio dos fatores sociais que também fazem parte da coleta seletiva e reciclagem de lixo na cidade. Deste modo a participação não só da comunidade ultrapassa a barreira da questão ambiental, que pode ser encarada como problema 14 Em depoimento à pesquisadora em 14 de maio de 2010, Clarice Oliveira, responsável pela contabilidade da RECIBLU. 15 Idem
  • 26. 26 a longo prazo e passa a ser identificada em âmbito social, gerando assim uma maior urgência pelo aspecto econômico. Atualmente, o investimento em educação ambiental é pesado, todo esse esforço é para recuperar o prestígio que o projeto já teve e cada vez mais elevar a porcentagem de coleta e triagem que já foi muito significativa no período em que a PROMENOR, hoje PRO-FAMILIA era responsável pela coleta, isso por se tratar de uma secretaria de cunho totalmente social, essa entidade ainda possui participação no programa, porém muito tímida. (FURTUNATO, 2009, p. 3) A educação ambiental liderada pelo biólogo e educador ambiental do SAMAE, Ronaldo Furtunato visa difundir a idéia de cooperação e respeito do cidadão para com o meio ambiente e a causa social envolvia no processo da reciclagem. Entre as ações aplicadas na comunidade para promover a conscientização estão palestras em escolas, panfletagem, publicidade convencional e o contato por telefone, em que o indivíduo pode questionar, sugerir melhorias e esclarecer dúvidas. Desta forma entendemos que a questões ligadas a reciclagem e coleta de lixo na cidade de Blumenau ainda têm um longo e trabalhoso caminho a percorrer, porém iniciativas como as de conscientização e busca de envolvimento com a comunidade estão sendo aplicadas. 3.3 Critérios de Noticiabilidade Os critérios de noticiabilidade ajudam a estabelecer a busca por respostas sobre o porquê de alguns acontecimentos se transformarem em notícias e ganharem manchetes dos meios de comunicação enquanto outros recebem menor importância ou simplesmente são descartados. Estas questões são amplamente estudadas e tem mobilizado pesquisadores e teóricos. Os critérios ajudam a diferenciar o que é notícia do que é apenas acontecimento, separando o fato em diversas modalidades ou valores. Para Gans (1979), a aplicação dos critérios deve ser avaliada da seguinte forma: Os critérios devem ser fácil e rapidamente aplicáveis, de forma que as escolhas possam ser feitas sem demasiada reflexão. Para, além disso, a simplicidade do raciocínio ajuda os jornalistas a evitarem incertezas excessivas, quanto ao fato de terem ou não efetuada a escolha apropriada.
  • 27. 27 Por outro lado, os critérios devem ser flexíveis para poderem adaptar-se à infinita variedade de acontecimentos disponíveis; alem disso, devem ser relacionáveis e comparáveis, dado que a oportunidade de uma notícia depene sempre das outras notícias igualmente disponíveis. (GANS apud Wolf, 1985, p.174) De acordo com Traquina (2005), a cada notícia devem ser estabelecidas diferentes importâncias, ou seja, a análise de cada fato merece e precisam ser estudada. Os valores da notícia são o que determinam “se um acontecimento ou assunto é susceptível de se tornar notícia, isto é, de ser julgado como merecedor de ser transformado em matéria noticiável e, por isso, possuindo valor notícia” (TRAQUINA, 2005, p. 63). Mauro Wolf (1999) definiu seis critérios que auxiliam jornalistas a decidir quais acontecimentos serão notícia. São eles: proximidade, atualidade, identificação social, intensidade, ineditismo e identificação humana. Além disso, Rosa e Cunha (1999) apontam que são necessários clareza, precisão, objetividade, rapidez. De acordo com Ericson, Baranek e Chan (apud Traquina, 2005), são seis os valores-notícia de construção: simplificação, amplificação, relevância, personalização, dramatização e consonância. Como este estudo visa uma análise de como se dá a notícia veiculada em uma mídia de nova tecnologia, analisaremos os seguintes critérios: proximidade, simplificação, atualidade e objetividade. Vamos a eles: Proximidade: este critério é definido pelos fatos que afetam o indivíduo de maneira direta e indireta, ou seja, um indivíduo apresenta mais interesse em fatos que se aproximem ou o afetem diretamente e os aproximam da noticia. No caso deste estudo pode ser o aquecimento global de forma indireta, bem como a poluição do Rio Itajaí-Açu de forma direta. Simplificação: aplicar a notícia de forma simples e inteligível. De maneira que o receptor possa captar a notícia de forma rápida e clara. Principalmente em se tratando de web texto, onde quem lê busca agilidade e rapidez de informação. “Os jornalistas têm obrigação de escrever de uma forma fácil de compreender; por simplificação, portanto, entendemos tornar a notícia menos ambígua, reduzir a natureza polissêmica do acontecimento”. (TRAQUINA, 2005, p.91).
  • 28. 28 Atualidade: este aspecto é importante na escolha do tema deste trabalho, por se tratar de um assunto que se renova e muda a cada dia. As pesquisas publicadas que noticiam números atualizados, como por exemplo: a coleta seletiva cresceu 8% no ultimo ano no país; Blumenau contempla mais 15 ruas com a coleta seletiva de lixo. Relevância: quanto maior for a importância e mais impacto tiver um acontecimento sobre as pessoas, mais hipóteses tem de ser registradas como notícia. Exemplo disso é a questão ambiental, se cada indivíduo se sentir afetado pela notícia maior relevância ela terá sobre o papel do indivíduo em fazer a sua parte. No que se trata de critérios de noticiabilidade no caso de um twitter, uma forma nova de mídia, de se expor a notícia e o desafio de informar a partir de 140 caracteres, as escolhas devem ser tomadas a partir desta nova forma que se cria, e de um modelo novo de se fazer jornalismo. O jornalismo experimenta uma interface entre a mídia de massa e a mídia de funções pós-massiva na construção do tempo real na relação com o espaço urbano e a mobilidade. A reapropriação destas ferramentas para a produção jornalística introduz novos critérios de noticiabilidade. Compreender estas mutações é fundamental para um enquadramento conceitual do próprio futuro do jornalismo num ambiente de convergência e de digitalização midiática. (SILVA, 2008, p.1) Os critérios de noticiabilidade são os instrumentos que o jornalista tem para fazer seu trabalho de maneira equilibrada e sem excessos e definir quais critérios serão usados em cada texto. É de fundamental importância para a credibilidade da noticia. ...noticiabilidade corresponde ao conjunto de critérios, operações e instrumentos de que os jornais se utilizam para escolher, diariamente, dentre um número indefinido de acontecimentos, a quantidade finita e tendencialmente estável de notícias. (AGUIAR, 2006, p. 10) Buscando assim equilibrar um fato que se sobrepõe a outro e visando a excelência da informação. Sem destacar os interesses particulares, trazendo em evidência o que de fato é mais importante ser noticiado.
  • 29. 29 4. Relatos de Produção 4.1 Pré Produção Que tema e produto serão usados para o desenvolvimento deste PEC-JOR? Esta pergunta desencadeou preocupação no final da primeira aula do 7º semestre. Claro que já existia uma vaga idéia, a de explorar as novas mídias, mas qual delas? O material teórico existente sobre o assunto seria suficiente? E o tema? Como já havia sido exaustivamente discutido em aula, teria que ser algo que despertasse interesse e fosse prazeroso pesquisar. A resposta veio, a questão sócio-ambiental sempre despertou interessou, a reciclagem de lixo é uma preocupação que existia há algum tempo. E o produto foi eleito a partir do desafio. Já que a escolha era usar uma mídia nova: porque não escolher o Twitter? Uma ferramenta ainda pouco pesquisada e analisada se comparado a outras mídias. O caminho era procurar entender melhor esse mecanismo novo que tem envolvido e seduzido tanto os internautas. As leituras diárias e rotineiras de jornais, revistas e sites na internet começaram a se transformar em busca por material, mesmo que essa não fosse a intenção inicial da leitura. Pronto, já existia uma linha de raciocínio criada, qual seriam os objetivos a serem alcançados e o principal, o que mais serviu de incentivo, era fato que a escolha não beneficiaria apenas a esta pesquisadora, mas poderia ser utilizado por outras pessoas. E foi assim que o www.twitter.com/reciclablumenau foi criado. 4.2 Produção A partir da escolha, começa a pesquisa, vieram então as sugestões de leituras, autores, e muitos sites na internet. Surpreendentemente foi encontrado um material satisfatório em relação ao Twitter, quase que 100% na própria internet. Livros disponibilizados em PDF nos sites especializados eram achados com certa facilidade. A pesquisa sobre meio ambiente revelou um material numeroso e facilmente encontrado na biblioteca da FURB.
  • 30. 30 Ainda no caminho da pesquisa, iniciou-se a análise de alguns PECs de alunos já formados, para auxiliar na estrutura do trabalho. Isso ajudou a elaborar a parte teórica, mas na maioria dos exemplos que eram lidos, a parte teórica era feita primeiro para depois dar continuidade com o produto propriamente dito. Foi decidido fazer o inverso, havia pressa para começar o funcionamento do twitter, e saber de fato como poderia ser utilizado para a finalidade escolhida. O nome “reciclablumenau” foi pensado a partir da idéia de incentivar a cidade em participar ativamente da coleta seletiva de lixo. O ícone verde com setas, representando a reciclagem foi escolhido devido a ser facilmente identificado com o assunto. A criação da URL aconteceu no dia 31 de março, as postagens eram principalmente sobre as datas e horários em que a coleta seletiva passava nas ruas contempladas no município. Na semana seguinte a cidade recebeu mais quatro caminhões para auxiliar na coleta seletiva, houve uma entrega solene da prefeitura para a SAMAE/RECIBLU. O evento foi acompanhado por esta pesquisadora, e no mesmo dia a notícia e um link para as fotos da entrega já estavam postadas no twitter. E assim seguiram-se os dias, com postagens diárias sobre pontos e horários da coleta, dicas, novidades, curiosidades, etc. Os seguidores começaram tímidos, mas foram crescendo e até a finalização deste trabalho já contabilizavam 155. A interação com os seguidos e seguidores também foi gradativa, primeiramente determinou-se seguir twitters ligados ao meio ambiente, coleta seletiva e reciclagem, mas como a idéia inicial era atingir os twitteiros de Blumenau, delimitou-se então a idéia de enviar mensagens para twitters conhecidos e bem seguidos da cidade, como por exemplo, @santacombr, @furb, @BlumenauNews, @BlumenauAgora, @fabrito, @unimedblumenau, entre outros. Assim que os seguidores começaram a se utilizar do serviço e gostaram da idéia, começaram também a indicar o @reciclablumenau para sua própria rede. Neste momento começava também a interatividade com os seguidores. Perguntas em mensagens diretas e indiretas começaram a surgir: “E a Paulo Zimmermann e transversais, nada... tô certo?”; “Espero ansiosamente a coleta na Joãozinho Haeger, Centro, senão 3 meses de reciclagem vão ao lixo comum.”; “tem alguma ligação com a Reciblu? Estou realizando um trabalho sobre o beneficiamento de pet na cidade.”
  • 31. 31 A sinceridade foi presença constante no contato com os seguidores, se alguma informação fosse desconhecida, mensagens dizendo que em breve seria respondido eram disparadas. E assim que fosse esclarecido com o SAMAE, as duvida dos usuários eram sanadas. Outra preocupação constante foi a de deixar claro que aquele era um produto experimental e acadêmico e que não fazia parte da administração municipal. A descrição do twitter @reciclablumenau é: “projeto experimental em comunicação social – COLETA SELETIVA E RECICLAGEM DE LIXO EM BLUMENAU SC.” A dedicação para a atualização do serviço era constante, bem como a preocupação para que as informações pudessem satisfazer os usuários, embora em alguns períodos esta pesquisa tenha passado por dificuldades, como por exemplo, a falta de acesso a internet. A busca por sites que pudessem ser usados como fonte de pesquisa e indicação através de links era constante, bem como a busca por informações locais em veículos de comunicação e fontes oficiais como o site da prefeitura e do próprio SAMAE. O contato com o SAMAE começou com a primeira visita ao local de destino da coleta, a unidade do Aterro, na ocasião em que esta pesquisadora se fez presente para registrar a entrega dos caminhões. Naquele dia aconteceu o primeiro contato com a assessora de imprensa do SAMAE, Ivana Cunha e o educador ambiental do órgão, o Ronaldo Furtunato. Os dois se mostraram interessados no projeto e se prontificaram em ajudar no que fosse necessário, a partir daí o contato aconteceu através de telefone e email, não foram poucas as vezes que ocorreram ligações com meia dúzia de dúvidas, da pesquisadora e dos twitteiros que queriam respostas rápidas. O questionário de pesquisa buscou entender melhor a ferramenta e a explorar como se davam questões que envolvessem o tema meio ambiente. As perguntas foram aplicadas através do próprio twitter, e enviadas para os seguidores, algumas vezes retwitados para outras redes. As participações dos atores sempre foram muito importantes, pois além de enriquecer a pesquisa, também serviram de incentivo para o estudo. As perguntas foram desenvolvidas para buscar compreender questões ligadas ao funcionamento e a relação dos usuários com o Twitter, bem como entender a participação dos twitteiros com o assunto escolhido como tema, a coleta seletiva e a reciclagem. Como a maioria dos seguidores é de Blumenau e região,
  • 32. 32 algumas vezes as respostas vinham com outros questionamentos ou dúvidas, que em seguida eram retornados com as respostas. A aplicação das perguntas e classificação das respostas se deu da seguinte maneira: Cada questão era twittada várias vezes durante um dia, conforme as respostas chegavam eram contabilizadas, porém as respostas de cada pergunta seguiam o padrão de um dia. Cada dia tinha uma pergunta diferente e as respostas consideradas eram apenas daquele dia em que a questão foi disparada. Critérios como sexo, idade e grau social não foram levados em consideração, uma vez que no twitter estão presentes empresas, ONGs, entre outros. Durante a semana do dia 31 de maio ao dia 5 de junho, foram aplicadas seis questões no twitter @reciclablumenau. Foram elas: a) Há quanto tempo você utiliza o twitter? Mais de 4 anos? De 3 a 4 anos? De 1 a 2 anos? De 6 meses a 1ano ? Menos de 6 meses? b) Você usa o twitter para: ( ) se comunicar com seu seguidores e seguidos ( ) informação ( ) opinião ( ) pesquisa ( ) distração. c) Para você que característica é essencial num tweet? ( )clareza ( )objetividade ( ) concisão . d) Você separa o lixo orgânico do lixo reciclável?( ) sim ( ) não. e) Você acha que 140 caracteres são suficientes para informar sobre meio ambiente?( ) sim ( ) não. f) Marque com um X o que você acha da Coleta Seletiva de lixo em Blumenau. ( ) Ótima ( ) Boa ( ) Regular ( ) Ruim ( ) Péssima. A partir das respostas os dados foram compilados no programa Excel e convertidos em percentagem. Entre um tweet e outro com as perguntas, era disparado também um tweet explicativo para os internautas: “Seguidores, conto com o apoio de todos para responder as perguntas que seguem durante os próximos dias. Obrigada”. E quando as respostas chegavam, uma mensagem direta era disparada, “Obrigada pela participação.” Deste modo obteve-se os dados, que foram convertidos em gráficos, e que se apresentam a seguir. A partir do questionário comprovou-se que mais de 45% dos usuários estavam inseridos na rede a menos de seis meses, e nenhum deles usavam a ferramenta a mais de três anos.
  • 33. 33 0 0 18,18% 45,45% Menos de 6 meses De 6 meses a 1 ano De 1 a 2 anos 36,36% De 3 a 4 anos Mais de 4 anos Gráfico 1 – Tempo de utilização do Twitter pelos seguidores do @reciclablumenau. (Em Percentagem). Fonte: Elaboração da pesquisadora. Foi possível também confirmar através do questionário, qual a preferência dos twitteiros sobre o que eles buscam na rede. Na pergunta que se refere à preferência do uso do twitter, foi possível notar que quase 30% utilizam a ferramenta para opinião e apenas 5,88% usa a plataforma para diversão. se comunicar com seu 5,88% seguidores e seguidos 11,77% informação 23,53% 11,77% Opinião 17,64% 29,41% Pesquisa Distração Gráfico 2 – Preferência dos seguidores do @reciclablumenau em relação à utilização do twitter. (Em Percentagem). Fonte: Elaboração da pesquisadora. Quando as questões começaram a envolver o tema meio ambiente os seguidores responderam de forma positiva em relação à participação para a preservação. Quando questionados se separavam o lixo reciclável, mais de 90% responderam positivamente. Neste aspecto foi possível entender que os usuários do twitter @reciclablumenau realmente se importam com o tema abordado e
  • 34. 34 contribuem dentro do que é possível entender, com coleta seletiva e reciclagem de lixo. 8,33% Sim Não 91,66% Gráfico 3 – Seguidores do @reciclablumenau que fazem a separação do lixo orgânico do reciclável. (Em Percentagem). Fonte: Elaboração da pesquisadora. Quando os seguidores foram consultados se 140 caracteres eram suficientes para informar sobre meio ambiente, a maioria também foi mantida. 12,5 Sim Não 87,5 Gráfico 4 – Opinião dos seguidores do @reciclablumenau questionados sobre a possibilidade de 140 caracteres serem suficientes para informar sobre meio ambiente. (Em Percentagem). Fonte: Elaboração da pesquisadora. Este dado foi recebido com felicidade, pois reforçou o incentivo e continuar informando sobre o meio ambiente através do Twitter. Confirmou-se a aprovação da forma de se informar sobre o tema escolhido através da nova mídia escolhida par r andamento a este projeto. Sobre a satisfação dos seguidores a respeito da qualidade da coleta seletiva de lixo em Blumenau foi possível verificar que mais de 40% classificam o serviço como Regular, e os demais resultados se equivalem.
  • 35. 35 14,28% 14,28% Ótima 14,28% 14,28% Boa Regular Ruim 42,86% Péssima Grau de satisfação dos seguidores do @reciclablumenau sobre a qualidade de coleta seletiva em Blumenau. (Em Percentagem). Fonte: Elaboração da pesquisadora. O questionário serviu para clarear a participação os atores na rede, pelo menos dos participantes envolvidos numa rede voltada para o público regional e ligados as questões ambientais. Foi possível notar a carência da informação a respeito da coleta seletiva e reciclagem na cidade, nas respostas que se referiam ao grau de satisfação com coleta na cidade, surgiu o comentário de que estaria faltando mais informação sobre o assunto. Assim foi possível concluir que um mecanismo como o twitter é uma opção que pode ser explorada para passar informação e obter um feedback dos cidadãos que se preocupam com o assunto. 4.3 Pós Produção e Finalização Diante da ferramenta funcionando, e o mais importante, obtendo retorno positivo com a interatividade dos participantes, optou-se por mais um contato com o SAMAE. Desta vez uma reunião com o órgão e a assessoria de imprensa foi solicitada por esta pesquisadora, a intenção era tirar as últimas dúvidas e fazer uma proposta. O encontro, desta vez mais formal, aconteceu na sala da administração dos Resíduos Sólidos, alguns dados e números foram atualizados, sendo de fundamental relevância para a montagem do trabalho. Por fim o twitter @reciclablumenau foi oferecido para o órgão, para que fosse uma ferramenta oficial. A resposta positiva foi imediata, ficou acordado que posteriormente a
  • 36. 36 entrega do presente trabalho, o SAMAE usaria a ferramenta oficialmente. E se comprometendo a alimentar diariamente com informações e notícias pertinentes, porém esta pesquisadora poderia continuar participando como principal colaboradora. 5. Considerações Finais O trabalho aqui desenvolvido foi impulsionado pelo desejo de realizar um produto informativo que contribua na conscientização ambiental por meio de uma nova mídia que embora pouco estudada, vem crescendo em número de usuários e em acessos diários. Buscou-se compreender melhor como a notícia apresentada neste tipo de mecanismo pode colaborar para a qualificação do produto jornalístico. Este trabalho foi muito enriquecedor, pois ajudou a compreender melhor uma nova mídia, que se apresenta como um novo segmento de comunicação para o mercado jornalístico. O Twitter vem possibilitar o chamado jornalismo em tempo real, onde as informações podem ser atualizadas de um dispositivo móvel de qualquer lugar e a qualquer hora. Se bem utilizada pode oferecer um valoroso meio de obtenção de notícias, além de proporcionar informação, a ferramenta também pode ser usada como canal direto com o receptor, valorizando o feedback. A maneira de informar através de manchetes foi um desafio e ao mesmo tempo uma forma de incentivar as leituras para as reportagens completas por meio de links. A contribuição ambiental foi uma das maiores motivações para o desenvolvimento deste projeto, poder informar e esclarecer dúvidas sobre um assunto de vital importância para a sociedade foi compensador. Quando a interatividade dos usuários começou a aparecer, o resultado também começou a se revelar, era sinal de que a ferramenta estava sendo de fato útil. Por fim, pude concluir que os receptores interessados em saber mais sobre meio ambiente e seus efeitos existem, o que ainda falta são mecanismos e meios de comunicação que os possibilitem. Essa tarefa depende de quem faz a notícia, ou seja, os jornalistas e profissionais da comunicação têm uma grande missão pela frente, para isso basta reciclar as idéias.
  • 37. 37 Referências Bibliográficas AGUIAR, A. Leonel. Critérios de noticiabilidade no jornalismo investigativo: um estudo preliminar. Trabalho apresentado ao NP de Jornalismo, do VI dos Núcleos de Pesquisa em Comunicação da Intercom. UnB, 2006. AGUIAR, Laíza Felix. Twitter: Mobilidade e Colaboração em Rede Social a Serviço do Jornalismo. Trabalho apresentado no Intercom Junior, na Divisão Temática de Jornalismo, do XI Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste, Teresina, 2009. BRUGGER, Paula. Educação ou Adestramento ambiental. 2. ed. Chapecó: Argos,2004. CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. A era da informação, economia, sociedade e cultura; São Paulo: Paz e Terra, 1999. DIZARD JR, Wilzon. A Nova Mídia - A Comunicação de Massa na Era da Informação. Jorge Zahar Editor; 2000. ERBOLATO, Mário L. Técnicas e Decodificação em Jornalismo (Redação, Captação e Edição no Jornal Diário). Petrópolis: Vozes, 1981. FERRARI, Pollyana. Jornalismo Digital . 1ª ed. São Paulo: Editora Contexto, 2003. FURTUNATO, Ronaldo. SAMAE – Serviço Municipal de Água e Esgoto. Blumenau: Texto. 2009. LÉVY, Pierre, “ Cibercultura”, Artes & Oficios, Ed. 34, Porto Alegre, 2000.
  • 38. 38 MENEGAT, Rualdo(Org) e ALMEIDA, Gerson. (Org). Desenvolvimento sustentável e gestão ambiental nas cidades: estratégias a partir de Porto Alegre. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2004. NEIVA, Paula. Entrevista. Veja, São Paulo, n. 2135, p19 – 23, 14 out.2009. PHILIPPI JR. Arlindo; MAGLIO. Ivan Carlos; COIMBRA. José de A.A.; FRANCO. Roberto Messias. Município e Meio Ambiente. Perspectivas para a Municipalização da Gestão Ambiental no Brasil. São Paulo: Associação nacional de Municípios e Meio Ambiente, 1999. RECUERO, Raquel . Redes Sociais na Internet. 1ª ed. Porto Alegre: Sulina, 2009. RECUERO, Raquel (Org.) ; AMARAL, Adriana (Org.) ; MONTARDO, Sandra (Org.) Blogs.com: Estudos sobre blogs e comunicação. Sao Paulo: Momento, 2009. ROSA, José Antônio e CUNHA, Thereza Cristina Guerra da. Jornal de empresa: criação, elaboração e administração. São Paulo: STS, 1999. SANTOS. H. Interação social, novas mídias e cidadania. Revista de Ciências Sociais, v. 7, n. 2, jul.-dez. 2007. SILVA, Fernando Firmino. Jornalismo live streaming: tempo real, mobilidade e espaço urbano. Trabalho apresentado no VI Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo UMESP, São Paulo, 2008. SPATUZZA, Alexandre. Reciclagem. Disponível em: www.revistasustentabilidade.com.br. Acesso em: 05 mai 2010. TORDIVELLI, Mariana. O Twitter é uma máquina de cutucar corações e mentes. Revista Unimed Blumenau, n.45, p.8–11, jan./fev. 2010. TRAQUINA, N. Teorias do Jornalismo, Vol. II: A tribo jornalística: uma comunidade interpretativa transnacional. Florianópolis: Insular, 2005.
  • 39. 39 TRIGUEIO, André. Mundo Sustentável: Abrindo espaço na mídia para um planeta em transformação. São Paulo: Globo, 2005. WOLF, Mauro. A Teoria funcionalista das comunicações de massa. 5ª ed. Lisboa: Presença, 1999. ZAGO, Gabriela. O Twitter como suporte para produção e difusão de conteúdos jornalísticos. Trabalho apresentado no 6º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo, realizado em São Bernardo do Campo, SP, 2008.